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CONFLITO DE COMPETÊNCIA

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Academic year: 2021

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Superior Tribunal de Justiça

CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 74.867 - RJ (2006/0243971-4)

RELATOR : MINISTRO LUIZ FUX

AUTOR : CLÁUDIA REGINA DE ARAÚJO GUADAGNO

ADVOGADO : PATRÍCIA DE CÁSSIA PEREIRA MOREIRA E OUTRO

RÉU : CARTÓRIO DE REGISTRO CIVIL DA 2A CIRCUSCRIÇÃO DE

NOVA IGUAÇU

SUSCITANTE : JUÍZO DA 6A VARA DO TRABALHO DE NOVA IGUAÇU - RJ

SUSCITADO : JUÍZO DE DIREITO DA 6A VARA CÍVEL DE NOVA IGUAÇU -

RJ

SUSCITADO : JUÍZO FEDERAL DA 2A VARA DE SÃO JOÃO DE MERITI - SJ/RJ

EMENTA

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA ESTADUAL, FEDERAL E TRABALHISTA. JUSTIFICAÇÃO JUDICIAL. COMPROVAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. INEXISTÊNCIA DE LIDE GRAVITANTE EM TORNO DO CONTRATO DE TRABALHO. AUSÊNCIA DAS ENTIDADES DESCRITAS NO ART. 109, I, DA CARTA MAGNA NOS PÓLOS SUBJETIVOS DA DEMANDA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL.

1. A competência para processar e julgar ação de justificação ajuizada

por servidora do Cartório de Registro Civil da 2.ª Circunscrição da Comarca de Nova Iguaçu - RJ, regida por regime celetista, no afã de comprovar o seu tempo de serviço, é da Justiça Estadual. Incidência, a contrario sensu , da Súmula n.º 32 deste STJ, no sentido de que: Compete à Justiça Federal processar e julgar justificações judiciais destinadas a instruir pedidos perante entidades que nela têm exclusividade de foro, ressalvada a aplicação do art. 15, II, da Lei n.º 5.010, de 1966 (Precedente: AgRg no CC 31.965 - RJ, Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JÚNIOR, Segunda Seção, DJ de 04 de abril de 2002).

2. In casu, (i) a pretensão deduzida pela autora do feito principal não

se refere ao reconhecimento de vínculo empregatício, até porque já o obteve; mas, antes, efetivamente provar o seu tempo de serviço, a fim de futuramente requerer a sua aposentadoria, e (ii) o objeto mediato do pedido não é voltado contra o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, que não ocupa qualquer dos pólos subjetivos da demanda (art. 109, I, da Carta Magna).

3. Conflito conhecido para declarar a competência do JUÍZO DE

DIREITO DA COMARCA DE NOVA IGUAÇU - RJ.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da PRIMEIRA SEÇÃO do Superior Tribunal de Justiça acordam, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, conhecer do conflito e declarar competente o Juízo de Direito da

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Superior Tribunal de Justiça

6ª Vara Cível da Comarca de Nova Iguaçu-RJ, o primeiro suscitado, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Castro Meira, Denise Arruda, Humberto Martins, Herman Benjamin, Mauro Campbell Marques, Eliana Calmon e Francisco Falcão votaram com o Sr. Ministro Relator.

Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Teori Albino Zavascki. Brasília (DF), 10 de setembro de 2008(Data do Julgamento)

MINISTRO LUIZ FUX Relator

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Superior Tribunal de Justiça

CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 74.867 - RJ (2006/0243971-4)

RELATÓRIO

O EXMO. SR. MINISTRO LUIZ FUX (Relator): trata-se de conflito

negativo de competência suscitado pelo pelo JUÍZO DA 6.ª VARA DO TRABALHO DE NOVA IGUAÇU - RJ em face do JUÍZO DE DIREITO DA COMARCA DE NOVA IGUAÇU - RJ e do JUÍZO FEDERAL DA 2.ª VARA DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO JOÃO DE MERITI - RJ, nos autos de ação de justificação judicial ajuizada por Cláudia Regina de Araújo Guadagno contra o Cartório de Registro Civil da 2.ª Circunscrição da Comarca de Nova Iguaçu - RJ, objetivando a anotação, em sua CTPS, do período laborado de 1.º de março de 1978 até 1.º de março de 1982.

