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EAD via Internet para CAD : aprendizagem colaborativa x comportamental

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(1)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADEDEENGENHAJUACnnL

EAD via Internet para CAD: Aprendizagem

Colaborativa x Comportamental

(2)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CML

EAD

via

Internet para

CAD:

Aprendizagem

Colaborativa x Comportamental

Gilberto Pimenta de Andrade

Orientador: ProP Dr

a

Regina Coeli Ruschel

Disserta~o de Mestrado apresentada

a

Comissao de p6s-gradua~ da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas, como parte dos requisitos para obten~o do titulo de Mestre em Engenharia Civil, na area de concentrayao de Edific~es.

Atesto que es~a

e

a versao definitive da disserta,.ac/tese. .'~ 11

N Z

1

.

' ;)';;..;.._ '·· to_!?;

~~ I!

Campinas, SF

Prof. Dr._c::..._·

-::·~1':..:

1

t(i.=.t_"v_,..~-,---2002

Matrlcu!a: ;;; 41 [£C.f;1_ 1

(3)

CF'i00i74311-0

FICHA CATALOGRAFICA ELABORADA PELA

BIBLIOTECA DA MEA DE ENGENHARlA - BAE - UNICAMP

An24e

Andrade, Gilberta Pimenta de

EAD via Internet para CAD: aprendizagem colaborativa x comportamental I Gilberta Pimenta de Andrade.--Campinas, SP: [s.n.], 2002.

Orientador: Regina Coeli Rusche!

Disserta9ao (mestrado)- Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Civil.

1. Ensino a distancia. 2. AutoCAD (Programa de computador). 3. Software de aplicayao. 4. Ensino auxiliado por computador. 5. Projeto auxiliado por computador. I. Rusche!, Regina Coeli. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Civil.

(4)

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL

EAD via Internet para CAD: Aprendizagem

Colaborativa x Comportamental

Gilberto Pimenta de Andrade

Dissertayao de Mestrado aprovada pela Banca Examinadora, constituida por:

~or·~~~~

DAC-FEC - Unicamp

(5)

Dedicatoria

(6)

Agradecimentos

Agrad~ a minba orientadora Prof a Dr a Regina Coeli Rusche! pelo apoio e amizade e a todos os profissionais participantes da pesquisa de campo.

(7)

Sumario

List a de Figuras... . . . .. . . .. . . viii

Lista de Tabelas.... .. . . ... ... ... ... ... .. ... ... ... ... ... .. ... ... .. xi

Resume ... xii

1. Introduyao... 1

2. Objetivo... 4

3. Revisao Bibliogridica... . . . .. . . .. . . 5

3.1 Problematica de Desenvolvimento de Treinamento de EAD... .. .. . . .. . .. ... 5

3.2 Hist6rico ... 7 3.3 Situayao Atual... 10 3 .3 .1 Perspectivas de Crescirnento... .. . . .. . . .. .. . . .. .. . . .. . . . 1 0 3.3.2 Contextu~iio ... 16 3.3.3 No Brasil ... 18 3 .4. Fundamentos de EAD. ... ... .. ... ... ... 20 3.4 .1 Definiy()es... . . . .. . . .. . ... .. . . ... . . .. . .. . ... 20

3 .4.2 Modelos de aprendizagem em EAD.. .. .. . ... . . . ... ... ... 22

3.5 Avaliayao de EAD... ... 25

3.6 Ambientes de EAD para Internet... 27

3.6.1 OsoftwareWebCT ... 28 3.7 AutoCAD ... 30 3.7.1 Hist6rico ... 30 3.7.2Modelagem3D ... 31 4 Materiais e Metodos... .. . .. ... ... .... ... .. ... ... ... ... 34 4.1 0

Website

de divulgayao... 34 4.2

0

PUblico alvo ... 35

4.3 Recursos de EAD via WEB utilizados . .. .. ... ... ... 35

4.4 Metodos de ensino a distancia... 36

4.5 Aruilise da experiencia... .. .. . . . .. . . ... ... .. .. . . .. . . .. . . .... ... .. ... . . 3 7 5 AexperienciadeEAD ... 38

5.1 Adivulgayaodoscursos ... 38

(8)

5.4 Testesdeavaliayao ... 45

5.5 Curso-01 ... 50

5.6 Curso-02 ... 50

5. 7 Conteudo dos cursos... .. . . .. . ... . ... ... . . ... ... . ... ... . . ... . .. ... .. ... ... .. . . ... ... 51

5.7.1 MOduio-01 ... 51

5.7.2M6dulo 02 ... 52

5.7.3M6dulo03 ... 53

5.7.4M6dulo04 ... 54

5.8 Enquetes ... 55

6 An3.l.ise dos dados . . . .. . . .. . . .. . . . .. . . .. . . . .. 57

6.1 CursoOl ... 57

6.1.1 Composi~odaturma ... 57

6.1.2Comunicayiio ... 58

6 .1. 3 A valiayiio inicial... .. . . .. .. . . 60

6.1. 4 Nivel de utilizayao das paginas de conteudo... ... ... ... . ... .. ... ... .. . . ... 62

6.1.5 Conclusao das tarefas... ... ... 63

6.1.6Avali~ofinal ... 64

6.1. 7 Enquete-01 - Alunos que concluiram o curso... 65

6.1.8 Enquete-02- Alunos que acessaram o curso e desistiram. .. . . . .. . .. . . ... . .. . . . ... ... ... 68

6.2 Curso-02.. .. . .. ... ... ... .. . ... .... ... ... ... ... ... 68

6.2.1 Composi~o da turma... ... 69

6.2.2 Definiyiio dos grupos... 70

6.2.3 Comunicayiio... 70

6.2.4 Avalia~o inicial... ... ... 72

6.2.5 Nivel de utiliza~o das paginas de conteildo... 74

6.2.6 Conclusao das tarefas... 75

6.2. 7 Avaliayiio final... 75

6.2.8 Enquete 02- Alunos que acessaram o curso e desistiram... 75

6.3 Enquete 03 - Candidatos pn\-selecionados que niio confirmaram participayiio... ... .. . . 76

7 Conclus5es.. ... .. . . . ... ... ... ... 79 8. Trabalhosfuturos ... 81 Anexos ... 82 AnexoA ... 83 AnexoB ... 133 Referencias Bibliogrilficas... 137 Abstract... 141 Glossa.rio.. .. . . .. . .. .. ... ... ... .. ... ... ... ... 142

(9)

Lista de Figuras

Figura 5.1: Mapa do

website

www.professorcad.com.br... . . .. . .. 39

Figura 5.2: website www. professorcad.com.br- tela principal... 39

Figura 5.3: Tela principal do webct ... 44

Figura 5.4: Resultado final Tarefa-01 ... 52

Figura 5.5:- Exercicio 1- Tarefa-02 ... 53

Figura 5.6:- Exercicio 2- Tarefa-02 ... 53

Figura 5.7: Resultado final Tarefa-03 ... 54

Figura 5.8: Modelo reservat6rio- Tarefa-04 ... 54

Figura 5.9: Resultado final-Tarefa-04 ... 55

Figura 6.1: Respostas corretas teste inicial x teste final... 65

Figura 6.2: Porcentagens das respostas daEnquete 03 ... 77

Figura Al: Janela de aviso de versao mais recente... ... ... 84

FiguraA2: U~o de templates ... 85

FiguraA3: JanelaDrawing setup ... 85

FiguraA4:JanelaView ... 86

Figura AS: Eixos de referenda do AutoCAD .. . . . ... ... .. . . ... . .. .... ... ... ... .... .... ... 86

Figura A6: Regra da

mao

direita . . . ...

