LGN 5799 - SEMINÁRIOS EM
GENÉTICA E MELHORAMENTO DE PLANTAS Programa de Pós-Graduação em
Genética e Melhoramento de Plantas
MELHORAMENTO GENÉTICO PARA ALTERAR A
MELHORAMENTO GENÉTICO PARA ALTERAR A
Doutoranda: Flávia Aparecida Amorim Orientador: Prof. Dr. Natal Antonio Vello
Departamento de Genética
Avenida Pádua Dias, 11 - Caixa Postal 83, CEP: 13400-970 - Piracicaba - São Paulo - Brasil
Telefone: (0xx19) 3429-4250 / 4125 / 4126 - Fax: (0xx19) 3433-6706 - http://www.genetica.esalq.usp.br/semina.php
COMPOSIÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS EM SOJA
COMPOSIÇÃO DOS ÁCIDOS GRAXOS EM SOJA
Sumário
Introdução
Bases químicas
Bases moleculares
Impacto das alterações sobre características agronômicas
Combinar alterações
Métodos de seleção
Mercado
Demanda de oleaginosas
Crescimento populacional Desenvolvimento econômico Outros Hábitos alimentares Hábitos alimentares Segurança alimentar/saúde Preços relativos Clima Novos usosCrescimento da população mundial
Consumo per capta de alimentos no mundo (kg/pessoa/ano)
Principais oleaginosas mundo (milhões/t)
250 300 350 400 450algodão
dendê
amendoim
canola
0 50 100 150 200canola
soja
girassol
TOTAL
USDA, 2009Composição química da semente soja
Óleos vegetais mundo – 2008/09
3% 4% 2%Palma 34%
Soja 29%
9% Girassol USDA, 2009 4% amendoim 15% Canola coco algodão olivaProdução oleaginosas e óleos vegetais Brasil
Oleaginosas (1.000 t) Soja 60.800 Algodão 2.340 Palma 200 Mamona 94 Amendoim 191 Canola 135Segundo maior produtor (60 mil/t) Segundo maior exportador farelo e óleo
Brasil- Produção Oleaginosas
Soja 95% Outras 5% Outras 10% Soja 90% Fonte: Abiove, 2009
Brasil- Produção óleos vegetais
Canola 135
Usos óleo soja
ÓLEO
Óleo refinado Borra Lecitina Vitamina E
Fonte: Oil World, 2007
De cozinha Gordura hidrogenada Leite em pó Insumo Industrial Ração Medicamentos Sabão Gordura hidrogenada Borracha Química Têxteis Químicos Biocombustível
Biocombustível
Biocombustíveis Diesel
Dendê Girassol Soja Canola Algodão Shell
Densidade (g/cm 3) 0,874 0,884 0,884 0,882 0,883 0,842 Viscosidade 4,2802 4,0303 3,9713 4,3401 4,0568 3,4301 Alptekin et al., 2008 Viscosidade 4,2802 4,0303 3,9713 4,3401 4,0568 3,4301 Ponto de fusão (˚C) 12 -1 0 -8 6 -6 Índice cetano 62 60,9 60,1 61,5 60,3 57,8 Temperatura de ignição(˚C) 100 157 139 107 149 58
Biocombustível
Biocombustível
Alta produtividade Ciclo curto
Cadeia produtiva estruturada
D`Agnol , 2007
Risco ambiental baixo
Não competição preço óleo comestível x biodiesel Rede de industrias de esmagamento ociosa
Aspecto Nutricional
Ácidos graxos poliinsaturados
Ω 6: dão origem a substâncias chamadas eicosanóides, que participam das reações antiinflamatórias aumentando o fluxo sanguíneo no local da inflamação e agindo como sinalizadores para recrutamento das células de defesa. Atuam estimulando as respostas do sistema imune
Vitamina E (Tocoferol)
Protege membranas celulares da deterioração dos radicais livres
Ω 3: é vantajoso no caso de doenças alérgicas e auto-imune cardioprotetor
São compostos formados por uma cadeia de carbonos (propriedade lipossolúvel), e um grupo carboxila terminal (propriedades ácidas).
