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Proposta de sistemática de análise de redes sociais: uma contribuição ao mapeamento da produção científica em cursos stricto sensu

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ESCOLA DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO

HAYDÉE MARIA CORREIA DA SILVEIRA BATISTA

PROPOSTA DE SISTEMÁTICA DE ANÁLISE DE REDES SOCIAIS: UMA CONTRIBUIÇÃO AO MAPEAMENTO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM CURSOS

STRICTO SENSU

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Sistemas de Gestão da

Universidade Federal Fluminense como

requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Sistemas de Gestão. Área de Concentração: Organizações e Estratégia. Linha de Pesquisa: Sistema de Gestão pela

Qualidade Total.

Orientador:

Prof. Osvaldo Luiz Gonçalves Quelhas, D.Sc. Universidade Federal Fluminense

Coorientador:

Prof. Martius Vicente Rodriguez y Rodriguez, D.Sc. Universidade Federal Fluminense

Niterói 2018

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Ficha Catalográfica

Elaborada por bibliotecária - CRB 5041 B 333 Batista, Haydée Maria Correia da Silveira.

Proposta de sistemática de análise de redes sociais: uma contribuição ao mapeamento da produção científica em cursos stricto sensu / Haydée Maria Correia da Silveira Batista. 2018.

207 f.

Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão) – Universidade Federal Fluminense. Escola de Engenharia, 2018.

Orientador: Osvaldo Luiz Gonçalves Quelhas. Coorientador: Martius V. Rodriguez y Rodriguez.

1. Gestão do conhecimento. 2. Rede social. 3. Produção científica. 4. Curso de pós-graduação. I. Título.

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Ao meu querido amor, Lázaro, que a seu modo peculiar, me ajudou a sonhar, outra vez, na busca incessante pelo conhecimento, me incentivou a criar e recriar, começar e recomeçar, me demonstrando que, assim como disse Arthur Schopenhauer “a tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que todo mundo vê”.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Universo por ter-me fornecido meios para alcançar esta realização profissional e pessoal. Pela luz, força e coragem para enfrentar todas as dificuldades com as quais me deparei.

Ao meu amor, Lázaro Marback D’Oliveira que tanto me apoiou e incentivou nesta minha caminhada em busca de conhecimento.

Aos meus familiares (Dora, minha mãe, Barbara, Bruna e Janos, meus filhos, além dos meus pequenos grandes amores, Manuela e Miguel, netinhos queridos), pela compreensão nos momentos em que deixei de compartilhar, sacrificando parte de um tempo precioso juntos.

Ao meu Professor de Economia Claudio Cabral DSc. e sua esposa Nathaly Cabral MSc. que tanto me incentivaram e em mim confiaram, levando-me a acreditar numa realidade que, até então, me parecia intangível.

Ao médico e amigo Dr. Newton Richa MSc. pelo acolhimento, inspiração e entusiasmo no momento em que a minha escolha era ainda um pequeno embrião desorientado lutando para sobreviver.

A todos os Professores do Mestrado por terem compartilhado seus conhecimentos e, em particular, aos Professores Osvaldo Quelhas e Martius Rodriguez por sua orientação, apoio e reflexões críticas, demonstrando interesse e seriedade no decorrer da realização deste estudo.

À equipe administrativa do LATEC sempre atenciosa e disposta a apoiar todos os alunos, especialmente a Bianca Feitosa e ao Felipe Ramos.

Aos amigos e amigas Geisa Drumond, Lucy Marazzo (prefiro não citar mais nomes pois, temo ser injusta ao esquecer algum), aos colegas de mestrado e a todos que direta ou indiretamente contribuíram para o resultado desta pesquisa.

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“Os que se encantam com a prática sem a ciência, são como os timoneiros que entram no navio sem timão nem bússola, nunca tendo certeza do seu destino”.

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RESUMO

A Análise de Redes Sociais (ARS) possibilita a compreensão do desenvolvimento de relações, assinala fluxos de informação, engrenagem e agentes de domínio, ponderando ambientes complexos de interações. Neste estudo, propõe-se uma sistemática de ARS para apoio ao gerenciamento da produção científica em cursos de pós-graduação stricto sensu identificando qual a contribuição da Análise de Redes Sociais para as Instituições Federais de Ensino Superior – IFES, especialmente, no programa de Mestrado em Sistemas de Gestão da Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense. O presente estudo visa uma análise quantitativa correspondente à produção das dissertações e sua respectiva rede de relacionamento observando áreas de conhecimento, e docentes deste curso na qualidade de orientadores, participantes da banca e convidados, com o auxilio da ferramenta Ucinet. Com base na revisão sistemática da literatura, foi, ainda, construída uma análise cienciométrica dos trabalhos acadêmicos em 2015 e 2016, fundamentada na ARS, Nuvem de Palavras e Gestão do Conhecimento, alicerçada nos dados cadastrados na Plataforma Capes, na base de dados Sucupira e no site do Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios e Meio Ambiente da Universidade Federal Fluminense (Latec/UFF). As estruturas consideradas neste estudo foram os temas das Áreas de Conhecimento pesquisadas, tendências e evolução ao longo destes dois últimos anos. No que concerne às Áreas de Conhecimento os resultados gerais indicaram a premência de se rever as classificações das Linhas e dos Projetos de Pesquisa em relação aos respectivos temas, assim como a cooperação entre seus atores. Quanto às estatísticas dos atributos de ambas as redes foram devidamente enumeradas, e apontaram a rede referente ao ano de 2015 como mais densa, com resultados mais satisfatórios de Centralidade, Centralização, e Coeficiente de Agrupamento. A relevância dos resultados da aplicação desta sistemática adotada em um caso e a viabilidade da avaliação não só dos atributos dos atores e das relações dentro da rede tanto quanto do comparativo da sua evolução nos períodos pesquisados, comprovou os benefícios da utilização da ARS em cursos stricto sensu nas IFES.

Palavras-chave: Gestão do Conhecimento, Redes Sociais, Análise de Redes Sociais,

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ABSTRACT

Social Network Analysis (SNA) enables the understanding of the development of relationships, signals information flows, gear and domain agents, pondering complex environments of interactions. In this study a SNA system is proposed to support the management of scientific production in stricto sensu postgraduate programs, identifying the contribution of Social Networks Analysis to Federal Institutions of Higher Education (IFES), especially in the Master’s program in Management Systems of the Engineering School of the Federal Fluminense University. The present study aims at a quantitative analysis corresponding to the production of the dissertations and their respective relationship network observing the Areas of Knowledge and teachers of this course as advisors, participants of the bank and guests, with the help of the Ucinet tool. Based on a systematic review of the literature for this purpose, a Scientometric analysis of the academic works in 2015 and 2016 was also carried out, based on SNA, Word Cloud and Knowledge Management, based on the data registered in the Capes Platform, in the database Sucupira and on the website of the Laboratory of Technology, Business Management and Environment of the Federal Fluminense University (Latec/UFF). The structures considered in this study were the themes of the Knowledge Researched Areas, trends and evolution over that last two years. Regarding Knowledge Areas, the general results indicated the urgency of reviewing the classifications of the Lines and Research Projects in relation to the respective themes as well as the cooperation between its actors. As for the attributes statistics of both networks, they were duly enumerated and pointed to the 2015 network as more dense, with more satisfactory results of Centrality, Centralization and Clustering Coefficient. The relevance of the results of the application of this systematic approach in a case and the feasibility of evaluating not only the attributes of the actors and the relationships within the network as well as the comparative of their evolution in the periods studied, proved the benefits of using SNA in stricto sensu programs in the IFES.

