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APOSTILA 1 AULA 1 AVALIAÇÃO DA PROPRIEDADE AGRÍCOLA

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Academic year: 2021

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PROFS. OSWALDO TERUYO IDO E RICARDO AUGUSTO DE OLIVEIRA

APOSTILA 1 – AULA 1

AVALIAÇÃO DA PROPRIEDADE AGRÍCOLA

I - MÉTODOS PARA AVALIAÇÃO DE UMA PROPRIEDADE AGRÍCOLA E SUA EXPLORAÇÃO

A avaliação de uma propriedade agrícola tem pôr finalidade servir de orientação a um comprador, subsídio na elaboração de um laudo técnico e principalmente possibilitar um planejamento adequado para uma exploração racional e economicamente viável da propriedade.

Para que sejam estabelecidas estas condições, se faz necessário fixar algumas normas: 1) Definição de exploração desejada, seja ela agrícola, pastoril ou mista.

2) Após esta definição deve-se levar em consideração uma serie de fatores intrínsecos a propriedade (climáticos, edáficos, hidrográficos e benfeitorias) e outra, de fatores extrínsecos (econômicos, sociais e políticos) para que haja um melhor aproveitamento da propriedade.

2.1) Fatores intrínsecos a propriedade agrícola:

a) CLIMÁTICOS: temperatura, umidade relativa do ar, luz, precipitação, ventos e salubridade.

b) EDÁFICOS: natureza, umidade, relevo e fertilidade dos solos.

c) HIDROGRÁFICOS: rios, riachos, açudes e mananciais de água.

d) BENFEITORIAS: construções, cercas, culturas permanentes, estradas e etc.

2.1.a) O CLIMA:

O clima é um conjunto flutuante de fatores físicos, químicos e biológicos, caracterizando principalmente a atmosfera de um lugar, cuja ação complexa influencia a existência dos seres que ali estão submetidos.

Para o agricultor, o clima é o elemento sobre o qual ele não tem qualquer influência. Contudo, conhecendo-o ele pode adaptar as suas culturas e rebanhos da melhor maneira possível às condições climáticas locais e atenuar seus efeitos nocivos.

Várias observações evidenciam a ação dos elementos do clima sobre as plantas; por exemplo, desgastes causados por temperaturas muito baixas nas geadas de primavera, escaldadura e muda temporária de plantas no verão, desgastes mecânicos provocados pelo vento, paralisação do crescimento das plantas ou dormência no inverno e o crescimento ativo na primavera e verão, com significativas diferenças entre as espécies.

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É interessante conhecermos a temperatura na camada superficial do solo antecedendo a semeadura, ou num pomar por exemplo. a altura de 40 a 100cm do solo quando houver riscos de geada. Essas temperaturas ao ar livre e a uma altura determinada são chamadas de índices altinotérmicos, eles mostram as variações no decorrer do dia e da noite na superfície do solo.

Estes dados, na maioria das regiões podem ser obtidos pelos boletins metrológicos de órgãos oficiais. Neste caso as temperaturas são obtidas em lugares estratégicos de cada região, para que possam ser representativas.

• TEMPERATURAS CRÍTICAS:

Abaixo de zero grau de vegetação a planta deixa de crescer, podendo atingir uma temperatura crítica mínima culminando com a morte do vegetal, do mesmo modo, pode-se ter uma temperatura critica máxima com os mesmos resultados.

As espécies vegetais resistem a temperaturas variáveis e são influenciados por vários fatores; tais como: cultivar; fase de desenvolvimento, condições de rebaixamento ou elevação externa da temperatura; estruturas do solo; nutrição de plantas (potássio oferece resistência); condições de semeadura (época, densidade, profundidade, etc.); o gelo e degelo, num solo úmido podem provocar problemas mais sérios, etc..

2.1.2) UMIDADE RELATIVA DO AR

A avaliação da U.R. do ar é um fator importante e em alguns casos está relacionada com a propagação de doenças fúngicas, por exemplo, as solanáceas que são extremamente suceptivas; a qualidade da uva que é inferior se a umidade for elevada, etc..

Outro aspecto muito importante é o momento da colheita, estabelece um equilíbrio entre a umidade do ar e a umidade dos grãos ou das forragens na fenação. Para as colheitas mecanizadas a U.R. do ar estabelece o horário de inicio do trabalho pela manhã e o término à noite e sobre o tempo necessário para completar a fenação natural.