A ação fora proposta perante o Juízo Estadual, que declinou da sua competência em favor da Justiça Federal, sem, contudo, explicitar os motivos pelos quais assim procedeu.

A Justiça Federal, por seu turno, declarou-se absolutamente incompetente e determinou a remessa dos autos à Justiça Laboral, asseverando que o pleito deduzido na petição inicial gravita em torno do reconhecimento de vínculo trabalhista.

O Juízo laboral instaurou o conflito negativo de competência que ora se apresenta ao argumento de que a autora do feito principal tão-somente pretende comprovar o seu efetivo tempo de trabalho, no afã de requer a sua aposentadoria em momento oportuno.

O Ministério Público Federal, em seu parecer de fls. 42/45, opinou pelo conhecimento da competência da Justiça Trabalhista.

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Superior Tribunal de Justiça

CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 74.867 - RJ (2006/0243971-4)

EMENTA

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. JUSTIÇA ESTADUAL, FEDERAL E TRABALHISTA. JUSTIFICAÇÃO JUDICIAL. COMPROVAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. INEXISTÊNCIA DE LIDE GRAVITANTE EM TORNO DO CONTRATO DE TRABALHO. AUSÊNCIA DAS ENTIDADES DESCRITAS NO ART. 109, I, DA CARTA MAGNA NOS PÓLOS SUBJETIVOS DA DEMANDA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL.

1. A competência para processar e julgar ação de justificação ajuizada

por servidora do Cartório de Registro Civil da 2.ª Circunscrição da Comarca de Nova Iguaçu - RJ, regida por regime celetista, no afã de comprovar o seu tempo de serviço, é da Justiça Estadual. Incidência, a contrario sensu , da Súmula n.º 32 deste STJ, no sentido de que: Compete à Justiça Federal processar e julgar justificações judiciais destinadas a instruir pedidos perante entidades que nela têm exclusividade de foro, ressalvada a aplicação do art. 15, II, da Lei n.º 5.010, de 1966 (Precedente: AgRg no CC 31.965 - RJ, Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JÚNIOR, Segunda Seção, DJ de 04 de abril de 2002).

2. In casu, (i) a pretensão deduzida pela autora do feito principal não

se refere ao reconhecimento de vínculo empregatício, até porque já o obteve; mas, antes, efetivamente provar o seu tempo de serviço, a fim de futuramente requerer a sua aposentadoria, e (ii) o objeto mediato do pedido não é voltado contra o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, que não ocupa qualquer dos pólos subjetivos da demanda (art. 109, I, da Carta Magna).

3. Conflito conhecido para declarar a competência do JUÍZO DE

DIREITO DA COMARCA DE NOVA IGUAÇU - RJ.

VOTO

O EXMO. SR. MINISTRO LUIZ FUX (Relator): prima facie , conheço do

presente conflito porquanto suscitado entre juízes vinculados a tribunais diversos, no ditame do art. 105, I, da Carta Magna de 1988, que assim dispõe:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar originariamente:

(...)

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, o, bem como entre tribunal e juízes a ele não

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vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;

A controvérsia gravita em torno da competência para processar e julgar ação de justificação judicial ajuizada por servidora do Cartório de Registro Civil da 2.ª Circunscrição da Comarca de Nova Iguaçu - RJ, regida por regime celetista, no afã de comprovar o seu tempo de serviço, para oportunamente requerer a sua aposentadoria.

Sob este enfoque, infere-se que a pretensão deduzida pela autora do feito principal não se refere ao reconhecimento de vínculo empregatício, até porque já o obteve; mas, antes, efetivamente provar o seu tempo de serviço, a fim de futuramente requerer a sua aposentadoria, elidindo, portando, a competência da Justiça Trabalhista.

