PROCESSO DE PRODUÇÃO DE PAPEL
12.0utubro.2017
A Máquina de Papel
Carlos Brás
Sumário
1.Introdução
2. Máquina de Papel
2.1 Formação
2.2 Prensagem
2.3 Secagem
2.4 Revestimento superficial
2.5 Calandragem
2.6 Enrolador
2Processo de fabrico de pasta e papel
floresta madeira fibra virgem
produção pasta produção papel produção energia e vapor Pasta seca p/ mercado Pasta em suspensão Resíduos florestais Casca da madeira Papel para impressão licor
Energia Eléctrica & vapor
En er g ia El éctr ica p / red e 3
Fases do processo de fabrico de papel Preparação Formação de pontos de ligação nas fibras Suspensão de fibras em água - ligações químicas entre as fibras e as moléculas de água Remoção da água Filtragem Prensagem Secagem Folha de papel Ligações entre fibras
Fibras + água
O processo de fabrico de papel é um processo simples » numa 1ª fase as fibras estão misturadas com água » numa 2 ª fase remove-se a água e ficam as fibras ligadas entre si formando a folha de papel
A MP é composta por várias secções onde a água é removida de formas diferentes e onde as características do papel são manipuladas
Caixa de chegada Secção de formação Secção de prensas
Pré secagem Revestimento superficial Pós secagem Enrolador Calandragem
Remoção de água e início da formação de ligações entre as fibras
Remoção de água e fortalecimento das ligações entre as fibras Aplicação de amido na superfície
Acabamento superficial ( alisamento ) e enrolamento
Quantidades de água envolvidas nas diferentes secções ( MP com 200 m de comprimento ) 2000 l/s = 16 kg fibras /s + 1984 kg H2O /s Formação 1924 l H2O / s ( 97%) Prensagem 40 l H2O / s ( 2%) Secagem 20 l H2O / s ( 1%) 7
Água livre e água embebida
Requisitos de qualidade e sua relação com as diferentes secções da MP FUNCIONALIDADE ASPECTO VISUAL ATRIBUTOS ESTÉTICOS CORTE E EMBALAGEM ATRIBUTOS AMBIENTAIS VERSATILIDADE PAPEL DE ESCRITÓRIO
Curl, Cockling, Atrito
Formação, Refinação, Film press, Químicos
Look through, Brancura,
Shade,Opacidade, Qualidade de impressão
Químicos, Refinação, Formação, Prensagem, Film press
Espessura, Rigidez, Rugosidade, Odor
Água, Pastas, Prensagem, Secagem, Calandragem
Fotocopiadoras, Laser, Ink jet,Pré-impressão, escrita
Formação, Flm Press, Secagem
Qualidade do corte, Pó, Amainamento da resma, Embalagem ( resma, caixa, palete )
Químicos, Secagem
Matérias-primas, Processo produtivo, Utilização, Reciclagem
UWF printing and writing papers L = 8.6 m V ( operação )= 1550 m / min V ( projecto ) = 1700 m/min Produção anual = 420000 t 12
Caixa de Chegada e Secção de Formação
Source: grupo Portucel Soporcel
Remoção de grandes quantidades de água de forma
controlada, de forma a garantir uma distribuição uniforme das fibras formação da folha.
