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AVALIAÇÃO DO TEOR DO MEDICAMENTO HIDROCLOROTIAZIDA ARMAZENADO EM BANHEIROS

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC CURSO DE FARMÁCIA

GABRIEL FONTANA TAUFEMBACH

AVALIAÇÃO DO TEOR DO MEDICAMENTO

HIDROCLOROTIAZIDA ARMAZENADO EM BANHEIROS

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GABRIEL FONTANA TAUFEMBACH

AVALIAÇÃO DO TEOR DO MEDICAMENTO

HIDROCLOROTIAZIDA ARMAZENADO EM BANHEIROS

Projeto do Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção de Farmacêutico Generalista no curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

Orientador: Professor Eduardo João Agnes

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1 INTRODUÇÃO

A prática da guarda de medicamentos em domicilio é muito comum na população brasileira. O uso racional de um medicamento começa pela qualidade do produto que se está administrando, passando pela indicação adequada e a posologia ideal. O armazenamento adequado e a preservação de medicamentos são fatores fundamentais para a sua eficácia, devendo sempre existir certas medidas referentes ao cuidado e a estabilidade dos fármacos (BARROS et. al 2007).

O armazenamento de medicamentos é feito pela grande maioria dos usuários de forma incorreta, já que são armazenados em locais com umidade e temperatura inadequadas podendo levar a uma degradação físico-química do medicamento permitindo o crescimento de microorganismos e a decomposição do princípio ativo dos medicamentos, gerando problemas relacionados ao medicamento como à falta de eficácia terapêutica, formação de produtos tóxicos e as reações adversas ao medicamento (RAMs) (CARVALHO et al, 2005 & SILVA, et.al, 2008).

Segundo Schenkel (2005) os locais de armazenamento de medicamentos mais freqüentes nas residências são: cozinha (43%), dormitório (28%) e o banheiro (14%). Já Silva e colaboradores (2008) mostram que (47%) armazenam medicamentos no armário do banheiro, (29%) dentro da geladeira, (15%) em cima da geladeira, (5%) na cabeceira da cama e (4%) em outros locais.

A guarda de medicamentos no banheiro pode determinar riscos de alterações físico-químicas por exposição a fontes de calor, frio, umidade e luz solar, além dos riscos de contaminação por produtos químicos e saneantes (TOURINHO et al., 2008).

A estabilidade de produtos farmacêuticos pode ser definida como a capacidade de determinada formulação, num recipiente fechado, manter suas

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especificações físicas, químicas, microbiológicas, terapêuticas e toxicológicas (BARROS et.al, 2007). A estabilidade da droga pode ser definida como o período a partir da data de fabricação e empacotamento da formulação até que a sua atividade química e biológica não seja menor que um nível predeterminado de potência rotulada e suas propriedades físicas não tenham mudado apreciavelmente e de forma deletéria (GENNARO, 2004).

Os testes de estabilidade são empregados no desenvolvimento de medicamentos, visando obter informações sobre o prazo de validade do produto e garantir que os mesmos mantenham suas características físicas, químicas, microbiológicas, organolépticas e toxicológicas, durante sua vida útil (STULZER, 2006).

Muitos fatores alteram a estabilidade do produto farmacêutico, sendo uma delas a condição de armazenamento do mesmo. A avaliação da estabilidade de produtos farmacêuticos é separada em estudos de estabilidade física e química incluindo-se a bioquímica. O conhecimento da estabilidade física da formulação é muito importante, pois o produto precisa parecer fresco, elegante e profissional durante o tempo que permanecer no mercado (GENNARO, 2004).

As causas químicas de deterioração do fármaco foram classificadas em incompatibilidade, oxidação, redução, hidrólise, racemização. A hidrólise é o principal processo causador de decomposição dos fármacos, uma vez que a maioria dos princípios ativos é formado por ésteres ou outros grupamentos que são suscetíveis ao processo hidrolítico. Os fármacos interagem com moléculas de água formando produtos com composição química diferente quanto à oxidação, destruindo várias moléculas, ocorrendo alteração na sua cor, propriedades organolépticas e precipitação, entre outras (GENNARO, 2004).

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A instabilidade das formulações farmacêuticas pode ser detectada em casos de mudança na aparência física, cor, odor, gosto ou textura e em outros casos podem ocorrer alterações químicas, que não são aparentes e que só podem ser verificadas por análise química (SERAFIM et. al, 2007).

A hidroclorotiazida é um fármaco pertencente à classe dos diuréticos tiazídicos que atuam sobre o túbulo distal dos néfrons no rim, ligando-se no sítio de cloreto do sistema de co-transporte tubular distal, inibindo sua ação e impedindo a reabsorção de cloreto e sódio para o sangue, reduzindo o volume plasmático e extracelular (RANG et al. 2003). A Hidrocolorotiazida inibe a reabsorção de água e aumenta a excreção urinária de íons potássio e bicarbonato, tendo como tempo de ação de 12 a 18 horas (KOROLKOVAS, 1988).

A Hidroclorotiazida é considerada fármaco de primeira escolha no controle da hipertensão, e também é utilizada em casos de insuficiência cardíaca leve, edema resistente grave e na prevenção de cálculos renais (RANG et al, 2003).

Sendo assim, o objetivo deste trabalho será avaliar o teor de comprimidos do medicamento Hidroclorotiazida armazenados em banheiros de residências da cidade de Criciúma, com o intuito de realizar o teste de estabilidade dos mesmos.

