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5º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS

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Academic year: 2021

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5º CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISA E

DESENVOLVIMENTO EM PETRÓLEO E GÁS

TÍTULO DO TRABALHO:

AVALIAÇÃO REOLÓGICA DE SOLUÇÕES AQUOSAS DE POLIACRILAMIDA HIDROFOBICAMENTE MODIFICADA E DO SEU DERIVADO PARCIALMENTE

HIDROLISADO PARA APLICAÇÃO EM EOR AUTORES:

Bruna V. de Lima, Rosangela R. L. Vidal e Rosangela de C. Balaban*

INSTITUIÇÃO:

*Departamento de Química da UFRN, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Caixa Postal 1662, 59078-970, Natal/RN – balaban@supercabo.com.br

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AVALIAÇÃO REOLÓGICA DE SOLUÇÕES AQUOSAS DE

POLIACRILAMIDA HIDROFOBICAMENTE MODIFICADA E DO SEU

DERIVADO PARCIALMENTE HIDROLISADO PARA APLICAÇÃO EM

EOR

Abstract

The viscosity of aqueous solutions of a hydrophobically modified polyacrylamide (HAPAM) and its partially hydrolyzed derivative (HAPAM-10N) was evaluated as a function of polymer concentration, shear rate, ionic strength and temperature. The viscosity of HAPAM solutions increased with polymer concentration and with the ionic strength at high polymer concentration, and decreased with the temperature increase. The viscosity of HAPAM-10N solutions increased significantly in distilled water, due to electrostatic repulsions among carboxylate groups. However, at high polymer concentration, with the increase of ionic strength and temperature, was observed a significant decrease of viscosity, due to mainly the low amount of hydrophobic groups and high hydrolysis degree. The parameters η0 and Ea from Arrhenius equation suggest that the hydrolysis enhance the rigidity of the polymer.

Keywords: associative polymer, hydrophobic associations, water-soluble thickeners, rheology.

Introdução

Polímero hidrossolúvel hidrofobicamente modificado é um polímero associativo formado por uma cadeia principal hidrofílica, que contém grupos hidrofóbicos distribuídos ao longo da cadeia polimérica ou nas suas extremidades[1-3]. As poliacrilamidas hidrossolúveis com grupos hidrofóbicos associativos e seus derivados parcialmente hidrolisados são candidatos promissores como agentes viscosificantes ou modificadores reológicos em várias aplicações da indústria do petróleo, tais como, no fraturamento hidráulico, nos fluidos de perfuração e nas formulações empregadas para recuperação aumentada de petróleo[4]. O comportamento reológico do polímero depende da concentração de polímero. Em meio aquoso, os grupos hidrofóbicos tendem a se associar para minimizar o seu contato com a água, formando associações intra ou intermoleculares, resultando na formação de domínios hidrofóbicos. As principais características dos polímeros associativos em solução aquosa são a obtenção de soluções de viscosidades altas a baixas concentrações poliméricas e de perfil de fluxo pseudoplástico[5-7]. Em regime diluído, as associações podem ocorrer entre grupos hidrofóbicos da mesma cadeia, levando à contração do novelo polimérico e, à diminuição de viscosidade da solução. Entretanto, em regime semi-diluído, esses grupos de diferentes cadeias podem se associar, levando à formação de redes intermoleculares temporárias e, consequentemente, a um ganho de viscosidade. Esse é um processo reversível, que ocorre pela dissociação das ligações físicas sob cisalhamento. A altas taxas de cisalhamento, esses polímeros hidrossolúveis hidrofobicamente modificados não sofrem degradação mecânica, uma vez que as associações hidrofóbicas intermoleculares são desfeitas. Com a redução da taxa de cisalhamento, as associações hidrofóbicas podem ser refeitas e a alta viscosidade pode ser recuperada. Essa propriedade dos polímeros associativos permite evitar a degradação irreversível da cadeia polimérica, que é muito comum em poliacrilamidas de massa molar muito elevada. Esses polímeros associativos costumam ser, também, mais tolerantes a sais e a temperaturas altas do que os seus precursores, poliacrilamida (PAM) e poliacrilamida parcialmente hidrolisada (HPAM)[6-11]. Nos últimos anos, a maioria dos polímeros hidrossolúveis usados nas atividades de produção de petróleo como agente controlador de mobilidade da água consiste em poliacrilamidas parcialmente hidrolisadas. Os grupos carboxilato contribuem para o efeito viscosificante, através da maior solubilidade do polímero em água e do aumento do volume hidrodinâmico da cadeia, devido às repulsões eletrostáticas[4,8]. Nesse trabalho, foi avaliado o comportamento reológico das soluções de uma poliacrilamida hidrofobicamente modificada com pequena quantidade de grupos hidrofóbicos

