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PRESCRIÇÃO. É a PRETENSÃO daquele que provoca a Jurisdição, ou seja, o direito de poder exigir de outrem uma ação ou omissão por meio do Estado-Juiz.

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Advogado militante especializado em Direito Civil e Processo Civil, Professor Universitário, de Pós Graduação e de Cursos Preparatórios para o Exame de Ordem dos Advogados do Brasil.

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5ª E 6ª AULAS (PRESCRIÇÃO 1/2 E 2/2)

5. Prescrição.

5.1. Definição.

5.2. Actio Nata – Ação ajuizável

5.3. Prazo geral. Prazos especiais. As ações de indenização por dano moral e material decorrentes de acidente do trabalho.

PRESCRIÇÃO

CLÁSSICO (Teoria inamentista da ação = ação é reflexo do direito lesado ou reação deste à sua violação)

Prescrição é a extinção de uma ação ajuizável em virtude da inércia de seu titular durante um certo lapso de tempo, na ausência de causas preclusivas de seu curso (Câmara Leal = Prescrição e Decadência).

A ação independe do direito material invocado.

É a PRETENSÃO daquele que provoca a Jurisdição, ou seja, o direito de poder exigir de outrem uma ação ou omissão por meio do Estado-Juiz.

Art. 189 do CCB - Violado o direito (material), nasce para o titular a pretensão (de agir), a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.

Jurisprudência:

COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PRESCRIÇÃO TOTAL. A contagem do

prazo prescricional inicia-se a partir do momento em que violado o direito, pois aí nasce a pretensão (art. 189, CC/2002). Assim, considerando que a ação foi ajuizada em 08/12/2009 e que a pretensão do autor decorre da redução do valor da sua complementação de aposentadoria, a qual ocorreu em setembro de 2009 (vide doc. de fl. 39), contase daí o prazo prescricional, e não a partir da extinção do contrato de trabalho ou da concessão da complementação de aposentadoria, motivo pelo qual não se cogita da ocorrência da alegada prescrição total.

TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 2149003620095020 SP 02149003620095020445 (TRT-2) Data de publicação: 13/05/2013

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Distinção:

A resposta não é simples!

Entre as mais clássicas dúvidas do magistério jurídico está, a que distingue a prescrição da decadência que têm o tempo como seu protagonista.

A prescrição atinge a pretensão e restringe a exigibilidade judicial do direito subjetivo prestacional, enquanto a decadência extingue o direito subjetivo potestativo.

Os DIREITOS POTESTATIVOS simplesmente impõe SUJEIÇÃO de uma parte ao interesse da outra, ou seja, não admite contestação.

Ex.: Prazo para requerer a conversão de 1/3 de férias em abono pecuniário.

Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.

§ 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo.

Ex.: Prazo para requerer a reintegração no emprego.

Súmula 396, I, do TST – Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os salários do período compreendido entre a data da despedida e o final do período de estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração no emprego.

Ex.: No caso de divórcio, uma das partes aceitando ou não, o divórcio será processado. Exemplo figurativo: compara-se a decadência (direitos potestativos) a produtos perecíveis vencido o “prazo de validade” tornam-se impróprios para o consumo, uma vez que perdem suas propriedades.

A fluência do prazo decadencial faz cessar o direito potestativo e não a faculdade de provocar a jurisdição (prescrição), ou seja, perde-se a oportunidade de impor um direito à parte contrária, mas não de provocar a Jurisdição.

Ex.: empregador que deixa escoar o prazo de trinta dias para ajuizar ação de inquérito para apuração de falta grave e, com esta omissão, perde o direito de acusar em juízo o seu empregado faltoso.

Todavia, o empregador até pode ajuizar o inquérito após os 30 dias, mas não terá mais o direito de acusar o empregado dirigente sindical.

Súmula nº 379 do TST - DIRIGENTE SINDICAL. DESPEDIDA. FALTA GRAVE. INQUÉRITO JUDICIAL. NECESSIDADE.