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2 OBJETIVO

2.1 Objetivo Geral

• Avaliar a influência do local de armazenamento (banheiro) na estabilidade do medicamento Hidroclorotiazida.

2.2 Objetivos Específicos

• Realizar o teste de estabilidade, com o medicamento Hidroclorotiazida. • Avaliar o teor do medicamento de Hidroclorotiazida após o teste. • Analisar os resultados estatisticamente.

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3 METODOLOGIA

3.1 MATERIAIS

3.1.1 Substância química de referência (SQR)

Será utilizado como SQR a Hidroclorotiazida com teor de pureza 99,3%.

3.1.2 Amostras utilizadas para o doseamento da Hidroclorotiazida

Serão utilizadas amostras de comprimidos de Hidroclorotiazida, usando o medicamento referência, um genérico e outro similar, todos com concentração de 25mg. Os medicamentos serão adquiridos em uma farmácia comercial.

3.2 MÉTODOS

3.2.1 Armazenamento e Análise dos Comprimidos

Os comprimidos de Hidroclorotiazida serão armazenados com suas embalagens primárias originais (blister) em 6 banheiros (Grupos) de residências diferentes, durante 2 meses. As análises do teor de concentração serão feitas nos tempos 0, 20, 40 e 60 dias, através do espectofotômetro de ultravioleta (UV) onde cada amostra será verificada em triplicata.

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3.2.2 Curva Padrão

Do padrão, será pesado aproximadamente 20 mg e transferido analiticamente para um balão volumétrico de 100 ml completando-se com NaOH 0,1M. (solução mãe). Desta solução irá se retirar volumetricamente 1, 2, 3, 4 e 5 ml para balões volumétricos de 100 ml e completar-se com NaOH. Após será feita a leitura destas diluições em espectrofotômetro de ultravioleta (UV) a 273nm com cubeta de quartzo usando NaOH como branco, sendo o teste feito em triplicata.

3.2.3 Validação da curva padrão

A validação da curva padrão será realizada considerando os critérios de validação da linearidade utilizando ferramentas estatísticas como análise de variância (ANOVA) e o coeficiente de correlação (R).

3.2.4 Doseamento da Hidroclorotiazida

Os comprimidos serão triturados separadamente em gral de porcelana até obter-se um pó homogêneo, sendo transferidos analiticamente para um balão volumétrico de 100 ml e completando-se com solução de NaOH 0,1M. Estes serão submetidos à agitação mecânica por 20 minutos e filtrados. Após será transferido 2 ml destas soluções para balões volumétricos de 50ml, sendo o volume completado com água destilada. Após será realizada a leitura das amostras em espectrofotômetro de UV a 273nm com cubeta de quartzo usando água como branco. O procedimento será realizado em triplicata.

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3.2.5 Análise Estatística dos Dados

As análises estatísticas serão utilizadas para discutir e concluir todos os parâmetros testados. Os testes serão feitos em triplicata para não ocorrer equívocos em relação aos resultados, tais como erros grosseiros, sistemáticos ou aleatórios.

A análise da curva padrão seguirá os protocolos de validação da linearidade onde se utiliza os testes de correlação e regressão linear.

A média e o desvio padrão serão utilizados para analisar a exatidão e a precisão das amostras, determinando se os testes tiveram resultados coerentes e repetitivos e se os produtos foram desenvolvidos com ou sem variação.

As amostras serão comparadas estatisticamente através do teste Fator Único avaliando os mesmos comprimidos (Referência, Genérico ou Similar) em relação ao tempo armazenado (20 40 e 60 dias). Irá ser testado se os diferentes banheiros influenciaram na concentração dos comprimidos perante os mesmos tempos armazenados e se os diferentes medicamentos irão causar alterações na sua concentração observando o comportamento dos medicamentos fabricados por diferentes empresas.

Os resultados serão analisados com métodos estatísticos do tipo Análise de Variância (ANOVA), necessário para comparar os grupos de amostras. O nível de significância foi de 5%, valor usual usado nestes tipos de testes.

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4 CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES DE PESQUISA

Tabela 1: Atividades realizadas no ano 2009/2.

ATIVIDADE MÊS JUN JUL AGO SET OUT NOV

Armazenamento dos Comprimidos X X Determinação da Curva Padrão X Doseamento da Hidroclorotiazida X X X Analise estatística X Entrega do TCC X 5 ORÇAMENTO

Tabela 2: Orçamento dos gastos com a pesquisa.

MATERIAL DE CONSUMO VALORES

Medicamentos Hidroclorotiazida R$30,00

Hidroclorotiaziada Padrão (20mg) R$ 4,00

NaOH (1000mg) R$ 22,00

Folhas A4, Cartucho de impressora, Luvas e Papéis descartáveis

R$ 50,00

Sub-total: R$ 106,00

Os materiais, insumos e reagentes utilizados para a avaliação do teor dos comprimidos de Hidroclorotiazida, exposto na tabela acima, gerarão um custo de R$

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106,00, sendo este financiado pelo pesquisador e pelo Departamento do Curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARROS, J.A.D., LIMA, G.B., NUNES, L.C.C. Uso de Medicamentos Armazenados em Domicilio em uma População Atendida pelo PSF. Rev. Ciência & Saúde Coletiva. Vol. 6, p. 1-8, 2007

CARVALHO, J.D.P., SANTOS. A.S., SA, A.S.D., TEIXEIRA, A.D.S., NOGUEIRA, M.S. Estabilidade de Medicamentos no Âmbito da Farmacoligilância. Rev. Fármacos &

Medicamentos. Vol. 34, p. 22-27, 2005.

