Transistores de Alta Freqüência
¾Os transistores foram desenvolvidos logo após o final da Segunda Guerra Mundial e eram usados em produtos de consumo.
¾Os primeiros se limitavam a aplicações de som e baixas freqüências.
¾Com o avanço da tecnologia, logo surgiram os transistores para receptores de VHF, no início da década de 1960. As aplicações em microondas ficariam para mais tarde.
¾As limitações para altas freqüências eram decorrentes de fatores como:
9Velocidade de saturação dos elétrons;
9Espessura da estrutura básica (afetava o tempo de trânsito);
9Resistências e capacitâncias que se manifestavam de forma dispersa, incluindo as decorrentes do encapsulamento.
Transistores de Alta Freqüência
¾As principais soluções encontradas pela engenharia foram:
9Desenvolvimento de novos materiais, como o arsenieto de gálio;
9Nova geometria interna das camadas;
9Novas formas de construção e encapsulamento.
¾Nos dias atuais os transistores já conseguem operar na faixa de dezenas de GHz, podendo chegar à ordem de 50 GHz, comercialmente, com
características de baixo ruído;
¾Importantes parâmetros dos transistores podem ser obtidos a partir das equações de Johnson.
Transistores de RF - Bipolares
Equações de Johnson
¾Equação I – Limite voltagem – freqüência
9V
max – voltagem máxima possível (E
max/ l
min)9l
– comprimento do material9v
s – velocidade de saturação do material9Emax – campo elétrico máximo
9(
l/v
) – tempo médio do portador de carga em velocidade média ao longo do comprimento do materialπ
π
2
2
max maxE
v
sv
l
V
=
Transistores de RF - Bipolares
Equações de Johnson
Exercício
¾ Aplica-se a um transistor bipolar uma tensão de polarização de 5 VCC, gerando um campo elétrico de 6 x 106 V/m. O comprimento da material é de 0,5 µm e a velocidade de saturação dos portadores de carga é de
50 x 103 m/s. determinar a freqüência de operação e a velocidade nominal dos portadores de carga.
Transistores de RF - Bipolares
Equações de Johnson
¾Equação II – Limite corrente – freqüência
9I
max – corrente máxima possível no componente9XC – reatância correspondente à capacitância de saída, isto é:
π
π
2
2
max max CE
v
sv
l
X
I
=
1
oC
v
l
π
2
Transistores de RF - Bipolares
Equações de Johnson
Exercício
¾ Considerando a capacitância de saída de 18 pF, determinar a corrente máxima do componente do exercício anterior, caso o mesmo tenha como freqüência limite 40 GHz.
Transistores de RF - Bipolares
Equações de Johnson
¾Equação III – Limite potência – freqüência
9P
max – potência máximaπ
π
2
2
max max CE
v
sv
l
X
P
=
Transistores de RF - Bipolares
Equações de Johnson
Exercício
¾ Determinar a potência máxima, para o primeiro componente, desta vez operando em 50 GHz.
Transistores de RF - Bipolares
Equações de Johnson
¾Equação IV – Limite ganho em potência – freqüência
9G
max – ganho máximo em potência9k
– constante de Boltzman (1,38 x 10–23)9T
– temperatura absoluta (kelvin)9 e – carga de um elétron (1,6 x 10–19)
π
2
max max maxE
v
se
kTV
G
=
Transistores de RF - Bipolares
Equações de Johnson
Exercício
¾ Também para o primeiro exercício, determinar o ganho máximo em 60 GHz, com temperatura de 300 K. Em seguida, determinar o ganho para 100 K.
Transistores de RF - Bipolares
Equações de Johnson
¾Equação V – Ganho máximo
9f
t – freqüência de corte9f
– freqüência de operação9Z
0 – componente real da impedância de saída9Zin – componente real da impedância de entrada
f
f
Z
Z
G
t in o=
maxTransistores de RF - Bipolares
Equações de Johnson
Exercício
¾ Por que a fórmula leva em conta apenas a componente real da impedância?
Transistores de RF - Bipolares
Equações de Johnson
¾Equação VI – Relação de impedância
9C
in – capacitância de entrada9C
o – capacitância de saída9 tb – tempo de trânsito da carga
max max max
V
t
I
e
kT
t
I
C
C
Z
Z
b b o in in o
=
=
Transistores de RF - Bipolares
Equações de Johnson
Exercício
¾ Determinar as temperaturas equivalentes de ruído para as tensões de 5 V e de 3 V, no componente em questão.
Transistores de RF - Bipolares
Freqüência de corte
¾ É a freqüência na qual o ganho em corrente é reduzido à unidade.
