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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

CRESCIMENTO VEGETATIVO E VALOR NUTRITIVO DE

BRAQUIÁRIAS CULTIVADAS EM SOLOS DAS

MICRORREGIÕES DO BREJO E DE GUARABIRA, NA PARAÍBA

AURINÊS QUEIROZ BORGES Zootecnista

AREIA – PB ABRIL-2008

(2)

AURINÊS QUEIROZ BORGES

CRESCIMENTO VEGETATIVO E VALOR NUTRITIVO DE

BRAQUIÁRIAS CULTIVADAS EM SOLOS DAS

MICRORREGIÕES DO BREJO E DE GUARABIRA, NA PARAÍBA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, da Universidade Federal da Paraíba, como parte das exigências para a obtenção do titulo de Mestre em Zootecnia.

Comitê de Orientação:

Prof. Dr. Alberício Pereira de Andrade – Orientador Principal Prof. Dr. Divan Soares da Silva

Prof. Dr. Ivandro de França da Silva

AREIA-PB ABRIL - 2008

(3)

Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial de Areia-PB, CCA/UFPB.

B732c Borges, Aurinês Queiroz

Crescimento vegetativo e valor nutritivo de braquiárias cultivadas em solos das microrregiões do Brejo e de Guarabira, na Paraíba. / Aurinês Queiroz Borges – Areia- PB: UFPB/CCA, 2008.

86 f.: il.

Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Federal da Paraíba - Centro de Ciências Agrárias, Areia, 2008.

Bibliografia

Orientador: Albericio Pereira de Andrade.

1. Gramíneas - crescimento 2. Gramíneas – valor nutritivo 3. Gramíneas -

forragem 4.Brachiaria I Andrade, Albericio Pereira de (Orientador) II.Título. CDU: 633.2 (813.3)

(4)

AURINÊS QUEIROZ BORGES

CRESCIMENTO VEGETATIVO E VALOR NUTRITIVO DE

BRAQUIÁRIAS CULTIVADAS EM SOLOS DAS

MICRORREGIÕES DO BREJO E DE GUARABIRA, NA PARAÍBA

Dissertação Aprovado pela Comissão Examinadora em: / /

Comissão Examinadora:

__________________________________________ Prof. Dr. Alberício Pereira de Andrade

Universidade Federal da Paraíba

Departamento de Solos e Engenharia Rural/CCA Presidente

________________________________________ Prof. Dr. José Carlos Batista Dubeux Júnior Universidade Federal Rural de Pernambuco

Departamento de Zootecnia

______________________________________ Prof. Dr. Alexandre Carneiro Leão de Mello

Universidade Federal Rural de Pernambuco Departamento de Zootecnia

AREIA-PB ABRIL-2008

(5)

Dedico

Aos meus pais e aos meus queridos irmãos pela força e apoio em todos os

momentos de minha vida

Ofereço

Àquele a quem sempre acreditou em meu potencial e me deu forças para

continuar

(6)

AGRADECIMENTOS

Ao grande criador e aos amigos espirituais pela vida e proteção; Aos meus pais, Aurino e Geíza, por todo o amor, carinho e incentivo;

Aos meus irmãos Álvaro e Anchela, pelo amor e convívio ao longo de todos os anos;

A toda a minha família: avós, tios, primos por todo o carinho e apoio;

Ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, pelo meu acolhimento no programa;

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES, pela concessão da bolsa de estudos;

Ao corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, PPGZ/CCA pelos conhecimentos repassados;

Ao professor Albericio Pereira de Andrade pela orientação e ensinamentos, além dos momentos de risadas e alegrias;

Ao professor Divan Soares da Silva e ao professor Ivandro de França da Silva, pela orientação e aprendizado;

Aos funcionários do PPGZ/CCA, Maria das Graças S. C. Medeiros, Jacilene, D. Carmen e S. Damião, e do Laboratório de Nutrição Animal, José Alves, Charles, Antônio Costa, Antônio, Naldo pela atenção e apoio;

A todos os funcionários do Laboratório de Nutrição Animal do Centro de Ciências Agrárias da UFPB;

Ao pesquisador do Instituto Nacional do Semi-Árido, Edson Mauro, por toda a ajuda na elaboração desse projeto;

(7)

Aos companheiros da Pós-Graduação em Zootecnia, nas pessoas de Delka, Aluska, Michelle, Emannuel, Helton, Janaina, Camila, Ligia, Ana Cristina, Tiago, Emerson, Cicília, Josimar, Valdi e Leilson;

Aos colegas da Pós-Graduação em Agronomia, Daniele, Eliane, Cícero, Edivânia, Klerton, Jandiê e Gibran;

Aos colegas estudantes do curso de Agronomia, Neto, Richardson, Mayara, Leonardo e |Madson;

À minha companheira de projeto e amiga Mayara;

À minha amiga e companheira para todas as horas, Michelle;

À minha amiga Aluska pela boa convivência e os momentos de alegrias;

Ao professor Emerson Moreira de Aguiar pela minha introdução na pesquisa e todo o apoio dado no Laboratório de Nutrição Animal da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN;

Ao laboratorista Luís e à bolsista Aline do Laboratório de Nutrição Animal da UFRN pela ajuda com as análises;

A todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização desse projeto, meu muito obrigado.

(8)

SUMÁRIO

Páginas Lista de Figuras... viii Resumo Geral... xiii Abstract... xiv

Capítulo 1 - Refencial Teórico... Referências Bibliográficas...

Capítulo 2 – Produção e valor nutritivo de gramíneas do gênero Brachiaria na microrregião do Brejo Paraibano... Resumo... Abstract... Introdução... Material e Métodos... Resultados e Discussão... Conclusões... Referências Bibliográficas...