GENNARO, Joseph P. Remington: A ciência e a prática da farmácia. 20. ed Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, c2004. 2208 p.

KOROLKOVAS, Andrejus; BURCKHALTER, Joseph H. Química farmacêutica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, c1988. 783 p.

RANG, H. P.; DALE, M. Maureen. Farmacologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. 829 p.

SCHENKEL, E.P., FERNANDES, L.C., MENGUE, S.S. Como são Armazenados os Medicamentos Nos Domicílios. Acta Farm.Boaerense. V. 24, p. 266-270, 2005.

SERAFIM, E.O. P; VECCHIO, A D; GOMES, J; MIRANDA, A; MORENO, A. H; LOFFREDO, L. M. C; SALGADO, H.R. N; CHUNG, M. C. Qualidade dos Medicamentos Contendo Dipirona Encontrados nas Residências de Araraquara e Sua

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Relação Com Atenção Farmacêutica. Rev. Brasileira de Ciências Farmacêuticas. V. 43, p. 127-135, 2007.

SILVA, R.F., FREITAS, R.M. Investigação sobre o uso racional de Medicamentos no Município de Quixadá. Revista Eletrônica de Farmácia; Vol. 3, p. 28-32, 2008.

STULZER, H., SILVA, M. Estudo de Estabilidade de Grânulos revestidos e Comprimidos contendo Captopril. Acta Farmacêutica Bonaerense; vol. 25, p. 497-507, 2006.

TOURINHO, F.S.V., BUCARETCHI, F., STEPHAN, C., CORDEIRO, R. Farmácias domiciliares e sua relação com a automedicação em crianças e adolescentes. Jornal de

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NORMAS PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS – REVISTA INFARMA

Informações Gerais

A Infarma, sessão da revista PHARMACIA BRASILEIRA, é voltada exclusivamente à publicação de artigos, revisões, resenhas, ensaios e traduções técnico-científicos na área farmacêutica. Trabalhos cujos assuntos sejam de interesse da profissão, dirigidos à prática ou à formação continuada. Só serão aceitas resenhas de livros que tenham sido publicados, no Brasil, nos dois últimos anos, e no exterior, nos quatro últimos anos. Os trabalhos deverão ser redigidos em português. É permitida a sua reprodução em outras publicações ou a sua tradução para outro idioma somente com a autorização prévia do representante legal do Conselho Federal de Farmácia, órgão responsável pela revista

Infarma.

Preparação dos originais

Apresentação. Os trabalhos devem ser apresentados em arquivo eletrônico e encaminhados exclusivamente através do site www.cff.org.br, menu “Pharmacia Brasileira”, no formulário do link Clique aqui para enviar seu trabalho à infarma. Artigos submetidos, por outra via, somente serão considerados, caso a cidade de origem dos autores não tenha meio de comunicação por Internet. Neste caso, os arquivos poderão ser encaminhados em disquetes acompanhados do arquivo printer (cópia impressa fiel, do disquete), digitados no programa Word for Windows. Os textos deverão ser apresentados em lauda-padrão A4, espaços duplos, com margem superior e inferior de 2,5cm e margem direita e esquerda de 3cm; parágrafo justificado e não hifenizado, digitados usando fonte Times New Roman – tamanho 12. Os textos devem

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ter, no mínimo, cinco, e no máximo 25 páginas. Os artigos que estiverem fora dessas especificações não serão considerados para análise.

Estrutura do trabalho. Os trabalhos devem obedecer à seguinte seqüência: título; autores (por extenso e apenas o sobrenome em maiúscula); filiação científica dos autores (indicar a instituição ou o departamento, instituto ou faculdade, universidade-sigla, CEP, Cidade, Estado, País, e-mail do autor responsável); texto (introdução, material e métodos, resultados, discussão e conclusão); agradecimentos; referências bibliográficas (todos os trabalhos citados no texto). O autor responsável pela publicação deve ser expressamente indicado entre os colaboradores.

Referências bibliográficas. Deverão ser relacionadas em ordem alfabética pelo sobrenome do primeiro autor, seguindo a NBR 10520 de 2001 e NBR 6023 de 2000, da ABNT.

A seguir, são transcritos alguns exemplos:

Livros e outras monografias

KIBBE, A.H. (Ed.) Handbook of pharmaceutical excipients. 3. Ed. Washington: Pharmaceutical Press, 2000. 665p. Farmacopéia brasileira, 4. Ed., são Paulo: Atheneu, 1988. pte. 1, 526p.

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FIESE, E.F.; HAGEN, T.A. Pré-formulação. In: LACHMAN, L.; LIEBERMAN, H.A.; KANIG, J.K. Teoria e prática na indústria farmacêutica. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2001. p.295-340.

Teses e dissertações

PERES-PERES, P. Obtenção de sistema multiparticulado flutuante de metilcelulose e

ftalato de hidroxipropilcelulose de liberação controlada utilizando rifampicina como fármaco modelo. 2001. 91f. Dissertação (Programa de Pós-graduação em Ciências

Farmacêuticas) – Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade Estadual Paulista-Unesp, Araraquara.

