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PARTE 1 Papel do co-processamento na destinação de resíduos.

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Academic year: 2021

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PARTE 1 – Papel do co-processamento na destinação de resíduos.

1. Qual a diferença na tratativa de um resíduo que vai ser enviado para

co-processamento e o mesmo resíduo enviado para aterro?

O aterro controlado, uma vez licenciado, está apto a receber qualquer resíduo, ou seja, basta enviar o resíduo por uma transportadora também licenciada. Já para o co-processamento, o resíduo deverá ser licenciado (emitida uma LO específica para o resíduo) o que demora vários meses e custa por volta de R$14 mil. A fábrica de cimento também realiza uma série de monitoramentos da atividade de co-processamento, para garantir a segurança ambiental da atividade.

2. Em termos ambientais, qual a diferença na tratativa de um resíduo que vai ser enviado para co-processamento e o mesmo resíduo enviado para aterro?

Ambas as destinações, feitas de forma adequada, são corretas. No entanto, o co-processamento está numa posição superior na “hierarquia de sustentabilidade no tratamento de resíduos”, uma vez que:

 Não gera passivos que devem ser administrados.

 O resíduo é aproveitado como substituinte energético ou de matéria-prima.

 O co-processamento evita o uso de combustíveis fósseis e a explotação de

recursos minerais.

3. Os impactos ambientais dos aterros (lixiviação, gases) são mais fáceis de controlar se comparados à tecnologia mais complexa do co-processamento?

Análises de ciclo de vida demonstraram que o co-processamento tem menos impactos ambientais que os aterros. O co-processamento não libera substâncias tóxicas para a água nem para o solo. O uso de combustíveis e matérias-primas alternativos evita o impacto ambiental negativo da mineração de combustíveis fosseis e preserva os recursos naturais. Nenhuma emissão adicional é criada se comparado com à produção tradicional de cimento.

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4. Qual é a diferença entre co-processamento e incineração de resíduos?

O co-processamento implica no aproveitamento energético ou como matéria-prima do

resíduo, em substituição aos componentes convencionais. Incineração é

essencialmente uma tecnologia de tratamento de resíduos onde se reduz o volume dos resíduos pela queima, de forma a reduzir o impacto potencial negativo do material descartado e em alguns casos recuperar parte da energia gerada.

5. O co-processamento só pode ser aplicado na indústria de cimento?

O Co-processamento também pode ser aplicado em outros processos industriais, desde que realizado em condições controladas, com limites de emissão monitorados, comprovados através de teste em branco e teste de queima, e que atendam aos limites estabelecidos nos regulamentos sobre o tema.

6. Qual o papel do co-processamento na gestão de resíduos?

O co-processamento é uma boa solução para alguns dos problemas e desafios que o gerenciamento dos resíduos gerados pela sociedade contemporânea enfrenta. Seguramente, não a única solução, mas possui um papel relevante dentro de um contexto mais amplo.

7. Existe alguma perspectiva de co-processar resíduos municipais não selecionados/componentes específicos/ou os restantes apos seleção?

O lixo urbano não selecionado não deve ser utilizado para co-processamento porque sua natureza é muito heterogênea. Após um processo de seleção, o lixo urbano pode perfeitamente ser usada como combustível alternativo no co-processamento.

8. Qual a importância do co-processamento?

. O co-processamento significa:

 Uma forma de destinação segura que não gera passivos.

 Uma tecnologia de ponta, que evita o uso de combustíveis fósseis e matérias-primas não renováveis, sem alterar a qualidade do cimento.

 Contribui com a saúde pública, p.ex. no combate à dengue por meio do co-processamento de pneus.

 É uma “solução pronta” - uma vez que os fornos de clínquer estão disponíveis -

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 Uma prática que gera empregos, tributos e melhora a competitividade do setor cimenteiro, sem abrir mão do controle ambiental.

9. Existe o risco de que a cidade se torne destino de todo tipo de resíduos produzidos no resto do país? (“um verdadeiro lixão”)

Não, por vários motivos. Primeiramente, porque só são destinados para o co-processamento resíduos que possam ser aproveitados como substitutos energéticos e/ou de matéria-prima. Segundo, porque a atividade de co-processamento é feita de forma controlada, ou seja, de forma ambientalmente segura e sem gerar ou deixar nenhum passivo ambiental que deve ser administrado. Além disso, existem restrições econômicas (frete) para se trazer resíduos de localidades distantes.

