Aplicação da Citometria de
Fluxo
(técnica citológica avançada)
ao estudo de populações de
leveduras
Área/Laboratório
Microbiologia
Trabalho realizado por:
Adriana América da Silva
Manuel António Gonçalves de Pinho
Sara Sofia dos Santos Marques
Universidade do Minho Escola de Ciências Departamento de Biologia 21 a 27 de Julho de 2010Citometria de Fluxo = Citologia analítica/
Citologia quantitativa
“Cito” + “metria”
de Fluxo
células medição Suspensas em
meio líquido (em movimento)
‐>A técnica de Citometria de Fluxo é definida como sendo uma técnica citológica avançada utilizada para contar, analisar e classificar partículas microscópicas em suspensão.
Citometria:
Citometria de Fluxo
Citometria de Imagem
Citometria de Fluxo
Vantagens:
z Análise multiparamétrica; z Num curto espaço de tempo analisa um grande nº de células; z Análise célula a célula;‐>
Grande importância no estudo de populações celulares não sincronizadas (as células encontram‐se em diferentes fases do ciclo celular).‐>
Avaliação da homogeneidade ou heterogeneidade da população.Citómetro de Fluxo
‐> Tamanho (FSC) ‐> Dispersão frontal da luz ‐ “forward scatter”
‐> Complexidade (SSC) ‐> Dispersão lateral da luz ‐ “side scatter”
Componentes de um Citómetro de
Fluxo:
‐> Suspensão de partículas‐> Fluxo laminar ( as células fluem em fila uma a uma)
Mecânica
Mecânica
Mecânica
Óptica
Ó
Ó
ptica
ptica
Electrónic
a
Electr
Electr
ó
ó
nic
nic
a
a
‐> Conversão do sinal em valores analógico‐digitais ‐> Aquisição, processamento, análise e armazenamento de dados no computador ‐> Fonte de iluminação (feixe de luz) ‐> Captação da luz dispersa e da fluorescência emitida‐>
Na câmara de fluxo, a suspensão de partículas que vão ser analisadas é colhida por uma agulha e é imersa num líquido que se move a uma velocidade superior. O fluido envolvente é designado de líquido de embaínhamento.‐>
O líquido de embaínhamento cria uma pressão positiva e faz com que as partículas sejam forçadas a moverem‐se em fila, uma a uma, no centro do fluido por um processo designado por focagem hidrodinâmica.‐>
As partículas são analisadas, uma a uma, a velocidades de 100 a 1000 partículas/sFuncionamento do Citómetro de
Fluxo
‐> As partículas em suspensão, de uma forma alinhada, são interceptadas por um feixe de luz. ‐> A interacção das partículas com o feixe gera sinais que são captados por detectores apropriados.
‐> A informação produzida pode ser gerada: ‐Pela dispersão do feixe de luz;
‐Pela fluorescência emitida por fluorocromos após excitação pelo feixe de luz.
Funcionamento do Citómetro de
Fluxo
‐> Capta a intensidade da luz dispersa frontalmente o que nos fornece informações sobre o tamanho relativo das partículas (células);
‐> A intensidade luz dispersa frontalmente é proporcional ao tamanho e forma das partículas.
Sensor de FS Laser
Laser
Sensor de FS
Sensor SS 900
Foto-sensor de Dispersão Lateral (SS)
‐> Capta a intensidade de luz dispersa a 90o
‐> A intensidade da luz dispersa a 90o é proporcional à complexidade,
‐> Capacidade de uma dada molécula emitir uma radiação electromagnética a um comprimento de onda superior ao da radiação incidente.
Luz fluorescente emitida tem menor energia e maior
comprimento de onda Fluoresceína
λ = 530 nm
Luz Incidente de
maior energía Fluorocromo
CO2H O OH
λ = 480 nm
Dispersão da Fluorescência
‐> A fluorescência emitida é detectada por foto‐sensores que captam a luz com um comprimento de onda seleccionado.
‐> A especificidade da detecção de cada sensor é controlada pela selecção do comprimento de onda, através de uma conjugação de filtros e de espelhos dicróicos.
Laser
Sensor de FS
Detectores de Fluorescência (PMT1, PMT4 etc.)
Espelho Dicróico -Colocado a 45
o
Luz Reflectida
Luz Reflectida
Luz Transmitida
Luz Transmitida
Fonte de Luz
Fonte de Luz
Espelhos Dicróicos
‐> Os Espelhos Dicróicos são Filtros responsáveis por separar a radiação (divisão da fluorescência em várias
cores, FL‐1, FL‐2, FL‐3 e FL‐4),
permitindo medições simultâneas de vários parâmetros numa só amostra.