Artigos de Periódicos

Abreviaturas. Os títulos de periódicos deverão ser abreviados conforme o Biological Abstracts, Chemical Abstracts, Index Medicus, Current Contents.

Exemplo:

LIMA, E.M.; OLIVEIRA, A.G. Tissue tolerance of diclofenac sodium encapsulated in liposomes after intramuscular administration. Drug Dev. Ind. Pharm. v.28, p.673-80, 2002.

Trabalho de congresso ou similar (publicado)

FONSECA, S.G.C.; CASTRO, R.F.; SANTANA, D.P. Validation of analytical methodology for stability evaluation of lapachol in solution. In: VI PHARMATECH: ANUAL MEETING OF THE SBTF, 2001, Recife. Proceedings of VI Pharmetch, Recife: SBTF, 2001. p.336-337.

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Manuais

BRASÍLIA. Ministério da Fazenda. Secretaria do Tesouro Nacional. Sistema integrado de administração financeira do governo federal. Brasília, 1996. 162 p. (Manual SIAF, 5).

Citações da Internet

BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. Resolução 357. Disponível em: http:// www.cff.org.br/legislação/resoluções/res_357_2001.htm . Acesso em: 11 jan. 2004.

Citação no texto

A citação de autores no texto (quando necessária) deverá ser feita pelo sobrenome do primeiro autor. No caso de dois autores, os sobrenomes devem ser separados por &. Mais de dois autores, indicar apenas o sobrenome do primeiro seguido de et al., e pelo ano da publicação.

Anexos e/ou apêndices

Serão incluídos somente, quando imprescindíveis à compreensão do texto.

Tabelas. Devem ser numeradas consecutivamente com algarismos arábicos, encabeçadas pelo título e inseridas diretamente no texto nos locais apropriados.

Figuras. Desenhos, gráficos, mapas, esquemas, fórmulas, modelos (em papel vegetal e tinta nanquim, ou computador); fotografias (em papel brilhante); radiografias e cromos (em forma de fotografia). As figuras e suas legendas devem ser claramente legíveis, após sua redução no texto impresso de 10 X 17cm. Devem ser inseridas diretamente nos locais em que aparecerão no texto. As legendas deverão ser numeradas

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consecutivamente em algarismos arábicos e iniciadas pelo termo FIGURA, seguidas pelo número correspondente. As figuras devem ser inseridas, quando estritamente necessárias para a compreensão do texto e não podem caracterizar repetições de dados de tabelas.

Unidades de medida e símbolos. Devem restringir-se apenas àqueles usados convencionalmente ou sancionados pelo uso. Unidades não-usuais devem ser claramente definidas no texto. Nomes dos fármacos devem ser citados, de acordo com a DCB e nomes comerciais devem ser citados entre parênteses.

Responsabilidade

Os dados e conceitos emitidos nos trabalhos, a exatidão do conteúdo do texto e das referências bibliográficas e informações extraídas de outras fontes com reserva de direitos autorais são de inteira responsabilidade dos autores do texto. Os trâmites legais para a reprodução de publicações traduzidas ou utilização de ilustrações retiradas de outras publicações serão de inteira responsabilidade dos autores. Os trabalhos que não se enquadrarem nessas normas serão devolvidos aos autores.

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GABRIEL FONTANA TAUFEMBACH

AVALIAÇÃO DO TEOR DO MEDICAMENTO HIDROCLOROTIAZIDA ARMAZENADO EM BANHEIROS

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para a obtenção do grau de Farmacêutico Generalista, no curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

CRICIÚMA, NOVEMBRO DE 2009.

Emílio Luiz Streck

Coordenador do Curso de Farmácia

BANCA EXAMINADORA

Profº. Eduardo João Agnes - UNESC

Profª. Giordana Maciel Dário - UNESC

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AVALIAÇÃO DO TEOR DO MEDICAMENTO HIDROCLOROTIAZIDA ARMAZENADO EM BANHEIROS

Gabriel Fontana TAUFEMBACH1, Eduardo João AGNES2.

1 Acadêmico do Curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC.

2 Professor Orientador do Curso de Farmácia da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC.

Departamento de Farmácia – Universidade do Extremo Sul Catarinense – Criciúma – SC Brasil.

Correspondência: Gabriel Fontana Taufembach, Rodovia SC 445 Km1, nº 498, Bairro Mina do Mato, Criciúma – SC, Brasil. CEP: 88810 300

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RESUMO

A prática da guarda de medicamentos em domicílio é muito comum na população brasileira. O armazenamento adequado e a preservação de medicamentos são fatores fundamentais para a sua eficácia, sendo que a maioria dos usuários armazena os medicamentos de forma incorreta. O banheiro é um dos locais mais frequentes da guarda de medicamentos podendo determinar riscos de alterações físico-químicas por exposição a fontes de calor, frio, umidade e luz solar, além dos riscos de contaminação por produtos químicos e saneantes. Este estudo teve como objetivo avaliar o teor de concentração de comprimidos do medicamento Hidroclorotiazida armazenados em banheiros, durante períodos de 20, 40 e 60 dias, como indicativo de estabilidade. Os dados obtidos após o doseamento dos medicamentos por espectrofotometria mostraram que alguns medicamentos estavam abaixo da concentração preconizada, e que durante os 60 dias de experimento ocorreram alterações provocadas pela variação de umidade e temperatura presentes nos banheiros, interferindo na estabilidade dos medicamentos. Sendo assim determina-se de uma forma geral que o banheiro não é um cômodo adequado para a estocagem de medicamentos.