Keywords: Knowledge Management, Social Networks, Social Networks Analysis,

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Exemplo de grafo de rede de fluxos unidirecionais ... 33 Figura 2 - Exemplo de grafo de rede de fluxos unidirecionais e bidirecionais ... 34

Figura 3 – Exemplo de Nuvem de Palavras ... 35

Figura 4 – Gráfico de Produções Literárias pesquisadas e utilizadas, indicando

participação por categoria ... 53

Figura 5 – Nuvem (Word Cloud) de todas as palavras-chave mais repetidas nas

dissertações de 2015 ... 56

Figura 6 – Nuvem (Word Cloud) de todas as palavras-chave mais repetidas nas

dissertações de 2016 ... 57

Figura 7 – Gráfico das Linhas de Pesquisa estudas e identificadas nos anos de 2015

e 2016 ... 63

Figura 8 – Gráfico dos Projetos de Pesquisa abordados e identificados nesta

pesquisa, nos anos de 2015 e 2016 ... 64

Figura 9 – Gráfico do tipo de participação, identificada nesta pesquisa, dos atores das

redes a ser analisadas, em 2015 e 2016 ... 66

Figura 10 – Correlações Atores e Evento ... 67

Figura 11 – Grafo da Rede representativa da produção acadêmica identificada nas

dissertações do MSG em 2015 ... 71

Figura 12 – Grafo da Rede representativa da produção acadêmica identificada nas

dissertações do MSG em 2016 ... 72

Figura 13 – Exemplo de redes com índices de centralização de 100% e de 0% .. 80

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Resumo dos principais softwares existentes no mercado... 32 Quadro 2 – Termos e Conceitos de Redes ... 33 Quadro 3 - Etapas de desenvolvimento da pesquisa ... 40

Quadro 4 – Artigos pesquisados e consultados p/ compor o corpus do estudo .... 43

Quadro 5 – Dissertações pesquisadas e consultadas para compor o corpus do estudo

... 48

Quadro 6 – Livros pesquisados e consultados p/ compor o corpus do estudo ... 49

Quadro 7 – Material da Web pesquisado e consultado para compor o corpus do

estudo ... 52

Quadro 8 – Linhas versus Projetos de Pesquisa do curso MSG/ LATEC (engenharias

III) ... 54

Quadro 9 - Áreas de Conhecimento versus temas abordados identificados na

pesquisa nas dissertações do ano 2015 ... 58

Quadro 10 - Áreas de Conhecimento versus temas abordados identificados na

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Legenda da figura 4 ... 53

Tabela 2 – Quantidade de Linhas de Pesquisa abordadas nas dissertações de 2015 e 2016 (relativo ao gráfico fig. 7) ... 63

Tabela 3 – Projetos de Pesquisa abordados e identificados nesta pesquisa, nas dissertações de 2015 e 2016 (relativo ao gráfico fig. 8) ... 65

Tabela 4 – Tipo de participação identificada na pesquisa, dos atores das redes a ser analisadas, nos anos 2015 e 2016 (relativo ao gráfico fig. 9) ... 66

Tabela 5 – Densidade / Valor Médio Matriz – 2015 ... 73

Tabela 6 – Densidade / Valor Médio Matriz – 2016 ... 74

Tabela 7 – Estatísticas descritivas do Grau de Centralidade traduzidas em valores médios ou conjunto de indicadores gerais da rede – 2015 ... 76

Tabela 8 – Estatísticas descritivas do Grau de Centralidade traduzidas em valores médios ou conjunto de indicadores gerais da rede – 2016 ... 78

Tabela 9 – Índice de Centralização em 2015 ... 80

Tabela 10 - Índice de Centralização em 2016... 81

Tabela 11 – Estatísticas descritivas de Grau de Intermediação – 2015 ... 85

Tabela 12 – Estatísticas descritivas de Grau de Intermediação – 2016 ... 86

Tabela 13 – Estatísticas descritivas de Proximidade – 2015 ... 89

Tabela 14 – Estatísticas descritivas de Proximidade – 2016 ... 90

Tabela 15 – Coeficiente de Agrupamento – 2015 ... 92

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LISTA DE SIGLAS

ARS Análise de Redes Sociais

ARSO Análise de Redes Sociais Organizacionais

CMC Computer-Mediated Communication

EHEA European Area of Higher Education

ERT Emergency Response Team

GC Gestão do Conhecimento

IES Instituição de Ensino Superior

IFES Instituições Federais de Ensino Superior

IM Instant Messenger

ISO International Organization for Standardization

LATEC Laboratório de Tecnologia

MSG Mestrado em Sistemas de Gestão

NMA Networkmeta Analysis

RCTs Randomized Clinical Trials

RIVANs Relationally Integrated Value Networks

SBGC Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento

SNS Social Network Analysis

TFM Total Facilities Management

TI Tecnologia da Informação

UFF Universidade Federal Fluminense

UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 15 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA ... 15 1.2 A SITUAÇÃO PROBLEMA ... 20 1.2.1 Questões da Pesquisa ... 21 1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA ... 21 1.3.1 Objetivo Geral ... 21 1.3.2 Objetivos Específicos ... 21 1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ... 22

1.5 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DA PESQUISA ... 22

1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 24

2. REVISÃO DA LITERATURA ... 25

2.1 REDES SOCIAIS ... 25

2.1.2 Análise de Redes Sociais ... 27

2.2 NUVEM DE PALAVRAS ... 35 2.3 GESTÃO DO CONHECIMENTO ... 36 3. METODOLOGIA ... 39 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ... 39 3.2 ETAPAS DA PESQUISA ... 40 3.2.1 Pesquisa Bibliométrica ... 42

3.2.2 Coleta e Estruturação dos Dados ... 53

3.2.3 Definição da Ferramenta Utilizada - Ucinet ... 68

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 70

4.1 Interpretação dos Dados Resultantes da Pesquisa ... 70

4.2 Interpretação e Análise dos Resultados Referentes a cada Atributo ... 73

4.2.1 Densidade ... 73 4.2.2 Centralidade ... 74 4.2.3 Centralização ... 79 4.2.4 Intermediação ... 82 4.2.5 Proximidade ... 87 4.2.6 Coeficiente de Agrupamento ... 91

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5.1 Conclusões ... 95

5.2 Recomendações para Estudos Futuros ... 97

REFERÊNCIAS ... 98

APÊNDICES... ... 105

APÊNDICE 1 Grau de Centralidade / ano 2015 ... 105

APÊNDICE 2 Grau de Centralidade / ano 2016 ... 114

APÊNDICE 3 Grau de Intermediação / ano 2015 ... 127

APÊNDICE 4 Grau de Intermediação / ano 2016 ... 138

APÊNDICE 5 Grau de Proximidade / ano 2015 ... 154

APÊNDICE 6 Grau de Proximidade / ano 2016 ... 165

APÊNDICE 7 Coeficiente de Agrupamento / ano 2015 ... 181

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15 1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa apresenta uma proposta de diretrizes, para utilização da Análise de Redes Sociais (ARS) ou, mais comumente conhecida como SNS (Social Network

Analysis) já consolidada no exterior, porém, mais recente no Brasil e que serve para

estudar e compreender o processo de troca de informação.

Este primeiro capítulo apresenta a concatenação das ideias deste estudo, com informações gerais, a propósito do tema Análise de Redes Sociais (ARS), resumindo o problema da pesquisa, sua relevância, objetivos e delimitações. Apresenta algumas ponderações no terreno das hipóteses e finaliza com a descrição da organização desta investigação.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

Com o advento da globalização, economia de rede, necessidade de ampliar a capacidade de inovação, novos e variados modelos de ferramentas de comunicação e informação, diferentes modos de interação social, surgimento de novos marcos regulatórios restritivos, e transformações sociais pelas quais tem passado a sociedade, o ambiente de conhecimento em que as empresas operam, atualmente, é muito mais complexo do que o que existia há poucas décadas atrás. Hoje em dia, o mercado está sendo movido pela contínua busca de novos modelos de gestão e novos métodos de ação. A competitividade torna-se cada vez mais acirrada e fica nítido para os gestores que a Gestão do Conhecimento é instrumento fundamental para que a organização se mantenha à frente de seus competidores e preparada para uma realidade de mutações aceleradas e em múltiplas dimensões (DAVENPORT; PRUSAK, 1999, 2003).

