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Academic year: 2021

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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

ANALISE MARIA DALBEM

O USO DO PSICOTRÓPICO AFETAMINA POR CAMINHONEIROS E

O RISCO DE ACIDENTES

MACEIÓ - AL

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ANALISE MARIA DALBEM

O USO DE PSICOTRÓPICOS POR CAMINHONEIROS E O RISCO DE ACIDENTES

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

Orientador: Prof. Dr. Liércio Pinheiro de Araújo

MACEIÓ - AL 2014

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ANALISE MARIA DALBEM

O USO DE PSICOTRÓPICOS POR CAMINHONEIROS E O RISCO DE ACIDENTES

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

APROVADO EM ____/____/____

__________________________________________________ PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO

ORIENTADOR:

__________________________________________________ PROF.DR. MANOEL FERREIRA DO NASCIMENTO FILHO

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________ PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA

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DEDICATÓRIA

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AGRADECIMENTOS

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Parece improvável que a humanidade em geral seja algum dia capaz de dispensar os “Paraísos Artificiais”...

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RESUMO

Frequentemente vemos em revistas e jornais o envolvimento de caminhoneiros em graves acidentes de trânsito. Isso não é de se estranhar, uma vez que os caminhoneiros enfrentam, geralmente, longas viagens, e para cumprir sua rota em um período de tempo relativamente curto é necessário viajar durante a noite, o que já torna o ato de dirigir mais perigoso. Associado às dificuldades noturnas, o caminhoneiro encontra um novo adversário, a saber, o sono. Para vencê-lo, muitas vezes, ele faz uso de psicotrópicos, substâncias utilizadas para não dormir mas que, muitas vezes, acaba influenciando acidentes. Nosso trabalho objetivou analisar se caminhoneiros que fazem uso de psicotrópicos são realmente mais susceptíveis a acidentes quando comparados àqueles que não o fazem. Para tanto, foram realizados cinco estudos de caso, sendo dois com caminhoneiros que utilizam psicotrópicos e outros três com caminhoneiros que não utilizam. Os sujeitos responderam a um questionário contendo perguntas objetivas e discursivas acerca das suas viagens noturnas.O resultado desse estudo aponta que os caminhoneiros que não fazem uso da substância, apesar de passarem por situações de risco, apresentam-se mais alertas que os demais. Embora os psicotrópicos os mantenha acordados, os caminhoneiros, pelo excesso de cansaço, não conseguem manter-se focados, o que pode refletir na forma como reagem às dificuldades de dirigir à noite.

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ABSTRACT

Often we see in magazines and newspapers truckers’ involvement in serious accidents. This is not surprising, since the truckers face usually long trips, and to fulfill its route in a relatively short period of time is required to travel during the night, which already makes driving more dangerous. Difficulties associated with the night, the trucker meets a new adversary, namely sleep. To beat him often, he makes use of psychotropic substances used not to sleep but often ends up influencing accidents. Our study aimed to examine whether truckers who use psychotropic drugs are actually more susceptible to accidents when compared to those who do not. Thus, we conducted five case studies, two with truckers who use psychotropic and three others with truckers who do not use. The subjects answered a questionnaire and objective discourse about their overnight trips. The result of this study shows that truckers who do not use the substance despite passing through risky situations present themselves more alert than others. Although psychotropic keep them awake, truckers, excessive tiredness, can‘t stay focused, which may reflect on how they react to difficulties driving at night.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 01: Horas de sono por dia dos caminhoneiros em porcentagem. ... 32 Gráfico 02: Relação entre horas de sono e o uso de anfetaminas dos

caminhoneiros que tiveram envolvimento em acidentes. ... 33 Gráfico 03: Comparação entre horas de sono entre caminhoneiros que fazem

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Acidentes caminhões/Veículos de cargas – Rodovias Federais 2004 – 2007. ... 18 Tabela 02: Anfetamina disponível no mercado e seus nomes comerciais. ... 23 Tabela 03: Dados dos sujeitos da pesquisa. ... 31

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 15

2.1 O Trânsito Brasileiro e a Atuação do Psicólogo do Trânsito ... 15

2.2 Transporte de Cargas Pesadas no Brasil ... 17

2.2 Os Psicotrópicos ... 19

2.3 Uso de Psicotrópicos por Caminhoneiros ... 24

2.4 Acidentes Causados pelo uso de Psicotrópicos ... 26

3 MATERIAIS E MÉTODOS ... 29

3.1 Ética ... 29

3.2 Tipo de Pesquisa ... 29

3.3 Universo ... 29

3.4 Sujeitos da Amostra ... 29

3.5 Instrumentos de Coleta de Dados ... 30

3.6 Plano para Coleta de Dados ... 30

3.7 Procedimentos para Análise de Dados ... 30

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 31

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 37

REFERÊNCIAS ... 38

APÊNDICE ... 40

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1 INTRODUÇÃO

Nosso trabalho trata-se de uma análise realizada com cinco caminhoneiros que trafegam por semanas inteiras a fim de entregar grandes cargas de mercadorias. Os caminhoneiros vêm se envolvendo, cada vez mais, em acidentes de trânsito, os quais geralmente têm consequências mais devastadoras que outros acidentes que envolvem carros de passeio, refletindo de forma negativa tanto na economia quanto na sociedade. Pretende-se, com nosso trabalho, verificar se os psicotrópicos, mais conhecidos como anfetaminas, drogas utilizadas pelos motoristas para evitar o sono, tornam o caminhoneiro mais susceptível aos acidentes de trânsito.

Os jornais impressos e telejornais demonstram que o número de acidentes envolvendo caminhoneiros tem crescido no país e, constantemente, se relaciona o uso de drogas, frequente e principalmente denominando-as de rebite ou arrebite, às falhas do motorista. Esse fato chama-nos a atenção e, diante disso, surge a indagação: o que é o rebite? Qual o seu efeito? Ele está realmente relacionado aos acidentes de trânsito? Buscando respostas, chegamos aos psicotrópicos e a hipótese de que os caminhoneiros que os utilizam, devido aos efeitos dessas substâncias, perdem, de certa forma, o controle sobre o seu corpo e, consequentemente, tornam-se mais susceptível a acidentes de trânsito.

A assessoria de imprensa do Trânsito Seguro aponta que no ano de 2004, no Brasil, ocorreram 40.104 acidentes de trânsito envolvendo caminhões. Desses, 11.369 apresentaram vítimas, das quais 1.981 foram fatais. Em 2007, ainda segundo o mesmo estudo, o número de acidentes foi de 45.897, o número de feridos foi de 11.997 e o de mortos foi de 2.393. Esses dados apontam um aumento considerável no número de acidentes envolvendo caminhões no Brasil.

Para Júnior (2011), médico e diretor de comunicação e do Departamento de Medicina Ocupacional da ABRAMET - Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, as chances de que corra óbito em um acidente de trânsito envolvendo caminhões é sete vezes maior que em outros acidentes. Segundo ele, no ano de 2008 60.558 acidentes nas rodovias brasileiras envolveram caminhões. Para o autor, 93% desses acidentes ocorrem por alguma falha humana e o uso de drogas está intimamente ligado aos acidentes de trânsito em geral.