Palavras Chaves: Hidroclorotiazida, estabilidade, doseamento, armazenamento de medicamentos.

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1 INTRODUÇÃO

A prática da guarda de medicamentos em domicilio é muito comum na população brasileira. O uso racional de um medicamento começa pela qualidade do produto que se está administrando, passando pela indicação terapêutica adequada e a posologia ideal. O armazenamento adequado e a preservação de medicamentos são fatores fundamentais para a sua eficácia, devendo sempre existir certas medidas referentes ao cuidado e a estabilidade dos fármacos (BARROS et. al, 2007).

A estabilidade de produtos farmacêuticos pode ser definida como a capacidade de determinada formulação, num recipiente fechado, manter suas especificações físicas, químicas, microbiológicas, terapêuticas e toxicológicas (BARROS et. al, 2007).

Muitos fatores alteram a estabilidade do produto farmacêutico, sendo uma delas a condição de armazenamento do mesmo. A avaliação da estabilidade de produtos farmacêuticos é separada em estudos de estabilidade física e química incluindo-se a bioquímica. O conhecimento da estabilidade física da formulação é muito importante, pois o produto precisa parecer elegante e profissional durante o tempo que permanecer no mercado (GENNARO, 2004).

As causas químicas de deterioração do fármaco são classificadas em incompatibilidade, oxidação, redução, hidrólise, racemização. A hidrólise é o principal processo causador de decomposição dos fármacos, uma vez que a maioria dos princípios ativos é formado por ésteres ou outros grupamentos que são suscetíveis ao processo hidrolítico. Os fármacos interagem com moléculas de água formando produtos com composição química diferente, destruindo várias moléculas, ocorrendo alteração na sua cor, propriedades organolépticas e precipitação, entre outras (GENNARO, 2004).

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O armazenamento de medicamentos é feito pela grande maioria da população de forma incorreta, já que são armazenados em locais com umidade e temperaturas inadequadas, podendo levar a uma degradação físico-química do medicamento, permitindo o crescimento de microorganismos e a decomposição do princípio ativo dos medicamentos, gerando problemas como à falta de eficácia terapêutica, formação de produtos tóxicos e as reações adversas ao medicamento (RAMs) (CARVALHO et. al, 2005 & SILVA, et. al, 2008).

Segundo Schenkel (2005) os locais de armazenamento de medicamentos mais freqüentes nas residências são: cozinha (43%), dormitório (28%) e o banheiro (14%). Já Silva e colaboradores (2008) mostram que (47%) armazenam medicamentos no armário do banheiro, (29%) dentro da geladeira, (15%) em cima da geladeira, (5%) na cabeceira da cama e (4%) em outros locais.

A guarda de medicamentos no banheiro pode determinar riscos de alterações físico-químicas por exposição a fontes de calor, frio, umidade e luz solar, além dos riscos de contaminação por produtos químicos e saneantes (TOURINHO et. al, 2008).

Os testes de estabilidade são empregados no desenvolvimento de medicamentos, visando obter informações sobre o prazo de validade do produto e garantir que os mesmos mantenham suas características físicas, químicas, microbiológicas, organolépticas e toxicológicas, durante sua vida útil (STULZER, 2006).

A instabilidade das formulações farmacêuticas pode ser detectada em casos de mudança na aparência física, cor, odor, gosto ou textura e em outros casos podem ocorrer alterações químicas, que não são aparentes e que só podem ser verificadas por análise química (SERAFIM et. al, 2007).

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Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o teor de comprimidos do medicamento Hidroclorotiazida 25 mg, armazenados em banheiros de residências da cidade de Criciúma, com o intuito de verificar a estabilidade dos mesmos perante as mudanças no ambiente de armazenamento dos banheiros residenciais.

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2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 MATERIAIS

2.1.1 Substância química de referência (SQR)

Foi utilizado como SQR a Hidroclorotiazida com teor de pureza 99,3%, fabricante Jin Jan Juyan Chemicals Factory, lote H20050901 com validade até 09/2010.

2.1.2 Amostras utilizadas para o doseamento do teor de Hidroclorotiazida

Amostras de comprimidos do medicamento Hidroclorotiazida, usando o medicamento referência, um genérico e outro similar, todos com concentração de 25mg oriundos dos mesmos lotes e dentro do prazo de validade. Os medicamentos foram adquiridos em uma farmácia comercial.

3 MÉTODOS

3.1 Curva Padrão

Do padrão, pesou-se 0,0195g e transferiu-se analiticamente para um balão volumétrico de 100 ml e completou-se com NaOH 0,1M. (solução mãe). Desta solução retirou-se volumetricamente 1, 2, 3, 4 e 5 ml para balões volumétricos de 100 ml e completou-se com NaOH. Após realizou-se a leitura destas diluições em espectrofotômetro de ultravioleta (UV) a 273nm com cubeta de quartzo usando NaOH como branco, sendo o teste feito em triplicata.

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A validação da curva padrão foi realizada considerando os critérios de validação da linearidade utilizando ferramentas estatísticas como análise de variância (ANOVA) e o coeficiente de correlação (R).