Capítulo 3 – Produção e valor nutritivo de gramíneas do gênero Brachiaria na microrregião de Guarabira... Resumo... Abstract... Introdução... Material e Métodos... Resultados e Discussão... Conclusões... Referências Bibliográficas... 01 09 13 14 15 16 18 22 39 40 43 44 45 46 48 52 68 69

(9)

LISTA DE FIGURAS

Capítulo 2

Páginas 2.1. Precipitação pluvial mensal da cidade de Areia dos meses de janeiro a

dezembro de 2007... 18

2.2. Altura de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. no município de Areia

- PB... 22 2.3. Altura de gramíneas do gênero Brachiaria em dois cortes: 1- 9 de maio de 2007

e 2- 27 de junho de 2007 no município de Areia - PB... 23

2.4. Produção de matéria seca por hectare de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. em dois cortes: 1- 9 de maio de 2007 e 2- 27 de junho de 2007, no

município de Areia - PB... 24

2.5. Produção de matéria seca por hectare de gramíneas do Gênero Brachiaria na presença e ausência de adubação mineral no município de Areia

-PB... 25

2.6. Produção de matéria seca por hectare de gramíneas do Gênero Brachiaria em dois cortes: 1- 9 de maio de 2007 e 2- 27 de junho de 2007, no município de

Areia - PB... 26

2.7. Número de folhas vivas por perfilho de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. em dois cortes: 1- 9 de maio de 2007 e 2- 27 de junho de 2007 no município de

Areia - PB... 27 2.8. Teor de matéria seca de gramíneas do Gênero Brachiaria na presença e

(10)

2.9. Teor de matéria seca de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. em dois cortes: 1- 9 de maio de 2007, e 2- 27 de junho de 2007, no

município de Areia - PB... 29

2.10. Teor de matéria orgânica de gramíneas do Gênero Brachiaria na presença e ausência de adubação mineral no município de Areia - PB...

30

2.11. Teor de matéria orgânica de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. em dois cortes: 1- 9 de maio de 2007 e 2- 27

de junho de 2007, no município de Areia - PB... 30

2.12. Teor de proteína bruta em quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. em dois cortes: 1- 9 de maio de 2007 e 2- 27 de junho de

2007, no município de Areia - PB... 31

2.13. Teor de fibra em detergente neutro de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. no município de Areia –

PB... 32

2.14. Teor de fibra em detergente neutro de gramíneas do Gênero Brachiaria em dois cortes: 1- 9 de maio de 2007 e 2- 27 de junho de 2007, no município de Areia

- PB... 33

2.15. Teor de fibra em detergente ácido de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria

(11)

2.16. Teor de fibra em detergente ácido de gramíneas do Gênero Brachiaria em dois cortes: 1- 9 de maio de 2007 e 2- 27 de junho de 2007 no município de

Areia-PB... 34

2.17. Teor de hemicelulose de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et

Evrard... 35

2.18. Teor de hemicelulose de gramíneas do Gênero Brachiaria em dois cortes: 1- 9 de maio de 2007 e 2- 27 de junho de 2007 no município de Areia -

PB... 36

2.19. Digestibilidade “in vitro” da matéria seca em valores porcentuais de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. no município de Areia – PB...

37

2.20. Digestibilidade “in vitro” da matéria seca em valores porcentuais em dois cortes: 1- 9 de maio de 2007 e 2- 27 de junho de 2007 no município de Areia

(12)

LISTA DE FIGURAS

Capítulo 3

Páginas 3.1 Precipitação pluvial mensal da cidade de Alagoinha dos meses de janeiro a

dezembro de 2006 e 2007... 48

3.2. Altura média de gramíneas do gênero Brachiaria na ausência ou presença de

adubação mineral no município de Alagoinha – PB... 52 3.3. Altura média de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD –

Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et

Evrard. em quatro cortes no município de Alagoinha - PB... 53

3.4. Produção em toneladas de matéria seca por hectare de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. em quatro cortes no

município de Alagoinha - PB... 54

3.5. Número de folhas vivas por perfilho de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria

ruziziensis Germain et Evrard. em três cortes no município de Alagoinha – PB. 56

3.6. Teor de matéria seca de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et

Evrard. em quatro cortes no município de Alagoinha - PB... 57

3.7. Teor de matéria orgânica de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain

(13)

3.8. Teor de matéria orgânica em quatro cortes no município de Alagoinha -

PB... 59

3.9. Teor de proteína bruta em gramíneas do gênero Brachiaria na ausência ou

presença de adubação mineral no município de Alagoinha - PB... 60

3.10. Teor de proteína bruta em quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain

et Evrard.em quatro cortes no município de Alagoinha - PB... 61

3.11. Teor de fibra em detergente neutro em quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. em quatro cortes no município de

Alagoinha - PB... 62

3.12. Teor de fibra em detergente ácido em quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. em quatro cortes no município de

Alagoinha - PB... 63 3.13. Teor de hemicelulose em quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD

– Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. em quatro cortes no município de Alagoinha -

PB... 64

3.14. Digestibilidade “in vitro” da matéria seca em valores porcentuais de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. no município de

Alagoinha - PB... 66

3.15. Digestibilidade “in vitro” da matéria seca em valores porcentuais em quatro

(14)

CRESCIMENTO VEGETATIVO E VALOR NUTRITIVO DE

BRAQUIÁRIAS CULTIVADAS EM SOLOS DAS

MICRORREGIÕES DO BREJO E DE GUARABIRA, NA PARAÍBA

RESUMO - Objetivou-se com a presente pesquisa avaliar altura de plantas, número de folhas vivas, composição química, digestibilidade e produção de matéria seca de quatro espécies e duas cultivares do gênero Brachiaria, na presença ou ausência de adubação mineral, nas condições edafoclimáticas das microrregiões do Brejo e de Guarabira, na Paraíba, por meio da condução simultânea de dois experimentos. O primeiro experimento foi localizado na Fazenda Experimental “Chã de Jardim”, pertencente ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, no município de Areia, situado na microrregião do Brejo Paraibano e o segundo experimento foi realizado em área da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba, no município de Alagoinha, situado na microrregião de Guarabira. Os tratamentos foram representados pelas gramíneas Brachiaria brizantha cv. Marandu, Brachiaria brizantha cv. Xaraés, Brachiaria humidicola, Brachiaria ruziziensis e Brachiaria decumbens. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso em parcelas subsubdivididas, sendo as espécies e cultivares de gramíneas representando as parcelas, adubação com nitrogênio, fósforo e potássio (com e sem) na formulação 60-80-45 representando as subparcelas e a época do corte representando as subsubparcelas, com quatro repetições. Para o experimento em Areia foram realizados dois cortes de avaliação e em Alagoinha, quatro cortes. No experimento em Areia a adubação proporcionou maiores produções e menores teores de matéria seca (P<0,05). Com relação ao experimento de Alagoinha, a adubação incrementou (P<0,05) a altura de plantas e os teores de proteína bruta. No que se refere à altura de plantas, número de folhas vivas, composição química, produção e digestibilidade da matéria seca, houve efeito de genótipos e cortes de avaliação (P<0,05) nos dois municípios. As cultivares de Brachiaria brizantha se apresentaram promissoras nas regiões em estudo, com produções elevadas de matéria seca e valor nutritivo, comparadas com as demais gramíneas avaliadas.

