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N I L T O N A Z E V E D O Faltou Letra

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Academic year: 2021

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Faltou

Letra

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Faltou

Letra

M a n a u s - A M 2 0 2 0

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“O universo expressa-se em sete sílabas” (N. A.) www.cordelesonetos.com.br

Diagramação: Nilton Azevedo

Capa: Nilton Azevedo a partir de modelos do Canva

Todos os direitos reservados conforme a Lei Nº 9.610 de 19 de fevereiro de 1988 e do Art. 184 do Código Penal. Este e-book destina-se à distribuição gratuita na íntegra, citações breves deverão ser acompanhadas pela indicação da fonte. “Faltou letra de Nilton Azevedo está licenciado com uma Licença Creative Commons – Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Baseado no trabalho disponível em https://cordelesonetos.com.br/e-books-gratuitos/.”

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) A994 Azevedo, Nilton

Faltou letra/ Nilton Azevedo: Projeto Cordel & Sonetos, 2020. 40 p.; 14cmx21 cm.

Formato: PDF

ISBN: 978-65-00-04633-5

1. Literatura Brasileira – Amazonas. 2. Literatura de Cordel - Cultura popular. I. Azevedo, Nilton. II. Título.

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Dedicatória

Para todos os participantes do grupo de Cordel

Um pouco de mim para o mundo que é nosso, administrado por Gilvan Azevedo, Ritinha Oliveira e Jacó Oliveira.

O WhatsApp não é apenas um lugar de proliferação de figurinhas de Bom dia e de ignorar mensagens. Pode ser também um espaço de alegria, de refrigério e de formação por meio da poesia, como tem acontecido em nosso grupo.

(5)

Que seria da vida sem a música, sem a poesia, sem a arte de modo geral? Apreciar o que é belo é um dos apanágios mais sublimes da nossa alma. E neste período de isolamento social, a arte tem apresentado os argumentos mais convincentes acerca do quanto ela é necessária!

A poesia, enquanto linguagem das emoções e dos sentimentos, nas diferentes modalidades em que se apresenta, tem maneiras peculiares de falar à alma humana. De tal modo que carrega o poder, tanto de aliviar feridas que sangram quanto de fazer sangrar a alma mais insensível.

Porém, nos dois extremos ela atua com suavidade, ora como um bálsamo, ora como um chicote... só que de felpos de algodão. É por isso que 138 palavras deste preâmbulo são dedicadas à exaltação da arte, e apenas 67 à apresentação deste trabalho!...

Este livro traz excertos de trabalhos já publicados ou compartilhados em grupos de poesia no Whatsapp, formando uma coletânea de 13 poemas entre Cordel e Sonetos.

O objetivo secundário desta publicação é inaugurar o site e a página do Projeto Cordel & Sonetos.

O objetivo primário é o mesmo da arte de modo geral: proporcionar momentos agradáveis a todos quantos receberem este singelo trabalho.

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Dedicatória ... 3

Apresentação ... 4

Menina de jaleco branco ... 6

Inspiração do poeta ... 9

Tuas férias ... 14

Beijar sem dizer ... 20

Timidez ... 22 Faltou letra ... 30 O termo mulher ... 31 Musa minha ... 32 Teus lábios ... 33 Você passou ... 34 Use máscara! ... 35

Tua foto no perfil ... 36

Te esquecer ... 37

(7)

Oh, menina loira de jaleco branco, Que sentou no banco e segurou minha mão,

Sua mãozinha fina é muito delicada, Mas sua agulhada me tirou o chão. Lacrimejei, vou confessar, não nego!

Parecia um prego, senti um entalo! Você tem certeza que essa agulha grossa

É pra pele nossa e não pra do cavalo? Aquela injeção me escureceu a vista Não quis deixar pista, mas senti tontura; Vislumbrei em dobro o seu tão lindo rosto

Gritei indisposto:

Alguém me segura! Com as pernas bambas e a vista escura Com muita gastura e me sentindo fraco

Uma descoberta fiz naquele dia: Eu tenho alergia a diclofenaco. Começou bater um arrependimento

Do meu fingimento de doente está Só queria mesmo ver você, menina, Sua mãozinha fina sentir me tocar.