3.3 Armazenamento e Análise dos Comprimidos

Os comprimidos de Hidroclorotiazida foram armazenados nas suas embalagens primárias originais (blister) em 6 banheiros (denominados Grupos) de residências diferentes, estando fora de gavetas ou armários, durante 2 meses. As análises do teor de concentração foram feitas nos tempos 0, 20, 40 e 60 dias, através do espectrofotômetro de ultravioleta (UV) onde cada amostra foi verificada em triplicata.

Desta forma foram avaliados os comprimidos em relação às variações climáticas e a consequente degradação do princípio ativo (Hidroclorotiazida) de três formas distintas:

- estabilidade do comprimido (teor) em relação ao tempo de permanência no banheiro;

- influência dos diferentes locais de armazenamento (banheiros com diferentes variações de umidade e de temperatura) em relação à estabilidade do medicamento (teor de concentração);

- estabilidade de medicamentos diferentes (Referência x Genérico x Similar) em relação a variações de umidade e temperatura iguais (mesmos banheiros), avaliando o comportamento de medicamentos produzidos de forma diferente perante variações climáticas idênticas.

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Os comprimidos foram triturados separadamente em gral de porcelana até obter-se um pó homogêneo, após foram transferidos analiticamente para um balão volumétrico de 100 ml e completou-se com solução de NaOH 0,1M. Estes foram submetidos à agitação mecânica por 20 minutos e filtrados. Transferiu-se 2 ml destas soluções para balões volumétricos de 50ml, completando-se o volume com água destilada. Em seguida foi realizada a leitura das amostras em espectrofotômetro de UV a 273nm com cubeta de quartzo utilizando água como branco.

3.5 Análise Estatística dos Dados

As análises estatísticas foram utilizadas para discutir e concluir todos os parâmetros testados. Os testes foram feitos em triplicata para não ocorrer equívocos em relação aos resultados, tais como erros grosseiros, sistemáticos ou aleatórios.

A análise da curva padrão seguiu os protocolos de validação da linearidade onde se utiliza os testes de correlação e regressão linear.

A média e o desvio padrão foram utilizados para analisar a exatidão e a precisão das amostras, determinando se os testes tiveram resultados coerentes e repetitivos e se os produtos foram desenvolvidos com ou sem variação.

Os resultados foram analisados com métodos estatísticos do tipo Análise de Variância (ANOVA), necessário para comparar os grupos de amostras. O nível de significância foi de 5%, valor usual nestes tipos de testes. Neste estudo foi utilizado o valor de P para concluir sobre as diferenças estatisticamente significativas, ou seja, P menor que α (0,05) indica variação nas amostras.

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4 RESULTADOS

4.1 Curva Padrão

A curva padrão foi obtida utilizando a solução-mãe com 0,0195g de Hidroclorotiazida. Os resultados estão descritos na Tabela 1 e Figura 1.

TABELA 1 – Resultados obtidos da curva padrão da Hidroclorotiazida Concentração

( g/mL) Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Média(UA) Desvio

1,95 0,179 0,175 0,115 0,156 0,036

3,9 0,212 0,203 0,199 0,205 0,007

5,84 0,276 0,282 0,280 0,279 0,003

7,8 0,364 0,354 0,362 0,360 0,005

9,75 0,452 0,452 0,447 0,450 0,003

Figura 1 – Curva padrão da Hidroclorotiazida (Unidades de absorvância (U.A.) versus concentração µg/mL). y = 0,0381x + 0,0672 R = 0,994 0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300 0,350 0,400 0,450 0,500 0 2 4 6 8 10 12 Concentração (g/mL) A bs or nc ia (U .A ) Série1 Linear (Série1)

(29)

4.2 Médias dos teores das amostras e Desvios-Padrões

Figura 2: Médias e Desvios-Padrões dos teores de concentração dos comprimidos armazenados em 6 diferentes banheiros (grupos) em relação ao tempo de 20,40 e 60 dias. Controle 0 5 10 15 20 25 30 0 dias Tempo (dias) C on ce nt ra çã o (M g) Referência Similar Genérico Grupo 1 0 5 10 15 20 25 30

20 dias 40 dias 60 dias

Tempo (dias) C on ce nt ra çã o (M g) Referência Similar Genérico G Grupo 2 0 5 10 15 20 25 30

20 dias 40 dias 60 dias

Tempo (dias) C on ce nt ra çã o (M g) Referência Similar Genérico Grupo 3 0 5 10 15 20 25 30

20 dias 40 dias 60 dias

Tempo (dias) C on ce nt ra çã o (M g) Referência Similar Genérico Grupo 4 0 5 10 15 20 25 30

20 dias 40 dias 60 dias

Tempo (dias) C on ce nt ra çã o (M g) Referência Similar Genérico Grupo 5 0 5 10 15 20 25 30

20 dias 40 dias 60 dias

Tempo (dias) C on ce nt ra çã o (M g) Referência Similar Genérico

(30)

Grupo 6 0 5 10 15 20 25 30

20 dias 40 dias 60 dias

Tempo (dias) C on ce nt ra çã o (M g) Referência Similar Genérico

4.3 Resultados estatísticos dos teores de concentração dos medicamentos nas diferentes análises realizadas

Tabela 2 – Valores de P através da comparação do teor de concentração dos comprimidos (mesmos lotes) em relação ao tempo de permanência nos banheiros (20,40 e 60 dias).

