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Gestão Costeira do Estado do Rio de Janeiro:
da geografia marinha às ações
FLAVIA LINS-DE-BARROS
Laboratório de Geografia Marinha
Departamento de Geografia
UFRJ
1 2 3 4 5 6 7Variedade Ecológica e Ecossistêmica
REGIÃO NORTE FLUMINENSE
Fonte: Muehe e Lins-de-Barros (2017)
É um litoral caracterizado pela presença de falésias esculpidas nos depósitos do Grupo Barreiras. Ao atingir o flanco Norte
da
planície do rio Paraíba do Sul as falésias passam a ser precedidas
por um largo terraço de cristas de praia.
REGIÃO NORTE
FLUMINENSE
Planície Fluvio-Marinha do Paraíba do Sul
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Planície Holocênica (influência fluvial e marinha)
Planície Holocênica (influência fluvial e marinha)
Foz do Rio Paraíba do Sul Instabilidade
A mais forte erosão costeira do Brasil
8 metros por ano 183 casas destruídas
(Ribeiro et al., 2004)
DOMINGUEZ, J.M.L., BITTENCOURT, A.C.S.P. & MARTIN, L. (1981) Esquema Evolutivo da Sedimentação Quaternária nas Feições Deltaicas dos Rios São Francisco (SE/AL), Jequitinhonha (BA), Doce (ES) e Paraíba do Sul (RJ). Revista Brasileira de Geociências, 11(4): 227-237.
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Vulnerabilidade à erosão costeira muito elevada Elevada vulnerabilidade social mas baixa
densidade urbana
A mais importante região de exploração de Petróleo Crescimento urbano muito rápido
Desigualdade social
Erosão costeira severa pontual
1999 2008
Taxa média geométrica de crescimento demográfico entre 2000 e 2007 0 2 4 6 8 10 12
Rio das Ostras – Fortemente influenciada pela exploração do petróleo em Macaé
Elevada Vulnerabilidade à Erosão Costeira
2011
Brigitte Bardot - 1964
REGIÃO SUDESTE–
Região dos Lagos (Cordões Litorâneos) A mais importante regiãoturistica do estado
Arraial do Cabo
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Fonte: Muehe e Lins-de-Barros (2017)Cordões arenosos:
tendência de retrogradação estreita planície litorânea ausência de aporte fluvial
Erosão severa na linha de costa das praias expostas durante eventos extremos (ressacas)
Acelerado processo de urbanização: problemas ambientais e sociais
Danos diretos em ecossistemas pela ocupação urbana ou empreendimentos turísticos
Dunas e restingas Campos de dunas e costões rochosos
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Vejam esta paisagem em Maricá pela última vez!
Acaba de sair um Decreto Estadual aprovando a retirada da restinga (sim, é
APP...sim, o Decreto pode mandar suprimir APP) para que ali seja
instalado um resort!
Modelo Digital do Terreno da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
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Corcovado Sumaré Dois irmãos Pedra da Gávea Serra da Carioca Planície Costeira Praia de Copacabana (aterro na década de 1970)Engordamento artificial das praias
HISTÓRIA GEOMORFOLÓGICA DA PRAIA DE COPACABANA AO LONGO DO SÉCULO XX
• Média da largura da praia: 55 metros
• Largura no ponto mediano da praia: 61 metros
Fonte: Fotos retiradas pelo Renato Kowsmann (1970) Déc. 60
Características da praia antes da obra de engordamento
Trabalho de iniciação científica – Autora: Priscila Silva Laboratório de Geografia Marinha - UFRJ
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Zona de surfe larga
Durante...
