ESCOLA PRÁTICA DE POLICÍA
CURSO DE FORMAÇÃO DE AGENTES
Direitos Fundamentais e Cidadania
Direitos Fundamentais e Cidadania
Temas a abordar:
Os Direitos Fundamentais na Constituição Portuguesa
Art.º 23.º (Provedor de Justiça).
Direitos Fundamentais e Cidadania
Artigo 23.º
(Provedor de Justiça)
1 – Os cidadãos podem apresentar queixas por acções ou omissões dos poderes públicos ao Provedor de Justiça, que as apreciará sem poder decisório, dirigindo aos órgãos competentes as recomendações necessárias para prevenir e reparar injustiças.
2 – A actividade do Provedor de Justiça é independente dos meios graciosos e contenciosos previstos na Constituição e nas leis.
3 – O Provedor de Justiça é um órgão independente, sendo o seu titular designado pela Assembleia da República, pelo tempo que a lei determinar.
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Artigo 23.º (Provedor de Justiça)
O Provedor de Justiça é um elo de ligação entre os cidadãos e o
Poder;
Não tem poderes de decisão – por isso, não ordena, não impõe, nem constrange os poderes públicos;
Mas, sugere, convence pela força da razão, persuade pela boa
fundamentação das posições assumidas em defesa dos direitos fundamentais dos cidadãos.
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Artigo 23.º (Provedor de Justiça)
Por isso, o seu dever é estar, sempre e esforçadamente, ao lado daqueles cujas queixas e reclamações são suportadas pelo Direito ou apoiadas pela Justiça.
Qualquer cidadão que se sinta injustiçado por acções ou omissões levadas a cabo pela Administração Pública, poderá recorrer ao Provedor de Justiça para averiguar a legalidade do acto de que foi alvo.
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Artigo 23.º (Provedor de Justiça)
O Provedor de Justiça é uma entidade independente em termos de autonomia decisória relativamente aos tribunais e ao Ministério Público, ou seja, em relação ao poder judicial representado pelo Estado.
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Artigo 23.º (Provedor de Justiça)
Legislação relativa ao Provedor de Justiça
Estatuto do Provedor de Justiça – Lei n.º 9/91, de 9 de Abril
(alterada pela Lei n.º 30/96, de 14 de Agosto e pela Lei n.º 52-A/2005, de 10 de Outubro)
Lei Orgânica da Provedoria da Justiça – Decreto-Lei n.º 279/93, de
11 de Agosto (alterado pelo Decreto–Lei n.º15/98, de 29 de Janeiro,
pelo Decreto-Lei n.º 195/2001, de 27 de Junho, e pelo Decreto-Lei n.º 72-A/2010, de 18 de Junho)
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Artigo 23.º (Provedor de Justiça)
Âmbito de actuação do Provedor de Justiça
O Provedor de Justiça é, nos termos da Constituição, um
órgão do Estado eleito pela Assembleia da República, que tem por função principal a defesa e promoção dos direitos, liberdades, garantias e interesses legítimos dos cidadãos, assegurando, através de meios informais, a justiça e a legalidade do exercício dos poderes públicos.
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Artigo 23.º (Provedor de Justiça)
Âmbito de actuação do Provedor de Justiça
As acções do Provedor de Justiça exercem-se, nomeadamente, no âmbito da actividade dos serviços da administração pública central, regional e local, das Forças Armadas, dos institutos públicos, das empresas públicas ou de capitais maioritariamente públicos ou concessionárias de serviços públicos ou de exploração de bens do domínio público.
Direitos Fundamentais e Cidadania
Âmbito de actuação do Provedor de Justiça
Artigo 23.º (Provedor de Justiça)
A actividade do provedor de Justiça pode igualmente ser exercida por iniciativa própria e é independente dos meios graciosos e contenciosos previstos na Constituição e nas leis.
Direitos Fundamentais e Cidadania
Artigo 23.º (Provedor de Justiça)
O Provedor de Justiça é designado pela Assembleia da República por maioria de dois terços dos deputados presentes, desde que superior à maioria absoluta dos deputados em efectividade de funções.
O Provedor de Justiça toma posse perante o Presidente da Assembleia da República e é eleito por quatro anos, podendo ser reeleito apenas uma vez, por igual período.
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Artigo 23.º (Provedor de Justiça)
O provedor de Justiça não responde civil ou criminalmente
pelas recomendações, reparos ou opiniões que emita ou pelos actos que pratique no exercício das suas funções.
O provedor de Justiça não pode ser detido ou preso sem autorização da Assembleia da República, salvo por crime punível com a pena de prisão superior a três anos e em flagrante delito.
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Artigo 23.º (Provedor de Justiça)
No sentido de tomar uma correcta
decisão, o Provedor de Justiça
deve ser
auxiliado
pelos Órgãos e Agentes da
Administração Pública.
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Artigo 23.º (Provedor de Justiça)
Poderes do Provedor de Justiça
Tem permissão para aceder a locais geralmente vedados ao público, efectuar inspecções à actividade administrativa do Estado, investigações, inquéritos e recolha de provas.
O provedor de Justiça não tem competência para anular, revogar ou modificar os actos dos poderes públicos e a sua intervenção não suspende o decurso de quaisquer prazos, designadamente os de recurso hierárquico e contencioso.
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Artigo 23.º (Provedor de Justiça)
Poderes do Provedor de Justiça
Ficam excluídos dos poderes de inspecção e fiscalização do provedor de Justiça os Órgãos de Soberania, as Assembleias legislativas Regionais e os Governos próprios das Regiões Autónomas, com excepção da sua actividade administrativa e dos actos praticados na superintendência da Administração.
