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ANÁLISE DA ARBORIZAÇÃO URBANA DAS PRAÇAS NA REGIÃO METROPOLITANA DA CIDADE DE ALEGRE, ES.

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ANÁLISE DA ARBORIZAÇÃO URBANA DAS PRAÇAS NA REGIÃO

METROPOLITANA DA CIDADE DE ALEGRE, ES.

Cássio Fanchiotti Del Caro, Onair Mendes de Oliveira, Davi Salgado de Senna,

Ronielly Lemos, Jônio Pizzol Caliman

UFES/Departamento de Engenharia Florestal, Avenida Carlos Lindemberg, s/n, Centro, Jerônimo Monteiro,ES, casiofdc@hotmail.com; onairmendes@yahoo.com.br; davissfloresta@hotmail.com;

ronilemos@hotmail.com; jpcaliman@hotmail.com

Resumo- Este trabalho teve como objetivo realizar um inventário para qualificar e quantificar a arborização das Praças Getúlio Vargas, Irmã Palmira e 6 de Janeiro do município de Alegre, ES. As variáveis utilizadas para avaliação foram: espécie, altura total, altura da primeira bifurcação, diâmetro à altura do peito (DAP), área livre, fitossanidade, avanço da copa sobre construções e sobre redes elétricas, condição da raiz, presença de trepadeiras. Foram identificados 146 indivíduos distribuídos em 19 famílias. As variáveis: condição de raiz, avanço da copa sobre construções, avanço da copa sobre rede elétrica e fitossanidade, são os fatores que podem determinar com maior eficiência, devido às suas características, a necessidade de intervenções nas áreas verdes.

Palavras-chave: Arborização urbana, inventário florestal, áreas verdes. Área do Conhecimento: Ciências Agrárias.

Introdução

O crescimento vertical e horizontal acelerado das cidades modifica de forma impactante o meio ambiente, substitui o ecossistema natural por aterros, edificações, pavimentações e outros, originando problemas hídricos, sonoros e visuais. Designada a buscar uma melhor condição de vida, a população opta por alternativas que contribuem para o seu bem-estar e, segundo Silva (2003), neste aspecto, a vegetação urbana pode prestar uma grande contribuição, principalmente através de seu componente arbóreo.

O município de Alegre, Espírito Santo, é conhecido regionalmente como Cidade Jardim, isto devido à grande importância que as áreas verdes da cidade recebem, tanto pelos governantes quanto pela comunidade. As praças Getúlio Vargas, Irmã Palmira e Seis de Janeiro possuem privilegiado programa de arborização urbana, que começou a ser criado desde 1925. Desde então, estas passaram por inúmeras mudanças e atualmente se caracterizam como locais muito utilizados pela população local.

A vegetação presente no meio urbano, enquanto arborização, tem numerosos usos e funções. Podem-se perceber nas cidades as diferenças entre as regiões arborizadas e aquelas desprovidas de arborização (SILVA, 2003). Os locais arborizados geralmente se apresentam mais agradáveis aos sentidos humanos. Segundo Sanchotene (1994), a presença de arbustos e árvores no ambiente urbano, tende a melhorar o

térmica, principalmente por meio da evapotranspiração, da interferência na velocidade e direção dos ventos, sombreamento, embelezamento das cidades, diminuição das poluições atmosférica, sonora e visual e contribuição para a melhoria física e mental do ser humano na cidade.

Para que esta vegetação propicie estes possíveis benefícios, deve-se atentar principalmente no momento de planejamento do projeto de arborização urbana. De modo geral, a arborização das cidades brasileiras não tem um planejamento prévio, daí a decorrência de sérios problemas de manejo. Segundo Gonçalves (1999), a arborização não pode ser realizada de forma amadorística, pois as necessidades urbanas a serem mitigadas envolvem avaliações estética, ecológica, psicológica, social, econômica e política. Mesmo as cidades que tiveram a sua arborização planejada podem necessitar de correções futuras.