87

Figura A7: Representaylio gnifica do UCS ... 87

Figura A8: leones de acesso ao UCS... . . ... 88

Figura A9: Alteraylio do UCS . . . .. . .. . .. ... 89

Figura AI 0: Alteraylio do UCS . . . .. .. . ... 89

Figura All: Alteraylio do UCS... . . ... 90

Figura Al2: Alterayao da origem do UCS ... 90

Figura Al3: Tela de controle do UCS. . . ... 91

FiguraA14: GrupodeiconesVIEW ... 92

FiguraA15:UsodocomandoORBIT ... 92

Figura Al6: Criaylio de Viewports... . . ... 94

(10)

Figura Al9: leones- modos de visualizayiio... ... 95

Figura A20: Criayiio de elementos de massa... .... ... .... . . ... ... ... ... ... .... ... 96

Figura A21: Elementos de massa... . . .. . . .. . . ... .... . ... ... 96

Figura A22: Criayiio de elementos de massa... ... ... 97

FiguraA23: Resultadofinal Tarefa-01 ... 97

FiguraA24: Add Mass Elements- Tarefa-01 ... 98

FiguraA25: Tarefa-01.. ... 98

FiguraA26: Tarefa-01.. ... 99

FiguraA27: Tarefa-01.. ... 100

FiguraA28: Tarefa-01.. ... 101

Figura A29: Resultado final- Tarefa-01... ... .. . . .. . . ... ... .. . .. . .. . ... .. . . .. ... 102

Figura A30: Upload Tarefa-0 1. . . .. . . .. .. . .. . .. . . .. . . .. .. . .. . . .. . . .. ... . ... .. . l 02 FiguraA31: Upload Tarefa-01. ... 103

FiguraA32: Submit assignment- Tarefa-01.. ... 103

Figura A33: Modify Mass Elements... 104

Figura A34: Modify Mass Elements... . . .. . . .. . . .. . .. .. . .. . . .. . . .. .. .. 104

Figura A3 5: Mass Elements Arch... . . 105

Figura A36: Mass Elements Barrel V alt... . . .. . . .. . . .. .. . . .. . . 1 OS FiguraA37: Mass Elements Cone ... 105

Figura A38: Mass Elements Cilinder... . .. . . .. . .. .. . .. . . .. .. . 106

FiguraA39: MassElementsDome ... 106

Figura A40: Mass Elements Doric Colunm... . . 106

Figura A41: Mass Elements Gable.. .. . .. . . .. . . .. . .. .. . .. . . .. .. . . .. ... . .. 107

Figura A42: Mass Elements Pyramid... 107

Figura A43: Mass Elements Is6sceles Triangle... 107

Figura A44: Mass Elements Right Triangle... . . I 08 Figura A45: Mass Elements Sphere... 108

Figura A46: Uso de grips em Mass Elements... 108

FiguraA47:Profiles ... 109

Figura A48: Add Mass Elements... . . .. . . .. . . .. . .. . . .. . .. .. . .. . .. . . .. . .. . .. ... . 109

Figura A49: Elemento de Massa por Extrusion... . . 110

Figura ASO: Elemento de Massa por Revolution... . . 110

Figura AS I: Criayiio de Profiles. . . .. . . .. .. . . .. .. . . .. . . .. .. . . .. . .. .. . .. . . 111

Figura A52: Add Mass Elements... . . . .. . .. . .. . . .. .. . . .. . . .. . .. . . .. .. . ... . ... .. ... . 111

Figura A53: Perfil usando Revolutio... ... . . .. . .. . .. . . .. . .. ... ... . . . ... 112

Figura A54: Perfil usando Extrusion... 112

Figura ASS: Display resolution ... 113

Figura A56: Perfil com nova resoluyiio... . . .. . .. . . .. . . .. . .. . .. . . .. . 113

FiguraA57: Uso do comandoRotate3D ... 114

FiguraA58: Uso do comandoRotate3D ... 115

Figura A59: Uso do comando Align... 115

Figura A60: Add Mass Elements... .. . .. . .. . .. . .. . . .. . . . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . .. .. . ... ... 116

Figura A61: Tela do WebCT para entrega de tarefas... .. . .. . .. . .. . .. . .. . . .. . .. .. . . .. 117

Figura A62: Perfilliimpada- Tarefa-2... .... 117

(11)

FiguraA64: Mass Groups ... 119

FiguraA65: MarcadeumMassGroups ... 120

Figura A66: Elemento subtrativo de um Mass Groups... . . 121

FiguraA67: Interse<;ao emumMassGroups ... 121

Figura A68: Tela Model Explore... . . .. . .. . . 122

Figura A69: Mass Elements Properties... 123

FiguraA70: Model Explore ... 123

Figura A71 :Representa<;ao grafica Model Explore... 123

FiguraA72: Tabs de acesso aosLay-outs ... 124

Figura A73: Viewports da tab Mass Elements... 125

FiguraA74: Tarefa-03 ... 126

Figura A75: Resultado final-Tarefa 03... .. . . .. . . .. . . .... 127

Figura A76: Modelo reservat6rio- Tarefa-04... .. . . .. . .. . . .. . .. . .. . . .. 128

Figura A77: Perfil em polyline- Tarefa-04... .. . . .. . .. . . .. . .. . . .. 129

Figura A78: Perfil Tarefa-04... . . .. . .. . ... . ... 131

(12)

Lista

de Tabelas

Tabela6.1: Perfildosalunos do Curso-01 ... 58

Tabela 6.2: Utilizayao dos recursos do WebCT- Curso-01.. ... 59

T abela 6.3 : Respostas teste inicial- todos alunos... .. . . .. . . .. . . ... .. . . 60

Tabela 6.4: Resultados do teste inicial do Curso-0 1... 62

Tabela 6.5: Visitas dos alunos

as

p3ginas de conteUdo... 63

Tabe1a 6.6: Respostas Teste Inicial- alunos que entregararn o Teste Final... 64

Tabela6.7: Respostas Teste Final ... 64

Tabela6.8: Respostas-Enquete-01 ... 66

Tabela 6.9: Respostas- Enquete-02. ... 68

Tabela 6.10: Perfil alunos Curso-02... .... ... 69

Tabela 6.11: Utilizayao dos recursos do WebCT- Curso-02... 71

Tabela 6.12: Respostas do teste inicial- todos alunos... 72

Tabela 6.13: Resultados teste inicial do Curso-02. .. ... ... ... ... ... 73

Tabela 6.14: Visitas dos alunos

as

p8.ginas de Conteudo ... 74

Tabela6.15: Respostas-Enquete02 ... 75

Tabela6.16: Respostasquestoes 1 e3 -Enquete-03 ... 76

Tabela 6.17: Respostas questlio 2- Enquete 03... 77

(13)

Resumo

Andrade, Gilberte Pimenta de. EAD via Internet para CAD: Aprendizagem Colaborativa x Comportamental. Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Campinas, 2002. 158 pag. Disserta98.o de Mestrado.

A necessidade de treinamento continuo em ferramentas computacionais

e

evidente, tanto na

Engenharia Civil quanto na Arquitetura e Urbanismo, principalmente quando se faz uso de projeto assistido por computador (CAD - Computed Aided Design). Uma resposta para esta necessidade

pode

ser

encontrada por meio da educa98.o a distancia (EAD), atualmente revalorizado com a

utiliza~ da World Wide Web (WWV{). Desta forma, o objetivo deste trabalho

e

avaliar as condiy()es de execu~o de urn curso a distancia, via Internet, para profissionais de engenharia civil desejando-se verificar qual a abordagem de aprendizagem mais apropriada: Comportamental ou Colaborativa. F oram oferecidos e avaliados do is cursos de conteiido identicos, entretanto ministrados de forma diferenciada, segundo abordagens em estudo. 0 tema dos cursos foi a modelagem de s61idos da ferramenta computacional AutoCAD Architectural Desktop. Utilizou-se o ambiente de EAD WebCT- www.webct.com.br. A abordagem Comportamental apresentou melhores resultados de aprendizagem para treinamentos de sistemas grilficos do tipo CAD, via Internet.

(14)

1

Introdu~iio

Por definiyao, em Ensino a Distancia (EAD) aprendizes e instrutores estao separados pelo

espa~ e em alguns casos pelo tempo. Esse modelo de aprendizagem nao e recente, hil. tempos que o homem se utiliza da escrita e dos meios de comunicayao, como radio e TV como forma de transmissao do conhecimento. Porem a intera¢o dinilmica e eficiente entre as partes, fundamental no processo, so foi possivel com o surgimento de tecnologias mais atuais, como a Internet. Com a popularizayao do uso de computadores e grandes investimentos no setor de comunica{:Oes, a Internet chega para revalorizar o uso da EAD, principalmente no Brasil, onde muitas vezes foi visto de modo pejorativo. A nova Lei de Diretrizes e Bases, Lei n.• 9.394 anode 1996, contempla, pela primeira vez, a EAD

na

hist6ria brasileira, com isso varias iniciativas estao sendo implementadas nas

areas

de p6s-graduayao e ate mesmo graduayao, onde

na

maioria dos casos conta com o apoio da iniciativa privada.

Mas, o verdadeiro nicho de mercado da EAD esti no ensino continuado, ou seja aquele onde o aluno busca o conhecimento para se atualizar e acompanhar a evoluyiio tecnol6gica. Na Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo a necessidade de treinamento continuo em informatica e evidente quando se faz uso de ferramentas de projeto assistido por computador (CAD - Computed Aided

Design). Urn exemplo eo CAD AUTOCAD da empresa AutoDesk, que disponibiliza uma nova

versao do seu sistema a aproximadamente 1.75 anos. Alem do mais, nos Ultimos anos os sistemas de CAD deixaram de ser exclusividade das grandes corporayiies, para se tomarem uma ferramenta indispensavel para empresas de medio e pequeno porte e tambem para profissionais liberais

na

(15)

CAD estao muito Ionge de serem considerados amigaveis, principalmente quando se usa a terceira dimensao.