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Artigo 288.º
(Limites materiais da revisão)
As leis de revisão constitucional terão de respeitar:
a) A independência nacional e a unidade do Estado; b) A forma republicana de governo;
c) A separação das Igrejas do Estado;
d) Os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos;
Artigo 288.º (Limites materiais da revisão)
Direitos Fundamentais e Cidadania
A Constituição da República Portuguesa prevê dois tipos revisões constitucionais:
De cinco em cinco anos, desde a última revisão (art. 284.º n.º 1, da CRP);
Por iniciativa da Assembleia da República, por maioria de quatro quintos de deputados em efectividade de funções (art. 284.º n.º 2, da CRP).
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Artigo 288.º (Limites materiais da revisão)
As revisões constitucionais não podem ter um âmbito indeterminado, estando devidamente limitadas nos termos do artigo 288.º da Constituição.
Qualquer revisão constitucional que não observe o disposto do artigo anterior colidiria com os DLG’s dos cidadão – não só os da alínea d), do artigo acima referido.
Não pode ser praticado nenhum acto de revisão constitucional na
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Artigo 288.º (Limites materiais da revisão)
As revisões constitucionais, de entre outros limites materiais,
terão de salvaguardar os DLG’s.
Desta forma, os DLG`s previstos na Constituição encontram-se
protegidos, sem prejuízo destes serem alvo de “alargamentos”, por
força da emergência de novos acordos, convenções ou tratados os quais o Estado português tenha sido signatário e que não colidam
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Os Direitos Fundamentais na Constituição Portuguesa
Art.º 284.º (Competência e tempo de revisão).
A dupla protecção dos DLG`s (Art.ºs 2.º, 9.º e 272.º
da CRP)
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Artigo 284.º
(Competência e tempo de revisão)
1 – A Assembleia da República pode rever a Constituição
decorridos cinco anos sobre a data da publicação da última lei de revisão ordinária.
2 – A Assembleia da República pode, contudo, assumir em qualquer momento poderes de revisão extraordinária por maioria de quatro quintos dos Deputados em efectividade de funções.
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Artigo 284.º (Competência e tempo de revisão)
Competência para a Revisão Constitucional
A
competência
para a revisão constitucional é da
Assembleia da República
(art. 284.º, nº 1 e 2, da CRP);
A
iniciativa
da revisão constitucional compete aos
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Artigo 284.º (Competência e tempo de revisão)
Competência para a Revisão Constitucional
As
alterações da Constituição
são aprovadas por maioria
de
dois terços dos Deputados
em efectividade de funções
(art. 286.º, n.º 1, da CRP);
O Presidente da república
não pode recusar
a
promulgação da lei de revisão constitucional – excepção ao
direito de veto presidencial (art. 286.º, n.º 3, da CRP).
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Artigo 284.º (Competência e tempo de revisão)
Tempo de Revisão Constitucional
A Constituição da República Portuguesa
prevê dois tipos
revisões constitucionais;
Cinco em cinco anos
, desde a última revisão – revisão
ordinária (art. 284.º n.º 1, da CRP);
Por maioria de
quatro quintos de deputados
em
efectividade de funções - revisão extraordinária (art. 284.º
n.º 2, da CRP).
Direitos Fundamentais e Cidadania
A Dupla Protecção dos DLG´s
De que forma os
Direitos, Liberdades e
Garantias
estão
duplamente
Direitos Fundamentais e Cidadania
A Dupla Protecção dos DLG´s
Ao Estado cabe não só a protecção passiva dos DLG´s, mas também e fundamentalmente a protecção activa;
Protecção Passiva – através da criação de normas e baseando a sua soberania “…no respeito e na garantia de efectivação dos direitos e
liberdades fundamentais…” (art. 2.º da CRP);
Protecção Activa – definindo como tarefa do estado “…garantir os
direitos e liberdades fundamentais…”(art. 9.º da CRP); e atribuindo à
polícia a obrigação de garantir os direitos dos cidadãos e ainda limitando as medidas de polícia (art. 272.º da CRP)
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A Dupla Protecção dos DLG´s
Artigo 272.º, n.º 2, da CRP
As Medidas de Polícia são as que constam na Lei (Princípio da legalidade e tipicidade) – Primeira protecção;
E só podem ser utilizadas na medida do estritamente necessário (Princípios da adequabilidade, proporcionalidade ou proibição do excesso e necessidade) – Segunda protecção.
A Dupla Protecção dos DLG´s
Direitos Fundamentais e Cidadania
Artigo 272.º, n.º 2, da CRP
Desta forma os Direitos Fundamentais dos cidadãos estão duplamente protegidos, através das garantias oferecidas pelos
princípios da legalidade e tipicidade, no sentido em que obriga a
Polícia (Forças e Serviços de Segurança) a usar as medidas de polícia que constam na lei e não outras.
O uso de medidas diversas das que constam da lei, serão
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A Dupla Protecção dos DLG´s
Artigo 272.º, n.º 2, da CRP
Temos também as garantias oferecidas pelos princípios da
adequabilidade, proporcionalidade ou proibição do excesso e necessidade, em que apenas permite o uso dessas medidas no
estritamente necessária, ou seja, de forma não excessiva.
Excessos esses, que se fossem permitidos, poderiam igualmente lesar gravemente os Direitos Fundamentais dos cidadãos.
OBRIGADO PELA ATENÇÃO
OS DOCENTES:
Euclides Santos - Téc. Sup.
Catarina Batista - S/Com
O COORDENADOR: