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Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais

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Turma Nacional de Uniformização dos

Juizados Especiais Federais

___________________________________________________________________________ Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal

Processo nº: 2006.72.95.000841-0

Origem: Seção Judiciária de Santa Catarina Requerente: Paulo Luiz Kleinert e Outros Advogado: Edson Flavio Cardoso

Requerida: Caixa Econômica Federal - CEF Advogado: Rodrigo Mello

Relator: Juiz Marcos Roberto Araújo dos Santos RELATÓRIO

Trata-se de Incidente de Uniformização de Lei Federal oposto por Paulo Luiz Kleinert e Outros em face da decisão proferida pela E. 1ª Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais de Santa Catarina, que, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso da parte autora, confirmando a r. sentença, a qual julgou improcedente o pedido formulado na petição inicial.

Sustenta a parte requerente que a decisão proferida pela 1ª Turma Recursal de Santa Catarina é divergente do entendimento adotado no âmbito do E. STJ, em razão de que afirmou que, existindo regra legal específica de correção dos depósitos fundiários para o mês de fevereiro de 1989, não há razão para aplicação de índice diverso, como pretendido pela parte autora, tampouco para a cumulação de índices, enquanto o entendimento majoritário no Pretório Excelso é no sentido de que, para o mês de fevereiro de 1989, as contas fundiárias têm direito reconhecido a aplicação do IPC, no percentual de 10,14%, como índice de correção monetária. Para embasar o pedido de uniformização, colaciona aos autos os Embargos de Divergência em REsp nº 352.411/PR.

À fl. 99 consta decisão negando seguimento ao pedido de uniformização.

Às fls. 101/102 a parte recorrente apresentou embargos de declaração contra a decisão que inadmitiu o incidente.

À fl. 113 foi proferida decisão recebendo os embargos de declaração como pedido de apreciação da admissibilidade do incidente pelo Presidente da Turma Nacional de Uniformização, nos termos do art. 5º, inciso V e art. 9º, § 3º da Resolução nº 390/04 do Conselho da Justiça Federal.

À fl. 114 consta decisão da Presidência da Turma Nacional de Uniformização, reformando a decisão que negou seguimento ao presente incidente, submetendo-o à apreciação por esta Turma Nacional.

Tendo sido admitido o incidente, foram distribuídos os autos e vieram-me conclusos. É o breve relatório.

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___________________________________________________________________________ VOTO

Inicialmente, cumpre observar que é o caso de se admitir o presente incidente de uniformização, à luz do disposto no §2º do art. 14 da Lei nº 10.259/2001, que prevê a possibilidade de pedidos de uniformização de jurisprudência quando fundados em divergência entre decisões de Turmas Recursais de regiões distintas, como ora apresentado.

No caso em tela, o aresto citado como paradigma, qual seja, o voto proferido nos Embargos de Divergência no REsp nº 352.411/PR, trata de questão que guarda similitude fática e jurídica com a que ora se debate nestes autos, possuindo, portanto, o mesmo fundamento jurídico almejado pela parte autora no bojo deste incidente, qual seja, o reconhecimento da incidência do IPC para o mês de fevereiro de 1989, no percentual de 10,14%, como índice de correção monetária nas contas vinculadas do FGTS. Dessa forma, o paradigma trazido pelo requerente mostra-se hábil a ser sopesado ao caso sob análise com o intuito de demonstrar a divergência.

Quanto ao tema, permito-me fazer uma breve digressão, ressaltando o entendimento pessoal, no sentido de que, muito embora a aplicação dos créditos, relativos aos meses de dezembro/88, janeiro e fevereiro/89, tenha ocorrido conjuntamente, em 1º de março de 1989, a apuração do índice final correspondia à somatória dos índices utilizados para a atualização dos depósitos em caderneta de poupança, os quais eram apurados mensalmente, sendo possível, portanto, a identificação individualizada de cada um dos índices integrantes do cálculo.

