• Nenhum resultado encontrado

Palavras chave: alimentação, Jundiá, lipídios, óleo, Rhamdia quelen

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Palavras chave: alimentação, Jundiá, lipídios, óleo, Rhamdia quelen"

Copied!
13
0
0

Texto

(1)

Uso de diferentes fontes e niveis de lipidios na alimentação de jundiás (rhamdia quelen) na fase de recria

http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111110/111005.pdf 1

REDVET Rev. electrón. vet.http://www.veterinaria.org/revistas/redvet -http://revista.veterinaria.org

Vol. 11, Nº 11 Noviembre/2010 http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111110.html

Uso de diferentes fontes e niveis de lipidios na alimentação

de jundiás (Rhamdia quelen) na fase de recria

- Use of

different sources and levels of lipidium in the feeding of silver

catfish (rhamdia quelen) in the recreates phase

Álvaro Graeff: Médico Veterinário CRMV SC-0704 Esp. Nutrição/EPAGRI Estação de Piscicultura de Caçador E-mail: agraeff@epagri.sc.gov.br I Raphael de Leão Serafin: CRBio 45661-03D M.Sc Aquicultura/EPAGRI Estação de Piscicultura de Caçador E-mail: raphaelserafini@epagri.sc.gov.br

Fone: 55 49 3561-2000 Caixa Postal 591 CEP 89500- Caçador, SC BRASIL

Resumo

O presente trabalho foi desenvolvido para avaliar a influência de diferentes fontes e níveis de lipídios em uma dieta completa para jundiá (Rhamdia quelen) no desempenho zootécnico na fase de recria. Foi realizado na Unidade Experimental de Piscicultura da Epagri de Caçador, utilizando-se um sistema de criação em caixas de cimento amianto de 1000 litros, com entrada e saída de água controlada. O experimento teve duração de 60 dias, testando-se quatro tipos de óleo (Soja, canola, algodão e milho) em três níveis de oferta (1, 3 e 5% da dieta) com três repetições. De acordo com os resultados obtidos todos óleos a 3% da dieta com exceção do óleo de canola a 5% são eficientes como suplemento lipídeo na nutrição de alevinos de jundiá na fase de recria.

Palavras chave: alimentação, Jundiá, lipídios, óleo, Rhamdia quelen Abstract

The research was developed to evaluate the influence of different sources and levels of lipids in one full diet for silver catfish (Rhamdia quelen) in the zootechnic development in the recreates phase. The research was conducted in the Unidade Experimental de Piscicultura da Epagri from Caçador, and utilizing a creation system in boxes of 1000 liters, with water input and output control. The research lasted 60 days, testing four types of oils (soy, canola, cotton and corn) in three different levels of offer (1, 3 and 5% of the diet) with three repetitions. Acording to the obtained results all the four oils at 3% of the

(2)

Uso de diferentes fontes e niveis de lipidios na alimentação de jundiás (rhamdia quelen) na fase de recria

http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111110/111005.pdf 2

diet with the exception of the canola oil at 5% are efficient as lipids supplement in the tropical catfish fingerlings diet in the breeding phase.

Key words: Silver catfish, lipids, soy oil, canola oil, cotton oil, corn oil

Introdução

A piscicultura no estado de Santa Catarina encontra-se em franca expansão sendo as Carpas (Cyprinus carpio L.) ainda a espécie mais cultivada. Apesar de sua carne não ser a melhor em termos culinários, mostra-se ascendente para a comercialização através de seus derivados e embutidos (Graeff et al., 2007). Outras espécies promissoras tem sido cultivadas, mas a busca por alternativas regionais tem sido a procura e foco dos pesquisadores, devido a isto este trabalho com o jundiá (Rhamdia quelen)

A aqüicultura se constitui em uma atividade pecuária promissora de grande importância, tanto econômica quanto nutricional. Esta atividade responde hoje em paises asiáticos a 85% da produção mundial (em quilos) e a 75% em valor financeiro (FAO, 1999).

Uma das principais exigências para qualquer espécie animal é a energia. Esta é essencial para a manutenção, crescimento e reprodução. A energia dietária para os peixes provém do uso da proteína, lipídeos e carboidratos, sendo, que o uso de cada classe desses nutrientes varia, normalmente, de acordo com o balanço da ração, das exigências do peixe e da espécie em questão (Pezzato, 1997). Os lipídeos são a melhor fonte de energia para os peixes, seguido pela proteína e carboidratos (Pezzato, 1999). A gordura é uma importante fonte de energia que pode ser utilizada na alimentação dos peixes, pois é uma fonte de alimento facilmente encontrada no mercado e que fornece, além da energia, uma quantidade considerável de ácidos graxos essenciais (Steffens, 1987).

