ARTIGO ORIGINAL
COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS PROCURADAS POR GESTORES NO PROCESSO SELETIVO DE ENFERMEIROS EM INSTITUIÇÕES HOSPITALARES
PROFESSIONAL SKILLS LOOKED FOR BY MANAGERS IN THE SELECTIVE PROCESS OF NURSES IN HOSPITAL INSTITUTIONS
HABILIDADES PROFESIONALES BUSCADAS POR GERENTES EN EL PROCESO SELECTIVO DE ENFERMERAS EN INSTITUCIONES HOSPITALARIAS
Camila Hellen Oliveira Bettiol1 Danielli Rafaeli Candido Pedro2 Paloma de Souza Cavalcante Pissinati3 Mariana Ângela Rossaneis4 Maria do Carmo Fernandez Lourenço Haddad5 Mara Solange Gomes Dellaroza6 RESUMO
Objetivo: identificar as competências profissionais procuradas por gestores no processo seletivo de enfermeiros em instituições hospitalares. Método: estudo quantitativo, transversal, realizado com gestores de enfermagem de hospitais de alta complexidade da região sul do Brasil. A coleta de dados ocorreu a partir de um questionário eletrônico contemplando as dezoito competências profissionais presentes nas diretrizes curriculares de um curso de graduação em enfermagem de uma universidade pública do Sul do Brasil e nas propostas do Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São Paulo. Os dados foram submetidos à análise estatística descritiva. Resultados: as competências mais procuradas pelos gestores foram o respeito ético e legal à profissão, trabalho em equipe e relacionamento interpessoal. Conclusão: compete às instituições de ensino manter sua posição de impulsionadoras de novas concepções e ideias. Faz-se necessário estimular os profissionais a refletir sobre as competências que possuem e aquelas que ainda necessitam desenvolver, a fim de aprimorar continuamente sua capacidade de atuação e garantir a qualidade na assistência prestada.
Descritores: Competência Profissional; Enfermagem; Recursos Humanos; Administração de Recursos Humanos; Emprego.
1 Enfermeira. Mestre em Enfermagem pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). E-mail:
camilahelen@hotmail.com
2 Enfermeira. Mestranda em Enfermagem pela Universidade Estadual de Londrina. E-mail:
danirafaeli@hotmail.com
3 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Diretora da Atenção Primária à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde
de Rolândia-PR. E-mail:
4 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente na Universidade Estadual de Londrina. E-mail:
marianarossaneis@gmail.com
5 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente na Universidade Estadual de Londrina. E-mail:
carmohaddad@gmail.com
6 Enfermeira. Doutora em Enfermagem. Docente na Universidade Estadual de Londrina. E-mail:dellaroza@uel.br
Autor correspondente: Danielli Rafaeli Candido Pedro. Endereço: Av. Robert Koch, 60. E-mail:
Competências profissionais procuradas em enfermeiros
ABSTRACT
Objective: To identify the professional skills sought by managers in the selection process of nurses in hospital institutions. Method: a quantitative cross-sectional study conducted with nursing managers of high complexity hospitals in southern Brazil. Data collection took place through an electronic questionnaire covering the eighteen professional competences present in the curricular guidelines of an undergraduate nursing course at a public university in southern Brazil and in the proposals of the Regional Nursing Council of the State of São Paulo. Data were submitted to descriptive statistical analysis. Results: The most sought after skills by managers were ethical and legal respect for the profession, teamwork and interpersonal relationships. Conclusion: it is up to educational institutions to maintain their position as drivers of new conceptions and ideas. It is necessary to encourage professionals to reflect on the skills they have and those they still need to develop, in order to continuously improve their ability to act and ensure the quality of care provided.
Descriptors: Professional Competence; Nursing; Human Resources; Personnel Management; Employment.