(8)

Porém meu desejo sequer foi notado Fiquei internado em observação Quarenta graus foi a temperatura Da forte quentura da minha paixão.

Enquanto agia o tal medicamento Muito sonolento comecei suar Com o peito ardendo e o corpo gelado

Estava confirmado eu ia desmaiar. No tão lindo sonho, que felicidade, De minha metade eu chamava você Então em resposta você me contava Que feliz estava por me pertencer. Quando acordei ainda estava escuro

O meu corpo duro sentindo agonia Apenas meus olhos se movimentavam

E te procuravam na enfermaria. As cordas que me prendiam ao leito Tinham mesmo efeito das cordas de amor

Que me prendiam a você menina E não há vacina para essa dor.

(9)

Consegui virar o rosto para o lado Mas fiquei frustrado com o insucesso Além de tristeza deu também vergonha Era a dona Antônia1 trocando o acesso.

Às vezes encontro-me fantasiando E criando outro fim para essa história Mas esta é mesmo a última lembrança Que hoje alcança minha fraca memória.

E mesmo estando com boa saúde Sofro, pois não pude ficar com você. Conto essa história ao falar com a Lua

E ando pela rua querendo te ver. Em tua existência penso e fico mal:

Você é real como o meu sentimento? Ou a menina que me deixou triste Somente existe no meu pensamento?

(10)

Inspiração do poeta

2

No reduto dos poetas Em uma reunião Presididos pelo sábio,

Poeta e rei Salomão Alguns poetas da alta Sob as luzes da ribalta Cumprindo a ordem da pauta

Tratavam de inspiração. Lá estava o grego Homero

Poeta muito famoso, José Camelo de Melo Do Pavão Misterioso E Ariano Suassuna Que ocupava uma tribuna

Ao lado de uma coluna Com um traje bem garboso.

Havia muitos poetas Do Crato, do Cariri, Lá de São José do Egito,

Alex Alves de Coari, Além de Chico Pedrosa,

Cuja pena fabulosa Em versos deu muita prosa

Que dá prazer em ouvir.

2 Publicado originalmente no livro O trem da vida: cordel e sonetos,

publicado em 2019. A obra não está disponível no momento, a previsão é que estará até o final de fevereiro de 2021.

(11)

Também Mariana Teles Uma grande poetisa, Que em beleza, ao declamar,

Ela nunca economiza. E outras divas de valor Trazendo fotos em cor De Furiba, o cantador, Estampadas na camisa. Bráulio Bessa e Patativa, Também estavam por lá, Leandro Gomes de Barros

E muitos do Ceará. Personagens de renome, A lista é grande que some

E aqui, nome por nome, Não tem como mencionar.

Terminada a assembleia Ficou assim decidido: Escreva-se numa carta

O assunto discutido Toda essa nossa conversa

E envie-se depressa Pelas mãos de Bráulio Bessa

(12)

Cada um teve a incumbência De levar ao seu estado

Uma cópia da missiva Sobre o assunto ali tratado

Foi assim que tive acesso À carta em texto impresso

Toda escrita em verso E passo aqui o recado.

A carta dizia assim:

Se você quer ser poeta Mas lhe falta inspiração Feche os olhos e contemple

As obras da criação Sinta a rosa perfumada

Veja a noite enluarada O sorrir da madrugada Ouça um verso de canção.

Sinta a brisa confortável Dos recantos naturais Onde os rios e florestas

Exalam cheiro de paz Em meio às canções suaves,

Notas agudas e graves Produzidas pelas aves Junto aos outros animais.