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O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT. (ex-OJ nº 114 da SBDI-1 - inserida em 20.11.1997)

Somente nas ações condenatórias (exemplo é a ação trabalhista) podem ser evidenciados os efeitos da prescrição, pois apenas por meio delas são apresentadas pretensões que visam ao oferecimento de prestações (vantagens patrimoniais materiais).

2ª AULA –

AÇÃO CONDENATÓRIA é aquela em que o pedido se volta à condenação do réu à

obrigação de pagar, entregar coisa, fazer ou não fazer.

Objetiva-se a imposição de sanção ou determinação ao réu, a ser cumprida sob pena de execução.

Ex.: condenação do réu a pagar horas extras, devolver algum instrumento de trabalho, anotar a Carteira de Trabalho e Previdência Social.

Por outro lado, somente nas ações constitutivas (exemplo é o inquérito para apuração de falta grave) podem ser constatados os efeitos da decadência, porque o provimento judicial se esgota com a criação, a modificação ou a extinção do estado jurídico.

2ª AULA –

AÇÃO CONSTITUTIVA, pode ser positiva ou negativa, visa constituir ou desconstituir

(extinguir) uma relação jurídica.

Como exemplo, na ação rescisória, um dos pedidos é de desconstituição da decisão de mérito transitada em julgado. O inquérito (judicial) para apuração de falta grave também tem natureza constitutiva negativa, pois tem como objetivo pôr fim ao contrato de trabalho do empregado estável.

A prescrição não produz a perda do direito material, mas apenas a perda da pretensão, enquanto a decadência fulmina o direito material.

Uma vez declarada a prescrição, o direito material continuará existindo, mas o beneficiário do direito não terá como agir um juízo.

Por outro lado, uma vez declarada a decadência, o direito material NÃO existirá mais, ainda que o beneficiário possa agir.

O direito prescrito, torna-se uma obrigação natural que o devedor, querendo, pode adimplir, sem, porém, ter direito de regresso contra quem deveria ter pago.

Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.

Pluralidade de Reclamados e um deles acaba cumprindo a obrigação, mesmo prescrita, não contará com o direito de repetir contra quem deveria ter cumprido.

Exceção Decadência:

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Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.

Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.

A representação da pessoa jurídica é feita na forma estipulada no estatuto ou contrato social, por seus diretores, conselheiros, gerentes, sócios-gerentes, síndicos etc ou através de mandato.

Art. 198. Também não corre a prescrição: I - contra os incapazes de que trata o art. 3º;

III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra. Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.

Fundamento da Prescrição

A PRESCRIÇÃO se vincula a uma regra de PAZ e SEGURANÇA SOCIAL.

Pontes de Miranda

“(...) os prazos prescricionais servem à paz social e à segurança jurídica. Não destroem o direito, que é; não cancelam, não apagam pretensões; apenas, encobrindo a eficácia da pretensão, atendem à conveniência de que não perdure por demasiado tempo a exigibilidade ou a acionalidade”

Fundamento na CLT

E o caráter alimentar do crédito trabalhista?

A prescrição beneficia a parte mais forte na relação jurídica de trabalho.

Mas o Art. 8º da CLT diz que nenhum interesse de classe ou particular deve prevalecer

sobre o interesse público.

Art. 8º - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por eqüidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou

particular prevaleça sobre o interesse público.

Há um interesse jurídico-social na SEGURANÇA JURÍDICA! E na CF:

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Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

PRAZO X INTERESSE SOCIAL

O período do prazo trabalhista não é desfavorável, frente às previsões do Código Civil Brasileiro (Art. 205 = prazo 10 anos)?

O que justifica a diferença desses prazos.

Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.

Art. 206. Prescreve: § 1o Em um ano:

I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o pagamento da hospedagem ou dos alimentos;

II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra aquele, contado o prazo:

a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da data em que é citado para responder à ação de indenização proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este indeniza, com a anuência do segurador;

b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da pretensão;

III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;

IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo;

V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata de encerramento da liquidação da sociedade.

§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.

§ 3o Em três anos:

I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;

II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas temporárias ou vitalícias;

III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;

IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; V - a pretensão de reparação civil;

VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição;

VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por violação da lei ou do estatuto, contado o prazo: a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da sociedade anônima;

b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva tomar conhecimento;

c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior à violação;

VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;

IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil obrigatório.