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Um artigo publicado no site Via certa Natal, de Rio Grande do Norte, aponta que o arrebite era a droga mais utilizada nas últimas quatro décadas por caminhoneiros para manter o sono afastado, podendo, assim, dirigir por mais tempo. Contudo, desde os anos 2000, segundo o estudo, a cocaína passou a ser incorporada pela prática dos caminhoneiros, que passaram a utilizá-la também quando não estão dirigindo como consequência do seu efeito viciante. O álcool, droga lícita, embora proibida enquanto dirige, é também utilizada por motoristas que vão de encontro com a legislação e colocam em risco tanto a sua vida quanto a dos demais sujeitos que fazem arte do trânsito brasileiro.

Estudos apresentados no 22º Congresso da Academia Internacional de Medicina Legal (IALM), a maioria dos caminhoneiros que se envolveram em acidentes do período entre 2008 e 2010 em estradas que rumam às Minas Gerais utilizavam psicotrópicos. O trabalho aponta que dos 216 sujeitos, mais de 51% utilizavam anfetaminas e, desses, 86% dirigiam entre 13 e 17 horas ininterruptas. Segundo eles, as horas destinadas ao sono são, geralmente, menos de cinco por dia.

De acordo depoimento de caminhoneiros que contribuíram com a pesquisa, eles não percebem quando o efeito da droga passa, e simplesmente dormem ao volante, como aponta um dos sujeitos da pesquisa que dirigiu por três dias sem parar e, ao acordar, estava todo “cortado” e sentindo muita dor, quando percebeu que estava entre os destroços do seu caminhão e da traseira da carreta na qual bateu.

Com isso, percebemos quão importante é analisar a relação entre o uso de psicotrópicos por caminhoneiros e os acidentes de trânsito nos quais eles estão envolvidos, evidenciado as influências negativas causadas pela substância na saúde do motorista.

Nosso estudo objetivou conhecer as chances que um caminhoneiro sob efeito de psicotrópicos apresenta de se envolver em acidentes quando comparado a um caminhoneiro que não faz uso desse tipo de substância. Para isso, depois de fazermos uma breve análise da literatura existente acerca da situação do trânsito brasileiro, bem como da atuação do psicólogo de trânsito, buscamos explicar o que são os psicotrópicos e a forma como eles atuam sobre o nosso corpo. Em seguida, fizemos uma análise na escassa literatura acerca dos acidentes de trânsito com envolvimento de caminhoneiros, sobretudo quando sob o efeito da substância em

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evidência. Por fim, foi realizada uma pesquisa de campo com cinco caminhoneiros, a fim de conhecer suas rotinas e práticas quando estão trabalhando, podendo relacionar a ocorrência de acidentes ao uso de psicotrópicos.

Este trabalho trará contribuições à sociedade, uma vez que constitui uma importante fonte de dados acerca da situação vivida pelos caminhoneiros, graças a uma crescente necessidade de produção e negligência dos empregadores que, visando atingir metas, induz o caminhoneiro a trabalhar de forma precária, se submetendo a longas jornadas de trabalho, o que o obriga, muitas vezes, a recorrer a substâncias psicotrópicas.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 O Trânsito Brasileiro e a Atuação do Psicólogo do Trânsito

Antes de adentrarmos em qualquer que seja nosso objeto de estudo, precisamos compreender o que ele é. O trânsito é definido por Vasconcelos (1998) como o deslocamento de todo e qualquer veículos – ônibus, carro de passeio, bicicletas, motocicletas, carroças puxadas por animais, caminhões, carretas, etc. – e de pedestres, seja pelas vias públicas ou por calçadas. Com esse movimento constante, é comum e aconteçam desentendimentos entre pessoas ou mesmo choque de veículos, uma vez que a frota cresce muito rápido no país.

As grandes cidades apresentam problemas de trânsito proporcionais a sua amplitude, uma vez que seu funcionamento depende da movimentação das pessoas. Toda essa movimentação reflete de forma negativa na vida das pessoas, no caso de umas mais do que em outras. Isso ocorre pela necessidade que se tem em chegar rápido ao trabalho, escola ou qualquer outro lugar. A pressa atrapalha as pessoas, causando, muitas vezes, conflitos que trazem como resultante vítimas.

Devemos ressaltar que um fator que contribui consideravelmente para a ocorrência de conflitos no trânsito é a própria diversidade que existe entre as pessoas. De acordo com a personalidade apresentada por um sujeito, esse reage de forma distinta frente às situações impostas. Tal afirmação pode ser comprovada facilmente se dermos olhada nos fatos que ocorrem diariamente no transito brasileiro, para ilustrar, podemos citar o caso que recentemente chamou a atenção do país, ganhando destaques em telejornais de nível nacional e jornais impressos: uma médica, após uma discussão no trânsito, atropelou um casal de irmãos que estava indo para trabalho de motocicleta.

O estresse vivido pelo cidadão moderno implica diversos problemas relacionados à saúde. Para lidar com as constantes transformações ocorridas na contemporaneidade, o homem necessita do auxílio de diversos profissionais, dentre eles, o psicólogo. O trânsito, a cada dia que passa, mostra-se mais hostil ao homem, isso porque ele acompanha as transformações da sociedade. Assim, para lidar com as transformações vividas pelo trânsito, é necessário o auxílio de um profissional que contribua fazendo com que o homem consiga estabelecer um relacionamento saudável com os demais, de modo que todas as exigências e pressões por ele

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sofridas não tragam danos a sua saúde psíquica. Dessa forma, a sociedade precisa de acompanhamento de um profissional do trânsito, a saber, o psicólogo do trânsito.

O objeto de estudo da psicologia do trânsito é o próprio homem e seu comportamento no trânsito. Além disso, a psicologia do trânsito estuda todos os fatores que podem influenciar e/ou alterar esse comportamento, sejam eles internos ou externos (Conselho Federal de Psicologia, 2013). Em outras palavras, a psicologia do transito trabalha com o homem, com as vias e com o próprio veículo, a fim de analisar o comportamento do homem atendendo às exigências e critérios de uma pesquisa de caráter científico (ROZESTRATEN, 1988).

Segundo Rozestraten (1993), a psicologia do trânsito chega ao Brasil a fim de satisfazer uma necessidade do mercado de trabalho, mais precisamente de empresas privadas. O autor aponta que a crescente demanda por profissionais do trânsito (motoristas e motocicletas) qualificados, que valorizem suas obrigações na empresa, bem como as cargas e encomendas, considerando, principalmente, a confiança do cliente, obrigou as empresas a selecionar os funcionários mais eficientes e que, para isso, é necessário a se buscar um profissional qualificado, que atua baseado no método científico, a saber, o psicólogo do trânsito.

O psicólogo do trânsito é um profissional que utiliza-se dos métodos científicos para se chegar a respostas às problemáticas observadas no trânsito. Para tanto, ele precisa investigar a fundo os problemas vividos pela sociedade aos quais ele se propôs a analisar, a fim de compreender o comportamento do homem frente ao trânsito e apresentar possíveis formas de cessar, ou pelo menos amenizar, tais problemas.

No Brasil, o número de acidentes de trânsito tem crescido consideravelmente. Essa informação é facilmente explicada; como sugere Araújo et al (2008), como o Brasil está inserido na lista de países em desenvolvimento, é comum que a população apresente condições financeiras melhores – não que a população brasileira, no geral, tenha uma boa renda familiar, mas, comparando-se com situações anteriores, podemos observar uma melhora na condição econômica da população – e, consequentemente, tenha meios de adquirir um transporte automotivo, seja por financiamento, através de empréstimo bancário ou mesmo a vista. O fato é que esse acesso proporciona um aumento na frota de veículos no país, contudo, cada vez mais, estão indo às ruas brasileiras motoristas despreparados.