(13)

Olhe com sinceridade Bem nos olhos das estrelas

Quando o céu se escurece Para que possamos vê-las E mesmo aqui tão ausente

Seu brilhar é eloquente Olhando o suficiente É possível entendê-las. Veja a tarde de domingo Que acalenta o astro Sol Colocando-o pra dormir Envolvendo-o qual lençol

Quando o dia anoitece Ele, então, desaparece, Serenamente adormece Ao cantar do rouxinol. Pense também nos mistérios

Da beleza feminina Que enfeitiça o corpo todo

Ao entrar pela retina Contra essa forte magia

Não existe simpatia Não serviu a Alquimia É sem valor a medicina.

(14)

Pois todas estas coisas Serviram de inspiração Ao mais sábio dos poetas

O grande Rei Salomão: Falou de lírio e de rosa, Da formiga corajosa, E da morena formosa Que encantou seu coração.

Patativa do Assaré Cantou sobre a natureza

Via um verso se bulir Irradiando beleza Até na gota de orvalho No seu local de trabalho

Dependurada no galho Com muita delicadeza. Também os demais poetas

Encontraram inspiração Até de olhos fechados

Nas obras da criação: Numa rosa perfumada Numa noite enluarada No sorrir da madrugada Ou num verso de canção.

(15)

Tuas férias

Volta meu amor, volta, Antes de o mês acabar Meu coração em revolta Do peito quer se mandar

Ele anda esquecidiço Todo dia no serviço Não me deixa trabalhar

Me faz ficar distraído, Desgostoso, deprimido, Com vontade de chorar. Interrompes tuas férias

Volta correndo pra cá Acontecem coisas sérias Coração quer se mandar Quer ir ao encontro teu Sem se importar em deixar eu

Sozinho nesta cidade. Sem ele e sem você Corro o risco de sofrer Um infarto de saudade.

(16)

Tod‟os anos em janeiro Nós já estamos cientes Você passa o mês inteiro

Visitando seus parentes Eu estou acostumado Mas meu coração danado

Diz que não se acostuma Quer ir atrás de você Não se deixa convencer Com argumentação alguma.

Não me preocupo comigo Pois já sou bem grandinho

Dono do meu umbigo Sei me virar sozinho Estou preocupado com ele

Um ser frágil como aquele Não nasceu pra ficar só Possui pouca experiência Em matéria de inocência É de olhar e sentir dó...

(17)

Tentei, mas não teve jeito: Ele se foi apressado. Deixou vazio o meu peito,

Frágil e desmantelado. Saiu à tua procura Por mais que seja loucura

Ele não liga pra mim. Você não está por perto

Ele foi sem rumo certo E isso pode ser ruim: Como vai atar a rede A bordo da embarcação?

Como vai matar a sede O meu pobre coração? E se ele estiver perdido,

Sozinho, desassistido, Como vai voltar pra casa?

Melhor andar em coivara Com fumaça pela cara Pisando em cima de brasa.

(18)

Se fizer durante a viagem Muito calor ou muito frio?

Será que terá coragem Em perigos sobre o rio?

E se cair tempestade Antes de chegar à cidade?

E se o barco naufragar? Estou muito preocupado

Só ficarei sossegado Quando ele te encontrar.

Não será um alto preço De casa em casa a bater? A procurar teu endereço Perguntando por você?

Com sua foto na mão Pedindo informação Talvez já desesperado?

Essa ideia não foi boa Sair por aí à toa Feito um alucinado.

(19)

E se ele não te encontrar E então desaparecer? Sozinho aqui vou ficar E assim vou permanecer.

Pois sem o meu coração Não sentirei emoção, Não sentirei mais amor,

Só um vazio no peito E isso não vai ter jeito, Sei, vou morrer de dor. Porém, se ele conseguir,

Esta incrível proeza; De novo te ver sorrir Tenhas disto certeza:

Ele vai te abraçar E nunca mais vai largar Nem sair mais do seu lado.