§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da data da aprovação das contas.

§ 5o Em cinco anos:

I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;

II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos contratos ou mandato;

III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que despendeu em juízo.

PRESSÃO EMPREGADORES = empresa não pode ficar à mercê de demandas perturbadoras de seu funcionamento. Ex.: reintegração após 15 anos.

DIFICULDADE DE PROVA = desaparecimento de meios necessários a demonstrar o direito em juízo.

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DOS EFEITOS DA PRESCRIÇÃO PRESCRIÇÃO TOTAL

X

PRESCRIÇÃO PARCIAL

Súmula 294 do TST. PRESCRIÇÃO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL. TRABALHADOR

URBANO. Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito

à parcela esteja também assegurado por preceito de lei.

Direito Garantido por LEI. Hipótese de Prescrição Parcial.

Por quê em relação a direito garantido por lei não incide a PRESCRIÇÃO TOTAL na ALTERAÇÃO DO PACTUADO?

Porque quando o direito tem origem na LEI, é cláusula obrigatória do CONTRATO DE TRABALHO, nos termos do art. 444 da CLT.

Art. 444 - As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação

das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões

das autoridades competentes. REFORMA TRABALHISTA

INOVAÇÃO:

Parágrafo único. A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo (das partes

interessadas) aplica-se às hipóteses previstas no art. 611-A desta Consolidação, com

a mesma eficácia legal e preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso

de empregado portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

Para quem receber (R$ 5.531,31 x 2 = R$ 11.062,62) e for portador de diploma de nível superior, a livre estipulação prevalece sobre CCT ou ACT e, será pactuada direto no contrato de trabalho.

Para os demais empregados, SERÁ SEMPRE ilegal qualquer supressão ou modificação no contrato de trabalho face a direito previsto em lei. Contudo, é válido o art. 611-A da CLT:

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:

I – pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;

II – banco de horas anual;

III – intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para

jornadas superiores a seis horas;

IV – adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei nº 13.189,

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V – plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do

empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança;

VI – regulamento empresarial;

VII – representante dos trabalhadores no local de trabalho;

VIII – teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;

IX – remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo

empregado, e remuneração por desempenho individual;

X – modalidade de registro de jornada de trabalho;

XI – troca do dia de feriado;

XII – enquadramento do grau de insalubridade;

XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das

autoridades competentes do Ministério do Trabalho;

XIV – prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em

programas de incentivo;

XV – participação nos lucros ou resultados da empresa.

§ 1º No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3º do art. 8º desta Consolidação.

§ 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico.

§ 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo.

§ 4º Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito. § 5º Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos.

Da Prescrição Parcial

O contrato de emprego é um negócio jurídico de trato sucessivo, na medida em que o tempo flui, diversos créditos vão sendo consumidos pela prescrição e outros tantos passam a ser devidos por conta de novos eventos celebrados a cada dia de prestação laboral.

Dai, a “Prescrição Parcial”, que é a que se renova no tempo, desde que trate de direito trabalhista previsto em Lei.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo

prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de

dois anos após a extinção do contrato de trabalho;

O empregado, de modo geral, tem o prazo de cinco anos para pretender judicialmente o pagamento de créditos que lhe tenham sido inadimplidos.

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Assim, se estivermos diante de um contrato de trabalho vigente desde janeiro de 2005, é possível afirmar que as primeiras manifestações da “prescrição parcial” ocorrem a partir de janeiro de 2010.

Desse modo, se um empregado tem inadimplida uma hora extraordinária ou qualquer outro direito trabalhista previsto em lei no mês de janeiro de 2005, ele terá até janeiro de 2010 para requerer judicialmente sua pretensão, sob pena de prescrição.

Por outro lado, quando da rescisão do contrato de trabalho, inicia-se a contagem de um prazo prescricional de dimensão diferente, qual seja, a prescrição bienal para o ajuizamento da ação trabalhista.

