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Que bom receber você em nosso site! Somos especializados em Livros e Jogos de Psicologia e Saúde Mental.

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para você.

No final do capítulo colocamos um Desconto Especial para você.

Transtornos psi copat ológicos na infância e na adoles cên cia.Consiste, e m uma atualiza ção teórica dos transtornos me ntais mais prevalentes na i nfância e na adoles cên cia, de a cordo com as diretrize s do Ma nual estatístico de transt ornos me ntais – DSM-5. A clí nica da i nfância e da adoles cên cia possui s uas peculiaridades por acompanhar pess oas e m dese nvolvime nto, cujos des fechos depe nderã o da pre cisão dia g nósti ca e diagnósticos precoce s, do bom ente ndimento dos si ntoma s e evolução dos mes mos.

Que bom receber você em nosso site!

Somos especializados em Livros e Jogos de

Psicologia e Saúde Mental.

www.sinopsyseditora.com.br

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Transtornos

psicopatológicos

na infância e

na adolescência

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772t Transtornos psicopatológicos na infância e na adolescência / organizado por Luciana Tisser. – Novo Hamburgo : Sinopsys, 2018.

318p. ; 16x23cm. ISBN 978-85-9501-044-4

1. Psicologia – Transtornos – Infância – Adolescência. I. Título.

CDU 159.9-053.2/.6 Catalogação na publicação: Mônica Ballejo Canto – CRB 10/1023

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2AQUEL×"ARBOZA×,HULLIER

3$86$12

&27,',$12

2EFLEXOES×PARA×PAIS ×EDUCADORES×E×TERAPEUTAS

^ 2018

Transtornos

psicopatológicos

na infância e

na adolescência

Luciana Tisser

e colaboradores

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© Sinopsys Editora e Sistemas Ltda., 2018

Transtornos Psicopatológicos na Infância e na Adoslecência

Luciana Tisser e colaboradores

Capa: Guilherme Webster

Editoração: Formato Artes Gráficas Assistente editorial: Jade Arbo

Supervisão editorial: Mônica Ballejo Canto

Todos os direitos reservados à

Sinopsys Editora

Fone: (51) 3066-3690

E-mail: atendimento@sinopsyseditora.com.br Site: www.sinopsyseditora.com.br

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Só as crianças e os bem velhinhos conhecem a volúpia de viver dia a dia, hora a hora, e suas esperanças são breves.

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Dedico este livro a todas as crianças e adolescentes, e a todos meus pequenos grandes pacientes.

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Agradeço a todos colegas coautores deste importante livro e à Editora Sinopsys, que permitiu e oportunizou o nascimento desta obra.

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Autores

Luciana Tisser (org.). Psicóloga. Especialista em Neuropsicologia e em Gru-poterapia. Mestre e Doutora em Ciências da Saúde – Neurociências pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Docente no Curso de Psicologia da Uniritter. Docente no Curso Psico terapias Cogni-tivas e no Curso de Especialização em Psicoterapias Cog niCogni-tivas na Infância e Adolescência do InTCC/RS. Coordenadora da Es pecialização em Neurop-sicologia do InTCC/RS. Sócia diretora do Ins tituto de NeuropNeurop-sicologia. Allana Almeida Moraes. Psicóloga pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Especialização em Psicoterapia Cognitivo-Comportamen-tal pela WP – Centro de Psicoterapia Cognitivo-ComportamenCognitivo-Comportamen-tal. Mestre em Psicologia Clínica na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Beatriz Lobo. Psicóloga pela PUCRS. Mestre em Psicologia – Cognição Humana pela PUCRS.

Breno Irigoyen de Freitas. Psicólogo pela PUCRS. Especialista em Tera-pias Cognitivo-Comportamentais na Infância e Adolescência. Mestre em

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vi Autores

Psicologia Clínica pela PUCRS. Possui formação profissional do modelo de Prevenção de Recaída Baseada em Mindfulness (MBRP Brasil).

Bruna Velasco Velazquez. Graduação em Medicina pela Universidade Lu-terana do Brasil (Ulbra). Residência Médica em Psiquiatria pela Universi-dade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). Residência Médica em Psiquiatria da Infância e Adolescência pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Especialização em andamento em Psicoterapia de Orientação Analítica (CELG).

Cristiane Flôres Bortoncello. Psicóloga, Terapeuta certificada pela FBTC. Membro fundadora e presidente da Associação de Terapias Cognitivas do Rio Grande do Sul (ATC-RS) gestão (2016-2019). Mestre em psiquiatria (UFRGS). Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (INFA-PA). Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental na infância e adolescência (InTCC). Formação em Terapia de Casal (InTCC). For-mação em Terapia do Esquema (WP). Treinamento intensivo em Tera-pia Comportamental Dialética (The Linehan Institute, Behavioral Tech). Professora de Pós-graduação no IWP e no InTCC. Psicóloga dos grupos de tratamento para o TOC do Hospital de Clínicas de Porto Alegre de 2007 a 2014.

Danielle Irigoyen da Costa. Psicóloga. Formação em Neuropsicologia e Neuropsicologia Infantil pelo Hospital São Lucas da Pontifícia Universida-de Católica do Rio GranUniversida-de do Sul (HSL-PUCRS). Mestrado e Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação (PPG) em Medicina e Ciências da Saúde da PUCRS/Neurociências e Pós-doutorado pela Fundação Universitária de Cardiologia/Instituto de Cardiologia do RS (FUC/IC-RS). Professora Ad-junta dos cursos de Psicologia e Medicina da PUCRS e do PPG da Fundação Universitária de Cardiologia/Instituto de Cardiologia do RS. Pesquisadora do Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul (INSCER), colaboradora do laboratório de Hipertensão Experimental do Instituto do Coração do Hos-pital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e do Núcleo de Estudo e Pesquisa em Trauma e Estresse (NEPTE – PUCRS).

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Autores vii Dayane Santos Martins. Graduanda de Psicologia do 9º semestre do Cen-tro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter). Estagiária da Unidade de De-sintoxicação do Hospital Psiquiátrico São Pedro. Bolsista de Iniciação Cien-tífica do grupo de Psiquiatria Molecular do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA).

Edwiges Ferreira de Mattos Silvares. Professora Titular, colaboradora Sê-nior do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicolo gia da Universidade de São Paulo (USP).

Fernanda Cerutti. Psicóloga pela URI/FW. Especialista em Psicoterapia pelo IAFEC. Mestre e Doutoranda em Psicologia Clínica pela PUCRS. Integrante do Grupo de Pesquisa “Avaliação e Intervenção no Ciclo Vi-tal” – PUCRS.

Fernanda Figueiró. Pedagoga. Orientadora educacional e psicopedagoga especialista em neuropsicopedagogia e desenvolvimento humano.

Fernanda Valle Krieger. Psiquiatra da Infância e Adolescência. Mestre em Psiquiatria pela UFRGS. Doutora em Psiquiatria pela USP.

Francine Guimarães Gonçalves. Psicóloga pela PUC-RS. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Psiquiatria na FAMED/UFRGS. Especia-lista em Terapia Cognitivo-Comportamental pelo Instituto da Família de Porto Alegre (INFAPA). Professora nos cursos de especialização em Terapia Cognitivo-Comportamental na IWP. Professora e Supervisora no Instituto Fernando Pessoa (IFP). Atualmente é 1ª secretária da Associação de Terapias Cognitivas do Rio Grande do Sul (ATC-RS).

Gledis Lisiane Motta. Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Pelotas. Mestre em Ciências Médicas: Psiquiatria pela Universidade Fe-deral do Rio Grande do Sul (2014). Atualmente é médica psiquiatra da Pre-feitura Municipal de Porto Alegre, preceptora da residência em Psiquiatria no Hospital Presidente Vargas e pesquisadora do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Psiquia-tra da Infância e Adolescência

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viii Autores

Igor Lins Lemos. Doutor em Neuropsiquiatria e Ciências do Comporta-mento pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental Avançada pela Universidade de Per-nambuco (UPE). Terapeuta Cognitivo certificado pela Federação Brasileira de Terapias Cognitivas (FBTC). Psicólogo clínico, palestrante, pesquisador e colunista da Revista Psique C&V (Ciberpsicologia).

Irani Iracema de Lima Argimon. Psicóloga. Especialista em Avaliação cológica e Dependência Química. Mestre em Educação. Doutora em Psi-cologia. Docente Titular do Programa de Graduação e Pós-Gradua ção em Psicologia – PUCRS. Pesquisadora Produtividade do CNPq.

Jéssica de Assis Silva. Psicóloga pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Doutoranda em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Psicologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Especialista em Terapia Comportamental e Cognitiva pela USP.

Josemar Marchezan. Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Santa Maria. Residência Médica em Pediatria e Neurologia Infantil rea-lizadas no Hospital de Clínicas de Porto Alegre – UFRGS. Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria – Associação Médica Brasi-leira e Especialista em Neurologia Pediátrica pela Sociedade BrasiBrasi-leira de Pe-diatria / Academia Brasileira de Neurologia – Associação Médica Brasileira. Possui Capacitação em Eletroencefalografia e Epilepsia realizada no HCPA. Mestre em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFRGS, com ênfase em Autismo. Professor de Semiologia Pediátrica e de Pediatria do Curso de Medicina da Univates (Lajeado/RS). Doutorando em Saúde da Criança e do Adolescente – UFRGS, com ênfase em Autismo.

Juliana Braga Gomes. Psicóloga e Pedagoga pela PUCRS. Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental pelo INFAPA. Mestre em Ciências Médicas: Psiquiatria pela UFRGS. Doutora em Psiquiatria e Ciências do Comportamento pela UFRGS.