Na EAD pode-se empregar diferentes abordagens de ensino, entre estas se pode citar: aprendizagem colaborativa e comportamental. Na aprendizagem colaborativa os problemas sao apresentados juntamente com as fontes de informayao. 0 tutor incentiva a discussao e principalmente a troca de experiencias entre os alunos; tarefa essa que passa a ser fundamental para o ganho de conhecimento. Ao tomar conhecimento do problema, os alunos buscam no material fomecido, informav5es que os auxiliani na forma~ao dos conceitos e no debate com os demais companheiros que convergem em conjunto para a aquisiyao do conhecimento. Na aprendizagem comportamental o aprendizado acontece "passo a passo", sempre tendo urn modelo como exemplo, e todos recebem e realizam as tarefas ao mesmo tempo. A inter~ao maior acontece como instrutor e em honirios prb-estabelecidos. A aprendizagem colaborativa apesar de ser mais utilizada em

areas

como ciencias biol6gicas e humanas, pode ser aplicada nas exatas, como por exemplo em uma disciplina de 16gica de programayao, onde o instrutor propoe o problema, fomece a sintaxe da linguagem, e a 16gica, objeto do aprendizado, o aluno assimila atraves da interayao como professor e de experiencias de outros participantes que sao compartilhadas e discutidas. Porem o mais comurn para casos como esse, e a utilizal;:ao da aprendizagem comportamental onde a 16gica e compreendida pela obse~ao de urn exemplo similar.

A problematica em estudo, entao e, qual a abordagem de aprendizagem mais apropriada e/ou eficiente na EAD na

area

de ciencias exatas, mais especificamente no ensino de CAD. Foram desenvolvidos, aplicados e comparados dois cursos na modalidade de EAD com o mesmo tema e em turmas diferentes porem homogeneas em perfil de aluno, sendo que em cada curso aplicou-se uma abordagem de aprendizagem diferenciada, isto e, a colaborativa e a comportamental. 0 tema escolhido para treinamento foi o processo de modelagem de s6lidos da ferramenta de CAD AutoDesk Architectural Desktop, especifica para engenheiros civis e arquitetos, pois e essencial para a modelagem em 3D de situa~s mais complexas.

(16)

Nos capitulos que seguem especifica-se primeiramente no Capitulo 2 o objetivo do trabalho. No Capitulo 3 apresenta-se a revisiio bibliografica, onde os temas abordados sao: Problematica de desenvolvimento de treinamento de EAD, Hist6rico, Situayiio Atual, Fundamentos de EAD, Avaliaviio de EAD, Ambientes de EAD para Internet e Sistemas CAD. No Capitulo 4 apresenta-se a metodologia e materiais que foram empregados. No Capitulo 5 apresenta-se a Experiencia de EAD atraves da divulgaviio dos cursos, da seleqiio dos candidates, do ambiente de EAD utilizado, do conteudo e das formas de avaliaqiio dos cursos . No capitulo 6 e feita uma aruilise dos dados obtidos na experiencia. No Capitulo 7 siio apresentadas as conclusoes deste trabalho. No capitulo 8 sugere-se trabalhos futuros.

(17)

2 Objetivo

0 objetivo deste trabalho

e

estudar a viabilidade e as condi¢es de execuyao de urn curso

a

distfulcia, via Internet, para profissionais da area de Arquitetura, Engenharia e Construyao (AEC) e avaliar os resultados obtidos. Neste contexto, pretende-se avaliar qual o metodo mais eficiente para cursos de CAD via Internet: Comportamental ou Colaborativo para a aprendizagem de modelagem de s6Iidos.

(18)

3

Revisiio Bibliognifica

3.1 Problematica de Desenvolvimento de Treinamento de EAD

Para MOORE e KEARSLEY (1996), urn projeto de produyao de cursos de ensino a distancia envolve muitos tipos de habilidades. Desde que a instruyao seja provida de meios de comunica.yiio e entregue atraves de tecnologia, os materiais precisam ser projetados por individuos com conhecimentos em didatica assim como em tecnologia. No entanto, mesmo havendo pessoas com ambas habilidades e importante que as responsabilidades sejam divididas. Produtores do material instrutivo devem trabalhar com os responsaveis pelo conteildo sempre em concordancia com os objetivos do curso, os exercicios, as atividades que os alunos desenvolveriio, o conteildo textual, auditivo e o de interayao por audio e video conferencia. Finalmente inspetores tern que avaliar os estudantes individualmente assim como a efetividade de todo o grupo. Por ser necessaria

tantas habilidades diferentes, uma das caracteristicas fundamentais dos cursos de EAD bern sucedidos e que estes sao projetados por equipes nas quais va.rios especialistas trabalham juntos. Os autores relatam que em toda educayao lui a necessidade da comunicayao entre urn professor ou equipe pedag6gica e o estudante ou estudantes. No EAD esta comunicayao acontece por alguma forma de tecnologia. A tecnologia pode produzir material de comunicayao impresso (livros ou apostilas) programas de audio ou video cassete veiculados atraves de radios ou tvs,

softwares

de computador e redes de computadores. 0 uso dessa tecnologia mais recente, que pode levar a mensagem de professores e alunos para qualquer parte, com a possibilidade de interayao, e o que

(19)

EAD via Internet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental

RASMUSSEN e RELAN (1997) diz que em Instru\)oes Baseadas na Web (Web Based

Instruction-WBI), o instrutor tern que manter urna variedade de papeis para facilitar o processo de aprendizagem. A troca de paradigma muda o papel do instrutor de mero "distribuidor de informayao" para mentor e guia.

"Com relavao

a

prepara¢o do material,

hi!

uma diferenya fundamental entre o ensino presencia! e

a

distiincia. Neste Ultimo caso, e importante que os materials sejam preparados por equipes multidisciplinares/transdisciplinares que incorporem nos instrumentos pedag6gicos escolhidos as tecnicas mais adaptadas para a auto-instruyao, tendo em vista que o processo de aprendizagem deverii se dar com uma pequena participayiio de apoios ex:temos. 0 centro do processo de ensino passa a ser o estudante" (GON<;:AL VES, 1996).

LEITE e SILVA (1998) relatam que a tecnologia niio

e

a Uni.ca responsiivel pelo sucesso em EAD. "Os professores precisam saber como fazer EAD. Ensinar

a

distiincia

e

muito diferente de ensinar presencialmente, mesmo para professores com larga experiencia em ensino. Sao necessiirias diferentes habilidades de apresentayiio da informayiio e de planejamento, desenvolvimento e avaliayiio de estrategias de ensino nas quais professor e aluno estejam distantes fisicamente.

Alem

do mais, e necessiirio dominar o meio ou o sistema de transmissiio da informa¢o adotado. Nas pr6ximas decadas veremos uma nova gera¢o de professores que terii realmente se graduado

a

distiincia e adquirido experiencia real para real.izar cursos via EAD."

Segundo RASMUSSEN e RELAN (1997)

hi!

quatro sistemas principals de comunica¢o que podem ser usados em WBI: correio eletronico, lista de distribuiyiio, home pages eBBS (Bolettin Board System), cada urn desses recursos podem ser usados sozinhos ou combinados:

• 0 correio eletronico, ou e-mail

e

uma forma de comunica¢o assincrona, pela qual individuos se comunicam por urn computador pessoal conectado a urna rede. 0 e-mail permite tanto ao

(20)

EAD via Internet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental

" A lista de distribuiyao e uma forma de uso do correio eletronico onde e-mails sao distribuidos de forma simultanea para urn conjunto de pessoas, isto e, os seu subscritos. As listas de distribuic;ao geralmente sao utilizadas para divulgayao ampla de inforrnac;ao e discuss5es de temas.

" As home pages sao a base da transferencia do conteudo da instruyao baseada

na

WEB. Elas podem conter material instrutivo e organizacional, alem de links para outros locais e sistemas

de correio. 0 processo de criac;ao de home pages e bastante simples, ja que sua linguagem de prograrnac;ao a Hipertext Mark-up Language (IITML), e baseada em documentos de texto simples que podem ser criados por qualquer processador de textos. Estas paginas de texto sao forrnatadas utilizando-se tags para instruir os browsers como apresentar o texto.

" Os BBS sao sistemas que perrnitem a postagem de e-mail. As mensagens nao circulam entre pessoas, sao enviadas para "um quadro de mensagens". Qualquer pessoa pode responder a uma mensagem postada. A estrutura da comunicac;ao e visiveL Geralmente e utilizada para postagem de duvidas e respostas de forma organizada de modo a facilitar a leitura e acompanhamento das questoes. Desse modo mesmo nao tendo participado da discussao, o aluno pode rever o assunto e se inteirar dos problemas.

