• Nenhum resultado encontrado

Concepção: Edição e organização: Fotografia de capa: Agradecimentos especiais: Nayara Silva de Carie

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Concepção: Edição e organização: Fotografia de capa: Agradecimentos especiais: Nayara Silva de Carie"

Copied!
65
0
0

Texto

(1)
(2)

Concepção:

Nayara Silva de Carie

Edição e organização:

Nayara Silva de Carie

Álida Angélica Alves Leal Meiriele Cruz

Fotografia de capa:

Girassol no Jardim Mandala da Faculdade de Educação da UFMG

Fotógrafa: Larissa Bocchino - Atriz, estudante de Letras UFMG, professora de Italiano

e Inglês. Imagem disponível em: https://www.picuki.com/profile/labocchino, Acesso em: 11 jul. 2020

Agradecimentos especiais:

- Aos povos do campo que, gentilmente, aceitaram participar das pesquisas. A todas e todos vocês dedicamos nossa luta pelo Direito à Educação das trabalhadoras e trabalhadores de nosso país;

- Aos professores orientadores/as, coorientadores/as e monitores/as do LECampo FaE/UFMG, pelo acompanhamento dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) da Turma de Ciências Sociais e Humanidades (CSH) do ano de 2015 do Curso de Licenciatura em Educação do Campo da Faculdade de Educação da UFMG. Agradecemos pela dedicação à produção, junto às/aos estudantes, de conhecimento que se constrói em diálogo com diversos setores da sociedade, aproximando-nos da realidade dos povos do campo brasileiro;

- À todas e todos que participaram das Bancas Avaliadoras dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) apresentados neste Caderno. A leitura cuidadosa e o olhar de vocês foram fundamentais para o aperfeiçoamento dos trabalhos;

- À PROGRAD/UFMG (Pró-Reitoria de Graduação), pela manutenção do PIFD (Programa de Incentivo à Formação Docente), que permite a participação de estudantes de Cursos de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado), como monitores/as, no acompanhamento e suporte dos/as graduandos/as do Curso durante o TE (Tempo Escola) e o TC (Tempo Comunidade) do LECampo FaE/UFMG. Ficha catalográfica (a ser feita pela biblioteca)

(3)

Reitora

Profa. Dra. Sandra Regina Goulart de Almeida Vice-Reitor

Prof. Dr. Alessandro Fernandes de Almeida Diretora da Faculdade de Educação – FaE/UFMG

Profa. Dra. Daisy Moreira Cunha

Vice-Diretor da Faculdade de Educação – FaE/UFMG Prof. Dr. Wagner Ahmad Auarek

Coordenador da Licenciatura em Educação do Campo – LECampo – FaE/UFMG Prof. Dr. Geraldo Márcio Alves dos Santos (2017-2019)

Vice coordenadora da Licenciatura em Educação do Campo – LECampo – FaE/UFMG Profa. Dra. Álida Angélica Alves Leal (2017-2019)

Coordenadora da Área de Ciências Sociais e Humanidades da Licenciatura em Educação do Campo – LECampo – FaE/UFMG

Profa. Dra. Nayara Silva de Carie (2016-2019)

Monitoras da área de Ciências Sociais e Humanidades da Licenciatura em Educação do Campo – LECampo – FaE/UFMG

Profa. Ms. Meiriele Cruz (2018-2019) Profa. Ms. Tawani Mara de Sousa Paiva (2018)

(4)

Sumário

Apresentação

08

1. Educação Escolar 22

1.1. O TRABALHO COM EDUCAÇÃO PATRIMONIAL NAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL DA CIDADE DE RIO PARDO DE MINAS: PRIMEIRAS APROXIMAÇÕES Erie Valvian Almeida Viana ………...………..………. 23 1.2. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE ENSINO DE HISTÓRIA NA ESCOLA ESTADUAL JOSÉ BERNARDINO - ICARAÍ DE MINAS – MG

Evilene Fiuza Alves ………...………... 24 1.3. O ENSINO DE HISTÓRIA LOCAL NAS SÉRIES INICIAIS NUMA ESCOLA DO CAMPO DO MUNICÍPIO DE ALMENARA- MG: RELAÇÕES ENTRE O ENSINO DE HISTÓRIA E A EDUCAÇÃO DO CAMPO

Maricarla Evangelista Oliveira ………...………... 25 1.4. AS REPERCUSSÕES DA EXPERIÊNCIA DA MÍSTICA ATRAVÉS DE UM PROJETO PARA OS ESTUDANTES DA ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA BONTEMPO

Paula Mendes Costa Amaral ………...…..……….. 26

2. Jovens do Campo 27

2.1. EVASÃO ESCOLAR DE JOVENS NA COMUNIDADE GERAIZEIRA DE BAIXA GRANDE, RIO PARDO DE MINAS-MG

Charles Antônio Dias de Sousa ………...…………..….……… 28 2.2. JOVENS QUE PERMANECEM NO CAMPO: PROJETOS DE VIDA DE EGRESSOS DA ESCOLA ESTADUAL DE JORDÂNIA- MG

Fernanda Rosa Santos ……….…...……….... 29 2.3. O PROJETO PROFISSIONAL DO JOVEM: UM ESTUDO COM EGRESSOS DA ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA

(5)

2.4. JOVENS URBANOS EM UMA ESCOLA DO CAMPO: UM ESTUDO DE CASO NA ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA BONTEMPO – ITAOBIM/MG

Jeane Soares da Paixão ………...……….…….. 32 2.5. MIGRAÇÃO TEMPORÁRIA DE JOVENS DA COMUNIDADE DE TERRA QUEBRADA – RIO PARDO DE MINAS/MINAS GERAIS - PARA A COLHEITA DO CAFÉ

Keila Gisele Martins Brito ………...………. 33

3. Mulheres do Campo 34

3.1. AS MULHERES NA FESTA DE SÃO SEBASTIÃO: UM ESTUDO SOBRE A CONSTRUÇÃO DE LAÇOS COMUNITÁRIOS NA COMUNIDADE DE BOA VISTA

Ângela Rodrigues Dias ………...……….……… 35 3.2. MULHERES E GRUPOS PRODUTIVOS: UMA ANÁLISE NA COOPERATIVA DE AGRICULTORES FAMILIARES AGROEXTRATIVISTAS DE ÁGUA BOA II

Cleidiana de Oliveira Agostinho ………...……… 36 3.3. MULHERES CAMPONESAS E ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA: UM ESTUDO A PARTIR DA FESTA DE NOSSA SENHORA APARECIDA NA COMUNIDADE SANTANA I, RIO PARDO DE MINAS – MG

Fernanda Mendes de Melo ………...………. 37 3.4. A ATUAÇÃO DAS MULHERES NAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA AGRICULTURA FAMILIAR DA COMUNIDADE CÓRREGO DA PRATA NO MUNICÍPIO DE PALMÓPOLIS/MG

Viviane Ribeiro Aguiar ………...……….………….. 39

4. Políticas públicas e Educação do Campo 40

4.1. POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO DO CAMPO: O PLANO DE EDUCAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DAS MISSÕES-MG

Shirley Neves Amaral ………...………...……….... 41

5. Práticas religiosas e práticas culturais de povos do Campo 42

5.1. RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E RELIGIOSAS NO PROJETO DE ASSENTAMENTO ARACAJÚ: UM ESTUDO SOBRE DIREITO À TERRA, DIFERENÇA E LIBERDADE DE CULTO

(6)

5.2. PRÁTICAS CULTURAIS DO GRUPO DE BATUQUE CANTO DE CAPINA NA CIDADE DE PONTO CHIQUE-MG

Taís Aparecida Ramos de Oliveira ………...………..….. 45

6. Povos do Campo e relações com seus territórios 46

6.1. A PRESENÇA DA COMUNIDADE BREJOS NA FEIRA DO MERCADO MUNICIPAL DE RIO PARDO DE MINAS-MG

Adineia Ferreira do Nascimento ………...……….... 47 6.2. A RELAÇÃO DOS AGRICULTORES FAMILIARES DA COMUNIDADE BREJINHO COM A AROEIRA

Daniela Martins Pereira ………...…..…… 48 6.3. UM ESTUDO SOBRE AS MUDANÇAS SOCIAIS E ECONÔMICAS NA VIDA DAS FEIRANTES DO MERCADO MUNICIPAL DE ITACARAMBI – MINAS GERAIS

Frediany dos Santos Silva ………...………..… 49 6.4. LUTAS POR TERRA, OCUPAÇÃO E PERMANÊNCIA DO PROJETO DE ASSENTAMENTO BELA VISTA, ITAOBIM-MG: UMA EXPERIÊNCIA NA CARTOGRAFIA SOCIAL