Caixa de Chegada » homogeneização da mistura de fibras e água » zonas de turbulência para evitar fenómenos de floculação » microturbulência
Caixa de Chegada » Requisitos desenho
Source: grupo Portucel Soporcel
Pressão uniforme na direccção transversal ( CD ) à entrada da Cx chegada – manifold de seccção variável para garantir igualdade de velocidades / pressões
Câmara de atenuação para amortecimento de pulsações de pressão
Gerador de turbulência para “desfloculação” com saída que garanta escoamento uniforme
Lamelas para amortecimento de fenómenos de turbulência originados no gerador de turbulência, entre este e o slice
Slice ( Lábio ) com desenho que não introduza novos fenómenos de macro turbulência localizada
Caixa de Chegada » Controle transversal peso seco
Rods eléctricos Step motors
Caixas de controle de diluição
Caixa de Chegada » Requisitos operacionais
Source: grupo Portucel Soporcel
Interior limpo de depósitos ( stickies )
Movimentos do slice ( horizontal e vertical ) síncronos entre LA e LC Nivelamento
Superfícies interiores em bom estado, bem polidas Slice perfeitamente limpo, sem quaisquer depósitos Sistemas de controle CD de peso seco em bom estado Lamelas sem defeitos
Caixa de Chegada » Influência do tipo de lábio na eficiência 965 970 975 980 985 990 995 1000 to n s / d ia
jan04-mai04 jun04-jan05 fev05-jun05
A A B A B 18
Caixa de Chegada » Efeitos sobre qualidade
Formação – abertura slice ( consistência ) ; ponto de impacto ; desenho
Linhas de água – desenho do lábio ; feixe de turbulência ; comprimento das lamelas Curl diagonal – desnivelamento da caixa ; deformação do lábio inferior
Bolhas de ar – ponto de impacto
Riscos MD – depósitos no slice ; defeitos nas lamelas
Orientação de fibras – tipo de cx de chegada ( melhor as de diluição )
Secção de formação » drenagem por filtragem com auxílio de teias plásticas, foils e vácuo
Secção de formação » tipos de formadores
Fourdrinier ( mesa plana ) - drenagem num único sentido ; drenagem
hidrodinâmica com o auxílio de rolos ( velocidades reduzidas ) , foils e foils com pressão variável
Forma redonda – teia roda no interior de uma tina
Formadores hibridos – zona de mesa plana seguida por um formador superior – drenagem nos dois sentidos a partir de uma determinada distância da cx
chegada ; pode ter uma unidade de foils com pressão variável à entrada do formador superior.
Gap formers – duas teias logo à saída da caixa de chegada – drenagem simétrica.
Secção de formação » Requisitos desenho
Source: grupo Portucel Soporcel
Lay out simples de forma a evitar acumulação de fibras ( slime ) – suficientes
e adequados mecanismos de limpeza ( chuveiros , raspas, aparadeiras , etc.. ) Evolução da drenagem de forma controlada, garantindo um desenvolvimento de consistência de acordo com impulsos de drenagem / formação
Montagem fácil de teias
Bons sistemas para limpeza de teias Dimensões adequadas ao tipo de fibras.
Secção de formação » exemplo de uma situação a evitar » acumulação de fibra num gap former
Secção de formação » correção da situação anterior
Secção de formação » couch roll » acumulação de fibra e cargas na zona ascendente
Secção de formação » couch roll » acumulação de fibra e cargas na zona descendente
Secção de formação » Requisitos operacionais
Source: grupo Portucel Soporcel
Limpeza permanente
Chuveiros em bom estado de funcionamento Rolos de sucção desentupidos
Raspas alinhadas
Revestimentos dos rolos em bom estado . Rolos alinhados.
Foils com os ângulos adequados e distanciados entre eles de forma equidistante ( frequência dos impulsos )
Teias limpas, estáveis e sem defeitos.
