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ANÁLISE DO SISTEMA LOGÍSTICO DE UM LATICÍNIO: ESTUDO DE CASO EM UMA COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DO SUDESTE GOIANO

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ANÁLISE DO SISTEMA LOGÍSTICO DE

UM LATICÍNIO: ESTUDO DE CASO EM

UMA COOPERATIVA AGROPECUÁRIA

DO SUDESTE GOIANO

Ana Luiza Ferreira Mamede (UFG )

analuiza_mamede@hotmail.com

GABRIELA MATOS DA SILVA (UFG )

gabrielamattosjp@hotmail.com

Gabriel Freitas Vieira (UFG )

vfreitas.gabriel@gmail.com

MARIANY EMILY RAMOS PACHECO (UFG )

marianyemily@hotmail.com

Naiara Faiad Sebba Calife (UFG )

naiaracalife@hotmail.com

Os sistemas logísticos se tornaram imprescindíveis em todos os setores e a busca pela otimização desses sistemas a fim de minimizar seus custos é constante, uma vez que representam uma grande parte dos custos das empresas. O presente artigoo demonstra um estudo realizado em uma cooperativa agropecuária situada no sudeste goiano que atua em vários setores, como laticínio, posto de combustível, loja agropecuária, fábrica de ração, misturador de suplemento mineral, assistência técnica agrícola, veterinária e em refrigeração. O trabalho foi realizado com o objetivo de analisar o sistema logístico do laticínio, descrever sua estrutura e o funcionamento de tais procedimentos. Para análise da estrutura logística da empresa, conforme conceitos envolvendo logística e tendo como base as três atividades primárias, que são transporte, manutenção de estoque e processamento de pedidos, foram possíveis caracterizar todo o funcionamento da captação de leite, processamento dos pedidos, armazenagem desses produtos por meio de embalagens de proteção e exposição e também de distribuição dos produtos de acordo com pedidos. Assim, buscou-se a determinação de uma estrutura logística adequada, levantando pontos positivos e falhas da empresa. Por fim, foram sugeridas algumas modificações que possam melhorar o desempenho da cooperativa e reduzir seus custos.

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1. Introdução

A logística no Brasil está em constante evolução e tomando grandes proporções em todos os setores industriais. No setor de alimentos, bebidas e materiais de construção estima-se que os custos logísticos atinjam R$ 160 bilhões por ano. Fica evidente que as operações logísticas tem grande impacto na lucratividade das empresas. Apesar de logística ir muito além do transporte, essa é uma das operações que necessitam de maior cuidado, pois representa a maior parte dos custos logísticos dentro da empresa, em média 64% do custo logístico total. (FIGUEIREDO; FLEURY; WANKE, 2012).

O agronegócio leiteiro vem passando por transformações significativas desde os anos de 1990. No âmbito macroeconômico, a estabilização econômica permitiu um crescimento considerável da demanda por lácteos.

No setor industrial os avanços tecnológicos impulsionaram o processo de aquisições, resultando na reestruturação da produção e reorganização dos canais de comércio, no nível da produção, da logística e da embalagem, aumentando assim a capacidade de processamento e racionalização da distribuição.

No âmbito operacional, as mudanças foram focadas na qualidade da matéria prima, realizada na granelização da coleta e do resfriamento do leite na propriedade e no transporte. Até a metade dos anos noventa, a coleta do leite era realizada da fazenda diretamente para as usinas de beneficiamento, utilizando caminhões comuns e armazenando em latões. Já depois da segunda metade da década essa coleta passou a ser a granel, por meio de caminhões com tanques isotérmicos.

Esse novo método de coleta é um conceito de logística de transporte, favoreceu para minimizar os custos na captação e no transporte da matéria prima, excluir postos de resfriamento, aumentar a produtividade, qualidade do leite e a quantidade de carga por veículo.

Diante deste contexto, o objetivo principal deste estudo é descrever a estrutura e os procedimentos logísticos da cooperativa, focando nas três atividades de importância primária, que são o transporte, manutenção de estoques e processamento de pedidos, e em algumas atividades de apoio. Além disso, buscou-se determinar se a função logística está adequada,

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3 identificar as principais qualidades e deficiências da área de logística da empresa e sugerir possíveis melhorias.

