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Caderno de Projeto

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Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

I

Caderno de Projetos

de Telhados em Estruturas

(3)

II

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

Esta obra tem o apoio cultural da Eurotop,

uma Empresa do Grupo Estrutural.

(4)

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

III

Antonio Moliterno

www.blucher.com.br

Caderno de Projetos

de Telhados em Estruturas

de Madeira

3.ª edição revista

Revisão:

Prof. Dr. Reyolando M. L. R. F. Brasil

Livre-docente Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo

(5)

IV

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

© 2009 Antonio Moliterno

3ª edição – 2009

É proibida a reprodução total ou parcial

por quaisquer meios

sem autorização escrita da editora

EDITORA EDGARD BLUCHER LTDA.

Rua Pedroso Alvarenga, 1245 – 4º andar

04531-012 – São Paulo, SP – Brasil

Fax: (11) 3079-2707

Tel.: (11) 3078-5366

e-mail: editora@blucher.com.br

site: www.blucher.com.br

ISBN 978-85-212-0470-1

Impresso no Brasil Printed in Brazil

FICHA CATALOGRÁFICA

Moliterno, Antonio

Caderno de projetos de telhados em estruturas de madeira/Antonio

Moliterno; revisão técnica Reyolando M. L. R. F. Brasil - - 3ª edição --

São Paulo: Edgard Blucher, 2009.

Bibliografia.

ISBN 978-85-212-0470-1

1. Telhados – Projetos e construção I. Título.

08-08017 CDD-690.15

Índices para catálogo sistemático:

Estruturas de madeira : Telhados : Telhados: Projetos: Engenharia 690.15

1.

Projetos de telhados : Estruturas de madeira : Engenharia 690.15

2.

Telhados : Estruturas de madeira : Projetos : Engenharia 690.15

3.

(6)

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

V

Prefácio à 3.ª edição

O meu querido Mestre Moliterno foi uma influência muito importante em

minha vida.

Com ele me iniciei, na Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie, na

década de 1960, em várias das disciplinas da Engenharia de Estruturas, como

Estruturas de Madeira, de Alvenaria e de Aço.

Ainda por indicação dele, entrei na carreira de docente universitário,

tam-bém nas disciplinas da Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia da

Universidade Mackenzie, na década de 1970.

Aos poucos fui progredindo nos meus estudos pós-graduados na Escola

Po-litécnica da Universidade de São Paulo, onde, após meu Doutorado em 1990,

passei a atuar com dedicação exclusiva como Professor e Pesquisador, e fui

perdendo o contato com meu Mestre.

Quis o destino que por indicação do colega Eng. Dalamebrt, viesse a ser

encarregado pela Editora Blücher de revisar o excelente livro de Estruturas de

Madeira para Coberturas do prematuramente falecido Prof. Antonio Moliterno.

Era necessário manter a maravilhosa didática da obra original, refazendo

totalmente a filosofia de cálculo, em virtude de a Norma Brasileira de Projeto

de Estruturas de Madeira, a NBR 7190: 1997, ter adotado o método dos estados

limites no lugar do de tensões admissíveis da NB-11/1951 utilizada pelo Mestre.

Assim, o Capítulo 4 teve que ser inteiramente reescrito do zero, com

repercus-sões muito trabalhosas no Capítulo 6. Também a atual Norma de Forças Devidas

ao Vento em Edificações, NBR 6123: 1988, mudou um pouco em relação à antiga

NB-599, implicando em alterações em vários capítulos, em especial o segundo,

e também no Capítulo 6.

Da época em que o texto foi preparado pelo Mestre para agora, os

progra-mas computacionais de cálculo estrutural vieram para ficar, tornando obsoletos

os engenhosos métodos gráficos que o Mestre tanto amava. Com uma certa dor

(7)

VI

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

no coração, me permiti eliminá-los desta edição, junto com coisas como tabelas

de funções trigonométricas... E já que estava com a mão na massa, achei

impor-tante mudar as unidades utilizadas para as do Sistema Internacional (SI) que

são oficiais no Brasil.