RESUMEN
Objetivo: identificar las habilidades profesionales que buscan los gerentes en el proceso de selección de enfermeras en instituciones hospitalarias. Método: estudio transversal cuantitativo realizado con gerentes de enfermería de hospitales de alta complejidad en el sur de Brasil. La recogida de datos se realizó a través de un cuestionario electrónico que consideraba las 18 competencias profesionales presentes en las pautas curriculares de un curso de grado en enfermería en una universidad pública del sur de Brasil y en las propuestas del Consejo Regional de Enfermería del Estado de São Paulo. Los datos fueron sometidos a análisis estadístico descriptivo. Resultados: Las habilidades más buscadas por los gerentes fueron el respeto ético y legal por la profesión, el trabajo en equipo y las relaciones interpersonales. Conclusión: corresponde a las instituciones educativas mantener su posición como impulsoras de nuevas concepciones e ideas. Es necesario estimular a los profesionales a reflexionar sobre las habilidades que tienen y las que aún necesitan desarrollar, a fin de mejorar continuamente su capacidad de actuar y garantizar la calidad de la atención brindada.
Descriptores: Competencia Profesional; Enfermería; Recursos Humanos; Administración de Personal; Empleo.
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento da globalização e as mudanças no processo de trabalho em saúde e na área de enfermagem contribuíram para a alteração no perfil dos profissionais. Atualmente, espera-se excelência em produtividade, que suas características estejam alinhadas aos objetivos das instituições, às metas e aos resultados organizacionais, portanto as organizações dependem das competên-cias de seus gestores para alcançar tais objetivos(1).
Os prestadores de serviços de saúde constituem-se em instituições
comple-xas, que visam o atendimento das neces-sidades do usuário e devem atender as metas de qualidade centradas na gestão de pessoas(2), principalmente na área de enfermagem, que compreende aproxima-damente 60% da força de trabalho da equipe de saúde. Assim, faz-se neces-sário que o gestor de enfermagem tenha apropriação do perfil profissional do enfermeiro que melhor se adeque as necessidades da instituição frente às exigências da atualidade.
Conceitua-se como perfil profissional o conjunto de competências indispensáveis e desejáveis para o desempenho da função ou cargo, as quais envolvem exigências pessoais e profissionais(2).
Competências profissionais procuradas em enfermeiros
A delimitação do perfil profissional e as competências requeridas para o cargo de enfermeiro por parte das instituições pode contribuir para que ocorra o equilíbrio e a concordância entre as habilidades do profissional e o cargo pretendido, buscando a prestação de serviços eficazes e de qualidade(3).
Diante de sua relevância para a prática profissional, as competências como respeito ético e legal à profissão, avalia-ção e intervenavalia-ção em problemas de saúde, assistir e cuidar da pessoa em todas as fases evolutivas, educação permanente, educação em saúde e competência relacionada a pesquisa e investigação, fazem parte das diretrizes curriculares de cursos de graduação em enfermagem, com o propósito de despertar o interesse pelo aperfeiçoa-mento profissional e a disposição para aprender constantemente(4).
Trata-se de aquisições de aprendiza-dos, cujo significado não consiste simplesmente em somar conteúdos, mas envolve discerni-los, selecioná-los, orga-nizá-los e, especialmente, fazer conexões entre eles antes de empregá-los na ação solicitada(5).
Identificar as competências profissio-nais pode ser considerado um desafio para os gestores. Diante das gradativas mudanças organizacionais e as exigên-cias do mercado, torna-se indispensável conhecê-las e estimular os enfermeiros ao alcance das mesmas para a qualificação profissional(6,7).
Buscando a reflexão sobre o perfil profissional exigido pelo atual mercado de trabalho, com vistas a adequar e aprimorar a formação desse profissional, objetivou-se com este estudo identificar as competências profissionais procuradas por gestores no processo seletivo de enfermeiros em instituições hospitalares. MÉTODOS
Trata-se de um estudo quantitativo, transversal, realizado com diretores de enfermagem de hospitais de alta comple-xidade, públicos, privados ou filantró-picos localizados na Região Sul do Brasil. Optou-se por selecionar hospitais com nível de atenção hospitalar de alta complexidade por entender que nesses
serviços o perfil profissional do enfermei-ro selecionado deve abranger competên-cias que o permita atuar em diversas unidades e em diversos níveis de direção e supervisão na instituição.
A presente pesquisa ocorreu durante o ano de 2013 e utilizou dados disponíveis no site do Cadastro Nacional de Esta-belecimentos de Saúde-CNES/DATASUS para seleção dos hospitais.
Inicialmente foram enviados pela pesquisadora principal e-mails a todos os hospitais que possuíam cadastro com endereço eletrônico válido, solicitando o endereço de e-mail do diretor de enfer-magem da instituição. Em seguida, encaminhou-se por correio eletrônico ao diretor de enfermagem de cada institui-ção um questionário, com questões dissertativas e de múltipla escolha, utilizando o recurso Google Docs®.