(15)

PRODUCTION AND NUTRITIVE CHARACTERISTICS OF

BRACHIARIA GRASSES GENUS ON PARAIBAN BREJO AND

GUARABIRA-PB MICRO REGION, BRAZIL

ABSTRACT - The objective of this research was to evaluate, plant height, live number of leaves, chemical composition, digestibility and dry matter production of four species and two cultivars of Brachiaria genus in the presence or absence of mineral fertilization, on soil and climate conditions at Paraiban Brejo and Guarabira-PB micro regions, Brazil, through the simultaneous conduction of the two experiments. The first experiment was located at experimental field “Chã de Jardim” within Centro de Centro Ciencias Agrarias, Universidade Federal da Paraíba, Areia country in the micro region of Brejo and the second experiment was located in area of the Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária of Paraíba, in the municipal district of Alagoinha, located in the micro region of Guarabira. Forage species and cultivars evaluated were Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf. cv. Marandu, Brachiaria brizantha cv. Xaraés, Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick., Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. and Brachiaria decumbens Stapf. The experimental design utilized was randomized block design with split-plots, grasses species and cultivars represented nitrogen, phosphorus and potassium fertilization (with and without) on 60-80-45 formulation representing split plot and time of harvest split-split plot, with four replicates. In the experiment of the Areia city, they were accomplished two cuts the evaluation and the Alagoinha city, four cuts. In the Areia city experiment the fertilization presented more production and smaller content dry matter (P<0.05). In the experiment of Alagoinha city, the fertilization presented more height plant and the crude protein contents (P<0.05). Height plant, number of live leaves, chemical composition, digestibility and dry matter production an effect was observed (P<0.05) on different species and harvest time to the twos citys. Brachiaria brizantha cultivars presented a promising potential showing high dry matter and nutrient value production levels compared to all other grasses observed in this investigation.

(16)

Capítulo I

Referencial Teórico

Crescimento vegetativo e valor nutritivo de braquiárias cultivadas em

solos das Microrregiões do Brejo e de Guarabira, na Paraíba

(17)

O Gênero Brachiaria

As gramíneas do gênero Brachiaria incluem cerca de 100 espécies com as mais variadas características, originárias de regiões tropicais, principalmente da região leste da África (Monteiro, et al., 1974). Esse gênero de gramíneas é conhecido no Brasil desde a década de 1950, entretanto, foi nas décadas de setenta e oitenta que sua expansão ocorreu. Estimativas admitem que 80% a 90% das áreas de pastagens no país são constituídas por capins desse gênero, e que a B. decumbens classificador ocupa mais de 50% do total formado por essas gramíneas (Boddey et al.., 2004).

Esse gênero representa um marco na pecuária nacional com a ocupação de grandes áreas do cerrado na região central do Brasil, bem como em áreas onde cultivares de Panicum maximum Jacq. apresentavam declínio na produtividade, pela baixa fertilidade natural do solo e por manejo inadequado. A utilização de espécies e/ou cultivares de Brachiaria foi proporcionada pelo conjunto de características desejáveis dessas forrageiras (Fagundes et al.., 2006), como adaptabilidade em condições edafoclimáticas variadas, facilidade de estabelecimento e persistência (Costa et al., 2005). Por isso, a supremacia deste gênero nos sistemas de produção animal em pastagens, ainda pode se estender por muito tempo, tendo em vista a extensão das áreas cultivadas e o fato dos programas de seleção e melhoramento de forrageiras da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) contemplarem este gênero.

As espécies desse gênero são as mais usadas no estabelecimento, formação e recuperação de pastagens no Brasil (Zimmer & Euclides, 2000). A B. decumbens Stapf e a B. brizantha (Hochst ex A.Rich) Stapf cv. Marandu são consideradas tolerantes à seca, enquanto a B. humidicola (Rendle) Schweick., a B. dictyoneura (Fig.& De Not.) Stapf e a B. mutica (Forsk) Stapf são tolerantes ao alagamento (Soares Filho, 1994). Estas plantas são pouco tolerantes a baixas temperaturas e a geadas, sendo que em temperaturas inferiores a 25ºC ocorre redução em seu crescimento e, ao redor de 30ºC o crescimento é otimizado (Zimmer et al.., 1995).

As braquiárias são consideradas excelentes forrageiras, perenes e com grande produção de massa foliar de qualidade, resistentes ao pastejo e ao pisoteio e que protegem o solo contra erosão (Bianco et al.., 2005). Porém, grande parte das pastagens de braquiárias cultivadas em diferentes regiões do Brasil tem mostrado sinais de degradação em poucos anos de uso. A falta de persistência dessas gramíneas pode ser atribuída à forma extrativista de sua exploração, bem como a problemas de adaptação,

(18)

ao manejo inadequado das diferentes espécies, à redução da fertilidade do solo, à susceptibilidade a pragas e à falta de adubação de reposição (Rodrigues, 1996).

Segundo Pizarro et al. (1996), as gramíneas do gênero Brachiaria acumulam de 77 a 90% da produção total de matéria seca durante o período das águas. Conseqüentemente, pastos com essas forrageiras comportam elevadas taxas de lotação nesse período, que são drasticamente reduzidas durante o período seco (Euclides, 2001).

O capim-Marandu (Brachiaria brizantha cv. Marandu) é uma gramínea perene, cespitosa alta produção de massa seca. Apresenta ampla adaptação climática e resistência à cigarrinha das pastagens (Nunes et al., 1984).

A espécie Brachiaria brizantha (A. Rich) Stapf., é originária da África Tropical (Nunes et al., 1985). É uma espécie cosmopolita em solos vulcânicos do continente africano e localizam-se numa região com precipitação anual de 700 mm e cerca de 8 meses de seca no ano (Nunes et al., 1985; Valle et al., 2000). É uma planta robusta, podendo alcançar 2,5 m de altura, com colmos prostados no início do crescimento, mas se tornando eretos ao longo do crescimento. Bainhas pilosas com cílios nas margens, geralmente mais longas que os entrenós, escondendo-os nos nós, o que confere a impressão de haver densa pilosidade nos colmos vegetativos. Apresenta inflorescências de até 40 cm de comprimento, com 4 a 6 racemos, bastante eqüidistantes ao longo do eixo. Suas sementes são ligeiramente maiores que as das outras espécies do gênero Brachiaria (Nunes et al., 1985).