Conhecer o patrimônio arbustivo e arbóreo de uma cidade depende da realização de inventário. Esse levantamento de dados é vital para o planejamento e manejo da arborização urbana. De forma genérica, pode-se dizer que o inventário florestal é uma atividade que visa obter informações qualitativas e quantitativas dos recursos florestais existentes em uma determinada área (PÉLLICO NETTO; BRENA, 1997), além de ser um meio seguro de coleta de informações.

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O objetivo desse trabalho foi caracterizar, de maneira quantitativa e qualitativa, a arborização de três Praças presentes no município de Alegre, Espírito Santo, e fornecer subsídios para o planejamento e manejo da arborização da cidade. Metodologia

A cidade de Alegre situa-se a 20°45'49" de latitude Sul e a 41° 31' 58" de longitude Oeste em uma altitude de aproximadamente 250 m, na região conhecida como Serra do Caparaó. Abrange uma área de aproximadamente 778,6 km2. O clima é quente e chuvoso no verão e seco no inverno, com temperaturas que variam entre 17 e 29 graus Celsius.

O trabalho foi desenvolvido no período de agosto a setembro de 2009, nas Praças Getúlio Vargas, Irmã Palmira e 6 de Janeiro. Para seleção destas, utilizaram-se informações existentes no setor de Planejamento e Secretaria do Meio Ambiente, da Prefeitura Municipal de Alegre.

A coleta dos dados foi realizada por uma equipe de cinco estudantes e o método de inventário utilizado no levantamento foi de caráter quali-quantitativo, do tipo censo, também denominado inventário total.

Os dados foram coletados por uma equipe composta por: um anotador, dois observadores, um medidor de altura e um medidor de CAP. Os valores dos parâmetros CAP, altura total (Ht) e altura da primeira bifurcação (H) foram medidos com auxilio de uma fita métrica e um clinômetro digital da marca Häglof, respectivamente, e os demais parâmetros não mensuráveis foram preenchidos pelo próprio anotador de acordo com o julgamento da equipe, em planilha específica.

Os parâmetros e características escolhidos para compor a ficha de campo estão de acordo com Silva (2003), que afirma serem de fundamental importância para o conhecimento da qualidade da arborização urbana. Tais características e parâmetros estão descritos a seguir:

Espécie – Referente à identificação da espécie, que no campo foi feita pelo nome vulgar e/ou nome científico. Em seguida foram verificados e conferidos o nome científico e a família botânica das árvores, através da coleta de material botânico com posterior consulta em literatura específica e comparação com exemplares constantes no herbário do Núcleo de Estudos e Difusão em Floresta, Recursos Hídricos e Agricultura Sustentável (NEDTEC) vinculado ao departamento de Engenharia Florestal da UFES. Altura total – Considerada desde o solo até o ápice do galho mais alto.

Altura da primeira bifurcação – Referente à altura medida do solo até o ponto de inserção do primeiro galho no tronco.

Diâmetro à altura do peito (DAP) – Referente ao diâmetro do tronco medido a 1,30 m de altura do solo. Os valores foram obtidos com uma fita métrica comum, fornecendo a circunferência Condição da raiz – Diz respeito às condições do sistema radicular. Foram contempladas três situações: (1) ausente, quando o sistema radicular se apresentou totalmente profundo e não provocou danos a edificações ou calçamentos próximos; (2) aparente, quando o sistema radicular surgiu na superfície do solo, mas não provocou danos a edificações ou calçamentos próximos; e (3) problemática, quando surgiu na superfície do solo danificando de forma significativa.