Silva, Fialho e Saragoça (2013) sugerem que a atual eclosão de novos valores e novos modos de pensar está estreitamente associada à expansão das tecnologias da informação, às novas descobertas e evolução do pensamento científico, às inovações, à evolução da cidadania, aos novos arranjos da organização social, assim como ao progresso do conhecimento científico.

Neste panorama de valorização do conhecimento, surgiram as redes sociais que concebem uma reunião de indivíduos, de pensamentos e de tendências de

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diferentes competências, características e especializações buscando potencializar a fluência e a consolidação do conhecimento.

Admitindo que o uso das redes sociais no mundo já é fato inquestionável e que vários programas para desenvolvê-las vêm se multiplicando, cabe aprofundar o conhecimento sobre sua utilização, correlações entre a atuação dessas redes, inovação tecnológica, auto-organização e compreender esse conjunto de fenômenos avaliando como essas redes podem contribuir para o desenvolvimento organizacional (BAIARDI; BASTO, 2004).

A análise de redes sociais veio estabelecer um novo paradigma na pesquisa sobre a estrutura social. Para se estudar como as idiossincrasias e as convicções dos indivíduos dependem das estruturas nas quais estão inseridos, a unidade de análise não é o atributo individual ( gênero, idade... ) mas o conjunto de relações que esses indivíduos estabelecem através de suas interações uns com os outros (MARTELETO, 2005).

As redes sociais e os métodos de ARS têm sido assaz utilizados na comunidade científica para analisar relacionamentos entre entidades sociais, padrões e inferências desses relacionamentos (WASSERMAN; FAUST, 1994). Trata-se, portanto, de um instrumento diferente dos tradicionais métodos estatísticos e de análise de dados.

A ARS tem sido introduzida, auxiliando pesquisadores na descrição de fenômenos empíricos, onde se dá relevância às interações entre os atores de um determinado âmbito social (PEREIRA et al., 2007).

O fato de que a gestão de emergências se baseia em abordagens colaborativas hoje não é mais uma novidade. Este campo se adaptou a ameaças de desastre emergentes de crescente escopo e gravidade, bem como à necessidade de reformas à luz das falhas para responder efetivamente aos desastres experimentados nas últimas décadas. Uma das mudanças mais dramáticas foi o reconhecimento por parte dos governos, em todos os níveis, da urgência de projetar um sistema de resposta de emergência mais efetivo que abordasse falhas anteriores. Os sistemas almejados trazem mais flexibilidade e horizontalidade, em termos de relações intra-organizacionais e inter-intra-organizacionais, bem como uma forte ênfase na coordenação, colaboração e comunicação (NAIM KAPUCU; VENER GARAYEV, 2012).

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Vassilios e Costa (2010) comentam sobre a original e valorosa utilidade da Análise de Redes como uma ferramenta para ajudar comunidades hospedeiras a organizar sua capacidade de gerenciar eventos. Ao estudar as carteiras de eventos pode-se atingir um contexto adequado ao fortalecimento da capacidade de comunidades hospedeiras destes, promoverem relacionamentos e sinergias necessários para planejar, implementar e alavancar uma série de acontecimentos diferentes.

Muntanyola (2014) afirma que, nas ciências sociais, é possível analisar sistematicamente as características qualitativas, dados provenientes de configurações de trabalho reais em ambientes naturalistas. O estudo das diferenças nos padrões sociais de comunicação e ação pode ajudar a manter ou eliminar, por exemplo, o relacionamento canibalista na dança. Neste caso, pesquisas futuras incluirão uma maior quantificação de modalidades de informação que serão empurradas e puxadas horizontalmente (entre dançarinos) e verticalmente (com o coreógrafo).

Marqués-Sánchez et al. (2017), enfatizam a importância da ARS no aprendizado colaborativo na Área Europeia de Ensino Superior (EHEA). Após intervenção com o uso do programa Ucinet (software de ARS), os resultados revelaram uma rede mais coesa e um alto nível de desempenho acadêmico. Constataram que a prática de redes de contato entre os alunos poderia ser usada como uma estratégia acadêmica para construir pontes entre estudantes na sala de aula e mesmo entre estes e estudantes em outras salas de aula ou centros.

Mohammadfam et al. (2015), concluem que os resultados oferecidos pela SNA (Social Networks Analysis), numa grande refinaria de petróleo, forneceram uma abordagem quantitativa e lógica para o exame do status de coordenação entre as equipes de resposta a emergências ERT (Emergency Response Team) e também proporcionaram uma oportunidade principal para gerentes e planejadores alcançarem uma compreensão clara do status apresentado. A pesquisa concluiu que esses esforços fundamentais foram necessários para melhorar as situações apresentadas. Observa-se aqui, mais uma valiosa aplicação da ARS.

De acordo com Li L et al. (2016), a paisagem atual da pesquisa biomédica enfrenta desafios complexos que exigem colaboração entre cientistas e instituições em todo o mundo. Colaborações de pesquisa ocorrem quando os cientistas e os investigadores trabalham juntos para fazer avançar a pesquisa, o que contribui para o

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avanço do conhecimento, explorando os resultados dos esforços científicos de forma econômica e partilha de recursos e de estoques de conhecimento possíveis internacionalmente. Análises sistemáticas e metanálises são a espinha dorsal da medicina baseada em evidências que exige um uso consciencioso, explícito e judicioso das melhores evidências atuais na elaboração de decisões sobre o cuidado de pacientes. Na última década, a Network Meta-Analysis (NMA) foi introduzida como uma generalização de análise paralela, permitindo a avaliação simultânea da eficácia de várias intervenções através de uma rede de ensaios clínicos randomizados (RCTs). Uma vez mais, observa-se a valia da SNA pois, foi através de estudos de rede social que foi possível chegar mais precisa e rapidamente, a conclusões que apresentam e identificam o número de pesquisas e colaborações na ciência de meta-análise publicada em revistas de alto impacto em todo o mundo.

Daoping, Xiaoyan e Fang (2016) comentam que, no caso da padronização tecnológica que está em constante evolução sendo que os recursos necessários são diferentes em diferentes estágios, do ponto de vista dinâmico da tecnologia da padronização, a análise de redes contribui bastante na identificação da evolução dos recursos e mecanismos das empresas centrais e na aliança de padrões.

Xiaojuan, Choon e Chun (2013) afirmam que, através do uso da ARS (com um diagrama de rede social) consegue-se uma verificação empírica das teorias de desempenho da mídia evidenciada por ferramentas interativas, como IM (mensageiro instantâneo) e e-mail, relacionando-se diretamente os elementos de rede social, grau, proximidade e interação, juntamente com o CMC (Computer-Mediated Communication) e ferramentas de rede social, comunicação, interatividade, relacionamento e desempenho no trabalho. Estes avanços nas tecnologias da informação (TI) resultaram no desenvolvimento da comunicação informática (CMC) e ferramentas de rede social. Além disto, a quantificação ajuda a investigar os efeitos de três ferramentas específicas, a saber: mensageiro instantâneo, e-mail e fórum de conhecimento, na facilitação da comunicação e da rede social no trabalho, e sua influência subsequente no desempenho do trabalho dos indivíduos.

Silva et al. (2017), propuseram–se aplicar a teoria das relações de redes sociais para análise de "Buracos Estruturais" ou links faltantes e "Potenciais de corretagem", num projeto de ambiente construído em redes de valor integradas relacionalmente RIVANS (Relationally Integrated Value Networks) para o gerenciamento total de instalações TFM (Total Facilities Management). Ao revelar os

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níveis de integração existentes e exigidos de cada participante no RIVANS-TFM, os clientes receberam uma ótima oportunidade para identificar as partes interessadas que devem ser mais ou menos engajadas para melhor alcançar as aspirações de longo prazo dos clientes e objetivos do projeto. Além disso, segundo os autores, os achados também indicaram níveis adequados de relacionamento com as partes interessadas, a fim de manter fluxos de informações, materiais e serviços eficientes nas cadeias de suprimentos, e aumentar os valores do ciclo de vida do TFM.