Os principais atributos positivos da Brachiaria brizantha podem ser resumidos em termos do alto potencial de resposta à aplicação de fertilizantes, persistência sob condições de sombra e alta produção de raízes e sementes. Por outro lado, apresenta baixo grau de adaptação a solos mal drenados e necessidade de solos medianamente férteis para persistência em longo prazo (Valle et al., 2000).

O Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte (EMBRAPA) lançou o cultivar de Brachiaria brizantha denominado Xaraés. Segundo Valle et al. (2003), o cultivar Xaraés foi liberado com o objetivo de promover a diversificação de espécies forrageiras nas pastagens do gênero Brachiaria, oferecendo opção alternativa de qualidade à B. brizantha cv. Marandu.

O cultivar Xaraés é indicado para solos de média fertilidade, bem drenados e de textura média (Valle et al., 2003). Essa forrageira é uma planta cespitosa que pode enraizar nos nós basais e apresenta altura média de 1,5 m. É uma forrageira de estabelecimento rápido e com rebrotação superior à do cultivar Marandu. O

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florescimento é tardio e a produtividade de sementes puras chega a 120 kg/ha/ano (Valle et al., 2003).

A Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick. é uma espécie perene e seu crescimento é estolonífero, com um grande número de gemas rente ao solo, tornando-a tolerante a baixos manejos (Crispim et al., 2002). Os fortes estolões produzidos com habilidade de enraizamento promovem rápida cobertura do solo, que o protege.

A Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard é uma gramínea perene e sua inflorescência distingue da Brachiaria decumbens porque a gluma inferior se encontra distante do resto da espigueta. As folhas são largas, com pilosidade e de cor verde pálido (Vilela, 2005). A B. ruziziensis é a única espécie sexual e diplóide, possibilitando a realização de cruzamentos e geração de variabilidade para seleção de materiais superiores (Souza et al., 2007).

A Brachiaria decumbens Stapf., comumente denominada capim-braquiária, é bastante difundida nas regiões brasileiras e apresenta adaptação principalmente nas áreas de Cerrado, as quais se caracterizam pela relativa acidez e baixa fertilidade dos solos (Santos & Monteiro, 1999). Marques (2003) descreve a Brachiaria decumbens como sendo uma gramínea perene com folhas cobertas de pêlos, enraíza-se em estolões, fazendo cobertura completa do solo, resistente ao pisoteio. São forrageiras de crescimento prostrado, produtivas e com média exigência de fertilidade do solo. Os principais problemas da Brachiaria decumbens no Brasil têm sido sua suscetibilidade à cigarrinha das pastagens e os problemas de fotossensibilização em animais jovens (Lazzarine, 2000).

Valor nutritivo e qualidade das plantas forrageiras

A composição químico-bromatológica das plantas forrageiras, composta também pelos teores de proteína bruta (PB), fibra em detergente ácido (FDA), fibra em detergente neutro (FDN) e valores de digestibilidade, assume papel de grande importância na análise qualitativa da forragem, uma vez que estas variáveis podem ter influência direta ou indireta no consumo voluntário de MS e, conseqüentemente, na produção animal (Van Soest, 1994). Qualidade da forragem é definida como a associação entre valor nutritivo e consumo da mesma pelo animal em pastejo. O valor nutritivo, por sua vez, é dado pela composição química e digestibilidade (Reis & Rodrigues, 1993). Desse modo, a qualidade da forragem é influenciada tanto por fatores

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nutricionais (valor nutritivo), quanto pelos não nutricionais (quantidade de forragem ofertada ao animal) (Poppi et al., 1987).

Em gramíneas forrageiras, Milford e Minson (1966) afirmam que o teor de PB inferior a 7% na MS leva a queda na ingestão de MS pelos animais, pela falta de nitrogênio aos microrganismos do rúmen, enquanto que a FDA, pela sua constituição (lignina e celulose) influencia a digestibilidade in vitro da MS (Kayongo-Mole et al.., 1974). O melhor desempenho dos animais em pastejo está, portanto, relacionado à qualidade e à disponibilidade de forragem na pastagem (Stobbs, 1975).

As gramíneas C4, que constituem os pastos tropicais, exibem alterações em suas características morfológicas e químicas, associadas ao desenvolvimento, à maturidade fisiológica e senescência natural da planta forrageira, que alteram a qualidade e a disponibilidade de forragem, bem como a estrutura do relvado, influenciando o consumo e o desempenho dos animais (Gomide, 1997). Euclides et al. (1990) e Leite & Euclides (1994) mencionaram que, no início do estádio vegetativo, o teor de proteína bruta (PB) e a digestibilidade in vitro da matéria orgânica da forragem em pastos tropicais são geralmente altos. À medida que as plantas amadurecem, ocorrem espessamento e lignificação da parede e redução do conteúdo celular; a concentração dos componentes potencialmente digestíveis decresce e a de fibra aumenta. Segundo Minson (1990), muitas vezes, o teor de nitrogênio (N) disponível no pasto é inferior a 1% da matéria seca (MS), valor considerado limite mínimo para adequada atividade dos microrganismos ruminais.

O valor nutritivo das plantas é afetado por fatores fisiológicos, morfológicos, ambientais e por diferenças entre espécies, sendo que, no caso das plantas forrageiras, o declínio do valor nutritivo associado ao aumento da idade, normalmente é explicado como o resultado da maturidade da planta (Soares Filho et al., 2002). A digestibilidade é uma importante medida que compõe o valor nutritivo das forragens, assumindo papel de destaque na avaliação das mesmas.

Períodos longos de crescimento do pasto apesar de resultarem em maiores acúmulos de forragem, contribuem para um menor valor nutritivo, tanto por modificações na estrutura do dossel, por meio do aumento nas frações haste e material senescido e decréscimo proporcional na produção de folhas (Carnevalli, 2003), quanto por alterações em nível celular, representado pelo aumento dos teores de carboidratos estruturais e lignina (componentes da parede celular) e reduções no conteúdo celular (Reis & Rodrigues, 1993; Van Soest, 1994).

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O decréscimo no valor nutritivo da planta forrageira submetida a longos períodos de crescimento é um fenômeno inevitável, principalmente durante a época “seca”, uma vez que as proporções de hastes e material morto geralmente aumentam, a relação folha/colmo diminui e ocorre maior deposição de componentes estruturais na célula em detrimento aos componentes solúveis (Martha Júnior e Corsi, 2001). Desse modo, deve-se dar preferência à escolha de espécies forrageiras que se destacam pela capacidade de manutenção de características estruturais e nutricionais após considerável período de crescimento livre, em especial durante o final da estação de crescimento, as quais teriam condições de proporcionar a manutenção ou pequenos ganhos no peso do animal.