2. Metodologia

Este estudo foi realizado em uma cooperativa agropecuária do sudeste goiano. Se caracteriza como sendo uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório e descritivo – onde o método escolhido foi o estudo de caso. Além disso, foi realizado um levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão.

De acordo com Figueiredo (2008), esse tipo de pesquisa tem como objetivos proporcionar maiores informações sobre o assunto que vai ser investigado, facilitar a delimitação do tema a ser pesquisado, orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir uma nova.

A coleta de dados se deu através de visitas in loco e entrevistas. O tipo de entrevista escolhido para o estudo de caso foi o de entrevistas semiestruturadas, onde foi organizado um conjunto de questões (roteiro) a fim de conseguir as informações mais importantes, porém sendo permitido, e incentivado, que o entrevistado falasse livremente sobre a empresa, permitindo assim obter maiores informações.

A entrevista foi realizada com um dos gerentes da cooperativa que é responsável pelo laticínio. Para a melhor análise dos dados a entrevista foi gravada e, posteriormente, transcrita respondendo a todas as questões inicialmente propostas na entrevista e destacando também assuntos de relevância que não tinham sido considerados inicialmente no roteiro.

3. Referencial teórico

O termo Logística, em sua origem, estava ligado às operações militares nas quais a equipe precisava se deslocar. O mesmo ocorre nas empresas, Novaes (2007) diz que uma indústria precisa movimentar seus produtos da fábrica para os depósitos ou para centros de distribuição até chegar ao cliente; precisa também adquirir e armazenar matéria prima suficiente para garantir a quantidade de fabricação planejada. Entretanto, devido às descontinuidades entre o ritmo de distribuição e demanda, tem-se que manter produtos acabados estocados.

Fleury, Wanke e Figueiredo (2012) diz que as mudanças tecnológicas e econômicas fazem da Logística um conceito gerencial mais moderno, e que esta possui três importantes funções,

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4 sendo elas estoque, armazenagem e transporte. Essas características fazem da Logística uma atividade estratégica, ferramenta gerencial e uma fonte potencial de vantagem competitiva. Sendo assim Novaes (2007) adota como principal conceito de Logística, a definição de Council of Supply Chain Management Professionals norte-americano que diz que a Logística é um processo de implementação, planejamento e controle eficiente de fluxo e armazenagem de produtos, associando informações e níveis de serviço. Visto que a Logística tem um papel fundamental na disseminação da informação que vai desde a matéria prima até o consumidor final, dando condições para que o produto seja adquirido no momento desejado.

3.1. Logistica Integrada

Entende-se, segundo os conceitos de Fleury, Wanke e Figueiredo (2012), que a Logística Integrada deve ser vista como um instrumento de marketing, uma ferramenta gerencial, na qual é possível agregar valor por meio de serviços prestados. A estratégia logística é considerada uma importante ferramenta para garantir o sucesso no mercado. O objetivo da logística é disponibilizar produtos e serviços onde são exigidos e no momento solicitado, tendo como responsabilidade operacional a disponibilidade de matérias primas, estoque de produtos semiacabados e acabados, ao menor custo possível.

Fleury, Wanke e Figueiredo (2012) aponta como dimensões da excelência logística, a integração interna e externa. A primeira consiste no gerenciamento dos diversos componentes do sistema logístico, sendo uma condição necessária para que a empresa atinja excelência operacional com custo baixo, para isso precisa-se de sistemas e organização adequados para tomada de decisão integrada. A segunda implica o desenvolvimento de relações cooperativas com integrantes da cadeia de suprimento, por meio da troca de informações e capacitação técnica, reduzindo custos e customizando serviços.

A Logística abrange a integração de informações, transportes, estoque, armazenamento, manuseio de matérias e embalagem, como dito por Bowersox e Closs (2007), tais áreas envolvem o trabalho logístico e oferece ampla variedade de tarefas. Associando essas tarefas tornam o gerenciamento integrado da logística uma área árdua e compensadora. O desempenho logístico tem uma importância estratégica que resulta em um crescente número de executivos de sucesso na área da logística.