A fonte de gordura utilizada na ração pode influenciar significativamente no crescimento e conversão alimentar dos peixes (Meurer, et al., 1999). Óleos de origem vegetal, por exemplo, são boas fontes de gordura para peixes de clima tropical (Wilson, 1995). Além dos lipídios representarem uma fonte rica de energia, são também requeridos para manutenção da estrutura e função da membrana celular. Um outro fator a ser destacado é que os lipídeos incorporados nos tecidos dos peixes dependem do ingerido, ou seja, espelham o conteúdo dos alimentos consumidos (Pezzato, 1999).

(3)

Uso de diferentes fontes e niveis de lipidios na alimentação de jundiás (rhamdia quelen) na fase de recria

http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111110/111005.pdf 3

O balanceamento de nutrientes obtidos pelos peixes em seus ambientes naturais não ocorre quando os mesmos se encontram em ambientes confinados, quer pela ausência ou pela limitação de alimentos (Pezzato, 1990). Em função disto, em cultivo intensivo, os peixes dependem da utilização de rações comerciais que satisfaçam as necessidades de nutrientes essenciais e de energia para garantir o desenvolvimento e a rentabilidade (Cantelmo, 1989). Contudo, as rações balanceadas utilizadas nos sistemas intensivos ainda têm custo relativamente alto, pois nelas são empregados, produtos e subprodutos de origem animais (Graeff, 1998).

No intuito de reduzir o custo das rações utilizadas em cultivos de peixes, pesquisadores da área de nutrição, têm dirigido suas atenções e trabalhos para a substituição de parte dos ingredientes de origem animal por ingredientes de origem vegetal, não se descuidando do balanço de nutrientes essenciais, tanto pela suplementação com aminoácidos sintéticos quanto por complexos vitamínicos-minerais (Cantelmo, 1989; Pezzato, 1990). Para algumas espécies de água doce, já existem alimentos artificiais capazes de assegurar a sobrevivência e o crescimento de larvas, dispensando o uso de alimentos vivos, como é o caso da carpa (Cyprinus carpio) (Bergot et al., 1986 e Radunz Neto, 1993) e do próprio jundiá (Rhamdia quelen) (Piaia, 1996 e Fontinell, 1997). Apesar de Piaia (1996) encontrar bons resultados na larvicultura do jundiá sem utilizar lipídios em sua dieta experimental, é importante o uso de fonte energética em rações utilizadas na alimentação de larvas fornecendo muitos ácidos graxos essenciais.

O objetivo deste experimento foi avaliar o uso de diferentes fontes e níveis de óleos vegetais nas dietas sobre o desempenho produtivo, sobrevivência, conversão alimentar, na fase de recria do jundiá (Rhamdia quelen).

Material e métodos

O experimento foi realizado na Unidade de Piscicultura de Caçador/EPAGRI, em 36 aquários de cimento amianto, com capacidade para 1.000 litros de água, abastecidos individualmente com água proveniente do açude de abastecimento, numa vazão de 0,5 litros por minuto. O período experimental foi de 60 dias, sendo iniciado em 21 de outubro de 2005 e encerrado em 20 de dezembro de 2005, com 7 dias de adaptação dos alevinos em cada parcela experimental. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso, em um esquema fatorial de 4 x 3 x 3 onde foram avaliados quatro fontes de óleos (soja, canola, algodão e milho) e três níveis de inclusão (1, 3 e 5%) e três repetições, com quinze jundiás (Rhamdia quelen) em cada parcela experimental. O peso médio inicial foi 0,40 ± 0,06 g e o comprimento inicial de 6,73 ± 1,22 cm. As dietas foram peletizadas, formuladas, dentro dos critérios,

(4)

Uso de diferentes fontes e niveis de lipidios na alimentação de jundiás (rhamdia quelen) na fase de recria

http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111110/111005.pdf 4

para a espécie e sistema de produção utilizado, com ingredientes mantendo a proteína bruta e energia estabilizados em 32,0% e 3.200 kcal de energia metabolizável/kg de ração respectivamente, sendo oferecidas na quantidade de 5% do peso vivo ao dia em duas vezes, reajustado a cada 30 dias, sendo preservadas em geladeira, conforme o Tabela 1.