A problemática a ser analisada, entretanto, surge a partir da edição da Medida Provisória nº 32, de 15 de janeiro de 1989 (convertida na Lei nº 7.730/89), que instituiu o cruzado novo, extinguiu a OTN e determinou que os saldos das cadernetas de poupança seriam atualizados no mês de fevereiro de 1989 pelo índice LFT (Letra Financeira do Tesouro Nacional), apurado em janeiro de 1989, não fazendo menção expressa ao FGTS.

Essa Medida Provisória nº 32, só aludiu às cadernetas de poupança, sendo omissa sobre a atualização dos saldos das contas do FGTS, que, assim, com a extinção da OTN, ficou sem índice de atualização para o mês de janeiro de 1989, lacuna que só foi suprida pela Medida Provisória nº 38/89, de 03 de fevereiro de 1989 (convertida na Lei nº 7.738/89) que estabeleceu que a atualização desses saldos deveria dar-se da mesma forma que a utilizada para as cadernetas de poupança.

Portanto, tendo ficado sem índice de atualização dos saldos das contas do FGTS para o mês de janeiro de 1989, essa lacuna foi preenchida pela jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça que se firmou no sentido de que o índice a ser aplicado para esse mês seria o de 42,72%, referente ao valor do IPC (70,28% para 51 dias) proporcional ao período de 31 dias correspondente ao citado mês de janeiro.

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___________________________________________________________________________ Já quanto ao mês de fevereiro, tem-se que, com a edição da MP nº 32/89, de 15.01.89, posteriormente convertida na Lei nº 7.730/89, a OTN veio a ser extinta, tendo sido estabelecido, como já referido, um novo critério de aferição dos rendimentos das Cadernetas de Poupança:

"Art. 17. Os saldos das Cadernetas de Poupança serão atualizados:

I - no mês de fevereiro de 1989, com base no rendimento acumulado da Letra Financeira do Tesouro Nacional - LFT verificado no mês de janeiro de 1989, deduzido o percentual fixo de 0,5 (meio por cento);

II - nos meses de março e abril de 1989, com base no rendimento acumulado da Letra Financeira do Tesouro - LFT deduzido o percentual fixo de 0,5% (meio por cento), ou da variação do INPC, verificados no mês anterior, prevalecendo o maior."

Logo a seguir foi baixada a Medida Provisória nº 38, de 03/02/89 (convertida na Lei nº 7.738, de 9 de março de 1.989), a qual dispõe, complementando a MP nº 32/89, verbis:

"Art. 6º. A partir de fevereiro de 1989, serão atualizados monetariamente pelos mesmos índices que forem utilizados para atualização dos saldos dos depósitos de poupança:

I - os saldos das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, mantida a periodicidade trimestral."

Como a Medida Provisória nº 32 foi publicada em 16/01/1989, plenamente aplicáveis as suas disposições aos saldos existentes em fevereiro de 1989, que receberam crédito de atualização correspondente à variação da LFT – Letra Financeira do Tesouro, no dia 1º de março de 1989.

Com base nos dispositivos legais supratranscritos, verifica-se que o indexador utilizado oficialmente para correção das contas vinculadas do FGTS em fevereiro de 1989 era a LFT, o qual, na época, foi fixado no percentual de 18,35%, portanto, superior ao percentual de 10,14% pleiteado pela parte Autora.

Assim, como já salientado anteriormente, o entendimento pessoal deste relator é no sentido de que, tendo em vista a existência de norma expressa em relação ao mês de fevereiro de 1989, e considerando a natureza institucional do FGTS, é aplicável o índice legal, sem haver direito ao expurgo pleiteado de 10,14% e, dessa forma, não haveria que se falar em ilegalidade ou inconstitucionalidade, decorrentes da aplicação da LFT – Letra Financeira do Tesouro como índice de atualização relativo ao mês de fevereiro de 1989.

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___________________________________________________________________________ Todavia, quanto ao tema, cabe, ainda, trazer a lume os recentíssimos julgados da Segunda Turma do E. STJ, a qual pacificou a questão no sentido em que guerreia o requerente e em consonância com o posicionamento adotado pela Primeira Seção da referida Corte. Veja-se:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO CONFIGURADA. FGTS. CORREÇÃO DOS DEPÓSITOS. ÍNDICES REFERENTES A JANEIRO/91 E FEVEREIRO/89.