10. Existe uma ligação entre o co-processamento e a redução de emissões de CO2 relevantes para o efeito estufa?

O co-processamento pode reduzir as emissões de CO2 relevantes para o efeito estufa, se o material residual usado fosse em vez de co-processado queimado sem nenhuma recuperação de energia ou fosse disposto de maneira não controlada.

11. Qual o nível de substituição de combustíveis convencionais não-renováveis por resíduos?

Países mais avançados no uso do co-processamento como tecnologia de destinação de resíduos, como a Alemanha, já atingiram níveis de até mais de 50% de substituição da energia térmica consumida no forno. Com relação à substituição de matérias-primas, pode-se facilmente atingir níveis de substituição superiores a 10%. No Brasil, há “espaço” nos fornos de cimento para, no mínimo, triplicar a quantidade de resíduos atualmente co-processada.

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PARTE 2 – Normas e regulamentos sobre o tema.

12. Qualquer resíduo pode ser co-processado?

Não. Resíduos radioativos, explosivos, lixos hospitalares (infecto-contagiosos), asbestos e outros não são adequados para o co-processamento. Em alguns países, como na Europa, Vietnam, etc., pesticidas podem ser co-processados, sob condições controladas.

Além disso, o co-processamento de resíduos não pode prejudicar a operação de produção de clínquer ou a qualidade do cimento. Por isso, a injeção de certos componentes como cloro e flúor é limitada.

13. Quais as leis e regulamentos aplicáveis sobre o co-processamento?

A Deliberação Normativa (DN) COPAM 26/98, modificada pela DN COPAM 83/05, e a Resolução CONAMA 264/99.

14. Qual a diferença entre a DN 26 e a Resolução CONAMA 264?

A principal diferença é que a DN 26 prevê o licenciamento resíduo por resíduo, enquanto a norma nacional prevê o licenciamento do forno que realiza o co-processamento (assim como são licenciadas outras formas de destinação).

15. Qual o órgão ambiental que fiscaliza a atividade de co-processamento?

A atividade de co-processamento é fiscalizada pelas SUPRAMs regionais, bem como pela Polícia Ambiental. Além da eventual fiscalização por vistoria nas fábricas, as unidades realizam monitoramentos e controles da atividade, e tais informações são enviadas ou estão disponíveis para o órgão ambiental por um período de 3 anos.

16. Como a questão do co-processamento é tratada em outros países?

Em todos os países, a abordagem do controle ambiental e licenciamento do co-processamento é o forno de clínquer, a exemplo da Resolução CONAMA 264/99. - EPA – Estados Unidos: CFR (Code of Federal Regulations) Title 40 Protection of

Environment, part 60.

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17. A legislação aplicada ao co-processamento no Brasil é muito diferente da Européia ou Norte-Americana?

Os limites de emissão e controles aplicados pela DN COPAM 26 e Resolução CONAMA 264 são tão restritivos quanto os limites desses países. Em alguns casos (NOx), a DN COPAM 26 é até mais restritiva.

18. O setor cimenteiro atende a todos os limites de emissão previstos na DN26?

O setor cimenteiro que realiza o co-processamento possui níveis de emissão similares às fábricas mais modernas dos países desenvolvidos. A maioria dos limites são atendidos, no entanto a norma possui alguns pontos não totalmente claro e limites de emissão de NOx (que não tem relação com o co-processamento) muito restritivos, abaixo dos níveis de emissão normal de uma fábrica de cimento com tecnologia de ponta.

PARTE 3 – Tecnologia de co-processamento e a fábrica de cimento.

19. Porque é exigido pré-processamento para certos resíduos?

O preparo de uma mistura de resíduos, comumente chamada de blend de resíduos, é uma solução para uniformizar as características dos resíduos e evitar variações e instabilidades no forno de clínquer. Ao mesmo tempo, essa técnica permite viabilizar pequenas correntes de resíduo que, individualmente, dificilmente seriam co-processadas (por não oferecer um volume mínimo que justifique uma instalação apropriada para o co-processamento). O preparo do blend também auxilia a minimizar os riscos de acidentes, uma vez que gera um produto mais adequado para o manuseio e acondicionamento.

20. Que medidas são fundamentais para que a planta de cimento realize o co-processamento de forma ambientalmente segura?

O controle da entrada dos resíduos no forno, o monitoramento (contínuo e isocinético) dos parâmetros mais importantes de emissões, procedimentos operacionais do forno e de manuseio dos resíduos adequados, somados a uma comunicação constante e transparente com as autoridades e comunidade, de forma a construir uma relação de confiança entre a empresa e a comunidade vizinha, fundamentada numa operação segura.

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21. As fábricas têm estrutura para atender a uma emergência em caso de mau funcionamento do sistema de controle de emissão de poluentes?

As indústrias possuem um sistema de bloqueio da alimentação dos resíduos frente a quaisquer anomalias do processo. Além disso, toda unidade que realiza co-processamento deve possuir um plano de gerenciamento dos riscos e atendimento emergencial em caso de acidente envolvendo o co-processamento de resíduos.

22. Que tipos de modificações são feitas na fábrica de cimento para poder co-processar resíduos?

As fábricas sempre terão como prioridade a produção de clínquer e cimento. O co-processamento é uma atividade relacionada com o forno de clínquer, e que deve ser feita sem alterar o regime de produção do forno.

As maiores modificações dizem respeito aos controles e cuidados ambientais (monitoramentos, intertravamento, registros, etc.) instalados no forno para viabilizar o co-processamento. Além disso, as instalações de recebimento, armazenagem e manuseio dos resíduos são feitas de forma a não oferecer riscos de acidentes ambientais, e a equipe envolvida com a atividade de co-processamento é devidamente treinada e habilitada para realizar a atividade. Algumas alterações nos dispositivos de injeção e queima de combustíveis também podem ser necessárias.

23. Os resíduos em geral são mais “fracos” (tem menos poder energético) que os combustíveis tradicionais. Como isso afeta o processo?

Alguns resíduos, como os pneus, também possuem elevado poder energético. O fato de resíduos como EPIs e outros materiais contaminados, triturados, possuírem menor poder energético pouco muda a atividade no forno. A única diferença é que, quando este material substitui um combustível convencional, deve-se alimentar a mesma “quantidade de calor” que se está tirando do combustível.

24. O co-processamento altera a qualidade do cimento?

Não. O cimento atende às normas específicas de qualidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e em mais de 10 anos da atividade de co-processamento não houve nenhum registro de alteração da qualidade – os volumes de material co-processados são muito pequenos em relação aos volumes de matérias-primas e combustíveis usualmente utilizados. Testes feitos no exterior mostram que não há alteração na qualidade das águas que passam por tubos de cimento feitos a partir de

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clínquer com co-processamento. Em uma tese de doutoramento realizada no Brasil, comprovou-se que os elementos-traço como metais presentes em pequenas concentrações são incorporados na matriz cristalina dos metais de clínquer.

25. Qual é o impacto da alimentação de metais pesados nos fornos? O grau de lixiviação de metais pesados de produtos de cimento é ainda aceitável?

O comportamento dos metais pesados no forno de clínquer e no cimento é muito bem compreendido. A maior parte dos metais são incorporados na estrutura mineral do clinquer. Estudos científicos têm demonstrado que a liberação de metais de estruturas de concreto é muita mais baixa que os valores limite aplicáveis, como p.ex. os padrões para água potável. A entrada de metais com maior potencial de lixiviação, como o cromo, deve ser controlada e limitada.

PARTE 4 – Emissões.

26. A qualidade do ar não é comprometida pelo co-processamento de resíduos?

Não. Como citado, a atividade de co-processamento submete as fábricas de cimento a controles ambientais mais rígidos e limites de emissão mais restritivos, o que tende a contribuir para uma melhoria na qualidade do ar.

27. Que gases são gerados pelo co-processamento?

O co-processamento não forma gases específicos. Os gases permanecem os mesmos que são normalmente gerados no processo de fabricação de cimento sem co-processamento.

28. Como é feito o controle de emissões na indústria de cimento?

Pelo uso dos chamados equipamentos de controle da poluição do ar – ECPs -

normalmente filtros eletrostáticos ou de mangas. Esses equipamentos filtram os gases que saem do forno, retendo o material sólido – chamado de material particulado – e permitindo a passagem dos gases. Geralmente os ECPs possuem eficiência de 99,5 a 99,99%. Os gases que deixam o processo de fabricação do clínquer são monitorados de forma contínua para atender aos limites estabelecidos na regulamentação do co-processamento.

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29. Que acontece com a poeira proveniente do equipamento de controle da poluição – ECP - (filtro de mangas ou eletrostático)?

O pó coletado no ECP é parcialmente ou totalmente reintroduzido no forno ou aproveitado no moinho de cimento (no Brasil, não há descarte do pó do eletrofiltro).

30. O co-processamento pode prejudicar as emissões atmosféricas da fabrica de cimento?

Ao contrário, o que tem sido observado é que fábricas que realizam o co-processamento possuem níveis de emissão iguais ou inferiores aos de fábrica que não co-processam, pois estão sujeitas a limites mais restritivos e um monitoramento mais rigoroso.

31. Que tipo de monitoramento de emissões é necessário para garantir que não há emissões de substâncias tóxicas?

As normas sobre o tema – DN COPAM 26 e Resoluções CONAMA 264 e 316 –

estabelecem os parâmetros que devem ser monitorados, o tipo de monitoramento que deve ser executado e os limites de emissão permitidos para a atividade de co-processamento, de forma a garantir que a mesma seja feita de forma controlada e ambientalmente segura.

Ressalta-se também a preocupação com a qualidade do clínquer e cimento: uma fábrica de cimento jamais vai comprometer a qualidade de seus produtos para viabilizar o co-processamento.

32. Existem padrões específicos de emissão para fábricas de cimento que realizam o co-processamento?

Sim, existem padrões que limitam as emissões dos principais poluentes, e esses são mais rigorosos que os limites estabelecidos para uma fábrica de cimento que não faz co-processamento.

33. Os Produtos Orgânicos Persistentes (POP's) podem ser eliminados nos fornos de cimento?

Sim. A principal preocupação para o co-processamento de resíduos perigosos que contém POP's é a formação de dioxinas e furanos. Devido ao longo tempo de permanência e as altas temperaturas no forno de cimento todos os compostos orgânicos serão destruídos. Alimentar os resíduos nas zonas de altas temperaturas e

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um bom controle do processo são pré-requisitos para a destruição dos POP's nos fornos de cimento, aliados ao rápido resfriamento dos gases de exaustão e ausência de matéria orgânica nas temperaturas mais baixas no forno.

34. O que são dioxinas e furanos?

Dioxinas e furanos referem-se a dois grupos de composições químicas que, ao todo, chegam a 210 moléculas. A Resolução Conama 316/02 limita a emissão de dioxinas e furanos para todos os sistemas de tratamento térmico e para o co-processamento a 0,5 ng/Nm3. A indústria de cimento tem níveis de emissão desses gases abaixo de 0,1 ng/Nm3.

35. O que acontece com os metais e outros compostos presentes nos resíduos quando eles são co-processados?

A maioria dos metais deixa o sistema forno combinada na matriz do clínquer. Os compostos que demandam especial atenção são os metais mais voláteis, como o mercúrio e o tálio. Estes compostos volatilizam no forno e geralmente são retidos no pó coletado nos ECPs, recirculando pelo reuso destes materiais. Portanto, quanto maior a eficiência do ECP, menores as emissões desses compostos.

36. Como pode-se evitar que o clinker se torne um deposito de metais pesados?

Os efeitos do co-processamento sobre o teor de metais pesados no clínquer foram objeto de muitas investigações, principalmente nas décadas de 80 e 90, e a conclusão é que a influência dos metais alimentados no forno é marginal, numa base estatística, dadas as pequenas quantidades alimentadas em relação à massa total de material (farinha + combustível convencional). As frações alimentadas são usualmente retidas na matriz cristalina do clínquer, permanecendo imobilizadas. O co-processamento de pneus, que são ricos em zinco, elevam os níveis desse composto no clínquer, sem oferecer qualquer prejuízo à qualidade ou segurança ambiental do cimento produzido.

37. Além das emissões, que outro tipo de controle ambiental é feito pela atividade de co-processamento?

Vários controles são feitos para garantir que a atividade de co-processamento está sendo feita de forma segura: controles operacionais e de processo do forno, da taxa de alimentação do resíduo, de suas características no recebimento, da operação de descarga e manuseio dos resíduos, etc.

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38. Como eu posso acompanhar o desempenho ambiental da(s) fábrica(s) que co-processa(m) resíduos na minha cidade / perto da minha comunidade?