2.1.3 LUZ:

É a fonte de energia que permite a planta sintetizar carboidratos pelo processo de fotossíntese. Para avaliá-lo são considerados dois parâmetros: a intensidade luminosa e a tempo de iluminação.

A intensidade luminosa atua de acordo com o estádio de desenvolvimento das plantas; quando mais velha a planta maior é sua necessidade de luz. A luz fraca prejudica o desenvolvimento vegetativo, ao passo que uma maior intensidade luminosa favorece a formação de órgãos de reserva e frutas, com uma qualidade melhor.

A duração da luz ou fotoperíodo está relacionada principalmente com a floração. Daí surge a classificação de:

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• plantas de dias curtos • plantas de dias longos

• plantas neutras, ou seja, o seu florescimento não é controlado pela fotoperíodo e sim por outro fator climático.

2.1.4) PRECIPITAÇÃO:

A chuva é um fator importante para a formação e evolução dos solos e desenvolvimento dos vegetais. Pode tornar-se nociva pelo excesso, prejudicando as colheitas, indiretamente favorecendo o desenvolvimento de uma flora e fauna microbiana, impedem a lavra do solo, facilitando a proliferação de plantas invasoras e ainda provocam erosão.

Por outro lado, o problema das secas que inibem o desenvolvimento vegetal e acarretam uma série de outros fatores. Este problema pode ser amenizado com irrigação das áreas suceptivas a períodos de estiagem.

As culturas têm um período em que exigem uma grande demanda de água, onde a falta pode causar danos irreversíveis. A fase de germinação pode ser considerada uma delas. Para o milho, por exemplo, pode ser 10 dias antes da floração masculina até aproximadamente 20 dias após a floração feminina.

2.1.5) VENTO:

A sua ação sobre o solo é acentuado, quando fortes, pela dessecação que produzem nos solos muito úmidos; nos argilosos favorecem a contração e gretamento dos mesmos, pela diminuição da temperatura, favorece a evaporação principalmente quando a U.R. do ar é baixa, em condições amenas, facilitando a transpiração vegetal. Uma movimentação normal do ar é importante para a planta realizar a fotossíntese de modo perfeito e ocorrer a polinização mais eficiente das plantas.

Os ventos fortes provocam estragos consideráveis nas culturas, quando derrubam as flores, os frutos, crestamento das folhas, acamamento das plantas e até soterramento das culturas.

Os quebra-ventos podem ser usados como medidas preventivas a ação danosa dos ventos. Os quebra-ventos são plantados perpendicularmente aos ventos dominantes, eles asseguram uma proteção eficaz numa distancia de 15 a 20 vezes a sua altura. Os quebra-ventos permeáveis são mais eficazes que os de cortina densa por que evitam o risco de turbulência.

2.1.6) SALUBRIDADE:

São condições climáticas e de higiene associadas que podem garantir a habitabilidade da propriedade para os homens, animais e culturas.

Deve-se fazer um levantamento das pragas e moléstias da região e se são facilmente controláveis por meios profiláticos ou terapêuticos para reduzir seus efeitos sobre o homem, os animais e as plantas.

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OBS.: Os fatores do clima local e regional permitem ao agricultor planejar e selecionar as culturas (espécie e variedades) que irão ter um desenvolvimento melhor para a sua situação, bem como entender a ocorrência das flutuações do rendimento e executar os trabalhos agrícolas em épocas apropriadas.

2.2) FATORES EDÁFICOS:

O valor final da terra e suas acessões são obtidos mediante a aplicação da seguinte formula:

Vt/ha = (100 - C) . Vtm/ha 100

sendo:

Vt/ha = valor da terra por hectare

Vtm/ha = valor médio da terra por hectare C = coeficiente de depreciação (anexo xérox IV)

O agricultor deve conhecer bem o solo, pois assim poderá manter-lhe as qualidades e atenuar-lhe os defeitos.

2.2.1) NATUREZA:

Relaciona-se com os minerais e rochas do qual foi formado, bem como suas propriedades físicas, químicas e biológicas:

a) PROPRIEDADES FÍSICAS:

Textura: proporção relativa das partículas constituintes dos solos: (limo, argila, cascalho e areia), daí

tem-se os solos leves, pesados e finos. A textura do solo define a capacidade de retenção de água e fertilizantes.