Fitossanidade – Refere-se à condição de sanidade da árvore, que foi avaliada visualmente pelo seu aspecto físico. Foram considerados quatro casos: (1) boa, uma vez que o indivíduo se apresentou vigoroso, sem sinais de pragas, doenças ou danos mecânicos; (2) regular, quando apresentou vigor médio podendo apresentar problemas de pragas, doenças ou choque mecânicos; (3) ruim, ao apresentar ataque de pragas, doenças ou danos físicos; e (4) morta. Avanço da copa sobre construções – Refere-se ao progresso da copa em direção à construção. Foram abordadas as seguintes situações: (1) sem problemas, quando a copa da árvore não toca construções; (2) encosta, ao observar que a copa toca construções, mas não gera problemas; e (3) problemática, quando a copa toca construções, podendo causar algum dano.

Avanço da copa sobre rede elétrica – Refere-se à proximidade da copa da árvore em relação à rede elétrica. Foram analisadas as seguintes situações: (1) sem problemas, quando a copa está distante da rede elétrica; (2) próximo, ao se apresentar bem próximo da rede elétrica; e (3) problemático, quando a copa já envolvia a fiação elétrica.

Presença de trepadeiras – Refere-se à (1) presença ou (2) não de trepadeiras ou ervas daninhas sobre o tronco ou copa das árvores, ocasionando talvez interferência no desenvolvimento e estabelecimento do vegetal. Área livre – Refere-se à área de crescimento no local do plantio junto ao solo disponível para o engrossamento do tronco da árvore e infiltração de água, também chamada de anel ecológico ou “gola” (SILVA, 2003). Foram englobadas duas situações: (1) boa, quando a área livre compreendia um giro de 360 graus ao redor da árvore e (2) ruim, quando essa “gola” não tinha um giro completo ao redor da árvore.

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Resultados

A partir dos dados levantados, foi realizada uma análise estatística descritiva simples através da média (µ), variância (S²), desvio-padrão (S), coeficiente de variação (CV%) para as características quantitativas: altura total, altura da primeira bifurcação e DAP (Tabela 1).

Ainda foram realizadas análises da distribuição da freqüência relativa para as variáveis quantitativas: altura da primeira bifurcação (Tabela 2); altura total (Tabela 3); DAP (Tabela 4).

Também foi realizada uma análise sobre os indivíduos presentes nas praças, sendo mostrados os indivíduos com presenças mais expressivas na Tabela 5. Nestas análises, foram contempladas as relações entre o número de indivíduos, discriminados por origem, de acordo com a característica qualitativa avaliada, ou seja, condição de raiz (Tabela 6), fitossanidade (Tabela 7). Nesta análise, também foi observado que a distribuição das espécies quanto à origem se deu da seguinte forma: Nativas (43,15%), Exóticas (47,26%), sendo que o restante (8,9%) foram enquadradas como não identificadas.

Foi realizada também, uma análise da distribuição da freqüência relativa para os parâmetros qualitativos: presença de trepadeiras e área livre (Figura 1); condição de raiz, avanço da copa sobre construções e avanço da copa sobre rede elétrica (Figura 2); fitossanidade (Figura 3). Tabela 1 – Estatística descritiva para as variáveis quantitativas das árvores de todas as Praças avaliadas no município de Alegre – ES.

Ht (m) H 1° Bifurcação (m) DAP (cm) Μ 13,73 2,12 39,38 74,75 8,97 1278,25 S 8,65 3,00 35,75 CV% 62,96 141,43 90,79 Máximo 35,60 15,90 260,38 Mínimo 3,00 0,00 3,18

Tabela 2 – Freqüências relativas para a variável altura da primeira bifurcação das árvores de todas as Praças avaliadas no município de Alegre – ES.

Intervalo de Freqüência Freqüência Relativa (%) 0 - 0 37,67 0,1 - 6 51,37 6,1 - 12 9,59 12,1 - 16 1,37

Tabela 3 – Freqüências relativas para a variável altura total das árvores de todas as Praças avaliadas no município de Alegre – ES.

Intervalo de Freqüência Freqüência Relativa (%) 0 - 5 15,07 5,1 – 10 31,51 10,1 – 15 11,64 15,1 – 20 11,64 20,1 - 25 18,49 25,1 – 30 7,53 30,1 – 35 2,74 35,1 - 40 0,68

Tabela 4 – Freqüências relativas para a variável

DAP das árvores de todas as Praças avaliadas no

município de Alegre – ES.