Foram selecionados 213 hospitais, destes 126 possuíam endereços eletrôni-cos válidos, 43 enviaram resposta com o e-mail pessoal do diretor de enfermagem. Foram enviados até três convites com intervalo de 15 dias, sendo que ao final, 17 diretores responderam ao questio-nário eletrônico.
O questionário de coleta de dados foi constituído por variáveis sociodemográ-ficas e ocupacionais como idade, sexo, ano de graduação, formação e tempo de atuação profissional. As instituições foram avaliadas quanto às características do atendimento, atividade de ensino/ pesquisa, natureza da organização e número de leitos.
Com o intuito de obter a opinião do diretor de enfermagem sobre a relevância de cada competência no perfil do enfermeiro identificada na etapa da seleção, utilizou-se uma escala de Likert de cinco pontos contemplando as dezoito competências presentes nas diretrizes curriculares do curso de graduação em enfermagem da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e nas propostas do Com-selho Regional de Enfermagem (COREN) do estado de São Paulo. As respostas foram classificadas entre extremamente desejável, muito desejável, desejável, pouco desejável e indiferente.
Os dados foram tabulados no programa Microsoft Excel 2010® e submetidos à
análise estatística descritiva, por meio da apresentação de médias, frequências
Competências profissionais procuradas em enfermeiros
relativa e absoluta. As questões dissertati-vas tiveram suas respostas categorizadas. Este estudo respeitou os preceitos éticos de pesquisas envolvendo seres humanos, tendo início após aprovação pelo Comitê de Ética sob Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAAE) nº 04856512.9. 0000.5231 e Parecer nº 80771. O termo de consentimento livre e esclarecido foi parte integrante do questionário e disponibilizado online aos participantes.
RESULTADOS
Os hospitais em estudo apresentavam uma média de 196 leitos, quanto ao número de profissionais que faziam parte do quadro funcional, observou-se a média de 62 enfermeiros e de 296 técnicos e auxiliares de enfermagem.
A maioria dos gestores era do sexo feminino (82%), com idade entre 41 e 50 anos (53%). Todos possuíam título de especialista, quatro eram mestres e um doutor. Do total, onze apresentavam formação específica para atuação como gestor, que variou de especialização na área de gestão hospitalar, Master Business Administration (MBA), mestrado em gestão hospitalar; seis não possuíam nenhuma qualificação específica. O tempo de atuação desses enfermeiros como diretor da instituição predominou de 02 a 04 anos, e acima de 06 anos (Tabela 1).
Tabela 1. Caracterização sociodemográfica e
ocupacional dos gestores de enfermagem em hospitais do Sul do Brasil, 2013. (n=17)
Características sóciodemo-gráficas e ocupacionais n % Sexo Feminino 14 82,35 Masculino 03 17,65 Faixa etária 20 - 30 anos 01 5,88 31 - 40 anos 07 41,18 Formação acadêmica* Especialista 14 82,35 Mestre 04 23,53 Doutor 01 5,88
Tempo como diretor de enfermagem
Menos de 2 anos 02 11,76
2 a 4 anos 06 35,29
5 a 6 anos 03 17,65
Mais de 6 anos 06 35,29
*Soma maior que 17, pois se tratava de questão com múltipla resposta
Os gestores de enfermagem referiram participar da seleção de enfermeiros nas etapas de definição do perfil profissional, análise de currículo, elaboração dos critérios de seleção, entrevista e apenas um enfermeiro referiu não estar presente nesse processo, conforme demonstra a tabela 2.
Tabela 2. Participação dos gestores de
enfermagem nas etapas do processo de seleção de enfermeiros em hospitais do sul do Brasil, 2013. (n=17).