C
O
C
C
C
C
C
Grupo hidrofílico Grupo hidrofóbicoBases químicas - Ácidos graxos
C
OH
C
C
C
C
C
C
C
C
C
C
C
Diferem um dos outros pelo comprimento da cadeia carbônica, pelo número e posição das duplas ligações.
C H3 O OH C H OH Palmítico (16:0) Oléico
Monoinsaturado
(18:0) C H3 O OH H3C EsteáricoSaturado
C H3 O OH C H3 O OH C H3 O OH Oléico Linoléico Linolênico (18:1 - ω 9) (18:3 - ω 3)Poliinsaturado
(18:2 - ω 6)Composição de ácidos graxos de óleos vegetais
Girassol Amendoim Linhaça Soja Canola Oliva
C16:0 Palmítico 5 13 4 8 4 4 C18:0 Esteárico 3 4 5 4 2 32 C18:1 34 40 18 24 60 56 C18:1 Oléico 34 40 18 24 60 56 C18:2 Linoléico 56 35 16 54 21 1.2 C18:3 Linolênico TRAÇOS - 57 8 11 TRAÇOS Agência Rural, 2006
Por que alterar a
composição dos
composição dos
Ácidos graxos saturados – palmítico/ esteárico
SATURADOS Qualidade nutricional
Melhora a saúde cardiovascular : elevam colesterol bom
Nutrição
SATURADOS Estabilidade oxidativaIndústria
Aumenta vida útil dos alimentos
Ácido graxo monoinsaturado - oléico
Indústria
Vida útil dos alimentos
Diminui necessidade de hidrogenação
Estabilidade Oxidativa
Biodiesel
O ácido oléico melhora a estabilidade oxidativa e a propriedade de ignição
(índice de cetano) do biodiesel.
Ácidos graxos poliinsaturados – linoléico/linolênico
Instabilidade oxidativa
Deterioração dos alimentos
Compromete a aceitabilidade por afetar o sabor, odor, cor, textura. Diminui valor nutricional:
Diminui valor nutricional: reduz o valor energético;
destrói ácidos graxos essenciais ex: Ácido linolênico – ômega 3;
destrói vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K). Forma compostos tóxicos.
Hidrogenação
Desenvolvida como necessidade de converter óleos líquidos para semi-sólidos
Processo de hidrogenação
H é adicionado diretamente aos pontos de insaturações
Gordura trans é encontrada
alimentos industrializados como:
margarinas, biscoitos, pães, bolos, sorvetes, chocolates...
alimentos de origem animal como a carne, leite e alimentos de origem animal como a carne, leite e gorduras de animais ruminantes – pequenas quantidades
(resultantes da bio-hidrogenação dos ácidos graxos poliinsaturados por bactérias do rúmen).
Gordura trans
Revista Veja: Medicina
“Alerta contra a gordura trans’’
“Alerta contra a gordura trans’’
(23 /02/2005)
Aumenta colesterol ruim Diminui colesterol bom
Competem com ácidos graxos essenciais Aumenta triglicerídeos – doenças coronárias
Aumento dos ácidos graxos poliinsaturados – linoléico/linolênico
Nutrição animal - linoléico
Ração de boa qualidade
necessidades energéticas
peso do ovo, eclodibilidade, desempenho das progênie e composição dos ácidos graxos da gema (Ribeiro, 2007).
dos ácidos graxos da gema (Ribeiro, 2007).