Com base no que é exposto por Bowersox e Closs (2007), a Logística é vista como uma competência que exerce um vínculo da empresa a seus clientes e seus fornecedores, onde a

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5 empresa recebe informações dos clientes fluindo na forma de vendas, previsões e pedidos, resultando na transferência de produtos acabados a esses clientes. Com isso, Bowersox e Closs (2007) dizem que a integração logística consiste da relação entre o fluxo de materiais e fluxo de informações, onde nessa relação da empresa com clientes e fornecedores tem como alicerce a distribuição física, o apoio à manufatura e o suprimento.

Sendo assim, Novaes (2007) diz que a rede logística é constituída por armazéns, centros de distribuição, estoque de mercadorias, modais de transporte e estrutura de serviços complementares. Os objetivos dos canais de distribuição dependem principalmente da empresa, da forma de competitividade no mercado e da estrutura geral da cadeia de suprimentos.

3.2. Transporte

O transporte é uma atividade necessária para realizar a movimentação dos produtos de uma fase a outra do processo, ou até o local de distribuição ao cliente. De acordo com o que é exposto por Bowersox e Closs (2007), o transporte utiliza de recursos financeiros, pois são gerados gastos internos para contratação de frotas ou manutenção de frotas próprias e demais gastos com a distribuição. Com isso é necessário determinar um percurso e escolher o melhor meio de transporte de modo a obter melhor eficiência, menor tempo e menor custo.

Devido à estratégia competitiva assumida pela empresa, um esquema específico de distribuição é escolhido. Novaes (2007) ressalta que as atividades logísticas que dizem respeito à distribuição física são definidas por meio da estrutura planejada com finalidade os canais de distribuição. Esses canais escolhidos são de difícil alteração, se mantendo fixos por um longo tempo, por envolver outras empresas, acordo comerciais, entre outros.

Para se realizar o transporte, Novaes (2007) propõe que se conheçam as localizações precisas dos clientes e, em alguns casos, dos fornecedores. Com isso precisa-se de uma roteirização dos veículos, que se define por três fatores fundamentais: decisões, que diz respeito a alocação dos clientes e veículos; objetivos da roteirização, a fim de elevar os níveis de serviço aos clientes; por fim as restrições, buscando minimizar os custos operacionais, respeitando as rotas eficientes e a capacidade do veiculo utilizado.

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3.3. Manutenção de estoques

Bowersox e Closs (2007) afirma que a manutenção de estoque é essencial para evitar perdas de investimentos e obsolescência, e que a política de estoque ideal seria aquela na qual a fabricação do produto é realizada conforme as especificações dos clientes e mediante pedidos, com o intuito de reduzir estoque de materiais e de produto acabado, reduzindo de certa forma os custos de estoque em excesso. Sendo assim, é necessário um equilíbrio entre a produção e a demanda, efetuando-se uma previsão de demanda de acordo com sazonalidades ou outros fatores, de modo que não falte produto para o cliente, desta forma a regulação do estoque concilia aspectos econômicos da produção com as variações de consumo.

Como proposto por Fleury, Wanke e Figueiredo (2012), definir o posicionamento e a função das instalações de armazenagem é uma decisão estratégica, visa prover um fluxo eficiente de matéria prima e produtos acabados, reduzindo o tempo entre o recebimento e a entrega dos pedidos, reduzindo os investimentos em estoque. Sendo assim o papel da armazenagem é prover uma capacidade de resposta rápida reduzindo a necessidade de estoque, porém, sempre tendo produto onde e quando forem necessários.

3.4. Processamento de pedidos

Trata-se de uma atividade primária da logística por ser considerada de relevante importância para conseguir cumprir a missão da organização, já que está vinculada com o tempo e é um fator crítico para a tomada de decisões. As atividades referentes ao processamento de pedidos são: a preparação, a transmissão, o recebimento e expedição do pedido e o relatório da situação do pedido.

Segundo Figueiredo, Fleury e Wanke (2012), o sistema de processamento de pedidos e de informações, em uma empresa avançada em logística, faz uso intensivo de tecnologias de informação, e é considerado a base para a coordenação/integração.