Tabela 1 – Composição percentual das rações experimentais

Ingredientes Óleo de Soja Óleo de

Canola Óleo de Algodão Óleo de Milho % 1 3 5 1 3 5 1 3 5 1 3 5 Farelo de soja 45,0 45, 0 45, 0 45, 0 45, 0 45, 0 45, 0 45, 0 45, 0 45, 0 45, 0 45, 0 Farinha de peixe 15,0 13,5 12,9 15,0 13,5 12,9 15,0 13,5 12,9 15,0 13,5 12,9 Milho 32,0 25, 0 14, 0 32, 0 25, 0 14, 0 32, 0 25, 0 14, 0 32, 0 25, 0 14, 0 Farinha de mandioca 5,0 1,0 1,0 5,0 1,0 1,0 5,0 1,0 1,0 5,0 1,0 1,0 Farelo de trigo 1,0 10, 5 20,0 1,0 10,5 20,0 1,0 10,5 20,0 1,0 10,5 20,0 Calcário calcítico 0,0 1,0 1,1 0,0 1,0 1,1 0,0 1,0 1,1 0,0 1,0 1,1 Premix vitamínico1 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 Premix mineral2 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 Óleos 1,0 3,0 5,0 1,0 3,0 5,0 1,0 3,0 5,0 1,0 3,0 5,0 Valores calculados Energia metabolizável 3.200 3.2 00 3.2 09 3.2 00 3.2 00 3.2 09 3.2 00 3.2 00 3.2 09 3.2 00 3.2 00 3.2 09 Proteína bruta 32,0 32, 0 32,0 32,0 32,0 32,0 0 32, 32,0 32,0 32,0 32,0 32,0 Matéria seca 86,1 83, 6 81, 0 86, 1 83, 6 81, 0 86, 1 83, 6 81, 0 86, 1 83, 6 81, 0 Extrato Etéreo 3,7 3,3 3,0 3,7 3,3 3,0 3,7 3,3 3,0 3,7 3,3 3,0 Cálcio 1,0 1,3 1,7 1,0 1,3 1,7 1,0 1,3 1,7 1,0 1,3 1,7 Fósforo 0,8 0,8 0,9 0,8 0,8 0,9 0,8 0,8 0,9 0,8 0,8 0,9 Relação EM/PB 100,0 10 0,0 100,2 100,0 100,0 100,2 0,0 10 100,0 100,2 100,0 100,0 100,2 1 – Composição por quilo de ração: Vit. A: 2.750 UI; Vit. D: 585 UI; Vit. E: 6 UI; Vit. K: 1 UI;

Riboflavina: 1,5 mg; Ac. Pantotenico: 3,0 mg; Niacina: 9,0 mg; Vit. B12: 3,5 mcg; Colina:

63,0 mg; Biotina: 0,04 mcg; Ac. Fólico: 0,3 mg; Tiamina: 0,8 mg; Pirodoxina: 0,8 mg.

2 – Composição por quilo de ração: Mg: 17,0 ppm; S:140,0 ppm; Mn: 13,0 ppm; Cu: 0,1 ppm; Fé: 2,5 ppm; Zn: 2,2 ppm; Co: 0,2 ppm; I: 7,0 ppm

(5)

Uso de diferentes fontes e niveis de lipidios na alimentação de jundiás (rhamdia quelen) na fase de recria

http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111110/111005.pdf 5

Amostras da água, que provém de um tanque de abastecimento, foram coletadas e analisadas semanalmente para as variáveis: transparência, com disco de Secchi; pH com peagâmetro marca Corning (PS-30); oxigênio dissolvido, nitrito, amônia total, dureza, alcalinidade, turbidez e gás carbônico no Laboratório de Qualidade de Água/EPAGRI – Caçador.

As observações da temperatura da água foram realizadas diariamente com termômetro eletrônico - Thies Clima, sempre às 9:00 e às 15:00 horas, momento no qual os peixes recebiam a ração. Também verificou-se a temperatura ambiente com aparelho de corda, marca Wilh-Lambrech Gmbh Gottingen.

As avaliações dos peixes foram realizadas a cada 30 dias utilizando-se 100% dos peixes estocados, tomando-se as medidas de comprimento total através de um ictiômetro e o peso individual em uma balança eletrônica, com precisão de 0,01g, marca Marte. Para a realização destas atividades, os peixes foram sedados com 0,5ml de quinaldina para 15 litros de água. Ao final do experimento, foram efetuadas avaliações quantitativas, compreendendo as evoluções de crescimento em peso e comprimento, conversão alimentar aparente, sobrevivência.

