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GILDA MARIA DIAS CARRAPATOSO Desembargadora Relatora ACÓRDÃO

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Academic year: 2021

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Estado do Rio de Janeiro

Poder Judiciário

Oitava Câmara Cível

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AGRAVO DE INSTRUMENTO nº 0044451-57.2013.8.19.0000

AGRAVANTE: ARTECHE EDC EQUIPAMENTOS E SISTEMAS S/A AGRAVADO: JORGE LUIZ RIBEIRO GONZALEZ

AGRAVADA: PATRICIA CRUZ PEREIRA

RELATORA: DES. GILDA MARIA DIAS CARRAPATOSO ORIGEM: 46ª VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL

ACÓRDÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO CONTRA ATO DO GERENTE DO DEPARTAMENTO DE AQUISIÇÃO DE FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A.. E DA PREGOEIRA DESIGNADA PARA CONDUZIR O PREGÃO ELETRÔNICO N° 00162.2012, OBJETO DE IMPUGNAÇÃO. LICITAÇÃO. PREGÃO ELETRÔNICO. SOCIEDADE DE ECOMONIA MISTA FEDERAL. EXIGÊNCIA NO EDITAL DE COMPROVAÇÃO DE EXPERIÊNCIA PRÉVIA DOS CONCORRENTES QUANTO AO OBJETO DO CERTAME. INABILITAÇÃO DA IMPETRANTE, ORA AGRAVANTE. PEDIDO LIMINAR DE SUSPENSÃO IMEDIATA DO PREGÃO A FIM DE OBSTAR A HOMOLOGAÇÃO DO RESULTADO EM RELAÇÃO AO SEGUNDO COLOCADO. INDEFERIMENTO PELO JUÍZO A QUO. ANULAÇÃO DA DECISÃO POR ESTA INSTÂNCIA SUPERIOR EM RAZÃO DA FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO. PRONUNCIAMENTO DO JUIZ PELA INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL E DETERMINAÇÃO DE REMESSA DOS AUTOS À JUSTIÇA FEDERAL. INCONFORMISMO DA AGRAVANTE PERSEGUINDO A MANIFESTAÇÃO DESTA JUSTIÇA ESTADUAL EM RELAÇÃO AO PLEITO LIMINAR. ENTENDIMENTO PACÍFICO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA NO SENTIDO DE QUE É DA JUSTIÇA FEDERAL A COMPETÊNCIA PARA JULGAR MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO DE DIRIGENTE DE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA FEDERAL. NULIDADE DOS ATOS DECISÓRIOS PROFERIDOS PELO JUÍZO INCOMPETENTE. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 113, § 2º, DO CPC. ABRANDAMENTO DA REGRA LEGAL QUE SÓ SE JUSTIFICA NAS HIPÓTESES DE REAL PRESERVAÇÃO EMERGENCIAL DOS EFEITOS DA TUTELA REQUERIDA. PERICULUM IN MORA NÃO DEMONSTRADO. RECENTE PRECEDENTE DO STJ QUE DECLARA COMO LÍCITA A CLÁUSULA EM EDITAL DE LICITAÇÃO EXIGINDO ATUAÇÃO PRÉVIA EM SERVIÇO SIMILAR (INFORMATIVO 533). RECURSO DESPROVIDO PARA MANTER O DECISUM COMBATIDO.

Vistos, relatados e discutidos nestes autos do Agravo de Instrumento nº 0044451-57.2013.8.19.0000, que tem como Agravante ARTECHE EDC EQUIPAMENTOS E SISTEMAS S/A e Agravados JORGE LUIZ RIBEIRO GONZALEZ e PATRICIA CRUZ PEREIRA.

A C O R D A M os Desembargadores que integram a Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade de votos, em negar provimento ao agravo de instrumento, nos termos do voto da Desembargadora Relatora.

GILDA MARIA DIAS CARRAPATOSO Desembargadora Relatora

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GILDA MARIA DIAS CARRAPATOSO:000015377

Assinado em 30/04/2014 16:45:35

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Estado do Rio de Janeiro

Poder Judiciário

Oitava Câmara Cível

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VOTO

Trata-se de agravo de instrumento interposto por ARTECHE EDC EQUIPAMENTOS E SISTEMAS S/A contra a decisão proferida no processo originário, a fls. 58, destes autos:

Vistos, etc... Considerando a manifestação do Ministério Público de fls. 428/432. Considerando o disposto no artigo 109, VIII, da Constituição Federal. Razão assiste ao Ministério Público em seu parecer o qual acolho in totum para ficar fazendo parte desta Decisão. Adequa-se ao caso em tela a ementa na Apelação Cível (reexame necessário) nº 0121864-90.2006.8.19.0001, julgada em 09/01/2013, pela Décima Sétima Câmara Cível, tendo como Relator, o Desembargador Henrique de Andrade Figueira: PROCESSO CIVIL. AGRAVO LEGAL. MANDADO SEGURANÇA.

AUTORIDADE COATORA DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA DA UNIÃO.