As fábricas de cimento obrigatoriamente reportam seu desempenho ambiental para o órgão ambiental responsável pela atividade de controle, onde todos os dados podem ser verificados. Além desse canal, a maioria das unidades mantém um canal aberto de diálogo com as comunidades próximas à planta, o qual pode ser utilizado para obter maiores informações sobre o co-processamento.

PARTE 5 – Saúde ocupacional e proteção das comunidades.

39. Como se garante a saúde do trabalhador envolvido com o co-processamento?

A atividade de co-processamento, como qualquer outra, está sujeita às normas e regulamentos relativos à proteção da saúde do trabalhador, que envolve equipamentos de proteção coletiva e individual, além de instalações adequadas que minimizam os níveis de exposição a agentes químicos presentes nos resíduos. Além disso, os trabalhadores passam por exames periódicos de checagem, e a atividade é rigorosamente controlada pelas autoridades do Ministério do Trabalho, que freqüentemente fazem vistorias nas fábricas.

40. Como é que a indústria de cimento protege moradores e trabalhadores dos riscos potenciais associados ao co-processamento?

Com base em um sistema de saúde ocupacional e de segurança que abrange todas as medidas preventivas exigidas e necessárias para minimizar o risco potencial para os trabalhadores e moradores.

41. As comunidades podem se preocupar com a realização do co-processamento. O que deve ser feito para lidar com isso?

As fábricas de cimento que co-processam incluem em suas atividades programas de Educação Ambiental para colaboradores, muitas vezes envolvendo a comunidade local, que também tem a possibilidade de visitar as instalações da empresa e conhecer maiores detalhes sobre a operação. Faz parte dos códigos voluntários das cimenteiras manter um canal aberto de diálogo com as comunidades.

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42. O co-processamento pode aumentar a incidência de asma, alergias e outras doenças nas comunidades próximas das fábricas de cimento?

O co-processamento, realizado de forma segura, não oferece nenhum risco para as comunidades vizinhas às fábricas de cimento. Basta lembrar que, por estar submetida a padrões mais rígidos de controle, em geral uma fábrica que co-processa resíduos tem emissões iguais ou inferiores àquelas que não co-processam resíduos.

PARTE 6 – Aspectos econômicos.

43. Qual é o custo / benefício para o fabricante de cimento e qual é a vantagem econômica de utilizar os resíduos como combustível em um forno de cimento?

O co-processamento é geralmente um serviço prestado pelo setor de cimento aos geradores de resíduos, portanto trata-se de uma atividade remunerada. A demanda legal por maior controle e rigor no desempenho ambiental do forno demanda investimentos das fábricas de cimento (em monitoramentos, instrumentos, equipamentos de precisão, de dosagem, mão-de-obra qualificada, etc.). A substituição energética e de matérias-primas auxilia a viabilizar a atividade, que também é um fator que contribui para a competitividade do setor.

44. Por que o gerador de resíduos deve pagar pela disposição dos seus resíduos no forno de cimento, embora estes sejam um recurso para a indústria do cimento?

O princípio poluidor-pagador deve ser a base para a análise econômica e financeira do co-processamento, enquanto destinação de resíduos. Isto significa que aqueles que são produtores de resíduos (p.ex. a indústria) devem se responsabilizar por sua destinação. Co-processamento significa investimentos e custos adicionais para as indústrias de cimento e a remuneração pela destinação é fundamental para que a atividade seja atraente para as fábricas de cimento.

45. Quanto o co-processamento representa em termos de oportunidade de negócio?

O co-processamento é uma atividade bastante específica e diferenciada – cada fábrica

opera segundo um modelo, com benefícios bastante específicos. Como oportunidade, destaca-se indubitavelmente o benefício do serviço realizado e da substituição de insumos básicos, que permitem maior competitividade para a indústria. No entanto o

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grau de benefício varia bastante, dependendo do nível de investimento realizado e outros fatores específicos de cada projeto.

46. O co-processamento é um processo caro, se comparado aos demais métodos de eliminação de resíduos?

Em muitos casos o co-processamento é a alternativa que apresenta o melhor custo/benefício, quando se compara com outras destinações que não deixam passivos ambientais. No Brasil, essa questão está sensivelmente desequilibrada devido aos custos e prazo necessário para o licenciamento dos resíduos para o co-processamento (o que não é necessário para a destinação para aterros), que encarecem o preço do co-processamento.

Referências

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