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Forbes Brasil - Edição 49 (Março 2017)

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Madison Avenue at 76th Street, New York, New York 10021

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8 | forbes brasil março 2017

editorial

forbes

Jovens e

raras joias

Editor-chEfE Steve Forbes dirEtor ExEcutivo Lewis D’Vorkin revista Forbes Editor randall Lane

Editor GEral Tom Post

Editor ExEcutivo michael Noer

dirEtor dE artE robert mansfield

Forbes Digital Editor matt schifrin

EditorES aSSiStENtES (NEGócioS, EmprESaS, tEcNoloGia & patrimôNio) bruce Upbin, Dan bigman e Tom Post

vicE-prESidENtE dE dESENvolvimENto dE produto E vídEo andrea spiegel

dirEtor ExEcutivo dE EStratéGia dE proGramação diGital Coates bateman

produtor ExEcutivo frederick e. allen

forbES áSia Tim W. ferguson

valE do Silício Connie Guglielmo, Kashmir Hill e Kerry a. Dolan

WaShiNGtoN Janet Novack

SportSmoNEy michael K. ozanian

EditorES Deborah markson-Katz, John Dobosz, Luisa Kroll, mark Decker

opiNião John Tamny

coNSElhEiro Editorial Kai falkenberg

fuNdada Em 1917

b.C. forbes, editor-in-Chief (1917-54) malcolm s. forbes, editor-in-Chief (1954-90)

James W. michaels, editor (1961-99) William baldwin, editor (1999-2010) coNSElho Editorial antonio Camarotti, flávio rocha

e Paulo Iász de morais

Editor-chEfE José Vicente bernardo

Editora ExEcutiva Gabriela arbex

Editora dE artE ana Carolina Nunes

rEpórtEr Leandro manzoni

Editor dE mídiaS diGitaiS alexandre mercki

articuliStaS Carla bolla, Carolina Perez, flávio rocha, Jairo Waisman, mario Garnero e Nelson Wilians

colaboradorES Isabela barbosa (estagiária); andré ricci e mauro Proeza (tratamento de imagem); ariani Carneiro (editora de fotografia); Tomás arthuzzi, Diego Nata, ale santos, rodrigo Takeshi, renato

rocha miranda, fernando Vivas, stefano martini e Thiago Gouveia (fotógrafos); estela silva, rebecca silva, ricardo Gomes e Lurdete ertel (texto)

tradução Cesar sarkis Guludjian

rEviSão renato bacci

forbes brasil© é publicada pela bPP Publicações e Participações sob acordo de licenciamento da forbes media LLC, 60 fifth avenue, New York, New York 10011. a ©2017 forbes é uma marca registrada e usada sob a licença da forbes LLC. Todos os direitos reservados.

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Impressão Plural Indústria Gráfica

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de FOrbes brasil e de seus editores.

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Atenção: pessoas não mencionadas em nosso expediente não têm autorização para fazer reportagens, vender anúncios ou pronunciar-se em nome de FORBES

março 2017 | ano Vi - nº 49 sta edição de forbes traz para você uma joia. Na

verdade, quase uma centena de joias sob a forma de pessoas jovens, dinâmicas, criativas, ousadas, diver-tidas, talentosas e preocupadas em fazer do planeta um lugar melhor. este ano, a tradicional lista UNDer 30 presta particular homenagem aos nossos heróis da olimpíada e da Paralimpíada, disputadas no rio de Janeiro em 2016. Nos es-portes coletivos, bruninho foi eleito por nossa equipe e pelos consultores especialmente convidados o representante ideal da seleção brasileira de vôlei que brilhou nas quadras, assim como Gabriel Jesus mereceu a indicação em nome dos jogadores que trouxeram o inédito ouro olímpico no futebol. o fenômeno Daniel Dias, uma unanimidade, representa aqui a vitoriosa delegação paralímpica do brasil.

foi uma honra, um prazer e um grande aprendizado parti-cipar da produção desta edição de UNDer 30. Conhecemos de perto novas e surpreendentes visões de mundo, novas es-tratégias de negócios, uma nova dimensão do que significa fazer a diferença. acompanhe os feitos de cada um deles, surpreenda-se, inspire-se… ou simplesmente desfrute dessas boas companhias.

Leia também a reportagem sobre a carne brasileira que está dominando o mercado do oriente médio, seguindo as tradi-ções e os rituais halal. No âmbito das relatradi-ções internacionais, o embaixador da suíça no brasil fala sobre as iniciativas do país alpino para turbinar o turismo e o comércio entre os dois países neste cenário de incertezas pós-Trump e pós-brexit.

outra aposta no brasil vem da emirates airlines, que anun-ciou para este mês o início das operações do descomunal airbus a380 na rota diária são Paulo-Dubai. Quase tanto quanto o destino, a aeronave é uma atração por si só.

Lifestyle: conheça as melhores bebidas norte-americanas, as novidades da rede fasano, a jovem cabeça por trás do res-taurante nova-iorquino Carbone e o conforto das novas insta-lações do W south beach, em miami. aprecie tudo isso sem a menor moderação. boa leitura!

José Vicente Bernardo

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10 | forbes brasil março 2017

março 2017

12 | SOBRE OS FATOS medida arbitrária do governo prejudica indianos

pORSteve Forbes

LEADERBOARD

16 | cAROS cOmO jOiAS Conheça os lápis que têm preço de cinco dígitos

17 | WiNNERS & LOSERS Nissan escolhe novo CEo para substituir Carlos Ghosn

18 | iATES BRASiLEiROS Filial do grupo azimut-Benetti vai exportar

iates com inovações criadas no Brasil 19 | FENÔmENO mUSicAL

Veja números do cantor Jason Derulo, um Under 30 de ForBES USa 20 | gUiNNESS

Família cervejeira vende minicastelo na Irlanda

REpORTAgENS

26 | OS pRÓXimOS pASSOS DO UBER Empresa de Travis Kalanick planeja ampliar seus

serviços de olho nos carros autônomos

© capa e fotos dessa página tomas arthuzzi

under 30

Conheça os jovens mais influentes no Brasil

36

REpORTAgENS

32 | OS mAiS pODEROSOS DO mUNDO Presidente russo Vladimir Putin

lidera lista de ForBES 36 | UNDER 30 BRASiL Conheça os jovens talentos que fizeram – e continuam fazendo – a diferença em suas áreas

76 | cARNE BRASiLEiRA NO iSLÃ Gigante BrF cria a oneFoods para consolidar

sua operação no oriente médio

82 | SUA ViDA VALE pONTOS CEo da multiplus fala sobre a empresa e como funciona o programa de fidelidade

85 | VOcÊ jÁ FOi À SUÍÇA? Embaixador suíço fala sobre os planos para ampliar laços turísticos e comerciais com o Brasil 88 | O gigANTE DA EmiRATES Companhia árabe traz o maior avião comercial

do mundo para a rota São Paulo-Dubai 92 | TWiTTER SOB NOVO cOmANDO

Fiamma Zarife assume a plataforma com a missão de aumentar o faturamento no Brasil

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MARÇo 2017 forbes brasil | 11 ©1 diego nata e ale santos

edição 49 — ano Vi

lifestyle

98 | DOses De ClAsse

Conheça as melhores bebidas produzidas nos EUA 102 | fAsANO DOBRA ReDe Grife de hospedagem e gastronomia planeja

abrir novos hotéis no Brasil e nos EUA 106 | gAstRONOmiA em Ny

o jovem talento por trás de restaurantes de sucesso 109 | W sOUtH BeACH

As novas instalações do confortável hotel de Miami

114 | RetROsPeCtiVA Em 1967, FoRBES previu o futuro da televisão

COlUNistAs

14 | Trump e o que nos espera

POR Mario Garnero

21 | A história do Bradesco e seu criador

POR Alex Ricciardi, em Nostalgia 22| Jogo de compadres

POR Flávio Rocha 24 | Os limites do poder

POR Nelson Wilians 96 | Dos modos às taças

POR Carla Bolla 109 | O Patek brasileiro

porJairo Waisman

112 | Cidades italianas para curtir no inverno

porCarolina Perez

airbUs a380

“Brasil terá o maior e melhor avião do mundo”, diz diretor geral da Emirates

88

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RELAÇÕES

INTERNACIONAIS

“A maioria dos brasileiros não sabia o que era a Suíça”, afirma embaixador

muLTIpLuS

“85% dos usuários trocam os pontos acumulados por viagens”, diz CEO

85

82

eRRAtA

No quadro da página 41 da edição 48, Times Square foi erroneamente identificada como avenida. No texto, o PIB correto de Nova York é de cerca de US$ 1,4 trilhão. o falecido senador Jonas Pinheiro (pág. 42) não foi do PP-MT, mas sim do PDS e do PFL (depois DEM) do Mato Grosso.