Resultado e discussão

A temperatura da água durante o período experimental manteve-se

entre um mínimo de 16,70C e máximo de 18,10C, no período da manhã,

ficando a média do período em 17,40C (Tabela 2). No período da tarde oscilou

entre um mínimo de 18,50C e um máximo de 22,80C ficando a média em

20,70C. Note-se que as temperaturas foram inferiores às relatadas por

Arrignon (1979), Makinouchi (1980), que afirmaram haver um melhor crescimento das carpas entre 24,00 e 28,00C; diferente do recomendado por

Baldisserotto et al. (2004) para engorda de jundiá que é entre 21,0 a 27,00C.

Este fato aparentemente não trouxe prejuízo ao crescimento dos alevinos de jundiás.

A temperatura média do ar durante o experimento oscilou entre um

máximo de 18,30C a um mínimo de 14,50C, ficando a média do período em

16,40C, considerada normal para o período no sul do Brasil e observado para a

região (Tabela 2).

Na avaliação da qualidade da água, os parâmetros pH, oxigênio dissolvido, gás carbônico, dureza total, alcalinidade, amônia total e nitrito estavam dentro do preconizado por Reid & Wood (1976), Arrignon (1979), Castagnolli (1992), Boyd (1976), Tavares (1995), Lukowicz (1982), Ordog (1988), Lewis e Morris (1986) citados por Vinatea (1997), para a criação de

(6)

Uso de diferentes fontes e niveis de lipidios na alimentação de jundiás (rhamdia quelen) na fase de recria

http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111110/111005.pdf 6

Carpa comum (Cyprinus carpio L.) (Tabela 2) e também para Baldisserotto et al. (2004) para os jundiás (Rhamdia quelen).

A transparência permaneceu, durante todo período experimental, entre 31,0 e 42,0cm medida com auxilio de um disco de Secchi, indicando razoável densidade de plâncton (Tavares, 1995). A turbidez, diretamente correlacionada à transparência, permaneceu entre 36,0 e 63,0. Isto é conseqüência da presença de argilas coloidais, substâncias em solução, matéria orgânica dissolvida ou mesmo do plâncton no experimento (Tavares, 1995).

Tabela 2 - Médias dos parâmetros limnológicos da água nas unidades

experimentais em cada período do experimento

Parâmetros limnológicos

Outubro Novembro Dezembro Média pH (potencial hidrogeniônico) 8,0 7,6 7,3 7,6 Oxigênio dissolvido (mg/L) 6,6 6,8 6,7 6,7 Gás Carbônico (mg/L) 0,02 1,1 3,2 1,1 Dureza total (mg/L CaCO3) 20 25 24 23 Alcalinidade (mg/L CaCO3) 20 30 30 26,6 Amônia total (mg/L) 0,6 0,7 0,8 0,7 Nitrito (mg/L) 0,09 0,10 0,12 0,10 Transparência (cm) 36 31 42 36,3 Turbidez (ntu) 36 63 44 51 Temperatura ambiente 14,5 16,4 18,3 16,4 Temperatura da água (9.00 h) 16,7 17,5 18,1 17,4 Temperatura da água (15.00 h) 18,5 21,0 22,8 20,7

Pela análise estatística dos dados não ocorreu interação significativa entre as fontes e níveis de óleo, mas foram observadas diferenças significativas (P>0,05) para o peso médio final entre os níveis de óleo (Tabela 3).

(7)

Uso de diferentes fontes e niveis de lipidios na alimentação de jundiás (rhamdia quelen) na fase de recria

http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111110/111005.pdf 7

Tabela 3 – Peso médio inicial, peso médio final e ganho de peso de Jundiá

(Rhamdia quelen) alimentadas com rações contendo diferentes fontes e níveis de óleos vegetais

Níveis Tratamentos

% Óleo de Soja Óleo de

Canola Óleo de Algodão Óleo de Milho Pmi 1 Pmf2 Gp 3 Pmi 1 Pmf2 Gp 3 Pmi 1 Pmf2 Gp 3 Pmi 1 Pmf2 Gp 3 1 0,4 0 5,5 a b 5,1 a b 0,40 4,9 c 4,5c 0,4 0 4,1 b 3,7b 0,4 0 4,2 c 3,8c 3 0,4 0 7,6 a 7,2a 0,4 0 6,0 b 5,6b 0,4 0 5,3 a 4,9a 0,4 0 6,3 a 5,9a 5 0,4 0 5,3 b 4,9b 0,4 0 6,3 a 5,9a 0,4 0 4,8 a b 4,4 a b 0,40 5,9 b 5,5b Médias na coluna, seguidas de letras iguais, não diferem significativamente entre si (P<0,05) pelo teste Tukey