Agradeço colaboração na digitação da Profa. Juliana Freire e nos desenhos

e layout da Arqta. Alessandra Pissardo.

Este trabalho de amor é dedicado aos meus alunos e orientados passados,

presentes e futuros, entre os quais está meu filho mais velho e talvez venha a

estar um de meus netos.

São Paulo, 2008

Prof. Dr. Reyolando M. L. R. F. Brasil

(8)

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

VII

Prefácio à 2.ª edição

Nesta segunda edição, estamos apresentando em apêndice matéria ainda

pouco divulgada no nosso meio técnico, que é o caso de Vigas formadas por

Lâminas de Madeira Coladas.

Objetivamos com isto colaborar com os ecologistas, atendendo aos justos

re-clamos na luta contra a ação predatória que vem sofrendo as nossa florestas

natu-rais da Amazônia Legal, devido à exploração gananciosa das últimas décadas.

Estamos dando aos arquitetos uma opção desejada, no sentido de tirarem

melhor partido do emprego da madeira nos telhados, substituído as rústicas

treliças, localizadas no desvão entre o forro e a cobertura, por vigas retas

apare-lhadas e aparentes, permitindo com facilidade pregar o forro paralelamente com

a inclinação da cobertura.

Queremos também colaborar pelo incentivo social no que tange ao

desen-volvimento da nossa engenharia florestal, através de programas mais amplos nos

reflorestamentos da “Araucária Angustifolia”, popularmente conhecida entre

nós com pinho do Paraná e, internacionalmente, como pinho brasileiro.

Deve ser esclarecido que o pinho do Paraná tem o privilégio de possuir

todas as qualidades especificadas para a adequada fabricação de produtos

trata-dos e colatrata-dos em madeira (vigas laminadas e placas de compensatrata-dos).

(9)
(10)

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

IX

Prefácio à 1.ª edição

As razões que me encorajaram em publicar este modesto trabalho, Caderno

de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira, foi atender as

dificulda-des dos estudantes, quando se deparam com a necessidade de projetar

peque-nas estruturas para telhados.

Por essa razão, procurei me limitar aos assuntos essenciais da prática

pro-fissional, que envolvem o projeto e os detalhes construtivos, sem perder de vista

o que é muito importante ao engenheiro: a conceituação teórica fundamental.

Quero registrar minhas homenagens póstumas a quatro

mestres-engenhei-ro, pelo legado técnico-científico que nos deixaram, Prof. Antonio Luiz Ippolito,

meu mestre na EEUM – Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie; Prof.

Stephan Prokofievitch Timoshenko, o engenheiro do século XX; Prof. Antonio

Alves Noronha, pelas suas divulgações; e Prof. Erwin Hauff, exemplo de um

grande engenheiro, autor de projetos e obras em estruturas de madeira.

Agradeço ao ilustre colega eng. Enio Perilo, pelo incentivo e ajuda que

sem-pre me proporcionou, nos meus problemas com telhados.

(11)
(12)