Kamila Castro Grokoski. Graduada em Nutrição pela Universidade Fe-deral do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestre pelo Programa de

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Pós-Gra-Autores ix

duação em Saúde da Criança e do Adolescente pela UFRGS. Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e do Adolescente (UFRGS).

Luciana Nagalli Gropo. Psicoterapeuta cognitivo-comportamental. Mestre em Hebiatria – FOP/UPE. Terapeuta Certificada pela FBTC. Psicóloga do Centro de Tratamento de TOC – C-TOC do Hospital Universitário Osval-do Cruz da Universidade Estadual de Pernambuco.

Marcelly Filipetto. Psicóloga. Pós-Graduanda em Terapia Cognitivo-Com-portamental. Primeira Tesoureira da ATC-RS.

Mariana Batista Lima. Fonoaudióloga pelo IPA. Especialização em Neu-ropsicologia pela UFRGS. Mestre em Psicologia com ênfase em Cognição Humana pela PUCRS. Especializanda em Gestão Escolar na UNINTER. Marta Carvalho. Graduada em Medicina pela UFCSPA. Residente em Psi-quiatria Infantil no Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto, For-taleza.

Natália Coimbra Ribeiro. Graduanda de Psicologia na UniRitter. Bolsista de Iniciação Científica PROBIC/FAPERGS no Grupo de pesquisa “Rela-ções Interpessoais e Violência: contextos clínicos, sociais, educativos e vir-tuais” da PUCRS.

Neusa Aita Agne. Médica pela UFSM. Especialista em Psiquiatria pela UFSCPA e em Psiquiatria da Infância e Adolescência pela UFSCPA. Mes-tranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (UFCSPA). Formação em andamento em Terapia Cognitivo-Comportamental na In-fância e Adolescência (InTCC).

Patrícia Bombassaro. Psicóloga graduada pela Universidade Feevale em 2011. Possui aperfeiçoamento em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental pelo Instituto WP Psicoterapia Cognitivo e Pós-Graduada em Neuropsico-logia pela Projecto Soluções em PsicoNeuropsico-logia. Atua como psicóloga clínica e neuropsicóloga.

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Raquel Barboza Lhullier. Psicóloga. Terapeuta Cognitivo Comportamen-tal da Infância e Adolescência. Coordenadora local dos cursos do InTcc em Pelotas e professora convidada nos cursos de Especialização em TCC da In-fância e Adolescência (InTcc). Coordenadora do programa TRI Preventivo na cidade de Pelotas/RS. (Instituto TRI de Educação Socioemocional). Au-tora dos livros: Pausa no Cotidiano- reflexões para pais educadores e terapeutas. Coautora nos livros: E agora? Como falar que alguém da família adoeceu e O

nascimento do amor.

Renata Klein Zancan. Psicóloga pela UNIJUI-RS. Doutoranda em Psi-cologia Clínica no Grupo de Avaliação e Pesquisa em Terapia Cogniti-vo e Comportamental do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUCRS. Mestre em Psicologia Clínica pela Unisinos. Pós-Graduada em Psicologia em Saúde Mental e Coletiva pelo ICPG-SC. Cofundadora da Equipe Gentilmente.

Rodrigo Giacobo Serra. Psicólogo. Mestre em Psicopatologia Infanto-juvenil e em Pesquisa na área de Psicologia Clínica pela Universidade Au-tónoma de Barcelona – Espanha. Doutor em Psicologia pela Universidade Autónoma de Barcelona. Pós-doutorado em Educação na Pontifícia Uni-versidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS. Professor do curso de Especialização em Terapias Cognitivo-Comportamentais na Infância e Adolescência no Instituto de Terapias Cognitivo-Comportamentais (In-TCC) em Porto Alegre e em diversos estados do Brasil. Professor do curso de Psicologia na Feevale, Novo Hamburgo. Professor convidado do Mes-trado em Psicopatologia na Infância e Adolescência na Universidade Au-tónoma de Barcelona. Pesquisador na área dos Transtornos de Ansiedade na infância.

Rudimar dos Santos Riesgo. Médico Neuropediatra. Doutor em Pediatria (UFRGS). Professor de Medicina da UFRGS. Chefe da Neuropediatria do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (UFRGS).

Teresa Helena Schoen. Psicóloga pela Universidade de Brasília. Pedagoga pela Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal. Mestre em

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Autores xvii

cias Aplicadas à Pediatria pela Universidade Federal de São Paulo. Doutora em Ciências Pela Universidade Federal de São Paulo.

Valéria de Oliveira Thiers. Psicóloga pela Universidade de São Paulo. Mes-tre em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo. Doutora em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo. Professora Ad-junta da PUCRS.