Estrutura: agregação das partículas que pode ser de estrutura solta (o mais encontrado é o arenoso), de

estrutura forte como é o caso dos argilosos e de estrutura intermediária com presença de areia e argila mais limo que fornecem os agregados. Esses solos têm alto poder de retenção e normalmente maiores reservas nutritivas.

Profundidade: em solos rasos (litólicos) ocorrem problemas com arações, pois pode haver mistura de

solo com subsolo e ser limitante para algumas culturas. Nos solos profundos há uma maior facilidade de mecanização.

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O solo está relacionado com as soluções nutritivas, elementos ou compostos minerais com cargas elétricas.

As relações entre as forcas de absorção e adsorção das partículas podem ser por processos químicos internos ou físicos internos.

Outra propriedade química de fundamental importância é o potencial hidrogemiômico (PH).

c) PROPRIEDADES BIOLÓGICAS:

As ações benéficas efetuadas pelos microorganismos na formação, evolução e dos solos e desenvolvimento dos vegetais, são as mudanças na M.O, mudanças nos componentes minerais do solo e fixação do hidrogênio atmosférico.

2.2.2) UMIDADE:

A capacidade do solo em reter água ou ceder água absorvida é um fator decisivo para a boa nutrição e desenvolvimento das plantas.

A principal fonte de absorção de nutrientes é através da solução do solo na qual a água é indispensável.

O teor de umidade dos solos também é decisivo na exploração. Em excesso não ha aeração e impede o desenvolvimento das plantas, neste caso pode-se drenar a área. Por outro lado ocorrem solos com falta de água, daí o uso de irrigação para viabilização da utilização da área.

2.2.3) RELEVO DO SOLO:

A má topografia interfere na mecanização do solo, pois acima de 18% de declive não ha condições de operações com maquinários e também dificuldade de conservação. O solo de relevo forte ondulado possui uma limitação de uso muito grande e não tem solução.

2.2.4) FERTILIDADE DO SOLO:

A fertilidade do solo pode ser natural quando suas características físicas, químicas e biológicas são boas, ou adquiridas, neste caso o agricultor interfere com práticas capazes de melhorar a fertilidade do solo.

A fertilidade natural de um solo é um fator primordial numa exploração agrícola racional e econômica. Ele é avaliado sobre 3 aspectos:

1° físicos: o solo deve ser permeável, poroso, profundo e conter os elementos químicos nas proporções

ideais para a cultura.

2° químicos: através da análise química podem-se saber as reservas de nutrientes e o PH do solo, porém

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fertilidade natural. Esse exame é possível mediante um experimento com vários níveis de adubação e uma testemunha que nos dá a fertilidade natural através da análise foliar.

3° biológicos: para ser fértil sob este aspecto o solo deve possuir elevada atividade microbiana. O solo

deve apresentar condições de temperatura, umidade ideal e grande quantidade de matéria orgânica para proporcionar o desenvolvimento desses organismos.

2.3) FATORES HIDROGRÁFICOS:

A água na propriedade é de fundamental importância na propriedade, seja ela na forma de rios, riachos, lagoas ou mananciais que ela possui. A água deve ser avaliada para que sirva ao homem, aos animais e a irrigação.

Esta água deve ser potável, fresca e leve e que não contenha substancias minerais ou orgânicas prejudiciais. Deve-se saber se na bacia tem fábricas, cortumes ou turfeiras que podem poluir a água.

Em especial a água para irrigação não pode ser ácida, nem antes substancias nocivas. A água barrenta ou carregada de limo é mais rica em elementos fertilizantes.

Deve-se verificar o estado de conservação e o material de construção empregado, a fim de determinar os coeficientes de depreciação das edificações e instalações com base nos seguintes critérios:

Estado de conservação Coeficiente de depreciação muito bom 0.90 bom 0.70 regular 0.50 mau 0.30 péssimo 0.10

Para o calculo do valor de casas, galpões, depósitos, aviários, estábulos, currais, bretes e demais construções similares usa-se a seguinte fórmula:

Va = Vu x S + d

Va = valor atual da edificação

Vu = valor básico do custo de construção idêntico na região em m². S = área construída

d = coeficiente de depreciação atribuído ao estado de conservação.