3.5. Embalagens

A partir da Segunda Guerra Mundial percebeu-se que as embalagens teriam que transportar os produtos, principalmente alimentos, desde a sua produção, até os pontos de distribuição e venda, garantindo que permaneceriam em boas condições por causa do tempo de estocagem. Com o passar do tempo, os produtores perceberam que ao exaltar as qualidades do produto

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7 em suas embalagens, aumentava a procura pelos produtos pois criava uma imagem positiva à empresa (SCHIMMELFENIG; SANTOS; BERNIERI, 2009).

As embalagens são de fundamental importância para facilitar o transporte e a armazenagem, proteger e conservar, se adequar as formas de exposição, facilitar o uso do produto e seduzir o consumidor ao ser exposta no mercado. Alinhando todas essas funções é possível obter menores custos de distribuição, menor risco de perdas de produtos e maior valorização do mesmo no mercado.

3.6. Cooperativas

As cooperativas devem atuar seguindo os sete princípios internacionais do cooperativismo que são definidos pela Associação Cooperativa Internacional (ACI), são eles: adesão voluntária livre; gestão democrática livre; participação econômica dos membros; autonomia e independência; educação, formação e informação; intercooperação e por fim interesse pela comunidade.

Sobre a estrutura de uma cooperativa, deve-se saber que além das responsabilidades individuais dos cooperados, eles têm responsabilidade coletiva que se expressa pela reunião de todos ou da maioria, discussões e nas deliberações, onde um órgão da cooperativa toma toda e qualquer decisão de interesse da sociedade.

4. Estudo de caso

A cooperativa estudada foi fundada em 1964 dando início ao polo industrial da cidade com o objetivo de promover o desenvolvimento socioeconômico tanto de seus cooperados quanto da região. Com constantes investimentos em estruturas, tecnologias e treinamentos, consegue proporcionar agilidade e qualidade nos serviços prestados aos seus cooperados.

Além do laticínio a cooperativa se expandiu e passou a atuar em outros mercados a fim de facilitar a vida do produtor. Entre as atividades realizadas destaca-se o posto de beneficiamento de leite, posto de combustível, loja agropecuária, fábrica de ração, misturador de suplemento mineral, assistência técnica agrícola, veterinária e em refrigeração, entre outros.

Para a realização do presente estudo de caso, optou-se por focar nas atividades logísticas do laticínio, dividindo entre as atividades primárias, que são aquelas de importância primária para atingir os objetivos logísticos, sendo o transporte, manutenção de estoques e

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8 processamento de pedidos, e de algumas das atividades de apoio, que são a armazenagem e embalagens de proteção.

4.1. Transporte

A cooperativa em questão utiliza um sistema de captação de leite muito estruturado, conta com três empresas terceirizadas para desempenhar a coleta do leite. Utilizando o método de

Milk Run, ou seja, a empresa que busca a matéria prima necessária em cada fornecedor para

chegar ao destino final, entregando toda a matéria prima de uma vez só, no caso o leite.

A roteirização da empresa estudada é preparada por um supervisor que analisa a melhor maneira de colocar os cinco caminhões disponíveis trabalhando de forma que minimize os trajetos e que consigam coletar o leite de toda a região, incluindo cidades circunvizinhas, sendo aproximadamente 250 produtores por mês. Leva-se em conta principalmente a capacidade dos caminhões, que é de 9.000 litros em tanques isotérmicos, e a capacidade de armazenamento nos tanques dos produtores.

Há dois tipos de coletas, as que são diárias e as que são de dois em dois dias, são analisadas qual o tipo de coleta a ser feita dependendo da produção diária em litros de leite que o produtor entrega, juntamente com a capacidade do tanque de resfriamento e sua distância até a fábrica. Buscando sempre o melhor custo benefício para a empresa.

Para escolher as melhores rotas um banco de dados sobre os clientes foi criado, onde é possível conhecer algumas informações essências como: posicionamento geográfico, capacidade dos tanques e volume diário produzido, horário das ordenhas e as condições de acesso de veículos. O GPS TrakeMaker é um programa que auxilia na montagem e atualização destas rotas.