Vanessa Schmitz Bulcão. Relações Públicas. Especialista em Marketing e Direção de empresas (ISTE-Portugal). Graduanda em Psicologia pela Uni-ritter e estagiária do Núcleo de Neurociências da UniUni-ritter

Vanessa Ceré Furtado. Fonoaudióloga pela Rede Metodista IPA. Espe-cialista em Atendimento Clínico ênfase em Fonoaudiologia pela UFRGS. Formação no Conceito Neuroevolutivo Bobath. Especializanda em Neu-ropsicologia no InTCC.

Virgínia de Oliveira Rosa. Médica Psiquiatra Adulto, Infância e Adolescên-cia. Graduada em Medicina pela UFRGS. Residência médica em Psiquiatria pela UFCSPA. Residência médica em Psiquiatra Infantil pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Pós-graduanda (Doutorado) no Programa de Pós Graduação em Psiquiatria e Ciências do Comportamento UFRGS.

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(20)

Sumário

Apresentação ... 13

1

Anamnese Infantil e do Adolescente ... 23

Beatriz Lobo e Luciana Tisser

2

Deficiência Intelectual ... 35

Dayane Santos Martins, Vanessa Schmitz Bulcão e Luciana Tisser

3

Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade ... 57

Luciana Tisser, Natália Coimbra Ribeiro e Patrícia Bombassaro

4

Transtorno do Espectro Autista ... 75

Josemar Marchezan, Kamila Castro Grokoski e Rudimar dos Santos Riesgo

5

Transtorno de Aprendizagem ... 97

Fernanda Figueiró, Danielle Irigoyen da Costa, Valéria de Oliveira Thiers e Luciana Tisser

6

Transtornos Alimentares ... 111

Breno Irigoyen de Freitas, Luciana Tisser e Renata Klein Zancan

7

Transtorno de Ansiedade ... 127

(21)

8

Transtorno Obsessivo-Compulsivo ... 169

Cristiane Flôres Bortoncello, Luciana Nagalli Gropo,

Francine Guimarães Gonçalves, Marcelly Filipetto e Juliana Braga Gomes

9

Depressão ... 201

Neusa Aita Agne, Bruna Velasco Velazquez, Marta Carvalho, Gledis Lisiane Motta e Virgínia de Oliveira Rosa

10

Transtornos de Eliminação: enurese e encoprese ... 225

Edwiges Ferreira de Matos Silvares, Jéssica de Assis Silva e Teresa Helena Schoen

11

Transtornos da Comunicação ... 249

Mariana Batista Lima e Vanessa Furtado

12

Transtornos Disruptivos do Controle do Impulso e da Conduta ... 269

Fernanda Valle Krieger

13

Uso e Abuso de Substâncias Psicoativas ... 289

Irani Iracema de Lima Argimon, Fernanda Cerutti e Allana Almeida Moraes

14

Transtorno do Jogo pela Internet ... 309

Igor Lins Lemos

(22)

Apresentação

Luciana Tisser

Transtornos psicopatológicos na infância e na adolescência é uma obra

que contou com esforço conjunto de pesquisadores e clínicos da área da saúde mental. Escrito há muitas mãos, este livro pretende ser um guia te-órico para pensar diretrizes diagnósticas das psicopatologias contemporâ-neas. Consiste, em uma atualização teórica dos transtornos mentais mais prevalentes na infância e na adolescência, de acordo com as diretrizes do Manual estatístico de transtornos mentais – DSM-5.

A clínica da infância e da adolescência possui suas peculiaridades por acompanhar pessoas em desenvolvimento, cujos desfechos depende-rão da precisão diagnóstica e diagnósticos precoces, do bom entendimen-to dos sinentendimen-tomas e evolução dos mesmos. Tais faentendimen-tores são fundamentais para um melhor prognóstico e entendimento dos casos.

Diante deste cenário, foi convocada uma equipe multidisciplinar de psicólogos, psiquiatras, psicopedagogos e fonoaudiólogos dedicada à infância e à adolescência. Os quatorze capítulos desta obra contem-plam temas como entrevista na infância e na adolescência, transtornos de neurodesenvolvimento, como os transtornos disruptivos do controle do impulso e da conduta, transtornos de eliminação e transtornos de

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22 Apresentação

comunicação, que são amplamente explanados em todas suas peculiari-dades, evidenciando comorbipeculiari-dades, diagnósticos diferenciais e evoluções dos quadros.

O livro também aborda questões por demais debatidas na adoles-cência, mas sempre sob nova roupagem e atualização, como transtornos alimentares e uso e abuso de substâncias psicoativas.

Como não poderíamos deixar de incluir um tema que tem ocupa-do reflexões de diversos clínicos, pais e professores, o capítulo destinaocupa-do ao transtorno do jogo pela internet convida o leitor a se atualizar e a prevenir tais comportamentos excessivos.