Esse mês de solidão Vai deixar meu coração Pra sempre traumatizado.

(20)

Enquanto o mês não acaba Eu espero, paciente, Com uma saudade braba E sua imagem na mente.

Coração não tá aqui Mas eu só penso em ti Tento esquecer, mas não dá.

E só me fazem sofrer As lembranças de você Que ele esqueceu de levar.

(21)

Beijar sem dizer

Anotei no meu diário E marquei no calendário

A data do aniversário Da mulher que estou amando

Ela não está sabendo Que eu estou quase morrendo

Coração não tá batendo Na verdade, está apanhando.

Já tentei de todo jeito Arrancar aqui do peito Esse amor com seu efeito Pois sou seu melhor amigo Mas não tá adiantando nada

A paixão desesperada Feito fera aprisionada Está acabando comigo.

Preparei uma surpresa Com carinho, gentileza

E muita delicadeza Para lhe homenagear Só não sei se vou conter

A vontade que vou ter De beijá-la sem dizer

(22)

Pois na comemoração Poderá minha emoção Atiçar meu coração Com o fogo do desejo

E não terei armadura Pra combater a loucura De querer provar a doçura Do favo que há no seu beijo.

Não sei como vai reagir Não sei o que vai sentir

Porém se ela fugir Eu levarei minha cruz

Mas poderá entender E ao beijo corresponder Pois o que eu quero dizer Só mesmo um beijo traduz.

(23)

Ela, linda e sorridente No balcão da drogaria. Ele, um tímido cliente, Que ia lá dia após dia Só pra ver a balconista

E encher a sua vista Com a beleza da guria. Ao se aproximar da moça

O seu coração no peito Batia com toda força Até quase dar defeito Mas ele não conseguia Dizer-lhe o que sentia Sempre ficava sem jeito. Com carinho ela entregava

Sua compra embrulhada Com papel e adesivo

Prestativa e educada Sorrindo, sempre dizia:

Que você tenha um bom dia! Volte sempre e obrigada.

(24)

Era o mesmo sentimento De olhar para uma estrela

Só poder admirá-la Sem poder nunca obtê-la

Timidez como o espaço Impedia um abraço Permitindo-lhe só vê-la.

Muitas cartas escreveu Falando do sentimento E que a bela balconista Morava em seu pensamento

Mas nunca foram postadas Todas, sim, foram guardadas

Junto com o sofrimento. As idas à drogaria Foi virando uma rotina Não havia mais desculpas

Para ir ver a menina Tinha comprado de tudo

Do Tretreque ao Saratudo Dipirona e aspirina.

(25)

Passou uns dias sem vê-la Armazenando saudades

Ao voltar à drogaria Tinham muitas novidades:

Cd‟s, livros, cartões, Perfumes, brincos, batons

E outras variedades. Diante daquilo tudo Veja só o que ele fez: Começou no mesmo dia

A colecionar Cd‟s Para ir à drogaria Comprar um Cd por dia

Todos os dias do mês. Contemplar a balconista

Era o seu maior troféu Parecia até um anjo Que desceu de lá do céu Com pouco tempo passado

Ele tinha se tornado O cliente mais fiel.

(26)

Todo mundo já sabia E ela o aguardava

Escolhido o Cd

Com carinho ela embrulhava Esperando no balcão Que ele abrisse o coração

Mas ele nunca falava. Ela até antecipava E deixava embrulhado

O Cd do outro dia Num cantinho separado

E dizia: - Aqui está Sei que você vai gostar Acabou de ser lançado. Assim os tempos foram

Se passando devagar Ele amando-a em silêncio

Sem coragem pra falar. Mas o tempo não perdoa,

Não espera e até magoa Quem não sabe aproveitar.