Secção de formação » Efeitos sobre processo / qualidade
Formação – Escalonamento da drenagem; posição de foils, quantidade, ângulos, pressão ; tipo de teias e tensão das teias ; espessura do stock à entrada da teia superior ( formadores híbridos ) ;
Curl – tipo de formador; vácuo ; alinhamento de rolos e foils, estabilidade das teias
Faixas de humidade – exagerada pressão hidráulica entre teias ; defeitos em teias (vincos)
Permeabilidade – formação em pressão vs formação em velocidade Distribuição de filler na direcção Z – tipo de formador
Retenção –tipo de formador; tipo de teias ; vácuo
Secção de formação » diferenças de orientação de fibras entre as duas faces
Óptimo curl
Prensagem » remoção de água por acção mecânica » consolidação da folha para permitir a sua condução na secção de secagem » utilização de feltros , mangas e correias em PU
PRENSAS DE NIP LINEAR Secura = 41 a 48 % PRENSAS DE NIP DE SAPATA Secura = 48 a 55 % Tipos de prensas
Tipos de prensas » nas prensas de sapata não existem tiragens abertas as quais são limitativas da velocidade das MP’s
Secção de prensas » Requisitos desenho
Source: grupo Portucel Soporcel
Rolos aspirantes com virolas com resistência adequada ao vácuo e força exercida pela pressão de prensagem
Ângulos de saída das prensas que evitem reumidificação da folha Facilidade do escoamento de água das nips
Adequada recolha de água em aparadeiras que evitem uma acumulação excessiva de água
Estruturas calculadas para evitarem vibrações
Bons sistemas de encaminhamento e de transporte da folha Bons sistemas de limpeza e condicionamento de feltros
Secção de prensas » Requisitos operacionais
Source: grupo Portucel Soporcel
Feltros com capacidade de remoção de água sem marcação do papel.. Aparadeiras desentupidas
Sistemas de limpeza e condicionamento de feltros devidamente ajustados e com funcionamento correcto
Sistemas hidráulicos em boas condições de operação Sistemas de encaminhamento ajustados e afinados
Raspadores alinhados e em boas condições de operação
Bom estado geral de limpeza. Eliminação de pingos de água sobre a folha.
Secção de prensas » Efeitos sobre a qualidade
Source: grupo Portucel Soporcel
Marcação por excessiva pressão hidráulica nas nips ou por excessiva largura de ranhuras no caso de mangas das shoe presses ou de rolos ranhurados ou de feltros ( shadow marking ou marcação mecânica )
Espessura comprometida devido a elevadas cargas mecânicas. Crushing – excesso de água nas nips.
Diferença de faces se não existir uma drenagem simétrica _ face em direcção à qual a drenagem é mais intensa = face mais rugosa
Alteração das características finais de resistência mecânica do papel consoante existam ou não tiragens abertas.
Fiber picking – possível em prensas com belts de transferência Permeabilidade – influenciada pela tiragem
100 120 140 160 180 200 220 240 1.20 1.25 1.30 1.35 1.40 1.45 Bulk (cm3/g) B e n d s te n R o u g h n e s s ( m l/ m in ) Benchmark References Soporcel PM1 Cut Size Soporcel PM1 Offset Soporcel PM2 Setúbal PM3
Secção de prensas » Diferentes tipos de prensas » Efeitos sobre a espessura
Prensas lineares Prensas de sapata Prensa linear + prensa de sapata 38
Secção de prensas » efeito da área aberta de uma manga de shoe press na produtividade 1000 1020 1040 1060 1080 1100 1120 1140 1160 1180 to n s / d ia
jan02-mar03 abr03-mar05 abr05-jun05
Camisas c/ menor área aberta Camisas c/ menor área aberta Camisas c/ maior área aberta 39
Secção de secagem » utilização de vapor como fonte de energia térmica para remover água do papel por evaporação
161m
Secção de secagem » Custos de investimento elevados para remoção de apenas 1% do total de água
Pos secagem Pre secagem
Vantagens
Menor consumo de energia Melhor runnability
Redução do investimento – menor dimensão da secagem
Desvantagens
Impacto negativo sobre a espessura do papel
Secção de secagem » Impacto do teor de secura do papel à saída das prensas
Máxima capacidade de evaporação por unidade de secagem
Homogeneidade transversal de evaporação de forma a garantir bons perfis CD de humidade
Boa runnability da Máquina de Papel - condições de transporte da folha adequada à velocidade da Máquina
Mínimo consumo de energia - bom desempenho do sistema de vapor e condensados, ventilação e recuperação de calor
Secção de secagem » Requisitos de desenho
Secção de secagem » Métodos de secagem
Fonte de energia – vapor saturado Meio de transferência – cilindros de
ferro fundido