(24)

INTRODUÇÃO

A entrevista de anamnese é a coleta de informações aprofundadas sobre o avaliando, com foco principal em aspectos históricos, desenvol-vimentais e nos motivos que levam a criança ou adolescente ao mento, sendo essa etapa fundamental para o planejamento do trata-mento que se inicia (Silva & Bandeira, 2016). A anamnese faz parte das entrevistas iniciais, recomendando-se que ela seja realizada nos primei-ros encontprimei-ros com os pais ou responsáveis pela criança ou adolescente. É nesse primeiro contato que as primeiras hipóteses, levantadas no mo-mento do encaminhamo-mento, são confirmadas ou refutadas (Serafini, 2016). Nesse sentido, o vínculo estabelecido nos primeiros contatos tem um importante papel, uma vez que é fundamental estabelecer uma relação colaborativa, empática e de confiança para que os temas de interesse (muitas vezes bastante delicados) para o andamento da avaliação ou psi-coterapia possam emergir (Serafini, 2016).

Etimologicamente falando, anamnese é uma palavra de origem grega composta por aná, que significa o ato de trazer é mente, lembrar, e pela raiz mnesis, que significa recordar, fazer lembrar (Soares et al.,

Anamnese Infantil e do Adolescente

Beatriz Lobo e Luciana Tisser

(25)

24 Anamnese Infantil e do Adolescente

2014). Assim, anamnese significa trazer à consciência os fatos relaciona-dos à queixa e à história do avaliando (Silva & Bandeira, 2016). O ob-jetivo primordial é o levantamento detalhado da história de desenvolvi-mento de uma pessoa, principalmente na infância (Tavares, 2000). A anamnese busca, portanto, estabelecer relações entre a história de vida do paciente e a queixa ou motivo de busca apresentado (Tavares, 2000; Silva & Bandeira, 2016). Enquanto técnica de entrevista, a anamnese pode ser realizada de forma cronológica, para uma compreensão global da vida do paciente, levando em consideração o objetivo da anamnese, o motivo da busca de atendimento e a demanda em questão.

Ao tratar-se de crianças e adolescentes, é crucial realizar as entrevis-tas levando-se em consideração seu contexto temporal e ambiental. Bron-fenbrenner (1992) propõe, através de sua teoria sobre a ecologia do de-senvolvimento humano, que uma pessoa não existe sem o seu contexto. A pessoa, com seus fatores biológicos e genéticos, encontra-se em um con-texto, que é caracterizado por eventos e condições que podem influenciar ou ser influenciados pela criança, ou seja, a pessoa em desenvolvimento. O ambiente ecológico, nesse sentido, é concebido por ele como um con-junto de estruturas concêntricas, a exemplo das bonecas russas, que se en-caixam umas dentro das outras. O contexto pode ser classificado através de quatro subsistemas socialmente organizados: Microssistema, Mesossis-tema, Exossistema e Macrossistema. O microssistema é composto pelas relações iniciais como escola, família, amigos e é através do microssistema que as estruturas de níveis mais distantes alcançam a criança em desenvol-vimento. Em um segundo nível, o mesossistema compreende a interação entre os microssistemas onde a criança em desenvolvimento se insere, como por exemplo a interação entre a família e a escola. Essas interações podem ser promotoras ou inibidoras do desenvolvimento de uma pessoa. Um olhar mais atento para o mesossitema pode, por exemplo, revelar um desempenho satisfatório em um microssistema e em outro microssistema apresentar dificuldade, como uma criança que realiza satisfatoriamente ta-refas escolares em casa, mas na escola apresenta dificuldades em realizar a mesma tarefa (Benetti, 2013).

(26)

Transtornos Psicopatológicos na Infância e na Adolescência 25

O exossistema, por sua vez, abrange sistemas em que a criança não está diretamente inserida, mas que a afeta mesmo indiretamente, como o trabalho dos pais. O ambiente de trabalho interfere no compor-tamento parental. Um exemplo é o caso de pais que têm um dia estres-sante no ambiente de trabalho e ficam menos disponíveis a dar um cui-dado de qualidade para seu filho. Por último, o macrossistema é com-posto por todos os sistemas anteriores de uma forma ampla. É nele que estão contidos os valores, crenças, sistemas sociais, políticos e econômi-co, estilo de vida, cultura e costumes. Todos os sistemas sofrem a influ-ência do tempo, como eventos históricos e mudanças econômicas. O desenvolvimento humano é, nesse espectro, interativo e contextualiza-do; é como a relação entre os pais e o bebê: a criança afeta a vida dos pais e os sentimentos dos pais afetam a criança (Benetti, 2013).