Judite Batista de Jesus ………...……….... 50 6.5. A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO CAMPONÊS NO TERRITÓRIO DE MONTE ALEGRE I: AS PRÁTICAS RECÍPROCAS E SOLIDÁRIAS

Lucas Rodrigues Dias …………...………. 51 6.6. CONSEQUÊNCIAS DA CHEGADA DA MONOCULTURA DO EUCALIPTO: INVESTIGANDO MUDANÇAS NAS RELAÇÕES COM A TERRA NA COMUNIDADE PINDAÍBA – RIO PARDO DE MINAS - MG

Rutinela Rodrigues de Oliveira ………...……….. 52

7. Sindicalismo rural 53

7.1. PROCESSO DE FORMAÇÃO POLÍTICA E SINDICAL: UMA ANÁLISE POR MEIO DAS AÇÕES REALIZADAS NO E DO SINDICATO DOS TRABALHADORES (AS) RURAIS DE SENADOR MODESTINO GONÇALVES-MG

Maria Aparecida Pinto ………...………..……. 54 7.2. A PARTICIPAÇÃO NO SINDICALISMO RURAL: JUVENTUDE DO CAMPO EM MOVIMENTO

(7)

Considerações finais 56

Referências 57

Anexo - Memórias da turma 59

(8)

"[...] Sempre é tempo de aprender,

sempre é tempo de ensinar".

Quando criança nos negaram esse saber;

depois de grande vamos pôr os pés no chão,

a quem já sabe o dever e repartir,

todos na luta pela alfabetização:

Jovens e adultos papel e lápis na mão,

unificando educação e produção,

num gesto lindo de aprender e ensinar

se educando com palavra e com ação:

Na nossa conta um mais um tem que crescer,

a liberdade vai além do ABC,

um conteúdo dentro da realidade

vai despertando o interesse de saber [...]

Sempre é tempo de aprender

Zé Pinto

(9)

Apresentação

É com muita alegria que organizamos esse “Caderno de resumos” de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) do Curso de Licenciatura em Educação do Campo da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (LECampo FaE/UFMG), da Turma de Ciências Sociais e Humanidades (CSH) do ano de 2015. Além de ser uma oportunidade de registrarmos, mais uma vez, parte do percurso da turma na instituição, este material também expressa o modo muito especial como estas e estes estudantes nos deixaram ensinamentos marcantes sobre a grandeza e a beleza de conhecermos e reconhecermos os nossos territórios, as nossas origens e as nossas vivências.

Movimentos como este que aqui apresentamos nos fazem entrar em contato com toda a experiência, a força e o conhecimento que herdamos. Expressam a síntese de tudo o que foi e do que não foi vivido pelos que nos antecederam. Tantos passados, presentes e futuros reunidos em nós. Quantas vidas em nós, quantos sonhos, infinitas possibilidades que nos fazem verdadeiros pulsares de História...

Ancorados nisso, sigamos em nossas lutas cotidianas, cientes de que: “A história somos nós”, nem tudo está perdido!

Somos nós, este campo de possíveis sob o céu. Atenção, ninguém se sinta excluído.

A História somos nós.

Somos nós, os ruídos que quebram o silêncio, O silêncio, por vezes, tão difícil de sentir.

(10)

Não se enganem quando eles te dizem que todos são iguais, que todos roubam da mesma maneira e que tanto faz escolher este ou aquele.

Porque somos nós que temos tudo a ganhar e tudo a perder.

Isso é somente um modo de te convencer a ficar em casa quando o dia se inicia, o trabalho te cansa e a vida acontece em Rio Pardo, Icaraí de Minas, Pintópolis, Medina, S. J. das Missões, Jordânia, Itaobim, Paracatu, Januária, Piranga, Palmópolis, Jequeri, Senador Modestino Gonçalves, São Francisco, Almenara e Grão Mogol. A história somos nós que escrevemos as cartas,

Somos nós, que lemos uma pilha de livros,

e somos nós, que não pudemos nem mesmo aprender a ler. Somos nós, que falamos e não somos ouvidos,

e somos nós que não podemos nem ao menos falar.

A história somos nós, camponeses, operários, homens, mulheres, crianças, religiosos, ateus....

A história, realmente, não para diante de nenhuma porta ou portão. Ela entra nas casas, ela incendeia, ela tira e dá razão.

Da história ninguém pode se esconder. E é por isto que a história dá calafrios,

Porque dela, não podemos sair, ninguém pode pará-la, e sozinho, nenhum de nós pode transformá-la.

A história somos nós, sementes prontas para romper, viver, lutar, resistir, germinar, florescer e recomeçar, sempre…”

Por meio deste texto - inspirado e iniciado com o nome da música do compositor italiano Francesco di Gregori, La storia siamo noi -, elaborado pela Professora Nayara Silva de Carie como parte de seu discurso de paraninfa da Turma de CSH/2015 em

(11)

sua formatura, convidamos a todas e todos para a leitura das próximas páginas. Apresentamos a turma, as temáticas abordadas pelos trabalhos e os percursos para a construção dos TCCs e, em seguida, apresentamos os resumos dos trabalhos.

(12)

Apresentação da turma

Neste caderno, conforme já destacado, serão apresentados os resumos dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) desenvolvidos pela turma de Licenciatura em Educação do Campo da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (LECampo FaE/UFMG), na área de conhecimento de Ciências Sociais e Humanidades (CSH), que iniciaram o curso no ano de 2015 (Imagem 01):

Imagem 01: Turma da CSH LECampo FaE/UFMG - 2015

(13)

A turma foi constituída por estudantes dos municípios mineiros de Almenara (01 estudante), Icaraí de Minas (03 estudantes), Itaobim (03 estudantes), Grão Mogol (01 estudante), Jequeri (01 estudante), Januária (01 estudante), Jordânia (01 estudante), Medina (01 estudante), São Francisco (01 estudante), São João das Missões (01 estudante), Senador Modestino Gonçalves (01 estudante), Palmópolis (01 estudante), Paracatu (01 estudante), Pintópolis (01 estudante), Piranga (01 estudante), Rio Pardo de Minas (11 estudantes), totalizando 05 (cinco) regiões de Minas Gerais (Norte, Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Noroeste, Zona da Mata e Central) conforme apresentado no Mapa 01:

Mapa 01 - Distribuição espacial dos estudantes do LECampo FaE/UFMG da Turma de Ciências Sociais e Humanidades (CSH) do ano de 2015

(14)

Percurso de construção dos TCCs

O Curso de Licenciatura em Educação do Campo é ofertado pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais desde o ano de 2005, uma experiência pioneira no Brasil. O curso foi regulamentado e incorporado ao conjunto dos cursos da universidade em 2009. O currículo é organizado em quatro áreas do conhecimento, quais sejam: Ciências Sociais e Humanidades (CSH), Ciências da Vida e da Natureza (CVN), Línguas, Arte e Literatura (LAL) e Matemática. Sua organização espaço-temporal é no formato da alternância, composta pela articulação entre o Tempo Escola (TE) – quando os estudantes permanecem na Universidade nos meses de janeiro e julho para um período intensivo de aulas, visando cursarem parte das disciplinas acadêmicas – e o Tempo Comunidade (TC) – quando os estudantes permanecem em seus territórios de moradia e/ou trabalho nos períodos intermediários, desenvolvendo atividades relacionadas ao curso, com orientação de professores e acompanhamento de monitores - estudantes de mestrado e doutorado da instituição (SILVA; LEAL; ARCANJO; HERZOG, 2019).

Dentre as atividades por eles/as realizadas no curso, encontra-se a elaboração de um Trabalho de Conclusão de curso (TCC), cuja temática emerge dos diálogos entre TE e TC, que se entrecruzam nas leituras de mundo dos educandos sobre suas “(re)existências” nos territórios camponeses em que trabalham e/ou habitam. Ademais, também se destacam as Jornadas Socioterritoriais, que envolvem alunos, professores, docentes da Educação Básica, gestores escolares, movimentos sociais e sindicais, pais, estudantes e demais moradores da região em uma ação dos estudantes do curso junto às escolas e à comunidade (SILVA; LEAL; ARCANJO; HERZOG, 2019).

Durante o curso, as disciplinas procuram trabalhar questões relativas ao reconhecimento de diversos aspectos do local de vivência dos estudantes, tais como relações econômicas de produção, abastecimento e distribuição, objetos e práticas

(15)

culturais, grupos sociais organizados, problemas ambientais, características da rede escolar local, bem como a caracterização da comunidade escolar, principais desafios enfrentados por docentes e discentes, especialmente aquelas/as que vivem e/ou trabalham no campo.

