Padrões Governamentais para Produtos
de Origem Animal.
A visão dos fabricantes
Lucas Cypriano
dep.tecnico@abra.ind.br
(41) 9661 8690
A Indústria Brasileira de Reciclagem Animal
• Em 2012
– 11,9 milhões de ton. de matéria-crua
– 3,3 milhões ton. de farinhas e 1,9 milhões ton. de óleos
Maiores informações em www.abra.ind.br
60,9% 11,7% 9,8% 14,1% 3,5% Prod. Animal PetFood Biodiesel Saboaria Outros
A Indústria Brasileira de Reciclagem Animal
Exportações 2012 2010 = 57 mil ton (1,67%) 2012 = 89 mil ton (2,62%) 43,3% 32,4% 5,4% 5,2% 4,5% 2,3% 1,9% 1,7% 1,2% 2,2% 9,3% Vietnam Chile Itália Moçambique Cingapura Bangladesh Alemanha Argentina Af. Do Sul 11 paísesGrupo de Trabalho – MAPA
• IN 09/2010 – FPNCs Registro junto à DIPOA
• Objetivos
– Adequação de legislação (RIISPOA) • F. Carne Ossos = 10% de EE máximo; • F. Peixe = 8% de EE máximo;
• Óleo de Peixe = 10% umidade máxima;
• Uso de desnaturante (Brucina ou fluoresceína) em gordura; etc – Garantir segurança alimentar
• Ações
– Definir a identidade do produto – Definir limites analíticos
Grupo de Trabalho – MAPA
• Reuniões em 2010, 2011 e 2012
• Farta literatura enviada pela ABRA ao MAPA
– protocolou revisão bibliográfica
– posicionamento defendido cientificamente
– em consonância com legislações dos principais países fabricantes (EUA, C.E. e Austrália)
Descrição de Produtos
Farinha de Carne e Osso
• MAPA
– Produto resultante da industrialização de carcaças, partes de carcaças, órgãos e demais resíduos oriundos de animais de açougue. Não deve conter sangue, pelos, cerdas, chifres,
fezes, cascos, conteúdo estomacal, materiais especificados de risco (MER), resíduos de animais abatidos em
estabelecimentos não autorizados.
• C.E.
– Produto obtido por aquecimento, secagem e trituração da totalidade ou de partes de animais terrestres de sangue
quente, dos quais a matéria gorda pode ter sido parcialmente extraída por processos físicos
Garantias
Farinha de Penas Hidrolizadas
• C.E.
– PB, Um se > 8%
• USA
– PB, Um, MM, DP Pep. 0,2%
• MAPA
– PB (mín); Um. e vol. (máx); EE (Máx); MM (máx); Índice de acidez (Máx); Índice de Peróxido (Máx), DP Pep. 0,002% (min)
• ABRA
– PB (mín); Um. e vol. (máx); EE (Máx); MM (máx); DP Pep. 0,2% (min)
Teor de AGL da Gordura
• Perda energética
• NRA: tabelas com AGL de 5%
Suíno (10-20kg): ED (kcal/kg) = (36,898 – (0,005 x AGL) – (7,33 x e-0,906))/4,184
Suíno (35-85kg): ED (kcal/kg) = (37,890 – (0,005 x AGL) – (8,20 x e-0,515 x I:S))/4,184
Ave (1,5s): EMA (kcal/kg) = (38,112 – (0,009 x AGL) – (15,337 x e-0,509 x I:S))/4,184
Ave (6s): EMA (kcal/kg) = (39,050 – (0,006 x AGL) – (8,505 x e-0,403 x I:S))/4,184
Teor de AGL da Gordura
• Maior teor de AGL, menor valor energético, muito bem
documentado
• Waldroup et all. (
1995, J Appl Poultry Res. 4:41-48)
– Frangos de corte– 3,12%, 29,8% e 44,7% de FFA, I:S constante – Desempenho zootécnico constante
• DeRouchey et all. (
2004, J Anim Sci, 82:2937-2944)
– Leitões– 2, 18, 35 e 53% de FFA, I:S constante – Desempenho zootécnico constante
Teor de AGL da Gordura
• Qual é o risco?
– Perda energética – bem documentado – Palatabilidade??? – Depende da espécie
• Há relatos de contaminação de carcaça? Consumidor?
• Limites
– MAPA: acima de 6%, impróprio
– USA, Austrália e EU: sem limite governamental
– ABRA: sem limite governamental, declaração obrigatória
Índice de Acidez em Farinha
• Acidez alcoólica
– “Aferir qualidade de gordura (AGL) presente”
• Prática: discrepância entre farinha e gordura – ???