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

XI

Conteúdo

1. Introdução ... 1

1.1. Notação e sistema de unidades ... 2

1.2. Terminologia ... 2

1.2.1. Terminologia dos construtores ... 2

1.2.2. Terminologia estrutural ... 8

1.2.2.1. Telhado de duas águas ... 8

1.2.2.2. Telhado de quatro águas ... 11

1.2.2.3. Telhado de várias águas ... 11

1.3. Madeiras empregadas ... 11

1.3.1. Madeira serrada ... 11

1.3.2. Madeira laminada e colada ... 13

2. Cargas nas estruturas ... 15

2.1. Carga permanente ... 15

2.1.1. Carga equivalente em projeção horizontal ... 19

2.1.2. Peso próprio das estruturas ... 20

2.2. Efeito do vento sobre estruturas de madeira ... 22

2.2.1. Cargas estáticas equivalentes da norma ... 23

2.2.2. Fatores que afetam a velocidade característica ... 24

2.2.3. Coeficientes de pressão, de forma e de arrasto ... 30

3. Estática das estruturas planas ... 41

3.1. Treliças isostáticas ... 41

3.2. Estaticidade ... 42

3.2.1. Quadros rijos ... 45

3.2.2. Treliça hipostática ... 45

3.2.3. Resumo — treliças planas ... 46

3.3. Esquemas de treliças isostáticas ... 47

3.4. Cálculo dos esforços nas barras ... 49

3.4.1. Hipóteses fundamentais ... 49

3.4.2. Métodos de cálculo ... 49

3.4.2.1. Método das juntas ou nós ... 49

3.4.2.2. Método das seções (Ritter) ... 53

3.4.2.3. Programas de computador para cálculo automático ... 57

3.5. Treliças associadas e contraventamentos ... 57

4. Verificação de dimensionamento de estruturas de madeira ... 61

4.1. Ações e segurança nas estruturas de madeira ... 61

4.1.1. Definições ... 61

4.1.1.1. Estados limites de uma estrutura ... 61

(13)

XII

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

4.1.2 Condições gerais ... 62

4.1.2.1. Estados limites ... 62

4.1.2.2. Ações ... 63

4.1.2.3. Tipos de carregamento e critérios de combinação de ações 65 4.1.3. Condições específicas ... 67

4.1.3.1. Condições de segurança ... 67

4.1.3.2. Combinações das ações ... 67

4.1.3.3. Coeficientes de ponderação para combinações últimas ... 68

4.2. Resistências ... 70

4.2.1. Resistência dos materiais ... 70

4.2.2. Valores representativos ... 71

4.2.3. Valores de cálculo ... 71

4.2.4. Particularidades para estruturas de madeira ... 72

4.3. Verificação de resistência de peças de madeira ... 75

4.3.1. Solicitações normais ... 76

4.3.2. Solicitações tangenciais ... 80

4.3.3. Estabilidade ... 81

4.3.4. Estado limite de deformação excessiva ... 86

4.4. Ligações ... 87

4.4.1. Ligações com pinos metálicos (pregos e parafusos) ... 88

4.4.2. Ligações com cavilhas de madeira ... 90

4.4.3. Ligações com conectores ... 91

4.4.4. Espaçamento entre elementos de ligação ... 92

4.4.5. Ligações excêntricas por pinos ... 94

5. Estruturas de madeira para telhados ... 99

5.1. 1.º Caso – Estruturas para coberturas residenciais ... 99

5.1.1. Tesoura Howe ... 101

5.1.2. Tesoura Fink ... 104

5.1.3. Vigas armadas de alma cheia ... 104

5.1.4. Estrutura pontaletada ... 105

5.1.5. Estrutura em arco invertido (telhado com quebra em rabo de pato) 106 5.2. 2.º Caso – Estruturas para cobertura de galpões industriais, cinemas e quadras de esportes ... 108

5.2.1. Viga em treliça ... 109

5.2.2. Estrutura tipo Shed ... 111

5.2.3. Estruturas com balanço ... 114

5.2.4. Estrutura com banzo curvo – viga ou trave Bowstring ... 114

5.2.5. Considerações gerais do projeto e da execução ... 117

5.2.6. Contraventamento de tesouras ... 118

5.2.7. Espigão ... 121

5.2.8. Normas de segurança no transporte e içamento de treliças ... 125

5.3. Pórticos ... 130

5.3.1. Contraventamento de pórticos ... 134

5.4. Arcos ... 140

5.5. 3.º Caso – Coberturas especiais ... 146

5.6. Estabilidade lateral de treliças planas, pórticos e arcos ... 148

5.6.1. Treliças ... 148

5.6.2. Pórticos e arcos ... 149

5.6.3. Flambagem longitudinal de arcos ... 152

5.6.4. Treliças pré-fabricadas ... 152

6. Projetos ... 157

6.1. Projeto da armação de um telhado para coberturas com telhas cerâmicas . 157 6.1.1. Dados ... 157

6.1.2. Esquema estrutural e especificações ... 157

6.1.3. Projeto da armação ... 162

(14)