Todas as disciplinas têm como objetivo dar suporte teórico e metodológico para que os estudantes tenham condições de reconhecer o próprio entorno, diagnosticar e problematizar a própria localidade. As questões relativas a escolas, bem como à comunidade escolar, são discutidas nas disciplinas de Análise da Prática Pedagógica I, II, III, IV e V. Nas disciplinas de Análise de Prática Pedagógica VI, VII e VIII, além dos estágios, que permitem um contato maior com as escolas, os estudantes também escrevem o projeto de pesquisa e desenvolvem o Trabalho de Conclusão de Curso. Além das disciplinas, há a Jornada Socioterritorial, que faz parte das atividades ofertadas pelo curso, na qual os alunos apresentam as suas regiões de modo a receberem todos os estudantes e professores do curso para um trabalho que tem como objetivo conhecer outros territórios de vivências do LECampo. Essa atividade é feita para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem desses sujeitos, por meio do conhecimento de diferentes campos e de diferentes escolas do campo, obtendo elementos para construirmos a escola do campo que queremos. Nesse sentido, a Jornada visa desenvolver ações formativas entre a Universidade e as comunidades locais, instrumentalizando os estudantes de Licenciatura em Educação do Campo com elementos teóricos e metodológicos para que eles possam pesquisar sobre a comunidade visitada, o que pode contribuir, e muito, para a ampliação do olhar sobre a sua própria comunidade, uma vez que quando iniciamos o exercício de ver o outro, nos abrimos para a oportunidade de conhecermos mais sobre nós mesmos.

Desde o início de curso, os estudantes vão escolhendo os seus temas para desenvolverem no Trabalho de Conclusão de Curso.

(16)

Apresentação das temáticas abordadas

pelos trabalhos

Os 24 (vinte e quatro) trabalhos foram agrupados em 07 (sete) diferentes temas, aqui apresentados em ordem alfabética, seguidos pela respectiva quantidade de TCCs produzidos, a saber:

1. Educação Escolar, com 04 (quatro) trabalhos; 2. Jovens do Campo, com 05 (cinco) trabalhos; 3. Mulheres do Campo, com 04 (quatro) trabalhos;

4. Políticas públicas e Educação do Campo, com 01 (um) trabalho;

5. Práticas religiosas e práticas culturais de povos do Campo, com 02 (dois) trabalhos; 6. Povos do Campo e relações com seus territórios, com 06 (seis) trabalhos e

7. Sindicalismo rural, com 02 (dois) trabalhos.

Para pensar um breve panorama sobre os trabalhos supramencionados, é preciso destacar que a Educação do Campo se constitui como um conjunto de princípios, conceitos e práticas que pautam o poder público quanto à demanda por um projeto educacional que responda aos interesses de um grupo social em torno da luta pela produção e reprodução de suas vidas como camponeses (SILVA; LEAL; ARCANJO; HERZOG, 2019).

Para Antunes-Rocha e Carvalho (2015), os princípios da educação do campo podem ser pensados a partir da tríade escola, campo e sociedade. Em outros termos, de acordo com as autoras, é preciso que o projeto voltado para a escola seja pensado no sentido de compreendê-la enquanto um direito para os povos do campo. Estes povos, por sua vez, precisam ser pensados na perspectiva do protagonismo, ou seja,

(17)

de que “a Educação do Campo não é para nem apenas com, mas sim, dos camponeses, expressão legítima de uma pedagogia do oprimido” (CALDART, 2012, p. 263). Projetos de campo e de sociedade, por sua vez, “devem ser pensados a partir de uma mudança de paradigma, no qual o campo passe a ser valorizado, não mais subordinado aos interesses do capital, bem como campo e cidade possam construir em conjunto um novo projeto de sociedade mais igualitário” (SILVA; LEAL; ARCANJO; HERZOG, 2019, p.31).

De modo geral, os trabalhos em questão sinalizam que os estudos desenvolvidos pela Turma da área de Ciências Sociais e Humanidades de 2015 evidenciam a articulação com os princípios da Educação do Campo antes apontados, com destaque para a escola de direito e o protagonismo dos sujeitos do campo. Além disto, os interesses de pesquisa dos estudantes estiveram voltados para a construção de conhecimentos sobre seus territórios de moradia e/ou trabalho - suas dinâmicas, seus modos de vida, sua organização, seus movimentos -, aspectos incentivados desde o início do curso por meio da realização de diversas atividades, incluindo aquelas desenvolvidas no contexto do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que concede bolsas de iniciação à docência a estudantes de licenciatura. Neste sentido, de maneira ampla, são trabalhos que nos mostram que, no âmbito da Educação do Campo, os territórios vividos pelos sujeitos, como nos ensina, por exemplo, o geógrafo Milton Santos (2000), assumem centralidade nas discussões. Entendemos, a partir das palavras de Caldart (2012, p. 263), que os trabalhos combinam “luta pela educação com luta pela terra, pela Reforma Agrária, pelo direito ao trabalho, à cultura, à soberania alimentar, ao território”.

Observa-se, ainda, que as pesquisas nos mostram “práticas [que] reconhecem e buscam trabalhar com a riqueza social e humana da diversidade de seus sujeitos: formas de trabalho, raízes e produções culturais, formas de luta, de resistência, de organização, de compreensão política, de modo de vida”, como sinaliza Caldart (2012) sobre características que destacam a “consciência de mudança” que a Educação do Campo anuncia e revela.

Nota-se, de modo específico, conforme destacado anteriormente, a centralidade que a escola assume nas investigações. Entendemos que isto deve-se, de acordo com

(18)

Caldart (2012, p.264), ao fato de que a escola “(...) tem sido objeto central das lutas e reflexões pedagógicas da Educação do Campo pelo que representa no desafio de formação dos trabalhadores, como mediação fundamental, hoje, na apropriação e produção do conhecimento que lhes é necessário, mas também pelas relações sociais perversas que sua ausência no campo reflete e sua conquista confronta”. Em relação aos temas específicos, quanto à Educação escolar, os trabalhos desenvolvidos apontaram que, tanto nas escolas do campo como nas escolas que recebem estudantes do campo pesquisadas, as discussões, conteúdos e práticas se articulam de modo ainda incipiente quanto aos pressupostos da Educação do Campo. Neste sentido, indica-se, dentre outros aspectos, a centralidade da formação, tanto inicial como continuada, de profissionais da Educação, pautada nas discussões sobre as especificidades das práticas educativas a serem desenvolvidas junto às populações do campo em nosso país.

Salientamos, também, a grande quantidade de Trabalhos de Conclusão de Curso sobre jovens e mulheres do campo (quase 40% dos estudos aqui apresentados). Sobre o assunto, cabe salientar que, atualmente, há um elevado desinteresse social e acadêmico sobre as juventudes do campo - devido, dentre outros motivos, ao suposto desinteresse generalizado dos jovens pelo campo. Cabe ressaltar, também, a invisibilidade das questões relativas às mulheres do campo, seja no âmbito social e acadêmico - especialmente, na perspectiva da divisão sexual do trabalho, quando são comparadas aos homens trabalhadores rurais. A despeito disto, no entanto, pesquisadores como Troian e Breitenbach (2018) e Marques e Silva (2018), que investigam juventudes e mulheres do campo, respectivamente, têm observado o aumento de pesquisas em alguns campos do conhecimento e/ou regiões do Brasil. Arroyo (2012, p.365) nos ajuda a compreender que a predominância de trabalhos desta natureza pode estar indicando que a formação destes professores, no âmbito do LECampo FaE/UFMG, pode ter se constituído numa perspectiva mais plural, em consonância, por exemplo, com as demandas dos movimentos sociais que lutam em defesa das juventudes e das mulheres do campo. Nas palavras do autor,

Essa defesa de uma formação mais plural encontra justificativa na função política esperada da escola do campo. Ela deve ser o espaço

(19)

em que sejam incorporados os saberes da terra, do trabalho e da agricultura camponesa; em que as especificidades de ser-viver a infância-adolescência, a juventude e a vida adulta no campo sejam incorporadas nos currículos e propostas educativas; em que os saberes, concepções de história, de sociedade, de libertação aprendidos nos movimentos sociais façam parte do conhecimento escolar.

Nesse sentido, os trabalhos que abordaram os jovens do campo interessaram-se em investigar, a partir de abordagens pautadas no reconhecimento da diversidade de interesses e realidades desses sujeitos sociais, as condições de acesso e de permanência às/nas escolas do campo e fatores condicionantes da evasão escolar. Investigaram, ainda, as condições de trabalho; os processos migratórios e os projetos profissionais e de vida dos jovens camponeses que permanecem no campo. Estas pesquisas contribuem, por exemplo, para a defesa do acesso permanente à escola pública que dialogue com os interesses, os diversos saberes e realidades do campo e dos jovens camponeses, ao mesmo tempo em que reconhecem que estes são sujeitos sociais, cidadãos, cujos direitos precisam ser efetivados e os interesses e anseios, investigados. Apontam, ainda, que a permanência ou não dos jovens no campo está relacionada à realidade do campo, às condições e possibilidades de se viver e produzir no campo.