O presente estudo é sustentado, principalmente, no conceito de rede social “Social Network” numa perspectiva dinâmica. Aborda redes interorganizacionais induzidas tratando redes intraorganizacionais para encontrar clusters de conhecimento dentro de uma instituição de ensino, mais especificamente no curso de pós-graduação stricto sensu do Mestrado em Sistemas de Gestão da Universidade Federal Fluminense.

Conforme abordagem de Santanita (2015), numa organização, as ferramentas de ARS não possibilitam somente a apresentação das redes hierárquicas, formalmente conhecidas observando-se quem trabalha onde e quem se reporta a quem, mostrando também o mapeamento do contacto geral entre as pessoas e as informações compartilhadas entre elas.

Segundo Mercklé (2004), uma rede social pode ser definida como: “Um conjunto de unidades sociais e de relações, diretas ou indiretas, entre essas unidades sociais, através de cadeias de dimensão variável”.

As unidades sociais podem ser indivíduos ou grupos de indivíduos, informais ou formais, como associações, empresas, equipes, organizações/ academias, sendo as relações estabelecidas entre os elementos da rede de transações monetárias, troca de bens ou serviços, transmissão de informações ou conhecimentos que podem envolver interação direta ou não, permanentes ou pontuais.

Considerando que uma rede de conhecimento abarca um número de pessoas, recursos e relacionamentos concretizados com o intento de fomentar e utilizar o conhecimento visando a criação e a transferência deste, pensou-se numa abordagem a partir da ARS que permite uma enorme flexibilidade analítica relativamente ao problema que o investigador pretende estudar. Na presente pesquisa pretende-se discutir dinâmicas entre os elementos que compõem uma equipe multidisciplinar de uma Instituição Federal de Ensino Superior, mais especificamente, as dinâmicas de cooperação a partir do conhecimento individual e coletivo.

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O foco principal deste trabalho é uma proposta de contribuição através do desenvolvimento e a aplicação de uma sistemática de Análise de Redes Sociais no gerenciamento da produção científica nos cursos stricto sensu, para as Instituições Federais de Ensino Superior - IFES.

1.2 A SITUAÇÃO PROBLEMA

O entendimento da dinâmica quase imperceptível das redes e seu mapeamento, além de ser de grande contribuição para a produção científica, poderá oferecer fontes de informação precisas no que tange à identificação dos temas que vêm sendo pesquisados e seus respectivos atores, contribuindo para o mapeamento dos assuntos que vêm sendo estudados na academia, tornando-se uma importante ferramenta para definição de futuras demandas de estudos que a sociedade venha a solicitar (MENA-CHALCO, 2014).

A presente pesquisa coloca como questão fundamental a situação problema

da ausência de uma sistemática para apoio ao gerenciamento da produção científica em cursos de pós-graduação stricto sensu motivando a necessidade do

desenvolvimento e aplicação de uma sistemática de ARS para apoio ao gerenciamento da produção científica em cursos de pós-graduação stricto sensu perscrutando, deste modo, qual seria a contribuição da Análise de Redes Sociais (ARS) para as Instituições Federais de Ensino Superior.

Considera-se necessário, segundo o contexto descrito neste tópico, identificar nesta pesquisa, através da ARS, quais são os grupos de pesquisa e como estão estruturados, quais são os mecanismos de troca de informações entre eles confirmando eventos e todos os personagens desta rede e constatando as características e atributos que melhor delineiam cada um de modo que o controle do mapeamento de novos estudos possa ser preparado e determinado de maneira mais assertiva.

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21 1.2.1 Questões de Pesquisa

A fim de melhor entender a sistemática e os benefícios da utilização da metodologia da ARS pelas Instituições nos estudos do fluxo e transferência da informação constatando-se que, na constante tensão entre as diferenças que a rede social pode comportar formam-se “redes de conhecimentos” que alimentam e redefinem constantemente as ações (MARTELETO, 2001), colocam-se as seguintes questões: a) Qual a contribuição, no processo de mapeamento da produção científica em cursos stricto sensu, da aplicação de uma sistemática de Análise de Redes Sociais (ARS) para as Instituições Federais de Ensino Superior (IFES)?

b) Quais são as várias áreas de conhecimento, quais os grupos e como estes poderão estar estruturados num curso de pós-graduação stricto sensu?

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

Sendo a formulação e a implantação de uma nova sistemática, estratégia de contribuição para o desenvolvimento contínuo da produção científica se atrelada a novas tecnologias refletindo sobre cultura institucional, gestão do conhecimento e de pessoas, propõe-se como objetivos deste estudo (ANGELONI, 2002):

1.3.1 Objetivo Geral

 Aplicar uma sistemática da ARS para apoio ao gerenciamento da

produção científica em cursos de pós-graduação stricto sensu.

1.3.2 Objetivos Específicos

 Definir, segundo a literatura científica, o que é Análise de Redes Sociais;

 Aplicar a sistemática de Análise de Redes Sociais proposta em um caso,

para avaliar a relevância dos resultados ponderando, inclusive, sua evolução nos períodos pesquisados (2015 e 2016);

 Identificar, a partir da aplicação da sistemática proposta, em um caso, os benefícios da utilização da ARS em cursos stricto sensu nas IFES.

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Este trabalho está focado na Análise de Redes Sociais – ARS, no contexto do curso de pós-graduação stricto sensu do Mestrado em Sistemas de Gestão - MSG.

Esta pesquisa busca o detalhamento das áreas de conhecimento, dos atores, seus vínculos, grupos, sua respectiva área de mestria e como estão estruturados neste curso stricto sensu do MSG, de acordo com as Linhas de Pesquisa de Engenharias III.

O estudo foi desenvolvido nos períodos referentes aos anos de 2015 e 2016 com pesquisa de campo e análise de documentações. Para este trabalho, utilizou-se documentação baseada na Plataforma Capes, na Base Sucupira, e no site do Laboratório Tecnológico – LATEC, utilizando-se as ferramentas da Nuvem de Palavras Tagxedo e do software Ucinet.

A localização geográfica de validação do estudo é a Escola de Engenharia, na Universidade Federal Fluminense, localizada em Niterói.

1.5 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DA PESQUISA

Este trabalho justifica-se pela atualidade e abrangência do tema Análise de

Redes Sociais, assunto que vem sendo utilizado como instrumento estratégico de

gestão da informação em várias esferas como a tecnológica, operacional, biológica, médica, geográfica, financeira, etc., além do seu amplo uso na área social podendo ser aplicada em redes formais, informais, internas, externas e até hierárquicas.

Sua relevância para a Sociedade é a demonstração de que este método de análise científico, tão atual e abrangente, poderá ser de grande utilidade para descortinar os padrões de relações que se estabelecem no interior de uma determinada estrutura, em muitas áreas, tanto organizacionais quanto sociais (QUIROGA, 2003).

Nas organizações, a ARS pode facilitar a melhoria do entendimento do fluxo da informação e a troca do conhecimento entre seus colaboradores, clientes e stakeholders, auxiliando no conhecimento das formas de conexões dos indivíduos e sua influência no processo decisório.

De acordo com Santanita (2015), o campo de redes sociais proporciona uma perspectiva no fenômeno social que focaliza as relações entre indivíduos como o

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núcleo rígido de um grupo. Diferentes níveis de análise emergem desta perspectiva imprimindo para cada nível, visões de como os indivíduos operam dentro dos grupos e de como interagem. O nível de análise pode dar informações e conhecimento único sobre o quão complexo as situações sociais, organizacionais ou não, são, tornando-se por contornando-sequência, de extrema importância e oferecendo um enorme aporte aos lideres das organizações, contribuindo para a melhoria de suas estratégias junto dos seus colaboradores.

No que tange à sua relevância para a Universidade, no apoio à produção científica, esta é uma possibilidade dos resultados virem a contribuir para o norteamento de futuras pesquisas na academia, exercendo, deste modo, um papel de conector desta rede de relacionamento com as reais demandas da sociedade.