Por outro lado, consoante ressabido, a competência cível da Justiça Federal é definida ratione personae , consoante o art. 109, I, da Carta Magna de 1988, e o objeto mediato do pedido não é voltado contra o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, que não ocupa qualquer dos pólos subjetivos da demanda. Deveras, o pedido de justificação constitui-se como medida preparatória de futuro requerimento de aposentadoria, este, sim, com a participação do INSS, tanto na esfera administrativa quanto na judicial.

In casu, incide, a contrario sensu , a Súmula n.º 32 deste STJ, no sentido de que:

Compete à Justiça Federal processar e julgar justificações judiciais destinadas a instruir pedidos perante entidades que nela têm exclusividade de foro, ressalvada a aplicação do art. 15, II, da Lei n.º 5.010, de 1966.

A Segunda Seção deste STJ sufragou o entendimento supra delineado em ação versando produção de prova para administrativamente ser comprovado o nexo de causalidade entre o acidente sofrido e as lesões psíquicas que culminaram no afastamento do demandante das suas atividades laborais, verbis :

PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO. JUSTIFICAÇÃO JUDICIAL. PROVA ADMINISTRATIVA. ACRÉSCIMOS PECUNIÁRIOS. NATUREZA CIVIL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL.

I. Manifestando a parte interesse em produzir prova para administrativamente comprovar nexo de causalidade entre acidente e lesões psíquicas responsáveis pelo seu afastamento do trabalho, com

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o objetivo de reincluir em sua remuneração diferenças pecuniárias que entende devidas, não se pode concluir que com isso pretenda obter aposentadoria por invalidez, mesmo que posteriormente venha a postulá-la.

II. Assim posta, a ação guarda natureza civil, cabendo ser processada e julgada perante a Justiça Estadual.

III. Agravo improvido. (AgRg no CC 31.965 - RJ, Relator Ministro ALDIR PASSARINHO JÚNIOR, Segunda Seção, DJ de 04 de abril de 2002).

Isto posto, conheço do presente conflito negativo e declaro a competência do JUÍZO DE DIREITO DA COMARCA DE NOVA IGUAÇU - RJ.

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Superior Tribunal de Justiça

ERTIDÃO DE JULGAMENTO PRIMEIRA SEÇÃO Número Registro: 2006/0243971-4 CC 74867 / RJ Números Origem: 1669200622601006 20012720521690 200251100029444 EM MESA JULGADO: 10/09/2008 Relator

Exmo. Sr. Ministro LUIZ FUX Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Subprocurador-Geral da República

Exmo. Sr. Dr. FLAVIO GIRON Secretária

Bela. Carolina Véras

AUTUAÇÃO

AUTOR : CLÁUDIA REGINA DE ARAÚJO GUADAGNO

ADVOGADO : PATRÍCIA DE CÁSSIA PEREIRA MOREIRA E OUTRO

RÉU : CARTÓRIO DE REGISTRO CIVIL DA 2A CIRCUSCRIÇÃO DE NOVA

IGUAÇU

SUSCITANTE : JUÍZO DA 6A VARA DO TRABALHO DE NOVA IGUAÇU - RJ

SUSCITADO : JUÍZO DE DIREITO DA 6A VARA CÍVEL DE NOVA IGUAÇU - RJ

SUSCITADO : JUÍZO FEDERAL DA 2A VARA DE SÃO JOÃO DE MERITI - SJ/RJ

ASSUNTO: Ação Cautelar - Justificação

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia PRIMEIRA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

"A Seção, por unanimidade, conheceu do conflito e declarou competente o Juízo de Direito da 6ª Vara Cível da Comarca de Nova Iguaçu-RJ, o primeiro suscitado, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator."

Os Srs. Ministros Castro Meira, Denise Arruda, Humberto Martins, Herman Benjamin, Mauro Campbell Marques, Eliana Calmon e Francisco Falcão votaram com o Sr. Ministro Relator.

Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Teori Albino Zavascki.

Brasília, 10 de setembro de 2008

Carolina Véras Secretária

Referências

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