Por sua vez, os estudos realizados sobre mulheres do campo, ao investigarem formas de participação e organização das mulheres camponesas, ressaltaram a importância do trabalho feminino para a organização do lar, nas atividades da agricultura, no trabalho cooperativista, na organização de festas tradicionais e na construção e manutenção de laços comunitários; identificando as múltiplas atividades desenvolvidas nos espaços públicos e privados, além dos desafios enfrentados pelas mulheres trabalhadoras rurais na luta pela conquista de direitos, de trabalho e de reconhecimento. Esses trabalhos indicaram, ainda, que a busca por autonomia pelas trabalhadoras rurais relaciona-se com a busca por melhores condições de vida e de produção que possibilitem a permanência no campo.

Corroborando com as potencialidades da organização campesina, o trabalho que se dedicou a investigar políticas públicas e Educação do Campo, a partir da análise da execução de projetos municipais para essa finalidade, apontou que, embora conquistada e reconhecida como direito, a Educação do Campo, para ser efetivada e consolidada, requer tanto a ação política quanto o envolvimento e organização das

(20)

comunidades campesinas, juntamente com sindicatos, movimentos sociais diversos, Instituições de Educação Básica e Superior, dentre outros. Uma luta permanente e de caráter coletivo.

Os trabalhos que abordaram as práticas religiosas e culturais dos povos do campo, por sua vez, apontam para a diversidade religiosa e cultural existente entre os sujeitos do campo. Estes estudos mostraram que, embora compartilhem as lutas campesinas por direito à terra, ao trabalho, à educação, estes grupos não se constituem de maneira homogênea. Há outras identidades relacionadas à religião e ao gênero, por exemplo, que se cruzam com as identidades campesinas e precisam ser consideradas em nossas investigações e ações.

Os trabalhos que versaram sobre os povos do campo e relação com seus territórios indicaram a organização, em diversos estágios, das comunidades, dos povos camponeses, para enfrentarem os desafios do campo de forma a assegurar maior domínio sobre as formas de produção e reprodução da vida, seja por meio da articulação pela ocupação da terra, incluindo nesse processo a organização familiar, das comunidades e relações de trabalho com a terra, seja comercializando parte da produção em feiras ou em outros espaços. Tal organização, como apontado pelos estudos, contribui para o reconhecimento das comunidades tradicionais e seus saberes, promovendo o protagonismo destes sujeitos.

Outro conjunto de trabalhos, partindo dessa compreensão ampliada dos processos educativos e formativos, os quais extrapolam o ambiente escolar e incorporam saberes advindos da prática campesina, investigaram as potencialidades educativas de outros espaços formativos, os sindicatos rurais. As descobertas destas investigações indicaram que, ao dialogar com as práticas cotidianas campesinas na perspectiva da organização para/na luta por direitos, o sindicalismo rural desenvolve ações que, ao mesmo tempo, viabilizam o protagonismo dos sujeitos do campo e educam a todas/os que participam desse processo.

Por fim, cabe ressaltar que as investigações foram realizadas por sujeitos que estavam em vias de concluir um importante período de seu desenvolvimento profissional como docentes, a formação inicial. Entendemos que a formação de professores que têm a pesquisa como um dos eixos norteadores de suas práticas, na

(21)

perspectiva da reflexão-ação ou da práxis é, também, um dos aspectos que caracteriza o que é a Educação do Campo. Neste sentido, concordamos com Caldart (2012, p. 264) ao considerar que “os educadores são considerados sujeitos fundamentais da formulação pedagógica e das transformações da escola. Lutas e práticas da Educação do Campo têm defendido a valorização do seu trabalho e uma formação específica nessa perspectiva”.

Após passar por este breve panorama dos trabalhos que, certamente, contemplam apenas algumas dimensões daquilo que as produções abarcam, convidamos à leitura dos resumos. Esperamos que vocês, leitores/as, construam outras análises e, talvez, outros caminhos investigativos, situados nas linhas e nas entrelinhas dos escritos de nossos estudantes.

(22)
(23)
(24)

O TRABALHO COM EDUCAÇÃO PATRIMONIAL NAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL DA CIDADE DE RIO PARDO DE MINAS: PRIMEIRAS

APROXIMAÇÕES

Erie Valvian Almeida Viana Orientador Prof. Pedro Berutti Marques Coorientador Prof. Humberto Rocha de Souza O presente estudo tem por objetivo identificar o trabalho com a Educação Patrimonial nas escolas de Ensino Fundamental da cidade de Rio Pardo de Minas- MG. Além disso, objetivamos também identificar como os docentes desse município trabalham e entendem essa temática. A pesquisa desenvolvida tem como pressuposto metodológico os elementos basilares da metodologia qualitativa articulada à pesquisa histórica. Como instrumentos de coleta de dados foram aplicados questionários a três professores dos anos finais do Ensino Fundamental de duas escolas desse território. Discutimos, também, os conceitos de patrimônio, patrimônio histórico-cultural e educação patrimonial. Os sujeitos dessa pesquisa relataram que trabalham em sala de aula o tema da educação patrimonial, além disso, ressaltaram a importância de, no espaço escolar, apresentar os patrimônios histórico-culturais para os estudantes, fazendo uma aproximação deles com os monumentos presentes em seu território. Atitudes essas que revelam a importância de preservar os bens culturais para que estes possam contribuir na realização de atividades pedagógicas, ao mesmo tempo em que contribuem para que os estudantes se percebam como sujeitos histórico-culturais. Esperamos que com os resultados obtidos nesse estudo possamos avançar nas reflexões sobre as questões aqui apresentadas, contribuindo na formação dos licenciados e licenciandos em Educação do Campo e para a Educação Básica.

Palavras-chave: Patrimônio histórico e cultural; Educação Patrimonial; Educação do

Campo.

(25)

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DE ENSINO DE HISTÓRIA NA ESCOLA ESTADUAL JOSÉ BERNARDINO - ICARAÍ DE MINAS – MG

Evilene Fiuza Alves Orientadora Profa. Dra. Nayara Silva de Carie O trabalho tem como objetivo identificar e analisar como as práticas pedagógicas desenvolvidas no ensino de História se relacionam com a Educação do Campo numa turma do 1º ano do Ensino Médio na Escola Estadual José Bernardino, situada na cidade de Icaraí de Minas, na região Norte do Estado de Minas Gerais, no período de maio a junho de 2018. Foram utilizados como referenciais teóricos autores que discutem práticas pedagógicas PERRENOUD (1993), ensino de História BITTENCOURT (2009) e educação do campo CALDART (2012). A pesquisa é de caráter qualitativo e foi realizada com base em observações e entrevista semiestruturada. Foram realizadas observações das aulas, com o objetivo de identificar elementos relacionados à prática pedagógica do professor e como ele trabalha o campo em suas aulas. A entrevista foi realizada com o professor de História da turma, a fim de obter e aprofundar elementos e/ou questões observadas. Na turma pesquisada, foi possível perceber que não há um plano específico voltado para a educação do campo, embora a instituição receba alunos com esse perfil e esteja situada numa cidade que tem sua economia baseada na produção camponesa. No entanto, foi possível constatar que o professor ao utilizar, na maioria das vezes, as novas didáticas, em sua prática pedagógica, possibilita o desenvolvimento da autonomia e do protagonismo dos estudantes. E que ao relacionar, mesmo que de forma breve, os conteúdos com a realidade do campo, proporciona uma melhor compreensão da História e do contexto em que estão inseridos.

Palavras-Chave: Ensino de História; Práticas Pedagógicas; Educação do Campo.

(26)

O ENSINO DE HISTÓRIA LOCAL NAS SÉRIES INICIAIS NUMA ESCOLA DO CAMPO DO MUNICÍPIO DE ALMENARA- MG: RELAÇÕES ENTRE O ENSINO DE

HISTÓRIA E A EDUCAÇÃO DO CAMPO

Maricarla Evangelista Oliveira Orientadora Profa. Dra. Nayara Silva de Carie

Esta pesquisa buscou identificar como o ensino de história local tem sido desenvolvido nos anos iniciais de uma escola do campo do município de Almenara e como se relaciona à Educação do Campo. A pesquisa foi desenvolvida com estudantes e com a professora das séries iniciais da Escola Municipal Florentina Lacerda Torres, sediada na zona rural da cidade de Almenara, Minas Gerais. Foram utilizados como referenciais teóricos autores que discutem práticas pedagógicas (PERRENOUD, 1993), ensino de História (BITTENCOURT, 2009; BARBOSA, 2006) e Educação do Campo (CALDART, 2012). Para a realização do trabalho, que ocorreu no período de agosto a novembro de 2018, foram utilizados os seguintes instrumentos para a coleta de dados: análise do livro didático utilizado, entrevista com a professora de História e observação das aulas de História. A partir da pesquisa, foi possível perceber que o ensino de história local fez parte das aulas de História, principalmente, nas aulas relacionadas ao livro didático e durante as atividades relacionadas ao projeto de leitura Valorizando a Cultura Local, desenvolvido na escola, ao longo do ano.