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

XIII

6.1.3.2. Cálculo das cargas unitárias ... 163

6.1.3.3. Verificação das ripas ... 174

6.1.3.4. Verificação dos caibros ... 176

6.1.3.5. Verificação das terças ... 180

6.1.3.6. Cálculo da tesoura ... 182

6.1.3.7. Cálculo dos detalhes ... 188

6.2. Projeto da armação de um telhado para coberturas com chapas onduladas de fribocimento ... 199

6.2.1. Dados ... 199

6.2.2. Especificações ... 199

6.2.3. Projeto da cobertura ... 203

6.2.3.1. Marcha das operações ... 203

6.2.4. Anteprojeto da tesoura ... 205

6.2.5. Projeto da tesoura ... 206

6.2.5.1. Cálculos preliminares ... 206

6.2.5.2. Cálculo das cargas unitárias ... 206

6.2.6. Projeto das terças... 208

6.2.7. Cálculo das tesouras – forças concentradas nos nós... 210

6.2.8. Cálculo das tesouras – esforços solicitantes nas barras ... 212

6.2.9. Cálculo das tesouras – verificação das barras ... 213

6.2.10. Cálculo das uniões (nós) ... 217

6.3. Projeto de um arco de alma cheia ... 228

6.3.1. Considerações preliminares ... 228

6.3.2. Cálculo estático dos arcos ... 231

6.3.3. Projeto de um arco biarticulado de alma cheia ... 231

6.4. Tesoura sobre três apoios ... 240

6.5. Projeto de uma cobertura para abrigo de automóvel ... 242

6.5.1. Dados ... 242

6.5.2. Verificação das vigas principais de cobertura (6 x 40 cm) ... 243

6.5.2.1. Cargas ... 243

6.5.2.2. Verificação de tensão e estabilidade lateral ... 244

6.5.2.3. Verificação de flecha... 245

6.5.2.4. Verificação dos pilares ... 245

6.5.2.5. Verificação dos parafusos ... 247

7. Forros (tarugamento) ... 249

7.1. Forros de madeira ... 249

7.2. Forro de placas pré-fabricadas ... 251

7.3. Apoio do tarugamento nas tesouras ... 254

Princípios e critérios do Conselho de Manejo Florestal (FSC) ... 257

Princípio 1: Obediência às leis e aos princípios do FSC ... 259

Princípio 2: Responsabilidade e direitos de posse e uso da terra ... 260

Princípio 3: Direitos dos povos indígenas ... 260

Princípio 4: Relações comunitárias e direitos dos trabalhadores ... 261

Princípio 5: Benefícios da floresta... 262

Princípio 6: Impacto ambiental ... 262

Princípio 7: Plano de manejo ... 264

Princípio 8: Monitoramento e avaliação ... 265

Princípio 9: Manutenção de florestas de alto valor de conservação ... 266

Princípio 10: Plantações ... 266

Referências bibliográficas ... 269

(15)
(16)

Introdução

1

O telhado destina-se a proteger o edifício contra a ação das intempéries,

tais como chuva, vento, raios solares, neve e também impedir a penetração de

poeiras e ruídos no seu interior.

A origem do nome telhado provém do uso das telhas, mas nem todo o

sis-tema de proteção superior de um edifício, obrigatoriamente, constitui-se num

telhado como, por exemplo, lajes com espelho d’água, terraços e jardins

suspen-sos. O telhado compõe-se de duas partes principais:

Cobertura

— Podendo ser de materiais diversos, desde que impermeáveis

às águas pluviais e resistentes à ação do vento e intempéries. A cobertura pode

ser de telhas cerâmicas, telhas de concreto (planas ou capa e canal) ou de

cha-pas onduladas de fibrocimento, aço galvanizado, madeira aluminizada, PVC e

fiberglass. As telhas de ardósia e chapas de cobre foram praticamente banidas

da nossa arquitetura.

