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Conferência Quadro Estratégico Europeu Intervenção do Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Europeus

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Conferência Quadro Estratégico Europeu 2014-2020

Intervenção do Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Europeus

8.jan.2013 Página 1 de 10

Exmo. Senhor Primeiro-Ministro Exmos. Senhores Ministros Senhores Secretários de Estado Senhoras e senhores Deputados

Senhores representantes dos Governos Regionais dos Açores e da Madeira Senhores e Senhoras Presidentes e representantes das Autarquias

Minhas senhoras e meus senhores

1. A Conferência do Quadro Estratégico Europeu marca uma nova etapa no

ciclo de programação 2014-2020 dos Fundos Europeus em Portugal.

2. Sendo certo, como sabem, que o Conselho Europeu não chegou ainda a

acordo político sobre os montantes globais do Quadro Financeiro Plurianual, a verdade é que ao nível dos regulamentos sectoriais a negociação avançou bastante no segundo semestre de 2012, ainda que sob o princípio de que nada está acordado até tudo estar acordado.

3. Em diversas áreas de política como a Política de Coesão os acordos

parciais obtidos no Conselho permitiram já desencadear o diálogo formal com o Parlamento Europeu.

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Este avanço das negociações ao nível do enquadramento regulamentar permite-nos ter neste momento um quadro mais estabilizado dos principais objetivos e linhas de atuação das políticas ao nível europeu para que possam ser articulados com o plano nacional.

4. O novo ciclo 2014-2020 vai reunir o QREN da política regional, o PRODER

da Agricultura e o PROMAR das pescas no âmbito do Quadro Estratégico Europeu e do Acordo de Parceria. Esta unificação vai facilitar a coordenação destas intervenções que atualmente estão separadas e vai promover sinergias e complementaridades entre elas.

5. É no Quadro Estratégico Europeu que se consubstanciam as orientações

estratégicas e principais regras dos cinco fundos europeus: o FEDER, o Fundo Social Europeu e o Fundo de Coesão que são os fundos do atual QREN e o Fundo Agrícola de Desenvolvimento Rural e o Fundo dos Assuntos Marítimos e das Pescas.

6. O Quadro Estratégico Europeu surge assim numa lógica de maior

coordenação das políticas a nível europeu e numa melhor articulação e coordenação entre os objetivos que são definidos na União Europeia e os que são definidos a nível nacional.

7. É aqui que entronca o Acordo de Parceria, o novo instrumento

enquadrador do futuro período de programação e que não é mais do que um contrato entre o Estado-Membro e as instituições europeias para a aplicação dos fundos europeus.

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8.jan.2013 Página 3 de 10 8. Para Portugal, como para os restantes países da União, o Acordo de

Parceria é um contrato de responsabilização. Vai requerer um forte compromisso do país e das instituições com os resultados a atingir na aplicação dos fundos e com as condições dessa aplicação.

9. O Acordo de Parceria não é um ato isolado. Haverá que respeitar os

objetivos de Portugal assumidos no âmbito da Estratégia Europa 2020 e consubstanciados no Programa Nacional de Reformas. No âmbito do Semestre Europeu e do reforço da governação económica, o Acordo de Parceria vai estar alinhado com o Programa de Estabilidade e Convergência e, obviamente, com a estratégia de consolidação orçamental e de reformas estruturais do atual Programa de Ajustamento Económico e Financeiro.

10. E como é que o Governo e a administração pública estão a preparar a

negociação do Acordo de Parceria e dos Programas Operacionais para 2014-2020?

11. Quero começar por recordar que este Governo criou o nível político da

Comissão Interministerial para os Assuntos Europeus que promove hoje esta conferência. Esta Comissão reúne mensalmente Secretários de Estado e representantes dos Governos das Regiões Autónomas para a coordenação da negociação do Quadro Financeiro Plurianual.

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8.jan.2013 Página 4 de 10 12. Em novembro passado o Conselho de Ministros adoptou uma Resolução

que estabelece as orientações políticas e o quadro institucional para que se inicie o processo de negociação do Acordo de Parceria com a Comissão Europeia.