1. Configurada a contradição, impõe-se o acolhimento dos Embargos de Declaração para saneá-la, em integração ao julgado.

2. Os índices aplicáveis na atualização dos depósitos fundiários nos meses de fevereiro de 1989 e janeiro de 1991 são, respectivamente, de 10,14% (IPC) e 13,69% (IPC), consoante jurisprudência sedimentada do STF e desta Corte. Hipótese em que, relativamente

ao índice do mês de fevereiro de 1989, o acórdão recorrido deu solução correta e integral, com lastro em fundamento suficiente e na consonância do entendimento pacificado no Tribunal, não configura omissão, obscuridade ou contradição. (grifei)

3. Embargos de Declaração parcialmente acolhidos.

(EDcl no REsp 801052 / RN ; EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL 2005/0199024-8, Relator(a) Ministro HERMAN BENJAMIN (1132) Órgão Julgador - 2ª Turma, Data do Julgamento 19/10/2006, DJ 15.02.2007 p. 227)

FGTS. CONTAS VINCULADAS. LEGITIMIDADE PASSIVA DA CEF. SÚMULA N. 249/STJ. PRESCRIÇÃO TRINTENÁRIA. SÚMULA N. 210/STJ. DESNECESSIDADE DE JUNTADA DE EXTRATOS. CORREÇÃO MONETÁRIA. ÍNDICES APLICÁVEIS. ÍNDICE DE FEVEREIRO/89. PERCENTUAL 10,14% (IPC). INCIDÊNCIA. MATÉRIA APRECIADA PELO COLENDO STF. SÚMULA N. 252/STJ. JUROS DE MORA DE 0,5% AO MÊS. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. RECURSOS PARCIALMENTE PROVIDOS.

1. Consoante enunciado da Súmula n. 249/STJ, nas demandas que versam sobre a atualização monetária dos saldos de contas vinculadas do FGTS, a legitimidade passiva ad causam é exclusiva da Caixa Econômica Federal, com a exclusão da União e dos bancos depositários.

2. "A ação de cobrança das Contribuições para o FGTS prescreve em (30) trinta anos" (Súmula n. 210/STJ).

3.Os extratos das contas vinculadas não são documentos indispensáveis à propositura da ação, podendo sua ausência ser

suprida por outras provas.

4. Os índices de reajuste da conta vinculada para os meses de junho e julho de 1990 e março de 1991 devem adequar-se ao posicionamento adotado pelo Supremo Tribunal Federal para os meses em que vigoraram os Planos Collor I e II, conforme orientação firmada pela

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___________________________________________________________________________ Primeira Seção desta Corte no julgamento, em 27.5.2002, do Recurso Especial n. 282.201/AL, da relatoria do Ministro Franciulli Netto. Portanto, com relação às perdas de junho/90, julho/90 e março/91, os saldos das contas do FGTS devem ser corrigidos, respectivamente, em 9,61% (BTN), 10,79% (BTN) e 8,5% (TR).

5. A jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que o índice de correção monetária dos saldos das contas de FGTS aplicável ao mês de fevereiro de 1989 é o IPC, no percentual de 10,14%. (grifei)

6. Os juros de mora são devidos à base de 0,5% (meio por cento) ao mês, a partir da citação, independentemente de ter ocorrido o levantamento ou a disponibilização dos saldos antes do cumprimento da decisão.

7. Recursos especiais parcialmente providos.

(REsp 824266 / SP ; RECURSO ESPECIAL 2006/0042480-4 Relator(a) Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (1123) Órgão Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 05/12/2006 Data da Publicação/Fonte DJ 06.02.2007 p. 291)

ADMINISTRATIVO – RECURSO ESPECIAL – FGTS – EXPURGOS INFLACIONÁRIOS.