Mediante o modelo proposto aqui, onde a atuação multidisciplinar é inferida através do número de colaborações entre as áreas de conhecimento e os docentes, pode-se obter informações sobre o foco de atuação dos docentes e se este curso de pós-graduação está atingindo seus objetivos a fim de orientar com maior precisão a evolução dos estudos de pesquisa do MSG. Deste modo, permitindo-nos obter uma radiografia de quais as pesquisas que estão acontecendo e de como os seus docentes e discentes estão se movimentando internamente (SILVA; FIALHO e SARAGOÇA, 2013).

Observa-se a necessidade de estudar e ponderar as áreas de conhecimento e sua multidisciplinaridade, de modo que ações concretas possam ser tomadas tais como oferecer uma visão mais clara do planejamento institucional.

Abordando Gestão do Conhecimento, constante presença em qualquer área científica ou organizacional, foram encontrados vários trabalhos que foram produzidos com a intenção de identificar paradigmas de pesquisa em bibliotecas digitais. Uma vez mais a ARS se fez necessária, com a assistência dos softwares Ucinet e Netdraw, além da utilização de métodos de análise de co-palavras, análise e mapeamento de domínios de conhecimento como base teórica para construir a rede de palavras-chave de bibliotecas digitais numa biblioteca na China, apresentando o status quo do estudo e evolução em bibliotecas digitais na China (LIMEI; QINGPU, 2011).

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1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho desenvolve-se em 5 capítulos.

Capítulo 1, com sua Introdução, dá uma panorâmica da dissertação, definindo o tema, a situação problema, os objetivos da pesquisa e a delimitação do estudo justificando a escolha do assunto;

Capitulo 2, apresenta a revisão bibliográfica, um breve relato histórico sobre Redes Sociais, Análise de Redes Sociais conceitos e formatos, Nuvem de Palavras e sua definição, além de abordar Gestão do Conhecimento que é parte integrante do trabalho e, não poderia em nenhum momento, ser dissociada do estudo, com citações dos principais pesquisadores do assunto. Ainda nesta etapa, explicita-se a escolha da abordagem da Análise de Redes Sociais (ARS) esclarecendo o foco da investigação cujo objetivo é demonstrar a contribuição da aplicação de uma sistemática da ARS em uma IFES possibilitando descortinar “clusters” de conhecimento versus docentes e discentes em um curso de pós-graduação de Mestrado em Sistemas de Gestão do LATEC da Universidade Federal Fluminense.

Capítulo 3, onde descreve-se a metodologia adotada para a elaboração do trabalho, o desenvolvimento da pesquisa com a especificação dos procedimentos, revisão bibliográfica/ bibliometria, construção da base de dados e definição de ferramentas utilizadas.

Capítulo 4, onde se procede ao tratamento e a interpretação dos resultados gerais e atributos particulares, resumindo as lições aprendidas com o desenvolvimento do trabalho e o conhecimento adquirido.

Capítulo 5, cuja consolidação desta pesquisa e consequente aprendizagem alcançada, contempla conclusões gerais e suas implicações acadêmicas e empresariais além de recomendações para investigações futuras.

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25 2 REVISÃO DA LITERATURA

O presente capítulo apresenta uma revisão bibliográfica sobre os conceitos, definições e práticas das Redes Sociais, Análise de Redes Sociais, Nuvem de Palavras e Gestão do Conhecimento, baseada em autores reconhecidos nestes temas e em artigos pesquisados relevantes e atuais, complementada por dissertações e algumas poucas pesquisas na Web.

2.1 REDES SOCIAIS

Aprofundando o tema, constata-se que, desde os primórdios, redes já eram manifestação de construção de conhecimento coletivo. As redes das organizações sociais são anteriores às eletrônicas. Observando narrativas históricas, as primeiras redes científicas começaram a organizar-se há cerca de 200 anos atrás (STOCKINGER, 2002).

Segundo Bastos (2001), antes, os “colégios invisíveis” alimentavam redes científicas para a produção de conhecimentos através da troca de cartas e encontros periódicos. Com o advento da internet, para agregar pesquisadores em todo o mundo, atualmente, estas comunidades assumem a forma de “colégios invisíveis eletrônicos”. Um dos primeiros a utilizar a metáfora da teia é Georg Simmel em 1964 na sua obra “The web of group affiliations”.

De acordo com Loyola e Moura (1997) etimologicamente, a palavra rede deriva do latim (retis) e significa “entrelaçamento de fios, cordas, cordéis, arames com aberturas regulares fixadas por malhas, formando uma espécie de tecido”. Partindo da percepção de estrutura reticulada e entrelaçamento, esta palavra foi ganhando, ao longo do tempo, novas significações e interpretações progressivamente interdisciplinares.

O termo rede denota técnico operacionalmente, a ideia de fluxo, de circulação. Deste conceito observam-se duas classes de rede: a mais comum caracterizada pelo fluxo unidirecional, com pontos de origem e de destino definidos como, por exº rede de energia elétrica, e de TV. E o outro, mais recente, formado pela interconexão entre pontos que caracterizam redes multidirecionais onde os fluxos transitam sem que haja um centro propulsor e percorrem as malhas ou nós.

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Esta noção de fluxo é explorada na obra de Castells (1999) para demonstrar como o espaço de lugares na organização de nossa vida cotidiana está se transformando em espaços de fluxos onde se inserem as redes.

Ainda de acordo com Castells (1999, p.498) redes, na era da informação, nada mais são que um conjunto de nós interconectados, ou seja: “Redes são estruturas abertas capazes de expansão de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro dela própria, i. é desde que compartilhem os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou objetivos de conhecimento, interesses). Uma estrutura social baseada em redes é um sistema aberto, altamente dinâmico, susceptível de inovação sem ameaças ao seu equilíbrio”.

Moura (1997, p.67) ao abordar a rede multidirecional que privilegia a igualdade e complementaridade entre as partes que são reforçadas pela regularidade entre as malhas que não apresentam a presença de um ponto central ou fonte propulsora, ressalta não só a importância de cada nó, mas de cada linha também, demonstrando como as relações igualitárias permitem a expansão: “Cada nó do tecido é estratégico, é fundamental para o todo, mas eles só formam o tecido quando ligados entre si pelas linhas. Não há, portanto, diferença entre os nós e as linhas. Além disso, como encarnam em si as ideias de origem e de destino, os nós limitam e ao mesmo tempo, são pontos a partir dos quais a rede se expande. A transformação da rede se dá apenas, pela expansão. Por isto, não há, diferenças hierárquicas entre linhas e nós. Só há diferenças de função entre eles – ligação e sustentação, respectivamente – para formar o tecido”.

Na ótica de Baum, Rowley e Shipilov (2004), as redes estão presentes por todos os lados e impelem as pessoas a participar de várias delas a cada minuto, mesmo que inconscientemente. Eles descrevem uma rede social como um conjunto ou grupos de indivíduos ou organizações ligadas por pessoas que se conhecem, por amizade, alianças políticas, colaboração profissional, ou relações de negócios. Crescentemente, as tecnologias e as instituições sociais, das quais as pessoas dependem, vêm se organizando explicitamente segundo a configuração de redes.

As redes são descritas como um conjunto de nós ou vértices que são ligados por arestas (conexões, ligações ou links) pertinentes a algum tipo de interação (NEWMAN, 2003). No caso de uma rede social, o vértice ou nó pode ser denominado de ator ou entidade social, que é o elemento básico de uma rede. Interpreta-se como ator qualquer entidade existente no contexto social. São exemplos de vértices ou nós,

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uma pessoa, uma organização, um grupo, um conceito, etc. Aresta, no contexto social, pode ser chamada de relação ou laço social, que representa um vínculo de relação específica entre dois vértices (atores) da rede. São exemplos de relações a amizade, o parentesco, uma área de conhecimento, etc. Uma Rede Social consiste de um conjunto finito de atores e as conexões existentes entre eles. Matematicamente, uma rede R = (N, E) é formada por um conjunto de N vértices, N = {n1, n2,..., nN}, e um conjunto de M arestas, E = {e1, e2,..., eM}.