Palavras-chave: Educação do campo; Ensino de História.

(27)

AS REPERCUSSÕES DA EXPERIÊNCIA DA MÍSTICA ATRAVÉS DE UM PROJETO PARA OS ESTUDANTES DA ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA

BONTEMPO

Paula Mendes Costa Amaral Orientadora Profa. Dra. Nayara Silva de Carie Coorientadora Profa. Dra. Cristiene Adriana da Silva Carvalho Esta pesquisa tem como objetivo compreender as repercussões da Mística na formação de estudantes da Escola Família Agrícola Bontempo a partir da realização do Projeto “Educação do Campo: Mística”. Este projeto foi realizado na escola por quatro bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência para a Diversidade (PIBID Diversidade), com estudantes do 1° e 2° anos do Ensino Médio. A escola se localiza na Fazenda Córrego do Brejo 1, em Itaobim Minas Gerais, no Médio Jequitinhonha. Para a realização da pesquisa foram utilizados os seguintes instrumentos metodológicos para a coleta de dados: o questionário, as entrevistas coletivas e individuais. Como pressupostos teóricos, foram utilizados os trabalhos dos seguintes autores: Ademar Bogo; Cristiene Carvalho; Roseli Caldart; Roberto Marirrodriga; Pedro Calvó; Marinalva Begnami, entre outros que nos ajudaram a conceituar Educação do Campo, Escolas Famílias Agrícolas e a Mística. A hipótese inicial era que, após a realização do projeto na escola, a prática da Mística havia se integrado de forma representativa no dia a dia destes estudantes. Embora a hipótese não tenha se confirmado, foi possível perceber que o desenvolvimento do Projeto: “Educação do Campo: Mística”, possibilitou a construção e o fortalecimento das identidades destes sujeitos como estudantes de uma escola inserida num projeto de Educação do Campo.

(28)
(29)

EVASÃO ESCOLAR DE JOVENS NA COMUNIDADE GERAIZEIRA DE BAIXA GRANDE, RIO PARDO DE MINAS-MG

Charles Antônio Dias de Sousa Orientadora Profa. Dra. Álida Angélica Alves Leal A evasão escolar é um problema crônico no Brasil. Na comunidade de Baixa Grande, situada em Rio Pardo de Minas/MG, a evasão está presente de maneira relativamente expressiva. O objetivo principal desse trabalho foi compreender fatores internos e externos à escola que levaram jovens da Comunidade de Baixa Grande – Rio Pardo de Minas/MG a abandonarem a escola. A metodologia adotada baseou-se em pesquisas bibliográficas sobre a evasão escolar no Brasil, Minas Gerais e na Comunidade de Baixa Grande. Após isso, foi feito um levantamento da escolaridade na comunidade e definido o público alvo da pesquisa, que são jovens de 15 a 29 anos que evadiram da escola. A metodologia consistiu em levantamento de dados da escolaridade dos moradores da comunidade e, após isso, foram identificados 13 jovens, que foram pesquisados através de aplicação de questionários. Os resultados mostraram que a maioria dos jovens do sexo masculino abandonaram os estudos por vontade própria, por acharem que continuar na escola seria irrelevante para sua vida ou pelo simples fato de não gostarem do ambiente escolar. Houve também casos de jovens do sexo masculino que abandonaram os estudos por falta de incentivo dos pais e outros que, mesmo com o apoio dos pais, saíram por conta própria e, em sua maioria, saem para conquistar sua independência financeira e veem no trabalho uma forma de conquistá-la. Essa pesquisa aponta que a saída das mulheres da escola aconteceu por intervenção dos pais na continuidade dos seus estudos, por terem se casado ou por engravidarem durante o período em que estavam estudando, o que as levaram a desistir de estudar. Há, portanto, diferenças sob a perspectiva de gênero quanto aos fatores que levam à evasão. Seria importante que as escolas e a comunidade pensassem maneiras coletivas de atrair estes alunos a permanecerem na escola ou integrá-los em caso de volta aos estudos.

(30)

JOVENS QUE PERMANECEM NO CAMPO: PROJETOS DE VIDA DE EGRESSOS

DA ESCOLA ESTADUAL DE JORDÂNIA – MG

Fernanda Rosa Santos Orientadora Profa. Dra. Álida Angélica Alves Esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo geral de analisar os projetos de vida de jovens camponeses egressos da Escola Estadual de Jordânia no sentido de identificar os fatores que os influenciam a permanecerem no campo. Como objetivos específicos, buscamos: identificar e compreender os fatores que influenciam os jovens pesquisados a permanecerem no campo no município de Jordânia-MG; analisar como os jovens camponeses pesquisados constroem seus projetos de vida no campo no município de Jordânia-MG, analisando os desafios e campos de possibilidades. Para desenvolver o estudo, foram aplicados 25 questionários socioeconômicos e realizadas 03 entrevistas semiestruturadas com jovens que permanecem no campo, todos eles egressos da Escola Estadual de Jordânia, escolhidos a partir de critérios baseados nos resultados da pesquisa com o questionário. As entrevistas semiestruturadas foram conduzidas por meio de um roteiro prévio. Cada um desses instrumentos foi utilizado em momentos específicos, para responder a questões também específicas, tendo como eixo articulador as perguntas que orientam o objetivo geral desta investigação e o grupo social que compõe os sujeitos de pesquisa. A investigação evidenciou, nesse contexto, que os pais são os primeiros a incentivar os projetos de vida dos jovens de permanecerem no campo. Os jovens sujeitos da pesquisa, tanto nas entrevistas quanto nos questionários aplicados, afirmam algumas condições que favorecem sua permanência no campo: a qualidade de vida, a tranquilidade, a produção própria de alimentos saudáveis, o acesso à terra, o acesso à água de qualidade, o ar puro, a proximidade com a natureza, a identidade do campo; as relações de solidariedade e de coletividade entre os membros da comunidade, os valores e relações familiares.

Palavras-chave: juventudes; juventude do campo; projetos de vidas; campos de

(31)

O PROJETO PROFISSIONAL DO JOVEM: UM ESTUDO COM EGRESSOS DA

ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA

Geane Pereira Nunes Orientadora Profa. Dra. Maria Isabel Antunes-Rocha Coorientador Prof. Ms. João Batista Begnami

Esta pesquisa teve como objetivo conhecer quais os desafios e possibilidades que os jovens egressos da Escola Família Agrícola Tabocal vivenciam para o desenvolvimento do Projeto Profissional do Jovem (PPJ). Entre eles, o foco foi aqueles e aquelas que implantaram o PPJ e estão no campo. A Escola Família Agrícola Tabocal desenvolve sua organização curricular por meio da Pedagogia da Alternância, cujas atividades escolares iniciaram em 03 de outubro de 2005, sendo que os trabalhos de base começaram no ano de 2002. A instituição oferta o Ensino Médio integrado ao curso técnico de nível médio, com Habilitação em Agropecuária, tendo como público prioritário filhos de agricultores familiares. Adotou-se a pesquisa qualitativa, uma vez que possibilita um caráter mais exploratório e uma maior reflexão dos resultados, além de permitir que os pesquisados se expressem livremente. Para a coleta de informações foi utilizada uma pesquisa exploratória tendo como fonte os documentos da EFA Tabocal (Livro de Ata de Resultado Final de Aproveitamento da Escola Família Agrícola Tabocal e Livro de matrículas), que possibilitou a demonstração de um quadro com a quantificação dos jovens egressos da EFA por turmas, desde a primeira formatura até a última realizada em 2017. Utilizamos como instrumento de construção dos dados um questionário, com três aspectos para pesquisa e análise: perfil dos egressos que implantaram o PPJ, identificação dos PPJs e conhecimento dos desafios e possibilidades vivenciados pelos jovens egressos que implementaram seus PPJs. Optamos por aplicar o questionário aos egressos que implantaram seus PPJs e estão no campo. Dessa forma, foram identificados 09 egressos que implantaram o PPJ e estão em suas propriedades trabalhando com ele. Os resultados desta pesquisa nos revelaram que, dos egressos pesquisados, 29% são do sexo feminino e 71% do sexo masculino, com a faixa etária entre 20 a 25 anos, ambos os sexos; 86% são solteiros e 14% são casados; 43% dos egressos pesquisados fizeram ou estão fazendo faculdade e 57% não fizeram ou não estão fazendo. Em relação à implantação do PPJ, foi constatado que poucos egressos o implantaram, considerando o total de 320 jovens formados na EFA Tabocal, porém existem muitos jovens que desenvolvem a agricultura familiar no campo mesmo não tendo implementado o projeto. Dos desafios apresentados na pesquisa, destacam-se a burocracia para acessar as linhas de créditos rurais e a inexistência de créditos que atendam às especificidades das juventudes rurais, com isso, a maioria que implantou o projeto usou recurso próprio. Apesar dos desafios nesse processo de implementação dos PPJs, há possibilidades de mudanças em prol da permanência dos jovens rurais em suas propriedades com dignidade e perspectivas de futuro profissional junto à agricultura familiar.