Armação

— Corresponde ao conjunto de elementos estruturais para

sustentação da cobertura, tais como: ripas, caibros, terças, tesouras e

con-traventamentos.

As estruturas que compõem a armação dos telhados podem ser

total-mente ou parcialtotal-mente executadas em madeira, aço, alumínio ou concreto

armado. A armação dos telhados executados em madeira denomina-se

tam-bém madeiramento.

(17)

2

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

Algumas coberturas podem dispensar a armação, quando empregamos

per-fis especiais auto-portantes em fibrocimento, aço galvanizado, concreto

proten-dido ou fiberglass.

A superfície do telhado pode ser formada por um ou mais planos (uma água,

duas águas, quatro águas ou múltiplas águas) ou por uma ou mais superfície

curvas (arco, cúpula ou arcos múltiplos).

O escopo deste trabalho é apresentar as informações necessárias para a

ela-boração dos projetos das armações em madeira, para telhados planos em duas

águas e telhados em superfície curva cilíndrica, com o sistema estrutural em

arco, mais usuais na maioria das edificações.

1.1. Notação e sistema de unidades

As notações utilizadas neste livro obedecem, na medida do possível, àquelas

empregadas pela Norma Brasileira – NBR 7190: 1997, definidas oportunamente

durante a abordagem dos vários assuntos. Por força do Decreto n.

o

63.233 de

12/09/1968, foram legalizadas no Brasil as unidades e notações do Sistema

Inter-nacional de Unidades, “SI”. O “SI” parte da relação fundamental: Força = Massa

3

Aceleração. Nesse sistema, emprega-se o quilograma apenas para exprimir a

Massa, e o Newton (N) é reservado à Força (1 kgf = 9,81 N). Embora as

gran-dezas mecânicas devam obedecer ao citado decreto-lei, o meio técnico vem se

mantendo relutante em aceitar o SI, não só no Brasil, como em muitos países

estrangeiros, em especial os de língua inglesa.

1.2. Terminologia

A terminologia das peças que compõem os elementos de um telhado é muito

diversa nas várias regiões do Brasil, isto provavelmente por herança dos

primei-ros carpinteiprimei-ros oriundos de vários pontos de Portugal e outprimei-ros países da

Eu-ropa Central. Para não se fazer confusão de nomes, o que é comum na prática,

achamos melhor dividir o assunto em dois itens:

a) Terminologia dos construtores — serve para comunicação com o

pesso-al das obras, embora bastante diversa.

b) Terminologia estrutural — para ser adotada na comunicação entre

en-genheiros.

1.2.1. Terminologia dos construtores

1) Ripas — Peças de madeira de pequena esquadria pregadas sobre os

(18)

Introdução

3

2) Caibros — Peças de madeira de pequena esquadria, apoiadas sobre as

terças para sustentação das ripas.

3) Terça — Viga de madeira apoiada sobre as tesouras ou sobre paredes para

a sustentação dos caibros.

As coberturas executadas em chapas onduladas de fibrocimento, alumínio

ou PVC apresentam a vantagem econômica de dispensar o emprego de ripas

e caibros, pois se apóiam diretamente sobre as terças, permitindo, ainda,

maior distanciamento entre as terças.

15 2 8 7 6 1 5 15 16 10 4 6 9 3 14 13 9 12 8 13 11 3 7 4 5 6 10 2 1 1

1 a 5) Trama, é o conjunto formado pelas ripas, caibros e terças, que servem de lastro ao material da cobertura. 6) Frechal. 7) Chapuz, pedaço de madeira, geralmente de forma triangular, prega-do na asna da tesoura, destinaprega-do a suster ou apoiar a terça. Conjunto de peças 8 a 12 – Tesoura, viga em treliça plana vertical, formada de barras dispostas de maneira a compor uma rede de triângulos, tornando o sistema estrutural indeslocável. 8) Asna, perna, empena ou membrura superior. 9) Linha, rochante, tirante, tensor, olivel ou membrura inferior. 10) Pendural ou pendural central. 11) Escora. 12) Pontalete, montante, suspensório ou pendural. 13) Ferragens ou estribos. 14) Ferragem ou cobrejunta. 15) Testeira ou aba. 16) Mão francesa.