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12 | forbes brasil março 2017

Em novEmbro, o govErno da Índia perpe-trou um ato inéditoque não apenas vem prejudicando a economia do país e ameaçando de penúria milhões de seus cidadãos já pobres, como também é de uma imoralidade a toda prova. Sem nenhum aviso, a Índia descartou abruptamente 85% de sua moeda. É isso mesmo: a maior parte do dinheiro do país deixou de ter curso legal. Surpresos, os cidadãos tiveram apenas algumas semanas para pegar seu dinheiro e levá-lo ao banco a fim de trocá-lo por cédulas novas.

a confusão econômica foi ainda maior porque o go-verno não imprimiu uma quantidade suficiente de cé-dulas novas, com receio de que houvesse um vazamen-to do que estava para acontecer. além disso, as cédulas novas são diferentes das antigas no tamanho, o que cria enormes problemas nos caixas eletrônicos. Embora a Índia seja uma verdadeira locomotiva em tecnologia, centenas de milhões de seus habitantes vivem numa terrível pobreza. muitos trabalhadores estão abando-nando as cidades para voltar a seus vilarejos porque um grande número de empresas está fechando.

Incontáveis estabelecimentos estão tendo dificul-dades com a folha de pagamento, já que não conse-guem obter dinheiro. o mercado imobiliário afundou. a economia indiana baseia-se predominantemente no dinheiro vivo. ademais, grande parte dela é infor-mal, devido ao excesso de regras e impostos. o aparato estatal é famoso pela burocracia, morosidade e cor-rupção, obrigando o povo a se virar por conta própria. a pesquisa Doing Business, realizada anualmente pelo Banco mundial, mede a dificuldade de abrir e gerir uma empresa em 190 nações, usando critérios como o que é necessário para constituir uma empresa legal-mente e obter eletricidade e alvarás de construção. a Índia está entre os piores países do mundo nesses que-sitos. Desde o breve programa de esterilização forçada nos anos 1970 – surto de eugenia ao estilo nazista que foi instituído para lidar com a “superpopulação” do país –, o governo não fazia algo tão imoral. Ele diz que a medida combaterá a corrupção e a sonegação de im-postos ao supostamente revelar o dinheiro ilegal,

enfra-quecer os terroristas e os negócios criminosos e obrigar a Índia a aderir a um sistema de crédito digitalizado.

Um lembrete: a natureza humana não mudou desde que começamos a perambular por este planeta. as pessoas sempre acharão maneiras de transgredir. os terroristas não têm intenção de abandonar suas maldades devido a uma mudança na moeda. Quanto à digitalização do dinheiro, ela acontecerá no seu devi-do tempo se os livres mercadevi-dos forem permitidevi-dos. E o melhor remédio para a sonegação fiscal é um imposto único ou, pelo menos, um sistema tributário simples e de alíquotas baixas que faça com que a sonegação não valha o esforço. Quando é fácil fazer negócios de modo lícito, a maioria das pessoas faz exatamente isso.

a Índia é o exemplo mais extremo e destrutivo da mania antidinheiro que assola governos e a profissão de economista atualmente. Há países que estão to-mando medidas para banir as cédulas de valor alto, mencionando as justificativas apresentadas por Nova Délhi. mas não há dúvidas a respeito do que está por trás disso: o ataque à sua privacidade e o aumento do controle da sua vida pelo Estado.

a nefasta ação da Índia ressalta outra imoralidade. o dinheiro representa o que as pessoas produzem no mundo real. Ele é uma reivindicação sobre produtos e serviços, assim como um ingresso está para uma ca-deira num evento. o Estado não cria recursos; as pes-soas, sim. o que a Índia fez foi cometer um enorme roubo de posses das pessoas sem nem sequer fingir o devido processo legal – medida chocante para um go-verno eleito democraticamente. (Esperam-se coisas do gênero de lugares como a Venezuela.) Não é de sur-preender que o governo esteja minimizando o fato de que essa providência dará à Índia um ganho que talvez chegue a dezenas de bilhões de dólares. ao roubar posses, empobrecendo ainda mais seus cidadãos menos afortunados, solapando a confiança social e, assim, envenenando a política e prejudicando os in-vestimentos futuros, a Índia lesou seu povo de forma imoral e desnecessária, ao mesmo tempo que deu um exemplo temeroso ao resto do mundo.

steve forbes*

// sobrE os fatos

a medida imoral e

repugnante da Índia

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março 2017 forbes brasil | 13

Adquire sabedoria, pois, com ela, terás o entendimento

Está claro o que a Índia deve fazer para satisfazer seu desejo de se tornar uma potência mundial: reduzir a tributação da renda e das empresas e simplificar a estrutura tributária como um todo; tornar a rúpia tão forte quanto o franco suíço; eliminar regulamentos, de modo que uma empresa possa ser aberta sem custos e em poucos minutos; e passar uma tesoura gigantesca em todas as regras que fazem com que cada projeto de infraestrutura seja um empreendimento de 100 anos.

a União europeia sobreviverá?

a Itália está de saída da UE? a rejeição, pelos eleitores italianos, de um referendo realizado recentemente sobre uma suposta reforma governamental levou à queda do governo e suscitou esse questionamento. o apoio à saída é crescente, mas essa opção não é solu-ção para os infortúnios da Itália.

o problema do país – como o de outros membros da UE – é estrutural. os defeitos continuarão lá se a Itália sair. Seu sistema bancário está um caos; de uma forma ou de outra, serão necessários resgates financeiros. a dívida pública cresce em proporções gregas. as refor-mas internas – grandes cortes de impostos e simplifica-ção radical de todo o sistema tributário, menor rigidez nas leis trabalhistas que tolhem o crescimento, menos regulamentos asfixiantes e um aparato estatal menos inchado – têm sido mínimas, motivo pelo qual o cresci-mento econômico é praticamente inexistente.

a dissolução da UE – e a saída da Itália significaria exatamente isso – seria uma catástrofe geopolítica. Todos os demônios que estão contidos desde a Segun-da Guerra mundial seriam soltos. Somando-se a isso a beligerância crescente da China no Pacífico, a situação seria feia demais de se imaginar.

Má gestão da dívida

Numa era de barbeiragens econômicas, um fato que re-cebeu pouca atenção foi a má gestão da dívida interna pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos. Como as taxas de juros estão anormalmente baixas – graças à sua supressão pelo Federal reserve –, seria de imaginar que o Tio Sam entraria com força na emissão de títulos de longo prazo para garantir custos ultrabai-xos. Não faz muito tempo que um título do Tesouro de 30 anos costumava render mais de 7%, em vez do que vem pagando recentemente: menos de 3%.

mas os gênios do Tesouro reduziram a duração média da dívida pública para cinco anos. Foi um re-curso de curto prazo que diminuiu artificialmente o custo de financiamento da dívida e, assim, liberou mais dinheiro para programas internos perdulários.

a medida foi típica do governo obama em todas as facetas de sua governança. (o exemplo mais chocante dessa miopia destrutiva foi a retirada precoce das for-ças norte-americanas do Iraque em 2011 para elevar as

chances de reeleição. Veja, américa – proclamou obama –, a guerra contra o terrorismo está terminando, e nós vencemos. mas a realidade é que nossa penosa vitória contra o terrorismo muçulmano no Iraque foi desperdi-çada. No vácuo que se seguiu, surgiu o Estado Islâmico.) as taxas de juros estão subindo. Se a maior parte das propostas de Donald Trump nas áreas de impostos, saúde e regulamentação for concretizada, a economia dos Estados Unidos crescerá de verdade novamente; a procura de crédito aumentará, assim como o custo de obter acesso a ele. as despesas de Washington com juros darão um salto nos próximos anos.

