nº 100 - Brasília, 05 de Setembro de 2008
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Você acaba de receber o Boletim Digital de número 100. Esse veículo vem contando, há quase dois anos e meio, a história da consolidação da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICPBrasil. Deste a primeira emissão do Boletim, houve um crescimento de 52% no número das Autoridades Certificadoras, de 120% das Autoridades de Registro, já os postos de identificação saltaram para quase mil unidades de atendimento direto ao cidadão. Essa ampliação da infra estrutura comportou um aumento ainda mais significativo de certificados digitais emitidos. Passouse de um patamar de um pouco mais de 50 mil certificados para mais de 1 milhão.Além disso, este veículo divulga semanalmente novas aplicações que estão sendo implantadas com o uso da certificação, tanto no setor público como no privado.
Nessa edição comemorativa, aproveitamos para agradecer aos leitores e a imprensa que apóiam o trabalho do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação na sua missão de dar permanência ao Sistema Brasileiro de Certificação Digital, permitindo que as transações e a prestação de serviços por meio eletrônico, com as conseqüentes vantagens para os cidadãos, continue seu desenvolvimento com segurança.
Assessoria de Comunicação ITI
O presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), Renato Martini, faz uma avaliação do cenário atual da Certificação Digital Brasileira, apontando as principais iniciativas deste ano para a área.
Boletim Digital: Como está a expansão da certificação digital brasileira?
Renato Martini: A Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira ICPBrasil continua seu processo de expansão. A consolidação do usuário corporativo, ou seja, da empresa brasileira, já é uma realidade. E a última ação do SEBRAE e da Receita Federal, com a adoção do Super Simples Eletrônico, acabou por tornar realidade essa ferramenta de segurança para o pequeno e médio empresário. Dessa forma, o desafio continua sendo chegar ao cidadão comum. É necessário continuar o desenvolvimento de aplicações, de sistemas para esse público. Ressalto, no entanto, que o registro de identidade civil, o cartão RIC, projeto que está sendo alavancado pela Polícia Federal, poderá ser o apoiador decisivo desse processo de popularização do certificado digital na pessoa natural.
Boletim Digital: Que outros segmentos ainda devem se incorporar a ICPBrasil?
Renato Martini: O credenciamento da Ordem dos Advogados Brasileira – OAB é um segmento marcante nesse aspecto, sobretudo, por incluir um segmento profissional importante. As categorias profissionais, como os advogados e os contadores, são multiplicadoras. Eles são usuários muito privilegiados dessa tecnologia e ajudam nesse processo de expansão pelo país. Além disso, com o aprofundamento do processo eletrônico no Judiciário, via reforma do código do processo civil, é necessário que os advogados estejam sintonizados com as modificações.
Esse ano, eu diria que esse credenciamento é o que mais marca a ICPBrasil, já que outros atores relevantes já estão na ICP, aprofundando aplicações, usos, aprendizados, treinando, entre outras ações.
Boletim Digital: Existe alguma estratégia do ITI para aproximar esses segmentos?
Renato Martini: É importante perceber que a certificação digital é uma ferramenta e a ICPBrasil é a plataforma para prover ao país essa ferramenta. Quem deve determinar a sua utilidade e demonstrar ao brasileiro em que ela é útil e porquê é a própria sociedade e seus entes produtivos. As organizações, sejam públicas ou privadas, estão percebendo a sua função. Se a OAB está entrando na ICP
Brasil é porque ela amadureceu a questão e está vendo utilidade nisso.
Dessa forma, nosso papel é nos mobilizar imediatamente para ajudar quando somos chamados por um determinado segmento para conhecer a plataforma da ICPBrasil. Agora, o segmento tem que ver a utilidade, tem que estar convencido dessa utilidade.
Boletim Digital: Como é o cenário da certificação em outros países?
Renato Martini: Vou falar dos projetos e parcerias que estamos desenvolvendo, atualmente, com países da região. Um dos mais relevantes é o projeto Mercosul Digital, que conta com o apoio financeiro da União Européia. Tratase de projeto de nivelamento tecnológico dessas infraestruturas nacionais. Essa é a concretização do anseio de termos um arcabouço legal e tecnológico que apóie e estabeleça fundamentos de reconhecimento mútuo da certificação digital entre os países do Mercosul.
Esse projeto possibilita nivelar as infraestruturas nacionais, ter o mesmo padrão, para que a região possa, efetivamente, utilizar a certificação digital e a assinatura digital para transações eletrônicas regionais.
Boletim Digital: Há aplicações práticas em desenvolvimento na parceria com outros países?
Renato Martini: Atualmente, duas aplicações já estão no horizonte do continente. Uma está em desenvolvimento na ALADI – Associação Latino Americana de Integração. Tratase do certificado de origem digitalizado, esse certificado é feito para garantir a procedência dos produtos que circulam entre os países que são associados à ALADI e que recebem algum tipo de benefício fiscal. A segunda aplicação no horizonte de realizações é a que permitirá, no âmbito do Mercosul, um cálculo compensatório da contagem de tempo para fins de aposentadoria em todos os países que compõem o bloco. Isso significa que um trabalhador que iniciou a sua vida profissional na Argentina e depois veio para o Brasil poderá contar integralmente esses períodos para o benefício previdenciário. Esse processo será feito eletronicamente para dar segurança jurídica às transações. Boletim Digital: Qual a expectativa para o CertForum desse ano? Renato Martini: Primeiro, preciso ressaltar a sucesso que foi o pré evento de São Paulo (ocorrido no dia 14 de agosto). Foram mais de mil inscritos, demonstrando a força daquela praça, todos sabem que é um mercado fortíssimo, alavancador da economia brasileira e se fez fortemente presente nesse evento. Só acho que vamos ter mais
trabalho no próximo ano, já que com certeza teremos um evento ainda maior.