Para realizar uma avaliação eficaz e eficiente acerca da saúde men-tal de uma criança, é crucial considerar (1) fatores contextuais, incluindo os ambientes de cuidado em casa e em outros ambientes, como a escola, influências dos cuidadores no funcionamento socioemocional, mudan-ças na estrutura familiar, estressores, fatores socioculturais; (2) o funcio­

namento em domínios desenvolvimentais, como linguagem, cognição,

funcionamento sensorial, de adaptação e saúde; (3) adequar para os

ob-Macrossistema Valores, Costumes, Cultura

Mesossistema Escola, creche, parentes,

amigos, igreja

Microssistema

Indivíduo e família Prefeitura

Família Valores sociais Instituições políticas e sociais Amigos dos pais Trabalho dos pais Governo Federal Igreja Escola Criança MACROSSISTEMA CROnOSSISTEMA ExOSSISTEMA MESOSSISTEMA MICROSSISTEMA

Eventos ambientais e as transições: guerras, ciclos econômicos, divórcio, nascimento, entrada na escola, morte, etc.

(27)

26 Anamnese Infantil e do Adolescente

jetivos da avaliação; (4) fazer uso de instrumentos e ferramentas válidas, fidedignas e adaptadas quanto a aspectos desenvolvimentais e culturais; e (5) utilizar uma abordagem de interpretação que considere a criança como um todo e em relação com fatores desenvolvimentais e contextuais, realizando a avaliação em com atividades e settings adequados aos está-gios desenvolvimentais (Briggs-Gowan, 2016).

Atualmente é consenso entre clínicos e pesquisadores que crianças com menos de dois anos podem apresentar sofrimento clínico significa-tivo nas esferas sociais, emocionais e comportamentais, bem como de-senvolver psicopatologias. O sofrimento clínico na infância apresenta-se entre 7 e 26%, dados que podem ser ainda maiores em crianças expos-tas a situações de vulnerabilidade social. Há evidências de que, em algu-mas crianças, os problealgu-mas socioemocionais e comportamentais apre-sentados nessa fase podem ser persistentes e predizer funcionamento empobrecido em idades posteriores, contrariando a ideia de que proble-mas apresentados por crianças pequenas são apenas uma “fase”. Nesse sentido, crianças pequenas podem apresentar um amplo espectro de di-ficuldades como ansiedade, depressão, déficit de atenção e hiperativida-de hiperativida-de comportamentos disruptivos, que pohiperativida-dem se agravar e se tornar persistentes nos anos posteriores (Briggs-Gowan, 2016).

As entrevistas de anamnese devem contemplar, nesse sentido, as-pectos de vulnerabilidade e fatores de risco, bem como fatores proteção e resiliência, que se inter-relacionam de maneira dinâmica e contínua (Petersen, 2011).

INFORMAÇÕES A SEREM COLETADAS NA ANAMNESE

A anamnese é, geralmente, a primeira entrevista de um processo de avaliação psicológica ou de um tratamento psicoterápico com crian-ças e adolescente. Nesse sentido, é recomendado que a entrevista inicial com crianças e adolescentes seja realizada com os pais ou cuidadores responsáveis pela criança. É importante lembrar que, quando se trata

(28)

Transtornos Psicopatológicos na Infância e na Adolescência 27

de entrevistas iniciais, as informações são coletadas desde o primeiro contato com o paciente, que muito frequentemente é realizado através não apenas de ligações telefônicas, mas também de plataformas como

Whatsapp, Facebook, e-mail, entre outros. Independentemente da via

de comunicação, é no contato inicial que as primeiras hipóteses são formuladas. A origem do encaminhamento é uma informação muito importante a ser obtida nesse contato inicial, uma vez que a mesma pode dizer muito a respeito do paciente que nos procura. Ainda nesse contato primário, é importante saber a idade do paciente, investigar de forma breve a demanda para o atendimento, observar qual dos respon-sáveis realizou o primeiro contato, observar o tom de voz, aspectos não verbais, instruir quem deverá comparecer à primeira consulta: via de regra, apenas os pais ou responsáveis, sem a criança. No caso de adoles-centes, pode ser solicitado que compareçam à primeira sessão junta-mente com os pais ou responsáveis. Nesses casos, a anamnese poderá ser realizada em parte com o próprio adolescente em conjunto com os pais/responsáveis.

No início da entrevista de anamnese, é crucial estabelecer o rapport, apresentar-se, explicar brevemente o objetivo da consulta, buscar tran-quilizar e reduzir a ansiedade inerente aos primeiros contatos com o psi-cólogo/terapeuta. Pode-se iniciar essa entrevista com pais ou responsá-veis questionando o motivo de busca e como percebem as queixas rela-tivas a seu filho ou sua filha (Serafini, 2016).

Na anamnese com crianças e adolescentes, a investigação da his-tória pré e perinatal e a compreensão dos aspectos desenvolvimentais infantis são centrais para a compreensão do caso (Silva & Bandeira, 2016). Uma história clínica bem-estruturada deve conter dados de identificação da criança e dos pais, o motivo da consulta, a caracteriza-ção das relações familiares, os eventos de vida significativos, como mor-tes, separações, mudanças de casa, de escola, institucionalização; vivên-cia de situações traumáticas como violênvivên-cia, acidentes, testemunho de violência doméstica, maus-tratos (abuso sexual, abuso emocional, abuso físico e negligência); atividades realizadas em família, dificuldades dos

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28 Anamnese Infantil e do Adolescente

pais nas práticas educativas, dados da gestação, parto e dados desenvol-vimentais (Petersen, 2011).