A composição química da forragem varia em função da idade, da parte da planta (lâmina ou colmo), da época do ano e da fertilidade do solo. Desses, destaca-se a fertilidade do solo, que pode ser manipulada por intermédio de adubação. Andrade et. al. (2000) relatam efeito positivo da adubação nitrogenada sobre o teor de proteína das plantas. O nível de fertilidade do solo e a prática da adubação refletem-se na composição química da planta especialmente nos teores de PB, fósforo e potássio e, conseqüentemente, sobre a digestibilidade e consumo da forragem. Estes efeitos são mais marcantes sobre o rendimento de matéria seca da pastagem e menos sobre o valor nutritivo e composição da forragem (Reis e Rodrigues, 1993).

Características estruturais

O entendimento da capacidade da planta em rebrotar após desfolhação vem sendo foco de pesquisas nas últimas décadas. Dessa forma, tornaram-se relevantes estudos na dinâmica de produção das gramíneas forrageiras, por meio de avaliações de características morfogênicas, uma vez que estas permitem uma análise do crescimento vegetal. Com isso, pode-se ter uma estimativa da produção forrageira. Estes estudos podem gerar conhecimentos básicos necessários para definições de estratégias de manejo para plantas forrageiras nas mais variadas condições.

O potencial de produção de uma planta forrageira é determinado geneticamente, porém, para que esse potencial seja alcançado, condições adequadas do meio (temperatura, umidade, luminosidade, disponibilidade de nutrientes) e manejo devem ser observados. Dentre essas condições, nas regiões tropicais, a baixa disponibilidade de

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nutrientes é, seguramente, um dos principais fatores que interferem na produtividade e na qualidade da forragem (Fagundes et al., 2005).

O acúmulo de forragem na pastagem após a desfolhação, na ausência de animais, é resultante do fluxo de novos tecidos foliares, definido como crescimento bruto e do fluxo de senescência e decomposição de tecidos foliares mais velhos (Hodgson, 1990).

Embora sejam idênticos os processos, mecanismos e princípios que determinam a produção forrageira, a expressão das respostas das plantas assume valores distintos para cada espécie, visto que a plasticidade fenotípica, responsável pela amplitude das compensações entre esses processos e mecanismos é singular e específica (Hodgson & Da Silva, 2002).

A produtividade das gramíneas forrageiras decorre da contínua emissão de folhas e perfilhos, processo importante para a restauração da área foliar após corte ou pastejo e que garante a perenidade à forrageira. Os processos de formação e desenvolvimento de folhas são fundamentais para o crescimento vegetal, dado o papel das folhas na fotossíntese, ponto de partida para a formação de novos tecidos (Gomide & Gomide, 2000).

Nitrogênio, fósforo e potássio nas pastagens

O nitrogênio (N) é o principal nutriente para a manutenção da produtividade das gramíneas forrageiras, sendo o principal constituinte das proteínas que participam ativamente na síntese dos compostos orgânicos que formam a estrutura vegetal. É, portanto, responsável por características do porte da planta tais como: tamanho das folhas e do colmo, aparecimento e desenvolvimento dos perfilhos, etc. Se há deficiência de N no solo, o crescimento é lento, as plantas ficam de porte pequeno, com poucos perfilhos, e o teor de proteína torna-se deficiente para atendimento das exigências do animal. A fonte natural de N no solo é a matéria orgânica, que não é absorvida diretamente pelas plantas. É preciso que ela se decomponha, pela ação lenta e contínua dos microorganismos, para liberar N prontamente disponível para as plantas (Werner, 1984).

O fósforo é essencial para o crescimento das plantas e elas necessitam dele para completar seu ciclo normal de produção. Sendo um dos três nutrientes primários, como o nitrogênio e o potássio (Lopes, 1989). É um nutriente importante nos primeiros dias de vida da planta, onde esta o absorve em grandes quantidades

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(Werner, 1984), sendo determinante para o sucesso no estabelecimento da pastagem. O baixo teor de P disponível no solo compromete não apenas o estabelecimento das plantas forrageiras, por meio do menor desenvolvimento do sistema radicular e perfilhamento, mas também a sua produtividade, valor nutritivo e a capacidade de suporte das pastagens (Werner et al.., 2001).

Próximo ao nitrogênio, o potássio é um nutriente mineral retirado em grande quantidade pelas plantas (Marschner, 1995). Está presente nas plantas na forma de K+ e é altamente móvel. Desempenha várias funções na vida do vegetal, como no processo de regulação do potencial osmótico das células, é ativador de muitas enzimas envolvidas na respiração e fotossíntese, participa na translocação de carboidratos, aumenta a resistência à salinidade, geada, seca, doenças e confere qualidade aos produtos (Marschner, 1995). As gramíneas forrageiras são relativamente exigentes em potássio, sendo necessária à adubação com esse nutriente, de modo a não limitar a resposta ao nitrogênio (Glória, 1994).

Segundo Werner (1986), as plantas forrageiras deficientes em potássio apresentam colmos finos, raquíticos e pouco resistentes ao acamamento, as folhas são pouco desenvolvidas e em fase mais avançada de deficiência ocorre a clorose e posterior necrose nas pontas e nas margens, afetando assim a produtividade da planta forrageira. Raij (1991) também enfatizou que as plantas em condições de carência deste nutriente apresentam turgidez reduzida, e sob deficiência de água tornam-se flácidas, sendo pouco resistentes à seca e mais susceptíveis ao ataque de fungos.

