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O ENSINO-APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA NA OFICINA DE PRODUÇÃO DE TEXTO NO PROJETO ENSINO MÉDIO INOVADOR (PRO - EMI)

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Academic year: 2021

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O ENSINO-APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA NA OFICINA DE PRODUÇÃO DE TEXTO NO PROJETO ENSINO MÉDIO INOVADOR –

(PRO - EMI)

Hellen Teixeira de Oliveira1; Karoline da Silva Batista2; Solange Montalvão (orientadora)3.

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo investigar como as atividades de leitura e de escrita estão sendo desenvolvidas na Oficina de Produção de Texto de uma escola de Educação Básica. Diante disso, realizamos uma pesquisa de campo de cunho qualitativo e coletamos dados por meio da observação/participante e do diário de campo. Após a observação e a análise dos dados, foi possível compreender a importância dessa oficina na formação do aluno do Ensino Médio, ressaltando as principais dificuldades enfrentadas por eles no que tange à leitura e à escrita, bem como verificação das práticas pedagógicas da professora perante a essas dificuldades, proporcionando uma reflexão acerca de como esse trabalho tem contribuído para o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita dos alunos. Os resultados almejados com a pesquisa foram de estrema relevância, pois contribuirão para a nossa prática docente e para os profissionais de educação que se interessam pela temática. PALAVRAS CHAVES: Leitura. Escrita. Produção Textual.

INTRODUÇÃO

O interesse pela temática que aborda o ensino-aprendizagem da leitura e da produção de gêneros variados surgiu a partir das discussões realizadas no componente curricular Tópicos de Escrita (TECII), a fim de atender o que propõe o componente curricular do Seminário Interdisciplinar de Pesquisa (SIP) que tem como princípio norteador aproximar o futuro profissional de Pedagogia da prática da pesquisa, estabelecendo entre ambos a parceria no que concerne à busca de respostas para os diversos aspectos que envolvem o processo de ensino-aprendizagem.

1 Graduanda do Curso de Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB/ Campus XII

(Guanambi – BA).

2 Graduanda do Curso de Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB/ Campus XII

(Guanambi – BA).

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Desse modo, este trabalho visa investigar como as atividades de leitura e de escrita estão sendo desenvolvidas em uma escola de Educação Básica, por meio da Oficina de Produção de Texto do Programa Ensino Médio Inovador (Pro-EMI). A partir do objetivo proposto, decidimos analisar como a referente Oficina tem dado destaque à leitura e à escrita e de como os alunos atendidos na mesma estão conseguindo superar suas dificuldades.

Este programa foi instituído pelo MEC – Ministério da Educação – em 2009, com o objetivo de apoiar e fortalecer o desenvolvimento de propostas curriculares inovadoras nas escolas de ensino médio, ampliando o tempo dos estudantes na escola e buscando garantir a formação integral com a inserção de atividades que tornem o currículo mais dinâmico, atendendo também as expectativas dos estudantes do Ensino Médio e às demandas da sociedade contemporânea.

Dentre as escolas que oferecem este programa no município de Guanambi-BA, encontra-se o colégio Estadual Governador Luiz Viana Filho, que optou por desenvolver um trabalho por meio de oficinas de teatro e dança; Música; Produção de Texto; Matemática (reforço); Português (reforço); Esporte; Artesanato e Prática em Laboratório (reforço em Química).

O Pro-EMI busca ampliar o tempo de permanência do aluno, uma vez que as oficinas acontecem em turno oposto ao que o aluno cursa o ensino regular criando oportunidades de aprendizagens, valorizando necessidades e talentos. A oficina de Produção de Texto foi criada em função das grandes dificuldades que os alunos têm apresentado no que tange às ações de ler e escrever, e seu objetivo é exercitar a capacidade de leitura crítica, juntamente com atividades de escrituras textuais, visando à ampliação e ao aprimoramento linguístico dos estudantes.

Desse modo, proporciona um desenvolvimento pleno, autônomo, crítico e participativo desses indivíduos, pois como ressalta Martins (2005, p. 25) “ler significa inteirar-se do mundo, sendo também uma forma de conquistar autonomia, de deixar de ‘ler pelos olhos de outrem’”.