(32)

Palavras-chave: Projeto Profissional do Jovem; Juventudes Rurais; Escola Família

(33)

JOVENS URBANOS EM UMA ESCOLA DO CAMPO: UM ESTUDO DE CASO NA

ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA BONTEMPO – ITAOBIM/MG

Jeane Soares da Paixão

Orientadora Profa. Dra. Álida Angélica Alves Leal Coorientadora Profa. Ms. Ellen Vieira Santos As Escolas Famílias Agrícolas foram criadas em meados do século XX com o intuito de atender as especificidades da população camponesa, com uma educação e metodologia que tem como princípio educativo, o trabalho, a cultura, os valores e o modo de vida camponês. Assim, esta pesquisa tem como objetivo compreender aspectos e dimensões da entrada de jovens estudantes advindos do meio urbano para cursarem o ensino médio profissionalizante na Escola Família Agrícola Bontempo, município de Itaobim-MG. Para isso, dialogamos com os referenciais teóricos sobre juventudes a partir de discussões com Dayrell (2010), Carrano e Dayrell (2014), Leal (2017), Antunes-Rocha e Leão (2015); sobre Educação do Campo com Caldart e Molina (2004), Caldart (2002, 2004, 2012), Antunes-Rocha e Carvalho (2016), Arroyo (2000); sobre pedagogia da alternância e Escola Família Agrícola com Gimonet (2005), Nosella (2012); sobre relação campo e cidade, utilizamos Saquet (2006), Marques (2002), Oliveira (2014), Molina e Fernandes (2004), entre outros. Além da construção teórica, o percurso metodológico foi composto em duas partes: aplicação de questionários para 35 estudantes, a fim de fazer um levantamento do perfil desses sujeitos e obter informações prévias sobre a razão de suas escolhas pela EFA Bontempo; posteriormente, foram selecionados quatro desses estudantes, que apresentaram maior distanciamento do campo, para participarem de entrevistas semiestruturadas. O estudo revelou que grande parte desses estudantes moram no meio urbano, mas já estabeleceu/estabelecem relações direta ou indireta com o campo, pelo fato de algum dos familiares possuírem pequenas propriedades e assim estarem em constante contato com esses locais. Além disso, a partir das análises, identificamos que as escolhas desses estudantes estão ligadas diretamente à formação técnica oferecida, ao ensino médio ofertado, ao gosto pelo campo, ao incentivo dos pais e em função da possibilidade de realização de seus projetos de futuro, entre outros. A pesquisa permitiu compreender uma diversidade de elementos acerca de suas escolhas e a centralidade da formação oferecida pela Escola Família Agrícola para a consolidação do percurso de vida desses jovens.

(34)

MIGRAÇÃO TEMPORÁRIA DE JOVENS DA COMUNIDADE DE TERRA QUEBRADA – RIO PARDO DE MINAS/MINAS GERAIS - PARA A COLHEITA DO

CAFÉ

Keila Gisele Martins Brito Orientadora Profa. Dra. Maria de Fátima Almeida Martins Coorientadora Profa. Ms. Amanda Aparecida Marcatti A migração temporária no Brasil é um fenômeno que tem como maior influência o fator econômico. E ela acontece como estratégia de sobrevivência para muitos e, para outros, como meio de melhoria de vida. Este trabalho buscou identificar e compreender os fatores que impulsionam os jovens da Comunidade de Terra Quebrada, situada no município de Rio Pardo de Minas/Minas Gerais, a migrarem temporariamente para trabalhar na colheita de café no Sul de Minas. Buscou-se caracterizar a realidade desses jovens migrantes nos seus locais de origem e, através disso, foi possível compreender os anseios que carregam consigo quando se deslocam para trabalhar na colheita do café. Esses jovens reforçam a todo o momento a necessidade da migração sob o prisma da busca por melhores condições de vida para si próprio e suas famílias em seus locais de origem. A pesquisa foi realizada na comunidade de Terra Quebrada zona rural de Rio Pardo de Minas. Foram cinco os sujeitos selecionados para realização dessa pesquisa. A metodologia utilizada para a pesquisa de campo deste trabalho deu-se através do método qualitativo, para isso foram feitas entrevistas semiestruturadas com os sujeitos da turma 2018 que migraram entre os meses de abril a agosto daquele mesmo ano e ainda uma entrevista com um dos “Gatos”. Também foram realizadas várias conversas e registros junto à comunidade para, assim, buscar informações sobre como, quando e de que forma começou esse processo migratório na comunidade. Essas entrevistas foram realizadas entre os dias 25 de agosto a 30 de novembro. Observou-se que o processo migratório está diretamente atrelado à busca por melhores condições de vida e também ao consumo, ou seja, o fator econômico é o principal influenciador da migração temporária na comunidade aqui pesquisada.

(35)
(36)

AS MULHERES NA FESTA DE SÃO SEBASTIÃO: UM ESTUDO SOBRE A

CONSTRUÇÃO DE LAÇOS COMUNITÁRIOS NA COMUNIDADE DE BOA VISTA

Ângela Rodrigues Dias Orientador Professor Dr. Heli Sabino de Oliveira Este trabalho aborda o papel das mulheres na Festa de São Sebastião investigando a construção de laços comunitários na comunidade. Tem por objetivo geral compreender o papel ocupado pelas mulheres na festa de São Sebastião com base na transmissão dos fazeres, saberes e experiências vivenciadas durante o festejo. Utilizou-se como aporte teórico as reflexões de Émile Durkheim (1989) e Guacira Lopes Louro (1997). Classifica-se como uma pesquisa de tipo qualitativo que foi construída por meio de um estudo bibliográfico e de campo. Para obter informações de conhecimento regional, utilizou-se de entrevista semiestruturada. As mulheres de Boa Vista têm papel de centralidade na igreja católica da localidade. As tarefas exercidas são atribuídas historicamente a elas, sendo mulheres do lar e cuidadoras. Abordou-se o conceito de gênero, e além disso as relações de troca e partilhas que ocorrem na comunidade em decorrência da festa de São Sebastião. Buscou-se enaltecer o trabalho das mulheres dentro da festa evidenciando a necessidade que o debate de gênero seja discutido.

(37)

MULHERES E GRUPOS PRODUTIVOS: UMA ANÁLISE NA COOPERATIVA DE

AGRICULTORES FAMILIARES AGROEXTRATIVISTAS DE ÁGUA BOA II Cleidiana de Oliveira Agostinho Orientador Prof. Dr. Geraldo Márcio Alves dos Santos Coorientadora Profa. Ms. Lívia Tavares Mendes Froes Este estudo analisou um grupo de trabalho da comunidade Água Boa II, Município de Rio Pardo de Minas. A equipe é composta, majoritariamente, por mulheres, camponesas, organizadas em uma cooperativa baseada nos princípios da economia solidária. Acredito que o presente trabalho apresenta elementos consideráveis para entendermos as atuações das mulheres em diferentes lugares, uma vez que a comunidade referida está inserida em um contexto de lutas cotidianas, seja pela preservação da natureza e, consequentemente, da vida e cultura local, seja na busca por melhores condições de vida que possibilitem a permanência desses sujeitos em seu local de origem. É necessário evidenciar grupos de trabalhos nos quais as mulheres estejam exercendo papéis centrais. A materialização das experiências vividas por essas mulheres torna-se meio mais concreto de afirmar a magnitude do trabalho desenvolvido por elas e para elas mesmas. A pesquisa teve como objetivo compreender como/por que as mulheres se organizam e permanecem no trabalho cooperativista. Para isto, nos dedicamos em escolher quatro mulheres, atuantes na cooperativa, para participar da pesquisa. Os dados foram obtidos a partir de entrevista semiestruturada e algumas impressões foram conseguidas pela observação participante. Com a pesquisa, pudemos identificar as múltiplas tarefas realizadas pela mulher camponesa e a desenvoltura que apresentam para organizarem suas atividades. Foi possível perceber que, para se manterem na cooperativa, é necessário conciliar as diversas atividades colocadas em seus domínios. Entretanto, alguns fatores foram apontados como cruciais para a permanência delas no coletivo, dentre eles podemos destacar a união do grupo e o entendimento da organização como espaço educativo, quando relatam o tanto que aprenderam ao se inserirem no cooperativismo. O motivo para se engajarem e permanecerem na cooperativa é indicativo inegável da busca por autonomia e empoderamento feminino.