1 – Pmi = Peso médio inicial (g) 2 – Pmf = Peso médio final (g) 3 – Gp = Ganho de peso (g)

O peso médio final dos peixes submetidos aos diferentes tratamentos demonstra variação alta e uma tendência de que o incremento de nível de óleo na ração corresponde a uma melhor performance com 3% de agregação de óleo e somente o óleo de canola que reagiu positivamente com o acréscimo de 5% de óleo quanto os demais com decréscimo no peso (Tabela 3). Uliana et al (2001) também concluiu em seu experimento com larvas de jundiá afirmando que o óleo de canola é mais eficiente como suplemento lipídeo. Resultado semelhante obteve Meurer et al. (2002), avaliando o efeito de níveis de 3,0 a 12,0% de óleos em rações para alevinos de tilápia do nilo, observando uma redução linear no ganho de peso dos animais. Resultados discordantes obtiveram Lanna et al. (2004), que em estudo realizado com alevinos de tilápia nilótica (Oreochromis niloticus), utilizando rações com óleo de soja em níveis de 0 e 10% e Melo et al. (1999) com alevinos de jundiá (Rhamdia quelen) com rações a base de banha suína, óleo de soja e canola, com inclusão de 5 e 10%, não observaram diferenças significativas para crescimento, conversão alimentar aparente e ganho de peso. No entanto, observou-se acumulo de gordura nas vísceras em todos tratamentos. Em nosso trabalho, quando se passou de 1 para 5% de óleo apesar da variação na composição química dos peixes, principalmente gordura poder variar consideravelmente devido a fatores como: espécie, idade do animal, sexo, estação do ano e fatores ambientais (Geri et al., 1995; Shirai et al., 2002), não observou-se acumulo visceral de gordura. Também Hayashi et al. (2000) utilizando óleos de soja, canola, girassol, linhaça, arroz e milho, na quantidade de 5% da dieta para tilápia do nilo na fase inicial, concluíram que estes podem ser utilizados sem restrições. Boscolo et al. (2004), em trabalho semelhante,

(8)

Uso de diferentes fontes e niveis de lipidios na alimentação de jundiás (rhamdia quelen) na fase de recria

http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111110/111005.pdf 8

concluíram que pode ser utilizado 5,9% de gordura na ração para tilápias do nilo na fase de crescimento, sem causar prejuízo no desempenho e obtendo-se aumento no rendimento de carcaça e filé. Meer et al. (1997) avaliando o efeito de rações com diferentes níveis de gordura para alevinos de tambaqui (Colossoma macropomum) não observaram influência dos tratamentos sobre o ganho de peso. Já Hemrer & Sandness (1999) observaram melhora no desempenho do salmão (Salmo salar) alimentado com níveis crescentes de gordura na ração. Como o crescimento dos peixes é muito alto durante o estádio de desenvolvimento de larvas e alevinos, pois podem multiplicar várias vezes o seu peso diário, ao passo que um peixe em fase final de engorda ganha em média menos de 1% por dia do seu peso (Hepher, 1988), há necessidade do uso de alimento que permita uma alta taxa de crescimento especifico. Esses resultados demonstram diferenças na habilidade de utilização de lipídeos entre as diversas espécies. Os resultados para ganho de peso final (Tabela 3) em relação às fontes e níveis de lipídios acompanharam o desenvolvimento do peso ou seja: melhor performance com 3% de agregação de óleos de soja, algodão e milho, somente o óleo de canola que reagiu positivamente com o acréscimo de 5% de óleo quanto os demais com decréscimo no peso

O comprimento médio final das repetições dos tratamentos (Tabela 4) demonstra uma tendência de que o incremento de nível de óleo na ração corresponde a uma estabilização/redução no crescimento em comprimento. Resultado diferente obteve Alami-Durante et al. (1991) com larvas de carpa comum (Cyprinus carpio) alimentadas com uma dieta incorporada ou não com 5% de óleo de fígado onde com a inclusão o comprimento médio final foi menor do que a dieta sem o óleo. Uliana et al. (2001) obteve resultados superiores utilizando as mesmas fontes de lipídios, mas também observou que o óleo de canola foi o melhor entre os tratamentos. Uma possível justificativa para este procedimento é a presença de ácidos graxos da série (n-3) em maior quantidade conforme o NRC (1993). Reafirmando as diferenças na habilidade de utilização de lipídeos entre as diversas espécies.