• Metodologia de extração com álcool etílico
– AGL
– Outros solúveis como: • Ác. Láctico (rigor mortis)
• Ác. Orgânicos (antisalmonelas e antioxidantes) • Ác. Fortes (HCl)
– Não há correção para teor de gordura
Índice de Acidez em Farinha
• Estima-se o pH da farinha e não a qualidade da gordura
• Qual é o risco?
– Há trabalhos? Há perda energética considerável? – Risco de utilização farinha com pH baixo?
• Há relatos de contaminação de carcaça? Consumidor?
• Limites
– MAPA: acima de 6mg de NaOH/g, impróprio
– USA, Austrália e EU: não é referência governamental – ABRA: não ser referência governamental
Índice de Peróxido em Gordura
• Peróxido entre 5 e 20 mEqO
2/kg de gordura – Para
Carpenter et all (
Proc. Nutr. Soc. 25:25-31) a origem desses
valores é desconhecida
– Gray & Robinson (1941, Poultry Science 20:36): “uma gordura com
peróxido acima de 20 está definitivamente rança”, porém, mais à frente afirma que “essas gorduras ranças podem ser fornecidas aos animais sem perigo”
• Snacks para humanos apresentam peróxidos acima de
10 mEqO
2/kg de gordura – Warner et all (
2005, National Center for Agricultural Utilization Research – USDA)
Índice de Peróxido em Gordura
• Gorduras até 100mEq não afetaram o consumo ou
ganho de peso de frangos de corte (
Léstrange et all, 1966, British Journal of Nutrition 20:113-12 e Cabel and Waldroup, 1988, Poultry Science.67:1725-1730
) ou perús (
Lea et all, 1966, British Journal of Nutrition 20:123)
Efeito do IP no peso final de frangos alimentados com 5% de gordura de frango com ou sem etoxiquina (Cabel & Waldroup, 1988)
bcd: p<0,005; xy:p<0,05
Etoxiquina ppm
Índice de Peróxido (mEq O2/kg de gordura) 0 50 100 175
0 1,63bc 1,63bc 1,61c 1,53d
62,5 1,64bc 1,64bc 1,64b 1,56cd
125 1,65bc 1,64bc 1,60c 1,61bc
Índice de Peróxido em Gordura
• McGill (
2009, Tese MSc, Univ. Missouri, Columbia) – Frangos de corte
– Dietas com 3% e 6% de gordura – Sem efeito de antioxidante
– De 0-49 dias, sem diferença na composição da carcaça, porém
• p < 0,05
IP G. Peso Ingestão C.A.
0 3,14a 5,78a 1,81c
75 3,04b 5,73a 1,85a
Índice de Peróxido em Gordura
• Upton, Eden & Ferket (
2009, J Appl Poult Res 18:193-202)
– 0, 3 e 6 mEq de O2/kg de ração, 0 a 21 dias – Sem impacto zootécnico
abcd: p < 0,01, GSH-PX: Glutationa peroxidase GR: Glutationa redutase
0,2ppm Se mEqO2/
kg ração
GSH-Px
Eritrocitária GSH-Px Hepática GR Hepática
Inorgânico 0 307d 309b 232 Inorgânico 3 1738b 543a 225 Inorgânico 6 1005c 296b 230 Orgânico 0 439d 328b 229 Orgânico 3 2318a 600a 262 Orgânico 6 1009c 629a 283
Índice de Peróxido em Gordura
• Jenkins e Emmons (
1984 – J Dairy Sci 67:592-597)
– Óleo de soja oxidado para bezerros
– 0,39, 2,0 e 20,6 mEq O2/kg de matéria seca de ração – Não houve impacto zootécnico
• Pesti et al (
2002, Poultry Science. 81:382-390) – frangos de corte
– Dietas com 3 ou 6% de gordura, 7 fontes de gordura, IP similares
– Estabilidade AOM entre 2 e 370mEq O2/kg
Índice de Peróxido em Gordura
• Gorduras abaixo de 40mEq não afetaram o consumo e
desempenho leitões (DeRouchey et all,
2004, J Anim Sci,82:2937-2944
)
• Gorduras com 38,37mEq não afetaram o desempenho
de frangos de corte (Racanicci et all,
2008, B J P Sci, v10, n1, 29-35)
IMPORTANTE: mEq O
2
/kg de ração
Índice de Peróxido em Gordura
• Cabel and Waldroup (
1988, Poultry Science. 67:1725-1730)