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(0,75 %) (poli(acrilamida-co-metacrilato de 3,5,5-trimetil-hexano – HAPAM) e de seu derivado parcialmente hidrolisado com, aproximadamente, 45 % de grau de hidrólise (HAPAM-10N). O estudo de viscosidade foi realizado em função da concentração de polímero, da taxa de cisalhamento, da força iônica do meio e da temperatura, com o intuito de verificar as mudanças promovidas pela hidrólise no polímero precursor contendo grupos hidrofóbicos.

Metodologia Material

Foi utilizada uma amostra comercial de poliacrilamida hidrofobicamente modificada (poli(acrilamida-co-metacrilato de 3,5,5-trimetil-hexano)) com 0,75 % de grupos hidrofóbicos – HAPAM , Mw = 7,7 x 106 g/mol[7], gentilmente doada pela FLOEGER. A estrutura química do polímero é mostrada na Figura 1.

CH2 CH C O NH2 CH2 C CH3 C O O CH2 CH 2 CH3 CH2 C CH3 CH3 CH3 x y

Figura 1 – Estrutura química da HAPAM (onde x = 99,25% e y = 0,75%, segundo Argillier et al., 1996

Preparação das soluções poliméricas

Foram preparadas soluções aquosas dos polímeros HAPAM e HAPAM-10N à concentração de 5 g/L com diferentes forças iônicas, através da solubilização do polímero em soluções aquosas de NaCl 0,5 M e CaCl2.2H2O 0,5 M. A força iônica foi calculada através da Equação 1. Os valores obtidos são mostrados na Tabela 1.

μ

= ½ (C1Z1 2

+ C2Z2 2

+ ... + CnZn) (1) onde C1, C2, ... , Cn são as concentrações molares dos íons, e Z1, Z2, ... , Zn são as respectivas cargas.

Tabela 1 - Força iônica das soluções salinas

Solução salina Força iônica (

μ

)

NaCl 0,5 M 0,5

CaCl2.2H2O 0,5 M 1,5

As soluções foram mantidas sob agitação constante, à temperatura ambiente, por, aproximadamente, 24 h. Após este tempo, as soluções poliméricas foram diluídas, com os respectivos solventes, para a obtenção das concentrações 4,0; 3,0; 2,0; 1,0; 0,5 e 0,1 g/L.

Medidas reológicas

O comportamento reológico foi analisado a diferentes concentrações de polímero (0,5 a 5,0 g/L), em água destilada, em soluções aquosas de NaCl 0,5 M e de CaCl2 0,5 M. As medidas reológicas foram realizadas em um reômetro RheoStress RS 150 da Haake, acoplado a um banho termostatizado, utilizando sensor do tipo cilindros coaxiais DG41. A viscosidade das soluções poliméricas foi medida

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em função da concentração dos polímeros HAPAM e HAPAM-10N, em solventes de diferentes forças iônicas, variando a taxa de cisalhamento de 1 a 100 s-1, à temperatura constante (25 °C). Também foi avaliado o comportamento reológico a taxa de cisalhamento constante (7,3 s-1), variando as temperaturas de 25 a 55 °C, para as concentrações dos polímeros de 5 e 1 g/L, em diferentes solventes.