3.2 Historico

No levantamento do hist6rico do EAD, alguns autores encontram sua origem

na

troca de mensagens feita pelos primeiros cristaos para difundir a palavra de Deus, especialmente nas varias "epistolas" escritas pelo ap6stolo Paulo (GON<;AL VES, 1996). Outros autores viio aletn, buscando esta origem remota em Platao ( 428-348 a. c.), o grande fi16sofo grego, professor de Arist6teles, que escreveu cartas e tratados sobre etica - em forma de dialogos - e sobre teoria politica ("A Republica"), alem de textos de registro e divulgayao das ideias de seu mestre, Socrates, que, por sua vez, nao escreveu coisa alguma: dedicou-se a educayao presencia!, atraves do metodo dialetico,

(21)

EAD via Internet para CAD: Metoda de Ensino Colaborativo x Comportamental

onde, "utilizando-se da duvida sistematica, procedendo por analises e sinteses, elucidava os termos das questoes em disputa, fazendo nascer a verdade como urn parto no qual ele ( o mestre) era apenas urn instigador, urn provocador e o disdpulo o verdadeiro descobridor e criador" (GADOTTI,

1983).

Do seculo V a. c. ate o seculo XV de nossa era, no entanto, os documentos escritos eram caros e raros, pois tinham de ser feitos (copiados manualmente) pelos escribas. A partir de 1450, como desenvolvimento da imprensa (inventada pelo alemao Johannes Gutenberg, em 1438), a chamada "explosiio tipografica", juntamente com a instal~ao dos correios, passam a constituir a infra-estrutura que faltava para o desenvolvimento do EAD (MCLUHAN, 1996).

Na hist6ria do mundo ocidental, porem, urn pouco antes da "explosiio tipografica", obviamente em menor extensiio, a xilogravura ja cumpria a funyao de recuperar, armazenar e transmitir conhecimentos. No outro !ado do mundo, a impressiio - com caracteres tipograficos cunhados em madeira - era conhecida na China desde o seculo XI e milhares de c6pias de textos budistas foram feitas, atraves da tecni.ca xilografica, ja no seculo VIII.

Quanto ao outro pilar de sustentayao da infra-estrutura blisica que propiciaria o inicio efetivo do trabalho de EAD, ainda no seculo XV foram implantados os correios modemos. "A criayiio dos grandes Estados modemos conferia maior seguranya e regularidade

as

comunicayees. Instalaram-se os primeiros serviyos postais de Estado: na Franya, sob Luis XI, em 1464 e na Inglaterra, sob Eduardo IV, em 1478" (ALBERT e TERROU, 1990).

Desde entao quase tres seculos se passaram ate que se espalhassem pelo mundo as iniciativas concretas de utilizayiio desta estrutura para

fins

educacionais. RODRIGUES (1998) indica urn animcio

da

Gazeta de Boston, de 1728, que oferecia material para ensino e tutoria por correspondencia, assim como urn curso de contabilidade, na Suecia, em 1833. Em 1840, ainda

(22)

6

EAD via Internet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental ...,.. novo impulso ao estudo em casa, tomando-o interativo, pois os alunos puderam passar a corresponder com seus instrutores ao custo de 01 penny por carta, independente da distancia: foi a

cria~;tao do chamado Penny Post.

Outro momento importante, tambem citado por Rodrigues, foi o reconhecimento formal dos cursos por correspondencia: "o estado de Nova Iorque autorizou o Chatauqua Institute, em 1883, a conferir diplomas atraves deste metodo".

Em rela(iiio aos cursos de nlvel superior, a partir do relato feito por varios autores, Rodrigues indica o pioneirismo da Sociedade de Linguas Modemas, de Bedim, que teria iniciado em 1856 a oferta de cursos de frances por correspondencia. Ao mesmo tempo, considerando a ado(iiio do EAD em

seu

carater mais amplo (implanta((ao de varios cursos), a referencia hist6rica e a lllinois Wesleyan University, a primeira Universidade Aberta no mundo, que teria iniciado as atividades nesta modalidade de ensino em 1874.

Tomando como criterios de avalia(iiio a tradi(iiio no uso integrado de tecnologias, o vulto e sucesso no empreendimento, destaca-se a Open University da Inglaterra, criada em 1969: "e a mais tradicional e a maior institui(iiio de EAD do Ocidente. Em 1971, os primeiros 24.000 estudantes ingressaram em diversos cursos. Em 1997, 160.000 alunos estavam registrados ... " (BOLZAN, 1998). 0 sucesso da Open University se deve

a

novidade do uso integrado de material impresso, radio e televisao, implementada atraves de

urn

acordo com a BBC (British Broadcasting Comission),

a

possibilidade de contato pessoal, atraves de centros de atendimento espalhados no pals, ao fato dos alunos nao necessitarem apresentar certificado de forma(iiio escolar anterior (a idade minima de 21 anos era o pre-requisito para ingresso na universidade) e ao alto nlvel dos cursos (RODRIGUES, 1998).

0

primeiro encontro intemacional realizado como objetivo de debater o EAD aconteceu em 1938, na cidade de Vit6ria, no Canada e foi chamado de "Primeira Conferencia Intemacional sobre

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EAD via lntemet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Com porta mental

Educa~o por Correspondencia". E, a partir da decada de 40, mais e mais paises foram adotando oficialmente o EAD: "Africa do Sul e Canada, em 1946; Japao, em 1951; Belgica, em 1959; India, em 1962; Fran~a, em 1963; Espanha, em 1968; Inglaterra, em 1969, Venezuela e Costa Rica, em 1977" (RODRIGUES, 1998).

HOBSBA WN (1996)

afirma

que "o mundo no final do nosso seculo esta repleto de urna tecnologia revolucionaria, baseada em triunfos da ciencia natural previsiveis em 1914 mas que na epoca mal

haviam comeyado, e cuja consequencia politica mais impressionante talvez fosse a revolu~ao nos transportes e nas comunicac;Qes, que praticamente anulou o tempo e a distancia. Urn mundo que pode levar a cada residencia, todos os dias, a quaiquer hora, mais informa~o e diversao do que dispunham os imperadores em 1914. Ele da condic;Oes as pessoas de se falarem entre si cruzando oceanos e continentes ao toque de alguns botoes e, para quase todas as questoes praticas, aboliu as vantagens culturais da cidade sobre o campo."

3.3 Situa~lio Atual

3.3.1 Perspectivas de Crescimento

Na decada de 90, o EAD atinge outro nivel de expressao quantitativa e qualitativa. Dentro de urn processo de amplo crescimento e diversifica~o da oferta de programas de EAD, podem ser observados quatro movimentos distintos:

a) urn movimento no sentido da prolifera~lio, ou descen~, isto e, a partir das possibilidades reais ( e das promessas e rnitos) multiplicam-se iniciativas de EAD por todo o mundo;

(24)

6

EAD via Internet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental ...,.

b) urn movimento de centraliza~ao on concentra~ao nas grandes instituiyees e empresas, que passam a oferece seus servi90s de EAD a muitas outras regi5es, paises e ate continentes; c) urn movimento em dir~ao

a

melhoria da qnalidade, posto que a tecno!ogia digital e de

compressao de dados viabiliza tecnicamente o acesso a informayi)es e

a

cbamada "aprendizagem cooperativa"

a

distancia; e

d) urn movimento ou tendencia de "virtnaliza~o" geral, que val minando as fronteiras entre a educa9iio presencia! eo EAD.

Embora distintos e aparentemente contradit6rios, estes movimentos sao interdependentes e convergentes, impulsionando o crescimento do EAD, como apresentado a seguir.

No movimento de prolifera~o de iniciativas de EAD, verifica-se por todo o mundo, que surgem experiencias pontuais (que tratam de urn tema especifico, mas pretendem atingir o publico em geral) ou localiZildas (que tratam de diversos ternas, mas sao dirigidas ao atendimento dos interesses de um publico especifico) de EAD. Novas alternativas tecnol6gicas viio se incorporando e se ajustando

as

anteriores, viabiliZilndo 0 desenvolvimento dos programas educativos niio so por

parte de grandes instituiyees publicas e privadas, mas tambem de empresas de medio e pequeno porte e de organizayi)es niio-governamentais. NAVES (1998) apresenta dados de urn levantamento realizado no Canad8. por Roberts em 1994, onde 54% das universidades canadenses, 68% dos colegios comunitarios e 36% das grandes e medias empresas reportaram o uso de ensino a distancia. Oficialmente, hoje, "mais de oitenta paises, nos cinco continentes, adotam o ensino a distancia em todos os niveis de ensino, em sistemas formals e niio formals, atendendo a milhoes de estudantes" (NAVES, 1998).

0

movimento de centraliza~o de oferecimento de servi90s de EAD ocorre nos grandes centros, que passam a constituir as chamadas "mega-universidades", entretanto, ao mesmo tempo surgem iniciativas de pequeno e medio alcance. De acordo com o International Center for Distance Learning (ICDL) da Open University da Grii-bretanha, urna "mega-universidade" e aquela institui9iio que recebe urn niunero de matriculas anuais superior a 100.000." Em 1995, por ocasiiio

(25)

EAD via Internet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental

do encontro dos diretores executives destas institui~oes, o ICDL apontou as dez maiores mega-universidades do mundo" (NAVES, 1998).