Para o calculo de cercas, deverão ser avaliados com base no valor do custo local de reposição do material utilizado na construção, levando-se em conta o estado de conservação.

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Va = valor atual da cerca

c = comprimento em metro linear

p = preço unitário de reposição por metro linear

d = coeficiente de depreciação em função do estado de conservação, o mesmo para construção.

O sistema de abastecimento de água e energia elétrica também deve ser avaliados

Cálculo do valor das culturas perenes:

a) As culturas em formação ate o inicio de produção, o valor a ser calculado será igual ao somatório dos custos de formação da cultura.

b) O valor das culturas em produção comercial será calculado em função da sua produção, do custo agregado de formação, da área, do n° de pés ou covas, do método de plantio, do estagio presente do acido vegetativo e do estado de fitossanitário. Estão compreendidos nesse calculo as frutíferas de escala comercial e as pastagens implantadas.

No caso da existência de reservas florestais, faz-se um levantamento das espécies nocivas existentes (nativas, florestamento ou reflorestamento), para sabermos sua utilização e interesse econômico e a quantidade por espécie ou área ocupada.

3.) FATORES EXTRÍNSECOS A UMA PROPRIEDADE AGRÍCOLA:

3.1) ECONÔMICOS:

3.1.1) MERCADO: deve-se averiguar se é amplo ou restrito (produtos in natural ou beneficiado), o

fator de oferta e procura, nas épocas de colheitas preferência do consumidor do tipo de produto mais requerido e quantidade do produto que pode ser absorvido.

3.1.2) TRANSPORTE: as vias de transporte para escoamento da produção da propriedade para os

centros consumidores. Fator importante que a produção não se restringe ao abastecimento do comercio local.

3.1.3) CAPITAL E CRÉDITO: a existência de bancos e cooperativas que facilitam empréstimos e

taxas mordidas alem do prazo longo que permitam investimentos agrícolas.

3.1.4) COMUNICAÇÕES: hoje a comunicação telefônica, radio, telex, etc., é muito importante,

pois dispensa viagens a outros centros em caso de urgência, negócios e de informações dos preços de mercado, etc..

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3.1.5) MÃO-DE-OBRA: fazer levantamento do tipo de mão-de-obra existente nas proximidades da

propriedade, se especializada ou não para o tipo de exploração que se deseja. Deve-se conhecer também o padrão de vida da população da região e preços pagos.

3.1.6) ADMINISTRAÇÃO: é fundamental que sejam adotados métodos estatísticos e contábeis

para o controle da marcha normal da exploração, evitar desperdícios e aumentar o rendimento das culturas e dos trabalhos.

O sucesso da exploração esta diretamente relacionado com o administrador, porque é ele que controla e analisa todos os demais fatores.

3.1.7) CUSTO DE VIDA: visto da propriedade para a região em que esta localizado é importante

para o estabelecimento, exploração e colocação dos produtos no mercado em quantidade e qualidade que atendem a demanda. É uma relação direta com a aquisição financeira do pessoal.

3.2) FATORES SOCIAIS:

Os fatores sociais estão relacionados com o bem estar dos trabalhadores e suas famílias, devemos levar em consideração principalmente a existência de escolas, hospitais, igrejas, ambulatórios e centros recreativos.

A existência e acesso a esses fatores esta a estabilidade de mão-de-obra e a garantia de exploração.

3.3) FATORES POLÍTICOS:

São fatores relacionados com a localização distrital, municipal e estadual da propriedade e com a administração publica. A importância esta nos benefícios como a conservação de estradas, pôr exemplo, e nas obrigações em relação aos operários, contribuições sociais e pagamento de impostos.

Qualquer destes fatores extrínsecos ou intrínsecos, isoladamente, não mostram importância em função de um exploração que se quer desenvolver. Porem adquirem importância cada vez mais crescente a medida que são analisados em conjunto garantindo o sucesso da exploração ou coerência numa avaliação.

II - ADAPTAÇÃO DOS TERRENOS ÀS CULTURAS

O preparo do solo refere-se ao conjunto de operações realizadas com a finalidade de dar ao terreno condições de receber sementes ou órgãos de reprodução vegetativa de plantas cultivadas. Porém, quando o solo apresenta vegetação natural (matas, capoeiras, campo nativos) ou alto teor de umidade (solos de várgeas), torna-se necessária a remoção desses obstáculos para a instalação de culturas. Às operações então requeridas são chamadas operações de preparo inicial do solo, que substituem a condição encontrada no solo por outra cultivável.