Qualidade nutracêutica do óleo de soja
diminui acentuadamente o risco de acidentes cardiovasculares
(Gazzoni, 2006) Nutrição humana – linoléico/ linolênico
Desenvolver óleo modificado
Melhoramento convencional e/ou engenharia genética
A herança da modificação deve ser conhecida
Avaliar o impacto da alteração sobre características agronômicas/sementes
Bases moleculares- Ácido palmítico
GERMOPLASMA 16:0 18:0 18:1 18:2 18:3 Genótipos Normal 12 4 21 54 9 FapFap N79-2077-12 6 4 39 44 7 fapncfapnc C1726 8 3 26 58 5 fap fap Baixo teor C1726 8 3 26 58 5 fap1fap1A22 4 3 27 58 9 fap3fap3
ELLP2 6 3 22 61 8 fap*fap*
N94-2575 4 3 23 62 8 fap1fap1fapncfapnc
C1943 4 4 31 55 6 fap1fap1fapncfapnc
Bases moleculares- Ácido palmítico
GERMOPLASMA 16:0 18:0 18:1 18:2 18:3 Genótipos
Normal 12 4 21 54 9 FapFap
C1727 18 3 16 55 8 fap2fap2
Alto teor
Soybeans: Improvement, Production, and Uses.
C1727 18 3 16 55 8 fap2fap2
A21 16 4 21 52 7 fap2bfap2b
A24 15 4 25 48 8 fap4fap4
Bases moleculares- Ácido esteárico
GERMOPLASMA 16:0 18:0 18:1 18:2 18:3 Genótipos
Normal 12 4 21 54 9 FasFas
A6 8 28 20 38 7 fasafasa
FA41545 8 15 23 45 9 fasbfasb
Alto teor
Soybeans: Improvement, Production, and Uses.
FA41545 8 15 23 45 9 fasbfasb
A81-606085 7 19 20 45 9 fasfas
FAM94-41 10 9 25 51 5 fasncfasnc
KK-2 11 7 25 50 7 st1st1
Bases moleculares- Ácido esteárico
Baixo teor
Reduzir teor ácidos graxos saturados Soja convencional : 4%
Não há alelos de grande importância relatados
Soybeans: Improvement, Production, and Uses.
Não há alelos de grande importância relatados Programas melhoramento
Bases moleculares- Ácidos Insaturados
Bases moleculares- Ácidos insaturados
Oléico: Soja normal 25 %
Melhoramento convencional - oléico 70% (Alt et al., 2005) Hibridação entre linhagens ( FA22/M23/N98-4445 com 50% )
Engenharia genética – oléico > 80% (DUPONT)
Soybeans: Improvement, Production, and Uses.
Engenharia genética – oléico > 80% (DUPONT)
Inserção segunda cópia do gene FAD2-1: converte oléico para linoléico
Bases moleculares- Ácidos insaturados
Linoléico
Soja normal: 52%
r= - 0,97% /oléico (Alt et al., 2005)
Linhagem M23 – alelo recessivo ol –alto oléico
Soybeans: Improvement, Production, and Uses.
Linolênico : alto teor
Soja normal 9% , Glycine soja (23%) - (Wilson et al., 2005); Aumento da expressão de genes:
FAD2-2 (Hitz et al., 1995)
Bases moleculares- Ácidos Insaturados
GERMOPLASMA 16:0 18:0 18:1 18:2 18:3 Genótipos
Normal 12 4 21 54 9 FadFad FanFan
N78-2245 10 4 42 39 6 fad1fad1 FanFan
PI-123440 10 4 30 51 5 FadFad fanfan
PI-361088B 12 4 19 61 4 FadFad fanfan
Soybeans: Improvement, Production, and Uses.
PI-361088B 12 4 19 61 4 FadFad fanfan
C1640 10 4 25 57 4 FadFad fanfan
A5 9 4 47 36 3 FadFad fan1fan1
N85-2176 10 3 44 40 3 fad1fad1fanfan
N87-2120-3 6 4 39 48 3 FadFadfanfan
Impacto das modificações sobre características agronômicas
Ácidos graxos insaturados- linoléico/linolênico
Agronomic and Seed Traits of 1%-Linolenate Soybean Genotypes.
Autores: Andrew J. Ross, Walter R. Fehr, Grace A. Welke, and Silvia R. Cianzio Crop Science, vol. 40: 383-386, 2000.
Tocopherol content of soybean lines with reduced linoleate in the seed oil. Autores: McCord, K.L., W.R. Fehr, T. Wang, G.A. Welke, S.R. Cianzio, and S.R.
NÃO HÁ IMPACTO
NÃO HÁ IMPACTO
Autores: McCord, K.L., W.R. Fehr, T. Wang, G.A. Welke, S.R. Cianzio, and S.R. Schnebly.