2.1.2 Análise de Redes Sociais

A análise de redes sociais ou análise estrutural é uma ferramenta metodológica com sustentação teórica que nos faculta o conhecimento das interações entre indivíduos, grupos ou organizações com base em dados quantitativos apesar de os dados qualitativos serem essenciais para desenvolver a percepção das relações entre os atores. Esses dados viabilizam a sua representação através de grafos, sociogramas ou rede. Esta visualização oferece-nos uma imagem radiográfica do cenário de determinada situação sendo esta uma das grandes contribuições da ARS para o conhecimento (SILVA; FIALHO; SARAGOÇA, 2013).

De acordo com Smelser e Swedberg (1994), a análise de redes atualmente ocupa um lugar central na Sociologia Econômica, uma vez que geram e estruturam mercados, criam rotas para fontes de informações e demais recursos necessários à instituição.

Loyola e Moura, (1996), discorre, nas abordagens mais recentes de redes, que o conceito de redes vem sendo empregado como uma metáfora para ocorrências nos campos da ação pública, dos movimentos sociais, na economia, entre outros, seja como um indicador de novos modos de interação entre organizações, seja como uma ferramenta de análise.

Ainda segundo Baum, Rowley e Shipilov (2004), uma rede é basicamente algo que pode ser representado por um grafo: um conjunto de pontos (também nós, vértices, ou atores no jargão sociológico), conectados por laços reproduzindo alguma relação qualitativa. Os nós são pessoas ou grupos de pessoas com algum padrão de interação entre eles.

De acordo com Rapoport e Horvath (1961), a rede vista como um conjunto de conexões entre elementos pode ser utilizada para descrever pessoas e laços de

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amizade; computadores e linhas de comunicação (FALOUTSOS; FALOUTSOS; FALOUTSOS, 1999); elementos e reações químicas (JEONG et al. 2000; WAGNER; FELL, 2001); artigos científicos e citações (PRICE, 1965; REDNER, 1998). Por este motivo, esta gama considerável de utilizações diferentes da teoria dos grafos torna difícil generalizá-la a uma área de interesse, transformando-a numa poderosa ferramenta de análise. Uma consequência disso tem-se refletido nas extensões da teoria dos grafos para áreas que vão além da matemática que é a sua origem.

Encontram-se trabalhos com aplicação da teoria de grafos para áreas de conhecimento correlatas com Engenharia (AHUJA et al.,1993); Pesquisa Operacional (NAGURNEY; AHAO, 1993); Ciência da Computação (LINCOLN, 1996) e nas Ciências Sociais como em Sociologia e Antropologia (WASSERMAN; FAUST,1994; DEGENNE; FORSÉ, 1999; SCOTT, 2000).

A Análise de Redes sociais é retratada como uma ferramenta de estudo dos grupos sociais em geral, uma métrica de aferição das relações, vínculos e intercomunicações, como constituintes da estrutura social (MENEGHELLI, 2009)

Marteleto (2001) parte da suposição de que as interações propiciam e facilitam a intercomunicação entre atores tais como, indivíduos com objetivos e motivações comuns, instituições, associações, corporações, organizações, etc. A Análise de Redes Sociais é uma sistemática qualitativa e quantitativa que permite estruturar desenhando as interligações oscilantes e os elementos de interconexão e analisar paradigmas de relacionamento com base no fluxo da comunicação.

Via de regra, a análise de redes sociais trata de analisar, não indivíduos isolados, mas suas conexões em uma coletividade. A intenção primordial é ilustrar a ocorrência de diferentes estruturas e como essas estruturas interferem ou não nos comportamentos dos atores (BALANCIERI, 2004).

Wasserman e Faust (1994, p.4) indicam quatro pontos importantes sobre a análise de redes sociais:

• Os atores e suas ações são vistos como interdependentes ao invés de independentes ou unidades autônomas;

• As relações entre os atores são canais para transferir ou fluir recursos, sejam materiais ou imateriais;

• Modelos de redes focalizam visões individuais do ambiente estrutural da rede, assim como fornecem oportunidades ou restrições sobre as ações individuais;

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• Modelos de redes descrevem estruturas (sociais, econômicas, políticas, etc.) como os últimos padrões de relações entre os atores.

A análise de redes sociais não usa como unidade de análise o ator individual que faz parte da rede em estudo, mas a coleção de atores e as suas relações. Para Wasserman e Faust (1994), os padrões de relações entre os atores são denominadas de estruturas. Isto é, o objeto de análise das redes sociais é estudar estas estruturas, seus impactos e evolução.

De acordo com Marteleto (2005), num ambiente organizacional, a comunicação é indispensável para se ter acesso ao outro, constituindo-se como um meio de integrar as diferentes partes da organização, de modo que estas consigam cumprir a sua finalidade como um conjunto. Assim, a utilização da análise de redes sociais em organizações, tem sido objeto de inúmeros trabalhos nas mais diversas áreas científicas, já que esta orienta a organização informal, revelando como a comunicação e a troca de informações acontece de fato, dentro da organização.

A análise de Redes Sociais é um tipo de análise de dados diferente dos métodos tradicionais de análise. A ARS auxilia os pesquisadores dando-lhes subsídios para a descrição de fenômenos empíricos onde são privilegiadas as interações entre atores e eventos de um determinado contexto social, seja político, afetivo, profissional etc. (RODRIGUEZ; AZEVEDO, 2010).

Os instrumentos de Análise de Redes Sociais asseguram não somente a apresentação das redes hierárquicas formais. Estas ferramentas investigam, também, quem labora onde e quem se reporta a quem, apresentando o mapeamento dos contatos gerais entre os indivíduos e as informações entre eles compartidas.

Para Wasserman e Faust (1994), as redes sociais e os seus métodos de analise vêm sendo crescentemente utilizados na comunidade científica para estudar e analisar relações entre entidades sociais, seus padrões e inferências desses relacionamentos.

A análise de redes sociais vem construindo um novo paradigma nas pesquisas da estrutura social. Deixa-se de valorizar, primordialmente, os atributos individuais (classe social, gênero, idade...) para dar relevância ao conjunto de relações que os indivíduos estabelecem, nas suas interações, entre eles próprios e até entre a sociedade, influenciando em suas escolhas e comportamento (MARTELETO, 2005).

A ARS permite a apuração em níveis distintos, do micro ao macro, do ator para a organização, ou de grupos de atores ou grupos de interesses para comunidades e

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nações. Situa-se no campo da epistemologia, isto é, daquelas teorias que buscam dar uma explicação geral para os fenômenos.

Este estudo também pode facilitar a demonstração de quanto as dissertações, devidamente identificadas, poderão ser um formato dominante de fontes com trabalhos relacionados a assuntos determinados. A análise poderá ser considerada um método eficiente para medir relações e vínculos não obstante, também auxiliar na produção científica de artigos e revistas. Poderá ajudar a sintetizar conceitos ou pensamentos sobre os trabalhos existentes por campos previamente separados e organizados apontando documentos centrais ou periféricos dentro de um tema específico (MING-YUEH; TUNG-MEI; MING-HSIN, 2016).

O referencial teórico tem como base principal a Teoria das Redes com o

approach da Análise de Redes Sociais e como sustentáculos secundários a inovação,

o desenvolvimento institucional e a auto-organização. A base principal é fundamentalmente o enfoque estrutural e os outros sustentáculos integram ao estudo a dimensão social e a organizacional (BASTO, 2007).

A perspectiva de formalização matemática do fenômeno das redes sociais constata-se no conceito de grafos introduzido pelo matemático Leonhard Paul Euler no século XVIII (ALBERT; BARABÁSI, 2002; NEWMAN, 2003). Um grafo é um conjunto de pontos, chamados vértices (ou nodos), conectados por linhas, chamadas de arestas (ou arcos); um grafo é a representação de uma rede através de pontos e linhas.