Exatamente nesse sentido a Súmula 308, I e II do TST:

Súmula 308, TST. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL.

I. Respeitado o biênio subsequente à cessação contratual, a prescrição da ação trabalhista concerne às pretensões imediatamente anteriores a cinco anos, contados da data do ajuizamento da reclamação e, não, às anteriores ao quinquênio da data da extinção do contrato.

II. A norma constitucional que ampliou o prazo de prescrição da ação trabalhista para 5 (cinco) anos é de aplicação imediata e não atinge pretensões já alcançadas pela prescrição bienal quando da promulgação da CF/1988.

Jurisprudência:

PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. PRAZO INICIAL. DATA DE EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. A norma do art. 7º, inciso XXIX, da Constituição da República, deve ser

interpretada no sentido de que após a extinção da relação contratual tem o empregado dois anos para ajuizar a reclamatória trabalhista, retroagindo cinco anos da data da propositura desta. Se contado a partir da extinção do contrato, o prazo prescricional poderia ser ampliado para sete anos, contrariando a própria Constituição . A sentença está em conformidade com a Súmula 308, item I do TST. Mantenho.

TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RECORD 2677200800302006 SP 02677-2008-003-02-00-6 (TRT-2) Data de publicação: 28/04/2010

Portanto, durante a vigência do contrato de trabalho somente existirá um prazo prescricional em curso, qual seja, o prazo de cinco anos contados do ato violador que pode proporcionar o ajuizamento da RT para a discussão de pretensões resistidas.

Por outro lado, encerrado o contrato de trabalho dois prazos prescricionais paralelos correram juntos.

1ª análise — Súmula 6, IX, do TST:

Súmula 6, IX, TST. Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento (ex-Súmula 274 — alterada pela Res. 121/2003, DJ 21-11-2003).

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EQUIPARAÇÃO SALARIAL - PRESCRIÇÃO - SÚMULA 6, IX DO TST - Aplicável a

prescrição parcial, em vez da total, ao pleito de equiparação salarial, não configurando violação do dispositivo citado (art. 11 da CLT), tampouco da Súmula 294 do TST, pois se trata de direito assegurado por Lei (art. 461 da CLT).

TRT-9 - 799120044900 PR 7991-2004-4-9-0-0 (TRT-9) Data de publicação: 08/05/2007 2ª análise — Súmula 452 do TST:

Súmula nº 452 do TST. DIFERENÇAS SALARIAIS. PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS. DESCUMPRIMENTO. CRITÉRIOS DE PROMOÇÃO NÃO OBSERVADOS. PRESCRIÇÃO PARCIAL. Tratando-se de pedido de pagamento de diferenças salariais decorrentes da inobservância dos critérios de promoção estabelecidos em Plano de Cargos e Salários criado pela empresa, a prescrição aplicável é a parcial, pois a lesão é sucessiva e se renova mês a mês.

Para o TST a prescrição é parcial, pois atinge apenas, os créditos resultantes das diferenças salariais e reflexos sobre as promoções que é fato incontroverso.

Outra coisa, são os critérios de promoção, que é prescrição TOTAL e que veremos a seguir...

Jurisprudência:

PRESCRIÇÃO. PROMOÇÃO PREVISTA EM REGULAMENTO EMPRESARIAL. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA Nº. 294 DO C. TST. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N.º 452 DO TST. A pretensão ao pagamento de diferenças salariais decorrentes de

promoções previstas em regulamento empresarial, trata-se de lesão de natureza continuada, na medida em que não havia a correta ascensão do trabalhador na carreira e, sendo assim, a cada mês se renova. Inaplicável ao caso, portanto, o entendimento revelado pela Súmula nº. 294 do TST, devendo ser atraída a incidência da Súmula n.º 452 do TST.

TRT-5 - Recurso Ordinário RecOrd 00017746720135050221 BA 0001774-67.2013.5.05.0221 (TRT-5) Data de publicação: 16/09/2015

3ª análise — Súmula 275, I, do TST

Súmula 275, I do TST — Na ação que objetive corrigir desvio funcional, a prescrição

só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento.