(19)

4

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

4) Cumeeira — Terça da parte mais alta do telhado.

5) Contrafrechal — Terça da parte inferior do telhado.

6) Frechal — Viga de madeira colocada em todo o perímetro superior da

pa-rede de alvenaria de tijolos (respaldo), para amarração e distribuição da

carga concentrada da tesoura. Atualmente o contrafrechal de madeira foi

substituído pelas cintas de amarração de concreto, sendo utilizado apenas

um bloco de madeira para o nivelamento e distribuição da carga da tesoura

sobre pilares ou paredes. Isso tem criado o hábito costumeiro de chamar a

terça de extremidade simplesmente de “frechal”. Também já se tornou

há-bito generalizar de “terças”, sem fazer diferenciação às vigas da cumeeira e

do contrafrechal, isto na comunicação entre engenheiros estruturais.

Consolo Emenda Tirante Tarugo ou cavilha

Contra tirante

Estribos

R

e

Figura 1.2

Observação: Empregam-se consolos para aumentar a resistência do tirante no apoio devido ao efei-to do momenefei-to M = Re.

Guarda-pó — Forro pregado sobre os caibros, numa largura de 30 a 60 cm,

junto à platibanda, destinado ao apoio da calha.

Platibanda — Prolongamento do alinhamento da parede externa, acima

dos frechais, para camuflagem do telhado. A platibanda é sempre contornada

por calha e rufo.

Parede Platibanda

Calha Guarda-pó Ripas Ripas Caibros

Caibros

Linha Empena Escora Pendural

Forro fixado nos caibros

Forro pendurado na tesoura (teto)

(20)

Introdução

5

Lanternim — Empregado em edifícios industriais, quando a iluminação e

ventilação trazidas pelas janelas forem consideradas insuficientes. Podem estar

munidos com caixilhos, venezianas ou com ambos.

Veneziana Caixilhos (vidros ou PVC) Rufo Cobertura Passadiço Chapa de aço com parafusos Figura 1.4

Beiral — Prolongamento da cobertura, fora do alinhamento da parede.

Tipos de beirais:

a) Caibros aparentes (inconveniente por possibilitar levantamento das

telhas pela ação do vento).

b, c, d, e) Beirais revestidos

b) Revestimento fixado nos caibros.

c) Revestimento fixado numa trama de caibros e sarrafos.

d) Revestimento com elemento decorativo (cachorro).

e) Beiral em laje de concreto armado.

(21)

6

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira Parede Ripa dupla ou sarrafo Ripas (a) Testeira Calha de beiral (b) Forro

Moldura, cordão ou tabeira

Forro (c) Cachorro (d) Capeamento (e) Calha Laje Condutor b Estuque b Figura 1.5

Mansarda — tipo de tesoura que permite o aproveitamento do desvão do

telhado, constituindo um cômodo denominado sótão. O nome mansarda deve-se

a Mansard, arquiteto de Luís XIV.

Os telhados tipo Mansard eram geralmente cobertos com telhas de ardósia,

e dispunham de janelas denominadas trapeira, para iluminação, ventilação e

acesso ao telhado.

(22)

Introdução

7

Trapeira Janela ou clarabóia Sótão Esquema da trapeira ou água-furtada Figura 1.6

Ponto do telhado — é a relação entre sua altura e a largura ou vão. O

ponto varia, em geral, entre os limites de 1 : 2 a 1 : 8.