Referência Similar Genérico

Grupo 1 0,329 0,901 0,457 Grupo 2 0,546 0,794 0,193 Grupo 3 0,484 0,266 0,571 Grupo 4 0,067 0,660 0,127 Grupo 5 0,305 0,589 0,005 Grupo 6 0,003 0,247 0,061

Tabela 3 - Valores de P obtidos pela comparação do teor de concentração dos comprimidos (mesmos lotes) nos tempos (20, 40 e 60 dias) em relação aos diferentes locais de armazenamento (Banheiros).

20 dias 40 dias 60 dias

Referência 0,009 0,168 0,679

Similar 0,617 0,357 0,391

(31)

Tabela 4 - Valores de P provindos da comparação de diferentes comprimidos (Referência x Genérico x Similar) em relação ao tempo (20,40 e 60 dias) e o local de armazenamento (Banheiros/Grupos).

0 dias 20 dias 40 dias 60 dias

Grupo 1 0,090 0,246 0,386 0,477 Grupo 2 0,090 0,398 0,088 0,072 Grupo 3 0,090 0,569 0,672 0,120 Grupo 4 0,090 0,386 0,023 0,587 Grupo 5 0,090 0,155 0,360 0,092 Grupo 6 0,090 0,060 0,084 0,041

(32)

5 DISCUSSÃO

A curva padrão foi obtida e avaliada para verificar se o método de análise era adequado. Diante dos resultados (Tabela 1) observou-se que a curva padrão se demonstrou adequada, pois o coeficiente de correlação (R) atingiu o valor de 0,994 sugerindo que os dados experimentais se ajustaram adequadamente a um modelo linear de acordo com a figura 1 (BRASIL, 2003). Com a curva padrão construída foi possível determinar espectrofotometricamente os teores dos comprimidos de Hidroclorotiazida.

As médias dos teores das amostras foram utilizadas para analisar a exatidão destes, onde percebeu-se que em muitos dos grupos analisados, a concentração dos comprimidos estava abaixo do estipulado, inclusive as amostras controle (Figura 2), do medicamento similar e genérico que não foram armazenadas no banheiro, sendo que estes não apresentavam a concentração preconizada. De um modo geral observou-se que o medicamento referência estava mais próximo da concentração declarada e os medicamentos genéricos e similares não possuíam a concentração ideal, destacando-se para os medicamentos do grupo 2 e do grupo 5 que estavam abaixo da concentração. Em todos os grupos percebeu-se que houve uma grande variação na concentração das amostras mostrando uma baixa exatidão e precisão, corroborando com estudo realizado por KNAPPMAN (2007), que comparou amostras de solução de Dipirona referência, genérico e similar, demonstrando que há problemas com os medicamentos similares analisados, onde, pelo menos um lote de cada marca, apresentou alguma insuficiência quanto ao teor de concentração de Dipirona.

Segundo Schenkel (2005) o banheiro é o segundo local mais freqüente da guarda de medicamentos. Já Silva e colaboradores (2008) mostram que a maioria da população armazena medicamentos dentro dos armários no banheiro. A guarda de medicamentos no banheiro pode determinar riscos de alterações físico-químicas por

(33)

exposição a fontes de calor, frio, umidade e luz solar, além dos riscos de contaminação por produtos químicos e saneantes (TOURINHO et. al, 2008).

O banheiro é um cômodo domiciliar que sofre uma variação brusca de temperaturas devido ao banho. A temperatura afeta a estabilidade de um fármaco por meio do aumento da velocidade de reação, em média duas a três vezes para cada aumento de 10 °C na temperatura (STULZER, 2006). A umidade também exerce influência na estabilidade de produtos farmacêuticos. Os fármacos higroscópicos são sensivelmente degradados pela umidade relativa do ar, mas os não higroscópicos também sofrem fenômenos de alteração, principalmente quando a umidade é associada aos efeitos da temperatura. A umidade pode promover reações de hidrólise e afetar a cinética de degradação de alguns fármacos (LEITE, 2006).

Para verificar a instabilidade provocada pela variação de temperatura e umidade devido ao local de armazenamento utilizou-se de 3 comparações distintas entre as amostras armazenadas nos diferentes banheiros (Grupos). A primeira comparação, e mais relevante, foi entre os mesmos comprimidos (mesmo lote) que permaneceram por 20, 40, 60 dias armazenados nesses locais. Observando-se na Tabela 2, a maioria das comparações apresentaram P maior que 0,05 indicando que estas amostras permaneceram iguais durante o teste, com exceção do medicamento referência do grupo 6 e o medicamento genérico do grupo 5, os quais, quando comparados os teores de Hidroclorotiazida nos tempos 20, 40 e 60 resultaram em um valor de P menor do que α (0,05), sugerindo que a formulação desses medicamentos sofreu alterações durante o tempo de exposição do medicamento provocado pela instabilidade na formulação.

Na segunda comparação, os mesmos lotes de comprimidos foram avaliados em banheiros diferentes, para observar se as características do local de armazenamento influenciaram na concentração do medicamento. Como mostra os resultados na Tabela

(34)

3, o medicamento referência no tempo de 20 dias e genérico no tempo de 60 dias, apresentaram diferenças estatisticamente significativas de teor ao longo do experimento, justificando que a umidade, temperatura, luz ou substâncias químicas provindas do local de armazenamento alteraram a concentração do medicamento durante seu armazenamento.