1. As Turmas da Primeira Seção são acordes quanto à aplicação do índice de 10,14% (fevereiro/89), decorrente da interpretação dada por esta Corte quanto ao expurgo de janeiro/89 (REsp 43.055-0/SP). (grifei)

2. Seguindo orientação do STF, o STJ, a partir do julgamento do Resp 282.201/AL, vem decidindo pela aplicação do BTNf em junho e julho/90 e da TR em março/91.

3. Inexistência de direito à diferença de correção monetária relativamente aos meses de julho/90 e março/91.

4. Recurso especial provido.

(Relator(a) Ministra ELIANA CALMON (1114) Órgão Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 20/06/2006 Data da Publicação/Fonte DJ 29.06.2006 p. 192)

FGTS. CORREÇÃO MONETÁRIA. ÍNDICES APLICÁVEIS. PRECEDENTES DO STF E STJ. SÚMULA 252-STJ.

- Os índices aplicáveis na atualização dos depósitos nos meses de junho/87, janeiro/89, abril-maio/90 e fevereiro/91, são, respectivamente, 18,02% (LBC), 42,72%, 44,80% (IPC), 5,38% (BTN) E 7% (TR), consoante Jurisprudência do Pretório Excelso e entendimento consolidado nesta Corte através da Súmula 252-STJ. - Pacificou-se o entendimento do STJ quanto à inclusão do índice do IPC no mês de março/90 na atualização dos depósitos das contas vinculadas, devendo a sua efetiva aplicação ser verificada em sede de execução.

- A aplicação do índice de 10,14% no mês de fevereiro/89 (IPC) é um reflexo lógico e necessário, em conseqüência da redução do índice incidente no mês de janeiro/89, por isso que aplicado o

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critério "pro rata die", a partir da decisão majoritária da eg. Corte Especial deste STJ (REsp 43.055-0/SP, DJ de 20/02/95) (grifei)

- Nos meses de junho/90, julho/90, janeiro/91 e março/91, não é aplicável o índice do IPC, mas os determinados na lei vigente e aplicados pela Caixa Econômica Federal.

- Recurso conhecido e parcialmente provido.

(REsp 783121 / RJ ; RECURSO ESPECIAL 2005/0156376-3 Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS (1094 ) T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 20/10/2005 DJ 13.02.2006 p. 780)

“1. A jurisprudência predominante no STJ é no sentido de que a correção monetária de fevereiro de 1989 nas contas vinculadas ao FGTS deve ser calculada com base na variação do IPC (10,14%).

Considerando que o crédito efetuado pela CEF foi de 18,35%, apurado com base na LFT (art. 6º da Lei 7.789/89; art. 17, I da Lei 7.730/89), o valor creditado a maior deve, segundo a jurisprudência do STJ, ser abatido das diferenças devidas nos outros meses do trimestre (Embargos Declaratórios no REsp 581.855, 2ª Turma, Min.

Eliana Calmon, DJ de 01.07.05; Embargos de Declaração no EREsp 352.411, 1ª Seção, Min. José Delgado, DJ de 12.06.06). Todavia,

considerando isoladamente o mês de fevereiro de 1989, nenhuma diferença é devida a tal título.” (Grifei).

(RESP 911871/PB Primeira Turma Data da decisão: 19/06/2007 Teori Albino Zavascki).

Nessa esteira, resta forçoso que se reconheça a devida demonstração da divergência, sendo que, a tese defendida pela parte recorrente encontra respaldo no entendimento dominante do Pretório Excelso.

Com efeito, a parte requerente logrou demonstrar devidamente a existência de dissídio jurisprudencial. Isso porque, a 1ª Turma Recursal de Santa Catarina, ao manter a decisão que declarou improcedente a demanda, manifestou entendimento diverso do preconizado pelo E. STJ, o qual tem decidido no sentido de que o índice de correção monetária dos saldos das contas de FGTS aplicável ao mês de fevereiro de 1989 é o IPC, no percentual de 10,14%.