Por sorte, ainda há tempo para emitir quantidades significativas de títulos de longo prazo com custos histo-ricamente baixos. aliás, nós deveríamos seguir o exem-plo de outros países que emitiram dívida com venci-mento bastante longo. o guru econômico Larry Kudlow recomenda que o Tio Sam leiloe títulos com vencimento de 100 anos. Se o méxico, a Irlanda e a Bélgica podem fazer isso – e fizeram –, nós também podemos. a Áustria emitiu um título de 70 anos, e a Grã-Bretanha fez uma série de emissões com vencimentos de 40 a 50 anos.

após a posse de Donald Trump, o Tesouro deveria anunciar que, dentro dos próximos 15 meses, aproxi-madamente, o Tio Sam venderá mais de US$ 1 trilhão em títulos de um século.

Esses títulos de vencimento distante venderiam? Haveria um corre-corre para comprá-los. Graças à de-sastrosa compra, pelo Fed, de muitos trilhões de dóla-res em títulos garantidos por hipotecas e títulos do go-verno dos EUa, há poucos títulos em mãos não governamentais. Tal escassez, combinada às taxas de juros baixíssimas, vem causando estragos nos fundos de pensão e nas seguradoras. Essas entidades e outras com passivos de longo prazo precisam desesperada-mente de títulos seguros com taxas de juros “normais” para cumprir obrigações futuras. o novo governo tam-bém deveria impedir o Fed de comprar quaisquer des-ses títulos. além disso, ele deveria ser instruído a redu-zir seu portfólio de mais de US$ 4 trilhões.

Quando um título vence, o principal não deveria ser reinvestido; em vez disso, deveria fluir de volta aos mer-cados de crédito privados, onde pode ser posto para tra-balhar produtivamente, de modo a expandir a economia. aliás, embora o afrouxamento monetário tenha se encerrado formalmente, nosso banco central, tão pro-penso a erros, vem ampliando a duração de seus títulos. o especialista em assuntos monetários David malpass enfatiza corretamente que o resultado final desse exer-cício perverso tem sido não só uma escassez de títulos, como também uma falta de crédito para empresas novas e pequenas. Em outras palavras, tanto o Tio Sam quanto o Fed vêm fazendo o oposto do que deveriam fazer: o governo federal encurta o vencimento de sua dívida, e o Fed alonga o vencimento de seu estoque de títulos.

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14 | forbes brasil março 2017

Ao se dissipAr o coro mundiAl dAs viúvAs dA grAnde cAndidAtA Hillary Clinton, batida em eleições democráticas, clareiam-se os primeiros lineamentos do governo de Donald Trump.

realismo, pragmatismo e o bordão “Vamos fazer a américa grande novamente”.

o mesmo bordão que espero que nossos gover-nantes entoem neste Brasil, o maior exportador de propinas desde que o mundo existe.

a queda da inflação de maneira espetacular está a nos mostrar uma verdade histórica. os ciclos de maiores crescimentos do PIB brasileiro se deram nos períodos de inflação baixa.

Vamos à Selic de um só dígito – de preferência, rapidamente.

Vamos à progressiva desindexação da engessada economia da qual somos vítimas.

Vamos à desburocratização e à desregulamenta-ção do infernal emaranhado em que nos enrosca-ram, empresas e indivíduos.

Vamos às reformas na velocidade da luz pelo en-tendimento saudável entre o Executivo e um Con-gresso necessitado de restaurar sua imagem pública. Vamos além para que, voltando ao regime de concessão, possamos competir no mundo do pe-tróleo até mesmo com o nacionalista méxico, hoje exemplo de avanço no concorrido mundo da ex-ploração petrolífera.

Nosso pré-sal quase virou água com açúcar; passemos agora a dar o passo gigante de tirá-lo das garras das ideologias para ajudar a melhorar esta-dos e união faliesta-dos.

Vamos, enfim, nos concentrar na restituição de lugares de trabalho tanto para uma juventude mais bem preparada como também para o restante da população – e isso em regime de urgência ur-gentíssima.

E, a partir daí, começarmos a pensar em Trump. Ele reverá o Nafta e não aderirá à aliança atlântica, deixando-nos um espaço enorme para uma ação di-plomática includente.

Como começamos a ter o mercosul não mais a serviço dos bolivarianos-empreiteiros,

devería-mos negociar logo o waiver que permitirá a cada um de seus membros concluir acordos comerciais individuais. E o primeiro deve ser com os Estados Unidos, nosso principal sócio continental.

Da política interna de Trump nossos empresá-rios devem encontrar as brechas para criar empre-gos lá e, aqui, ampliar sua inserção internacional, na certeza de que a explosão dos cartéis de emprei-teiros seja uma mensagem muito forte aos governos para abrirem mais a nossa economia interna e ex-ternamente, pois soma competição e impede a es-púria união de setores que por tanto tempo tem dominado a economia produtiva do Brasil. Compe-tição e abertura são oxigenadores de um processo ordenado de inserção internacional do Brasil, e do aumento da produtividade interna e do desenvolvi-mento da ciência e da tecnologia.

Trump, com os russos, turcos e iranianos, levará o Exército Islâmico ao aniquilamento. E forçará a China a rever seus conceitos em relação ao mar da China, ao Japão e à Coreia do Sul – de agora em diante, mais financeiramente, como os países da otan, responsáveis por seus gastos.

Como o méxico terá disputas com os Estados Unidos, nosso país, que tem mais de US$ 80 bi-lhões investidos em território americano, 60 mil empregos lá criados e uma pauta comercial defici-tária, tem tudo para avançar em uma agenda posi-tiva. Um Trump pragmático e um Brasil sem ideo-logias podem e devem construir um magnífico cenário de entendimento e progresso mútuos.

Lembro-me do início de ronald reagan e de um jantar privado com Bill Simon (empresário e políti-co) em Palm Beach, na casa de Bill Casey, que toma-ria posse em janeiro de 1980 como chefe da CIa. Casey delineou o plano de governo de reagan, cha-mado pelos europeus de cowboy iletrado. “Em oito anos, o presidente reagan liquidará a União Sovié-tica sem dar um tiro. E em parceria com o papa.” assim aconteceu e reagan foi, posteriormente, re-conhecido pelos europeus como o libertador das garras dos soviéticos. Um exemplo de como a pri-meira impressão nem sempre é a melhor.

Trump e o

que nos espera

mario garnero*

// líderes do pensAmento

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O que acontece no mundo dos ricos e poderosos

© getty images

18 | filial da azimut vai exportar

iates fabricados no brasil

19 | os números do fenômeno

musical jason derulo

CaROs COmO JOias

Estojo de lápis coloridos assinado

por Karl Lagerfeld ou um “simples”

lápis preto têm preços de cinco dígitos

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16 | forbes brasil março 2017

LeaderBoard

//

Caros CoMo Joias

Fabricantes produzem lápis exclusivos com preços inimagináveis

Muito apreciados por artistas gráficos, os lápis de cor da Prismacolor costumam ter a fama de ser os mais caros do mercado, com estojos beirando r$ 1 mil. mas estão longe disso.

o lápis mais caro do mundo pertence a uma cole-ção da Faber-Castell e custa mais de r$ 23 mil. o item vem com apontador e borracha integrados – os dois suportes feitos de ouro branco. o apontador levou uma coroa decorada com três diamantes, como sím-bolo do terceiro milênio. o lápis ganhou o nome de “Perfeito” pelo fabricante.

a série tem uma versão mais barata, feita com cedro californiano artesanalmente nervurada adornada com uma tampa extensora banhada em platina. Está à venda no Brasil por r$ 1.099,90.

porAlex Ricciardi

Lápis mais caro do mundo, com apontador e borracha integrados em suporte de ouro branco

(ao lado) e estojo exclusivo Karlbox (abaixo)

Também para a Faber-Castell, o estilista alemão Karl Lagerfeld colocou seu talento na confecção de um estojo de pintura. Charles Graf von Faber-Cas-tell, que representa a nona geração da família dona da empresa, justifica: “Em vista da digitalização crescente, a necessidade de compensar a mente com atividades analógicas está aumentando. a tendência geral pela escrita à mão – que não é perfeita, mas é criativa – já era previsível há um bom tempo”, diz ele. Lagerfeld criou então a Karlbox, uma coleção de instrumentos e acessórios de desenho e pintura em uma caixa colecionável, com edição limitada – e preço de r$ 12 mil.

Tanto o Lápis Perfeito quando a Karlbox estão à venda no Brasil.