COMPETÊNCIA DE JUSTIÇA FEDERAL. Agravo legal contra a decisão que negou seguimento ao agravo de instrumento porque manifestamente improcedente e contrário à jurisprudência. Nos termos do artigo 109, VIII, da Constituição Federal, compete aos Juízes Federais processar e julgar o mandado de segurança impetrado contra de autoridade que integra pessoa jurídica da União Federal. Declínio da competência que se mantém. Precedentes do E. Superior Tribunal de Justiça. Recurso desprovido. Declara-se este Juízo absolutamente incompetente para apreciar e julgar a presente demanda e determina a remessa dos autos à Justiça Federal. Tornando-se irrecorrida, dê-se baixa e remetam-se os autos. P.I.

Alega a Agravante na vestibular do mandado de segurança com pedido liminar que a FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS S.A. principiou processo licitatório eletrônico, do tipo "menor preço", denominado Pregão Eletrônico 00162.2012, objetivando a contratação de empresa para o fornecimento de Transformadores de Corrente para reserva técnica com a consequente prestação do serviço; apresentou a melhor proposta para o LOTE 1 – Transformadores de 765Kv, iniciando a negociação com a Pregoeira; após ser apresentada a documentação, a Agravante foi inabilitada no certame, sem maiores explicações, declarada vencedora a empresa ALSTON GRID ENERGIA LTDA., que inscrevera a segunda melhor proposta. Acresce que protocolou recurso administrativo, que restou indeferido, mantida a inabilitação da Agravante com fundamento na ausência dos documentos exigidos para comprovar a qualificação técnica indicada, a saber, a capacidade ou a experiência adquiridas e o fornecimento anterior de transformadores de 765 kV em território brasileiro, itens que limitaram a disputa a apenas dois fornecedores, a SIEMENS LTDA. E a ALSTOM GRID ENERGIA LTDA., criando uma espécie de reserva de mercado. Ressalta que está instalada no Brasil há cerca de 10 anos e que, em território nacional, os transformadores de tensão de 765 kV somente são utilizados pela FURNAS/ITAIPU, enquanto as demais concessionárias utilizam tensão de até 500 kV, razão pela qual, desde o início de suas atividades no Brasil, não teve oportunidade de fornecer o transformador de tensão de 765 kV.

A fls. 385 dos autos originais, foi indeferido o pedido liminar, a teor do disposto no inciso III, do artigo 7ª, da Lei 12.016/09, cassada a decisão por esta Egrégia Câmara, quando do julgamento do Agravo de instrumento nº: 0015593-16.2013.8.19.0000, de relatoria da i. Mônica Maria Costa Di Piero, determinando que outra decisão fosse proferida, devidamente fundamentada.

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Estado do Rio de Janeiro

Poder Judiciário

Oitava Câmara Cível

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O Magistrado a quo acolheu o parecer do Parquet para declarar a incompetência absoluta da Justiça Estadual e determinar a remessa dos autos à Justiça Federal.

Inconformada a Agravante alega, em síntese, que: o Juízo de primeiro grau descumpriu a decisão do Tribunal ad quem que determinou a apreciação do pleito liminar, de forma fundamentada, tendo declinado da competência; é cabível a concessão do pedido liminar, ainda que por Juízo absolutamente incompetente, considerando a urgência da demanda. Requer a antecipação dos efeitos da tutela recursal para que seja determinada a suspensão do contrato originado pelo Pregão PE.DAQ.G.00162.2012 - FURNAS, na fase em que estiver, no que diz respeito ao LOTE 1, até o julgamento do mérito da ação de origem, haja vista, a relevância do pedido e a possibilidade de dano irreparável à Agravante e, ao final, seja confirmada a medida antecipatória.

É O RELATÓRIO. DECIDO.

A decisão agravada limitou-se a declarar a incompetência absoluta desta Justiça Comum Estadual para julgar o presente mandamus, determinando a remessa aos autos à Justiça Federal.

Com acerto decidiu o Magistrado de primeiro grau, na mesma linha da jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça.

Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO EM RECURSO

ESPECIAL - INFRINGÊNCIA A ENUNCIADOS SUMULARES -

INADMISSIBILIDADE - VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC NÃO CARACTERIZADA - DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO CONFIGURADO - MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO CONTRA ATO DE DIRIGENTE DA PETROBRÁS - COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL - PRECEDENTES - SÚMULA 83/STJ. 1. A alegação de infringência a enunciados sumulares não é compatível com a via especial, pois não se enquadram no conceito de lei federal nem permitem a demonstração da divergência, com o cotejo entre os elementos fáticos dos casos confrontados.

2. Não se configura a violação do art. 535 do CPC se a Corte de origem dirimiu todas as questões essenciais ao julgamento da lide de forma clara e fundamentada.

3. O dissídio jurisprudencial deve ser demonstrado nos moldes dos regramentos legais pertinentes, não se evidenciando das ementas colacionadas a similitude fática com a hipótese dos autos.