Já na terceira análise, os diferentes comprimidos (Referência, Similar, Genérico) também foram avaliados dentro dos mesmos banheiros para verificar a estabilidade de medicamentos produzidos de formas diferentes. Segundo a Tabela 4 houve alteração no grupo 4 no tempo de 40 dias e no grupo 6 no tempo de 60 dias. Isso mostra que os medicamentos fabricados em diferentes empresas, expostos a mudanças frequentes de temperatura e umidade, comportam-se de forma distinta, pois nesses grupos e nesses tempos ocorreu algum tipo de alteração, influenciando na estabilidade desses medicamentos.

Várias reações químicas podem resultar na degradação de princípios ativos e excipientes. Qualquer alteração na estrutura do princípio ativo e excipientes podem reduzir a atividade terapêutica e levar a efeitos indesejados, devido à formação de produtos tóxicos. As reações mais comuns são as de oxidação e hidrólise, devido à presença de oxigênio e umidade na própria atmosfera. Outras formas de degradação ocorrem por reações fotoquímicas (isomerização, ciclização, fragmentação), racemização, incompatibilidade com outros componentes da fórmula ou embalagem (CARVALHO et. al, 2005).

Ainda que os dados demonstrem a importância da adequação do local de armazenamento doméstico de medicamentos, pouco se discute sobre o impacto de tal ação. A escassez de pesquisas que descrevem a realidade brasileira em relação ao tema é um indicativo de que pouco valor se atribui à prática de cuidados domiciliares como

(35)

forma de prevenção de acidentes tóxicos relacionados a medicamentos (MARGONATO, et. al, 2008).

(36)

6 CONCLUSÃO

A população carece de informações sobre onde estocar os medicamentos, fato este que pode promover alterações físico-químicas nestes produtos, fazendo com que os mesmos percam sua atividade farmacológica ou até mesmo produzam metabólicos tóxicos.

Os resultados experimentais mostram que o banheiro não é um local adequado para o armazenamento de medicamentos, pois se observou alterações em algumas amostras provando que, principalmente os fatores umidade e temperatura, causaram instabilidade no medicamento Hidroclorotiazida. Sugere-se que sejam feitos mais estudos relacionados para analisar quantitativamente esses fatores, tendo-se uma avaliação mais completa do teste.

Portanto, o problema poderia ser amenizado com uma maior relevância deste assunto diante da população, com a criação de campanhas, e na dispensação farmacêutica, com devidas orientações quanto à guarda do medicamento em local fechado, protegido de variações de umidade e temperatura, ao abrigo de luz e radiação.

(37)

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Guia para validação de métodos analíticos e bioanalíticos. Resolução n° 899, de 29 de maio de 2003.

Disponível em

http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=15132&word=. Acesso em: 05 nov. 2009.

CARVALHO, J.D.P., SANTOS. A.S., SA, A.S.D., TEIXEIRA, A.D.S., NOGUEIRA, M.S. Estabilidade de Medicamentos no Âmbito da Farmacoligilância. Rev. Fármacos &

Medicamentos. Vol. 34, p. 22-27, 2005.

GENNARO, Joseph P. Remington: A ciência e a prática da farmácia. 20. ed Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, c2004. 2208 p.

KNAPPMANN, A.L. Qualidade de medicamentos isentos de prescrição: um estudo com marcas de dipirona comercializadas em uma drogaria de Cascavel – PR. Rev.

Ciência & Saúde Coletiva. V. 12, 2007.

LEITE, E. G. Estabilidade: importante parâmetro para avaliar a qualidade, segurança

e eficácia de fármacos e medicamentos. 2006. 178p. Dissertação (Mestrado em Ciências

Farmacêuticas). Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas, Mestrado Profissionalizante em desenvolvimento Tecnológico e Controle de Qualidade de

(38)

Produtos Farmacêuticos, UFRGS. Porto Alegre. Disponível em: http://biblioteca.universia.net/ficha.do?id=38068944 Acesso em: 08 nov. 2009.

MARGONATO, F.B., THOMSON, Z., PAOLIELLO, M.M.B. Determinantes nas intoxicações medicamentosas agudas na zona urbana de um município do Sul do Brasil.

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SCHENKEL, E.P., FERNANDES, L.C., MENGUE, S.S. Como são Armazenados os Medicamentos Nos Domicílios. Acta Farm.Boaerense. V. 24, p. 266-270, 2005.

SERAFIM, E.O. P; VECCHIO, A D; GOMES, J; MIRANDA, A; MORENO, A. H; LOFFREDO, L. M. C; SALGADO, H.R. N; CHUNG, M. C. Qualidade dos Medicamentos Contendo Dipirona Encontrados nas Residências de Araraquara e Sua Relação Com Atenção Farmacêutica. Rev. Brasileira de Ciências Farmacêuticas. V. 43, p. 127-135, 2007.

SILVA, R.F., FREITAS, R.M. Investigação sobre o uso racional de Medicamentos no Município de Quixadá. Revista Eletrônica de Farmácia; Vol. 3, p. 28-32, 2008.

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TOURINHO, F.S.V., BUCARETCHI, F., STEPHAN, C., CORDEIRO, R. Farmácias domiciliares e sua relação com a automedicação em crianças e adolescentes. Jornal de

Referências

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