Entre elas estil, por exemplo, a propria Open University, da Gra-bretanha, com uma media de 150.000 matriculas anuais nos cursos de gradua~ao e p6s-gradua~o, oferecidos em diversos paises que usam a lingua inglesa, principalmente na Europa. Os cursos podem ser feitos por qualquer pessoa com mais de 18 anos, independente da forma~o escolar anterior. "Os materiais impressos sao complementados por transmiss5es de radio e televisao, fitas de audio e video, slides, kits de experiencias, Internet, acesso a bancos de dados, viagens de estudo, cursos de verao e encontros nos fins de semana ou dias de escola" (RODRIGUES, 1998).

Para isso, a UK Open University mantem 18 centros de atendimento distribuidos em 12 cidades na Inglaterra. Pesquisa da universidade informa que 54% dos alunos escolhem a UK Open University pela liberdade de Iugar, tempo e ritmo de estudo, sendo que 68% dos alunos tern emprego fixo, desejam desenvolver sua capacidade intelectual ( 49"/o) e melhorar as chances na carreira profissional (40%) (BOLZAN, 1998).

No ano de 1997 a Indira Gandhi National Open University (IGNOU) contou com 394.388 estudantes em seus prograrnas educativos, utilizando uma infra-estrutura bitsica que inclui, alem das midias tradicionais (impressos, radio, TV): computadores, conexao Internet, e-mail/fax, biblioteca eletronica, tele-conselhos e provisao de recursos multimidia (BLATTMANN e DUTRA,

1999).

Mas a maior institui~o universititria, em termos de niunero de alunos, sem duvida, e a China Central TV and Broadcasting University (CCRTVU) que, em 1994, contou com 530.000 matriculas nos 350 cursos bitsicos e especializa~s oferecidas.

0

sistema RTVU (Radio and Television University) envolve estados, municipios e bairros/distritos. 0 material de interesse nacional - impresses e programas de radio e televisao - e produzido pela Central Radio and

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EAD via Internet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental ...

Television University, que tambem treina professores, tecnicos e faz pesquisas sobre EAD. Os nucleos estaduais produzem os materials de interesse local ou regional, desenvolvem, agendam e supervisionam exames. Este nucleo tambem faz a matricula dos alunos, mantem os arquivos e emitem diplomas e certificados (RODRIGUES, 1998).

Alem destas, segundo NAVES (1998), completando o quadro das dez maiores mega-universidades, estiio: a da Africa do Sul (University of South Africa- UNISA), ada Coreia (Korea National Open University - KNOU), a da Espanha (Universidad Nacional de Educaci6n a Distancia- UNED), a da Franya (Centre National d'Enseignement

a

Distance - CNED), ada Indonesia (Universitas Terbuka- UT), ada Tailandia (Sukhothai Thammathirat Open University- STOU) e ada Turquia (Anadolu University).

No movimento em dir~o

a

melboria da qualidade verifica-se uma mudanya qualitativa nos

processos de aprendizagem possibilitada pelas novas tecnologias. Na decada de 90, a criayao da

WorldWide Web (em 1991), do browser (em 1993), dacompressiio etransmissao de dados em alta

velocidade1, assim como os avanyos na

area

de te1ecomunic:ayOes2 e na produyiio de hardware e

software colocaram a interatividade no centro das atenyoes, promovendo o questionamento dos

modelos pedag6gicos baseados na simples transmissiio de conhecimentos do professor para o aluno.

1 "Na decada de 70, a ARPANET estava usando links de 56 mil bits por segundo. Em 1987, aslinbasdaredetr.msmitiam l,SmilhiSes

de bits por segundo. Em 1992, a NSFNET, a rede principal atras da Imternet, operava a velocidades de transmissiio de45 milhOes de bits por segundo: capacidade suficiente para enviar 5 mil pOginas por segundo. Em 1995, a tecnologia de transmissiio usando gigabits estava no estagio de prot6tipo, com capacidade equivalente a transmissao de toda a Biblioteca do Congresso Norte-americano em mn minute• (CASTEILS, 1999).

2 Segundo Dertouzos, o uso da libra 6tica nas telecomuni""9oes, alterando a velocidade dos sinais nas 1inbas detr.msmissiio de dados

beneficiou de fonna crucial a oomputll\;i!o: "Uma libra 6tica fina como mn lio de cabelo tem mna capacidade smpreendente de transportar inf~ rapidamente, por milhares de quilometros, na fonna de pulsos luminosos que piscam I 0 bilb6es de vezes por segundo. Um filme de doas horas pode ser 1ransmitido por libra 6tica em segundos, mas exigiria mn

mes

pom transmissiio por

(27)

6

EAD via lntemet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental ..._ Muda tambem o papel dos bibliotecitrios e dos serviyos oferecidos pelas bibliotecas: "De um !ado, observa-se o envolvimento do biblioteciuio como formador (num papel de pedagogo), ou seja, participante do processo de ensino/aprendizagem. Onde desenvolve atividades pr6-ativas, auxiliando os usuarios a aprenderem a pesquisar, seja

na

elaborayiio da estrutura ou na localizavii.o de fontes para suas pesquisas. Por outro !ado, observa-se tambem que o profissional encontra-se no processo de auto-aprendizagem no uso das tecnologias da informayiio e adequando-se ao trabalho cooperative entre os pares e entre as organizay(ies" (BLATTMANN e DUTRA, 1999).

Contudo, para LEVY (1999)

e

ainda polemico indicar o que conduzini o EAD da condiyiio de "estepe"

a

condivlio de "ponta de lan9a" do ensino. DERTOUZOS (1997) argumenta que "ascender a chama da vontade de aprender no coravlio dos estudantes, dar o exemplo e criar vinculos entre professores e alunos sao fatores essenciais para o sucesso do aprendizado. Estas necessidades b:isi.cas nlio podem ser satisfeitas pela tecnologia da info111Ultica". Na mesma linba, CASTELLS (1999) enfatiza: " ... a qualidade da educayiio ainda esta, e estara porum Iongo tempo, associada

a

intensidade da interayiio pessoal. Por conseguinte, as experiencias em larga escala de 'universidades a distancia', independentemente de sua qualidade (rna

na

Espanha, boa na Grli-Bretanba), parecem posiciona-las como uma segunda op9lio em formas de educayao ... ".

Articulado aos tres movimentos abordados anteriormente, o crescimento do EAD ganba forya tambem a partir da propenslio em acelerar a substituiyiio do presencia! pelo virtual,

(VI11ualizayiio3) registrada nos anos 90. "Por que construir universidades em concreto em vez de

encorajar o desenvolvimento de tele-universidades e de sistemas de aprendizagem interativos e cooperatives acessiveis de qualquer ponto do territ6rio?", pergunta LEVY (1999), argumentando

'A palavra "virb,alim>!Io"

e

utiljzada segundo o conceito de virtual definido por Levy; ou seja, nao no sentido de oposiy!Io ao real, mas ao atual, pois "o virtual existe sem estar presente. ( ... )A infOJ::IDay!Io digital (traduzida pam 0 e I )tambem pode serqualificada

de virtual na medida em que

e

inacess:ivel enquanto tal ao ser humano. S6 podemos tomar conhecimento direto de sua atualimfilo

por meio de aJgwna forma de exibiyao. Os cOdigos de computador, ilegiveis pam n6s, a1J1alimm-se em alguns lugares, agora ou mais tarde, em textos legiveis, imagens visiveis sobre tela ou papel, sous audiveis na atmosfera" (LEVY, 1999).

(28)

EAD via Internet para CAD: Metoda de Ensino Colaborativo x Comportamental

favoravelmente, embora com algumas (poucas) ressalvas. "Por que se matricular na escola, centro de treinamento ou universidade locais, se o estudante pode freqiientar uma escola mais distante, porem melhor e mais adequada a seus interesses especificos?", pergunta DERTOUZOS (1997).

Enquanto esta substitui~;ao radical ainda e apenas tendencia, a integral;iio da educal(iio presencia! com o EAD, no entanto, ja esta se tomando regra em boa parte das institui~;oes de ensino, o que deixa cada vez menos nitida a distinl;iio entre as duas modalidades. Esta integral;iio pode ser constatada em tres tipos de iniciativas:

1) o uso da telecomunica~;ao e dos suportes multirnidia interativos nos programas educativos de carater presencia!;

2) a transformal;iio de cursos, tradicionalmente oferecidos na forma mais classica de ensino, em "aprendizagem cooperativa assistida por computador" ou em outros fonnatos de EAD;

3) a implantal;iio de cursos cuja grade de disciplinas e composta atraves de uma combinai;OO de materias que exigem a presen~;a fisica com outras realizadas atraves do EAD. Este eo caso, por exemplo, do Mestrado em Artes, oferecido pela Universidade do Arizona, onde, dos 36 creditos obrigat6rios, 24 podem ser realizados "virtualmente" (BLATTMANN e DUTRA, 1999).