A análise da Rede Social Acadêmica Brasileira produzida a partir de dados dos Currículos Lattes é uma atividade importante e desafiadora (MENA-CHALCO et al., 2014).

Sitko-Lutek et al. (2010), apontam o potencial das aplicações da ARS no fortalecimento de um sistema de gerenciamento de qualidade (ISO 9001: 2008). Ou seja, a ARS, devido às suas aplicações flexíveis, pode emergir como uma ferramenta de gerenciamento importante, também, na área de gerenciamento de qualidade.

Na prática, o especialista em ARS pode utilizar uma combinação das diversas medidas de rede a partir do problema empírico estudado, tais como densidade, centralidade, centralização, intermediação, proximidade, aglomeração, grau de Bonacich que indica a qualidade das conexões (quanto mais alto for o nível de Bonacich de um ator, mais prestígio e poder ele terá dentro da rede, uma vez que a

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qualidade de suas conexões é alta), etc. No capítulo onde os resultados são discutidos, são apresentadas algumas medidas de ARS (FREEMAN, 1978; WASSERMAN; FAUST, 1994).

Segundo Yun Lu et al. (2017), a centralidade da rede é uma métrica importante que pode ser derivada da ARS. Existem várias diferentes medidas de centralidade da rede, mas para a análise das dissertações que demonstram grupos relacionados de conhecimento, este tipo de centralidade (FREEMAN,1977) é de relevante interesse. A centralidade é a medida da frequência com que um nó é localizado no caminho mais curto entre todos os outros nós na rede.

Silva e Saraiva (2015) sugerem que, tendo em vista a multiplicidade de conhecimentos, métricas e ferramentas computacionais disponíveis na área de ARS, vale a pena se apropriar desses recursos para aplicação em outros domínios, tornando-se um campo fértil para a experimentação científica. Atualmente, ainda não se dispõe de um instrumental metodológico sistematizado para orientar os pesquisadores em estudos com redes de Interação, direcionando passos e ações a seguir na condução da aplicação desses recursos de ARS na área de biodiversidade, por exemplo.

Antes de definir qual o software da ARS mais adequado a utilizar neste trabalho e, para facilitar esta escolha, foi pesquisado sobre as características mais relevantes dos principais softwares existentes no mercado, atualmente, de acordo com Rodriguez y Rodriguez e Azevedo (2010b) conforme quadro 1 a seguir.

Quadro1 – Resumo dos principais softwares existentes no mercado

SOFTWARE CARACTERÍSTICAS

Cfinder Software free utilizado para visualizar sobreposição e grupos densos de nós em redes;

Graph Viz Software open source de visualização gráfica. Possui vários programas de layout gráfico com interface gráfica para a web;

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Guess Sofware que utiliza ferramenta de análise exploratória de dados, de visualização de gráficos e redes. Este sistema possui uma linguagem de domínio específico chamado Gython embutido;

Inde Flow – software de análise de redes capaz de executar análise de visualização de

rede em um único produto integrado;

Jung Software (Java Universal Network) formado por uma biblioteca de softwares que fornece uma linguagem comum e extensível para a modelagem, análise e visualização de dados que pode ser representado como um gráfico ou rede;

MultiNet Software de análise de dados que pode ser usado para dados normais (uma linha de dados para cada caso) e para a rede de dados;

NetDraw Software free para visualização de dados de redes sociais. As imagens podem ser gravadas em metalife, JPG, GIF e bitmap. Este programa lê arquivos do sistema Ucinet sendo capaz de ler ficheiros criados no Ucinet.. Programa utilizado para ilustrar Redes Sociais, usa diferentes tipos de algoritmos para criar gráficos a duas e a três dimensões;

Netminer Software desenvolvido para análise e visualização de dados de rede. Permite explorar os dados de uma rede visual e interativa e detectar padrões subjacentes e estruturas de rede;

SocNetV Software (Social Networks Visualizer) para análise e visualização de redes sociais. Permite a construção e exploração de redes de vários formatos tais como GraphViz, GraphML, Pajek, Ucinet, etc.);

Visone Software que propõe o desenvolvimento de modelos e algoritmos para integrar e promover a análise e visualização de redes sociais. Suporta a importação e a exportação de formatos tradicionais tais como Jpeg, Pdf, Svg e metalife para dados de rede social;

Yed Software free que utiliza um editor gráfico que pode ser usado para gerar desenhos e aplicar layouts para uma variedade de esquemas diferentes e redes. Trabalha com arquivos de diversos formatos, como Pdf, Swf, Svg, Jpg, Gif, Html, Bmp e suporta a incorporação de URLs;

Ucinet Software de análise de redes sociais desenvolvido por Steve Borgatti, Everett e Martin Freeman Lin. Este programa é distribuído pela Analytic Technologies. Trabalha em conjunto com o programa NetDraw para desenhar e visualizar diagramas de redes sociais. Este é um pacote completo para a análise de dados de rede social, pode ler e gravar uma infinidade de arquivos de texto formatado de forma diferente, e arquivos de excel. Inclui medidas de centralidade, subgrupo de identificação, análise de papel, a teoria dos grafos elementares e permutação baseada em análise estatística. Ademais, o pacote tem forte rotina de análise de matriz como a álgebra matricial e estatística multivariada. Fonte: adaptado de Rodriguez y Rodrigues e Azevedo, (2010b)

A Figura 1 apresenta um exemplo de Redes de fluxos unidirecionais que foi gerada pelo software Ucinet em conjunto com o netdraw.

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Figura 1 - Exemplo de grafo de Rede de fluxos unidirecionais

Fonte: autora - gerada pelo software Ucinet (2017)

No Quadro 2, a seguir, estão os termos e conceitos de redes de acordo com Borgatti et al. (2002).

Quadro 2 - Termos e conceitos de Redes

Rede Grupo de indivíduos que agrupada ou individualmente se relacionam com outros, com um propósito específico. As Redes podem ter poucos ou muitos atores de uma ou mais classes de relação entre eles. (figuras 1 e 2 ).

Grafo Nome técnico do gráfico de Redes.

Nós ou Atores As pessoas ou grupos de indivíduos que se agrupam com um objetivo comum. (figuras 11 e 12 )

Tamanho da Rede A soma de todos os nós ou atores representa o tamanho da Rede. Vínculo Laços que existem entre dois ou mais nós. Os vínculos ou relações

representam-se com linhas.

Fluxo Indica a direção do vínculo. Os fluxos são representados com uma seta que indica o sentido do fluxo .

Fluxos mútuos ou bidirecionais

São fluxos que contêm setas em ambos os sentidos.  Fluxos dirigidos ou

unidirecionais

Fluxo cuja direção só contém um sentido.  Nó solto Nó ou ator que não tem qualquer tipo de fluxo.

Matriz Conjunto retangular de elementos dispostos em linhas horizontais e verticais (filas e colunas, normalmente construídos no excel).

Matriz quadrada Que contém o mesmo número de filas e colunas.

Matriz simétrica Onde as relações entre os nós se dão de maneira bidirecional.

Matriz idêntica Que contém o mesmo nome e número de atores tanto nas filas como nas colunas.

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34 NetDraw Programa utilizado para ilustrar Redes Sociais. Usa diferentes tipos de

algoritmos para criar gráficos a duas e a três dimensões. É capaz de ler ficheiros criados no Ucinet. Os gráficos que cria podem ser guardados em diferentes formatos (BMP, WMF, JPG).

Atributos Características dos nós que permitem identificar cada ator ou grupo de atores dentro de uma Rede (idade, gênero, profissão, interesses, áreas de conhecimento, etc.).

Caminhos geodésicos

Distância (número de vínculos) entre um nó e outro. Fonte: autora, inspirado em Borgatti et al., 2002

A Figura 2 apresenta um exemplo de Redes de fluxos unidirecionais e bidirecionais que foi gerada pelo software Ucinet em conjunto com o netdraw.