Cell Sorting
‐> Os separadores físicos permitem separar partículas de interesse para compartimentos alvo; ‐> A separação é conseguida por vibração da corrente de fluido por aplicação de uma frequência muito elevada levando à formação de gotículas com 0 ou 1 partícula (idealmente); ‐> Se as partículas satisfizerem os critérios impostos é adicionada uma carga eléctrica; ‐>As gotículas ao caírem passam por duas placas metálicas, fortemente carregadas positivamente ou negativamente – as gotículas são conduzidas pelas placas de polaridade oposta para um compartimento de colheita.Cytometric Bead Array (CBA)
Assays
‐> O CBA consiste numa mistura de esferas fluorescentes com diferentes intensidades, mas uniformes no tamanho e conjugadas com anticorpos. Desta forma, o analíto é capturado pela partícula e marcado com outro anticorpo, este com fluorescência distinta da esfera. Assim, a fluorescência obtida torna‐ se proporcional à concentração do analíto na amostra.Aplicação da Citometria de Fluxo
(técnica citológica avançada)
ao estudo de populações de
leveduras
Objectivos:
Avaliação do efeito do etanol e do ácido acético na perda de integridade da membrana plasmática e na degradação mitocondrial na levedura
Saccharomyces cerevisiae
Princípios:
‐> O iodeto de Propídeo (IP) é uma sonda fluorescente que permite avaliar a integridade da membrana plasmática;
‐> se a célula integrar IP poderemos concluir que houve perda da integridade da membrana plasmática uma vez que em situações normais as células são
impermeáveis a IP.
‐> a degradação mitocondrial pode ser monitorizada pela expressão de uma fusão da Green Fluorescent Protein (GFP) com a citrato sintetase da matriz mitocondrial ;
‐> esta fusão permite visualizar a morfologia do compartimento mitocondrial e monitorizar a sua degradação pela detecção da perda de fluorescência
Protocolo:
Procedeu‐se à preparação e recolha das células e à sua suspensão nas seguintes condições: Tubo0‐ 10 ml de meio de cultura SCGal‐TRP. Tubo1‐ 10 ml de meio de cultura SCGal‐TRP, pH 3.0, 140mM ácido acético. Tubo2‐ 10 ml de meio de cultura SCGal‐TRP, 10% (v/v) de etanol. Tubo3‐ 10 ml de meio de cultura SCGal‐TRP, 12% (v/v) de etanol. Tubo4‐ 10 ml de meio de cultura SCGal‐TRP, 14% (v/v) de etanol. Observou‐se ao microscópio de fluorescência de uma amostra do Tubo 0.
A estirpe Saccharomyces cerevisiae W303‐ 1A transformada com o plasmídeo pYX‐ mtGFP foi cultivada overnight em meio de cultura Synthetic Complete com galactose
Resultados e discussão dos
resultados:
1º observação ao
microscópio:
‐ Sem qualquer tratamento
Retiraram‐se amostras dos diferentes meios de cultura para análise no citómetro de fluxo aos seguintes tempos: ‐> T75 (75 min. ) ‐> T145 (145 min.) ‐> T230 (230 min.) ‐> T380 (380min.) para análise da fluorescência verde (degradação mitocondrial) e para análise da fluorescência vermelha (integridade da membrana plasmtica) após 5 min. de incubação à temperatura ambiente, no escuro.
Protocolo:
Resultados e discussão :
1ª parte- Citómetro de Fluxo
AF_W303_T0 (autofluorescência aos 0 min) ‐> A partir da análise do scattergram podemos avaliar a homogeneidade da população no que respeita ao tamanho relativo e complexidade relativa ‐> as células que se encontram rodeadas, no scattergram, pelo gate A são analisadas quanto à sua fluorescência vermelha no 2º gráfico (histograma monoparamétrico de FL‐4) ‐> Toda a população analisada localiza ‐se na zona D, pelo que a amostra não tratada apresenta marcação IP ‐. A D E
Resultados e discussão:
IP_W303_T0 GFP_W303_T0
Resultados e discussão:
IP_W303_T0
IP_W303_10%_T380
2ª parte- Imunofluorescência
Protocolo:
Colocou‐se 10 μl de células (previamente sujeitas a 14% de etanol, sendo submetidas a várias centrifugações, incubações e lavagens em que se utilizou sorbitol 1.2M; β‐
mercaptoetanol; zymolyase 20T 1000 mg/ml, etc ) em cada poço de uma lâmina para imunofluorescência.
Os anticorpos utilizados foram o anti‐citocromo c diluído 1:100 e o mouse‐FITC diluído 1:20 (ambos diluídos em leite).
No final, montou‐se com vectashield, selou‐se com verniz e observou‐se ao microscópio.
Resultados e discussão
Conclusão:
Tanto o ácido acético como o etanol causam danos nas leveduras uma vez que, como podemos constatar pelas experiências realizadas, a partir de determinadas concentrações estes tornam‐se citotóxicos; O ácido acético apresenta maior citotoxicidade que o etanol; Quanto maior for a concentração de etanol e maior o tempo de incubação, maior será a degradação das mitocôndrias e perda de integridade da membrana celular;Através da citometria de fluxo conseguimos confirmar a degradação do compartimento mitocondrial e a perda de integridade da membrana plasmática;
Através da microscopia conseguimos confirmar a alteração na morfologia das mitocôndrias e a sua fragmentação.
Bibliografia:
• Kitagaki H., Arakia Y., Funatob K., e Shimoi H. (2007) Ethanol‐induced death in yeast
exhibits features of apoptosis mediated by mitochondrial fission pathway, FEBS Letters, Japan, 2935–2942
• Gregori G., Ragheb K., Robinson, J. P. (2003) Introduction to WinMDI 2.8 for the Analysis
of Flow Cytometry Listmode Data Files, Purdue University Cytometry Laboratories, July, Versão1.0