0 acesso

as

bibliotecas virtuais ou mesmo a constitui~;ao de uma biblioteca

virtual

particular ou para uso da "classe

virtual"

(no caso dos cursos de EAD), a partir do download de livros digitalizados e disponibilizados na Web, e outro exemplo da virtualizal;iio ja presente no dia a dia da sociedade. 0 nfunero de obras disponiveis (gratuitamente) se torna maior na medida em que

avan~;a o trabalho de digitaliza~;ao em varios projetos concebidos e executados com esta finalidade. Por exemplo, o "Projeto Gutenberg", que tern como meta colocar "ate o ano 2001 cerca de 10.000 titulos na forma texto eletronico" (BLATTMANN e DUTRA, 1999}.

(29)

6

EAD via lntemet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Com porta mental ... 3.3.2 Contextualiza~io

A sistematiza91io da ao:ilise da situa91io atual (aoos 90) do EAD, como urn fenomeno impulsionado pelos quatro movimentos acima citados, consegue dar urna no9Jio de "o que" esta acontecendo e de "como" o processo vern evoluindo. Uma compreensiio, por minima que seja, do "por que", no entaoto, requer a amplia91io do contexto de ao:ilise, taoto no tempo como no sentido da abraogencia de alguns dos complexos aspectos implicados. Ou seja, mesmo sem ter a pretensiio de apreender todas as dimenooes do que RAMONET (1998) chama de "reviravolta de civiliza9Jio", e preciso considerar que:

Nos aoos 70, como resposta ao esgotamento do chamado padriio de produ9Jio e de desenvolvimento "fordista" , que teve como desdobramento a queda das taxas de acumul~ de capital e uma situa91io de forte instabilidade do proprio sistema capitalista, instaura-se urn novo paradigma produtivo, a partir do que se convencionou chamar de "reestrutura9Jio produtiva". Estas mudao9a5 no sistema produtivo caracterizam-se por:

a) urn novo padriio tecnoi6gico, que tern como elementos-chave o computador e a telematica; e b) novos metodos organizacionais, que incluem a desverticaliza91io da produ91io, a utilizayiio dos

sistemas

just in time/kanban

e a organiza9Jio da fabrica em celulas ou ilha de produ9Jio 4

(NEUTZUNGeKREIN, 1997).

A mundializa91io5 da economia e a prioridade absoluta dada ao mercado- como instrumento de regula9Jio - criam urn ambiente economico instavel e imprevisive~ provocaodo urn aumento da concorrencia intercapitalista;

4 A empresa detemrina o seu foco de a~o e transfere a outras empresas (terceirizadas) atividades na

area

de apoio, no

fomecimento de C<JI1lPOll"'lles e, tambem, etapas do processo de prod~' (NEUTZLJNG e KREIN, 1997).

(30)

EAD via lntemet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental

0 acirramento da concorrencia no mercado globalizado leva as empresas

a

busca desenfreada de competitividade, o que implica ter flexibilidade (possibilidade de mudar com facilidade a produ<;iio de urn bern ou servi<;o sem precisar mudar a maquina) e integrayiio, isto e, "integrar os diversos setores no interior da empresa com outras unidades produtivas, com fomecedores e com os consumidores, a fim de atender as exigencias do cliente" (NEUTZLING e KREIN, 1997).

A reestrutura<;iio ou racionaliza<;ao produtiva (para ganhar competitividade) conduz as empresas

a

exigencia de trabalhadores polivalentes (multiqualificados e multifuncionais) e integrados ao processo de atuali.zayiio permanente de conhecimentos e habilidades ( atributos que devem ser adquiridos atraves de uma maior e continuada formayiio/escolarizayao). "Hoje, em viui.os casos, exige-se a conclusiio do segundo grau, ainda que isso possa nao ter nada a ver com o que o individuo vai fazer Ia. A exigencia, contudo, baseia-se em dois fatores: o conjunto de atributos mais gerais, que seria adquirido atraves de uma maior escolarizayiio e o fato de viui.as ISOs exigirem o 2° grau como nivel minimo de escolaridade dos trabalhadores empregados" (FERRETTI, 1999);

Toma-se hegemonico o ponto de vista (de empreslirios e governos) de que o "crescimento inexoravel do desemprego deve-se ao processo igualmente inexoravel de modernizayiio da economia, com suas novas tecnologias e formas de organizayao fortemente poupadoras de rnao-de-obra", cabendo aos proprios trabalhadores a adoyiio de medidas contra o desemprego, ou seja, devem se tomar empregaveis (PEREIRA, 1999).

Com isso, cada vez mais adolescentes, jovens e adultos passam a lutar pela propria "empregabilidade", atraves de maior escolaridade, cursos de atualizayiio, recidagem, requalificayiio etc. Ao mesmo tempo, os "saberes" passaram a evoluir em alta velocidade, registrando-se urn ciclo de renovayiio cada vez mais curto. Isso faz com que a demanda de formayiio, por parte de toda a

desregulamenla\'iO em grande escala, abrindo as fronteiras dos paises em re~ a todas as decisOes sobreinve<tjmentoo;, pro<lt,ao, oferta, procura e financiamentos.

(31)

EAD via lntemet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental

sociedade, seja maior do que nunca: "Agora, em diversos paises,

e

a maioria de uma faixa etaria que cursa algum tipo de ensino secundario. As universidades transbordam. Os dispositivos de forma<;ao profissional e continua estao saturados. Quase metade da sociedade esta, ou gostaria de estar na escola" (LEVY, 1999).

Ha uma mutayao qualitativa na demanda de formayao, que se expressa atraves da "necessidade crescente de diversificayao e de personalizayao. Os individuos toleram cada vez menos seguir cursos uniformes ou rigidos que nao correspondem a suas necessidades reais e

a

especificidade de seu trajeto de vida" (LEVY, 1999).

3.3.3 No Brasil

Com um pouco de atraso, porem nao em menor intensidade, o Brasil tambem registra neste inicio de decada ( e de seculo) a presenya das quatro perspectivas de crescimento do EAD

percebidas no nivel mundial. 0 atraso pode ser computado, entre outras razoes, primeiro, a

uma

especie de explosao tardia no crescimento da demanda, pois os efeitos da "mundializayao" da economia e da reestruturayao produtiva passam a ser sentidos, mais efetivamente, no Brasil, somente na decada de 90; e, segundo,

a

imagem de descredito e resistencia adquirida por esta modalidade de ensino a partir de varias experiencias fracassadas, que devem passar, de acordo com RODRIGUES (1998), por "um meticuloso trabalho de pesquisa e avaliayao das iniciativas, na busca da estruturayao de modelos que sejam adequados

a

realidade brasileira e que consolidem o

EAD como pratica educativa".

Analisando a importancia de definir com clareza o perfil do publico alvo, CRUZ e MORAES (1998) ressaltam que as iniciativas de EAD no Brasil, "apesar das boas inteny(ies e justificativas

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6

EAD via lntemet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental ... independem da epoca, do Iugar e mesmo do fonnato e conteudo escolhidos para sua produviio". Neste sentido, CRUZ e MORAES (1998) apud NUNES (1996), analisa os problemas que impediram o progresso do EAD no Brasil, indicando, como principais: "a criaviio de programas pouco vinculados as necessidades reais do pais, organizados sem qualquer vinculayao exata com prograrnas de govemo, geralmente projetos pilotos feitos para testar metodologias, aos quais faltaram continuidade, criterios de avaliayao, adequada preparaviio para seu seguimento e divulgayao sobre os resultados alcanyados" (CRUZe MORAES, 1998).

Em relaviio

a

situa9iio atual, NlSKIER (1998) aponta urn problema que, no seu ponto de vista, e muito grave: "ainda nao dispomos de uma politica nacional de ensino a distancia, o que e bern sintomatico da desorienta9iio oficial". Segundo ele, estima-se que "em dez anos teremos cinco vezes mais alunos de ensino a distancia do que hoje - ou seja, cerca de 8 milhoes" (NISKIER,

1998).

0 Brasil nlio tern mega-universidades, nem mesmo urna Unica instituiyao de ensino superior inteiramente dedicada ao EAD, "o que acontece e que alguns setores de universidades presenciais modelam cursos a distancia para atender diversas clientelas" (RODRIGUES, 1998). Entre elas, a experiencia mais antiga (iniciada em 1970) e de maior alcance parece sera do Centro de Educayao Aberta e Continuada (CEAD) da Universidade de Brasilia, que foi criado em 1989 e hoje conta com cerca de dez mil alunos, "espalhados no Brasil afora e ate alem das nossas fronteiras"

(NAVES, 1998).