(17)

março 2017 forbes brasil | 17

Bond Voyage

SÓ SE VIVE DUAS VEZES. Então por que não navegar na embarcação de 184 pés que desempenhou um papel importante no filme 007 – Operação Skyfall, de 2012? a Engel & Völkers, corretora de iates de Hamburgo, na alemanha, está pedindo US$ 9,5 milhões pelo regina, que é deco-rado com mogno, mármore e ônix, acomo-da uma dúzia dos seus companheiros mais aptos à navegação e tem espaço também para um jet ski – caso alguém precise rea-lizar uma fuga rápida.

Em lEIlão bElA E bIlIonárIA

PDG

ConSTrUTorA a PDG, do recém-empossado Vladimir ranevsky, entrou com pedido de recuperação judicial de r$ 6,2 bi

Daniel

Dantas

EmPrESárIo o banqueiro foi excluído do bloco de controle da Vale após renovação do acordo

de acionistas

braskem

PETroQUÍmICA a empresa comandada por Fernando musa teve prejuízo de r$ 2,6 bi no 4T de 2016 após pagar

multa da Lava Jato

Ternium

SIDErÚrGICA ÍTAlo-ArGEnTInA Sob o comando de Daniel

Novegil, a Ternium (do Grupo Techint) adquiriu

a CSa por r$ 4,9 bi da Thyssenkrupp

Johannes

roscheck

noVo PrESIDEnTE DA AUDI no brASIl o engenheiro austríaco volta ao país depois de ter sido CFo da unidade curitibana nos anos 1990

Hiroto

saikawa

noVo CEo DA nISSAn o executivo japonês substitui o brasileiro Carlos Ghosn,

que vai ser o chairman empresa

wInnErS

&

loSErS

QUAIS UnICÓrnIoS se tornarão empresas de primeira linha no futuro? ForbES USA pesquisa junto aos principais capitalistas de risco do mundo para dar uma visão exclusiva das perspectivas dessas startups bilionárias no longo prazo. Quem está em alta é a Honest Company, empresa de bens de consumo fundada pela atriz Jessica Alba. os investidores parecem aceitar os relatórios do ano passado, que indicam que a companhia pode ser vendida por um valor próximo de sua avaliação atual (US$ 1,7 bi).

SejamoS

HoneStoS

James Bond em ação a bordo do Regina no filme Operação Skyfall © GETTy ImAGES © ©

(18)

18 | forbes brasil março 2017

LeaderBoard

//

iates Made in brazil

Filial local do grupo italiano Azimut-Benetti vai exportar modelos de alto luxo para todo o planeta

Iates de alto luxo para serem vendidos em todo o planeta. É esse o negócio da azimut Yachts do Brasil, filial local do grupo azimut-Benetti, que a partir da Itália projeta e vende embarcações destinadas a um grupo seleto de compradores. a empresa mantém um estaleiro no Brasil, e algumas inovações criadas local-mente fazem grande sucesso mares afora.

“Para o mercado brasileiro, passamos a oferecer um espaço gourmet integrado nas plataformas de popa nos modelos que produzimos. Isso inclui uma churras-queira adicional que se integra à área de refeições. a inclusão fez tamanho sucesso que a marca passou a oferecer esse opcional dentro de sua gama mundial”, conta Davide Breviglieri, CEo da azimut no Brasil. animada, a filial brasileira decidiu apontar para o mer-cado internacional.

“a azimut do Brasil estruturou-se para atender com excelência não só ao público brasileiro, mas tam-bém ao consumidor externo”, conta Breviglieri. “Hoje

porAlex Ricciardi

©1 acIonI cassanIga ©2 getty Images

Davide Breviglieri, CEO da Azimut no Brasil

modelos de iate produzidos aqui já fazem parte da gama mundial do grupo e são comercializados em vá-rias partes do mundo. Há poucos meses, lançamos um modelo esportivo, o azimut Verve 40, projetado para atender inicialmente ao público americano. Temos 16 encomendas para os Estados Unidos, e abrimos a co-mercialização para o Brasil e outros mercados. Preten-demos reforçar ainda mais esse processo de expansão internacional nos próximos anos.”

a unidade brasileira foi fundada em 2010. registrou em 2016 um crescimento de 15% em relação ao ano an-terior. a meta para os próximos dois anos é pratica-mente dobrar a produção de iates. “Para 2017, vamos finalizar a construção de uma das maiores embarca-ções de alto luxo já feitas em território nacional: o azi-mut Grande 30 metri, um megaiate com cinco suítes, três pavimentos e flybridge (pavimento superior) com mais de 60 m2, com direito a jacuzzi e uma grande área de convivência e relaxamento”, descreve Breviglieri. embarcações

(19)

março 2017 forbes brasil | 19

UNDER 30

Você acha que nunca ouviu

uma música de Jason Derulo?

Provavelmente está enganado.

Ele vendeu 50 milhões de

singles, teve 1 bilhão de faixas

enviadas por streaming no

Spotify e acumulou 2 bilhões

de visualizações no YouTube

com canções daquelas que

grudam nos ouvidos, como

Whatcha Say e Want to

Want Me. Além disso, fatura

US$ 232 mil a cada parada

de sua turnê e é apenas

um dos egressos da lista

de “menores” de 30 anos

de FORBES USA (turma

de 2016) que lucram

com o entretenimento.

fenômeno

americano

(20)

20 | forbes brasil março 2017

LeaderBoard

//

Quem dá mais?

Quem dá mais?

Vendido!

Os itens alimentícios mais caros já leiloados

EM JANEIRO, o “rei do atum” do Japão, Kiyoshi Kimura, pagou mais de US$ 630 mil por um atum de 212 quilos no lendário leilão do mercado de peixe de Tsukiji, em Tóquio. mas esse não foi o maior valor despendido por Kimura, dono da rede de restaurantes Sushi Zanmai. Em 2013, ele gastou US$ 1,8 milhão com um atum-azul que pesava 10 qui-los a mais. aqui vão algumas outras vendas recordistas de comestíveis incríveis – desde uma rara trufa italiana até missy, crème de la crème das vacas leiteiras.

OBSERVATÓRIO DO MERCADO

IMÓVEIS

Doze anos atrás, a família de cervejeiros Guinness abriu Luggala, sua verdejante propriedade de 2 mil hectares nos arredores de Dublin, oferecendo estadias de uma semana por € 20 mil (cerca de US$ 21.500). Agora, está vendendo o imóvel, inclusive a casa principal de sete dormitórios em forma de castelo, por US$ 30 milhões. Ao longo das décadas, o pintor Lucian Freud, a atriz Anjelica Huston e Bono, do U2, visitaram Luggala como hóspedes da família Guinness. “Um dos aspectos extraordinários de Luggala é que quase parece um lugar diferente a cada dia”, diz o atual dono, Garech Browne, herdeiro dos Guinness. Especialmente depois de algumas canecas de cerveja...

Bono Dormiu Aqui

A propriedade dos Guinness em Dublin recebeu celebridades como Bono e está à venda

CAViAr

(175 toneladas)

US$ 18 milhões

Dezembro de 1976

VACA miSSY

US$ 1,2 milhão

Novembro de 2009

CHÁ ooLonG

nArCiSSuS

com 50 anos de idade (20 kg)

US$ 154 mil

Novembro de 2013

ATum-AZuL

(222 kg)

US$ 1,8 milhão

Janeiro de 2013

TruFAS BrAnCAS

(1,3 kg)

US$ 330 mil

Novembro de 2010

FATiA DE BoLo

do casamento de Kate Middleton com o príncipe William com 3 anos de idade

US$ 7.500

Dezembro de 2014

© GETTy IMAGES

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março 2017 forbes brasil | 21

Uma das máximas de Aguiar era: “Nunca

empreste muito a poucos, e sim pouco

a muitos”

TRÊS EPISÓDIOS

DA HISTÓRIA DO

BRADESCO

Em 2009, o Bradesco adquiriu o Banco Ibi, ligado à rede varejista holandesa C&A, em um negócio de R$ 1,4 bilhão Amador Aguiar trabalhou como contínuo e tipógrafo e parou de estudar cedo Amador Aguiar e a primeira agência, em Marília (foto ao lado)

braDesCo, o baNCo

De aMaDor aGUiar

o BrAdesCo foI fUNdAdo em mArílIA, No INterIor pAUlIstA, em 10 de março de 1943. o nome que hoje quase todo brasileiro co-nhece era uma abreviação de Banco Brasileiro de Descontos S.a. Seu líder, amador aguiar, era um trabalhador incansável – e um tanto excên-trico. Nascido em ribeirão Preto, também no in-terior de São Paulo, destacou-se por descobrir soluções simples para problemas complexos e desconcertantes. outra forte característica era sua indiferença pelos bens materiais e sua aver-são ao exibicionismo. Sem ostentação, ele torna-ria o Bradesco uma potência incontestável.

ao contrário da tendência de mercado da época, que priorizava os grandes proprietários rurais, empresários e pessoas de posses, o Bra-desco lidava com pequenos comerciantes, fun-cionários públicos e indivíduos de renda média. alterou a própria estrutura física das agências, colocando os gerentes na linha de frente, em contato direto com os correntistas.