Recurso a telas para promover a transferência da folha e o
accionamento de grupos de cilindros Remoção de vapor de água através de
ar num ambiente confinado – capota de secagem
Secção de secagem » Diferentes tipos de secadores multi-cilindros
Single tier Single felted
Double tier
INJECÇÃO DIRECTA
INJECÇÃO INDIRECTA
( menor rendimento energético )
Secção de secagem » Injecção directa de ar quente ( Impingement drying )
Secção de secagem » Injecção directa de ar quente ( Impingement drying )
Secção de secagem » Injecção directa de ar quente ( Impingement drying )
Vapor e condensados
Elementos de runnability
Sistemas de encaminhamento
Ventilação e recuperação de calor
Secção de secagem » Componentes de uma secaria multi-cilindros
Diagrama TAPPI de taxas de evaporação para papéis de impressão e escrita
Secção de secagem » Taxa de evaporação em função da pressão de vapor
Secção de secagem » Factores que afectam a taxa de evaporação
Vapor e condensados
Fracção mínima de vapor para condensadores ( bom desenho e operação da cascata )
Utilização de vapor flash para aquecimento do ar insuflado Sistema de ventilação
Capota fechada , sem fugas e com ponto de orvalho elevado Sistema optimizado de recuperação de calor
Não aquecimento excessivo do ar insuflado
Teor de secura do papel à entrada da secaria o mais elevado possível ( 1% de ganho em secura reduz em 4% a quantidade de água evaporada )
Secção de secagem » Otimização da eficiência energética de uma secaria
Secção de secagem » Utilizadores de vapor
Exaustão de ar
Recuperação de calor
Insuflação de ar
Secção de secagem » Sistema de ventilação e recuperação de calor
Secção de secagem » Ventilação e runnability
nível zero ideal
Nível zero baixo ( fugas de ar quente pelas aberturas de passagem do papel )
Nível zero alto ( riscos de condensação )
Secção de secagem » Nível zero
Com cordas
(secarias double tier simétricas )
Sem cordas ( secarias single tier )
Secção de secagem » Sistemas de encaminhamento da tira
Secção de secagem » Requisitos operacionais
Source: grupo Portucel Soporcel
Sistema de vapor e condensados em boas condições – sifões ajustados com as folgas adequadas, inexistência de fugas , bombas de extracção de
condensados em condições, sistema de controle afinado. Telas limpas e em bom estado de funcionamento.
Sistemas de ventilação em boas condições – condutas desentupidas, orifícios e ranhuras desentupidas, caixas alinhadas, nível zero correcto.
Componentes de runnability em perfeitas condições – vácuos adequados, caixas alinhadas, selagens em bom estado, ranhuras desentupidas
Sistemas de encaminhamento ajustados e afinados
Raspadores alinhados e em boas condições de operação Bom estado geral de limpeza.
Perfil CD de contracção (single tier )
Evolução da contracção com o teor de secura
Secção de secagem » Efeitos sobre a qualidade
O perfil de contracção está na origem da variação CD das
propriedades do papel : rugosidade, tracção, permeabilidade, formação, humidade
Secção de secagem » Efeitos sobre a qualidade
Relação entre a resistência à tracção e o alongamento – double tier : maior
capacidade de alongamento ( maior plasticidade ) ; single tier : maior resistência à tracção ( maior elasticidade ) – influência no módulo de young – qualidade de
corte !
Curl – secagem diferenciada Colagem – rampa de secagem
Marcação devida a telas _ emendas
Revestimento superficial » aplicação de uma calda de amido para melhorar características de impressão do papel
Revestimento superficial » Film press
Através de um rod ranhurado é aplicada uma determinada quantidade de banho nos rolos de uma prensa, que é
depois transferido para o papel na nip Rolos com revestimento em borracha
Pick up de amido = f ( tamanho das ranhuras dos rods, pressão dos rods, viscosidade do amido, teor de sólidos do amido, velocidade )
Calandragem » controle da espessura do papel e alisamento das faces
Calandragem » Tipos de calandras : hard calendering, soft calendering
Calandra de dois rolos de aço em que um pode estar
preparado para fazer o controle CD de espessura
Calandra de duas nips com rolos macios , com pistões internos para fazer o controle CD de espessura
Enrolador » enrolamento do papel em carretéis ( 45 a 70 ton ) para posterior transformação em bobines mais pequenas
A tensão de enrolamento é controlada pela pressão entre o carretel e o tambor do enrolador
A tensão de enrolamento é controlada pelo torque do motor que acciona directamente o veio do carretel