A entrega do produto acabado é de responsabilidade fracionada, ou seja, é feita por um veículo próprio e um terceirizado. Com destinos bastante regulares, devido à presença de contratos que garantem determinadas quantidades a serem entregues em datas pré-estabelecidas. Porém, existem vendas eventuais a clientes não regulares, tornando a rota para a entrega destes produtos mais irregular. Ao contrário da captação do leite, para a distribuição dos produtos acabados ainda não se utiliza a roteirização com o GPS TrakeMaker. Ao todo são aproximadamente 220 clientes no sudeste goiano.

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4. 2. Manutenção de estoques e armazenagem

O estoque é uma questão que merece uma maior atenção dos profissionais de logística, principalmente no setor analisado, pois o foco principal é deixar o estoque com menor nível possível de forma que os produtos não fiquem muito tempo armazenados, já que são perecíveis, e ao mesmo tempo garantindo que tenha sempre quantidade suficiente para atender aos clientes.

No caso do sistema logístico da cooperativa o estoque é constante, a empresa busca manter sempre a mesma quantidade em estoque, pois, dessa forma consegue minimizar os custos. A cooperativa possui a maioria de seus processos internos mecanizados, o que faz dela bastante eficiente neste quesito.

A armazenagem é a administração certa do espaço para manter estoques. Esta envolve uma ligação entre tempo de produção até a venda ao cliente, não podendo ser vistas de forma isolada, pois tudo se entende por um contexto. Precisa-se de um planejamento de qualidade para a armazenagem não ser um problema, por isso, a cooperativa mantem rigoroso controle de entrada e saída de estoque e baseia a quantidade que devem produzir para estocar na média de saídas mensais.

Os produtos são armazenados em caixas de papelão e outros em caixas plásticas, prontas para serem destinadas para o comércio. São divididas em caixas de 12 ou 24 peças, sejam elas de iogurte, manteiga, doce de leite, somente o queijo é separado por quilo.

4.3. Processamento de pedidos

A cooperativa tem uma base de dados de clientes e sabe, portanto, a quantidade média de vendas de cada produto por mês. Assim, o laticínio mantem sempre em estoque uma quantidade superior à demandada, pois acontece de vez ou outra um cliente necessitar de quantidade superior ao normal e, quando isso acontece, é possível atender ao cliente com o menor tempo de ciclo do pedido possível.

Apesar de ter o controle de pedidos dos clientes a cooperativa não possui um sistema de gerenciamento de pedidos, o que pode ocasionar falhas nesse processo já que é feito quase que manualmente.

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4.4. Embalagens de proteção

A principal função das embalagens de produtos é, sem dúvidas, a exposição dos produtos no mercado, porém elas também são uma das atividades de apoio da logística, pois facilitam a movimentação e estocagem dos produtos e podem evitar avarias operacionais.

No desenvolvimento de embalagens da cooperativa o foco principal é a conservação dos produtos, já que se trata de alimentos perecíveis, e a sua exposição no mercado. Também é pensado na facilidade de manuseio, porém não é tratado como essencial ao se definir as mesmas.

As embalagens primárias do produto, que são aquelas que serão expostas nas gôndolas, são pensadas de forma a serem atraentes ao público e trazem todas as informações necessárias sobre o mesmo, como data de fabricação e validade, composições nutricionais, fabricante, agência reguladora, entre outros.

A cooperativa utiliza também as embalagens secundárias que protegem as primárias, servem para consolidar um montante de produtos, protege-los de avarias e facilitar a movimentação e a armazenagem. Alguns produtos são armazenados em caixas de papelão e outros em caixas de plástico, sendo caixas de quantidades variadas, pois, da mesma forma como são estocados são também comercializados. Como os clientes são locais ou de cidades circunvizinhas e o produto é perecível a distribuição não necessita de embalagens maiores.

5. Propostas envolvendo o estudo de caso

Analisando o sistema logístico da cooperativa perceberam-se algumas oportunidades de melhoria no processo que, se aplicadas, poderiam minimizar os custos envolvidos no transporte de captação do leite e distribuição dos produtos acabados. Além disso, poderia conquistar novos fornecedores e clientes.

Quanto ao processo de captação do leite, poderiam ser alocados estrategicamente tanques de resfriamento com a capacidade de armazenar a produção de dois em dois dias nas propriedades, onde a própria empresa forneceria esses tanques e poderia realoca-los sempre que necessário, dessa forma, os produtores não precisariam investir na compra de novos tanques.