Entendemos que ler não é necessariamente saber decodificar o código escrito, mas ter uma visão crítica acerca do texto lido, compreendendo que são ferramentas relevantes para a compreensão de mundo. Assim, precisam ser trabalhadas de modo que favoreçam o desenvolvimento da capacidade

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intelectual do sujeito, para que este possa ter um posicionamento crítico a partir do que leu.

Desse modo, a pesquisa foi realizada na Oficina de Produção de Texto que contempla alunos do 1° ao 3° ano do Ensino Médio com o intuito de analisar a prática pedagógica da professora e a processo ensino-aprendizagem dos alunos nesse contexto.

METODOLOGIA

O referente trabalho foi realizado por intermédio de uma pesquisa de campo com abordagem qualitativa. Recorremos à pesquisa qualitativa pelo fato dela atender aos objetivos propostos nesta pesquisa, pois como ressalta Minayo (2012, p. 21), “ela trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes. Esse conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como parte da realidade social”.

Assim, a pesquisa qualitativa aborda de forma intrínseca as questões sociais dos sujeitos, uma vez que, proporcionará ao pesquisador possibilidades para a compreensão do objeto em estudo, que neste caso representa o processo de ensino-aprendizagem dos alunos do Ensino Médio no que tange ao ato de ler e escrever.

Por outro lado, a opção pelo uso da observação participante, deveu-se ao fato de que o observador pesquisador “integra-se e participa na vida de um grupo para compreender-lhe o sentido de dentro”. (LAVILLE, 1999, p. 178). Neste sentido, também utilizamos as notas de campo, porque são “fundamentais para a observação participante”. Por fim, para total aproveitamento dos dados, todas as impressões foram anotadas no diário de campo organizadas em memorandos que pudessem relembrar os dados obtidos através das observações que ocorreram no mês de maio, totalizando cinco aulas observadas.

DISCUSSÕES

O ato de ler configura-se na forma como o sujeito interpreta o mundo ao seu redor, assim “a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura daquele” (FREIRE 1994, apud

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MARTINS, 2005, pag.10). Nesse sentido, a leitura é algo inconsciente que se realiza de forma natural e que com o desenvolvimento do indivíduo vai se tornando um processo consciente e com significado.

Desse modo, compreendemos a importância do ato de escrever, atrelado a leitura, uma vez que o mesmo se caracteriza dentre outras coisas na forma mais clara de expressão do sujeito. A este respeito, Amaral (2010, p. 64) nos revela que:

A escrita também possibilita o desenvolvimento dos processos argumentativos que estruturam e organizam o pensamento; constitui um sistema de signos utilizados para representação das ideias, dos pontos de vista, dos saberes e das vivências particulares ou de grupos.

Nesta perspectiva, compreende-se que ler e escrever com eficiência faz parte dos requisitos básicos para a compreensão da realidade e atuação nos diversos contextos sociais.

A partir das proposições do referente trabalho, observamos que o processo de ensino-aprendizagem da leitura e da escrita, no espaço da Oficina de Produção Textual no EMI encontra-se fomentado por meio de atividades como: Produção textual, realizadas pelos alunos em casa enfocando tipos textuais e gêneros textuais diversos, além de exercícios orais por meio da leitura dos mesmos e de outros textos, de forma individual e compartilhada.

Percebemos que essas atividades contribuem para o desenvolvimento da capacidade leitora e escritora do sujeito. Visto que amplia sua competência comunicativa, tornando-se hábil no que tange ao reconhecimento das características que um dado gênero textual apresenta, como sua linguagem, suas funções e sua estrutura.

Foi perceptivo o interesse dos alunos em aprender os conteúdos propostos, acerca da importância da leitura e da escrita, motivados principalmente, pelo fato do componente curricular Redação não ser oferecido para as turmas de 2° e 3° ano do Ensino Médio no ensino regular. Constituindo-se, portanto, como um entrave para que esses estudantes tenham maior desenvoltura para ler e escrever não só dentro do contexto escolar como também fora dele.