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Contamos, atualmente, com uma frota muito grande e vias mal sinalizadas e em condições precárias – esburacadas e sem fiscalização. Associado a isso, a multiplicidade de personalidades e, consequentemente, de valores incorporados pelos diversos motoristas representam um agravante da situação caótica do trânsito brasileiro. Além disso, as obrigações impostas pelo sistema capitalista nos obriga a viver no “modo acelerado”, o que culmina em falta de cautela em diversas áreas, inclusive no trânsito. Não é incomum vermos uma mãe, enquanto dirige levando os filhos para a escola antes de ir ao trabalho falando ao telefone com uma secretário ou mesmo resolvendo problemas com outras pessoas. Essa situação ilustra perfeitamente o que acabamos de afirmar.

O Brasil é considerado um dos países com o pior trânsito do mundo, segundo aponta os dados da Organização Mundial de Saúde (2007), nos quais o país ocupa o quinto lugar no ranque de mortes no trânsito. Um ponto a ser sublinhado é o impacto que esses acidentes causam. Geralmente, ao falarmos de acidentes no trânsito, sobretudo quando há óbito, de imediato pensamos na vítima e na sua família, que acompanha todo o drama ou mesmo tem que lidar com a dor da perda. Esquecemos que esse tipo de acidente não se resume a isso, ele afeta também a economia e hoje constitui um problema de saúde pública no Brasil (TRÂNSITO SEGURO, 2009).

Um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA (2011), um acidente de trânsito, no Brasil, mesmo que não apresente vítimas, tem um custo de R$16.840,00; no caso de vítimas não fatais, o custo médio é de 80.032,00 e, em acidentes com mortes, o valor sobe para R$418.341. Diante desses números, podemos ter uma ideia de como esses acidentes refletem na economia do país.

Segundo Júnior (2011), a principal causa dos acidentes de trânsito é a falha humana. O autor aponta que 93% dos acidentes são causados por “jornadas longas, lapso de atenção, déficit de atenção, falta de concentração, fadiga, sono, desobediência a sinalização, velocidade acima do permitido e drogas”.

2.2 Transporte de Cargas Pesadas no Brasil

Atualmente, o Brasil conta com uma frota de três milhões de caminhões e carretas (JÚNIOR, 2011). Segundo o autor, em um acidente envolvendo esse tipo de

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transporte, a chance de se ter um óbito é sete vezes maior do que em outros acidentes. E mais, a cada acidente, como sugere Júnior (2011), existe um “profissional do volante” envolvido.

Como vimos, no ano de 2007 tivemos um índice de 45.897 acidentes envolvendo caminhões aqui no Brasil (TRÂNSITO SEGURO, 2009). Segundo Júnior (2011), cerca de 83% dos caminhoneiros são autônomos, o que implica dizer que esses profissionais não contam com o amparo de saúde, nem tem todo o suporte necessário à sua prática. Além disso, longas jornadas de trabalho são características desses trabalhadores, uma vez que sua renda é baseada na produção, não tendo um valor fixo com o qual contar. Isso faz com que o caminhoneiro se submeta a situações de risco para aumentar sua produção e, consequentemente, a renda mensal. Além disso, para conter despesas, a manutenção do veículo dificilmente é realizada com a periodicidade necessária, o que representa mais um problema a refletir na segurança dos caminhoneiros, bem como dos demais usuários das vias.

Ainda segundo o autor, no ano de 2009, os acidentes envolvendo caminhões nas rodovias federais brasileiras correspondem a 25% do total de acidentes nessas rodovias, gerando prejuízos tanto materiais quanto humanos. Esses dados nos alertam para a necessidade de se buscar conhecer o motivo desse aumento, bem como uma possível solução para a diminuição dessas taxas. Na tabela 01 temos um resumo dos acidentes de trânsito envolvendo caminhões nas vias federais nos anos de 2004 e 2007.

Tabela 01: Acidentes caminhões/Veículos de cargas – Rodovias Federais 2004 – 2007.

CATEGORIA 2004 2007 Aumento %

TOTAL DE ACIDENTES SEM VÍTIMAS 28.735 31.507 +9,64

TOTAL DE ACIDENTES COM FERIDOS 9.391 11.997 +27,74%

TOTAL DE ACIDENTES COM MORTOS 1.981 2.393 +20,79%

TOTAL DE ACIDENTES 40.107 45.833 +14,27

TOTAL DE FERIDOS 17.739 21.211 +19,57

TOTAL DE MORTOS 2.666 3.124 +17,17

TOTAL DE VEÍCULOS ENVOLVIDOS 73.005 83.749 +14,71

VÍTIMAS SOCORRIDAS PELA PRF 2.074 2.629 +26,75%

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Esse resumo dos casos de acidentes foi publicado no site Transito Seguro, no ano de 2009 e nos confirma que o número de casos de acidentes de trânsito envolvendo caminhoneiros está em crescimento, alertando-nos para a necessidade de estudos acerca das causas e possíveis soluções para esse problema. Contudo, como aponta Chagas (2011), a quantidade de acidentes de trânsito ultrapassa os números dos quais temos conhecimento, uma vez que a coleta de dados não ocorre em todos os casos, além de apresentarem falhas. Além disso, segundo o IPEA (2003), o trânsito brasileiro apresenta características particulares, o que dificulta o uso de dados obtidos em estudos fora do país como referência.

2.2 Os Psicotrópicos

Antes de compreendermos o que são as drogas psicotrópicas, precisamos antes abandonar o conceito de droga que temos baseado no senso comum e, a partir de então, assumirmos seu verdadeiro conceito. Carlini et al (2001) define droga como sendo uma “entidade” ou conjunto de “entidades químicas” que agem alterando a função biológica do organismo, ou mesmo sua estrutura. A partir dessa definição, passamos a compreender o porque de as “drogas” serem utilizadas para a manutenção da saúde das pessoas: são elas as responsáveis pela alteração fisiológica dos organismos, o que a possibilita a “corrigir” o mal funcionamento de determinadas regiões do nosso corpo. Compreendido o que são drogas, podemos agora passar para o nosso tema: as drogas psicotrópicas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (1981), drogas psicotrópicas são que “agem no Sistema Nervoso Central produzindo alterações de comportamento, humor e cognição possuindo grande propriedade reforçadora sendo, passíveis de auto-administração” (OMS, 1981). Isso significa dizer que as drogas psicotrópicas causam dependência e seu uso não é sancionado pela lei.

É comum encontrarmos estudos acerca das anfetaminas, uma vez que esse psicotrópico é largamente utilizado. As anfetaminas, segundo (CEBRID, 2012), são drogas fabricadas em laboratórios e encontradas em medicamentos vendidos aqui no Brasil. Devemos ressaltar que existem vários tipos de anfetaminas, as quais são fabricadas por diferentes laboratórios e vendidas sob diferentes nomes. Mas, como dizia anteriormente, os estudos sobre as anfetaminas são vastos uma vez que o arrebite, uma das principais drogas utilizadas por motoristas para inibir o sono, assim

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como as bolinhas consumidas por estudantes, tem como princípio ativo esse tipo de substância.