Figura 2 - Exemplo de grafo de Rede com fluxos unidirecionais e bidirecionais

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2.2 NUVEM DE PALAVRAS

De acordo com Favaretto e Rezende (2017), a nuvem de palavras serve para identificar as palavras mais frequentes e influentes nos documentos dos acervos pesquisados e podem refletir, em grande parte, a essência do seu conteúdo.

Nuvem de Palavras (word cloud) é um gráfico digital que demonstra o grau de frequência das palavras em um texto. Quanto mais a palavra é usada, mais vistosa é a representação dessa palavra no gráfico. As palavras aparecem em fontes de vários tamanhos e em diferentes cores, indicando o que é mais relevante e o que é menos relevante no contexto. Esse recurso pode ser utilizado em várias situações de interpretação e produção de textos.

Para auxiliar na seleção do software mais adequado a aplicar neste trabalho, foram realizadas pesquisas sobre os principais softwares disponíveis no mercado:

Word Cloud Generator, Tagul, Wordle e Tagxedo que foi o software utilizado, neste

trabalho.

Observa-se na Figura 3 um exemplo de Nuvem de Palavras gerada pelo

software Tagxedo.

Fiigura 3 - exemplo de nuvem de palavras

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2.3 GESTÃO DO CONHECIMENTO

A Gestão do Conhecimento enquadra-se neste estudo se observarmos que, na era da valorização do capital intelectual, o principal objetivo é demonstrar, também, como a utilização de ferramentas estratégicas na ARS (análise de redes sociais), pode contribuir para o aumento do fluxo de informações e das conexões potencializando o processo decisório e a expansão do conhecimento dos indivíduos a ela interligados.

De acordo com Nonaka e Takeuchi (1997), o conhecimento pode ser classificado em conhecimento tácito e conhecimento explícito. O conhecimento tácito é físico, subjetivo, oriundo da experiência, inerente ao contexto e difícil de ser formalizado e transmitido. O conhecimento explícito pode ser construído e verbalizado, sendo fácil de organizar, armazenar e compartilhar em documentos e sistemas computacionais. Assim, o conhecimento tem se constituído em um importante fator de transformação social, e o principal elemento de geração de valor (DAVENPORT; PRUSAK, 2003).

Correlacionado ao conhecimento está a ocorrência das redes sociais, que atuam como agentes de constituição e propagação do conhecimento, por meio de múltiplas relações entre indivíduos, grupos e/ou organizações (TOMAÉL et al., 2005).

Atualmente, o conhecimento é o único ativo capaz de distinguir e diversificar as organizações (NONAKA; TAKEUCHI, 1997). Organizações fortes em conhecimento são aquelas que concedem ao mercado a utilização do conhecimento aprimorado e /ou produtos (bens ou serviços) fundamentados no conhecimento (ALVESSON, 2004).

A organização baseada no conhecimento torna-se singular por ser capaz de aprender e inovar constantemente (CHOO, 2003). Nesta nova prática de relações sociais, a interação e a comunicação tornam-se parte do transcurso da construção do conhecimento e, assim sendo, as organizações passam a oferecer ambientes de criação de conhecimento, que propiciam a interação entre seus membros e o compartilhamento de informações.

As acentuadas transformações que estão acontecendo no mundo moderno, estão de alguma forma ligadas ao conceito das Redes Sociais (UGARTE, 2007). Especialmente nas instituições, o pensamento de redes sociais vêm ocupando lugar nas análises da gestão do conhecimento.

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Para Sveiby (1998), a estruturação do conhecimento na conjuntura organizacional se dá, outrossim, a partir das redes sociais que se atribuem aos liames firmados pelos indivíduos dentro da organização. Consequentemente, as redes sociais podem desenvolver-se por meio de relações de trabalho, de amizade ou simplesmente de interesses em comum, podendo até, exceder os limites organizacionais, estendendo-se para o ambiente externo à organização. Destarte, muitas aplicações de análise de redes sociais têm sido utilizadas de múltiplas formas na área de Gestão do Conhecimento, tais como: aplicação de análise de redes sociais em diagnósticos de gestão do conhecimento; em gestão de mudanças; em comunidades de práticas e gestão de competências, etc. (GUIMARÃES; MELO, 2005).

De acordo com Schreiber et al. (2000) o Conhecimento, como engenharia, tem ajudado a área de ARS de diversas maneiras, pois, as Redes Sociais apresentam uma analogia bastante ilustrativa: do mesmo modo que a engenharia elétrica oferece teorias, métodos e técnicas para a construção de automóveis, a engenharia do conhecimento aparelha a ARS com metodologia científica para analisar e engenhar conhecimento. Os propósitos da área de Engenharia do Conhecimento englobam a pesquisa e o desenvolvimento de técnicas e ferramentas para sua formalização, codificação e gestão do conhecimento; mecanismos de análise da estrutura e metodologias coordenadas por profissionais em práticas de conhecimento intensivo; e pesquisa e desenvolvimento de sistemas de conhecimento. No universo atual, a Engenharia do Conhecimento oferece métodos para compreensão das estruturas e processos utilizados por usuários de conhecimento no domínio, incorporando tecnologia da informação no apoio à ARS. Assim sendo, o profissional do conhecimento atua entre tecnologia e gestão.

O tema Gestão do Conhecimento vem sendo amplamente abordado em várias áreas, mas especialmente nas organizações, desde o final da década de 1980 por autores como Nonaka e Takeuchi (1997), Davenport e Prusak (1998), Stewart (1998), Sveiby (1998), Terra (2000), Bukowitz e Williams (2002), entre outros. No Brasil, esse movimento de recognição, propagação, e aplicação do conhecimento às instituições acontece por meio de estudos desenvolvidos em universidades, pesquisadores como Fleury e Fleury (2001), Terra (2000) e Angeloni (2002) e organizações como a Sociedade Brasileira da Gestão do Conhecimento – SBGC.

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“Não basta, de fato, que cada um acumule no começo da vida uma determinada quantidade de conhecimentos de que possa abastecer-se indefinidamente. É antes, necessário estar à altura de aproveitar e explorar do começo ao fim da vida, todas as ocasiões de atualizar, aprofundar e enriquecer estes primeiros conhecimentos e de se adaptar a um mundo em mudança” (UNESCO, 1998, p.89).

Na opinião de Davenport e Prusak (1999), o conhecimento refere-se a uma mistura fluida de experiências condensadas, valores, informações contextuais e

insights experimentados por uma pessoa, a qual proporciona uma estrutura para a

avaliação e incorporação de novas experiências e informações.

Nonaka e Takeuchi (2004, p. 25) conceituam conhecimento organizacional como "a capacidade que uma empresa tem de criar conhecimento, disseminá-lo na organização e incorporá-lo a produtos, serviços e sistemas.” Consideram-no como um processo dinâmico realizado por pessoas, no qual a ação é enfatizada.

O processo da Gestão do Conhecimento nas organizações pode acontecer de modo similar a GC no ambiente de uma Instituição de Ensino Superior – IES, pois, pode ser compreendida como o processo de criação de um ambiente de ensino-aprendizagem, a partir da criatividade, do julgamento e do diálogo entre os indivíduos que na sociedade do conhecimento necessitam desenvolver a pro atividade, a flexibilidade, a multidisciplinaridade e a abertura para novos ensinamentos (SVEIBY, 1998).

Segundo Ribeiro e Rodriguez y Rodriguez (2016), no mundo corporativo há um interesse progressivo em Gestão de Conhecimento. A aptidão das empresas de reunir o conhecimento acumulado, metodizá-lo e transformá-lo numa vantagem competitiva, é hoje o grande desafio das empresas atuais inovadoras. Cada vez mais, as organizações são valorizadas por aquilo que sabem. Dominar a organização, sua cultura e como seus funcionários se relacionam formal ou informalmente, torna-se alicerçador para a criação de estratégias rumo a implantação de uma GC eficiente. O convívio formal é facilmente identificado nos organogramas de qualquer tipo de organização, não obstante, os relacionamentos informais são os que produzem sinergia significativa apesar de pouco explorados como forma de compartilhamento de conhecimento.

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