¾ Fatores que afetam o valor da freqüência de corte:
9Velocidade de saturação dos portadores de carga
9Tempo de carga da capacitância da junção emissor-base (teb)
9Tempo de carga da capacitância da junção coletor-base (tcb)
9Tempo de trânsito na região da base (tbt)
9Tempo de trânsito na região de depleção da junção base-coletor (tbc)
¾ Os tempos acima somados fornecem o tempo de trânsito emissor-coletor (t).
¾ A freqüência de corte é, assim, obtida por:
bc bt cb eb t
t
t
t
t
t
f
+
+
+
=
=
1
1
Transistores de RF - Bipolares
Etapas de projeto
¾ A combinação dos resistores de polarização que determina as tensões e correntes direta é o circuito CC.
¾ A seqüência recomendada é:
1. Selecionar os circuitos a serem polarizados;
2. Definir as tensões e correntes diretas para o transistor;
3. Definir a fonte de tensão CC e sua distribuição pelos transistores e resistores de polarização;
4. Calcular os resistores de polarização a partir do circuito definido no passo 1 e das tensões definidas nos passos 2 e 3.
Transistores de RF - Bipolares
Exercícios
¾ A partir de parâmetros típicos, calcular o ganho de corrente de
curto-circuito para uma freqüência de 1 GHz, com base no modelo para pequenos sinais em π-equivalente.
¾ Qual será a corrente de base do transistor submetido a uma tensão de polarização de 5 volts?
¾ Esboce um diagrama do ganho de corrente de curto circuito em função da freqüência.
Transistores de RF – Bipolares de baixo ruído
¾ Representa uma evolução do transistor bipolar homojunção.
¾ São produzidos com AlGaAs (emissor)-GaAs (coletor).
¾ A base é fortemente dopada.
¾ Os materiais e a dopagem da região base - emissor fazem com que esta junção seja diferente da junção base – coletor.
¾ Seu custo é mais elevado e tende a apresentar maior distorção que o homojunção.
¾ Aplicações em modens ultra rápidos e circuito de radiofreqüência.
Transistores de RF – Bipolares de baixo ruído
¾ Os três principais ofensores para o ruído em um transistor bipolar
homojunção são:
9 ruído térmico
9ruído de disparo na junção base-emissor
9 ruído de disparo na junção base-coletor
¾ O ruído térmico é função direta da temperatura e da resistência da base.
Transistores de RF – Bipolares de baixo ruído
¾ O ruído de disparo produzido pela junção P-N depende da corrente da junção.
¾ Existe um valor de corrente de
coletor na qual a figura de ruído é a melhor. Estes valores são típicos para cada componente em
particular. Na prática, os valores dependem da eficiência da junção.
Complicações em Transistores de RF – Bipolares
¾ Algumas complicações estão presentes nos BJT.
9 A corrente de base é pequena, porém não nula devida à
injeção de lacunas no emissor e a uma pequena recombinação na base.
9 O processo acima limita o ganho em corrente.
9 Como o tempo de trânsito é finito, ocorre um acúmulo de cargas na base devido à elevada capacitância da junção base-emissor.
9 À semelhança de outros componentes, possuem efeitos parasitas que prejudicam o desempenho.
Transistores de RF – características estáticas I/V
¾ Corrente direta de coletor:
9 Isf = corrente direta de saturação
9 q = carga de um elétron
¾ Corrente reversa de coletor:
9 Isr = corrente reversa de saturação
1
be qV kT cf sfI
=
I
e
−
1
bc qV kT cr srI
=
I
e
−
Transistores de RF – características estáticas I/V
¾ Corrente total do coletor:
¾ Usando a relação Vce = Vbe – Vbc, tem-se:
¾ A equação acima descreve a característica I/V do coletor.
be bc qV qV kT kT c cf cr sf
I
=
I
−
I
=
I
e
−
e
1
be ce qV qV kT kT c sfI
I e
e
−
=
−
Transistores de RF – características estáticas I/V
¾ Um outro importante parâmetro é a transcondutância que, para pequenos sinais é: ce c m c kT be V q
dI
q
g
I
dV
kT
=
≅
Transistores de RF – capacitâncias
¾ Ambas as junções possuem capacitâncias com duas componentes em cada junção:
9 componente de depleção
9 Cje0 – capacitância da junção de emissor com tensão zero.
9 Cjc0 – capacitância da junção de coletor com tensão zero.
9 φ – diferença de potencial entre o semicondutor e o anodo de metal quando não há ddp externa aplicada.
be be je je
V
C
C
φ
−
=
1
0 bc bc jc jcV
C
C
φ
−
=
1
0Transistores de RF – capacitâncias
9 componente de difusão, causada pelo armazenamento decargas na base, na junção com o emissor:
9τ – tempo de trânsito na base em condução normal e direta.
¾ A capacitância base – emissor total é a soma das duas componentes. kT qV sf be b be be
e
kT
q
I
dV
dQ
C
,τ=
=
τ
τ , be je beC
C
C
=
+
Transistores de RF – capacitâncias
9 componente de difusão, causada pelo armazenamento decargas na base, na junção com o coletor:
9τ – tempo de trânsito na base em condução normal e direta.