Intervalo de Freqüência Freqüência Relativa (%) 0 – 20 31,51 20,1 – 40 32,19 40,1 – 60 18,49 60,1 – 80 4,11 80,1 - 100 6,16 100,1 – 120 4,79 120,1 – 35 2,05 140,1 – 40 0,00 160,1 – 180 0,00 180,1 – 200 0,00 200,1 – 220 0,00 220,1 – 240 0,00 240,1 – 260 0,00 260,1 – 280 0,68

Figura 1 - Freqüência relativa para as variáveis qualitativas: presença de trepadeiras (onde 1 significa “presença” e 2 “ausência”); área livre (onde 1 significa “boa” e 2 “ruim”), nas árvores das Praças avaliadas no município de Alegre – ES.

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Figura 2 - Freqüência relativa para as variáveis qualitativas: condição da raiz (onde 1 significa “ausente” e 2 “aparente” e 3 “problemática”); avanço da copa sobre construções (onde 1 significa “sem problemas” e 2 “encosta” e 3 “problemática”); avanço da copa sobre rede elétrica (onde 1 significa “sem problemas” e 2 “próximo” e 3 “problemática”) nas árvores das Praças avaliadas no município de Alegre – ES.

Figura 3 – Freqüência relativa para a variável qualitativa fitossanidade (onde 1 significa “boa” , 2 “regular” , 3 “ruim” e 4 “morta”) nas árvores das Praças avaliadas no município de Alegre – ES. Tabela 5 – Espécies arbóreas mais presentes nas Praças avaliadas no município de Alegre – ES.

Espécie Nº de indivíduos

Caesalpinia peltophoroides Benth. 25

Ficus microcarpa L. F. 18

Roystonea oleracea (Jacq.) O.F. Cook 13

Licania tomentosa (Benth.) Fritsch 12

Dracaena fragans (L.) ker-Gawl. 6

Ravenala madagascariensis G. mel. 5

Araucaria excelsa (Lamb.) R. Br 3

Caesalpinia echinata Lam. 3

Caryota mitis Lour 3

Cassia sp. 3

Murraya exotica L. 3

Pinus sp. 3

Tabela 6 - Análise comparativa entre as variáveis qualitativas condição de raiz e origem das espécies nas Praças avaliadas no município de Alegre – ES.

Condição raiz Origem Total 1 (Ausente) Exótica 35 Não identificado 3 Nativa 34 Total 72 2 (Aparente) Exótica 27 Não identificado 9 Nativa 24 Total 60

3 (Problemática) Arvore morta 1

Exótica 7

Não identificado 1

Nativa 5

Total 14

Total geral 146

Tabela 7 - Análise comparativa entre as variáveis qualitativas fitossanidade e origem das espécies nas Praças avaliadas no município de Alegre – ES.

Fitossanidade Origem Total 1 (Boa) Exótica 14 Não identificado 3 Nativa 23 Total 40 2 (Regular) Exótica 43 Não identificado 5 Nativa 31 Total 79 3 (Ruim) Exótica 12 Não identificado 5 Nativa 9 Total 26

4 (Morta) Árvore morta 1

Total 1

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Observa-se também, que em relação às famílias botânicas, as que apresentaram presenças mais expressivas foram: Leguminosae (28,08%), Moraceae (14,38%) e Palmae (13,01%), que representam juntas então 55,48% das famílias presentes nas Praças avaliadas.

Discussão

Através da análise das variáveis quantitativas, pode-se perceber que existe uma considerável variação entre os valores da altura total, da altura da primeira bifurcação e do DAP (Tabela 1), que apresentam amplitudes que variam entre 257,2 para o DAP e 32,6 para a altura total. Fato este evidenciado pelas distribuições de freqüência das três variáveis.