Foi um dos primeiros bancos a estimular o

Poucas casas bancárias foram tão marcadas por

seu líder e fundador como a instituição de Osasco

por Alex rICCIArdI //

nostAlgiA

uso de cheques. Em vez de devolver cheques preenchidos erroneamente, o banco chamava as pessoas para ensiná-las, pessoalmente, a usar o talão da forma correta.

Em 1946, a matriz foi transferida para a capi-tal paulista. Suas agências passaram a receber pagamento de contas de energia e declarações de Imposto de renda. Em 1953, iniciou a cons-trução da nova sede em osasco (na Grande São Paulo), conhecida como Cidade de Deus, con-cluída seis anos depois.

Em 1962, tornou-se a primeira empresa da américa Latina a adquirir um computador de grande porte, possibilitando o acesso a extratos diários pelos clientes, serviço inédito na época. Em 1968, implantou seu cartão de crédito, o pri-meiro do sistema bancário brasileiro.

Na primeira década do século 21, o Bradesco reafirmou sua vocação para o varejo ao criar o Banco Postal. a iniciativa viabilizou o acesso a produtos financeiros em localidades desprovi-das de serviços bancários.

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22 | forbes brasil março 2017

Duas seleções entram em campo numa fasecrucial Da copa Do munDo. Um empate satisfaz ambas. E os 90 minutos parecem uma encena-ção muito mal ajambrada de disputa. o esporte é ferido de morte, a paixão é desrespeitada e um jogo de com-padres mancha duas camisas históricas.

Não é necessário citar nomes. mas a descrição acima não foi rara na história do maior esporte do mundo. o problema é transportarmos esse mau exemplo ao mundo da economia e da política. a prática do chamego dos políticos aos empresários amigos torna-se mais do que um agrado ao compadre. Torna-se um sistema econômico anacrônico: o capitalismo de Estado.

Uma boa definição sobre o tema foi dada pelo eco-nomista Paulo rabelo de Castro: “o Estado interfere para selecionar quem deve sonhar mais alto”. De volta ao exemplo do esporte, é como se o Estado fosse o doping do empresário e esse doping, além de não ser ilegal, é exclusivo de um competidor apenas.

Das companhias das Índias, na Holanda, aos Esta-dos fascista e nazista, esse tipo de economia amarrada e vitaminada por fomento estatal não é propriamente uma novidade. o mais recente ícone desse modelo é a Venezuela de Hugo Chávez e Nicolás maduro. Como bem lembrou o sociólogo Demétrio magnoli, esse tipo de capitalismo é muito elogiado por alguns empresários – poucos e escolhidos a dedo. “Eles têm bilhões de motivos para isso.”

No Brasil, assistimos à ascensão e queda da política dos campeões nacionais. o dinheiro público foi uma verdadeira gasolina aditivada para a operadora oi, o grupo odebrecht e o castelo de areia de Eike Batista, que foi varrido pelas marolas da dura realidade. Isso sem falar das demais empreiteiras, com seus esquemas revelados pela operação Lava Jato.

É uma questão sistêmica. Não basta afastar os maus elementos, prendê-los ou deixá-los em algum tipo de quarentena. a forma como o país é concebido, em suas excessivas regras, justamente para proteger os amigos do rei, acaba produzindo a podridão. É a velha história do presunto exposto e cheio de moscas. Se o Brasil pós-Lava Jato não tirar o presunto da sala, ficaremos eternamente espantando moscas. E essa operação

histórica para o Brasil será mais longeva que a série

Sexta-feira 13. Teremos tantas ressurreições quanto Jason teve no cinema.

Prender bandidos – políticos ou empresários – não resolve o problema por si só. o tamanho do Estado é um convite à corrupção. Quanto menor ele for, quanto menor sua “ajuda” nas disputas, mais competitivo é o mercado. mais pessoas participam da riqueza do país. Porque produzir riqueza leva ao desenvolvimento pleno de toda a nação, e não de um pequeno clube de amigos. Não adiantar ficar dizendo jocosamente que “todos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros”.

Nesse ponto é preciso diferenciar o empresário de conluio do empreendedor de mercado. o primeiro é uma deformação. É preciso, no Brasil, termos empre-sários de outra estirpe, com padrão moral e altivez.

retomo outra frase de rabelo de Castro: “Precisa-mos empreender o inconformismo”. a saída da passi-vidade deve contaminar todos os setores da sociedade. Com poucas e justas regras, a economia de mercado é a melhor forma de estabelecer justiça social, com ver-dadeira prosperidade para os trabalhadores, empresas e profissionais liberais.

Eu sei, o mercado é muito mais importante para nossas vidas que um jogo de futebol, mesmo que a partida seja disputada numa Copa do mundo. No capitalismo, o campeonato pode ser muito mais justo e benéfico se as regras e as vantagens forem as mesmas para todos. assim, com méritos, teremos muito mais vencedores.

*flávio rocha é presidente da riachuelo

Jogo de

compadres

Não basta afastar os maus elementos,

prendê-los ou deixá-los em algum tipo

de quarentena. A forma como o país é

concebido, em suas excessivas regras,

justamente para proteger os amigos

do rei, acaba produzindo a podridão

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Black Badge é a mais intensa expressão para aqueles que ousam ser exclusivos.

Sua presença intensificada por uma estética ainda mais agressiva. Atrás do volante,

a intensidade de pilotar é uma experiência sem igual.

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24 | forbes brasil março 2017

“Se quiSer pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.” Todos conhecemos essa frase de abraham Lincoln.

o que o dito histórico mais evidencia, seguramente, é o fato de não ser comum vermos homens que, tendo prometido algo para chegar ao poder, colocam em rigo-rosa prática os compromissos assumidos.

Nos EUa, dia após dia, temos testemunhado o pre-sidente Donald Trump tomar medidas para trazer ao plano concreto a plataforma sobre a qual se elegeu. ainda que isso venha assustando muitos, é certo que não se pode alegar surpresa quando um estadista cumpre à risca os fundamentos que embasaram sua campanha.

Curioso é que as afirmações de Trump passaram ao largo do que se tinha como estereótipo de promessas políticas: não foram feitas para agradar, não se balizaram pelo politicamente correto e não se dobraram, como costuma ocorrer em campanhas, para alcançar indiví-duos de diferentes orientações ideológicas.

Trump, ademais, era um antes de obter o poder e continua o mesmo depois de eleito. Surpreendente, aos que já o conheciam, que seu comportamento padrão tenha sido levado, sem retoques, para a campanha. ana-listas políticos ainda chegaram a cogitar que a fala do candidato fosse abrandar após sua vitória, mas o resul-tado tem sido outro.

aquilo que, ao tempo dos embates eleitorais, os olhos do público interpretavam como um discurso forte – e tantas vezes condenável (mas o aceitavam em nome da imunidade dos palcos de campanha) – vem sendo siste-maticamente transformado em programa de governo, e com isso avança a tendência crítica de atribuir ao novo presidente a pecha de antidemocrático.

Essa inclinação dos governantes a demonstrações extremadas de poder, naturalmente, não é de hoje. Na já remota Inglaterra do século 17, foi precisamente tal sorte de movimento que levou o baluarte do liberalismo John Locke, em seu Ensaio Acerca do Entendimento Humano, a propor e desenhar limites ao absolutismo.

o teórico defendia que os homens tinham direitos naturais, dentre tantos, à vida, à liberdade e à propriedade. a fim de dar garantia a essa premissa, os homens haviam criado governos; se esses governos, por sua vez, falhassem

em assegurar tais direitos fundamentais, mereceriam um freio. Dito em poucas palavras, haveria regras para todos, e a ninguém seria dado o poder absoluto.