4. A tese esposada pelo Tribunal de origem firmou-se na mesma linha da jurisprudência desta Corte, reconhecendo a competência da Justiça Federal para julgar mandado de segurança no qual se impugna ato de dirigente de sociedade de economia mista federal, no caso, a Petrobrás. Precedentes. Incidência da Súmula 83/STJ.

5. Agravo regimental não provido.

(AgRg no AREsp 102.351/SE, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 16/10/2012, DJe 22/10/2012)

ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. INVESTIDURA. PETROBRAS. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. LEGITIMIDADE PASSIVA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. Trata-se, na origem, de Agravo de Instrumento contra decisão de 1º Grau que declinou da competência da Justiça Estadual, remetendo os autos à Justiça Federal para examinar Mandado de Segurança impetrado contra a Gerente de RH da

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Petrobras, o qual objetivava investidura de sujeito no cargo de inspetor interno de segurança.

2. Os atos praticados por dirigentes de sociedades de economia mista relacionados (como a Petrobras) com a contratação de pessoal não são considerados "mera gestão". Os dirigentes de tais sociedades estão legitimados a figurar como autoridade coatora. Precedentes do STJ.

3. Em Mandado de Segurança, a competência ratione autoritatis (em função da natureza da autoridade impetrada) impõe que o writ seja julgado pela Justiça Federal. Precedentes do STJ.

4. Agravo Regimental não provido.

(AgRg no AREsp 39.578/RJ, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 01/03/2012, DJe 12/04/2012)

AGRAVO REGIMENTAL NO CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO DE DIRIGENTE DE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. COMPANHIA ENERGÉTICA DE ALAGOAS. CONCURSO

PÚBLICO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. ORIENTAÇÃO

CONSOLIDADA NA PRIMEIRA SEÇÃO DO STJ.

- A competência para julgamento de mandado de segurança é estabelecida em razão da função ou da categoria funcional da autoridade apontada como coatora.

- O entendimento jurisprudencial desta Corte é firme no sentido de que é da Justiça Federal a competência para julgar mandado de segurança contra ato de dirigente de sociedade de economia mista federal.

Agravo regimental não provido.

(AgRg no CC 114.403/PE, Rel. Ministro Cesar Asfor Rocha, Primeira Seção, julgado em 28/09/2011, DJe 14/10/2011)

AGRAVO REGIMENTAL NO CONFLITO DE COMPETÊNCIA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA FEDERAL. BANCO DO BRASIL. LICITAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO NÃO PROVIDO.

1. O presente conflito versa sobre a competência para processar e julgar mandado de segurança inicialmente impetrado perante a Justiça Federal, na qual a empresa LEON HEIMER INDÚSTRIA E COMÉRCIO S/A ataca atos da COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO DO BANCO DO BRASIL e do DIRETOR DE INFRA-ESTRUTURA DO BANCO DO BRASIL, tendo como litisconsórcio passivo necessário a empresa MACORIN LTDA, objetivando sua participação em processo licitatório.

2. "Ora, em se tratando de ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista federal, a autoridade que o pratica é federal (e não estadual, distrital ou municipal)." (CC 71.843/PE, Rel. p/ acórdão Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJe de 17/11/08).

3. Agravo regimental não provido.

(AgRg no CC 109.584/PE, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Seção, julgado em 25/05/2011, DJe 07/06/2011)

Reconhecida a incompetência absoluta, em regra, reputam-se nulos os atos decisórios praticados pelo juízo incompetente, na forma do § 2º do artigo 113, do Código de Processo Civil.

Contudo, é possível, nos casos em que exista a concessão de pleito liminar ou a real necessidade de preservação emergencial dos efeitos da tutela requerida, o abrandamento da regra legal, com fundamento no poder geral de cautela atribuído a todo magistrado investido de jurisdição, mantendo-se ou concedendo-se a liminar até que sobre a questão se manifeste o juízo competente.

In casu, além de o Juízo a quo não ter se manifestado expressamente sobre o pedido liminar de suspensão imediata do pregão, a fim de impedir a homologação do resultado pela ora Agravada, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça, em recente julgamento, declarou como lícita cláusula em edital de licitação exigindo que o licitante, além de contar, em

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seu acervo técnico, com um profissional que tenha conduzido serviço de engenharia similar àquele em licitação, já tenha atuado em serviço similar, ao argumento de que a “não fere a igualdade entre os licitantes, tampouco a ampla competitividade entre eles, o condicionamento editalício referente à experiência prévia dos concorrentes no âmbito do objeto licitado, a pretexto de demonstração de qualificação técnica, nos termos do art. 30, inc. II, da Lei n. 8.666/93” (REsp 1.257.886-PE, julgado em 3/11/2011).1

Ante o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso, mantido o decisum combatido.

Rio de Janeiro, 29 de abril de 2014.

GILDA MARIA DIAS CARRAPATOSO Desembargadora Relatora

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Informativo nº 0533 – RMS 39.883-MT, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 17/12/2013.

Referências

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