A classificação dos psicotrópicos mais utilizada é aquela proposta pelo francês Chalout, que a propôs uma divisão em três tipos, a saber, as depressoras, as estimulantes e as perturbadoras do Sistema Nervoso Central (SNC) (CARLINI et al, 2001).

Os psicotrópico depressores, também chamados de psicolépticos (CEBRID, 2012), são aqueles utilizados para diminuir a atividade do SNC. Esse tipo de droga é utilizada, por exemplo, em medicamentos para epilepsia, uma vez que o epilético apresenta uma atividade do Sistema Nervoso Central muito acima do normal (CARLINI et al, 2001). Outros exemplos de depressores são o álcool, soníferos ou hipnóticos, como os barbitúricos e alguns dos benzodiazepínicos, os asiolíticos, como é o caso dos benzodiazepínicos, a exemplo, o diazepam e o lorazepam, e, por fim, os opiáceos ou narcóticos, que inibem a dor e tem como representante mais famoso a morfina (CEBRID, 2012).

Os estimulantes, ao contrário dos anteriores, inibem o sono, contudo, trás reações como o nervosismo e aumento da atividade motora (CARLINI et al, 2001), como é o caso da cocaína e dos anorexígenos, responsáveis pela perda de apetite, como, por exemplo, o dietilpropriona (CEBRID). Carlini et al (2001) alerta para os perigos da alta dosagem desse tipo de droga: alucinações e delírios.

Por fim, as perturbadoras provocam “mudanças qualitativas no funcionamento do SNS” (CARLINI et al, 2001). Segundo o autor, elas provocam delírios e alucinações, efeitos que são considerados anormais e, por isso mesmo, são largamente utilizadas entre meninos de rua. A CEBRID (2012) aponta que esse tipo de droga pode ser obtida tanto através de plantas, como é o caso da mescalina, extraída do cacto mexicano, do THC, proveniente da maconha, psilocibina, extraída de alguns cogumelos e do lírio, extraído de trombeteira, como também pode ser sintético, sendo produzida em laboratório, como é o caso do LSD-25 e do Êxtase, além dos anticolinérgicos, utilizado em medicamentos, que também tem origem vegetal. Além disto, os anticolinérgicos causam alucinações muito fortes e uma dos principais efeitos alucinórgicos é a certeza de estar sendo perseguido. Contudo, as visões e alucinações é algo muito subjetivo, assim, algumas pessoas vêem bichos ou mesmo santos quando sob o efeito da droga, o qual pode durar de 2 a 3 dias.

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Os psicotrópicos atuam diretamente no Sistema Nervoso Central. Antes de qualquer coisa, precisamos compreender como atua o SNV para podermos partir para a atuação das drogas sobre ele.

O Sistema Nervoso Central atua como a parte central de uma rede de empresas, ou seja, todas as informações que ocorrem em qualquer parte do nosso corpo leva informações ao SNS, onde essas informações são processadas e estimula o corpo a atuar de formas diversas, respondendo a cada estimulo recebido. Sua formação se dá através de neurônios, células interligadas que passam informações de uma para a outra. Entre essas células, existe uma fenda, denominada sináptica, onde ocorre a neurotransmissão, quando ocorre a transmissão de informação de um neurônio para o outro através dos neurotransmissores, substâncias químicas que levam a mensagem para o próximo neurônio através de uma área a qual chamamos de receptor (CARLINI et al, 2001). Deve-se ressaltar que cada receptor é “especializado” em um tipo de neurotransmissor, de forma que um receptor não pode receber outros tipos de neurotransmissores senão aqueles nos quais eles são especializados.

Sabendo como ocorre a “passagem de informações” de um neurônio para outro e como ocorre a atuação do Sistema Nervoso Centra, podemos compreender como atuam os psicotrópicos sobre o SNC.

Segundo Calini et al (2001), os psicotrópicos agem alterando as comunicações entre os receptores e transmissores d o efeito produzido varia de acordo com o neurotransmissor envolvido no processo. Segundo ele, um benzodiazepínico, que é um calmante, atua em um neurotransmissor chamado GABA, facilitando a comunicação entre ele e seu receptor. Da mesma forma, outras drogas atuam provocando “euforia, ansiedade, alucinação”, entre outros, incluindo a inibição do sono.

Segundo o CEBRID (2012), as principais características de uma pessoa sob efeito de anfetamínicos é a falta de apetite, a insônia, o excesso de energia e a rapidez com que ela fala – o indivíduos fala mais rápido que o comum. Por esses efeitos, os anfetamínicos são largamente utilizados por pessoas que querem perder peso rapidamente ou mesmo passar horas em atividade, sem precisar parar para descansar, como é o caso dos motoristas.

Ainda segundo o autor, as pessoas que ingerem anfetamina executa atividades por muito mais tempo sem se sentir cansada até horas depois que a

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droga foi eliminada do organismo, e se quando passado o efeito, é novamente ingerida, a energia volta, contudo, com menos intensidade. Esse fato é preocupante, uma vez que a droga vicia o organismo que, na sua ausência, sente um déficit de energia causando depressão no indivíduo, que não consegue mais executar as tarefas as quais estava habituado antes de usar a anfetamina.

Acordando com o que diz o autor, um artigo publicado no site Via Certa Natal baseado em estudo realizado sobre o uso de anfetamina por caminhoneiros aponta a possibilidade de dependência causada pelo uso da droga, além de pontuar alucinações e delírios como efeitos do seu uso e de afirmar que a anfetamina pode contribuir para a “exteriorização de impulsos agressivos”, em suas palavras temos:

As anfetaminas provocam dependência física e psíquica, podendo acarretar no organismo, com seu uso frequente, a tolerância à droga, assim como com a sua interrupção brusca, a síndrome de abstinência. Consumidas por via oral ou injetadas, são consideradas psicotrópicos estimulantes, por induzir a um estado de grande excitação e sensação de poder, facilitando a exteriorização de impulsos agressivos e incapacidade de julgar adequadamente a realidade. O uso prolongado pode provocar forte dependência, sendo que nos casos extremos podem surgir alucinações e delírios (VIA CERTA NATAL,2012).

Outro efeito importante das anfetaminas no nosso corpo é a dilatação da pupila. Tal efeito é prejudicial, principalmente aos motoristas, uma vez que eles ficam “mais ofuscados” pela luz que vem dos outros carros em sentido contrário ao seu. Além disso, elas ocasionam uma aceleração nos batimentos cardíacos (taquicardia) e aumento da pressão sanguínea, se apresentando como grande inimigo àquelas pessoas que apresentam problemas cardíacos ou de pressão, que ficam susceptíveis a problemas mais sérios (CEBRID, 2012).

Notamos, então, grande possibilidade de encontrarmos relação entre o uso da anfetamina e os acidentes do transito. Os efeitos acima descritos podem apresentar ligação com os acidentes uma vez que eles são agravantes para quem está dirigindo e precisa se manter atento, sobretudo a noite.