Etapas do processo de se-leção dos enfermeiros*
n %
Definição do perfil profissional 14 82,35 Análise de currículo 12 70,59 Elaboração dos critérios
adotados no processo seletivo 11 64,71
Entrevista 10 58,82
Elaboração das questões da
prova de conhecimentos 09 52,94 Elaboração dos instrumentos do
processo seletivo 08 47,06
Outros 04 23,53
Não participa 01 5,88
*Soma maior que 17, pois se tratava de questão com múltipla resposta
Dentre as dezoito competências profissionais listadas as três que mais se destacaram foram o respeito ético e legal da profissão, trabalho em equipe e o relacionamento interpessoal. Destaca-se que as competências “liderança” e “avaliação e intervenção” apresentaram cada uma delas 11 registros como extremamente necessárias pelos gestores de enfermagem. Ainda, pode-se observar que os entrevistados atribuíram menor relevância a habilidade de pesquisa/investigativa e ao empreende-dorismo, como exposto na tabela 3.
Por fim, destaca-se que foi possível observar que a maioria das competências profissionais foi reconhecida como muito ou extremamente desejáveis pelos gestores (Tabela 3). Este resultados reforçam a importância de se promover o desenvolvimento de tais atributos desde o início da formação do enfermeiro.
Tabela 3. Importância atribuída às competências
Competências profissionais procuradas em enfermeiros
enfermagem no processo de seleção de enfermeiros em hospitais do sul do Brasil, 2013.
Competências desejadas n % Extremamente Desejável
Respeito ético e legal à profissão 17 100,0 Trabalho em equipe 13 76,47 Relacionamento interpessoal 12 70,59 Avaliação e intervenção em
problemas de saúde 11 64,71
Liderança 11 64,71
Assistir/cuidar da pessoa nas fases
evolutivas 10 58,82 Planejamento e organização 10 58,82 Comunicação 09 52,94 Visão Sistêmica 08 47,06 Educação permanente 07 41,18 Muito desejável Empreendedorismo 14 82,35 Flexibilidade 10 58,82 Tomada de decisão 09 52,94 Negociação 09 52,94 Educação em saúde 08 47,06 Reflexão crítica 08 47,06 Criatividade 06 35,29 Desejável Pesquisa investigativa 09 52,94 DISCUSSÃO
Identificou-se que o respeito ético e legal à profissão, o trabalho em equipe e o relacionamento interpessoal tiveram maior relevância na opinião dos gestores frente à seleção de novos enfermeiros. Essas competências são contempladas nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs)(8), estão diretamente relaciona-das ao processo de trabalho.
Contudo, competências como criativi-dade e empreendedorismo não foram tão valorizadas o que pode refletir a postura tradicional e conservadora das institui-ções em relação ao perfil que esperam do enfermeiro. Tais resultados remetem ao surgimento da enfermagem enquanto profissão, que foi permeado por ideais conservadores, por meio dos quais se difundiam preceitos como a submissão aos demais profissionais, o auxílio ao próximo e até mesmo o conformismo(9).
Entende-se que na área da saúde é fundamental que o enfermeiro seja capaz de tomar decisões firmadas nos princípios da cidadania e da ética, reconhecendo que esta ação é complexa e deve estar baseada nos valores morais em relação a pessoa assistida, a si mesmo, como enfermeiro, à profissão, aos pares e às demais profissões(10). Entretanto, o alcance de tais competências ainda representa um desafio na formação profissional de enfermagem, que deve ser capaz de estimular a identificação de obstáculos e enfrentamento por meio do pensamento crítico, da autonomia, inovação e comunicação(11).
As instituições de saúde têm desenvol-vido suas políticas organizacionais pautadas em preceitos éticos e essa atitude tem sido fundamental para seu desenvolvimento, pois a escolha por valores que humanizam o processo de trabalho em relação aos pacientes agrega valores e traz benefícios à instituição e sociedade(2). Nesse sentido, os gestores, preocupados em contratar profissionais éticos, têm promovido alterações na organização das atividades laborais a fim de obter melhores resultados(9).
No que se refere à competência profissional de trabalho em equipe, é necessário habilidade para interagir com um determinado grupo de pessoas, articular ações com objetivos comuns e respeitar limites, necessidades e diferenças individuais(3). Na área da saúde, para se obter uma assistência de qualidade, faz-se necessário a interação e a prestação do cuidado de forma interprofissional, pois de forma isolada não há resolubilidade para a complexidade dos casos e para a subjetividade do ser humano(12).
Ainda, observou-se que os gestores buscavam enfermeiros que soubessem estabelecer relacionamento interpessoal, que proporcionassem uma interação cordial, empática e profissional, favorável ao desenvolvimento de suas atividades(3). Também se espera que esta competência viabilize a implementação de práticas de cuidado que valorizem o diálogo, a corresponsabilidade, o pluralismo, e permitam implantar práticas compatíveis como o contexto(13).
A capacidade de intervir sobre os problemas de saúde e de liderar a equipe
Competências profissionais procuradas em enfermeiros
também foi valorizada pelos gestores das instituições hospitalares em estudo. A liderança tem sido apontada como uma das principais competências profissionais a serem desenvolvidas na atualidade, associada pela capacidade de tomada de decisão frente ao processo de trabalho(14).
Quanto ao empreendedorismo, re-conhecido como muito desejável por grande parte gestores, constitui a capacidade de identificar oportunidades inovadoras, prevendo riscos e executan-do ações de forma segura(15). Este resultado indica o quanto os gestores valorizam o profissional com o perfil proativo e capaz de propor mudanças que contribuam efetivamente para a mudan-ças na prática de enfermagem. O posicio-namento destes gestores pode ser o fator diferencial para o comportamento empre-endedor dos profissionais enfermeiros nas instituições de estudo, dado a abertura e incentivo que receberão.
A competência de pesquisa investi-gativa foi considerada apenas como desejável pelos participantes, o que pode ter como fundamento a influência das políticas assistenciais das instituições, que muitas vezes visam somente a gestão do cuidado, sem estímulos para o desenvolvimento científico. Tal fato parece se contrapor ao desenvolvimento da enfermagem moderna, que busca a as evidências científicas para fundamentar o cuidado seguro.
Ressalta-se que a constante mudança no cenário de trabalho do enfermeiro reforça a importância de aprimorar suas competências profissionais, de forma a se adaptar às características da organi-zação. Nesse sentido, o processo educa-cional torna-se fundamental para promo-ver e reflexão do indivíduo em relação às suas funções e a capacidade que possui para desenvolvê-las, a fim de estimular a busca por competências que atendam ao perfil profissional desejado pela instituição(16).
Destaca-se como limitação deste estudo a dificuldade de acesso ao endereço eletrônico dos gestores e na
obtenção do retorno após envio do questionário online. Apesar da tendência atual à informatização, muitos profis-sionais ainda não reconhecem a impor-tância do desenvolvimento de pesquisas científicas como ferramenta de melhoria e transformação da prática, fundamental em nosso processo de trabalho. Outra limitação é o período em que a coleta de dados ocorreu, apesar do tempo trans-corrido os dados mostram-se relevantes e reforçam a pertinência da temática. CONCLUSÃO
Os resultados demonstraram que no processo de seleção os gestores hos-pitalares valorizavam enfermeiros com perfil profissional pautado em competên-cias básicas, como o respeito ético e legal à profissão, trabalho em equipe e relacionamento interpessoal, mas tam-bém a inovadoras como o empreendedo-rismo. Evidenciou-se que algumas instituições preferiam desenvolver em seus colaboradores algumas compe-tências de acordo com seus princípios organizacionais, como ocorre com a competência de liderança.
Diante dos resultados apresentados cabe às instituições formadoras man-terem sua posição de impulsionadoras de novas concepções e ideias, de modo a formar enfermeiros que possam inovar e promover mudanças consideráveis nos serviços de saúde. Além disso, faz-se necessário estimular os profissionais a refletirem sobre as competências que possuem e aquelas que ainda necessitam desenvolver, a fim de aprimorar conti-nuamente sua capacidade de atuação e garantir a qualidade na assistência prestada.
Além disso destaca-se a importância da abordagem utilizada para o desenvolvimento de competências e habilidades durante a graduação em enfermagem, contribuindo para a formação de um profissional crítico-reflexivo e capaz de transformar a prática cotidiana.
Competências profissionais procuradas em enfermeiros
Contribuição individual dos autores: Bettiol CHO; Pedro DRC; Pissinati PSC; RossaneisMÂ: Participaram na concepção e redação do projeto; coleta, análise e interpretação dos dados; redação do artigo e aprovação final da versão a ser publicada. HaddadMCL; Dellaroza MSG: Participaram da revisão crítica relevante do conteúdo intelectual e aprovação final da versão a ser publicada. Todos os autores declaram ser responsáveis por todos os aspectos do trabalho, garantindo sua precisão e integridade.
Submetido: 01/10/2019 Aceito em: 09/11/2019
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