13. Quanto às orientações políticas estratégicas para o Acordo de Parceria,

destaco as seguintes prioridades definidas pelo Governo:

 Promoção da competitividade da economia, com o objetivo de

estimular a produção de bens e serviços transacionáveis, a internacionalização, a dinamização da indústria, da ciência e da inovação;

 Promoção da formação de capital humano, com o objetivo do reforço

do investimento na educação, incluindo a formação avançada e a formação profissional;

 Promoção do desenvolvimento sustentável e convergência das

diferentes regiões;

 E da promoção da coesão social, criando condições para a integração

das pessoas em risco de pobreza e o combate à exclusão social;

 E finalmente promoção do apoio ao programa da reforma do Estado,

assegurando que os fundos possam contribuir para a modernização e capacitação institucional da Administração Pública.

14. Estas orientações estratégicas são subordinadas aos princípios:

 Da racionalidade económica,

 Da concentração do apoio num número limitado de domínios,  Da disciplina financeira,

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8.jan.2013 Página 5 de 10

 Da segregação de funções, e,

 Da transparência e prestação de contas.

15. A coordenação política deste processo é do Senhor Primeiro–Ministro. Ao

Ministério dos Negócios Estrangeiros cabe a negociação europeia do Quadro Financeiro Plurianual e a coordenação da preparação interministerial do Acordo de Parceria e das propostas que serão submetidas a Conselho de Ministros.

16. A coordenação política operacional é por mim assegurada em conjunto

com o Secretário de Estado Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional e com o Secretário de Estado da Agricultura, e com o suporte transversal da Comissão Interministerial para os Assuntos Europeus que integra também representantes dos Governos das regiões autónomas.

17. Desde a publicação da Resolução do Conselho de Ministros há um grupo

de trabalho interministerial que reúne semanalmente para coordenar os diversos trabalhos que levarão primeiro a uma proposta de pressupostos do Acordo de Parceria e, no final, à proposta nacional de Acordo de Parceria que esperamos terminar no Verão caso se confirme um acordo europeu sobre o Quadro Financeiro Plurianual no primeiro trimestre deste ano.

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8.jan.2013 Página 6 de 10 18. Este é um processo intenso, mas não partimos do zero. Há um assinalável

acervo de informação e conhecimento sobre a aplicação dos fundos comunitários em Portugal e em particular neste período 2007-2013, que ajudará a mais facilmente potenciar o que correu bem e a tirar lições sobre o que correu menos bem.

19. É um processo exigente e interativo. Estão em curso os primeiros contatos

com a Comissão Europeia e estamos a estabelecer um roteiro de trabalho.

20. Quero agora destacar dois aspetos que me parecem essenciais para

chegarmos a um bom Acordo de Parceria:

21. Primeiro, o envolvimento dos parceiros institucionais, económicos e

sociais, para os quais estamos a definir metodologias de trabalho e calendários específicos para o diálogo e a auscultação, em especial as seguintes entidades:

 A Assembleia da República;

 Os Governos Regionais;

 A Associação Nacional de Municípios Portugueses,

 E os parceiros económicos e sociais através do diálogo com a Comissão Permanente de Concertação Social e com o Conselho Económico e Social.

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8.jan.2013 Página 7 de 10 22. Em segundo lugar, mas não menos importante, há que incentivar a

realização de um amplo debate na sociedade. A reunião de hoje e a Conferência do passado dia 8 de novembro onde esteve presente o Comissário Europeu da Política Regional são disso um exemplo. Mas também, por exemplo, as iniciativas das CCDR, das autarquias ou mesmo das entidades privadas. São iniciativas que devem ser replicadas. Desde já informo que iremos organizar uma outra Conferência no segundo trimestre sobre assuntos não cobertos nesta reunião.

23. O Governo está empenhado na preparação de um Acordo de Parceria

participado. A auscultação dos parceiros e da sociedade não é apenas obrigatória, é fundamental face ao que está em jogo. Para o novo ciclo dos Fundos Europeus devemos começar por ser exigentes connosco próprios. Sendo certo que há uma responsabilidade própria de quem decide, não é menos verdade que os restantes atores das políticas, incluindo os destinatários ou beneficiários, têm também um papel essencial na formulação participada das políticas.