Outro efeito da anfetamina é a toxidade. Segundo o CEBRID (2012), quando a droga é ingerida em grande quantidade, o indivíduo apresenta todos os sintomas descritos de forma intensa e, a partir de então, assume um comportamento anormal, o qual é denominado delírio persecutório, caracterizado pela idéia de que está sendo perseguido e que estão conspirando contra ele. Segundo o autor, um estado de

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paranóia pode acometer o indivíduo dependendo da sua sensibilidade e da dose administrada, é a “psicose anfetamínica”.

Como foi dito anteriormente, por ser uma droga utilizada pelos laboratórios farmacêuticos na elaboração de medicamentos, a anfetamina pode ser facilmente adquirida em farmácias, o que torna fácil o seu consumo. Na tabela abaixo (Tabela 02), temos alguns tipos de anfetamina e o nome pelo qual ela é chamada no mercado:

Tabela 02: Anfetamina disponível no mercado e seus nomes comerciais.

Anfetamina Nomes comerciais

Dietilpropiona ou Anfepramona Dualid S®; Hipofagin S®; Inibex S®; Moderine®

Fenproporex Desobesil-M®

Mazindol Fagolipo®; Absten-Plus®

Metanfetamina Pervitin®

Metilfenidato Ritalin

Fonte: CEBRID.. 2012.

No Brasil, o Pervintin® foi retirado do mercado, contudo, graças ao tráfico ilegal de drogas, é ainda encontrado no país, trazido por outros países sul-americanos (PORTAL ANTIDROGAS apud CEBRID, 2012). Esse é ainda um grande problema que deve ter maior atenção das autoridades do país, uma vez que o contrabando hoje alimenta o vício de muitos jovens, além de contribuir o consumo por parte dos caminhoneiros.

Segundo artigo publicado no site Via Certa Natal, a anfetamina foi sintetizada pela primeira vez no ano de 1887 e seu uso era relacionado ao combate da congestão nasal. Seu uso como revigorante está associado à Segunda Guerra Mundial, quando os soldados Americanos a utilizavam contra a fadiga e, para continuarem ativos e alerta por longos períodos.

Contudo, graças a sua utilidade terapêutica, a anfetamina passou a ser uma droga muito acessível e se popularizou, chegando às pessoas em geral – principalmente aos motoristas – que a utiliza, até hoje, para ficar “ligado” por muito tempo, e ter mais energia para agüentar os dias estressantes de excesso de trabalho. No caso dos motoristas, eles não precisam interromper sua atividade

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durante a noite e ganham algumas horas a mais do dia para produzir (SILVEIRA et al, 2009).

Como vimos, apesar desse efeito revitalizante das anfetaminas, elas trazem consigo um lado negativo que pode culminar em acidentes. Quando seu efeito vai passando, o motorista não percebe e, algumas horas depois de eliminada do organismo, o indivíduo adormece sem ter tempo nem de notar o cansaço chegando, o que ocasiona acidentes.

Apesar do risco, seu uso é muito comum entre os caminhoneiros. Para compreendermos melhor essa prática, é preciso que analisemos bibliografias e relatos anteriormente publicados acerca do tema.

2.3 Uso de Psicotrópicos por Caminhoneiros

Segundo Nascimento et al (2007), o uso de anfetaminas entre os caminhoneiros de estrada vem crescendo de forma alarmante e hoje constitui um grave problema de saúde pública. Os autores apontam que essa classe tem grande representatividade na economia do país, e o desafio de encontrar uma forma de controlar o uso abusivo das anfetaminas nesse meio é uma forma de contribuir não só para melhorar sua condição de trabalho, como também sua qualidade de vida.

Como vimos anteriormente, o uso de psicotrópicos, principalmente as anfetaminas, é uma prática comum entre motoristas. Por sua atuação sobre o sistema nervoso central, fazendo com que o sujeito passa muitas horas realizando uma mesma atividade sem se cansar ou precisar dormir, ela é largamente utilizada por caminhoneiros, profissionais que precisam fazer longas viagens, passando dias dirigindo, sem ter o descanso necessário. Essas drogas servem para “encurtar” o tempo da viagem, uma vez que o motorista, ao ingeri-la, passa mais horas dirigindo, uma vez que tem a necessidade de dormir reduzida. Assim, ele ganha tempo e, consequentemente, aumenta sua produção, gerando mais lucro e aumentando sua renda no final do mês.

Entre os caminhoneiros de estrada é muito comum o uso de anfetaminas para diminuir o sono e amenizar o cansaço em trajetos de longa distância. Em combinação a fatores socioeconômicos e intimação de entrega de carga em período prédeterminado, estes buscam pelo uso de anfetaminas para minimizar o sono e a ansiedade (MOREIRA e GADANI, 2009).

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Estudos realizados por Cerqueira et al (2011) apontam que 80% da população analisada faz uso de anfetaminas, mais especificamente da femproporex (Desobesin®), para inibir o sono. Segundo os sujeitos da pesquisa, a droga é obtida em bares e postos de gasolina na estrada. Já em estudos realizados por Moreira e Gadani (2009), 318 caminhoneiros entrevistados, mais de 96% utilizavam anfetaminas.

Em estudos publicados por Cerqueira et al (2011), foi constatado que cerca de 30% dos caminhoneiros entrevistados que afirmaram utilizar anfetaminas faziam uso há um período entre 5 e 10 anos, e 27% utilizavam a droga há pelo menos 20 nos. O que percebemos é que grande parte dos caminhoneiros já apresentam vívio em anfetaminas. Isso implica dizer que o uso da droga já não age de forma tão intensa, sendo necessário um alto consumo para que o organismo reaja da forma que o caminhoneiro espera, ou seja, amenizando o sono e o cansaço.

Outro dado preocupante foi trazido por Nascimento et al (2007). Os autores denunciam o uso de bebida alcoólica junto a anfetamina. Segundo os autores, o uso associado das duas drogas é realizado diariamente pelos caminhoneiros. Moreira e Gadani (2009) apontam que o álcool é utilizado para a ingestão da anfetamina, além disso, ele serve para potencializar e agilizar o efeito dessa, principalmente nas primeiras horas do dia. Isso nos mostra que os caminhoneiros que transitam pelas rodovias federais estão burlando duas leis simultaneamente, utilizando duas drogas que causam muitas mortes no transito todo ano, sem que haja preocupação com os fatos ou com as conseqüências dessa combinação.

Os resultados das pesquisas desses autores nos mostram que o uso de anfetaminas por caminhoneiros é mais alarmante do que imaginamos. A facilidade em obter os medicamentos a base dessas drogas faz com que seu uso seja algo comum, que faz parte da rotina de trabalho dessa classe. Nesse contexto, perguntamo-nos: estes caminhoneiros são informados acerca dos perigos que correm ao utilizar o “arrebite”? O mais impressionante é que o problema não é a falta de informação, mas a necessidade de se manter acordado para produzir o suficiente.

Em seu estudo, Moreira e Gadani (2009) perguntaram aos caminhoneiros se eles conheciam os efeitos negativos do uso de anfetaminas e os riscos que eles corriam ao utilizá-las. O resultado obtido pelas autoras foi surpreendente, uma vez que os caminhoneiros afirmam conhecer e até mesmo relatam problemas que

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tiveram por causa do uso da droga, contudo, eles ressaltam a necessidade de dormir o mínimo e produzir ao máximo:

Quanto ao conhecimento a respeito das conseqüências causadas com esse uso (Figura 4), dos 65% que relataram fazer o uso de “rebite”, 43% disseram não ter conhecimento sobre as conseqüências, já a maioria (57%) respondeu que tem esse conhecimento, mas pelo medo de perder frete, eles se arriscam, e vão de uma cidade a outra em 24 horas, percorrendo em média 2.200 km. E ainda, ao recusarem o cumprimento do horário do frete, outro se responsabiliza em fazê-lo e, assim, acabam perdendo dinheiro e ficam sujeitos à não serem mais contratados pelas empresas (MOREIRA e GADANI, 2009).