Já o de Brasília, é um evento mais ¨cômodo¨, no sentido que são três dias, o que permite dedicar mais tempo aos debates fundamentais da área. Teremos também mesas internacionais muito interessantes, além de cursos de formação que atendem a uma demanda cada vez maior. E o desafio que tenho certeza que vamos alcançar será fazer um evento ainda melhor do que ocorreu em São Paulo. > ICP-Brasil
OAB se credencia à ICPBrasil
Foi finalizado o credenciamento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) como Autoridade Certificadora (AC) na Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira ICPBrasil. Segundo o diretor tesoureiro do Conselho Federal da OAB, Ophir Cavalcante Junior, a Ordem dos Advogados do Brasil e os advogados precisam de um sistema seguro para poder atuar no Judiciário nessa nova era da informatização. “Como o ITI proporciona essa segurança, a OAB optou por levar os seus mais de 600 mil advogados para o sistema de chaves públicas que tem a frente o Instituto”.Cavalcante disse que a expectativa é de que nos próximos três anos mais de 100 mil certificados sejam emitidos, dependendo das condições que forem ofertadas pelo mercado e da própria exigência do Judiciário. “Faremos uma cerimônia para gerar o primeiro certificado digital que deverá ser destinado ao Presidente Nacional da OAB, Cezar Britto”, contou. Para o diretor de Auditoria, Fiscalização e Normalização do ITI, Pedro Paulo Machado, é um avanço a entrada da OAB na ICPBrasil. “O Direito se insere na ICPBrasil de forma mais forte, é o último elo de complemento da Infraestrutura, então, é muito importante, além de ser um grande parceiro com amplas discussões para evolução”, ressaltou.
A AC OAB será uma autoridade de 2° nível, vinculada à AC de 1° nível Certisign. Na última terçafeira (02/09), foi renovado o certificado da Certisign na nova plataforma criptográfica da AC Raiz. Com isso, a empresa está preparada para emitir o certificado da AC OAB tão logo ocorra a publicação de credenciamento no Diário Oficial da União prevista para amanhã (5/09).
Certificação digital e biometria: mais segurança na Rede de
dados criminais
O Ministério da Justiça vai investir R$ 6,5 milhões para reforçar a segurança física e lógica da Rede INFOSEG – rede de dados criminais que interliga, em tempo real, via internet, as 27 unidades da federação. Os investimentos concentramse em proteções contra ataques externos e no desenvolvimento do novo módulo de administração de usuários, com recursos mais avançados de segurança de autenticação e auditoria das atividades dos usuários. A certificação digital será utilizada na camada superior da aplicação de autenticação dos usuários, permitindo login único nos sistemas disponíveis pela Rede INFOSEG.
Segundo o coordenador da Rede INFOSEG, Reinaldo Las Cazas, a certificação digital é uma inovação disponível para prover maior segurança aos coordenadores da Rede INFOSEG nos órgãos participantes. “Nesta primeira etapa, serão distribuídos os certificados dos coordenadores administrativos e gestores máximos nos órgãos conveniados. Em seguida, será a vez dos coordenadores master e operacionais”. Ele acrescentou que será disponibilizado ainda cartões inteligentes com biometria aos coordenadores administrativos e master. “Os recursos garantirão a impossibilidade do empréstimo ou repasse das senhas de cadastradores a terceiros, garantindo à Rede INFOSEG maior eficiência nas ações de auditoria”, destacou Las Cazas. A segunda etapa, de acordo com Las Cazas, está prevista para o fim do primeiro semestre de 2009, com a expansão da certificação a todos os usuários e a ampliação também do uso de biometria aos cadastradores. “As etapas já fazem parte do planejamento da Rede INFOSEG de atualização do módulo de administração de usuários desde sua concepção em maio de 2008”.
Las Cazas informou que do período de abril a agosto deste ano foram canceladas 5.554 senhas. Isso porque um dos crimes cometidos com uso indevido do acesso às informações da Rede INFOSEG foi a divulgação de informações funcionais. “Após a detecção das fraudes, foram adotadas medidas corretivas e investigativas e foi acentuado o desenvolvimento dos serviços de certificação digital, já que é um processo comum em sistemas de autenticação de serviços de alto nível de segurança”, explicou.
Sobre o Infoseg
Profissionais dos sistemas de segurança pública, justiça, fiscalização e controle, como: policiais civis, militares, federais, rodoviários federais, tribunais, ministério público, Detrans e Receita Federal têm acesso a Rede Infoseg para obter informações sobre processos, inquéritos, mandados de prisão e envolvimento com narcotráfico.
Além disso, há também informações do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do Renavan – consulta de dados nacionais de veículos –, do Renach – informações sobre condutores , banco de dados do Sistema Nacional de Controle de Armas da Polícia Federal e do Sistema Nacional de Identificação Criminal. São 107 mil usuários do sistema. A média de consultas diárias ao sistema, no ano de 2008, é de 112,5 mil consultas.