Algumas iniciativas desencadeadas na segunda metade da decada de 90, no entanto, tern dado urn novo impulse ao trabalho de EAD e promovido a sua proliferaviio por todo o pais. Este e o caso, por exemplo, da estruturayao do Laborat6rio de Ensino a Distancia, em 1995, na Universidade Federal de Santa Catarina, que passou a produzir cursos para "clientelas" de diversos setores e localidades do pais, como relata RODRIGUES (1998).

Mas o primeiro curse de especializayao que utilizou a Web como midia interativa principal foi iniciado somente em maio de 1998. "Em parceria com o Senai, o curso Especializayao para

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EAD via lntemet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental

Gestores de Institui~es de Ensino Tecnico, onde 50 funcionarios em 31 cidades tern acesso ao site

(htto://www.iaccess.com.brlled!senai) do curso, que conta com material impresso especialmente modelado, encontros presenciais, sessoes on-line com o professor e banco de dados com as duvidas dos alunos e respostas" (RODRIGUES, 1998).

Neste final de decada, o crescimento da demanda de forma~o por parte de grandes contingentes populacionais esta levando

a

integrayii.o tambem de ONGs, como relata Bolzan: "estao sendo iniciados os projetos pelo Instituto Nacional de Educal(aO a Distilncia -!NED, em conjunto com o Instituto Brasileiro de Analises Socials e Economicas -ffiASE e com outras ONGs. ( ... ) Tambem ha dois anos, foi criada a Rede Brasileira de Educal(ao a Distfmcia - READ/BR, e a secretaria esta

ao encargo da Associayii.o Brasileira de Tecnologia Educacional" (BOLZAN, 1998).

3.4. Fundamentos de EAD

3.4.1 Defini~Oes

0 decreto N" 2.494, de 10 de fevereiro de 1998 que regulamenta o Art. 80 da LDB n° 939/96, define no Art. 1° que "EAD e urna forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediayii.o de recursos didaticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informayii.o, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicayii.o." (BRASIL, 1998)

MOORE e KEARSLEY (1996) descrevem em seu texto que o conceito de EAD

e

bern simples: ''Estudantes e professores estao separados pela distilncia e em alguns casos pelo tempo". Esse conceito oontrasta com o metodo tradicional em que professores e alunos encontram-se em urna

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6

EAD via Internet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental _... uma sala de aula onde o professor fala a um grupo de alunos. Se professores e estudantes nao estiio juntos no mesmo Iugar ou

na

mesrna hora, eles estiio separados pela distilncia tornando-se entiio necessaria a introdu~o de um meio artificial de comunicayiio que ira disponibilizar a informayao e tambem prover um canal de intera~o entre eles. 0 uso de material impresso e tecnologias eletronicas como forma primaria de comunica~o e a primeira e mais evidente caracteristica que distingue EAD das demais formas tradicionais. 0 uso dessas tecnologias abre novas possibilidades

na

forma dos instrutores apresentarem a informa~o e conduzirem a intera9ao como aluno.

MOORE e KEARSLEY (1996) descrevem que existe diferentes niveis de EAD e usa a tipologia desenvolvida por Michael Marek (1990) que a divide em quatro niveis:

1. Prograrnas de ensino a distilncia: Essas sao atividades realizadas em um colegio ou universidade convencional de quem e a responsabilidade primaria incluindo salas de aulas tradicionais. Nos Ultimos anos muitas universidades tern optado por oferecer seus cursos fora do campus atraves de audio ou video conferencia simplesmente acrescentando essa tecnica de ensino a distilncia

as

aulas convencionais. Isso as vezes e tido como "engodo" de ensino a distilncia, visto que, geralmente consiste em um simples professor trabalhando sozinho contrastando com o trabalho em equipe dos sistemas de acesso sistematico. Os programas de ensino a distilncia normalmente nao tern sua propria faculdade ou serviyos administrativos.

2. Unidade de ensino a distilncia: Uma unidade especial dentro de um colegio ou universidade convencional que se dedica a atividades de ensino a distilncia. Cada unidade tera normalmente sua equipe administrativa cuja Unica finalidade eo EAD. Pode tambem haver uma faculdade dedicada, apesar da maioria convidar o corpo docente da institui~o vinculada para prover a maior parte do ensino da unidade. As unidades de extensao da maioria das universidades sao um exemplo desse nivel de EAD.

(35)

&

EAD via Internet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Com porta mental ... 3. Institui~ao de ensino a distancia: 0 Unico proposito da institui~o eo ensino a distancia. Todas as atividades sao desenvolvidas exclusivamente para esse fim. Tal instituicao tern uma faculdade e urna equipe administrativa do qual tern deveres diferentes dos colegios e universidades tradicionais. A British Open University e urn famoso exernplo rnundial de instituicao de EAD.

4. Consorcio de ensino a distancia: Essa rnodalidade consiste normalmente de duas ou rnais instituiy(ies ou unidades de ensino a distancia que cornpartilham o projeto e/ou o envio dos prograrnas. A National University Teleconference Network (NUTN) e "Star Schools" sao exernplos dessa parceria.

3.4.2 Modelos de aprendizagem em EAD

De acordo com BOLZAN (1998) "0 EAD pressupoe um sistema de transmissao e estrategias pedag6gicas adequadas

as

diferentes tecnologias utilizadas". Bolzan no mesmo trabalho coloca que, de acordo com Brande, a estrategia didatica do EAD significa "a escolha dos metodos e meios instrucionais estruturados para produzir um aprendizado efetivo. Isto inclui nao apenas o conteudo do curso, mas tambem decisoes sobre o suporte ao aluno, acesso e escolha dos meios. 0

modo como o tutor e o aluno se comunicam e interagem depende do esquema de aprendizado que e usado".

Aprendizagem Colaborativa

Segundo GUNAWARDENA, LOWE e CARABAJAL (2000), a metafora da "colcha de retalhos" e a que melhor descreve a constru~o compartilhada do conhecimento que acontece em um ambiente de aprendizagem construtivista. Um bloco da "colcha"

e

construido pela aplicacao,

(36)

~

EAD via Internet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental ... colorido. Os peda<;os, de acordo com essa analogia, sao as contribui96es de participantes individuais. Cada participante contribui com sua propria textura e cor de pensamento, da mesma maneira que todo peda<;o de tecido forma urn elemento distintivo no padriio global. 0 padriio pode niio estar completo durante uma Unica conferencia, mas respostas individuals podem contribuir para a forma<;iio de urn padriio. 0 processo pelo qual as contribui9(ies sao providas e a interayiio, amplamente compreendida, e o padriio que emerge ao fun, quando a forma inteira de interayiio acumulada e vista, eo conhecimento recentemente criado. A interayiio eo processo essencial de reunir os peda<;es na co-criayiio do conhecimento.

Para Leidner e Jarvenpaa, segundo RODRIGUES (1998), no modelo colaborativo o "aprendizado emerge atraves do entendimento partilhado por mais de urn aluno, objetivando promover habilidades grupais, comunicayiio, participayiio, capacidade de ouvir, enfim, a socializayiio. 0 metodo tern como premissa urn envolvimento critico no aprendizado e urn conhecimento previo sobre o assunto. 0 instrutor e orientado para a comunicayiio e atua como questionador e lider da

discussao".

BOIZAN (1998) descreve o modelo colaborativo chamando-o de "cooperative ou colaboracionista", e enfatiza que o "aprendizado acontece na interayiio do individuo com os objetos.

E

pela contribui<;iio de diferentes entendimentos de uma mesma materia que se chega a urn conhecimento compartilhado. 0 professor age como urn facilitador do compartilhamento em vez de controlar a entrega do conhecimento ao grupo".

Com as novas tecnologias, torna-se possivel o que Levy chama de "aprendizagem coletiva ou cooperativa". Segundo ele, como os estudantes tern acesso a informayoes atualizadas atraves dos bancos de dados on-line, a conferencias eletronicas onde participam os melhores pesquisadores da area em estudo, ao correio eletronico, a f6runs de discussao etc., a fun<;iio do professor deixa de estar centrada na difusao de conhecimentos: "Sua competencia deve deslocar-se no sentido de

(37)

6

EAD via Internet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental ....,.... incentivar a aprendizagem e o pensamento. 0 professor toma-se urn animador da inteligencia coletiva dos grupos que estao a seu encargo" (LEVY, 1999).

Em sistemas de "instruc;:iio baseada na web" (WBI) os instrutores e outros estudantes diio urn

feedback (retorno) aos demais estudantes atraves de discussoes compartilhadas. Como estudante ou o instrutor sendo o mecanisme desse retorno, a interatividade da classe passa ser promovida por essas discussoes. Ao contrirrio da sala de aula convencional, o feedback nem sempre e imediato e pessoal. Dependendo do numero de estudantes, nem sempre e possivel para o instrutor proporcionar respostas individuais para perguntas e problemas. Geralmente nesses casos o retorno e "geral" para a classe. De certa forma esse procedimento passe a ser eficiente pois, o esclarecimento de urna duvida de urn aluno pode servir aos demais com o mesmo problema (RASMUSSEN e RELAN, 1997).