Resultados e Discussão Comportamento reológico

Efeitos da concentração de polímero e da taxa de cisalhamento

A Figura 2 apresenta as curvas de fluxo para as soluções de HAPAM e HAPAM-10N, em diferentes concentrações de polímero, em água destilada, à 25 °C. As soluções poliméricas apresentam uma relação entre tensão de cisalhamento e taxa de cisalhamento que segue a lei de potência (τ=Kγn

), em que n (índice de fluxo) indica fisicamente o afastamento do fluido do modelo newtoniano. Para fluidos pseudoplásticos o n deve apresentar valores entre 0 e 1, e para fluidos newtonianos n é igual a 1. A Tabela 2 mostra os valores de R2 e n obtidos a partir da curva de fluxo (Figura 2) para a HAPAM e HAPAM-10N, na faixa de taxa de cisalhamento de 10 a 100 s-1. Os valores de n para as soluções de HAPAM e HAPAM-10N indicaram que, na faixa de cisalhamento avaliada, os fluidos apresentam comportamentos newtoniano (n muito próximo de 1) e pseudoplástico (0 < n < 1 ), respectivamente. Também foi observado que os valores de R2 (coeficiente de correlação linear) para os polímeros HAPAM e HAPAM-10N foram bem próximos de 1, indicando um bom ajuste da curva correspondente à equação matemática definida pela lei de potência aos dados experimentais.

Figura 2 - Tensão em função da taxa de cisalhamento dos polímeros (a) HAPAM e (b) HAPAM-10N, nas concentrações de 5 a 0,5 g/L em água destilada, à 25 °C

A Figura 3 mostra a variação da viscosidade em função da taxa de cisalhamento, a diferentes concentrações poliméricas, em água destilada, a 25 °C, para os polímeros HAPAM (Figura3a) e HAPAM-10N (Figura 3b). É possível observar que a viscosidade das soluções aumentou com a concentração de polímero no meio. Sendo que as soluções da HAPAM apresentaram menor viscosidade do que as da HAPAM-10N. Os baixos valores de viscosidade observados para a HAPAM, mesmo em regime semi-diluído, podem ser atribuídos à pequena quantidade de grupos hidrofóbicos. Por outro lado, o ganho de viscosidade observado para a solução de polímero HAPAM-10N pode ser atribuído, principalmente, às repulsões eletrostáticas entre os grupos carboxilatos (COO-). Também foi observado que, as soluções do polímero hidrofobicamente modificado e não hidrolisado (HAPAM) apresentaram comportamento newtoniano na faixa de 10 a 100 s-1. Já as soluções do polímero

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hidrolisado (HAPAM-10N) apresentaram uma região de pseudoplasticidade, gerada pela expansão do novelo polimérico devido às repulsões eletrostáticas entre os grupos carboxilato. Em altas taxas de cisalhamento, a redução da viscosidade pode ser atribuída à maior deformação desses novelos expandidos, ao desenovelamento das cadeias poliméricas sob cisalhamento e ruptura das interações intermoleculares.

Figura 3 - Viscosidade aparente em função da taxa de cisalhamento dos polímeros (a) HAPAM e (b) HAPAM-10N, nas concentrações de 5 a 0,5 g/L em água destilada, à 25 °C

Tabela 2: Valores de R2e n obtidos a partir da lei de potência aplicada à curva de fluxo para as soluções dos polímeros HAPAM e HAPAM-10N, em água destilada, à 25 ºC

Polímero C (g/L) R2 a partir da Equação τ = kγn n da Equação τ = kγn 5 0,998 0,99 4 0,980 0,98 3 0,998 0,95 2 0,998 0,99 1 0,997 0,99 HAPAM 0,5 0,990 1,01 5 0,998 0,59 4 0,997 0,61 3 0,998 0,61 2 0,998 0,63 1 0,988 0,64 HAPAM-10N 0,5 0,998 0,65

Efeito da força iônica

O efeito da força iônica dos solventes, no comportamento das soluções dos polímeros HAPAM e HAPAM-10N, a 5 g/L e à 25 °C, pode ser observado na Figura 4. Na faixa de taxa de cisalhamento estudada, 10 a 100 s-1, as viscosidades das soluções do polímero HAPAM (Figura 4a) apresentaram uma tendência de aumento com a força iônica, em um perfil de fluxo newtoniano. Esse resultado pode ter ocorrido pelo aumento das interações intermoleculares entre os grupos hidrofóbicos. Já as soluções de HAPAM-10N sofreram mudanças bem mais significativas. Em água destilada e a 10 s-1, a viscosidade obtida foi da ordem de 200 mPa.s e o perfil de comportamento foi pseudoplástico com o aumento da taxa de cisalhamento. Na presença de sais, a viscosidade caiu drasticamente (2 a 10 mPa.s) e a solução passou a ter