¾ A capacitância base – coletor total é a soma das duas componentes.
¾ Apesar das duas fórmulas acima, normalmente não ocorre condução reversa em altas freqüências.
kT qV sf bc b bc bc
e
kT
q
I
dV
dQ
C
,τ=
=
τ
τ , bc jc bcC
C
C
=
+
Transistores de Efeito de Campo - FET
¾ Opera alterando-se a condutividade de um “canal” semicondutor pela variação do campo elétrico no canal.
¾ É ainda conhecido como amplificador de transcondutância, pois relaciona uma corrente de saída a uma tensão de entrada.
¾ Existem dois tipos básicos:
9 FET de junção (JFET);
9 FET com semicondutor de óxido metálico (MOSFET), também chamado de IGFET (FET com porta isolada).
¾ Existem outros componentes de Efeito de Campo, porém todos derivados dos dois básicos acima.
¾ Atravessaram um rápido desenvolvimento, tanto em freqüência como em potência.
FET para microondas
¾ O FET representa um grande avanço nas operações na faixa de microondas.
¾ São fabricados com os materiais do grupo III-A da Tabela Periódica dos Elementos Químicos, notadamente o Gálio e o Arsênio, na forma
GaAs FET.
¾ São ainda empregados AlGaAs e InGaAsP.
¾ Conseguem estender a faixa de operações para bem além dos transistores de junção bipolar (BJT), além de apresentar nível de ruído muito inferior, podendo chegar a menos de 1 dB na figura de ruído.
¾ São mais estáveis diante de variações de temperatura.
¾ São muito utilizados como amplificadores de baixo ruído (LNA).
¾ Outras aplicações:
9Circuitos integrados monolíticos para microondas;
9Conversores analógico-digitais;
FET para microondas
¾ O MESFET é um FET à base de metal e semicondutor
¾ O MESFET também é conhecido como SBT (transistor de barreira Schottky) ou, ainda, SBFET.
¾ Os principais elementos empregados são:
9 íons de enxofre ou estanho
9 vapor de alumínio
9 liga de ouro e germânio
9 liga de ouro e telúrio
9 liga de ouro, germânio e telúrio
¾ HEMT é um transistor com alta mobilidade de elétrons, também
conhecido como TEGFET (GaAs FET com elétron bidimensional), ou,
também, HFET (FET heterojunção). É construído com estruturas finíssimas para reduzir o tempo de trânsito e, assim, permitir freqüências maiores.
FET para microondas
FET para microondas
¾ O transistor bipolar de silício apresenta figura de ruído plana até uma certa freqüência. Em seguida, o ruído sobe bruscamente.
¾ O FET, por outro lado, apresenta aumento de ruído nas baixas e nas altas freqüências.
¾ O HEMT apresenta comportamento
semelhante ao FET, porém em menor grau. O HEMT supercongelado
(- 260oC) tem melhor desempenho.
¾ O ruído na maioria dos MESFET e HEMT aumenta nas baixas freqüências.
¾ Ao contrário do que poderia parecer,
componentes para freqüências altas nem sempre tem bom desempenho em baixas freqüências.
Seleção de transistores
¾ Os critérios de escolha entre um transistor bipolar ou de efeito de campo para a faixa de microondas depende da aplicação.
¾ Por exemplo, em um sistema de recepção de sinais de satélites a figura de ruído é de importância fundamental.
¾ Em outras aplicações a potência de transmissão poderá ser mais importante.
¾ Deve-se ficar atento à faixa de freqüência. Alguns componentes possuem figura de ruído e ganho fortemente dependentes da freqüência.
¾ Antes da escolha definitiva, é fundamental que as folhas de especificações sejam analisadas.
¾ O ganho deve ser cuidadosamente analisado, pois pode ser três formas, pelo menos, e raramente (talvez nunca) iguais:
9 ganho máximo possível (Gmax)
9 ganho na figura de ruído ótima
Seleção de transistores
¾ O ganho máximo possível geralmente ocorre em uma freqüência ou uma faixa muito estreita, na qual as impedâncias de entrada e de saída sejam casadas de forma conjugada, ou seja, as partes reativas devem se cancelar enquanto que as partes resistivas devem estar combinadas para a máxima transferência de potência.
¾ Outro parâmetro importante na análise é o ponto de compressão de 1 dB, no qual um aumento de X dB na entrada corresponde a um aumento de (X – 1) dB na saída.
¾ Operações muito próximas do ponto de compressão de 1 dB podem provocar distorções em um amplificador linear e devem ser evitadas.
¾
¾ O ganho deve ser cuidadosamente analisado, pois pode ser três formas, pelo menos:
9 ganho máximo possível (Gmax)
9 ganho na figura de ruído ótima