24. Como disse há pouco, a proposta de pressupostos do Acordo de Parceria é

o primeiro marco do grupo de trabalho interministerial e será a base para a construção do Acordo de Parceria. É um objetivo de curto-prazo para o primeiro trimestre do ano e assim que o Conselho de Ministros der luz verde aos pressupostos do Acordo de Parceria vamos intensificar e alargar o debate com os parceiros e a sociedade.

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8.jan.2013 Página 8 de 10 25. Ao longo dos quatro painéis desta tarde tivemos oportunidade de

testemunhar a importância que os Fundos Europeus têm na alavancagem de muitos investimentos na competitividade da nossa economia, na formação de capital humano, no desenvolvimento sustentável e na promoção da coesão social do nosso país.

26. Na competitividade da nossa economia destacaria a prioridade a dar à

formação, qualificação e investigação ao serviço das empresas, o reforço do peso dos setores produtores de bens e serviços transacionáveis, o apoio à reindustrialização do país e o estímulo à internacionalização da nossa economia.

O sector agrícola em particular, que num contexto de recessão económica tem registado um crescimento positivo, confirma o potencial para a alavancagem da economia nacional e para atingir o objetivo da autossuficiência do sector agroalimentar, em valor, em 2020.

27. No domínio da formação de capital humano destacaria a importância da

qualidade do ensino e da exigência de uma qualificação real, a relevância do ensino na altura própria, nomeadamente o ensino pré-escolar, a necessidade de avaliação de escolas e alunos e, principalmente, foi sublinhada a importância do ensino profissional ou vocacional. Neste painel foi ainda destacado o investimento de longo prazo na ciência e o envolvimento das empresas nesse esforço.

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8.jan.2013 Página 9 de 10 28. No painel do desenvolvimento sustentável destacaria a importância de

olharmos para a sustentabilidade nas suas três vertentes: económica, social e ambiental. Destacaria a importância de podermos vir a ter programas multifundos de áreas das obras públicas de hidráulica, internacionalização e conhecimento. E finalmente destacaria o apelo à simplificação.

29. Por fim, na promoção da coesão social realço a necessidade de uma

redobrada atenção aos fenómenos de pobreza e exclusão social e o aperfeiçoamento do modelo de governação que privilegie a articulação e a eficiência entre a administração central, as autarquias, as IPSS e as Misericórdias. Destaco ainda a necessidade de manter o rigor no uso destes fundos europeus através de uma fiscalização adequada. E destaco finalmente as ideias de projetos inovadores ligados nomeadamente ao envelhecimento ativo.

30. Minhas Senhoras e meus Senhores,

31. No Quadro 2007-2013 Portugal recebe mais de quatro mil milhões de

euros por ano de Fundos Europeus, o equivalente a 2,5% da riqueza gerada em Portugal. Não é um valor despiciendo. Mesmo que no próximo Quadro possa vir a haver algum decréscimo nos envelopes destinados a Portugal, o seu peso continuará a ser muito significativo.

Na situação do país o Quadro Financeiro Plurianual é e continuará a ser o pilar de investimento do nosso ajustamento estrutural, mesmo depois de terminado o Programa de Ajustamento.

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8.jan.2013 Página 10 de 10 32. 2014-2020 é um ciclo novo para uma Europa a 28 num momento difícil em

Portugal mas também na Europa, com desafios enormes na Zona Euro onde o aprofundamento da integração da União Económica e Monetária tem registado avanços sem precedentes.

33. Os fundos europeus tiveram e continuarão a ter um contributo

fundamental para a correção dos desequilíbrios entre países e entre regiões, para a promoção de reformas estruturais e para a consolidação de trajetórias de convergência. É nesse quadro que o Acordo de Parceria Português deve ser um instrumento enquadrador e potenciador, que apoie o nosso país a retomar a trajetória de crescimento e de emprego sustentável rumo a 2020.

Referências

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