A prescrição atinge apenas os créditos resultantes da correção do desvio, pois ele — o desvio — continuará a ocorrer e terá, portanto, trato sucessivo.

Jurisprudência:

DESVIO DE FUNÇÃO. PRESCRIÇÃO. Por tratar-se de pedido de pagamento de

integrações decorrentes de diferenças salariais em razão do desvio de função, aplicável o entendimento contido na Súmula 275, I, do T.S.T., de que a prescrição só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. Não incide a prescrição total. Sentença que se reforma.

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TRT-1 - Recurso Ordinário RO 1607620125010058 RJ (TRT-1) Data de publicação: 29/10/2013 Da Prescrição Total

Inicia-se o cômputo da prescrição “total” a partir da lesão e se consuma no prazo quinquenal subsequente, caso o contrato de trabalho ainda estiver ativo.

Referida LESÃO ocorrerá quando da alteração do contrato de trabalho, SALVO se referida alteração esteja prevista em lei, caso em que, a prescrição será parcial e não total.

Ex.: Empregador, por livre e espontânea vontade, criou em abr/2000 uma gratificação junina no valor de uma remuneração do empregado, pagável todo mês de junho, independentemente de lucros ou resultados, de previsão legal e de CCT ou ACT. Em abr/2012 o empregador retirou esta gratificação.

Pois bem!

O empregado que não ajuizar ação para manutenção da gratificação dentro do prazo de cinco anos contados da supressão da gratificação (abr/2017) incorrerá em prescrição total. Se a gratificação tivesse previsão legal, poderia o empregado, mesmo após abr/2017, requer a gratificação, pois o fundamento seria a lei, hipótese de prescrição parcial.

Ex.: o 13º salário tem fundamento na lei, portanto, o decurso do tempo não produz o efeito prescritivo total em relação ao direito, o que prescreve são as parcelas que ultrapassarem os 05 anos da distribuição (prescrição parcial).

Jurisprudência:

PRESCRIÇÃO QUINQUENAL TOTAL. ATO ÚNICO DO EMPREGADOR. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 294 DO C. TST. Se o pedido autoral decorre de ato único do empregador,

é inequívoco que este figura como marco inicial da contagem da prescrição quinquenal, que no caso é total, e não parcial. Esta é a inteligência da Súmula nº 294 do Colendo TST.

Registre-se, pois, a suposta lesão sofrida pelos reclamantes teve seu marco ainda em 15.07.2002, ou seja, há quase 07 anos antes do ajuizamento da demanda, quando as reclamadas, mansa e pacificamente, vinham pagando a complementação da aposentadoria.

Ora, considerando que a presente reclamação trabalhista foi ajuizada em 05.06.2009, quando já transcorrido o quinquênio prescricional (2007), da data da última modificação denunciada, em 15.07.2002, quando aprovado novo “realinhamento da remuneração de funções gratificadas”, entendo que resta fulminado o direito de ação dos demandantes pela prescrição total, vez que as supostas lesões perseguidas decorreram de ato único do empregador, sendo aplicável o entendimento do Colendo TST, consubstanciado na Súmula nº 294.

TRT-6 - RECURSO ORDINARIO RO 76700702009506 PE 0076700-70.2009.5.06.0014 (TRT-6) Data de publicação: 10/08/2010

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Súmula 294 do TST. PRESCRIÇÃO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL. TRABALHADOR

URBANO. Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração do pactua do, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei.

REFORMA TRABALHISTA INOVAÇÃO:

Art 11, §2º da CLT - § 2º Tratando-se de pretensão que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente de alteração ou descumprimento do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela esteja também assegurado por preceito de lei.

São requisitos da prescrição total:

a) envolver pedido de prestação sucessiva;

b) ter a parcela sofrido supressão mediante alteração do pactuado por ato jurídico único;

c) não dizer respeito a parcela que esteja também assegurada por preceito de lei, devendo-se entender por “lei” o conteúdo de norma coletiva, nos termos do art. 611 da CLT. A parcela tragada, então, deve decorrer unicamente da autonomia individual privada;

d) ocorrer durante o transcurso do pacto laboral, ainda que declarada apenas depois de findo o vínculo.