Para efeito de interpretação da variável quantitativa Altura Total, foi definido que: árvores caracterizadas como pequeno porte são aquelas que possuem altura total inferior a 10 metros, árvores de médio porte possuem entre 10 e 20 metros e árvores de grande porte são aquelas que possuem altura total superior a 20 meros

Para a maioria das árvores (51,37%), percebe-se que a altura da primeira bifurcação, ocorre a até seis metros do solo, e, 37,67% não apresentam bifurcação acima do solo (Tabela 2).

Pela análise da Tabela 3, pode-se perceber que cerca de 29,44% das árvores possuem altura maior que 20 metros. Complementando está análise com a Tabela 4, observa-se que aproximadamente 17,79% das árvores possuem DAP maior que 60 cm. Isto, de maneira genérica, inferi sobre a idade que estas árvores possuem, ou seja, grande parte dos indivíduos arbóreos presentes nas Praças são de idades elevadas, caracterizados como sendo de grande porte. O que contribui para a beleza cênica e aspecto visual agradável destas praças para os seres humanos. Isto já era esperado, tendo em vista a série histórica da arborização urbana da cidade de Alegre – ES, que teve início em 1925, segundo relatos da setor de Planejamento da Secretaria do Meio Ambiente, da Prefeitura Municipal de Alegre - ES. Assim pode-se enfatizar novamente a designação de “Cidade Jardim” que o município possui visto o aspecto histórico de sua arborização.

Entretanto não se deve menosprezar a importância dos indivíduos mais jovens (altura e

DAP menores), pois estes potencializam as

“influências florestais” proporcionadas pela arborização urbana, tais como: diminuição de ruídos, diminuição da poluição do ar, liberação de oxigênio e seqüestro de carbono, entre outros. È sabido que o ruído exagerado (acima de 80 dB) pode causar aumento da pressão arterial, fadiga

(GALVÃO 2000). Assim, percebe-se que tanto as árvores de grande porte quanto as de médio e pequeno porte, possuem um papel importante no sentido de melhorar a qualidade de vida do seres vivos nas cidades, principalmente quando se envolvem aspectos psicofisiológicos do homem.

A Figura 1 nos indica que a em todas as árvores onde a área livre foi considerada “Boa”, foi constatada a presença de plantas trepadeiras, entretanto, grande parte das que foram consideradas com área livre “Ruim” também apresentam presença de plantas trepadeiras. Dessa forma, não se pode estabelecer uma relação entre a presença simultânea destes dois fatores.

Apesar das trepadeiras, em alguns casos proporcionarem uma interferência no desenvolvimento das árvores, estas podem apresentar grande valor paisagístico, uma vez que conferem agradável beleza cênica, aproximando ainda mais o aspecto destes locais ao aspecto de ambientes naturais.

Através da análise da Figura 2, pode perceber que a maioria dos indivíduos avaliados possui boas condições de raiz e não apresentam copas que provocam problemas em construções e redes elétricas. Tais fatores podem ser reflexos do planejamento e bom manejo de podas destes ambientes. Assim é essencial enfatizar a importância do bom planejamento e manejo de podas das áreas verdes nas cidades, pois quando realizados de maneira correta proporcionam, no médio e longo prazo, o correto desenvolvimento de tais ambientes.

Diante da Figura 3, observa-se que cerca de 81,51% das árvores avaliadas, apresentaram fitossanidade “Boa” (27,40%) e “Regular” (54,11%). Isto indica que as espécies escolhidas para compor as Praças avaliadas se adaptaram de maneira eficiente às condições do ambiente urbano da cidade de Alegre-ES. Assim, é necessário ressaltar a importância da escolha das espécies, não só com relação à interferência de suas partes vegetativas no ambiente urbano (tipo de copa, tamanho da copa, tipo de raiz, tamanho do fruto, dentre outros) mas também ao potencial adaptativo destas espécies aos fatores ambientais como, temperatura, precipitação e outros.