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Capítulo II

Produção e valor nutritivo de gramíneas do gênero Brachiaria na

microrregião do Brejo Paraibano

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Produção e valor nutritivo de gramíneas do gênero Brachiaria na

microrregião do Brejo Paraibano

RESUMO - Com a presente pesquisa objetivou-se avaliar altura de plantas, número de folhas vivas, composição química, digestibilidade e produção de matéria seca de quatro espécies e duas cultivares do gênero Brachiaria nas condições edafoclimáticas da microrregião do Brejo Paraibano. O experimento foi localizado na Fazenda Experimental “Chã de Jardim”, pertencente ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, no município de Areia. As espécies e cultivares forrageiras avaliadas foram: Brachiaria brizantha cv. Marandu, Brachiaria brizantha cv. Xaraés, Brachiaria humidicola, Brachiaria ruziziensis e Brachiaria decumbens. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso em parcelas subsubdivididas, sendo as espécies e cultivares de gramíneas representando as parcelas, adubação com nitrogênio, fósforo e potássio (com e sem) na formulação 60-80-45 representando as subparcelas e a época do corte representando as subsubparcelas, com quatro repetições. Para a variável altura de plantas a Brachiaria brizantha cv. Xaraés apresentou maior altura média (20,16 cm) da parcela antes do corte (P<0,05). Entre as espécies e cultivares a Brachiaria brizantha cv. Xaraés apresentou maior produção (P<0,05) de matéria seca, 2,14 ton MS/ha. Com relação ao número de folhas vivas, no primeiro corte a Brachiaria brizantha cv. Xaraés apresentou menor número de folhas vivas (P<0,05) que as demais espécies (2,33 folhas), que não diferiram entre si (P>0,05) (média de 3,82 folhas). Para o teor de matéria seca as parcelas não adubadas foram superiores (P<0,05) às adubadas. Para o teor de matéria orgânica, as parcelas adubadas apresentaram maiores (P<0,05) valores. Com relação aos teores de proteína bruta, fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido houve efeito (P<0,05) de espécie e corte. Na avaliação dos teores de hemicelulose, a Brachiaria humidicola foi superior (P<0,05) às demais gramíneas. Para a variável digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS), não houve efeito (P>0,05) de adubação e a Brachiaria brizantha cv. Marandu apresentou maior (P<0,05) digestibilidade. A adubação mineral proporcionou incremento na produção das gramíneas em estudo, mas não interferiu nos teores de proteína bruta.

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Production and nutritive characteristics of Brachiaria grasses genus on

Paraiban Brejo micro region, Brazil

ABSTRACT - The objective of this research was to evaluate, plant height, live number of leaves, chemical composition, digestibility and dry matter production of four species and two cultivars of Brachiaria genus on soil and climate conditions at Paraiban Brejo micro region, Brazil. Experiment was located at experimental field “Chã de Jardim” within Centro de Centro Ciencias Agrarias, Universidade Federal da Paraíba, Areia country. Forage species and cultivars evaluated were Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf. cv. Marandu, Brachiaria brizantha cv. Xaraés, Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick., Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. and Brachiaria decumbens Stapf. The experimental design utilized was randomized block design with split-plots, grasses species and cultivars represented nitrogen, phosphorus and potassium fertilization (with and without) on 60-80-45 formulation representing split plot and time of harvest split-split plot, with four replicates. For plant height value variable Brachiaria brizantha cultivar Xaraés presented a mean height value (20.16 cm) of plot before harvest (P<0.05). Concerning species and cultivars Brachiaria brizantha cultivar Xaraés presented more production (P<0.05) than other species (2.33 leaves), those did not differ between them (P>0.05) (mean of 3.82 leaves). Dry matter content plots not fertilized were superior (P<0.05) than the fertilized ones. Organic matter content plots fertilized presented higher values (P<0.05). Crude protein contents, fiber contents on neutral detergent and fiber content on acid detergent, presented a specie and harvest effect (P<0.05). On hemicelulose content evaluation Brachiaria humidicola was superior (P<0.05) than other grasses. Dry matter digestibility in vitro variable (DIVMS), there was no effect (P>0.05) on fertilization and Brachiaria Brizantha cultivar Marandu presented more (P<0.05) digestibility. Mineral fertilization showed an increment on grasses production in this study, but did not interfere on gross protein contents.

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Introdução

A microrregião do Brejo Paraibano, onde se inclui a cidade de Areia, teve sua economia agrícola determinada pela alternância de ciclos econômicos (Gondim, 1999), os quais declinaram com o decorrer do tempo. Com isso, partes dessas áreas utilizadas para a exploração de culturas foram substituídas por pastagens para a exploração pecuária. No sentido de minimizar os custos alimentares, a utilização dessas pastagens como principal fonte alimentar pelos pecuaristas é evidenciada. Dentro desse contexto, a utilização de plantas adaptadas às condições edafoclimáticas também pode proporcionar incremento na produtividade da atividade pecuária. Para isso, o conhecimento de seu comportamento em diversos ecossistemas como também o valor nutritivo se torna imprescindível ao desenvolvimento da produção.

A formação de pastagens nas regiões tropicais e subtropicais é quase sempre relegada às terras de baixa fertilidade, resultando no desenvolvimento lento das gramíneas. Surge, então, a necessidade de aumentar a produtividade dessas pastagens, o que requer a aplicação de fertilizantes, a fim de permitir exploração animal mais intensiva, capaz de competir com outras formas de exploração dentro da atividade agrícola.

As respostas das plantas forrageiras à aplicação de nitrogênio, fósforo e potássio são variáveis e estão em função dos níveis de adubação usados e das espécies utilizadas. A concentração de minerais na planta é influenciada pelo genótipo, idade, estádio fenológico, ritmo de crescimento, disponibilidade de nutrientes e fração da planta considerada (Corsi & Silva, 1985).

As gramíneas do gênero Brachiaria são largamente utilizadas em todo o território nacional. O interesse dos pecuaristas se prende ao fato destas serem plantas de alta produção de matéria seca, adaptabilidade, facilidade de estabelecimento, persistência, além de apresentarem poucos problemas de doenças e de mostrarem bom crescimento durante a maior parte do ano (Costa et al., 2005).

Segundo Leite & Euclides (1994), o valor nutritivo de uma espécie forrageira é influenciado pela fertilidade do solo, condições climáticas, idade fisiológica e manejo a que está submetida. Também é avaliado pela digestibilidade e pelos seus teores de proteína bruta e de parede celular, características estritamente relacionadas com o consumo de MS. A qualidade da forragem depende de seus constituintes e estes são variáveis, dentro de uma mesma espécie, de acordo com a idade e parte da planta,

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fertilidade do solo, entre outros. O baixo valor nutritivo das forrageiras está associado ao reduzido teor de PB e de minerais e, ao alto conteúdo de fibra e, consequentemente, à baixa digestibilidade da MS (Van Soest, 1994).

Com a presente pesquisa objetivou-se avaliar altura de plantas, número de folhas vivas, composição química, digestibilidade e produção de quatro espécies e duas cultivares do gênero Brachiaria, na presença ou ausência de adubação mineral, nas condições edafoclimáticas da microrregião do Brejo, na Paraíba.