Entretanto, tem-se que, no caso concreto, nenhuma diferença é devida, a título de correção monetária dos depósitos do FGTS no mês de fevereiro/89, pois, como considerou o Acórdão impugnado (vide sentença das fls. 59/63), o autor pretende a acumulação do IPC (10,14%) com o índice apurado com base na LFT (18,35% - art. 6º da Lei 7.789/89), já aplicado pela CEF.

Nesse sentido, destaco o seguinte excerto da última ementa acima transcrita:

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___________________________________________________________________________ “Considerando que o crédito efetuado pela CEF foi de 18,35%, apurado com base na LFT (art. 6º da Lei 7.789/89; art. 17, I da Lei 7.730/89), o valor creditado a maior deve, segundo a jurisprudência do STJ, ser abatido das diferenças devidas nos outros meses do trimestre (Embargos Declaratórios no REsp 581.855, 2ª Turma, Min. Eliana Calmon, DJ de 01.07.05; Embargos de Declaração no EREsp 352.411, 1ª Seção, Min. José Delgado, DJ de 12.06.06). Todavia, considerando isoladamente o mês de fevereiro de 1989, nenhuma diferença é devida a tal título.” (Grifei).

(RESP 911871/PB Primeira Turma Data da decisão: 19/06/2007 Teori Albino Zavascki).

Neste ponto, portanto, o incidente não pode ser provido.

Por fim, quanto a insurgência relativa a condenação aos ônus sucumbenciais, trata-se de questão de direito processual, não estando abarcada, portanto, pelo disposto no §2º do art. 14 da Lei nº 10.259/2001, que prevê a possibilidade de pedidos de uniformização de jurisprudência quando fundados em contrariedade à súmula ou jurisprudência dominante do STJ, bem como, na existência de divergência entre decisões de Turmas Recursais de regiões distintas.

Ante o exposto, voto no sentido de conhecer do incidente e, no mérito, negar-lhe provimento.

É o voto.

Brasília, 13 de agosto de 2007.

MARCOS ROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS Juiz Federal Relator

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___________________________________________________________________________ Pedido de Uniformização de Interpretação de Lei Federal

Processo nº: 2006.72.95.000841-0

Origem: Seção Judiciária de Santa Catarina Requerente: Paulo Luiz Kleinert e Outros Advogado: Edson Flavio Cardoso

Requerida: Caixa Econômica Federal - CEF Advogado: Rodrigo Mello

Relator: Juiz Marcos Roberto Araújo dos Santos EMENTA

FGTS. CORREÇÃO MONETÁRIA. ÍNDICES APLICÁVEIS. FEVEREIRO DE 1989. PRECEDENTES DO STF E STJ. CONDENAÇÃO AOS ÔNUS SUCUMBENCIAIS.

I - Incidente de Uniformização conhecido e improvido, considerando que o crédito efetuado pela CEF foi de 18,35%, apurado com base na LFT (art. 6º da Lei 7.789/89; art. 17, I da Lei 7.730/89), o valor creditado a maior deve, segundo a jurisprudência do STJ, ser abatido das diferenças devidas nos outros meses do trimestre (Embargos Declaratórios no REsp 581.855, 2ª Turma, Min. Eliana Calmon, DJ de 01.07.05; Embargos de Declaração no EREsp 352.411, 1ª Seção, Min. José Delgado, DJ de 12.06.06). Todavia, considerando isoladamente o mês de fevereiro de 1989, nenhuma diferença é devida a tal título.

II – A insurgência relativa a condenação aos ônus de sucumbência, trata-se de questão de direito processual, não estando abarcada, portanto, pelo disposto no §2º do art. 14 da Lei nº 10.259/2001, que prevê a possibilidade de pedidos de uniformização de jurisprudência quando fundados em contrariedade à súmula ou jurisprudência dominante do STJ, bem como, na existência de divergência entre decisões de Turmas Recursais de regiões distintas.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência, por unanimidade, em conhecer do incidente e negar-lhe provimento.

Brasília, 13 de agosto de 2007.

MARCOS ROBERTO ARAÚJO DOS SANTOS Juiz Federal Relator

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