Tabela 4 – Comprimento médio final (cm) dos tratamentos com níveis e

fontes de lipídios

Níveis Tratamentos

% Óleo de Soja Óleo de

Canola Óleo de Algodão Óleo de Milho

1 8,9b 8,3b 8,0b 8,1b

3 9,4a 9,7,a 8,7a 9,1a

5 8,6b 9,1b 8,1b 8,6b

Médias na linha, seguidas de letras iguais, não diferem significativamente entre si (P<0,05) pelo teste Tukey

(9)

Uso de diferentes fontes e niveis de lipidios na alimentação de jundiás (rhamdia quelen) na fase de recria

http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111110/111005.pdf 9

A taxa de sobrevivência dos referidos tratamentos está dentro da média que ocorre em outros trabalhos na mesma região (Graeff et al.,2007), diferente do que ocorreu com os resultados de Uliana et al. (2001), que trabalharam com larvas de jundiá com os mesmos tratamentos, 5% de inclusão de óleos na dieta, obteve índices acima de 85%. Já em outro trabalho com uso de lecitina de soja a 2%, também com larvas de jundiá, o mesmo autor obteve índices de sobrevivência muito baixos acarretando um efeito negativo (Tabela 5).

A conversão alimentar aparente dos peixes também não foi influenciada pelos tratamentos e nem pelos níveis de inclusão nas dietas oferecidas, concordando com Chou e Shiau (1996) e com os resultados de Stickney e Wurtz (1986) para alevinos de tilápia e diferindo de Meer et al. (1997) e Meurer et al. (2002) com a mesma espécie (Tabela 5).

Tabela 5 – Sobrevivência e conversão alimentar aparente dos tratamentos

com níveis e fontes de lipídios.

Níveis Tratamentos

% Óleo de Soja Óleo de

Canola Óleo de Algodão Óleo de Milho

Sobrevivência

1 48,8b 66,6a 68,8a 71,0a

3 33,3d 46,6c 57,7a 53,3b

5 59,9a 35,5b 62,2a 62,1a

Conversão alimentar aparente

1 1,78b 1,25a 1,83b 1,26a

3 1,88c 1,72b 1,40a 1,37a

5 1,62b 1,67b 1,24a 1,52b

Médias na linha, seguidas de letras iguais, não diferem significativamente entre si (P<0,05) pelo teste Tukey

Conclusão

Através dos resultados obtidos podemos afirmar que todos óleos incluídos com 3% nas dietas para jundiá (Rhamdia quelen), com exceção do óleo de canola a 5% da dieta são eficientes.

Referências bibliográficas

• ALAMI-DURANTE, H.; CHARLON, N.; ESCAFFRE, A.M. et al. Supplementation of artificial diets for common carp. (Cyprinus carpio L.) larvae. Aquaculture, 93:167-175, 1991

• ARRIGNON, J. Ecologia Y Piscicultura de águas dulces. Madrid: Mundi-Prensa, 1979. 365p.

(10)

Uso de diferentes fontes e niveis de lipidios na alimentação de jundiás (rhamdia quelen) na fase de recria

http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111110/111005.pdf 10

• BALDISSEROTTO, B.; RADUNZ NETO, J. Criação do jundiá. Editora UFSM, Santa Maria-RS, 2004. 232p.

• BERGOT, P.; CHARLON, N.; DURANTE, H. The effect of compound diets feeding on growth and survival of coregonid larvae. Arch Hidrobiol Beich 22:265-272, 1986

• BOSCOLO, W.R; HAYASHI, C.; MEURER, F.; FEIDEN, A.; WOLFF, L. Desempenho e características de carcaça de tilápias do nilo (Oreochromis niloticus L.) alimentadas com rações contendo diferentes níveis de gordura. Acta Scientiarum, Animal Sciences 26(4):443-447, 2004

• BOYD, C.E. Limme requirements and application in fishponds. In: Aq/conf, 176/E 13, KYOTO. 1976. 6p.

• CANTELMO, O.A. Nutrição de peixe e aqüicultura. In: HERNANDEZ, A. (Ed.) Cultivo de colossoma. Bogotá: Guadalupe, 1989. p.85-91

• CASTAGNOLLI, N. Piscicultura de água doce. Jaboticabal: FUNEP, 1992. 189p.