Com essa ação a cooperativa ganharia com a diminuição dos custos de transporte, uma vez que se paga por quilometro rodado. De forma simples, se os produtores conseguirem estocar

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11 a produção de dois dias consequentemente a coleta que antes era diária passaria a ser de dois em dois dias e, assim, os custos de transporte cairiam cerca de 50%.

A cooperativa coleta apenas o leite in natura que fica armazenado nos tanques de resfriamento, pois ficam em temperaturas controladas e sua qualidade é preservada. Dessa forma, ao realocar os tanques, aqueles de pouca capacidade de armazenagem que poderiam ser um problema passam a ser uma oportunidade de novos fornecedores de leite. Produtores pequenos que não tinham condições para a compra de um novo tanque, mesmo que pequeno, poderão estocar seu leite nos tanques oferecidos pela empresa.

O único ponto citado pela empresa como motivo de reclamações eventuais foi referente à distribuição dos produtos acabados, pois como acontecem pedidos de clientes não regulares pode acontecer de desorganizar a rota de entrega, ocasionando assim as reclamações. Seguindo o exemplo do processo de captação de leite poderiam utilizar o GPS TrakeMaker também na distribuição, diminuindo consideravelmente as chances de escolher uma rota inadequada.

Por fim, sugere-se a implementação de um sistema de gerenciamento de pedidos, pois ao usar um sistema bem projetado a cooperativa possuirá um comando centralizado dos fluxos de produtos e informação. O uso de tecnologias de informação poderá melhorar diretamente o custo e a qualidade das operações logísticas.

6. Considerações finais

O objetivo deste estudo foi a análise da estrutura logística desde a captação de leite até a distribuição de produtos processados de uma cooperativa agropecuária do sudeste goiano. Houve um destaque no processo de transporte devido à forma de roteirização utilizada tanto para coleta da matéria prima, quanto para a distribuição dos produtos acabados, a armazenagem e embalagens.

Pode-se perceber que as atividades logísticas influenciam diretamente na redução de custos da empresa e que o principal problema identificado diz respeito às chuvas e também a capacidade de armazenamento dos caminhões, pois, às vezes é preciso deslocar um caminhão para buscar a matéria prima em uma única propriedade, o que torna inviável.

Percebe-se que o processo logístico da empresa é eficiente, visto que esta atinge seus objetivos de minimizar custos através da terceirização do transporte, pelo fato de não ter

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12 perdas durante o processo de captação e também por não receber reclamações dos fornecedores e dos clientes.

6. Referências

BOWERSOX, Donald J.; CLOSS, David J. Logística Empresarial: O processo de integração da cadeia de suprimentos. Tradução da Equipe do Centro de Estudos em Logística, Adalberto Ferreira das Neves;

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2012.

FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida. Método e Metodologia na Pesquisa Cietífica. ISBN 978-85-7728-085-8. - 3. ed. Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 200978-85-7728-085-8.

FLEURY, Paulo F.; WANKE, Peter; FIGUEIREDO, Kleber F. Logística Empresarial: A perspectiva Brasileira. – 1.ed. – 15.reimpr. – São Paulo: Atlas, 2012.

GERHARD, Tatiana Engel. Métodos de Pesquisa. Porto Alegre: Editora da Ufrgs, 2009. 120 p. (Educação a Distância) (Org.). Disponível em: <http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2015.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do Trabalho Científico. 7.ed. – 7.reimpr. – São Paulo: Atlas, 2012.

NOVAES, Antonio Galvão. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição: Estratégia, Operação e Avaliação. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. 10ª reimpressão.

SCHIMMELFENIG, Carla; SANTOS, Denise Michael dos; BERNIERI, Elias. Inovação de embalagens. Raci:

Revista de Administração e Ciências Contábeis do IDEAU, Alto Uruguai, v. 4, n. 9, jul. 2009. Semestral.

Disponível em: <http://www.ideau.com.br/getulio/restrito/upload/revistasartigos/106_1.pdf>. Acesso em: 06 mar. 2016.

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