(27)

Uma hora, de repente, Sem nenhuma explicação

O rapaz deixou de ir Ver a moça do balcão Que depois do quinto dia

Um forte aperto sentia No fundo do coração. Pediu folga do trabalho

E saiu a procurar Do rapaz o endereço Tentando se informar Se ele estava bem ou mal

Ou ao menos um sinal Que alguém pudesse lhe dar.

Quando ela, finalmente, Encontrou a moradia Uma mãe com rosto inchado Saudou-lhe com um “bom dia”

Apoiada na muleta Usando uma roupa preta Enquanto o portão abria.

(28)

Abraçaram-se as duas Em um choro copioso

Minha filha não existe Algo que é mais doloroso Do que a perda de um filho Meu viver não tem mais brilho

É cruel e tenebroso.

Hoje faz uma semana Que algo triste aconteceu Trafegando em nosso carro

Minha mãe, meu filho e eu Estando o sinal fechado Um carro desgovernado Em nosso carro bateu.

Minha mãe chance não teve Nem ao menos pra falar

E ele hospitalizado Não pôde mais acordar

Morreu no terceiro dia Eu juro que preferia Ter morrido em seu lugar.

(29)

Ao entrar no triste quarto A moça não aguentou A comoção foi tão forte Que ela quase desmaiou: Todos os Cd‟s comprados

Intactos e organizados Do jeito que ela embrulhou. A mãe arrancou das lágrimas

Um doce e leve sorriso

Veja, são fotos suas, Na parede, teto e piso. Ele aqui se recostava,

Suas fotos admirava E dizia: - Meu paraíso!

A moça pediu à velha Que sentasse ao seu lado

Desembrulhou um Cd Que ainda estava lacrado Lá dentro tinha um cartão

Em forma de coração E trazia um recado:

(30)

Conheço o real motivo Que te traz até aqui Saibas que o que tu sentes

Eu sinto também por ti E este cartão transmite O meu sincero convite

Para com você sair. A mãe quando viu aquilo Ficou ‟inda mais nervosa Foi rasgando outro embrulho

Com sua mão toda tremosa Lá, outro cartão havia

Era branco e possuía O formato de uma rosa. No cartão estava escrito: Um sonho, um bem, um amor,

Valem muito mais que ouro Você tem que dá valor Supere o que te embaraça

A vida é boa, mas passa E murcha como uma flor!

(31)

Faltou letra

Meu bilhete de amor foi incompleto: Faltou som e grafia pra explicar, Pois só vinte e seis letras no alfabeto, É tão pouco que não pode expressar. Esse amor, muito mais alto que o teto

Do céu vasto, numa noite de luar, Só seria explicado por completo

Se existisse um alfabeto estelar. O envelope selado com meu beijo

Foi postado na caixa do desejo E no lugar do bilhete, um cartão; Logo acima do meu nome assinado A simples tradução do meu recado:

(32)

O termo mulher

„Ser humano do sexo feminino‟; „O mesmo ser após a puberdade‟.

Aurélio não faltou com a verdade, Porém esqueceu do termo divino. Como sinônimos grafou: „patroa‟, „Esposa‟, „madame‟, „fêmea', senhora...‟

Não mencionou Lua, estrela ou aurora. Logo, a sua definição não foi boa.

Deve o dicionário ser editado, Corrigido com muito cuidado, Pra ficar com um melhor arranjo. Dada a nobreza que o nome requer,

Na definição do termo mulher, Acrescentar: „Uma espécie de anjo‟.

(33)

Musa minha

Quis o grande arquiteto do destino Combinar duas peças diferentes: Dois seres, cada um tão pequenino, Pouco mais do que dois adolescentes.

...

Como os raios solares matutinos Uma década passou rapidamente. Cá estamos, quais dois bons peregrinos,

Firmes na missão de seguir em frente. Como é bom tê-la como companheira,

Namorada, uma amiga verdadeira, Pra viver alegrias e dilemas! E no quebra-cabeça do universo És a rima que completa meu verso E a musa que inspira os meus poemas.