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comportamento newtoniano. Para as soluções de HAPAM, os maiores valores de viscosidade ocorreram na presença do sal de maior força iônica (CaCl2 0,5 M), indicando que as interações hidrofóbicas intermoleculares foram favorecidas na presença de sal. No entanto, com o aumento da força iônica das soluções de HAPAM-10N (Figura 4b) foi observado um comportamento inverso, comparado ao HAPAM. O ganho significativo de viscosidade em água destilada pode ser explicado através das repulsões eletrostáticas entre os grupos iônicos (COO-), favorecidas na ausência de sal. Esse resultado parece indicar que as repulsões eletrostáticas foram mais significativas do que as interações entre os grupos hidrofóbicos, provavelmente, devido ao alto valor do grau de hidrólise (45 %) e a baixa quantidade de grupos hidrofóbicos (0,75 %). Já na presença de sais, a viscosidade da solução do polímero HAPAM-10N diminuiu, devido à blindagem parcial das cargas dos grupos carboxilato. Esse efeito foi mais significativo no solvente de maior força iônica. Por outro lado, um ligeiro ganho de viscosidade foi observado na presença de NaCl 0,5 M, indicando que a soma dos efeitos contrários (aumento de viscosidade pela redução da qualidade do solvente que favorece à formação de agregados hidrofóbicos, e a redução da viscosidade gerada pela blindagem parcial dos íons carboxilato) promovidos pelo cátion monovalente, a alta concentração de polímero, contribuiu para um ligeiro aumento de viscosidade.

Figura 4 - Viscosidade aparente em função da taxa de cisalhamento dos polímeros (a) HAPAM e (b) HAPAM-10N, na concentração de 5 g/L, em diferentes solventes, à 25 °C

Efeito da temperatura

O efeito do aumento da temperatura na viscosidade das soluções da HAPAM e HAPAM-10N foi avaliado através da Equação de Arrhenius, utilizando o gráfico logaritmo neperiano da viscosidade das soluções poliméricas em função do inverso da temperatura absoluta (Figura 5). As Figuras 5a e 5b mostram que o ln η aumenta com o inverso da temperatura, ou seja, a viscosidade das soluções diminui com o aumento da temperatura, devido ao aumento da mobilidade das cadeias poliméricas, que conduz à ruptura das interações intermoleculares. Sendo que, para as soluções da HAPAM, os maiores valores de viscosidade foram observados na presença de sais, indicando a formação de agregados hidrofóbicos, devido à redução na qualidade do solvente, que favorece o aumento das interações polímero-polímero. Esse efeito foi mais significativo a 5 g/L. Já para as soluções da HAPAM-10N, foi observado um comportamento inverso, devido ao alto grau de hidrólise, como foi mostrado na Figura 4b. Esses comportamentos também podem ser evidenciados através dos valores de ln η0 ou η0 e Ea obtidos através da Equação derivada de Arrhenius (ln η = ln η0 + Ea/RT), em que η0 representa

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a constante pré-exponencial; Ea, a energia de ativação aparente; R, a constante universal dos gases; e T, a temperatura absoluta. A Tabela 3 apresenta os valores de ln η0, η0 e Ea para as soluções dos polímeros HAPAM e HAPAM-10N, nas concentrações de 5 e 1 g/L, em diferentes solventes. Não foi observada uma diferença muito significativa entre os valores de ln η0 e η0 para as soluções da HAPAM, nas concentrações estudadas, principalmente, a 1 g/L.

(a) 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,2 3,4 1000/T (K-1) ln η ( m P a .s ) 5 g/L - H2O destilada 5 g/L - NaCl 0,5 M 5 g/L - CaCl2 0,5 M 1 g/L - H2O destilada 1 g/L - NaCl 0,5 M 1 g/L - CaCl2 0,5 M (b) 0 1 2 3 4 5 6 3 3,2 3,4 1000/T (K-1) ln η (m P a .s ) 5 g/L - H2O destilada 5 g/L - NaCl 0,5 M 5 g/L - CaCl2 0,5 M 1 g/L - H2O destilada 1 g/L - NaCl 0,5 M 1 g/L - CaCl2 0,5 M

Figura 5 – Curva de ln η versus 1/T das soluções dos polímeros (a) HAPAM e (b) HAPAM-10N, nas concentrações de 5 e 1 g/L, em diferentes solventes, à taxa de cisalhamento de 7,3 s-1