– 5% de gordura de frango com 175mEq O2/kg de gordura – Menor ganho de peso de frangos de corte
– 8,75 mEq O2/kg de ração
• Engberg et all (
1996, Poultry Science 75:1003-1011)
– 11% de gordura vegetal com 156mEq O2/kg de gordura – Menor ganho de peso e conversão em frangos de corte – 17,2 mEq O2/kg de ração
• Cabel and Waldroup (1988) e L´Estrange at all (
1966, Brit J of Nutrition 20:113-122)
– 5 mEq O2/kg de ração e 5,45 mEq O2/kg de ração não
Índice de Peróxido em Gordura
• 4mEq O
2/kg de ração: seguro para monogástricos
(
Hamilton & Kirstein, 2008, Darling International)
Inclusão de gordura 5%
IP da gordura 40 mEq O2/kg de gordura
IP adicionado à ração 2,0 mEq O2/kg de ração
Fator de Segurança 100%
• Mescla de fontes de gordura
• Balanceamento da dieta
Índice de Peróxido em Farinha
• Farinhas contém de 1 a 15% de gordura
• Mesmo desempenho (32 a 110 mEq O
2/kg de gordura)
– Kirkland and Fuller (1971, Poultry Science. 50:137-143) – f. víscerapara aves
– Lea et all (1966, British Journal of Nutrition 20:123) – f. peixe para aves
– Carpenter et all (1966, Proc. Nutr. Soc. 25:25-31) – f. carne para
suínos
– Racanicci et all, (2000, R.B.C. Avícola, v2, n2) – f. carne e osso para
aves
IP é expresso em mEq O
2/kg de gordura
Índice de Peróxido em Farinha
• 4mEq O
2/kg de ração: seguro para monogástricos (
Hamilton & Kirstein, 2008, Darling International)
Inclusão de F. Vísceras 5%
IP “nominal” 80 mEq O2/kg de gordura
Teor de gordura 14% de EE
IP por kg de farinha 11,2 mEq O2/kg de farinha IP adicionado à ração 0,56 mEq O2/kg de ração
Fator de Segurança 614%
• Outras, 5% de inclusão, 80 mEq O
2/kg de gordura)
– F. Carne e Osso (9%EE = 0,36 mEq O2/kg de ração)
– F. penas (4%EE = 0,16 mEq O2/kg de ração)
– F. sangue (1%EE = 0,04 mEq O2/kg de ração)
Índice de Peróxidos em Geral
• Fatores a serem considerados
– Coeficiente de variação e repetibilidade
– Tempo e temperatura de armazenamento da ração – Espécie e fase
– Uso de antioxidantes
• Em farinhas, quelantes são muito importantes – Vitaminas lipossolúveis
– Níveis de ferro e cobre
Risco ao consumidor?
Índice de Peróxidos em Geral
• Legislações:
– EUA, Austrália, C.E.: não adotado oficialmente
– MAPA: 10mEq O2/kg de gordura para TODOS ingredientes – ABRA: não adotar oficialmente
Digestibilidade em Pepsina
• Objetivo
– Estimar a digestibilidade
– Verificar se a farinha foi queimada?
• Maiores diluições de Pepsina (0,002%)
– Melhor correlação com biodisponibilidade de lisina (Parson et all, 1997, Poultry Science 76:361-368) que 0,2%
• Correlação de 0,7 para lisina
– Sem correlação para demais aminoácidos
– Teste interessante para classificação de fornecedor – Maiores diluições da pepsina, maior C.V. do valor
Digestibilidade em Pepsina
Dig es tibil idade In Viv o Gal os cecot omi zados Digestibilidade em Pepsina 0,002% Lisina CistinaFonte: Parson´s et all, citado por D. Meeker, Render Magazine, Junho de 2012
Digestibilidade em Pepsina
• Qual é o risco?
– Menor valor nutricional
– Presença de cascos, chifres, couro, etc?
• Há relatos de contaminação de carcaça? Consumidor?
• Legislações
– USA, Austrália: pepsina a 0,2%, sem limite de valores – C.E.: índice não adotado pelo governo
– MAPA: pepsina a 0,002%, com limite de valores – ABRA: pepsina a 0,2%, com limite de valores
Outros
• Índice de Iodo (óleo de aves = 70 a 90)
– Especificado apenas para óleos animais