Nessa linha de raciocínio o TST editou Súmulas e OJs, vamos à análise: 1ª análise — Orientação Jurisprudencial 76 da SDI-1 do TST

Orientação Jurisprudencial 76 da SDI-1 do TST. Substituição dos Avanços Trienais

por Quinquênios. Alteração do Contrato de Trabalho. Prescrição Total. CEEE. Inserida em 14-3-94 (inserido dispositivo). A alteração contratual consubstanciada na substituição dos avanços trienais por quinquênios decorre de ato único do empregador, momento em que começa a fluir o prazo fatal de prescrição.

Na referida orientação jurisprudencial, o TST sustenta que a “ substituição” (espécie do gênero “alteração do pactuado”) dos avanços trienais por quinquenais — que, obviamente, implica uma situação desfavorável para o empregado — é suscetível de prescrição total a contar do instante em que produzida.

Por outro lado, é possível postular eventuais diferenças (prescrição parcial)

Portanto, passados cinco anos do momento em que foi alterada a sistemática de avanços, não há mais falar-se em exigibilidade judicial da pretensão.

Jurisprudência:

PRESCRIÇÃO. Ajuizada a presente reclamação trabalhista em 31.05.2011, acolho a

prejudicial para excluir de eventual condenação as parcelas anteriores a 31.05.2006 - artigo 7º, XXIX, da CRFB/88. Tratando-se de pleito relativo a prestações sucessivas

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decorrente de alteração do pactuado, aplicável ao caso a primeira parte da Súmula 294 do C. TST (prescrição total) e, analogicamente, as Orientações Jurisprudenciais nºs 76 e 175 da SDI-1 do C.TST. Tendo sido o ato único do empregador praticado em 1999 e ajuizada a presente ação trabalhista em 2011, não há o que alterar na r. sentença. (2004). Nego provimento ao apelo do reclamante, no particular.

TRT-1 - Inteiro Teor. Recurso Ordinário: RO 6696120115010019 RJ Data de publicação: 24/07/2012 2ª análise — Orientação Jurisprudencial 242 da SDI-1 do TST

Orientação Jurisprudencial 242 da SDI-1 do TST. Prescrição Total. Horas Extras.

Adicional. Incorporação. Embora haja previsão legal para o direito à hora extra, inexiste previsão para a incorporação ao salário do respectivo adicional, razão pela qual deve incidir a prescrição total.

Aqui o TST deixou claro que, apesar de existir previsão legal para o direito ao recebimento de horas extraordinárias — o que as torna imunes à prescrição total — o mesmo não se pode dizer do pleito que visa à integração do respectivo adicional.

Nesse sentido, se um empregado deixou de ver integrado ao seu salário o montante correspondente aos reflexos das horas extras que lhe foram pagas, a pretensão da integração para fins de reflexos sofre incidência dos reflexos, é total, pois o evento lesivo (não integração das horas extras) é um ato jurídico único do empregador NÃO previsto em lei (reflexos das horas extras).

Jurisprudência:

ADVOGADO - SUPRESSÃO DO PAGAMENTO COMO EXTRAORDINÁRIAS DA SÉTIMA E OITAVA DIÁRIAS. ALTERAÇÃO CONTRATUAL. PRESCRIÇÃO TOTAL. Contra ato do

empregador consistente na supressão do pagamento como extraordinárias da sétima e oitava horas, quando o banco-recorrido promoveu a reestruturação na carreira de advogado com previsão de jornada de oito horas, aplica-se a prescrição total de cinco anos, conforme súmula 294 do TST e OJ 242 da SDI-1, ... a suposta lesão ao direito obreiro ocorreu, conforme por ele confessado, nos idos de 1999, nascendo nesse momento o direito de impugnar judicialmente o ato supostamente lesivo a seu patrimônio jurídico. E considerando que o recorrente somente veio a juízo pleitear tal parcela em 2007, resta prescrita a pretensão pertinente (2004), a teor do disposto no artigo 7º, XXIX da Constituição Federal, aplicando-se a Súmula 294 do TST.

