O Q
UE POSSO FAZER PELO MEU
DOENTE IDOSO COM
…
-E
NFARTE
A
GUDO
M
IOCÁRDIO
-25
DE SETEMBRO DE
2015
BEATRIZ
SALDANHA
SANTOS E
KEVIN
DOMINGUES
3ºANO
FORMAÇÃO
ESPECÍFICA EM
CARDIOLOGIA
Mulher
81 anos
Reformada
Trabalhava no campo
Viúva
Vive sozinha perto de umas das
filhas
Independente nas AVD’s
A
NTECEDENTES PESSOAIS
:
HTA medicada
DM tipo 2
Dislipidémia
Cataratas
M
EDICAÇÃO HABITUAL
:
Amlodipina
HCTZ
Metformina
Sinvastatina
CASO CLíNICO
Muito dinâmica, ainda trabalha
diariamente na horta
S
U
COC
SatO2 98% em ar ambiente; PA 110/75mmHg; T 36,8º
Eupneica em repouso
AC: rítmica sem sopros
AP sem alterações
Abdomen livre
MI sem edema
E
XAME OBJETIVO
CASO CLíNICO
Náuseas
há 3 dias
+
Hoje
cansaço…
não lhe apeteceu trabalhar no quintal
+
Radiografia torácica
Exame sumário da urina – 20 leucócitos/ campo
CASO CLíNICO
Análises – Hb 12,0 g/dL;
Leucócitos 10 000; PCR 0,1mg/dL
Creatinina 0,9 mg/dL (ClCr 41,79 mL/min); Ionograma bem
Transaminases normais; Amilase e Lipase normais
S
U
COC
SatO2 98% em ar ambiente; PA 105/75mHg; T 37,0º
Eupneica em repouso
AC: rítimica sem sopros
AP fervores subcrepitantes bibasais
Abdómen livre
MI sem edema
E
XAME OBJETIVO
CASO CLíNICO
Mais cansada
…
não sai da cama
+
Tonturas
24h mais tarde…
O Antibiótico
ainda não teve
tempo de
atuar…
CASO CLíNICO
Análises – Hb 12,1 g/dL;
Leucócitos 11 000; PCR 0,1mg/dL
Creatinina 0,9 mg/dL ; Ionograma bem
Transaminases normais;
CK 180 U/L; CK-Mb 15 U/L e Troponina 9,0 ng/mL
EAM
SEM ELEVAÇÃO SEGMENTO
ST
Apresentação Clínica
Sintomas atípicos
(ausência de dor torácica)
ocorrem mais
frequentemente nos idosos
com EAMSST
1,2,3
Dispneia
Diaforese
Náuseas e Vómitos
Fraqueza
Cansaço (++ mulheres)
Síndrome confusional agudo
Síncope
Desconforto epigátrico
Ausência dor/Dor torácica
atípica
-Alteração perceção da dor;
-Substrato isquémico;
-Incapacidade de relatar ou perceber sintomas
Sinais de IC
Outra doença aguda
(pneumonia,
quedas, ITU…)
Agravamento
de uma
comorbilidade
Diagnóstico
ECG
1,2,3• Bloqueio completo ramo esquerdo
• Alterações
da repolarização no
ECG de base
Biomarcadores
1,2,3• Elevados por
patologia cardíaca crónica
• Elevados frequentemente por
outras comorbilidades
• Troponina de alta sensibilidade excelente no diagnóstico mas tem <
especificidade
ECG prévio!!
Insuficiência cardíaca congestiva
Vasospasmo coronário
Trauma cardíaco
Miocardite/Pericardite
Tromboembolismo pulmonar
Pós- PCR/ CVE/Cirurgia cardíaca/Ablação
Sépsis/Doente crítico
Doença renal crónica
Arritmias
AVC
Diagnóstico
Apresentação/ Diagnóstico Tardio
1,3!!!