Estudos sobre a origem de espécies florestais estão cada vez mais sendo utilizados, visto o risco que as espécies exóticas possuem no sentido de grande potencial modificador de ambientes naturais. Na arborização urbana, estas espécies estão sendo muito utilizadas e assim merecem que sejam realizados estudos sobre a sua influência nos fatores relacionados a qualidade da arborização urbana.

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Analisando a composição florística das espécies arbóreas das Praças em estudo, observa-se a presença de 146 indivíduos distribuídos em 37 espécies distintas e 19 famílias botânicas.

Dentre o total de indivíduos, cerca de 8,9% (13 indivíduos) não puderam ser identificados.

A Tabela 5 mostra a relação das espécies arbóreas mais utilizadas. Desta forma, constata-se que 97 indivíduos, distribuídos em apenas 12 espécies, representam 72,93% do total dos indivíduos avaliados. Através desta análise, é possível perceber que as espécies mais utilizadas foram: Caesalpinia peltophoroides Benth. e Ficus

microcarpa L. F. cada uma com 25 e 18 indivíduos

respectivamente.

Para a variável qualitativa condição de raiz, houve uma distribuição regular do número de indivíduos por origem nas três classes de classificação desta variável, ou seja, das 14 árvores consideradas com raiz problemática, sete são exóticas e cinco são nativas (Tabela 6).

Quanto à fitossanidade as espécies exóticas também apresentam certo equilíbrio com as nativas. Cada uma apresenta respectivamente 57 e 54 indivíduos com fitossanidade “Boa” e “Regular”. Apresentando assim mais um indício da adaptabilidade destas espécies ao ambiente urbano.

Conclusão

A partir das informações levantadas pode-se concluir que:

• Nas praças avaliadas existe uma variação grande nos valores de altura total e DAP dos indivíduos avaliados.

• As espécies exóticas implantadas se adaptaram bem ao ambiente urbano da cidade de Alegre;

• As espécies exóticas implantadas se adaptaram bem ao ambiente urbano da cidade de Alegre;

• Apesar de existir um equilíbrio entre o número de indivíduos exóticos e nativos, foi a espécie nativa sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides Benth.) que apresentou um maior número de indivíduos;

• As variáveis: condição de raiz, avanço da copa sobre construções, avanço da copa sobre rede elétrica e fitossanidade, são os fatores que podem determinar com maior eficiência, devido às suas características, a necessidade de intervenções nas áreas verdes.

Referências

- GALVÃO, Antônio Paulo Mendes. Reflorestamento de propriedades rurais para fins produtivos e ambientais: um guia para ações municipais e regionais. Brasília: EMBRAPA, 2000. 351p.

- GONÇALVES, W. Florestas urbanas. Revista Ação Ambiental, n.9. p.17-19, 1999/2000.

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- LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. v. 02. 2. ed. Nova Odessa - SP: Plantarum, 2002.

- LORENZI, H.; SOUZA, H. M.; TORRES, M. A. V.; BACHER, L. B. Árvores exóticas no Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa – SP: Instituto Plantarum, 2003.

- MEUNIER, I. M. J., SILVA, J. A. A., FERREIRA, R. L. C. Inventário florestal: Programas de estudo. Recife, PE: Imprensa Universitária da UFRPE, 2001. 189p.

- PÉLLICO NETTO, S. e BRENA, D. A. Inventário Florestal. Curitiba: Editorado pelos autores, 1997. 316 p.

- SANCHOTENE, M. C. C. Desenvolvimento e perspectivas da arborização urbana no Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ARBORIZAÇÃO URBANA, 2., 1994, São Luís. Anais... São Luís: Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, 1994. p.15-26

- SILVA, A. G. Inventário de arborização urbana viária: métodos de amostragem, tamanho e forma de parcelas. Viçosa, MG: UFV, 2003. 110 p. Tese (Doutorado em Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, 2003.

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