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Material e Métodos

Local do experimento

O experimento foi conduzido na Fazenda Experimental “Chã de Jardim”, pertencente ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, no município de Areia, situado na microrregião do Brejo Paraibano a 6° 58’ 12’’ S e 35° 41’ 15’’O, com altitude de aproximadamente 620 m acima do nível do mar. O solo da área é classificado como Latossolo Amarelo (EMBRAPA, 2006) e apresentou os seguintes resultados analíticos: Al3+ = 0,35; Ca2+ = 2,05 e Mg.2+ = 0,80 cmolc dm-3; K+ = 30 e P = 0,73 mg dm-3, respectivamente, pH (água) = 5,2, M.O. = 47,7 g kg-1.

O clima, segundo a classificação de Köppen, é As’, quente e úmido com chuvas de outono e inverno (Brasil, 1972). A pluviosidade média anual está em torno de 1.400 mm. Nos anos de 2005 e 2006, período de plantio e estabelecimento das plantas, as médias anuais foram de 1.258 mm e 1.048 mm, respectivamente. Na figura 1 encontram-se as precipitações mensais do ano de 2007. A umidade relativa do ar é de cerca de 85%, a temperatura média anual de 26°C, com as mínimas ao redor de 15 °C e máximas de 29 °C (Paraíba, 1998). 0 50 100 150 200 250 300

J AN FE V MAR ABR MAIO J UN J UL AGO S E T OUT NOV DE Z Tempo, meses P re c ip it a ç ã o P lu v ia l, m m

Figura 1. Precipitação pluvial mensal da cidade de Areia dos meses de janeiro a dezembro de 2007

Fonte: Estação Meteorológica do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba – Campus II – Areia/PB

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Espécies e cultivares forrageiras avaliadas

As espécies e cultivares forrageiras avaliadas foram: Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf, com as cultivares Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu e Brachiaria brizantha cv. Xaraés, Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick., Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. e Brachiaria decumbens Stapf.

As dimensões das parcelas experimentais foram de 5 m de comprimento por 10 m de largura. O espaçamento utilizado foi de 0,50 m entre fileiras e 0,50 m entre plantas, totalizando 10 fileiras de gramíneas por parcela. Na marcação dos perfilhos de avaliação foram eliminadas as linhas de bordadura, sendo que, para a coleta de disponibilidade total de forragem, a área útil utilizada foi representada por um quadrado de 4m2, demarcado no meio da subparcela.

As parcelas compostas pelas gramíneas foram submetidas à presença e ausência de adubação mineral com nitrogênio, fósforo e potássio. A formulação utilizada para a adubação com NPK foi 60-80-45, com um total de 553 kg/ha da mistura, tendo como fonte de nutrientes, o sulfato de amônio, o superfosfato triplo e o cloreto de potássio, respectivamente. Porém, antes do plantio foi realizada a calagem da área experimental para correção do pH, com a aplicação de 4,0 t/ha de calcário dolomítico. A adubação mineral foi realizada manualmente, a lanço, no dia 26 de fevereiro de 2007, após o corte de uniformização, com aplicação única.

O plantio ocorreu no dia 7 de setembro de 2005. Com exceção da Brachiaria brizantha cv. Xaraés, implantada através de sementes, as demais braquiárias foram plantadas por meio de estolões. Quando necessário realizou-se o replantio.

Para a coleta dos dados de avaliação foram realizados dois cortes, tendo o primeiro ocorrido em 09 de maio de 2007, 45 dias após o corte de uniformização, enquanto o segundo corte foi realizado em 27 de junho do mesmo ano, 45 dias após o primeiro corte.

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Variáveis avaliadas

As variáveis avaliadas foram: altura de plantas, número de folhas verdes, produção de matéria seca, composição químico-bromatológica e digestibilidade in vitro da matéria seca.

As determinações de disponibilidade total de forragem foram realizadas por meio da marcação de uma área útil de 4m2 em cada subparcela, já que a parcela era submetida ou não a adubação mineral, e a forragem contida nessa área foi então cortada rente ao solo, para as espécies Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick. e Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard., e a 10 cm do solo para as Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu, Brachiaria brizantha cv. Xaraés e Brachiaria decumbens.

Para a determinação do número de folhas vivas por perfilho (NFV), foram marcados cinco perfilhos, aleatoriamente, na área útil das subparcelas, com fitas de cores diferenciadas, e a cada sete dias o número de folhas verdes não senescentes era contado. O cálculo do NFV foi efetuado através da média do número de folhas verdes não senescentes de cada semana de avaliação anterior aos cortes.

A altura de planta foi determinada antes dos cortes, por intermédio da média dos cinco perfilhos escolhidos ao acaso em cada subparcela, considerando-se a altura do solo até a inflexão da folha mais alta do perfilho.

Para avaliação dos rendimentos de matéria seca das gramíneas e preparo das amostras para determinação das análises bromatológicas foi formada uma amostra representativa da área útil coletada. Essas amostras foram pesadas e pré-secas em estufa com circulação de ar forçado a 65°C, até peso constante, sendo processadas em moinho tipo willey, com peneira de 1mm de crivo e armazenadas em potes plásticos identificados.

As determinações de porcentagem de matéria seca (MS), teores de matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM) e proteína bruta (PB) foram realizadas segundo metodologia descrita por Silva & Queiroz (2002).

As determinações dos teores de fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) foram realizadas de acordo com o método descrito por Van Soest et al. (1991). Os valores da hemicelulose (HEM) foram obtidos pela diferença entre os valores de FDN e FDA observados.

A digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) foi estimada utilizando a técnica descrita por Tilley e Terry (1963), usando o fermentador “Daisy”, onde se

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preparou uma solução tampão A e outra solução tampão B, pré-aquecidas em recipientes separados. Foi utilizado líquido ruminal em temperatura constante de 39 ºC, onde as amostras a serem analisadas ficaram em uma unidade digestora (jarra de digestão) com mínima presença de oxigênio.

Delineamento e análise estatística

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso em parcelas subsubdivididas, sendo as espécies e cultivares de gramíneas representando as parcelas, adubação (com e sem) representando as subparcelas e a época do corte representando as subsubparcelas, com quatro repetições.

Para a realização da análise estatística foi utilizado o programa SAEG (1997), sendo os dados submetidos à análise de variância e à comparação de médias pelo Teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.