• CHOU, B.S.; SHIAU, S.Y. Optimal dietary lipid level for growth of juvenile hybrid tilapia, Oreochromis niloticus x Oreochromis aureus. Aquaculture, Amsterdam, 143(2):185-195, 1996

• FAO . Aquaculture production statistics. 1988-1997. FAO Fisheries Circular. N. 815, rev. 11 Roma. 203p. 1999

• FONTINELLI, E. Efeitos do uso do concentrado protéico de soja, com e sem suplementação de aminoácidos, sobre o crescimento e sobrevivência das larvas de jundiá (Rhamdia quelen). Santa Maria, RS, 1997. 38p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Curso de Pós-graduação em Zootecnia – Universidade Federal de Santa Maria, 1997. • GERI, G. et al. Body traits and chemical composition of muscle in the

common carp (Cyprinus carpio L.) as influenced by age and rearing environment. Aquaculture, v.129, p.329-333, 1995.

• GRAEFF, A. Efeito da substituição da proteína vegetal pelo uso de colágeno na alimentação de carpas (Cyprinus carpio L.). In: SIMPOSIO BRASILEIRO DE AQUICULTURA,10.,1998, Recife/PB . Anais: Recife/PB :ABRAQ,1998, p.79-92

• GRAEFF, A.;TOMAZELLI, A. Fontes e níveis de óleos na alimentação de carpa comum (cyprinus carpio l.) na fase de crescimento. No prelo Rev. Ciência e Agrotecnologia, editora UFLA, 2007

• HAYASHI, C.; SOARES, C.M.; MEURER, F.; SCHAMBER, C.R. Uso de diferentes óleos vegetais para tilápia do nilo (Oreochromis niloticus L.) na fase inicial. In: REUNIÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 37, 2000, Viçosa. Anais... Viçosa, SBZ, 2000.

• HEMRER, G.I.; SANDNES, K. Effect of dietary lipid level on muscle composition in atlantic salmon Salmo salar. Aquac. Nutr., Oxforf, 5:9-16, 1999

(11)

Uso de diferentes fontes e niveis de lipidios na alimentação de jundiás (rhamdia quelen) na fase de recria

http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111110/111005.pdf 11

• HEPHER, B. Nutrition of pond fishes. Melbourne: Cambridge University, 1988. 388p.

• LANNA, E.A.T.; PEZZATO, L.E.; FURUYA, W.M.; VICENTINI, C.A.; CECON, P.R.; BARROS, M.M. Fibra bruta e óleo em dietas praticas para alevinos de tilápia do nilo (Oreochromis niloticus). Rev. Bras. de Zootec. 33(6):2177-2185, 2004

• LUKOWICZ, M.V. Intensive carp (Cyprinus carpio L.) is rearing in a farm pond in southern Germany and its effects on. Aquaculture Engineers, 1(2):121-137, 1982.

• MAKINOUCHI, S. Criação de carpas em água parada. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, 6(67):30-47, 1980.

• MEER, M.B. ET AL., Effect of dietary lipid leven on protein utilization and size and proximate composition of body compartments of Colossoma macropomum (Curvier) Aquac. Res., Oxford, 28(6):405-417, 1997

• MELO, J. F. B.; RADÜNZ NETO, J.; SILVA, J. H. S.; TROMBETTA, C. G. Influência de fontes de lipídios na dieta sobre o desempenho e deposição de nutrientes em juvenis de jundiá Rhamdia quelen. In: XIV JORNADA ACADÊMICA INTEGRADA, 1999, Santa Maria, Jornada Acadêmica Integrada da UFSM, Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 1999.

• MEURER, F. et al. Lipídios na alimentação de alevinos revertidos de tilápia do nilo (Oreochromis niloticus, L.) Rev. Bras. Zootec., Viçosa 33(2):566-573, 2002

• MEURER, F.; HAYASHI, C. SOARES, C.; BOSCOLO, W.R. Níveis de gordura na alimentação de machos de tilápia nilótica (Oreochromis niloticus L.) revertidos sexualmente, na fase inicial. Anais do Simpósio Latino-americano de Aqüicultura, Campos de Jordão. V.1. p.348-357. 1999

• NATIONAL RESEARCH COUNCIL - NRC. Nutrient requirements of fish. N.A.P. Washington, D.C. 103 p. 1993.

• ORDOG, V., NUNES, Z.M.P. Sensibilidade de peixes a amônia livre. In: SIMPOSIO LATINO AMERICANO DE AQUICULTURA, 6 e SIMPOSIO BRASILEIRO DE AQUICULTURA, 5, 1988. Florianópolis/SC. Anais... Florianópolis: ABRAq.1988, p.169-174

• PEZZATO, L.E. Alimentação de peixes – relação custo beneficio. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 36, 1999, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre. 1999, p.107-118

• PEZZATO, L.E. Alimentos mais utilizados para peixes. In: CASTAGNOLLI, N. (Ed.) Piscicultura. Jaboticabal: FUNEP, 1990. p.87-99