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A partir dos estudos acerca do ato de ler e escrever é sabido que a realidade de muitas práticas escolares tem mostrado que a produção escrita de textos, a chamada redação escolar, é utilizada apenas como meio de verificação de aprendizagem, pois como ressalta Marcuschi (2005, p. 139), “a redação, geralmente, é trabalhada para atender a uma tarefa proposta pelo professor, circunscrita ao espaço da sala de aula e que desconsidera os contextos sócio comunicativos e extra instituição escolar”.

Já não causa surpresa o fato de se constatar que os alunos, até mesmo nas Universidades, demonstram ter dificuldades significativas na expressão oral, na leitura e escrita de determinados gêneros formais. Neste prisma, observamos no lócus da pesquisa que as dificuldades apresentadas pelos participantes decorriam, muitas vezes, do emprego das normas gramaticais e da elaboração de gêneros textuais formais que necessitavam de conhecimentos específicos desses gêneros.

Entendemos, com isso, a necessidade de se trabalhar, desde o início da educação Básica, as características presentes nos gêneros e tipos textuais, assim como o emprego da norma culta da Língua Portuguesa, nos textos que requerem uma linguagem mais formal no trato com a língua materna, porém tendo o cuidado de respeitar as demais variedades que compõem essa mesma língua.

Posto isso, é de grande relevância que o professor, ao planejar suas aulas, procure utilizar atividades que possam promover a aprendizagem efetiva do aluno.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Sem intenção de findar os estudos no que tange aos processos de escrita e leitura no processo de formação holística do sujeito, compreende-se que um dos grandes desafios do Pro-EMI é o de desenvolver no educando uma atitude sistemática e efetiva da leitura e da escrita. Nesse sentido, o modo como é organizada e mediada didaticamente a oficina é de extrema importância para a obtenção de bons resultados.

Desta forma, entendemos que o espaço físico teria que aperfeiçoar-se num formato que expandisse o acervo de materiais atualizados, tais como, data

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show, melhor climatização do espaço e uma reorganização por parte da regente na didática para mediar de forma horizontal conteúdos como gêneros textuais e suas mais variadas funções e linguagens.

Posto isso, fica claro que a oficina contribui de forma benéfica aos seus participantes, todavia, é necessário que o professor regente proporcione mais materiais e discussões acerca da prática da leitura e da escrita aos seus alunos, além de modificar sua prática pedagógica a fim de produzir um real efeito na formação dos sujeitos daquele lócus, uma vez que a oficina vai além da sala de aula e representa um reforço na formação desses estudantes.

REFERÊNCIAS:

AMARAL, Edson Toledo. O professor de ensino médio e o seu olhar sobre a

leitura e a escrita em sua disciplina. Dissertação (Mestrado em Educação). Unimep

(Universidade Metodista de Piracicaba Faculdade de Ciências Humanas - Programa de Pós-Graduação em Educação), São Paulo: 2010.Disponível em:

https://www.Unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/docs/10032011_115919_dissertacao.pdf> Acesso em: 23/09/2015 às 16h: 22min.

BARROSO, Terezinha. Gênero Textual como objeto de ensino: uma proposta de didatização de gêneros do argumenta. SIGNUM: Londrina, n. 14/2, p. 135-156, dez. 2011. Disponível em:

<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/signum/article/viewFile/9409/9584> Acesso em: 10/10/2015 às 18:00.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ensino Médio

Inovador. Brasília: MEC/SEB, 2009. Disponível

em:<http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=13439:ensino-medio-inovador>. Acesso em: 15/10/2015.

BOGDAN, Robert; BIKLEN, Sari. Investigação Qualitativa em Educação: uma introdução à teoria e aos métodos. Portugal: porto, 1994, 336 p.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996, p. 144.

LAVILLE, Christian. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto alegre: UFMG, 1999, 337 p.

MARCUSCHI, L. A.. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: BEZERRA, Maria Auxiliadora; DIONÍSIO, Ângela Paiva; MACHADO, Anna Rachel. (org’s.). Gêneros

textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002, p. 19-36.

MARCUSCHI, Beth. Redação Escolar: características de um objeto de ensino.

FACED: Bahia, nº 09, 2005, p. 138 – 155. Disponível em:

<http://www.portalseer.ufba.br/index.php/entreideias/article/view/2689/1899> Acesso em: 02/11/2015 às 23:54.

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Referências

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