Percebemos, então, que o problema não se trata de falta de conhecimento, mas da falta de um compromisso do empregador com o trabalhador que, por não manter vínculo empregatício, se submete a situações de risco para garantir um acordo que lhe garantirá sua renda.

Ainda segundo Moreira e Gadani (2009), a maioria dos caminhoneiros utiliza as anfetaminas nos dias em que vão viajar, contudo, esse dado é preocupante, uma vez que essas viagens ocorrem quase sempre diariamente. É importante lembrar que o uso contínuo dessa droga leva à dependência, uma vez que essa prática acarreta na diminuição do efeito provocado pela tolerância ao fármaco.

Alguns motoristas justificam o uso de “arrebites” pelo fato de estar transportando cargas perecíveis, contudo, 65% dos motoristas que afirmaram usar a droga, no estudo realizado por Moreira e Gadani (2009), não transporta cargas desse tipo. Os caminhoneiros entrevistas apontam a necessidade de chegar dentro do prazo estabelecido como sendo o motivo do uso das anfetaminas.

2.4 Acidentes Causados pelo uso de Psicotrópicos

Como vimos acima, o uso abusivo das anfetaminas é algo comum na rotina dos caminhoneiros que transportam cargas perecíveis ou imperecíveis, mas que tem prazo para chegar ao destino. O uso da droga é algo tão corriqueiro que já tornou-se um vício para a maioria deles. Embora conheçam os riscos que correm pelo uso de anfetaminas, os caminhoneiros não dispensam seu uso quando visam “ganhar um frete” e, submetendo-se aos efeitos negativos da droga, eles arriscam não só as suas vidas, mas a vida de terceiros.

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Siqueira et al (2011) constatou que os efeitos colaterais apresentados pela amostra utilizada em seu trabalho foi vigília 36%, agitação e midríase 12%, sede 10%, alterações físicas 10%, taquicardia e sedação 8% e agressividade com 4%.Esses fatores podem influenciar na ocorrência de acidentes. Como vimos, a midríase – dilatação da pupila – é responsável pela dificuldade de enxergar bem, sobretudo a noite, uma vez que o caminhoneiro fica ainda mais susceptível a ser encandeado pelo farol de carros que venham no sentido oposto. No caso da taquicardia, quando o motorista tem predisposição a ter problemas cardíacos, ele terá mais chances de ter um ataque cardíaco, perdendo o controle do veículo. Além disso, a agressividade contribui consideravelmente para a ocorrência de acidentes muitas vezes propositais. Por fim, a sedação é responsável pelo efeito “apagão” que ocorre entre motoristas que acabam causando acidentes no trânsito.

Segundo Moreira e Gadani (2009), em seus estudos, grande parte dos caminhoneiros que utilizavam anfetaminas para dirigir por longos períodos só dormiam em média de 3 a 4 horas por dia, o que, segundo as autoras, aumenta as chances de acidentes, uma vez que pessoas que não dormem bem, tanto na quantidade necessária, como na qualidade do sono, normalmente apresentam respostas mais lentas aos estímulos externos e dificuldades de concentração em graus variados.

Acordando com Moreira e Gadan (2009), Nascimento et al (2007) encontrou em seus resultados uma ligação entre o uso de anfetaminas e o envolvimento em acidentes de trânsito. Com isso, percebemos que o fato de as anfetaminas diminuírem as horas de sono contribui para a ocorrência de acidentes, uma vez que menos horas de descanso implica maior chance de acidentes. Os autores afirmam ainda que, dentre os resultados apontados pela pesquisa, está o envolvimento de alguns caminhoneiros em acidentes que, segundo os entrevistados, está relacionado aos efeitos colaterais da droga. Segundo os autores,

O índice de acidentes relacionados ao uso de anfetaminas encontrado na presente pesquisa (27%) foi maiorque o relacionado ao consumo de álcool (17%). Isso sugere a necessidade de discutir esse problema nosmeios de comunicação para uma campanha mais informativa obre os riscos de ingestão dessas substânciasno período de trabalho (NASCIMENTO et al, 2007).

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Com isso, percebemos que o uso de anfetaminas constitui um forte fator que influencia no envolvimento de caminhoneiros em acidentes de trânsito, constituindo hoje um grave problema de saúde pública no Brasil e que por isso exige das autoridades maior fiscalização e controle do uso de medicamentos a base de tais substâncias.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Ética

A presente pesquisa segue as exigências éticas e científicas fundamentais conforme determina o Conselho Nacional de Saúde –CNS nº 196/96 do Decreto nº 93933 de 14 de janeiro de 1987 – a qual determina as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos

A identidade dos sujeitos da pesquisa segue preservada, conforme apregoa a Resolução 196/96 do CNS-MS, visto que, não foi necessário identificar-se ao responder o questionário. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

3.2 Tipo de Pesquisa

A realização deste trabalho foi baseado em uma pesquisa de bibliográfica seguira de uma pesquisa de campo. Os trabalhos publicados anteriormente e utilizados como embasamento teórico possibilitaram uma discussão acerca do uso das anfetaminas por caminhoneiros, bem como a forma como essa droga age no organismo, atuando sobre o sistema nervoso central.

3.3 Universo

A pesquisa de campo foi realizada com cinco motoristas de caminhão da cidade de Maceió – AL. Todos os caminhoneiros trabalham de forma autônoma e fretam seu caminhão para a entrega de cargas pesadas em qualquer região do país.

3.4 Sujeitos da Amostra

A amostra deu-se por conveniência quando lançou-se mão os caminhoneiros que prestam serviço para empresas de frete de transporte de cargas que estavam presentes no local onde esperam contato no dia da realização da visita de campo, a saber, 14 de outubro de 2013, na cidade de Maceió-AL.

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3.5 Instrumentos de Coleta de Dados

Construiu-se um instrumento estruturado, um questionário com perguntas objetivas e discursivas, composto por 15 perguntas, que abrange a caracterização dos sujeitos, cujas variáveis incorporadas tais como idade, tempo de profissão e tempo atuação como profissional do trânsito, uso de psicotrópicos e envolvimento em acidentes ou situações de risco.

3.6 Plano para Coleta de Dados

Na oportunidade, o questionário foi entregue pessoalmente aos caminhoneiros, que totalizavam 05 sujeitos, que concordaram em responder e participar da pesquisa. Os motoristas puderam optar pelo local onde responderiam o questionário: a) no local onde geralmente ficam esperando ser contactados para a entrega de cargas; b) na sua própria residência; c) em um endereço ao qual ele se dirigiria em um momento de folga. Contudo, todos os sujeitos da pesquisa optaram por responde-lo no local onde esperam seus possíveis clientes. Antes da realização do questionário, os caminhoneiros foram devidamente informados sobre os procedimentos para a realização da pesquisa, bem como sobre a sua participação na mesma. Os questionários foram respondidos e devolvidos para análise.