• PEZZATO, L.E. O estabelecimento das exigências nutricionais das espécies de peixes cultivadas. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO E NUTRIÇÃO DE PEIXES, 1, 1997, Piracicaba. Anais... Piracicaba, 1997, p.45-62

(12)

Uso de diferentes fontes e niveis de lipidios na alimentação de jundiás (rhamdia quelen) na fase de recria

http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111110/111005.pdf 12

• PIAIA, R. Efeito do uso de diferentes fontes protéicas e diferentes níveis de proteina sobre o crescimento e sobrevivência de larvas de jundiá (Rhamdia quelen). Santa Maria, RS, 1996. 48p. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Curso de Pós-graduação em Zootecnia – Universidade Federal de Santa Maria, 1996.

• RADÜNZ NETO, J. Determination des besoins nutritionnels em acides grãs essentiels chez lês larves de carpe (Cyprinus capio). Bordeaux, França, 1993. 121 p. Tese (Doctorat em Sciences des Aliments) – Ecole Doctorale des Sciences Biologiques et Medicales, Université de Bordeaux I, 1993

• REID, G.K., WOOD, R.D. Ecology of Island waters and estuaries. New York: D. Van Nostrand, 1976. 485p.

• SHIRAI, N. et al. Dietary and seasonal effects on the dorsal meat lipid composition of Japanese (Silurus asotus) and Thai catfish (Clarias macrocephalus) and hybrid Clarias macrocephalus and Clarias gariepinus. Comparative Biochemistry and Physiology Part A, v.132, p.609-619, 2002.

• STEFFENS, W. Principios fundamentales de la alimentación de los peces. Ed. Acribia – Zaragoza. 275p. 1987

• STICKNEY, R.R.; WURTZ, W.A. Growth response of blue tilapias to selected levels of dietary menhaden and catfish oils. Prog. Fish-Cult., Bethesda, 48:107-109, 1986

• TAVARES, L.H.S. Limnologia aplicada a aquicultura. Jaboticabal: FUNEP, 1995. 70p.

• ULIANA, O.; SILVA, J.H.S.; NETO, J.R. Diferentes fontes de lipidios testadas na criação de larvas de jundiá (Rhamdia quelen), pisces, pimelodidae. Cienc. Rural, Santa Maria, 31(1):129-133, 2001

• VINATEA ARANA, L. Princípios químicos de qualidade da água em aquicultura: uma revisão para peixes e camarões. Florianópolis: UFSC. 1997. 166p.

• WILSON, R.P. Lipid nutrition of finfish. Nutrition and utilization technology. In: Aquaculture. AOAC Press, Champain. P.74-81. 1995

REDVET: 2010, Vol. 11 Nº 11

Recibido: 19.03.10 / Ref. prov. ABR1002_REDVET / Aceptado 02.06.10 Ref. def. 111005_REDVET / Publicado: 01.11.2010

Este artículo está disponible en http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111110.html concretamente en http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n111110/111005.pdf

REDVET® Revista Electrónica de Veterinaria está editada por Veterinaria Organización®.

Se autoriza la difusión y reenvío siempre que enlace con Veterinaria.org® http://www.veterinaria.org y con

(13)

Uso de diferentes fontes e niveis de lipidios na alimentação de jundiás (rhamdia quelen) na fase de recria

Referências

Documentos relacionados

Ainda, outra forma de controle das ações públicas, é por meio do acompanhamento das informações publicadas pelos gestores públicos, pois a obrigação da transparência na

Tendo em vista que a história da ocupação das terras onde hoje está situado o município de Livramento, o qual congrega o território das três Comunidades Quilombolas que

Tabela 3D - Análise da susceptibilidade do Staphylococcus aureus, amostra Teixeiras III, ao extrato etanólico de própolis, extraído por álcool 95% EEP-95.Contagem de células

Baseados em nosso estudo pudemos concluir que eletroacupuntura com duas frequências aplicada de forma intermitente em pontos fixos foi capaz de substituir a indução

Na primeira parte do trabalho, partículas submicrométricas de TiO 2 foram sintetizadas e sua grande estabilidade em relação a precipitação se mostrou bastante interessante

7 Cf.. passo que as principais diretrizes sobre as quais as assistentes sociais atuam são provenientes de medidas adotadas a partir do plano de governo que está em disputa no

Com fundamento no art. 50, da Constituição Federal, e nos arts. Ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão pedido de informações sobre dados relativos ao Projeto de Lei

Pelas características do processo executivo, as estacas tipo Franki não são recomendadas para execução em terrenos com matacões, situações em que as construções vizinhas