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SENTENÇA. Processo Digital nº: Classe - Assunto Procedimento Comum - Aposentadoria por Tempo de Serviço (Art.

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Academic year: 2021

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SENTENÇA

Processo Digital nº: 1000903-14.2016.8.26.0695

Classe - Assunto Procedimento Comum - Aposentadoria por Tempo de Serviço (Art. 52/4)

Requerente: Pedro Satio Fugiyama

Requerido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

Justiça Gratuita Juiz de Direito: Dr. Leonardo Manso Vicentin

Vistos.

PEDRO SATIO FUGIYAMA propôs ação previdenciária em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL, objetivando a concessão de aposentadoria

por tempo de contribuição com proventos integrais e pedido declaratório de reconhecimento de atividade rural.

O requerente alegou, em síntese, que nasceu em 12 de dezembro de 1951 e que desde os 12 anos de idade dedica-se ao trabalho rural, em regime de economia familiar, uma vez que toda sua família realizava tal atividade, afirmando que, considerando-se os períodos como trabalhador rural familiar, possui, até o momento, em torno de 50 anos de tempo de contribuição. Permaneceu em atividade rural até 01 de março de 1989 quando iniciaram seus recolhimentos previdenciários. O requerente ingressou com pedido administrativo de aposentadoria por tempo de contribuição em 11/05/2015 NB n° 170.008.921-5, o qual foi indeferido em 26/09/2015, sob o fundamento de ausência de tempo de contribuição suficiente (fls. 34). Assim requer, o reconhecimento do período laborado como rural de 12 de dezembro de 1963 a 01 de março de 1989, averbando-se no CNIS do autor, em prazo não superior a 30 dias bem como a concessão da aposentadoria por tempo de contribuição, com proventos integrais, mensal e vitalício quitando-se assim as parcelas vencidas de uma única vez, corrigido monetariamente e acrescido de juros de mora na forma da legislação civil vigente.

Foram deferidos à parte autora os benefícios da justiça gratuita e indeferido o pedido de antecipação de tutela (fls. 47/48).

Devidamente citado (fls.52), o requerido apresentou contestação (fls.53/58). Sobreveio réplica ás fls. 104/111.

Instadas as partes à produção de provas (fls.112), o autor se manifestou (fls. 115/117) requerendo a produção de prova oral, com oitiva de testemunhas já arroladas na petição

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inicial.

Despacho saneador às fls. 121.

Audiência de instrução e debates orais gravados em sistema audiovisual.

Alegações finais pelo autor às fls. 134/142. O requerido não se manifestou (fls. 144).

É o relatório.

Fundamento e decido.

Por meio da presente ação, pleiteia o autor o reconhecimento do período em atividade rural e em regime de economia familiar desde 12 de dezembro de 1963 a 01 de março de 1989, tendo em vista que seu primeiro recolhimento data de 01/03/89, totalizando 25 anos e 10 meses de contribuição, conforme apurado pelo requerido administrativamente (fls. 34). Assim, com o reconhecimento de tempo de serviço pelo Instituto-Réu e considerando-se o tempo em que laborou em atividade rural, pleiteou a condenação da autarquia à concessão de aposentadoria por tempo de contribuição.

Quanto ao trabalho rural, foram ouvidas três testemunhas com o fito de comprovar o período laborado.

A testemunha Fumio Utida disse que conhece o Sr. Pedro há mais de quarenta

anos, aproximadamente quarenta e cinco anos. Quando ela o conheceu, ele trabalhava com plantação de verduras. Na época, ele devia ter 15, 16 anos. Todos trabalhavam na roça. Ele trabalhava para a família. Ele trabalhou sempre com plantação. Conheci ele em Mogi, ele veio para Atibaia e continuou plantando. Que ela saiba, ele nunca trabalhou na cidade. Hoje em dia, ele tem um pequeno varejão, em que vende o que ele planta, ele o tem há aproximadamente 10 anos. Ele planta em sítio próprio.

A testemunha Honório Harada relatou que conheceu o autor nos anos 70. Desde a

época, trabalhava na lavoura, com a família. Quando começou a plantar em Atibaia, era plantação de morango. Ainda trabalha na lavoura, com a família. Tem sítio próprio, pequeno, para sua subsistência. Nunca trabalhou na cidade. Não tem funcionários. Tem um comércio de hortaliças há vinte anos.

A testemunha Roque Yoshio Shimya narrou que conhece o autor desde 1970.

Trabalha com lavoura, com a família. Plantava morango, verduras. Tem um varejão. Não sabe dizer há quanto tempo, mas foi bem depois que o conheceu. Tem sítio próprio. Não tem empregados.

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Com efeito, as provas testemunhais denotam que desde jovem trabalhou na lavoura, o que perdurou por anos.