L i% α h Ponto h Inclinação α Declividade i% i = 100 x arctag α Figura 1.7 Ponto h L Designação InclinaçãoDeclividade i% 1/2 Ponto meio 45º 100% 1/3 Ponto terço 33º 40’ 66% 1/4 Ponto quarto 26º50’ 49% 1/5 — 21º 50’ 40% 1/6 — 18º30’ 33% 1/7 — 15º 50’ 28% 1/8 — 14º 25%

(23)

8

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

1.2.2. Terminologia estrutural

1.2.2.1. Telhado de duas águas (Figura 1.8)

Considerando-se as telhas, ripas e caibros como elementos componentes

da cobertura, visto que em algumas coberturas estes dois últimos elementos

podem ser dispensados, a sustentação da cobertura depende dos seguintes

ele-mentos estruturais:

1) Terças – Vigas apoiadas sobre as tesouras.

2) Mãos francesas – Para aliviar a flexão das terças, empregamos escoras,

denominadas mãos francesas. As mãos francesas servem também como

ele-mento de travejaele-mento dos nós inferiores da tesoura.

3) Tesoura – Viga principal em treliça ou viga-mestra, que serve para

transfe-rir o carregamento do telhado aos pilares ou paredes da edificação.

Elemen-tos que compõem uma tesoura, segundo a terminologia de projeto

estrutu-ral:

S – Banzo superior

I – Banzo inferior

V – Barras verticais ou simplesmente verticais

D – Barras diagonais ou simplesmente diagonais

N – Nó ou junta – ponto de interseção de barras

ρ – Painel – distância entre dois nós

h – Altura da tesoura

L – Vão da tesoura – distância entre os apoios extremos

α – Inclinação da tesoura

4) Contraventamento vertical – Estrutura plana vertical formada por

bar-ras cruzadas, dispostas perpendicularmente ao plano das tesoubar-ras. Essas

barras servem de sustentação para a ação das forças que atuam no seu

pla-no, travando as tesouras, de maneira a impedir sua rotação e deslocamento,

principalmente contra a ação do vento, como também sendo elemento de

vinculação do banzo inferior I contra a flambagem lateral.

5) Contraventamento horizontal – Estrutura formada por barras cruzadas

colocadas no plano abaixo da cobertura, para amarração do conjunto

for-mado pelas tesouras e terças. Essas barras servem para transferir a ação do

vento, atuando na direção esconsa ao edifício para as tesouras e ao

contra-ventamento vertical.

Oitões – Paredes extremas paralelas às tesouras, que muitas vezes servem

de apoio para as terças (pelo conceito antigo, eram as paredes laterais da

casa situadas na divisa do lote).

(24)

Introdução

9

Figura 1.8 Telhado de duas águas.

S V I h α L P D D N S N Tesoura 3 Contraventamento vertical Travejamento do nó inferior da tesoura Terças e mãos francesas 1 4 3 3 Ripas Caibros 2 4 4 4 3 3 3 5 3 3 5 3 3 5 Contraventamento horizontal Oitão V

(25)

10

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

Figura 1.9 Telhado de quatro águas.

Espigão 3 7 2 2 12 – Meia tesoura e contraventamento vertical Água Espigão Cumeeira Água Água Água c L L —2 L —2 Planta da cobertura 7 b b a a a c 3 3 3 3 8 6 L Planta da armação L b a a a b c h 8 2 1 1 1 1 3 3 3 3 4 4 6 7

(26)

Introdução

11

1.2.2.2. Telhado de quatro águas (Figura 1.9)

6) Meia tesoura

7) Tesoura de canto

8) Espigão — Aresta saliente inclinada do telhado; quando horizontal é

cumeeira.

1.2.2.3. Telhado de várias águas (Figura 1.10)

Y —2 X —2 Z —2 Y X Z Espigão Cumeeira

Rincão – canal formado por duas convergentes

Figura 1.10 Telhado de várias águas.