Há poucos dias, o governo Trump optou por desistir de seguir duelando na Justiça pela validade do decreto anti-imigração, objeto de enorme celeuma. Segundo se publicou, o Departamento de Justiça dos EUa abriu mão da batalha na Suprema Corte para retomar o decreto que proibia temporariamente a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana.

Trump assinara o decreto já nos primeiros dias de seu governo, vetando a entrada de imigrantes da Síria, Irã, Iraque, Líbia, Iêmen, Sudão e Somália, sob a justifi-cativa de proteger os Estados Unidos da presença de “terroristas estrangeiros”.

Não tardou, contudo, até que a comoção social se convertesse em posicionamento pelo Judiciário: a ordem executiva do presidente foi derrubada pela liminar concedida no dia 3 por um juiz de Seattle, decisão que foi referendada seis dias depois por uma decisão da Corte de apelações de São Francisco.

a nação norte-americana – à qual se atribui o nasci-mento do controle de constitucionalidade, no emblemá-tico julgamento marbury versus madison –, assim, en-viou um célere recado ao chefe do Executivo por meio de seus juízes.

Se, em campanha, as posições do candidato a presi-dente se dirigiam aos seus potenciais eleitores, agora seus atos sofrem escrutínio de todo o povo, sem distinção entre os simpatizantes ou opositores.

Não nos parece que Trump seja do gênero de que falou Lincoln; até o momento, seus atos são coerentes com seu discurso, antes e depois do poder.

o risco para o qual o país e o mundo deverão estar atentos é o de que, a pretexto de convergir palavras e atos, o recém-eleito estadista confunda autenticidade ideológica com poder ilimitado. Nesse sentido, pelo menos, a reação rápida do Judiciário americano ajuda a alertar o presidente de que o povo estará atento.

os dias e meses por vir dirão se a lição terá servido para Trump perceber que não pode tudo, e que o res-peito ao estado democrático de direito está para todos. Fica a dica.

*Nelson Wilians é CEo do Nelson Wilians & advogados associados

os limites do Poder

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Travis Kalanick, o incansável motor do Uber

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por Miguel Helft, Alan Ohnsman e Brian Solomon

estindo camisa polo cinza, calças de algodão cinza com-binando e tênis pretos, Travis Kalanick se fecha numa sala de conferências, onde caminha como um técnico de basquete, al-ternando goles de café e porções de castanhas e frutas secas que ele pega num copinho de papel. Em volta da mesa, seis jovens apresentam ao co-fundador e CEO do Uber os primeiros resultados de uma iniciativa crucial: uma nova versão do aplicativo, lançada três se-manas antes. O que os usuários veem como simples ajustes no design tem impactos pro-fundos nos downloads, no uso e nas classifica-ções do app, nos tempos de chegada, nas taxas de retenção, nos tempos de carga, na distribui-ção de usuários que optam pelo UberPool em vez do UberX e em muitos outros aspectos. Esses impactos variam conforme o país e o tipo de telefone que o passageiro usa.

É um supremo desafio de lógica. Por 80 mi-nutos, Kalanick esquadrinha cada gráfico, questionando as premissas. “Isto pode ser uma questão de medida ou um problema real”, diz, apontando para um indicador que parece um mistério. Pega repetidamente seu iPhone para verificar ele mesmo como esses detalhes pode-riam afetar os usuários reais, alternando entre

Travis Kalanick quer colocar sua empresa de

US$ 68 bilhões no centro de toda a mobilidade humana

CORRIDA

do uber

V

A grAnde

satisfação e leve aborrecimento. Em determi-nado momento, diz que, sem dados reais sobre um recurso específico, “a emoção vai dominar o dia”. Para ele, isso é muito ruim.

Esse processo, um dos blocos construtivos fundamentais da máquina do Uber, é chamado de “jam session”. As jams determinam como os problemas são transformados em ideias, como as ideias são transformadas em produtos e como os produtos são analisados levando-se em conta seu impacto na obsessão predominante de Kalanick: a eficiência. As jams também são a maneira pela qual ele aborda quase todos os as-pectos importantes da experiência do Uber.

Aos 40 anos de idade (e número 64 na lista FORBES de Pessoas Mais Poderosas do Mundo – leia mais na pág. 34), ele é uma das figuras mais comentadas no Vale do Silício e tem sido descrito de diversas formas, a maioria nada li-sonjeira. Implacável e antiético, gênio do mal e imprudente, babaca e cretino. Há um grão de verdade em todas essas descrições. Mas elas não abarcam aquele “algo especial”, o fator de unificação que explica como Kalanick levou o Uber a se tornar a startup mais rica da história, com avaliação de US$ 68 bilhões.

Kalanick acredita que sua função é impe-lir o Uber para a frente através de uma série de obstáculoslógicosquedevemser suplan-tados interminavelmente. “Cada problema é

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28 | forbes brasil março 2017

mobilidade

// uber

fascinante e tem suas próprias nuances. Você o re-solve hoje, mas tenta rere-solver com uma arquitetura, construindo uma máquina para resolver problemas semelhantes depois”, diz Kalanick. “E aí você passa ao próximo.”

Sempre há um próximo – e esses próximos vão fi-cando maiores. É isso que faz do Uber uma das empre-sas mais interessantes do mundo e explica por que Ka-lanick é capaz de levantar tanto dinheiro – US$ 16 bilhões em capital e dívida até agora – sem ter lucro nem uma IPo à vista. o modelo de negócios do Uber como um intermediário descomplicado (para transpor-te de passageiros, no caso) é tão poderoso que virou cli-chê. mais de cem startups foram descritas como “o Uber de alguma coisa”. Uma das poucas empresas do Vale do Silício que não estão tentando ser o Uber de algo é o próprio Uber. a comparação mais apropriada é com a amazon, que começou como sinônimo de venda de livros online e se metamorfoseou na megaloja de va-rejo da internet. Kalanick já não está interessado em apenas providenciar transporte para você: ele está posi-cionando o Uber no centro de

toda a mobilidade.

Se uma coisa se move, Kala-nick quer participar dela. menos de sete anos depois do lançamento, o Uber já está re-formulando o modo pelo qual as cidades pensam o transporte

público, os estacionamentos e os congestionamentos – e o que a geração do milênio pensa sobre ter um carro. E ele está só no começo. “o mercado de carros, o trans-porte terrestre do consumidor – você pode pensar em US$ 5 trilhões ou US$ 6 trilhões em nível mundial”, diz. Nos últimos dois anos, o Uber não só ampliou tre-mendamente suas ofertas de compartilhamento de viagens no mundo, como também entrou nos servi-ços de entrega, como o Eats (comida), o rush (qual-quer coisa, com rapidez) e o Freight (fiquem de olho, transportadoras de longa distância). Brincou com façanhas de marketing como o Uber-Chopper (heli-cópteros), o UberSeaplane e o UberBoat, geralmente durante eventos específicos. Também está investin-do a sério nos carros e caminhões autônomos e che-gou a propor, à la Elon musk, um inverossímil proje-to de carro voador.

o Uber oferece um cardápio completo de opções de compartilhamento de viagens, como o X, o Pool, o Black, o Select e, em alguns países, o moto (motocicle-tas), gastando bilhões para subsidiar motoristas. Se-gundo os críticos, isso é parte de uma estratégia deliberada para tirar os rivais do mercado – e aumentar os preços à von-tade depois disso. ForBES calcula que os prejuízos do Uber tenham chegado a US$ 2 bilhões em 2016, sobre

recei-forbes calcula

que os prejuízos

tenham chegado

a us$ 2 bilhões

Clube do bilhão

Levantamento do Wall Street Journal em parceria com a Dow Jones conta, atualmente, 154 startups com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão. Conheça as Top 5 (em US$ bilhões)

uber Origem americana Transporte privado Xiaomi Origem chinesa Produtos eletrônicos didi ChuXing Origem chinesa Transporte privado airbnb Origem americana Serviço de reserva de acomodações PalanTir Origem americana Tecnologia

68

46

33

30

20

Taxistas de nova York em protesto contra a chegada do uber © getty imageS ©

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março 2017 forbes brasil | 29 tas de US$ 5 bilhões. os lucros são secundários diante

do domínio do mercado amanhã.