O autor juntou documentos em seu nome com dados contemporâneos aos fatos (fls. 18/34), entre eles certificado de dispensa de incorporação (reservista) indicando sua profissão como trabalhador rural (1971), cédula rural pignoratícia (1987), notas fiscais de compra de produtos agrícolas (1980/1981), nota fiscal de produtor (1988), declaração do Sindicato Rural de Atibaia em nome do autor e certidão da Secretaria da Fazenda de São Paulo comunicando abertura de inscrição de estabelecimento de produtor rural. Ainda, juntou certidão de casamento de seus pais, indicando a profissão do genitor como lavrador (1949). Assim, conclui-se pelo exercício da atividade rural juntamente com a família desde jovem, como alegado na inicial e mencionado na prova oral produzida.

Observe-se que o tempo de serviço do segurado trabalhador rural, anterior a data de início da vigência da Lei 8.213/91 deve ser computado independentemente do recolhimento das contribuições a ele correspondentes, exceto para efeito de carência, conforme parágrafo segundo do artigo 55.

O Instituto-réu reconheceu o tempo apresentado pelo autor quanto às demais ocupações. O requerente efetuou os recolhimentos relativos ao período em que trabalhou como empregado por mais de 180 meses, conforme determina o art. 25, II, da citada lei. Assim, o período em que exerceu atividade agrícola está sendo utilizado apenas para completar o tempo de serviço necessário.

Os demais argumentos deduzidos no processo, para além de incapazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada, são refutados e prejudicados por raciocínio lógico, porque incompatíveis com o resultado da conjugação de todos os elementos da sentença.

Posto isso, JULGO PROCEDENTE o pedido de PEDRO SATIO FUGIYAMA para declarar que o autor laborou como trabalhador rural, nos períodos compreendidos entre 12 de dezembro de 1963 a 01 de março de 1989, condenado a autarquia ré a averbar e expedir certidão desse tempo como tendo sido efetivamente trabalhado pelo autor, para efeitos da concessão de benefícios previdenciários, e para condenar o INSS a pagar ao autor aposentadoria por tempo de serviço no valor a ser calculado de acordo com o art. 29 da lei nº. 8.213/91, bem como 13º salário, a partir do requerimento administrativo.

As prestações vencidas deverão ser corrigidas a partir do inadimplemento e juros de mora a contar da citação, atentando-se aos limites da declaração de inconstitucionalidade pelo

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Supremo Tribunal Federal nas ADIs 4.357 e 4.425, conjugados com manifestação do Superior Tribunal de Justiça no REsp 1.270.139/PR (sob o rito dos recursos especiais repetitivos) e 1.292.728/SC, a saber, correção monetária calculada com base no IPCA e juros de mora estabelecidos pela lei vigente no período (art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 seguida pela Lei 11.960/09, para os débitos não tributários; Taxa SELIC para os débitos tributários).

Quanto à modulação de efeitos nas prefaladas ADIs, está fundamentada em razões político-econômicas e refere-se à fase de precatórios expedidos até 25.03.2015 porquanto já calculadas e afetadas verbas públicas para pagamento na ordem cronológica. Não diz respeito, portanto, às condenações atuais, que seguem o regramento geral estabelecido pelas Cortes Superiores, ao menos até o julgamento do denominado Tema 810 do E. Supremo Tribunal Federal, com repercussão geral reconhecida (vide TJSP, Apelação nº 1004115-63.2015.8.26.0053, 5º Câmara de Direito Público, Rel. Des. Marcelo Berthe, 19.09.2016).

Condeno, ainda, o requerido nos honorários advocatícios de sucumbência, que arbitro em 10% sobre o total das prestações vencidas, nos termos da Súmula nº 111 do Superior Tribunal de Justiça.

Ante o caráter alimentar do benefício, determino, a título de antecipação de tutela, nos termos do art. 461, §3º, seja requisitada a implantação do benefício, que deve ser feita no prazo máximo de trinta dias, sob pena de multa diária de R$ 200,00 (duzentos reais). Cópia da presente sentença servirá como ofício para implantação do benefício.

Na hipótese de interposição de recurso de apelação, por não haver mais juízo de admissibilidade a ser exercido pelo Juízo "a quo" (art. 1.010, CPC), sem nova conclusão, intime-se a parte contrária, caso possua advogado, para oferecer resposta, no prazo de 15 dias. Em havendo recurso adesivo, também deve ser intimada a parte contrária para oferecer contrarrazões. Após, remetam-se os autos à Superior Instância, para apreciação do recurso de

apelação.

Valerá a presente sentença, por cópia digitada, como mandado de intimação para o INSS.

Transitada em julgado, cumpridas as cautelas de estilo, arquive-se. P.R.I.

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DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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