(38)

MULHERES CAMPONESAS E ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA:

UM ESTUDO A PARTIR DA FESTA DE NOSSA SENHORA APARECIDA NA COMUNIDADE SANTANA I, RIO PARDO DE MINAS – MG

Fernanda Mendes de Melo Orientadora Profa. Dra. Álida Angélica Alves Leal Conflitos e assimetrias entre o feminino e o masculino, divisão sexual do trabalho, mulheres do campo, atuação em espaços políticos de organização coletiva e o fenômeno do protagonismo feminino são algumas das questões vivenciadas por mulheres ao longo da história, especialmente as camponesas. Marginalizadas e vítimas de polarização, estas mulheres cada vez mais são violadas pelo patriarcalismo e, mesmo estando no roçado e no doméstico, no público e no privado, não recebem os “pagamentos” condizentes. O estudo que ora apresento é de cunho qualitativo, e tem como objetivos identificar e compreender os trabalhos desenvolvidos e as articulações realizadas por mulheres, além dos desafios, significados e estratégias de organização e construção da festa de Nossa Senhora Aparecida na comunidade Santana I, Rio Pardo de Minas- MG. Destaque para a forte presença de muitas delas em cargos que são historicamente “masculinizados”, como os espaços políticos de tomada de decisões e mobilização coletiva, o que se dá na Associação Comunitária e Igreja e são fundamentais neste processo organizativo. Ainda trago à tona as articulações, os enfrentamentos e seus significados, ambos vividos pelas mulheres na construção deste festejo, o que neste estudo significa uma via de acesso a uma rede de trabalhos desenvolvidos pelo público feminino. Trabalhadoras, lutadoras primeiras (protagonistas), agentes na resistência de um bem cultural, as mulheres representam uma diversidade de cores e profissões na comunidade. Para se alcançar os objetivos traçados, a metodologia escolhida foi a entrevista coletiva e a aplicação de questionários, além de observações e acompanhamento presencial de atividades antes, durante e posteriores ao dia da festa, ocorrida em doze de outubro de 2018, mas que teve suas atividades com início logo no mês setembro, as quais se estenderam até a segunda quinzena de outubro. Estas ferramentas possibilitaram colher e promover uma partilha de experiências entre algumas das fazedoras do evento, revelando mulheres com sobrejornada, mulheres que despendem forças e se colocam no enfrentamento de diferentes desafios, sejam materiais ou imateriais, em casa ou na comunidade. A experiência relatada neste estudo revela a luta de mulheres camponesas na medida em que também evidencia abismos entre elas e os homens, e como se movimentam em direção à quebra das “correntes” que ainda as prendem, desenhando enfrentamentos individuais e também coletivos.

(39)

Palavras-chave: Mulheres camponesas; Organização comunitária; Gênero; Trabalho

(40)

A ATUAÇÃO DAS MULHERES NAS RELAÇÕES DE TRABALHO NA AGRICULTURA FAMILIAR DA COMUNIDADE CÓRREGO DA PRATA NO

MUNICÍPIO DE PALMÓPOLIS/MG

Viviane Ribeiro Aguiar Orientadora Profa. Dra. Nayara Silva de Carie Coorientadora Profa. Ms. Lívia Tavares Mendes Froes No contexto da agricultura familiar, a divisão sexual do trabalho é uma das características marcantes da economia. As tarefas são distribuídas entre todos os membros da família considerando a idade e o sexo. Assim, é comum que determinadas tarefas sejam direcionadas de formas diferenciadas de acordo com o gênero. Desta maneira, este estudo visa identificar as formas de atuação e participação das mulheres e qual a visão destas em relação à importância do trabalho que realizam. Esta pesquisa foi realizada com três mulheres de 32 a 65 anos de idade moradoras da Comunidade Córrego da Prata, no município de Palmópolis/MG. A escolha destas mulheres ocorreu devido ao fato de desempenharem diversas atividades no âmbito do lar e no suporte a atividades da agricultura. Por se tratar de uma pesquisa de caráter qualitativo, os procedimentos metodológicos utilizados para a coleta de dados foram conversas e entrevistas. A pesquisa foi desenvolvida com base no referencial teórico que discute sobre a história da luta das mulheres trabalhadoras rurais pela conquista de direitos, trabalho e reconhecimento. No decorrer deste estudo foi possível identificar as múltiplas atividades as quais as mulheres pesquisadas estão inseridas. Por meio dos relatos obtidos nas conversas e entrevistas é notório que estas mulheres se relacionam com a terra para além do aspecto econômico.

Palavras-chave: Agricultura familiar; trabalho feminino; estudos rurais e de gênero;

(41)
(42)

POLÍTICAS PÚBLICAS E EDUCAÇÃO DO CAMPO: O PLANO DE EDUCAÇÃO

DO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DAS MISSÕES-MG

Shirley Neves Amaral Orientador Prof. Dr. Geraldo Márcio Alves dos Santos

Este estudo tem como tema as políticas públicas educacionais voltadas para a Educação do Campo. Objetivou identificar, no Plano Municipal de Educação de São João das Missões-MG, as metas propostas destinadas especificamente à Educação do Campo. Além disso, objetivou, também, verificar se essas propostas estão sendo efetivadas, elencando os desafios enfrentados para execução do que foi proposto. Mediante a análise do Plano Municipal de Educação, constatamos que este visa atender às necessidades educacionais deste município, tendo em vista a melhoria na qualidade da educação ofertada aos seus munícipes em todo o sistema de ensino, de forma participativa. A análise realizada aponta ainda que as definições das políticas para a educação pública municipal por meio do PME buscam também reduzir as desigualdades sociais e regionais e superar a descontinuidade do trabalho na educação, no âmbito do município, referente às instâncias Municipal e Estadual.

Palavras-chave: Políticas Públicas Educacionais; Educação do Campo; Plano

Municipal de Educação.

(43)

5. Práticas religiosas e práticas culturais

de povos do Campo

(44)

RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E RELIGIOSAS NO PROJETO DE ASSENTAMENTO ARACAJÚ: UM ESTUDO SOBRE DIREITO À TERRA,

DIFERENÇA E LIBERDADE DE CULTO

Andréia Aparecida de Campos Cordeiro Orientador Prof. Dr. Heli Sabino de Oliveira O presente estudo descreve e analisa as relações étnico-raciais no Projeto de Assentamento (PA) Aracaju, destacando a luta pela terra no Brasil, bem como a luta pelo direito à diferença e pela liberdade de culto. Para tanto, reconstituímos os conflitos resultantes de interesses econômicos, políticos e religiosos que marcam o silenciamento histórico de diversos grupos sociais. O estudo enfatiza a expropriação cultural e religiosa dos africanos escravizados, o memoricídio exercido pelos processos de aculturação, as formas utilizadas para forjar as identidades religiosas e sociais e as formas pelas quais as memórias culturais das práticas religiosas de Matrizes Africanas foram preservadas, resultando numa disputa por representações e significados. Partindo da inferência de que os dados empíricos não são apenas respostas da observação-sensorial, mas resultado da utilização de conceitos teóricos, utilizamos, dentre outros pesquisadores, como fundamentação, os estudos de Arroyo, Mançano, Prandi, Verger e Bastide. Os sujeitos e os espaços pesquisados foram selecionados a partir da observação de que a comunidade é marcada pela alteridade religiosa cristã, sendo pouco explorada no campo científico, ainda que detenha uma cultura religiosa que sofreu/sofre estigmatização. Os dados empíricos foram construídos a partir da observação participante e das entrevistas semiestruturadas, assim, coletamos depoimentos do Babalorixá do terreiro de candomblé Ilê Axé, do padre que atende a comunidade, de uma filha de santo do terreiro e de um morador da comunidade. Constatamos que a comunidade local não considera as profundas transformações no campo religioso brasileiro nas últimas décadas. A religião produz a sociabilidade, estreitando laços comunitários, no entanto, tende a demarcar as diferenças, ocasionando a inferiorização e o silenciamento dos diferentes. Ao passar a ser uma escolha, a religião transfigurou-se em um mercado de bens simbólicos, evidenciado pela disputa de fiéis, gerando novos conflitos e tensões sociais. Este fato ocasiona novas indagações sobre as religiosidades que tratam de forma inferiorizada e demonizam crenças e identidades religiosas que não são hegemônicas, categorizando o diferente como inferior ou perigoso, buscando assim atestar certas práticas religiosas como indubitáveis e inquestionáveis. Neste contexto multicultural, os estudos sobre as relações étnico-raciais no PA Aracajú pode contribuir para a ressignificação dos aspectos relacionais e formativos de respeito à identidade em

(45)

suas singularidades, de modo a indagar as relações de poder no que se refere ao direito à terra, à liberdade de culto e ao direito a diferença.