“Quando eu financiei esta empresa pela primeira vez, não tinha ideia de que um dia estaria ouvindo te-leconferências de investidores do setor automotivo”, diz o capitalista de risco Bill Gurley, da Benchmark, conselheiro e um dos primeiros investidores do Uber. “Há muita ansiedade em torno do que esta empresa pode fazer com um dos maiores setores do planeta.”

Quando adolescente, Kalanick analisava o tráfego nas vias congestionadas do sul da Califórnia, tentando descobrir a faixa ideal para cada situação. Sua formação em ciência da computação na UCLa, apesar de ter de-sistido do curso, ajudou-o a aperfeiçoar sua mentalida-de mentalida-de resolução mentalida-de problemas. ainda na faculdamentalida-de, criou o Scour, mecanismo de busca multimídia e cen-tral de compartilhamento de arquivos – um fiasco.

Em 2009, fundou o Uber com Garrett Camp, colega empreendedor que, pouco antes, tinha recomprado sua antiga empresa, a StumbleUpon. Ela girava em torno de um aplicativo denominado UberCab, que fa-cilitava a reserva de um carro

de luxo. Lançado em 2010, o serviço era pouco mais que um brinquedo para Kalanick e seus amigos se locomoverem por São Francisco. mas logo ele começou a entender como a matemática podia ajudar o

Uber a revolucionar não só os serviços de limusines, como também o próprio transporte urbano.

Se os preços caíssem, mais passageiros teriam in-teresse, o que atrairia mais motoristas à plataforma, o que por sua vez significaria que os tempos de espera diminuiriam, trazendo ainda mais passageiros e aju-dando os motoristas a ganharem mais. Desde então, fazer o ajuste fino desse círculo virtuoso virou a ob-sessão de Kalanick.

o resultado foi a mais rápida ascensão da história do Vale do Silício, à medida que o Uber ultrapassava gigantes como o Google e o Facebook, com a receita superando US$ 1 bilhão no segundo trimestre e uma força de trabalho de mais de 9 mil funcionários e 1,5 milhão de motoristas. o Uber lançou seu aplicativo – muitas vezes atropelando barreiras legislativas e a oposição barulhenta dos taxistas – em cerca de 450 cidades de mais de 70 países. Em um mês, 40 milhões de pessoas fazem uma viagem de Uber, e os motoristas percorrem em conjunto 1,9 bilhão de quilômetros – 35 vezes a distância entre a Terra e marte.

a primazia da eficiência só aumentou com essa escala co-lossal. Kalanick, cujo patrimô-nio líquido ForBES estima em US$ 6,3 bilhões – ele diz que não vendeu nenhuma de suas ações do Uber –, administra tudo isso traduzindo cada

com-o patrimônicom-o

líquido de kalanick

é de estimados

us$ 6,3 bilhões

uber em tudo

O modelo criado por Travis Kalanick vai além do mais conhecido transporte de passageiros em carros de motoristas "informais"; inclui helicópteros, aviões, barcos, caminhões e bicicletas envolvidos no leva e traz de pessoas e objetos

uber Freight (transportes de longa distância) Transporte de cargas, com o objetivo de desenvolver tecnologias de navegação para aplicação em caminhões autônomos uber eats (delivery) Estabelece a integração entre restaurantes e motoboys cadastrados que fazem a entrega de comida no lugar onde o usuário indicar uber seaplane (hidroavião) Durante a feira Art Basel em Miami Beach, em novembro, um hidroavião oferecia voos gratuitos aos visitantes, em ação de marketing da empresa uber rush (entrega rápida de qualquer coisa) A proposta é envolver motoristas, ciclistas, motoboys e até mesmo mensageiros a pé – o que importa é a rapidez do serviço uber boat (barco) Foi lançado em 2015 em Istambul para fazer a travessia

do Estreito de Bósforo, que liga o lado europeu ao lado asiático da cidade. A viagem custa cerca de US$ 19, mais caro que os barcos públicos que fazem o trajeto

uber chopper (helicópteros)

Conhecido como UberCopter no Brasil, foi lançado em junho de 2016 em São Paulo, com preço mínimo promocional de R$ 66

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30 | forbes brasil março 2017

ponente num problema a ser resolvido. alguns anos atrás, quando se convenceu de que o mapeamento era uma das tecnologias “existenciais” que o Uber precisa-va deter, contratou Brian mcClendon, funcionário do Google e um dos criadores do Google Earth. “Tudo nessa atividade depende de mapas”, diz mcClendon.

os mapas são de fato essenciais para a iniciativa do Uber de desenvolver carros autônomos em dois anos. os lances mais célebres de Kalanick nessa área vieram em agosto do ano passado, quando ele anunciou que algu-mas viagens de Uber em Pittsburgh seriam feitas em car-ros autônomos (ainda há um motorista no volante para evitar contratempos e para efeito de conformidade com as leis) e que a empresa tinha desembolsado US$ 600 mi-lhões para adquirir a otto, startup de veteranos do pio-neiro grupo de veículos autônomos do Google que vem fazendo rápido progresso com caminhões.

o que é possível para o Uber agora é praticamente ilimitado. a empresa detém uma reserva financeira sem precedentes, e ForBES acredita que o prejuízo da companhia já atingiu seu

ponto máximo. Kalanick pode agora se concentrar em ven-cer em mercados cruciais, como os Estados Unidos, a Índia e o Brasil.

a transição para os veícu-los autônomos é uma certeza,

não uma hipótese. os críticos dizem que o fato de o Uber não ter uma unidade especializada na fabricação de carros pode ser seu calcanhar de aquiles, à medida que montadoras como General motors (em parceria com o Lyft, concorrente do Uber), Ford e Tesla – e tal-vez outras empresas, como Google ou apple – po-nham em ação, nos próximos anos, veículos autôno-mos feitos sob medida para serviços de compartilha-mento de viagens. mas é provável que a autonomia plena ainda demore anos e, quando finalmente chegar, as montadoras que quiserem concorrer terão de for-necer grandes frotas para viabilizar os serviços sob demanda, ao passo que o Uber poderá introduzir os veículos autônomos de modo gradual.

Essa é uma vantagem que pode perdurar, pois se prevê que os veículos tradicionais e os autônomos coexistam por anos. Em todo caso, quando os carros autônomos se tornarem realidade, o sistema opera-cional de mobilidade que Kalanick está desenvolven-do – aquela coordenação perfeita de bits e átomos –

será mais crucial do que nunca. “Você tem de quantifi-car a humanidade, a ação hu-mana no mundo físico”, diz Kalanick. É o tipo de proble-ma frio, lindo e desafiador que mantém motivado o especia-lista em lógica do Uber.

mobilidade

// uber

agora ElE podE sE

concEntrar Em

mErcados cruciais,

como o brasil

a conquista do mundo

O aplicativo se espalhou por mais de 70 países dos cinco continentes

ásia

Azerbaijão, bahrein, Jordânia, Malásia, Turquia, Hong Kong, emirados Árabes unidos, Israel,

rússia, Cingapura, Tailândia, Sri Lanka, Coreia do Sul, China, Vietnã, Taiwan, Arábia Saudita, Filipinas, Paquistão, Macau,

Líbano, Japão, Índia, Indonésia, Cazaquistão

oceania

Nova Zelândia, Austrália

europa

Dinamarca, Hungria, França, Itália, reino unido, Noruega, Suécia, Alemanha, Países baixos, Lituânia, Finlândia, república Checa, Suíça, espanha, eslováquia, ucrânia, Irlanda, estônia, Polônia, bélgica, Croácia, Portugal,

Áustria, Grécia, bielorrússia, romênia

américa do norte e central

Canadá, estados unidos, Guatemala, república Dominicana, Costa rica,

México, Panamá

américa do sul

Argentina, bolívia, Chile, Peru, Colômbia, uruguai, brasil, Trinidad e Tobago

áfrica

egito, Gana, Quênia, Nigéria, Tanzânia, uganda, África

(31)

GOLD SPONSORS

SILVER SPONSORS

MEDIA PARTNERS FELLOWSHIP PARTNERS

H

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Founded in 1968

PLATINUM SPONSORS

INNER CIRCLE

Õ

(32)

Existem quase 7,4 bilhões de seres

humanos no planeta Terra, mas estes

homens e mulheres fazem o mundo

girar. O ranking anual das Pessoas

Mais Poderosas do Mundo identifica

uma pessoa em cada 100 milhões

cujas ações têm o maior significado.