3.7 Procedimentos para Análise de Dados

Os dados foram tratados e analisados para o tratamento estatístico. Quanto à parte qualitativa recorreu se a análise de conteúdo enquanto técnica para dar sentido as falas dos sujeitos entrevistados.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nosso trabalho teve como base as respostas dadas por cinco caminhoneiros que tem como única função o frete para entrega de cargas pesadas para todo o Brasil. As primeiras nove perguntas foram direcionadas a todos eles, as últimas seis foi direcionada apenas àqueles que utilizam anfetaminas. Vejamos agora as respostas dadas pelos sujeitos da pesquisa e façamos uma análise das informações, comparando-as a outras de trabalhos anteriormente realizados.

Os cinco motoristas tem idade entre 39 e 66 anos de idade, um deles é viúvo e atualmente vive com uma parceira, contudo não são casado, outro é divorciado e os outros três são casados. Dos entrevistados, apenas um concluiu o ensino médio, os demais pararam os estudos ainda no ensino fundamental. Todos atuam como caminhoneiro há pelo menos 12 anos. Na tabela 03, podemos ver de forma organizada os dados pessoais dos entrevistados.

Tabela 03: Dados dos sujeitos da pesquisa.

Sujeito Idade Grau de

escolaridade Tempo de profissão (anos) Estado civil I 39 Médio 12 Casado II 41 Fundamental 15 Casado

III 42 Fundamental 14 Divorciado

IV 53 Fundamental 26 Casado

V 66 Fundamental 37 Viúvo

Fonte: Dados da pesquisa. Maceió/Al. 2013.

Quando perguntamos quantas horas de sono por dia eles dormiam, obtivemos as respostas variaram entre quatro e seis horas por dia. Esse período reservado para o sono encontra-se superior ao encontrado por Moreira e Gadani (2009), contudo, é inferior ao tempo mínimo necessários para a manutenção de uma vida saudável, que é, segundo especialistas, oito horas. Além disso, como afirmam os autores, uma pessoa que se submete a poucas horas de sono é propensa a se envolver em acidentes, uma vez que lhes falta a atenção necessária para dirigir de forma segura. No gráfico 01, observa-se o tempo de sono dos caminhoneiros que contribuíram para a realização desse estudo:

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Gráfico 01: Horas de sono por dia dos caminhoneiros em porcentagem.

Fonte: Dados da pesquisa. Maceió/Al. 2013.

A pergunta de número seis está também relacionada ao sono, o caminhoneiro já dormiu ao volante alguma vez. O resultado foi surpreendente: quatro dos cinco entrevistados afirmaram já ter dormido ou pelo menos ter a sensação de ter dormido ao volante alguma vez. Percebemos, então, que o sono está fortemente ligado a propensão de acidente, uma vez que as “cochiladas” bastam para que o motorista perca o controle do veículo e ocasione um acidente. E, com base na nossa pesquisa, 80% dos motoristas já dormiram ao volante.

Outro dado importante trazido pela pesquisa é referente à pergunta seguinte: três dos sujeitos que participaram do estudo já se envolveram em acidente de trânsito. Vale ressaltar que esses três caminhoneiros que já se envolveram em acidentes estão inclusos no grupo que afirmaram já ter dormido ao volante. Além disso, dois dos sujeitos que afirmaram ter se envolvido em acidentes fazem uso de anfetaminas, assunto abordado nas próximas perguntas. No gráfico 02, pode-se observar a relação entre os sujeitos que se envolveram em acidentes e a hora de sono dos mesmos, bem como o uso de anfetaminas:

40% 40% 20% 0%

caminhoneiros

4 horas 5 horas 6 horas

(33)

33

Gráfico 02: Relação entre horas de sono e o uso de anfetaminas dos caminhoneiros que tiveram envolvimento em acidentes.

Fonte: Dados da pesquisa. Maceió/Al. 2013.

As questões de número oito e nove dizem respeito ao uso e ao conhecimento acerca das anfetaminas. Como vimos, dois dos sujeitos utilizam esse tipo de droga e todos eles conhecem os efeitos negativos das anfetaminas, conhecidas pelos motoristas como arrebite. Como foi dito anteriormente, as questões de número dez a quinze restringiram-se àqueles que já fizeram uso de anfetaminas, portanto, nossa análise será,a partir de então, baseada nas respostas de dois caminhoneiros, os sujeitos II e V da tabela 03, anteriormente apresentada.

O sujeito II, de 41 anos de idade, casado e caminhoneiro há quinze anos afirmou que dorme aproximadamente quatro horas por dia, ou seja, metade do tempo recomendado por médicos. Da mesma forma, sujeito V, de 66 anos de idade, viúvo e caminhoneiro há trinta e sete anos dorme menos de cinco horas por dia. Comparando as horas de sono dos caminhoneiros que usam a anfetamina com os demais temos, gráfico 03

0 1 2 3 4 5 6 Sujeito II Sujeito IV Sujeito V Uso de anfetaminas Horas de sono

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Gráfico 03: Comparação entre horas de sono entre caminhoneiros que fazem uso e que não fazem uso de anfetaminas.

Fonte: Dados da pesquisa. Maceió/Al. 2013.

Ao perguntar onde eles conseguiram esse medicamento, ambos os sujeitos afirmaram conseguir em postos de gasolinas e em bares de estradas. Essa informação vai ao encontro com o que afirma Cerqueira et al (2011), em estudo semelhante realizado pelo autor os caminhoneiros também informaram obter as anfetaminas em postos de gasolina e bares nas estradas por onde trafegam.

A pergunta de número 11 diz respeito aos efeitos colaterais das anfetaminas. Ambos os caminhoneiros disseram senti-los e enumera: o sujeito II diz que, ao utilizar a droga, ele já sentiu agitação e midríase, além de sedação; já o sujeito V afirma ter tido taquicardia e agitação. Esses dados não contradizem àqueles apontados pelos estudos de Cerqueira et al (2011) e de Nascimento et al (2009), ambos apontaram que esses mesmos efeitos foram apresentados pelos sujeitos estudados por esses autores.

Ao analisarmos essas informações encontramos um paradoxo: as anfetaminas são utilizadas para inibir o sono, tornando o caminhoneiro vigilante, ativo e atento, contudo, o sujeito II aponta que teve sedação, efeito também encontrado por Siqueira et al (2011). O efeito sedativo, segundo o Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas (OBID), faz com que a atividade cerebral seja reduzida, causando a diminuição da consciência do sujeito. Diante dessa informação, podemos afirmar que as anfetaminas, uma vez que podem causar o efeito sedativo, podem atuar de forma contrária àquela esperada pelos caminhoneiros e, graças a isso, tornar um sujeito que encontra-se sob seu efeito mais susceptível a acidentes.

0 1 2 3 4 5 6 Sujeito I Sujeito II Sujeito III Sujeito IV Sujeito V

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35

Quando perguntamos se os caminhoneiros já passaram por alguma situação de risco enquanto estavam sob efeito das anfetaminas, tanto o sujeito II quanto o sujeito V afirmaram que já passaram por diversas situações adversas. Um deles relatou que: estava viajando numa boa, sem estar cansado nem nada, mas quando eu vi, a carreta já estava encima, se não fosse o outro motorista ter tirado pro acostamento, tinha sido bagaceira, porque eu não tinha conseguido fazer nada. O pior é que eu só me lembro de ter piscado o olho e tudo aconteceu muito rápido, foi Deus! (sujeito II). Ambos os caminhoneiros afirmaram, também, já ter se envolvido em acidentes de transito.