Quanto à história pré e perinatal, é de suma importância compre-ender o contexto em que a criança foi concebida, como era a relação dos pais, como a notícia da gestação foi recebida, a forma como a famí-lia como um todo lidou com a chegada da criança. Os aspectos físicos e emocionais da mãe durante a gestação, presença de tentativas de aborto, uso de substâncias lícitas e ilícitas, medicações, situações estressoras, as-sim como possíveis intercorrências (como quedas, acidentes e eventos significativos) na gestação devem ser investigados.

É importante registrar como foi o parto, o índice Apgar no primei-ro e no quinto minuto de vida da criança, assim como informações acerca do período de amamentação e desmame, alimentação, qualidade do sono e apego no primeiro ano de vida. O apego pode ser avaliado por questões como o tempo que a mãe pode ficar com a criança, período de retorno ao trabalho, quem cuidava da criança quando a mãe não estava presente, pessoas referências para a criança, quem a criança recorria em situações de dor ou doença (Silva & Bandeira, 2016). Sabe-se que os estilos de apego formados nessa etapa inicial da vida são cruciais para o desenvolvimento posterior da criança, afetando os estilos de apego e esquemas de relaciona-mento interpessoal na vida adulta (Bowlby, 1978).

Os marcos desenvolvimentais devem ser explorados principal-mente quanto à capacidades de linguagem, comunicação, aspectos mo-tores, cognitivos, emocionais, comportamentais e adaptativos. Quanto à linguagem, é preciso questionar quando a criança começou a apresen-tar interesses por sons, quando começou a compreender as primeiras palavras, quando começou a balbuciar, quando foram as suas primeiras palavras, qualidade da fala e da comunicação. As capacidades motoras podem ser avaliadas de acordo com a idade em que a criança teve aqui-sições como sentar-se sozinha, engatinhar, ficar em pé, caminhar, correr, escalar obstáculos, manipular objetos. A idade em que a criança iniciou o controle esfincteriano diurno e noturno, o processo de desfralde e rea-ções da criança nessa etapa. As habilidades cognitivas podem ser

(30)

avalia-Transtornos Psicopatológicos na Infância e na Adolescência 29

das por meio de questões como a capacidade da criança de aprender coisas novas, qualidade das brincadeiras, capacidade simbólica, dificul-dades no dia a dia, desempenho escolar (Silva & Bandeira, 2016).

É importante compreender como a criança se relaciona com outras crianças e adolescentes, como se relaciona com irmãos, quais brincadeiras escolhe, se costuma brigar, se prefere brincar com crianças mais novas ou crianças mais velhas, se tem dificuldade para fazer amigos, se prefere brin-car sozinha, quem são os amigos da criança. Atividades de lazer, esportes, grupos que a criança frequenta ou frequentou, além de mudanças na mo-tivação ou interesse em realizar atividades da rotina. As capacidades adap-tativas podem ser investigadas através do nível de autonomia e dependên-cia que a criança apresenta em realizar atividades diárias (como vestir-se sozinho, escovar os dentes, comer, pedir ajuda). Quando a criança não apresenta capacidades esperadas para a sua faixa etária, é preciso que o clí-nico investigue se isso ocorre por dificuldades desenvolvimentais da pró-pria criança ou se está mais relacionado a questões ambientais, como su-perproteção dos pais, por exemplo. É importante ainda ficar atento a si-nais como chupar dedos, tiques, roer unhas, enurese, encoprese, explosões de raiva, medos excessivos, masturbação, pesadelos, terror noturno, cruel-dade com animais, entre outros (Silva & Bandeira, 2016).

Questionar aos pais sobre um dia na rotina da criança pode trazer informações muito úteis. Através desses dados, é possível compreender quem são os cuidadores que mais acompanham o dia a dia da criança, como se dá os momentos de alimentação, quais são os pontos críticos das atividades diárias, quem a leva e busca na escola, que horários reali-za atividades escolares, que horário e com quem dorme, se é uma crian-ça supervisionada ou se é deixada sozinha inadequadamente. Perguntar aos pais sobre as qualidades de seu filho resulta na compreensão sobre como os pais veem aquela criança ou adolescente e como lidam com as dificuldades trazidas até o momento da entrevista. Alguns pais têm difi-culdades em relatar aspectos positivos de seus filhos, principalmente porque estão buscando auxílio psicológico justamente para lidar com os aspectos problemáticos e difíceis.