(34)

Teus lábios

Eu gostaria de ser o teu espelho Pra ajudar a deixar assim charmosa Tua boca com esse batom vermelho

Ou com aquele suave tom de rosa. Meus ouvidos medem até a frequência Desse doce som que sai dos teus lábios

‟Té teu balbucio pra mim é fluência Como igual não disse maior dos sábios.

Meus olhos perdem-se acompanhando Teus lindos lábios se movimentando,

Hipnotizados pela tua fala. Tua boca tem um poder implacável, Só há uma coisa que é mais indomável:

(35)

Você passou

Com o vento seu cheiro foi embora, Com a chuva se foi o seu calor; Uma nuvem cobriu, ‟inda na aurora,

Todo brilho do sol do seu amor. Hoje eu ouço falar que você chora Toda vez que a saudade causa dor. Mas meu peito, magoado, te quer fora

Do doce abrigo do meu cobertor. Seu lugar na minha vida está vago, Seu amor não durou, mas fez estrago,

Meu peito inda não se recuperou. Hoje não quero nem tua amizade, Você foi uma forte tempestade Que inundou minha vida, mas passou.

(36)

Use máscara!

Um defeito nosso, os seres humanos, É não gostar de ouvir a verdade Parece nunca estar em nossos planos

Escutar algo que nos desagrade. Por isso, às vezes, causa muitos danos

A inocência da sinceridade, Dando à luz termos e atos insanos E, com frequência, finda a amizade.

Uma máscara de cobrir franqueza Nem sempre implica sinal de fraqueza

E ajuda no ato de ficar calado. “Use essa máscara!” – É uma boa dica,

Pois, não fazê-lo, às vezes, qualifica O bom amigo pra ser odiado.

(37)

Tua foto no perfil

Tô admirando tua foto no perfil Teu cabelo, sorriso, jeito e olhar. Beleza incomum! Meu olhar nunca viu!

E a mente procura algo pra comparar. Mas nem a Lua refletida sobre o rio, Ou, o Sol se escondendo por detrás do mar,

Têm o poder de causar tanto arrepio O qual só se sente ao se apaixonar. A elegância das dobras do ter vestido, Caindo em teu corpo esse pano florido

Fez meu jardim de amor desabrochar. Teus braços desnudos e um só apoiado,

Deixaram-me inerte, estou afivelado, Tal qual na sandália, o teu calcanhar!

(38)

Te esquecer

4

Suas fotografias Sua blusa rasgada

No canto jogada Perseguem meus dias.

Pensei em mudar Queimar objetos Reprimir afetos Pra não te lembrar.

Aí anoitece, A Lua aparece, Cintilam estrelas... Como te esquecer Se ao anoitecer Irei sempre vê-las?

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Sobre o autor

Nilton Azevedo de Oliveira Neto (1988 –) é amazonense, natural da zona rural de Codajás, município localizado a 239,64 km em linha reta da Capital Manaus. Foi lá que, por volta dos dois anos de idade, conheceu a Literatura de Cordel ouvindo seu pai ler “O

filho de Evangelista do Pavão Misterioso”, de

Manoel Apolinário Pereira, e lá viveu até os 18 anos de idade.

Começou a escrever em 2016 quando conheceu a obra de Patativa do Assaré, a qual veio para consolidar a paixão pelo Cordel.

Recentemente tornou-se membro da Academia Literária Virtual do Clube da Poesia Nordestina (ALVCPN), onde ocupa a cadeira nº 128 e tem como patrono José Camelo de Melo Resende.

Um adendo: A ALVCPN não é um espaço para

estrelismo de “imortais” metidos a intelectuais, ideia que, às vezes, associamos às Academias Literárias. Ao contrário disso! É um lugar, nesse mundo virtual, onde alguns mortais na sua simplicidade brincam como e com crianças usando os brinquedos da poesia. Claro que com muita seriedade.

Referências

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