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Resultados e Discussão

Para a variável altura de planta não houve diferença significativa (P>0,05) na presença ou ausência de adubação mineral, mas houve efeito (P<0,05) de espécies e cultivares e cortes. Não foram realizados desdobramentos pelo fato de não ter ocorrido interação entre as variáveis. Entre as espécies e cultivares (Figura 2.2), a Brachiaria brizantha cultivar Xaraés apresentou maior altura média (20,16 cm) da parcela antes do corte (P<0,05). Nas demais espécies e cultivares, não houve diferença (P>0,05) entre as alturas (média de 9,90 cm). O manejo da altura de corte iniciou com o corte de uniformização, oferecendo as plantas às mesmas condições de crescimento, mas, os hábitos de crescimento e as alturas de corte em que foram submetidas podem ter induzido a Brachiaria brizantha cultivar Xaraés a apresentar maior altura de corte.

Figura 2.2. Altura de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. no município de Areia – PB. Colunas com mesma letra não diferem significativamente entre si (Tukey, P>0,05). As barras indicam o desvio padrão. Média de dois cortes. CV% = 37,49

Já entre os dois cortes avaliados (Figura 2.3), a altura média observada no primeiro foi superior (P<0,05) ao segundo. Como a adubação foi realizada próxima ao primeiro corte, pode ter proporcionado uma maior altura média para as gramíneas. Além

b b b a b 0 5 10 15 20 25 30 BD BB BH BBX BR Espécie Forrageira A lt u ra , c m

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do que as alturas de rebaixamento às quais foram submetidas às gramíneas, por serem baixas, podem ter influenciado no comportamento de rebrota dessas plantas após a desfolhação, fazendo com que as mesmas reduzissem suas alturas de corte. Quando gramíneas são submetidas à pastejo ou corte em alturas muito baixas, há uma indução do perfilhamento, devido ao aumento da taxa de aparecimento de folhas, sendo, no entanto, produzidos perfilhos menores, o que resulta em menor altura das plantas após o corte (Langer, 1963). Esses valores estão de acordo com Almeida et al. (2000), que observaram redução linear significativa da altura com o decréscimo das ofertas de forragem, onde a desfolha é mais intensa.

a b 0 5 10 15 20 25 Corte 1 Corte 2 Cortes A lt u ra , c m

Figura 2.3. Altura de gramíneas do gênero Brachiaria em dois cortes: 1- 9 de maio de 2007 e 2- 27 de junho de 2007 no município de Areia – PB. Colunas com mesma letra não diferem significativamente entre si (Tukey, P>0,05). As barras indicam o desvio padrão. Médias de cinco gramíneas. CV% = 37,49

Para a variável produção de matéria seca, houve diferença (P<0,05) entre as espécies e cultivares, presença ou ausência de adubação mineral e cortes. Não foi observada interação (P>0,05) entre os fatores estudados. Entre as espécies e cultivares (Figura 2.4) a Brachiaria brizantha cultivar Xaraés apresentou maior produção (P<0,05), 2,14 ton MS/ha, enquanto a B. ruziziensis (1,02 ton MS/ha), a menor. A Brachiaria brizantha cultivar Xaraés apresentou a maior altura no momento do corte, podendo esse resultado ter influenciado em uma maior produção de matéria seca dessa gramínea. E, essa cultivar foi desenvolvida pela Embrapa, e é considerada uma planta

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com maior potencial produtivo do que as demais espécies do gênero Brachiaria, atingindo produções de até 21 ton MS/ha (Valle et al.., 2003), o que pode explicar sua superioridade em produção de matéria seca.

a b b b c 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 BD BB BH BBX BR Espécie Forrageira P ro d u ç ã o , t M S /h a

Figura 2.4. Produção de matéria seca por hectare em dois cortes de quatro espécies e duas cultivares de Brachiaria: BD – Brachiaria decumbens Stapf.; BB – Brachiaria brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf; BH – Brachiaria humidicola (Rendle) Schweick.; BBX - Brachiaria brizantha cv. Xaraés e BR - Brachiaria ruziziensis Germain et Evrard. em dois cortes: 1- 9 de maio de 2007 e 2- 27 de junho de 2007, no município de Areia-PB. Colunas com mesma letra não diferem significativamente entre si (Tukey, P>0,05). As barras indicam o desvio padrão. CV% = 42,27

Foram observadas diferenças (P<0,05) na produção de matéria seca com relação à adubação, tendo as parcelas adubadas apresentado maiores produções (Figura 2.5). De acordo com Langer (1974), o nitrogênio é importante no perfilhamento. O efeito da adubação nitrogenada na densidade populacional de perfilhos depende do índice de área foliar (IAF) do pasto. Quando o IAF é baixo, fato que pode ter ocorrido no presente trabalho, devido às baixas alturas de resíduo após o corte (inclusive no corte de uniformização), há um efeito positivo do nitrogênio na densidade de perfilhos por meio do aumento da taxa de aparecimento de folhas, maximizando o “site filling” (Lemaire, 1996), que representa o potencial de perfilhamento de uma gramínea, uma vez que cada folha trás consigo uma gema axilar que pode, de acordo com as situações, se desenvolver e originar um novo perfilho. Nesse caso, espera-se que haja um incremento da produção de biomassa, em função da adubação, já que o resíduo foliar após os cortes pode ter sido baixo, influenciando assim no efeito do nitrogênio.

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De acordo com Ferrari Neto et al. (1994), ao estudar as limitações minerais da Brachiaria decumbens em casa de vegetação, constataram que os elementos mais limitantes para a produção de matéria seca foram, em ordem decrescente, nitrogênio, fósforo, potássio, o que justifica o maior desenvolvimento das plantas e, conseqüentemente, maior produção de MS.

b a 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3

Não Adubado Adubado

P ro d u ç ã o , t M S /h a

Figura 2.5. Produção de matéria seca por hectare de gramíneas do Gênero Brachiaria na presença e ausência de adubação mineral no município de Areia-PB. Colunas com mesma letra não diferem significativamente entre si (Tukey, P>0,05). As barras indicam o desvio padrão. Médias de cinco gramíneas. CV% = 42,27

Com relação à produção de matéria seca nos dois cortes realizados, observou-se superioridade (P<0,05) no segundo (Figura 2.6). Sendo o primeiro com médias de 1,34 ton MS/ha e o segundo com 1,89 ton MS/ha. Observa-se que no primeiro corte as gramíneas apresentarem maiores alturas no momento do corte. E, em geral existe uma correlação de altura com disponibilidade de forragem, sendo então esperado que o primeiro corte apresentasse maiores médias de produção de matéria seca. Fato esse não ocorrido na presente pesquisa. Como as alturas de corte das gramíneas podem ter proporcionado baixos resíduos foliares, fazendo com que induzisse o perfilhamento, os índices de pluviometria no período de crescimento das plantas do segundo corte foram

Referências

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