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30 Anamnese Infantil e do Adolescente

ESPECIFICIDADES COM ADOLESCENTES

No caso de adolescentes, a entrevista de anamnese pode ser reali-zada com o próprio jovem, com os pais, ou com ambos, em momentos diferentes. Quando feita com os pais, a anamnese de adolescentes deve ser complementada e discutida com o jovem (Silva & Bandeira, 2016). Os adolescentes já apresentam habilidades e competências para falar so-bre si mesmos, soso-bre as dificuldades e os problemas que os levam à bus-ca de atendimento, mas, por outro lado, fatores como a motivação para o atendimento, dificuldades interpessoais, uso de substâncias, e até ca-racterísticas de personalidade irão influenciar na qualidade das informa-ções. Ainda, comparar o que foi trazido pelos pais e o que foi trazido pelo adolescente pode ser muito rico, pois as informações podem ser complementares, mas em muitos momentos podem ser contraditórias. Cabe ao clínico realizar a compreensão e o significado de possíveis con-flitos nas informações colhidas, buscando entender o que isso reflete a respeito do jovem que busca atendimento e de sua família.

No caso de adolescentes, o psicólogo precisa ser cuidadoso no que tange ao acesso de informações dos pais, para que possa haver uma rela-ção de confiança e respeito aos aspectos sigilosos, sempre lembrando que, se o adolescente encontra-se em alguma situação de risco para si ou para outros, isso precisa ser conversado e levado aos pais, de forma ho-nesta e clara, sempre conversando e acordando com o jovem, para que o vínculo de confiança se mantenha.

FONTES COMPLEMENTARES DE INFORMAÇÃO

A entrevista de anamnese requer a coleta do maior número de in-formações possíveis, o que significa que devemos acessar outras fontes de informação, além dos pais e da criança. Os pais podem não ter conheci-mento de comportaconheci-mentos internalizantes de seus filhos, por exemplo, fi-cando mais atentos a problemas externalizantes e comportamentais.

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Sabe-Transtornos Psicopatológicos na Infância e na Adolescência 31

se que as crianças tendem a relatar com maior acurácia sintomas interna-lizantes, como sintomas depressivos, ansiosos, medos, sintomas traumáti-cos, enquanto que os pais relatam com maior eficácia problemas externa-lizantes e comportamentais (Stanger & Lewis, 1993, Madigan et al., 2016). Enquanto algumas informações serão confirmadas no relato obti-do a partir das diferentes fontes, outras poderão ser contraditórias, neces-sitando maiores esclarecimentos (Cunha, 2005; Wechsler, Nakano, Nu-nes, & Minervino, 2010). As fontes complementares de informação in-cluem outros profissionais que acompanham a criança, como pediatras, psiquiatras, neurologistas, professores, psicopedagagos, fonoaudiólogos, assim como exames médicos, registros e boletins escolares, documentos de avaliações posteriores, carteira de vacinação, entre outros.

Quadro 1.1. Informações a serem coletadas na entrevista de anamnese com

crian-ças e adolescentes Motivo de busca

Circunstâncias que precedem a busca de atendimento Tempo de duração do problema atual

Problemas apresentados (descrição, frequência, gravidade, início, curso, tratamentos prévios, tentativas de resolução, fatores desencadeadores, mantenedores, agravantes)

Discordâncias entre os informantes

Situação e contexto atual

Condição socioeconômica da família, cuidadores Rede de apoio social

Situação laboral e ocupacional dos cuidadores

Dinâmica familiar (genograma, principais relações, engajamento e disposição da família para o tratamen-to, questões religiosas, legais, luto)

Estressores situacionais de cada um ou do casal (ex: questões financeiras, laborais)

Problemas individuais, conjugais (manejo e expressão dos problemas, envolvimento, culpabilização da criança)

Histórico

Histórico psiquiátrico familiar Aspectos gerais dos pais/cuidadores Histórico conjugal

Histórico médico, psiquiátrico, neurológico, psicológico

Dados desenvolvimentais

Gestação, abortos uso de medicações, álcool, drogas, contexto em que a criança foi concebida e nasceu, parto, peso, Apgar

Desenvolvimento psicomotor

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32 Anamnese Infantil e do Adolescente

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Quadro 1.1. Continuação

Dados desenvolvimentais

Desmame

Controle esfincteriano

Dificuldades de visão, audição, fala Hospitalizações

Medicações

Hábitos de sono, hora do banho Alimentação

Relação dos cuidadores primários nos primeiros anos de vida

Eventos importantes

Separações, mudanças, trocas de escola, institucionalização Situações traumáticas

Maus-tratos: abuso físico, emocional, testemunho de violência doméstica negligência, abuso sexual Práticas educativas e disciplinares, regras, limites (clareza, rigidez, obediência, quais punições

emprega-das, concordância entre cuidadores)

Um dia na rotina, interesses da criança, brincadeiras

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Transtornos Psicopatológicos na Infância e na Adolescência 33

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