Segundo o sujeito V, quando ele era mais jovem: uma vez, quando eu tinha exagerado no arrebite, eu apaguei. Não vi mais nada. Quando acordei já estava no hospital. O caminhão tinha capotado e mesmo assim eu não acordei. Os médicos disseram que foi um milagre eu ter escapado.

A partir dessas informações, observamos que o uso de anfetaminas está diretamente ligado a ocorrência de acidentes e que, apesar de serem utilizadas para inibir o sono, elas podem causar sedação, aumentando as chances de ocorrência de acidente.

A última pergunta direcionada aos caminhoneiros que utilizam anfetaminas foi também relacionada às horas de trabalho quando estão sob efeito da droga. O sujeito II disse que o tempo de quatro horas de sono por dia é quando utiliza a anfetamina, e que o uso da mesma se faz sempre que viaja. Já o sujeito V afirma que depende da dosagem e que já passou até vinte e duas horas dirigindo, com intervalos apenas para refeições.

Baseado nos dados obtidos através dos questionários, percebemos que as anfetaminas, drogas psicotrópicas produzidas em laboratório e atualmente utilizada pela indústria farmacêutica e largamente utilizadas por caminhoneiro no combate ao sono estão diretamente ligadas a acidentes de transito, sobretudo envolvendo caminhoneiros.

Essa classe mostra-se mais susceptível ao uso da droga porque ela garante horas a mais de trabalho com menos cansaço, aparentando ser uma boa aliada dos caminhoneiros que precisam entregar mercadorias dentro de prazos curtos e, geralmente, enfrentando grandes distancias percorridas.

Nosso trabalho trás uma denúncia: as falhas que ocorrem na fiscalização do trânsito, bem como as possibilidades de aquisição de drogas de forma facilitada

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estão fazendo com que os motoristas de carga acabem por tornar uma prática comum o uso de psicotrópicos, o que os tornam um risco em potencial para o trânsito brasileiro.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados obtidos, foi possível concluir que, assim como sugere a literatura existente, os psicotrópicos, drogas que atuam sobre o sistema nervoso centra deprimindo-o ou ativando-o, sobretudo as anfetaminas, psicotrópico produzido em laboratório, que tem sido largamente utilizado entre os caminhoneiros que viajam por vários dias sem descanso, aumentam consideravelmente a chance de o motorista que dirige sob seus efeitos se envolver em acidentes, sendo constatado que os sujeitos que utilizam esse tipo de droga já se envolveram em acidentes por causa do seu uso, enquanto no outro grupo o número de envolvimento em acidentes corresponde a aproximadamente 33%. Assim, os motoristas que utilizam psicotrópicos tem 67% de chance a mais de se envolver em situações de risco ou mesmo em acidentes no transito que um motorista que não faz uso da substância.

O uso abusivo das anfetaminas tem caracterizado um vício compartilhado por muitos motoristas. Tal vício, assim como sugerem outros estudos e aponta nossa pesquisa, está resultando em acidentes de trânsito, uma vez que a anfetamina, apesar de inibir o sono, trás vários efeitos que influenciam no envolvimento do motorista em acidentes. Essa prática tem trazido graves consequências para a sociedade tanto afetivas quanto econômicas, pois, se por um lado, uma família perde um membro, ou mesmo se ele apresenta sequelas, por outro, esses acidentes de trânsito geram grande despesa para os cofres públicos.

O uso de anfetaminas tem caracterizado um problema tanto social, quanto econômico e de saúde pública no Brasil, o que exige das autoridades medidas de controle em relação à obtenção de medicamentos a base de anfetaminas, bem como maior fiscalização quando ao uso dessas drogas por parte dos motoristas, sobretudo dos caminhoneiros.

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REFERÊNCIAS

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CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA DO DISTRITO FEDERAL. Psicologia e Trânsito: Reflexões para pais, educadores e (futuros) condutores. Jornal da Psicologia;Ano XI - Edição 58 - Jan-Fev-Mar/2013.

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JÚNIOR, D. R. A. cidente com caminhão, carreta e ônibus. Transito Brasil, 2011. MOREIRA, R. S. e GADANI, J. A. A. B. A prevalência do uso de anfetaminas por caminhoneiros que passam pela cidade de dourados-MS. Interbio v.3 n.2 2009. NASCIMENTO, E. C. et al. Uso de álcool e anfetaminas entre caminhoneiros de estrada.Saúde Pública, São Paulo, v.41, n. 2, p. 290-293, Abr., 2007

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OMS - Organização Mundial de Saúde, 1981. OMS - Organização Mundial de Saúde, 2007.

O uso de drogas e o envolvimento de caminhoneiros em acidentes de trânsito. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA (2005)

ROZESTRATEN, R. J. A. Psicologia do trânsito: conceitos e processos básicos. São Paulo: EPU, 1988.

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______________, R. J. A. Psicologia do Trânsito: conceitos e processos básicos. São Paulo: EPU: Editora da Universidade de São Paulo, 1993.

SILVEIRA, C. A. O conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre drogas psicotrópicas. São Paulo: PUC, 2009.

Trânsito Seguro. Acidentes com veículos de carga: uma análise sobre acidentes de trânsito com caminhões na rodovia. 2009

VASCONCELOS, E. O que é trânsito? 3. Ed. São Paulo: Brasiliense, 1998. VIA CERTA NATAL. Drogas e seus efeitos devastadores nas estradas. 2012.

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APÊNDICE

QUESTIONÁRIO

Tema da pesquisa:

O USO DO PSICOTRÓPICO AFETAMINA POR CAMINHONEIROS E O RISCO DE ACIDENTES

1. Idade : ________

2. Estado civil: ( )Solteiro ( )Casado ( ) União Estável ( )Divorciado ( ) Viúvo

3. Grau de escolaridade:

( ) Fundamental ( ) Médio ( ) Superior

4. Tempo de profissão (anos):

______________________________________________________ ________

5. Horas de sono (por dia):

______________________________________________________________

6. Você já dormiu ao volante? ( )Sim ( )Não

7. Você já sofreu algum acidente durante viagens de trabalho?

( )Sim ( )Não

(41)

41

( )Sim ( )Não

9. Você conhece os efeitos colaterais desse tipo de droga?

( )Sim ( )Não

SE SUA RESPOSTA FOI SIM PARA A QUESTÃO DE NÚMERO 8, CONTINUE RESPONDENDO AS PRÓXIMAS PERGUNTAS

10. Como conseguiu o “medicamento”?

______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________

11. Você já notou algum efeito negativo ao utilizar o medicamento? Quais? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________

12. Você já passou por alguma situação de risco enquanto estava sob o efeito do medicamento? Qual? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________

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______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________

13. Você já se envolveu em algum acidente enquanto estava sob o efeito do “medicamento”?

( )Sim ( )Não

14. Você já dormiu ao volante sob o efeito do “medicamento”?

( )Sim ( )Não

15. Quantas horas você dirige, aproximadamente, por dia quando utiliza o “medicamento”?

______________________________________________________________

(43)

43

(44)

Referências

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