• Características da areia colocada: grossa • Alargou em média 90 metros a mais
• Perda de sedimentos para a ante-praia • Ficando a média de 90 metros.
e Após a Obra
Antes
Ponto 01 Ponto 02 Ponto 03 nov/16 30,43 116,77 83,14 jan/17 30,53 135,7 103,87 mar/17 25,05 119,82 79,4 abr/17 31,23 132,04 80,19 mai/17 30,43 109,83 61,06 jun/17 14,66 133,84 78,57 jul/17 9,33 119,42 66,37 ago/17 32,15 117,52 65,45 set/17 24,96 115,63 46,13
Tabela com as larguras em metros dos perfis
Praia do Flamengo
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Praia da São Conrado
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Consequências da Ressaca de 2 de junho de 1999- Fonte: Acervo O Globo
Caderno 2 - Consequências da Ressaca de 2 de junho de 1999
-Fonte: Acervo O Globo
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Consequências da Ressaca de 6 de junho de 2010 - - Fonte: Acervo O
Globo Estado atual de parte do muro de São
Conrado- Fonte: Acervo Próprio
Praia do Leblon durante ressaca em outubro de 2016 – destruição dos
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33Figura 20 – Muro desaba pela 5ª vez em 3 de julho de 2008 – Fonte: Acervo O Globo
Praia da Macumba em Novembro de
Grandes investimentos econômicos
Estreita planície costeira devido à proximidade com a
Serra do Mar
REGIÃO SUDOESTE
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estado (Angra dos Reis) Desigualdade social
Urbanização desordenada (ocupação das escarpas montanhosas e costões rochosos)
Conflitos com populações tradicionais
High physical vulnerability to landslide
Elevada densidade urbana em areas de risco
ALGUMAS PREMISSAS FUNDAMENTAIS PARA A GESTÃO DAS ÁREAS COSTEIRAS Os problemas das cidades costeiras ultrapassam os típicos problemas urbanos vivenciados
por cidades não costeiras.
Além da maior concentração da população esta está submetida à enorme complexidade físico-ambiental que as expõe à diferentes tipos de risco
A fragilidade ambiental intrínseca das áreas costeiras somada a ocupação acelerada e desordenada do litoral torna os problemas ambientais extremamente graves. A valorização econômica e imobiliária de toda área costeira em função da concentração
de recursos e da exploração do turismo gera inúmeros conflitos de interesse A ausência de planejamento e gestão adequados deste espaço induzem à sua desvalorização, à medida que a diminuição da qualidade ambiental e de vida é percebida.
A GESTÃO COSTEIRA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: PROGRAMAS e AÇÕES
• PROJETO ORLA –MMA – SPU - MUNICÍPIOS
• QUALIDADE DAS PRAIAS -INEA
• ZEEC DA BAÍA DA ILHA GRANDE -INEA
• BAÍA DE GUANABARA – PDBG –ESTADO - CEDAE
• COMITÊS DE BACIA HIDROGRÁFICAS –AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS
• UNIDADES DE CONSERVAÇÃO COSTEIRAS E MARINHAS –ESTADUAIS E FEDERAIS
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Estado do Rio de Janeiro. O número de estações de amostragem varia de acordo com a extensão do arco de praia, assimcomo a definição dos pontos de coleta é feita com base nas determinações da Resolução CONAMA 274/2000, que privilegia as áreas com maior concentração de banhistas.
ZONEAMENTO ECOLOGICO ECONÔMICO COSTEIRO – SETOR DA BAÍA DA ILHA GRANDE
O ZEEC do Setor Costeiro da Baía da Ilha Grande constitui a primeira experiência do Estado na elaboração e implementação deste instrumento, cujos resultados, desafios e aprendizados deverão ser adotados como referência e modelo para aperfeiçoamento do instrumento nos demais setores costeiros do Estado.
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Fonte: M.L.F de Mendonça e L.R.A. da Silva - 2007
Até 1,5m – 60.000 pessoas Até 3,0m – 400.000 pessoas
Estudos na cidade do Rio de Janeiro sobre subida do nível do mar
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CONCLUSÕES
• Ações setorizadas e pouco articuladas
• Visão integrada dos problemas socioambientais não vem sendo adequadamente contemplada nas ações
• Erosão costeira e vulnerabilidade atual às ressacas são questões importantes para grande parte do litoral, mas as ações e pesquisas têm focado mais na subida do nível do mar ou em ações pontuais de recuperação
• Conflitos de uso com populações tradicionais e pescadores ainda são pouco estudados
• O ZEEC é um avanço nas ações do estado. Espera-se que a partir deste instrumento se desenvolva um Plano Estadual de Gerenciamento adequado
OBRIGADA
PELA
ATENÇÃO!
Contatos: Flavia Lins-de-Barros –flaviamlb@gmail.com