Posto isso, conheço do recurso para declarar a prescrição total do direito de ação, conforme Súmula 294 do TST.

TRT-20 - 1839200700120007 SE 01839-2007-001-20-00-7 (TRT-20) Data de publicação: 03/04/2009 3ª análise — Orientação Jurisprudencial 243 da SDI-1 do TST

Orientação Jurisprudencial 243 da SDI-1 do TST. Prescrição Total. Planos

Econômicos. Aplicável a prescrição total sobre o direito de reclamar diferenças salariais resultantes de planos econômicos.

As diferenças salariais resultantes dos planos econômicos são fruto de supressão contratual — uma alteração do pactuado — e que o direito à parcela não estaria assegurado por preceito de lei.

(13)

Todavia, há contradição, pois as diferenças dos planos econômicos foram produzidas por fontes heterônomas contra as quais os empregadores não tiveram ingerência.

Seja como for, o entendimento firmou-se na OJ, sendo certo, por isso, que, passados cinco anos sem a reivindicação do empregado, a prescrição total produzirá seus efeitos.

Jurisprudência:

EMPREGADO PÚBLICO MUNICIPAL. CONVERSÃO DO SALÁRIO EM URV. PRESCRIÇÃO TOTAL. A Lei paulistana n.º 11.550/94 disciplinou a conversão salarial

dos servidores municipais, fixando critérios aplicáveis para o período compreendido entre março e junho de 1994. A inobservância destes critérios faz surgir a pretensão,

que se extingue pela prescrição, observado o prazo máximo disposto no inciso XXIX do art. 7º da CRFB. Transcorrido o aludido prazo, a consequência que se impõe é a

pronúncia da prescrição total, como inclusive orienta a OJ 243 da SDI-1.

A pretensão deduzida tem origem na interpretação da Medida Provisória 482, de 28 de abril de 1994. A lesão, segundo a obreira, teria ocorrido em 1994, tendo em vista

a inobservância, pela ré, da correta data de pagamento dos salários e pensões devidos aos servidores públicos, o que teria gerado uma diferença de 11,98% em prol da autora.

Entretanto, a presente ação somente foi ajuizada em 07/11/2013 (vide fls. 02), isto é, quase vinte anos após a lesão acima descrita, quando já ultrapassado, em muito, o prazo prescricional quinquenal (jun1999) previsto pelo inciso XXIX do art. 7º da Constituição Federal, que entendo aplicável à hipótese.

TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00029280420135020028 SP 00029280420135020028 A28 (TRT-2) Data de publicação: 27/08/2015

4ª análise — Orientação Jurisprudencial 175 da SDI-1 do TST

Orientação Jurisprudencial 175 da SDI-1 do TST. COMISSÕES. ALTERAÇÃO OU SUPRESSÃO. PRESCRIÇÃO TOTAL. A supressão das comissões, ou a alteração quanto

à forma ou ao percentual, em prejuízo do empregado, é suscetível de operar a prescrição total da ação, nos termos da Súmula 294 do TST, em virtude de cuidar-se de parcela não assegurada por preceito de lei. Inserida em 8-11-2000 (nova redação em decorrência da incorporação da Orientação Jurisprudencial 248 da SBDI-1, DJ 22- 11-2005).

Obs.:

Art. 457, § 1º da CLT - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador.

Referida OJ não deixa dúvidas de que a afirmação “alteração do pactuado” da Súmula 294 do TST (prescrição total) equivale a “supressão das comissões, ou a alteração quanto à forma ou ao percentual, em prejuízo do empregado”, ou seja, a prescrição é total, devendo o empregado agir em 05 anos contatos do ato do empregador quando da alteração do pactuado.