1.3. Madeiras empregadas

1.3.1. Madeira serrada

No centro sul do País, o madeiramento dos telhados tem sido executado

com muita freqüência, empregando-se a peroba, como também o pinho

brasi-leiro, principalmente nos Estados do Paraná e Santa Catarina, possuidores que

foram de extensas florestas nativas desta espécie de coníferas. O custo cada vez

mais elevado dessas espécies botânicas tem propiciado o emprego dos produtos

de reflorestamento, com a opção pelo Eucalipto Citriodora em substituição à

peroba.

Entre as numerosas árvores nativas, ainda existentes na nossa flora,

muitas delas são adequadas à carpintaria dos telhados, cujos parâmetros de

trabalho podem ser medidos pela sua dureza e peso específico (entre 0,5 e

1,2 g/cm

3

).

(27)

12

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira Veneziana 1 9 6 6 6 6 Viga-mestra Terças Calha Caixilho Meias tesouras

Figura 1.11 Telhado Shed.

Os inúmeros ensaios, realizados com várias espécies botânicas pelos nossos

institutos de pesquisas, procuraram atender as recomendações do Anexo B da

NBR 7190: 1997, cujo escopo é a determinação das propriedades físicas e

mecâ-nicas da madeira para o projeto estrutural.

O anexo E da mesma Norma fornece valores usuais de resistência e rigidez

de algumas madeiras nativas e de reflorestamento, que citaremos em local

apro-priado no Capítulo 4 deste livro.

Dimensões mínimas das seções transversais

A área mínima das seções transversais das vigas ou barras longitudinais

de treliças principais será de 50 cm

2

e a espessura mínima de 5 cm. Nas peças

secundárias os limites reduzem-se a, respectivamente 2,5 cm, podendo cair a

1,8 cm para peças secundárias múltiplas.

(28)

Introdução

13

Bitolas comerciais usuais de madeira serrada

Padrão métrico

Tipo de madeira Medida transversal(cm) Comprimento(m)

Ripas 1,5 3 5 básico: 4,40 Caibros 5 3 6 médio de 2,00 a 4,00 Vigas 6 3 12 médio: 5,00 6 3 16 médio: 5,00 Tábuas 2,6 3 16 básico: 4,00 2,6 3 23 básico: 4,00 1,3 3 31 básico: 4,00 Padrão americano Bitola

(pol) Medida transversal(cm) Comprimento básico

3 3 1 ½ 7,5 3 3,80 14 pés (4,27 m) 3 3 2 7,5 3 5,10 14 pés (4,27 m) 3 3 4 ½ 7,5 3 11,3 14 pés (4,27 m) 3 3 6 7,5 3 15,2 14 pés (4,27 m) 3 3 9 7,5 3 23,0 14 pés (4,27 m)

1.3.2. Madeira laminada e colada

Peças laminadas em tábuas de 2 e 4 cm de espessura, coladas de modo a

formar perfis, em que todas as fibras sejam paralelas, sem dúvida representam a

tendência futura das estruturas de madeira, onde a matéria-prima proveniente

das árvores nativas passará a ser substituída pelos produtos de reflorestamento.

Temos com isso um produto industrializado, com melhor controle de qualidade,

a exemplo de outros materiais fabricados em usinas, caso do concreto.

Além da pré-fabricação de peças retas ou curvas, poderemos contar com

uma série de bitolas, semelhantes às das peças serradas (Figura 1.12) — Seção

mínima de 6 3 10 cm até a máxima de 35 3 90 cm (conforme o Timber

Cons-truction Manual da AITC – American Institute of Timber ConsCons-truction).

(29)

14

Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

No Brasil já contamos com esses produtos, fabricados para vigas e arcos,

objetivando satisfazer projetos arquitetônicos especiais, mas na Europa e nos

EUA, por necessidade, existe um amplo comércio de bitolas padronizadas de

peças de seção retangular de madeira laminada e colada, assim como entre nós

os contraplacados para fôrmas de concreto, em substituição às tradicionais

tá-buas de pinho. Disso conclui-se que o emprego das peças coladas nada mais

representa senão a disponibilidade da matéria-prima e o seu custo no mercado

de consumo.

Referências

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