(46)

PRÁTICAS CULTURAIS DO GRUPO DE BATUQUE CANTO DE CAPINA NA CIDADE DE PONTO CHIQUE-MG

Taís Aparecida Ramos de Oliveira Orientadora Profa. Dra. Nayara Silva de Carie Este trabalho se constitui numa pesquisa exploratória sobre um grupo cultural de Batuque da cidade de Ponto Chique e tem o objetivo de identificar elementos relativos à organização do grupo, caracterizar elementos do Batuque, tais como o canto, a dança, os instrumentos e identificar qual o seu papel para os participantes. O estudo foi realizado numa perspectiva qualitativa, com as ferramentas da observação das apresentações do grupo e em entrevista semiestruturada realizada com o seu líder. A partir da pesquisa foi possível perceber que o Batuque desempenha diversas funções na vida dos participantes do grupo, tais como a construção de identidades socioculturais, formação de uma rede de sociabilidades e ajuda mútua, denúncia e lazer.

(47)

6. Povos do Campo e relações com seus

territórios

(48)

A PRESENÇA DA COMUNIDADE BREJOS NA FEIRA DO MERCADO MUNICIPAL DE RIO PARDO DE MINAS-MG

Adineia Ferreira do Nascimento Orientadora Profa. Dra. Maria de Fátima Almeida Martins

Esse trabalho tem como questão apresentar alguns aspectos sobre como os agricultores da comunidade Brejos realizam as atividades de comércio de seus produtos, oriundos da Zona Rural, na feira do Mercado Municipal de Rio Pardo de Minas-MG. A Feira Minas teve início quando o primeiro mercado foi construído no ano de 1872, passando pelo segundo mercado em 1953. O terceiro mercado se organizou nas ruas até a construção do atual Mercado, em 2016, que tem uma das melhores estruturas de mercado já construídas no Norte de Minas. A Feira é o meio de compra e venda mais antigo praticado até os dias atuais, tornando assim uma prática que passa de geração em geração, com sujeitos do campo produzindo e comercializando suas mercadorias. Os agricultores da comunidade de Brejos participam da feira uma vez por semana, aos sábados, que é quando ela acontece. Além de vender e comprar seus produtos oriundos da agricultura familiar, estes estabelecem múltiplas relações que estão relacionadas ao cultural, à história e a questões econômicas. A metodologia utilizada para a realização deste trabalho foi o levantamento bibliográfico acerca das feiras e conversas informais, bem como observações com os feirantes e sujeitos mais velhos da comunidade de Brejos, com o intuito de descrever como os agricultores familiares da comunidade realizam suas atividades de venda na feira do Mercado Municipal de Rio Pardo de Minas-MG. Através da metodologia foi possível compreender que o espaço da feira está para estes sujeitos como uma oportunidade de desenvolver suas atividades laborais, bem como um espaço de fortalecimento da comunidade e da família. A feira também é tida como um lugar de contato com manifestações culturais da região.

Palavras-chave: Agricultura familiar; Comunidade camponesa; Feira livre.

(49)

A RELAÇÃO DOS AGRICULTORES FAMILIARES DA COMUNIDADE BREJINHO COM A AROEIRA

Daniela Martins Pereira Orientador Prof. Dr. Charles Cunha Coorientador Prof. Devanilton Dias O objetivo deste trabalho foi compreender a relação dos agricultores familiares da comunidade Brejinho com a árvore Aroeira. Além disso, nos propusemos a identificar aspectos relacionados aos conhecimentos dos moradores da comunidade em relação à convivência com essa planta. Estruturamos este trabalho a partir de três aspectos: primeiro, discutimos a ideia de conhecimento científico e conhecimento popular. O segundo aspecto se relaciona com a comunidade de Brejinho e os saberes populares dos moradores locais. A princípio, o nosso problema se articulou com a observação de que nada prospera embaixo da árvore Aroeira. Porém, a partir do trabalho de campo e das entrevistas semiestruturadas com quatro sujeitos moradores da comunidade, ferramentas da nossa metodologia orientada por uma pesquisa qualitativa, foram descobertas outras utilidades da árvore, no campo da construção civil e para uso medicinal. O nosso terceiro aspecto foi a articulação dos saberes populares presentes nas narrativas dos sujeitos entrevistados com os saberes científicos produzidos sobre a Aroeira. Neste aspecto, analisamos a construção de um conjunto de conhecimentos sobre a árvore, de acordo com os saberes populares dos moradores e do referencial teórico no campo da monodominância da Aroeira. Esses saberes nos evidenciam que não possui conhecimento mais importante que outro, e a pesquisa demonstra isso a partir das narrativas dos moradores da comunidade. Este presente trabalho nos mostra ainda que a comunidade trata de forma equilibrada - ou seja, de maneira sustentável - a árvore em questão. Ademais, através das narrativas dos sujeitos tivemos acesso a uma gama de saberes sobre as propriedades da árvore e seus benefícios que foram além de nossa questão inicial.

(50)

UM ESTUDO SOBRE AS MUDANÇAS SOCIAIS E ECONÔMICAS NA VIDA DAS FEIRANTES DO MERCADO MUNICIPAL DE ITACARAMBI – MINAS GERAIS

Frediany dos Santos Silva Orientador Prof. Dr. Geraldo Márcio Alves dos Santos A mulher tem um papel marcante e fundamental quando se fala sobre as mudanças sociais e econômicas resultantes do trabalho produtivo ou improdutivo, desconstruindo, assim, o discurso incutido na sociedade pelo patriarcado, no qual estava pré-determinado que o lugar da mulher se resumia ao papel de esposa e mãe. Dentro desse contexto, este estudo tem como objetivo central analisar as transformações ocorridas nas vidas das mulheres que atuam como feirantes no Mercado Municipal de Itacarambi/MG, bem como identificar quais os caminhos que as levaram a se tornarem trabalhadoras autônomas no espaço da feira livre; analisar as relações de gênero a partir da experiência de trabalho no âmbito do Mercado Municipal e, por fim, compreender como essas mulheres se reconhecem como protagonistas de uma história que vem sendo escrita sobre o empoderamento feminino no mercado de trabalho. A pesquisa foi realizada no Mercado Municipal de Itacarambi, onde acontece a feira livre da cidade de Itacarambi/MG. Os sujeitos de pesquisas são feirantes, com idade entre 25/70 anos, sendo 01 homem e 03 mulheres. O método didático abordado foi o de Minayo, utilizando a investigação qualitativa que seguiu o entrelaçamento das observações, anotações de campo e coleta de dados através de entrevista individual. Este estudo foi interpelado com base no referencial teórico que discute sobre o relevante papel da mulher no mercado do trabalho e sua luta por emancipação social e econômica. Com a realização desse estudo, foi possível identificar mudanças significativas que o trabalho de feirante realizou na vida das mulheres participantes, mudanças intrínsecas resultantes desse trabalho produtivo, tais como: visibilidade por parte da sociedade, poder aquisitivo e elevação da autoestima.

Referências

Documentos relacionados

da equipe gestora com os PDT e os professores dos cursos técnicos. Planejamento da área Linguagens e Códigos. Planejamento da área Ciências Humanas. Planejamento da área

Vale ressaltar que, para direcionar os trabalhos da Coordenação Estadual do Projeto, é imprescindível que a mesma elabore seu Planejamento Estratégico, pois para Mintzberg (2006,

Na busca por esse objetivo, iremos contextualizar o cenário legal e institucional que insere a política de formação continuada na agenda das políticas

A Escola W conta com uma equipe gestora composta por um diretor, dois vices-diretores e quatro coordenadores. Essa equipe demonstrou apoio e abertura para a

O fortalecimento da escola pública requer a criação de uma cultura de participação para todos os seus segmentos, e a melhoria das condições efetivas para

Esta organização da gestão empreendida na EMBN faz parte da organização cultural que a equipe gestora utiliza no gerenciamento cotidiano da escola em estudo. É

Carmo (2013) afirma que a escola e as pesquisas realizadas por estudiosos da educação devem procurar entender a permanência dos alunos na escola, e não somente a evasão. Os

O Fórum de Integração Estadual: Repensando o Ensino Médio se efetiva como ação inovadora para o debate entre os atores internos e externos da escola quanto às