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RECURSO DE REVISTA. REDUÇÃO DAS COMISSÕES. PRESCRIÇÃO. Nos termos da

Orientação Jurisprudencial nº 175 da SBDI1 desta Corte, a redução do percentual de pagamento de comissões é alteração contratual lesiva, passível de incidência da prescrição quinquenal e da extintiva do direito de ação, nos termos da Súmula nº 294 desta Corte e em consonância com o artigo 7º, XXIX, da Constituição Federal. Na

hipótese, o Tribunal Regional consignou que o percentual de pagamento das comissões foi reduzido em maio de 2007, sendo que a presente ação foi ajuizada em

28/03/2010. Não se há de falar em prescrição total do direito às comissões, porquanto este foi exercido dentro do prazo de cinco anos (2012), contado a partir de maio de 2007. (...) Processo: RR 2230092.2010.5.13.0009 Data de Julgamento: 28/03/2012, Relator Ministro: Pedro Paulo Manus, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 03/04/2012.

5ª análise — Súmula 199, II, do TST

Súmula 199 do TST. BANCÁRIO. PRÉ-CONTRATAÇÃO DE HORAS EXTRAS.

II — Em se tratando de horas extras pré-contratadas, opera-se a prescrição total se a ação não for ajuizada no prazo de cinco anos, a partir da data em que foram suprimidas.

A análise do item II demonstra que a pretensão de integração das horas extraordinárias pré-contratadas ao salário-base deve ser providenciada até o limite de cinco anos contados da sua supressão.

Jurisprudência:

RECURSO DA PRIMEIRA RECLAMADA. 1. PRESCRIÇÃO TOTAL.

A reclamada reitera a arguição de prescrição total com relação aos pedidos elencados nos itens 'a', 'c', 'd' e 'e' da petição inicial, ao argumento de que as

alegadas alterações contratuais ocorreram há mais de cinco anos contados do ajuizamento da ação. Invoca a Súmula 294 do TST e postula a declaração da prescrição total do direito de ação, com a extinção do processo sem julgamento do mérito.

Examino.

No item 'a' da petição inicial, o autor postula a recomposição da verba salário (ordenado) e o pagamento das diferenças salariais decorrentes, alegando que a reclamada promoveu a partição do salário em duas rubricas: ordenado e adicional de ordenado, reduzindo paulatinamente o valor desta última até finalmente suprimi-la.

O item 'c' trata das diferenças decorrentes do reajuste salarial de 17,52% concedido aos empregados do então Badesul, alegadamente suprimido do autor.

Já nos itens 'd' e 'e' o reclamante requer a declaração da nulidade da pré-contratação de horas extras, com a integração do valor pago sob este título ao seu salário, bem como pagamento das diferenças salariais decorrentes da supressão da parcela.

Não há falar em prescrição do direito de ação do autor quanto aos itens 'a' (recomposição do salário) e 'c' (diferenças de reajuste salarial).

Com efeito, em que pesem as alegadas alterações contratuais terem ocorrido há mais de cinco anos antes do término da contratualidade, a hipótese envolve parcelas de trato sucessivo (diferenças salariais), de forma que eventual inadimplência gera lesão que se renova mensalmente, prescrevendo, assim, somente as parcelas vencidas e exigíveis anteriormente ao quinquênio que antecede a data do

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ajuizamento da demanda, não sendo o caso de adoção da jurisprudência sedimentada na Súmula nº 294 do TST.

Por outro lado, melhor sorte não tem a recorrente quanto à prescrição envolvendo o pedido relativo à pré-contratação de horas extras (itens 'd' e 'e'), face o disposto na Súmula 199, item II do TST. No caso, ainda que a pactuação tenha ocorrido por ocasião da admissão do autor, no ano de 1975 conforme consta na CTPS do autor (fl. 25) ficou demonstrado que ele sempre percebeu horas extras, mas que a partir de

abril/2007 houve a interrupção de tais pagamentos (vide laudo pericial, quesito A.7,

fl. 672). Assim, considerando que o ajuizamento da ação ocorreu em 13.07.2010,

ou seja, há menos de cinco anos da data da supressão das horas extras, (2007) não há falar em prescrição total.

Incide, todavia, prescrição parcial sobre as parcelas vencidas e exigíveis anteriores a 13.07.2005, a qual já foi pronunciada na sentença.

TRT-4 - Inteiro Teor. Recurso Ordinário: RO 7686320105040025 RS 0000768-63.2010.5.04.0025 Data de publicação: 18/04/2013

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