Tabela 3: Valores de ln η0, η0 e Ea obtidos a partir da equação ln η = ln η0 + Ea/RT aplicada aos valores de viscosidade aparente em diferentes temperaturas e solventes, para as soluções dos polímeros HAPAM e HAPAM-10N

Polímero Solvente C (g/L) ln η0 η0 Ea (Jmol-1)

H2O destilada 5 -3,482 0,031 13 NaCl 0,5 M 5 -3,126 0,044 12 CaCl2 0,5 M 5 -3,422 0,033 13 H2O destilada 1 -4,847 0,008 13 NaCl 0,5 M 1 -4,143 0,016 11 HAPAM CaCl2 0,5 M 1 -4,269 0,014 12 H2O destilada 5 -1,228 0,293 16 NaCl 0,5 M 5 -3,690 0,025 14 CaCl2 0,5 M 5 -5,216 0,005 15 H2O destilada 1 -3,169 0,042 17 NaCl 0,5 M 1 -5,327 0,005 15 HAPAM-10N CaCl2 0,5 M 1 -4,017 0,018 11

Entretanto, os menores valores foram observados em água destilada. Esse comportamento parece indicar que, na ausência de sal, as interações hidrofílicas tornam-se mais significativas do que as interações hidrofóbicas. Esse comportamento pode ser atribuído à pequena quantidade de grupos hidrofóbicos (0,75 %) presente na cadeia polimérica. Por outro lado, em meio salino, é possível observar um ligeiro aumento nos valores de ln η0 e η0, indicando que as interações hidrofóbicas tornaram-se mais significativas do que as hidrofílicas, devido, principalmente, à redução da qualidade do solvente, que favorece o aumento das interações polímero-polímero e um ligeiro aumento no tamanho dos agregados hidrofóbicos formados. Também não foi observada uma diferença significativa entre os valores de Ea. Os baixos valores de energia de ativação parecem indicar que a formação de agregados hidrofóbicos não interfere na mobilidade da cadeia polimérica, provavelmente,

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devido a sua pequena extensão, em virtude da baixa quantidade de grupos hidrofóbicos. Já com relação à HAPAM-10N, foi observado um comportamento inverso comparado ao da HAPAM. Houve uma redução nos valores de ln η0 e η0com o aumento da força iônica do meio, devido à blindagem dos grupos carboxilato. Em geral, foi observado um pequeno aumento nos valores de Ea para as soluções da HAPAM-10N, comparados aos da HAPAM, indicando que a hidrólise do polímero contribui para um aumento de rigidez da cadeia.

Conclusões

As soluções de HAPAM-10N, em água destilada, apresentaram maiores valores de viscosidade que às de HAPAM, devido ao alto grau de hidrólise (45 %) e à pequena quantidade de grupos hidrofóbicos incorporados à cadeia polimérica (0,75%). Para as soluções da HAPAM, a viscosidade aumentou com o aumento da força iônica do meio, enquanto que para as soluções da HAPAM-10N a viscosidade diminuiu, evidenciando a grande sensibilidade dos íons carboxilato à presença de sais. Entretanto, à alta concentração de polímero, as soluções de HAPAM-10N em NaCl 0,5 M, solvente de menor força iônica, apresentaram um leve aumento de viscosidade quando comparado ao HAPAM não hidrolisado, indicando formação de agregados hidrofóbicos intermoleculares. A viscosidade das soluções da HAPAM e HAPAM-10N diminuiu com o aumento da temperatura, devido à ruptura das interações intermoleculares, promovida pelo aumento da mobilidade e, também, à baixa quantidade de grupos hidrofóbicos. Para as soluções da HAPAM, os valores de η0 apresentaram um leve aumento em meio salino, indicando que as interações hidrofóbicas são favorecidas com a redução da qualidade do solvente. Já com relação à HAPAM-10N, foi observado que esses valores diminuíram com o aumento da força iônica do meio, devido à blindagem dos grupos carboxilato. Os maiores valores de Ea para os polímeros hidrolisados parecem indicar maior rigidez dessas cadeias poliméricas.

Agradecimentos

Os autores agradecem a FLOEGER pela amostra concedida e à PETROBRAS pelo apoio financeiro.

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