Diminuição perceção de dor torácica
Múltiplas doenças
Défice cognitivo
Limitações sociais
CASO CLíNICO
Alterações
resposta farmacodinâmica
Vulnerabilidade aos fármacos hipotensores
Efeitos centrais
Alterações da
função hepática e renal
AJUSTE DE DOSES
Interações medicamentosas
IMC
diminui com a idade
Antiagregantes plaquetares
2
>75 anos
<60Kg
AVC/AIT prévio
Hemorragia IC
Hemorragia ativa
Anticoagulação
2
HNF
parece ser
mais segura e
eficaz
em comparação
Enoxaparina
nos doentes
> 75
anos
1,3Risco hemorrágico
Nos poucos estudos que existem os principais
scores hemorrágicos (CRUSADE, ACTION,
Mehr..)
previram de modo subóptimo a
hemorragia na população mais idosa
(vs. poupulação mais jovem)
9,10Avaliação de parâmetros como
fragilidade e
mais comorbilidades é necessário!
9,10
A hemorragia está associada a um prognóstico adverso do SCA em todas as idades
1,3,9,10Na maioria dos estudos
3,5os idosos têm
> Risco de hemorragia
5
CASO CLíNICO
Mulher + 81 anos + 60 Kg + Cr 0,9 mg/dL
ClCr= 41,79mL/min
CRUSADE= 55
19,5% risco de hemorragia major no
internamento
CASO CLíNICO
Tratamento médico
Vs.
Decisão terapêutica
2
Angiografia coronária urgente < 2h
Estratégia invasiva precoce < 24h
Estratégia invasiva < 72h
-Sintomas recorrentes
-Teste diagnóstico não invasivo positivo
para isquémia
Teste diagnóstico não invasivo isquémia
Avaliação invasiva para todos!
A idade não é contra- indicação
Decisão terapêutica
2
O I
DOSO EM RISCO
1,3,6 Domínio da mobilidade (
atividade de vida diária
)
Reservas fisiológicas (
fragilidade
)
Status nutricional
(albumina, perda de peso)
Função (
força e nível de atividade
)
Alterações da audição, visão e dificuldade de comunicação
Estado de
declínio
das reservas de
força e função
que ocorre nas
populações idosas
Fatores
não representados nos scores de risco
mas que requerem
tempo
extra e atenção na avaliação clínica
1,3
.
Decisão terapêutica
1,3,4,7,8
C
OMORBILIDADES
7F
RAGILIDADE
A
VAL
C
OGNITIVA
D
ESEMPENHO
F
ÍSICO
4D
ESEMPENHO
I
NSTRUMENTAL
• Índice de
Charlson
• Score de Green
• Score Fried
• Pfeiffer
• Barthel
• Lawton-Browdy
Decisão terapêutica
Idosos demonstraram um
benefício relativo e absoluto na redução
da morte/EAM com a estratégia invasiva precoce
, e o follow up a
longo prazo sugere superioridade da revascularização na sobrevivência e
melhoria dos sintomas
1,3;
Sintomas atípicos
têm de ser considerados quando se opta por uma
estratégia de tratamento guiada por sintomas
1,3
;
A
preferência do doente
é importante na decisão para estratégia
invasiva e revascularização
1,3
;
Existe, contudo, falta importante de dados coesos relativamente aos
doentes com > 80 anos
, uma vez que os idosos com comorbilidades
significativas são excluídos da maior parte do estudos
1,3
.
CASO CLíNICO
“…Oclusão de 99% da artéria circunflexa
a nível proximal antes de emergência da
primeira obtusa
marginal...”
“…implantação de stent convencional
com bom resultado
final…”
Alterações do segmento ST
+
Elevação da Troponina
Independente nas
AVD’s
Vive sozinha com bom apoio familiar
Economicamente capaz de pagar
medicação
Sem demência
Cumpridora da terapêutica
CASO CLíNICO
Após a alta…
Conclusões
Os idosos com SCA têm um elevado risco de morte e ocorrência de
eventos adversos,
apresentando frequentemente um
maior benefício no
tratamento
do que as populações mais jovens
1,5;
A evidência é limitada e insuficiente
para orientar este grupo de doentes com
a mesma certeza da população mais jovem
1,3
Importância da
inclusão dos idosos em estudos, na mesma proporção em
que estes são tratados no dia-a-dia
;
Entender as características únicas do doente idoso
(ex. fragilidade, défices
cognitivos…) que influenciam o seu prognóstico e o tratamento
1,3
;
M
inimizar os riscos da terapêutica instítuida
,
melhorando o prognóstico da
população idosa com EAM
1,3
.
Referências
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