Levamos em consideração centenas de

candidatos, analisando quatro aspectos

principais: sobre quantas pessoas eles

têm poder; quanto dinheiro controlam;

se seu poder abrange uma variedade

de regiões, setores da economia ou

aspectos da vida; e em que medida

usam ativamente o poder que detêm.

Uma comissão de editores de

FORBES USA realiza uma votação

para chegar à lista definitiva.

A deste ano chega num momento

de mudanças rápidas e profundas

e representa nossa melhor estimativa

de quem será relevante em 2017.

AS PESSOAS

MAIS PODEROSAS

VLADIMIR PUTIN

(Presidente da Rússia) | 64 anos, Rússia

De sua terra natal à Síria, passando pelas eleições presidenciais dos Estados Unidos, o líder russo consegue o que quer. E, agora que ele tem um potencial aliado no Salão Oval, sobraram poucos obstáculos a seu poder.

DONALD TRUMP

(Presidente dos Estados Unidos)

70 anos, Estados Unidos

O presidente tem uma aparente imunidade a escândalos, tem as duas câmaras do Congresso do seu lado, um patrimônio líquido pessoal na casa dos bilhões e um programa para “tornar a América grande de novo”.

1

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por David M. Ewalt e Noah Kirsch

MAIS PODEROSAS

DO MUNDO

PAPA FRANCISCO

(Pontífice da Igreja Católica Romana)

80 anos, Cidade do Vaticano

O líder espiritual de quase 1,3 bilhão de católicos não se esquiva de polêmicas. Este ano, confirmou a proibição de sacerdotes do sexo feminino e ofereceu perdão a mulheres que abortam.

JANET YELLEN

(Presidente do Federal Reserve)

70 anos, Estados Unidos

A principal dirigente de banco central no mundo vem tomando cuidado para não criar instabilidade: embora seja presidente do Fed desde 2014, Yellen elevou a taxa de juros apenas uma vez. Outro ajuste pode ser feito em breve.

BILL GATES

(Presidente da Fundação BIll & Melinda Gates)

61 anos Estados Unidos

A pessoa mais rica da Terra (patrimônio líquido de US$ 83 bilhões) também supervisiona a maior fundação filantrópica do planeta, que ajudou a eliminar a pólio de todos os países, exceto três, e pretende erradicar a malária até 2040.

LARRY PAGE

(Cofundador e CEO da Alphabet) | 43 anos Estados Unidos A pesquisa que a Alphabet realiza em tantas áreas, da inteligência artificial à saúde, não é suficiente para Page: ele também está usando sua fortuna de US$ 37 bilhões para fazer investimentos ambiciosos que incluem, pelo que consta, startups de carros voadores.

ANGELA MERKEL

(Chanceler da Alemanha)

62 anos, Alemanha

Após o Brexit, a chanceler alemã está mais importante do que nunca, embora vá enfrentar uma difícil reeleição em 2017. Depois da saída de Hillary Clinton, ela permanece a mulher mais poderosa do mundo.

XI JINPING

(Secretário-geral do Partido Comunista da China) 63 anos, China Designado recentemente líder “central” do Partido Comunista, honra antes concedida

a Deng Xiaoping e Mao Tsé-Tung, o presidente Xi tem mais controle do que nunca sobre a política chinesa.

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RANKING

// OS MAIS PODEROSOS DO MUNDO

MARK

ZUCKERBERG

(CEO do Facebook) 32 anos, Estados Unidos O Facebook foi acusado de disseminar notícias falsas durante a campanha eleitoral de 2016 nos EUA. Zuckerberg minimiza o fato, mas não pode negar o poder crescente do gigante das redes sociais como curador da mídia.

MARIO DRAGHI

(Presidente do Banco Central Europeu) 69 anos, Itália Como presidente do Banco Central Europeu, “Super Mario” conduziu o órgão durante um período de taxas de juros negativas e esmaecimento da fé na unidade europeia, o que culminou com a aprovação do Brexit, em junho de 2016.

LI KEQIANG

(Primeiro-ministro da China)

61 anos, CHINA

JEFF BEZOS

(CEO da Amazon)

52 anos, Estados Unidos

ELON MUSK

(CEO da Spacex,Tesla e SolarCity)

45anos, Estados Unidos

JEFFREY IMMELT

(CEO da GE)

60anos, Estados Unidos

FRANÇOIS HOLLANDE

(Presidente da França) | 62 anos, França

REX TILLERSON

(CEO da ExxonMobil)

64anos, Estados Unidos

CHRISTINE LAGARDE

(Diretora-gerente do FMI)

60anos, França

LLOYD BLANKFEIN

(CEO do Goldman Sachs)

62 anos, Estados Unidos

WARREN BUFFETT

(CEO da Berkshire Hathaway)

86anos, Estados Unidos

SALMAN BIN

ABDULAZIZ AL SAUD

(Rei da Arábia Saudita)

80 anos, Arábia Saudita

O monarca saudita enfrenta um panorama econômico instável, reforçado pelos preços baixos do petróleo e por uma guerra dispendiosa no Iêmen. No início de janeiro, seu regime executou 47 pessoas, inclusive um conhecido dissidente.

CARLOS SLIM HELU

(Presidente do Conselho do Grupo Carso)

76 anos,México

ALI HOSSEINI

KHAMENEI

(Líder supremo do Irã)

77 anos, Irã

JAMIE DIMON

(CEO do JPMorgan Chase)

60anos, Estados Unidos

BENJAMIN NETANYAHU

(Primeiro-ministro de Israel)

67 anos, Israel

THERESA MAY

(Primeira-ministra do Reino Unido)

60 anos, Reino Unido

NARENDRA MODI

(Primeiro-ministro da Índia)

66 anos, Índia

Há pouco tempo, o líder populista da Índia substituiu as duas cédulas de valor mais alto do país, numa tentativa de reduzir a lavagem de dinheiro e a corrupção, o que criou um frenesi generalizado para trocar as notas.

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JAY Y. LEE

(Vice-presidente do Conselho da Samsung)

48 anos, Coreia do Sul

Em 2016, a Samsung sofreu com o Galaxy Note 7, que explodia, e com o recall de lavadoras de roupas. Mesmo assim, as ações subiram 40%. Em fevereiro de 2017, foi preso acusado de corrupção.

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AKIO TOYODA

(CEO da Toyota) | 60 anos, Japão

ANTÓNIO GUTERRES

(Secretário-geral das Nações Unidas) | 67 anos, Portugal

O recém-empossado secretário-geral já foi primeiro-ministro de Portugal e alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados, experiência de que ele necessitará, se quiser ajudar a aliviar a crise dos imigrantes em curso na Europa.

SHINZO ABE

(Primeiro-ministro do Japão) 62 anos, Japão

MUKESH AMBANI

(Presidente do Conselho da Reliance Industries) 59 anos, Índia

KHALIFA BIN

ZAYED ALNAHYAN

(Presidente dos Emirados Árabes Unidos) | 68 anos, Emirados Árabes Unidos

SERGEY BRIN

(Cofundador e presidente do Conselho da Alphabet) | 43 anos, Estados Unidos

TIM COOK

(CEO da Apple) | 56 anos, Estados Unidos

LI KA-SHING

(Presidente do Conselho da Hutchison Whampoa)

88 anos, Hong Kong

LARRY FINK

(CEO da BlackRock)

64 anos,Estados Unidos

RUPERT MURDOCH

(Presidente do Conselho da News Corp) | 85anos,Estados Unidos

CHARLES KOCH

(CEO da Koch Industries)

81 anos, Estados Unidos

O bilionário e megadoador de campanhas políticas não apoiou nenhum dos dois principais candidatos presidenciais em 2016, comparando essa escolha a optar entre “câncer e ataque cardíaco”.

DOUG MCMILLON

(CEO do Walmart)

50anos, Estados Unidos

JACK MA

(Presidente do Conselho do Alibaba)

52 anos, China

TRAVIS KALANICK

(CEO do Uber)

40 anos, Estados Unidos

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Veja a lista completa, com 74 nomes, no site forbes.com.br

Referências

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