Crop Science, vol. 44: 772–776, 2004.
Reduced-linolenate content associations with agronomic and seed traits of soybean
Autores : Walker, J.B., W.R. Fehr, G.A. Welke, E.G. Hammond, D.N. Duvick. Crop Science, vol. 38:352–355, 1998.
Impacto das modificações sobre características agronômicas
IA3024 x AX18896-2 (pop.1)
Alto oléico 50% (alelo ol – linhagem M23) IA3024 x AX18896-2 (pop.1)
IA3025 x AX18896-2 (pop. 2) IA2073 x AX18895-6 (pop. 3) Oléico normal 24%
Impacto das modificações sobre características agronômicas
HÁ IMPACTO
HÁ IMPACTO
Impacto das modificações sobre características agronômicas
Pop 1 (A97-877006 x Plantas doadoras 44%) Alelos fap2-b e fap 4 (26%)
Pop. 2 (A97-877027 x Plantas doadoras 44%) Pop. 3 (A96-496018 x Plantas doadoras 44%)
Vários cruzamentos de linhagens mutantes 15% 31% 44%
260P = Plantas 18% -29% 400P = Plantas 40% - 48%
Impacto das modificações sobre características agronômicas
POPULAÇÕES
1 2 3
Característica Linhagens Média Média Média
Palmítico 260 P 27 26 27 400 P 39 39 40 Produtividade 260 P 1967 2124 2109 400 P 1249 1270 1228 260 P 36 35.4 36.4 Proteína 260 P 36 35.4 36.4 400 P 36.8 36.2 37.4 Óleo 260 P 16 15.9 15.6 400 P 14.2 14.7 13.8 Esteárico 260 P 3.9 4.2 4.1 400 P 3.7 4 3.9 Oléico 260 P 14.1 14 14.8 400 P 10.7 10.7 9.8 linoléico 260 P 44.5 45.3 43.8 400 P 37.3 37.3 35.1 Linolênico 260 P 9.7 10 9.2 400 P 10.9 10.2 10.2
Combinar as modificações
Combinação Autores
23% palmítico + 20% esteárico Kok et al., 1999
25 % palmítico + 1% linolênico Bravo et al., 1999
4% palmítico + 50% oléico Rahman et al., 2004
50% oléico + 1% linolênico Fehr et al., 2007
4% palmítico + 50% oléico + 1% linolênico Fehr et al., 2007
4% palmítico + 50% oléico + 1% linolênico Fehr et al., 2007
80% oléico + alto esteárico Booth et al., 2005
87% oléico+ 1,7% linolênico Booth et al., 2005
89% oléico+ 6,7% palmítico + esteárico Booth et al., 2005
Desafio para
melhoristas
Combinar as modificações
Alto oléico Evento transgênico:
OBJETIVO: Avaliar performance agronômica de linhagens com baixo palmítico + alto oléico
335-13 ( FAD2-1 e FAT B)
Baixo palmítico Alto oléico
Combinar as modificações
Essa combinação é possível sem alterar performance agronômica
Métodos de seleção
Seleção fenotípica
Calibração
Cria banco de dados
( Análises químicas, cromatografia gasosa, espectrofotometria, ressonância magnética)
Banco de dados é formado por resultados obtidos pelo método químico
Vantagens
Análise rápida, não destrutivo Baixo custo (depois de calibrado)
Desvantagens
Alto custo do equipamento Necessita de calibração
Métodos de seleção
Mercado
Brasil
Empresas públicas e privadas- Somente Pesquisas
Outros países
1994 - baixo linolênico (2,5%) - PIONEER 1996 - baixo saturado (3,5%) - PIONEER 2001 - alto oléico (84%) - DUPONT
2006 - baixíssimo linolênico (1%) 2008 - alto esteárico - MONSANTO
Perspectivas
Alterar mais de uma característica com potencial produtivo
Engenharia genética utilizando ácidos graxos de outras espécies Mercado segmentado
Seleção Assistida Seleção Assistida