Aprendizagem Comportamental (Behaviorism)

Dentre os modelos de aprendizagem na educayao, o mais tradicional e o charnado de comportamental ou objetivista. Centrada no ensino do professor, esta forma de ensino e baseada numa aprendizagem reprodutiva (memorizayiio ), o aluno e entendido como urn sujeito passive, que recebe uma serie de informayaes prontas, trabalhando muito pouco sobre elas. 0 ensino segundo essa concepc;:iio e encarado apenas como transmissao de conhecimentos (BOLZAN, 1998).

Na abordagem do "behaviorista" (ou comportamentalista) Burrhus Frederic Skinner o conhecimento e resultado direto da experiencia. Segundo Skinner, que criou o "ENSINO PROGRAMADO", as pessoas aprendem mais facilmente quando o conteildo e apresentado em "unidades discretas", isto e, pequenos modules e quando recebem urn feedback imediato, indicando se o aluno teve ou niio sucesso (RUTHSCHILLING, 2001).

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&

EAD via Internet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental ...,. 3.5 Avalia~ao de EAD

Avalia<;:ao e componente fundamental de qualquer processo ou institui<;:ao cujo trabalho seja educayao. No caso especifico de programas de EAD, diante da falta de urn modelo consolidado e de uma tradiyao no Brasil, a avalia<;:ao se torna ainda mais relevante. ALVES (1994) e categ6rico ao afumar que "uma das grandes falhas do processo educacional e a falta de controle qualitative dos sistemas, tanto presencia!, como

a

distancia". Para MOORE e KEARSLEY (1996) "urn dos pontos fracos no planejamento e desenvolvimento de muitos programas de EAD e a falta de verificayao rotineira dos materiais e da midia. A avaliayiio deve ser feita continuamente atraves de ciclos de planejamento, desenvolvimento e implementa<;:ao para assegurar o funcionamento de tudo

como planejado."

Para GUNA WARDEN A, LOWE e CARABAJAL (2000) urn dos desafios mais criticos para os profissionais envolvidos

na

educayao e o desenvolvimento de metodologias apropriadas e ferramentas para avaliar a aprendizagem on-line. Projetos de aprendizado on-line sao frequentemente baseados no construtivismo, principio centrado no aprendiz que prove mais controle ao estudante. No entender dos autores, metodos de avaliayao tradicionais usados para avaliar o desempenho do ensino dentro de salas de aulas normais nao sao adequados para o aprendizado on-line. Dutro ponto que se deve levar em considerayao em uma avaliayiio on-line eo tamanho da amostra analisada, isto e, avaliayao considerando o niunero de alunos consultados. 0 texto cita uma experiencia de avaliayao segundo HILTZ (1990) para determinar a satisfayao do estudante examinando:

• o social psicol6gico ( caracteristicas do uswirio ),

• as rela<;:Oes hurnanas ( caracteristicas do grupo e organiza<;:Oes dentro dos quais os uswirios

sao

implementados),

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EAD via Internet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental

fatores estes que incidem na satisfa~ao do estudante e uso subseqi.iente destes nas conferencias mediadas por computador (CMC) utilizadas na experiencia de EAD. Porem, ao ap!icar o metodo, os autores constatararn que urn dos principals problemas associados com anaJ.ises quantitativas, no contexte de CMC era o tarnanho da arnostra. Quando se ap!icou metodo estatistico para ava!iar os dados, aparecerarn discrepancias significantes devido ao nfunero pequeno de participantes, comurn emCMC.

Quanto

a

questao de ava!ia~oes comparativas entre ensino a distancia com o presencia!, MOORE e KEARSLEY (1996), destacarn em seu texto que "o que faz qualquer curso born ou ruim e conseqi.iencia de quao bern e estruturado, acessado e conduzido, e nao se os estudantes estao face a face ou

a

distancia". Segundo eles, o sucesso no uso dessas tecnologias requer tecmcas especiais no projeto e urn cuidado maior no planejarnento e produ~ do que gera!mente se tern na sala de aula.

Segundo BANNAN e MILHEIN (1997), a Internet esta se tomando a principal fonte de

distribui~o de material aos estudantes que preferem ( ou sao obrigados) a estudar paralelamente a uma sala de aula tradicional. Poretn, os autores ressaltam que e extremamente necessiuio avaliar esses cursos baseados na

web

em termos das suas caracteristicas globais de projeto instrutivo em Iugar de s6 ava!iar

cada

curso pelo conteUdo especifico que ele prove. Segundo RIEBER (1994)

apud BANNAN e MILHEIN (1997), assim como acontece em qualquer novo meio de distribui~o,

como e o caso da Internet, ha uma tendencia em enfocar estrategias de projeto fundadas somente na capacidade tecnol6gica do meio, em Iugar das metas da !i~, das necessidades do estudante e da natureza da tarefa envolvida.

(40)

6

EAD via Internet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental ....,..._

3.6 Ambientes de EAD para Internet

CHAVES (2000) relata em seu texto que a avalia~o de um

software

no contexto de EAD apesar de levar em conta criterios objetivos e aquilo que o desenvolvedor pretendia, precisa ser feita da perspectiva do usuario e levar em conta o que pretende fazer com

software

e o que ele espera dele. 0 autor enfatiza que fara grande diferenya na avalia9ao se o usuario pretender usar o

software

para ensino a distancia ou para aprendizagem colaborativa atraves de comunidades virtuais, que sao duas modalidades de EAD. No caso de EAD, ha um complicador a mais ja que geralmente ele se destina geralmente de dois a quatro tipos de usuarios, que sao: Os desenvolvedores de programas educacionais, os professores ou tutores que tambem podem ser os desenvolvedores, os alunos e por fun, os administradores que tambem podem fazer o papel de criadores e/ou administradores.

Desta forma, CHAVES (2000) descreve que um

software

para EAD via Internet geralmente e destinado

a

produ~o de materiais e ao planejamento das atividades educacionais

(desenvolve®res)

que serao utilizados por

alunos

com o acompanhamento dos

projessores

alem de haver uma

administra9Cio,

responsilvel por disponibilizar o material, realizar matriculas entre outras.

Alguns indicadores especificos de

software

de EAD via Internet precisam ser considerados de acordo com o ponto de vista de cada tipo de usuario descrito

acima.

Para o desenvolvedor, e importante, por exemplo, a capacidade de importa~o nos principais formatos de arquivos de textos, imagens e videos existentes no mercado. Para o professorfmstrutor a preocupayao esta em dispor de sistemas de correio e listas EXTERN OS, ou seja, que possam ser utilizados mesmo com o micro desconectado do ambiente. A presenya de dispositivos de

chat

e BBS pr6prios do sistema, a u~o de quadros de aviso e calendarios, a gerayao de lembretes automilticos das tarefas e outros, a g~o de estatisticas, a u~o de banco de dados alem da

f'acil

inser~o de convidados em sey(ies de

chat.

Para o aluno, e importante que o

software

tenha uma interface agradavel perrnitindo a fftcil visualiza~o dos quadros de aviso, lembretes e calendarios assim que

(41)

&

EAD via lntemet para CAD: Metodo de Ensino Colaborativo x Comportamental ..._ se entre no ambiente. Facil acesso as mensagens e aos materiais obrigat6rios do curso. Do ponto de vista do administrador,

e

importante que o software permita cadastrar com facilidade os usuanos do

sistema, inclusive com nlveis de acesso diferenciados, disponlbilizar cursos com rapidez, mantendo quando necessario

a

estrutura definida pelo desenvolvedor alem de poder matricular alunos atribuindo-lhes nomes de usuaries e senhas que garantam acesso a todos os :materiais e atividades do curso que sao permitidos (CHAVES, 2000).

3.6.1 0 software WebCT

0 WebCT

e

uma ferramenta que facilita a criayiio de urn ambiente educacional baseado em interface WWW. Pode ser usado para criar cursos on-line completos, ou como interface de

apoio para cursos comuns. Foi projetado para ser utilizado por usuarios sem grande experiencia tecruca em computadores, fazendo uso de interfaces graficas para o desenho do material e diversas ferramentas para auxiliar o professor tais como: sistema de conferencia, chat on-line, estudo em

grupo, avalia~oes, gr.ificos que listam o progresso dos estudantes, e-mail, glossanos, entre outras

(FRANCO e BARBETTI, 1998).

Foi desenvolvido pelo Departamento de Ciencia da Computa~ao da Universidade de British

Columbia no Canada. Suas principais caracteristicas sao: • interface amigavel;

• conjunto de ferramentas que facilita o aprendizado, comunlca~o e colabora~o;

• conjunto de ferramentas administrativas que auxiliam o professor no decorrer do curso;

• pode ser usado para criar cursos ou simplesmente disponlbilizar material para cursos ja existentes;

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