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1. PREPARO INICIAL EM TERRENO DE MATAS

Nestes solos, o trabalho de adaptação é chamado desbravamento e consta das seguintes operações:

•Corte de toda a vegetação espontânea • Liberação do solo da vegetação cortada •Destruição e extirpamento dos tocos e raízes

1.1. Corte de toda a vegetação espontânea

Dependendo do tipo de vegetação, clima, solo e tempo selecionou-se o melhor sistema de desbravamento quer seja roçada ou derrubada.

1.1.1. Roçada:

Corte da vegetação de pequeno porte (mato fino) utilizando foice e/ou facão.ao 1.1.2. Derrubada

Corte da vegetação de grande porte. São empregados métodos manuais (machado, serra, moto-serra) ou mecanizados (correntão, lâminas cortadoras). O método mais utilizado atualmente é o correntão tracionado por dois tratores cuja distância entre eles é determinada pela densidade da vegetação e pelo comprimento do correntão. Buscando-se um melhor desempenho dos tratores, recomenda-se que o comprimento do correntão seja aproximadamente 3 vezes a distância que operam os dois tratores. A época para o uso deste sistema é muito importante pois estando o solo muito seco as árvores partem ao nível do solo restando os tocos indesejáveis encarecendo a operação, por outro lado, em épocas de muita úmidas as árvores são arrancadas com o sistema radicular e solo formando crateras e dificultando sua eliminação nas leiras e também dificultando o preparo do solo . Normalmente estes tratores estão equipados com a lâmina KG e o empurrador de árvores para facilitar o deslocamento na mata e possíveis árvores que não sejam derrubadas com o correntão.

1.2. Liberação do solo da vegetação cortada

Poderá ser realizado com a retirada da madeira, encoivaramento e queimada.

1.2.1. Retirada da madeira: Após a derrubada o solo fica coberto de troncos cortados. Estes por sua vez, são selecionados conforme o mercado que se destinam (serraria, para construção de casas ou fabricação de móveis: indústrias e fábricas como combustível). O beneficiamento pode ser realizado no terreno ou nas unidades a que se destinam.

1.2.2. Encoivaramento: Consiste no agrupamento e disposição das coivaras (amontoa de galhos, ramos finos, cipós e folhas). Esta operação pode ser feita manualmente ou com o trator equipado com ancinho ou mesmo a própria lâmina KG. A vantagem do ancinho é que não amontoa terra junto por ser dentado.

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1.2.3. Queimada: É uma prática condenável (Lei Estadual 8014) em função da destruição da matéria orgânica (diminuição da atividade biológica do solo) e da cobertura do solo (fatores que contribuem para a erosão do solo), no entanto, o aspecto econômico tem sido apontado como fator principal na adoção desta prática. Os defensores das queimadas alegam ainda como vantagens a eliminação de pragas e patógenos e aumento nos teores de k pela quantidade de cinzas que fica incorporado ao solo. A queima das coivaras enleiradas se restringe a pequenas áreas e diminui o impacto sobre o sistema biológico do solo.

1.3. Destruição e estirpamento de tocos e raízes

A destoca consiste em desobstruir o solo facilitando o preparo anterior ao plantio.

Envolve operações de alto custo e por se tratar de uma benfeitoria permanente dificilmente poderá ser amortizada com o lucro de uma única safra.

A destoca divide-se em duas operações: •Eliminação dos tocos no local

•Erradicação dos tocos

1.3.1. Eliminação dos tocos no local

Pode ser processado de três maneiras distintas: apodrecimento, queima e o emprego de explosivos. A decomposição natural dos tocos pode ser ativada com substâncias químicas, a base de nitratos (salitre), introduzidos nos tocos, através de orifícios efetuados com trados.

A queima consiste em amontoar galhos e folhas sobre os tocos e queimá--los. Este procedimento deve ser repetido o que o torna demorado.

Os explosivos são utilizados principalmente quando não se dispõe de máquinas adequadas para eliminação dos tocos. Usa-se de preferência dinamite que é introduzido em orifícios efetuados na base do tronco.

As atividades que envolvem a eliminação dos troncos no local devem ser completada com enxada e machado que extraem os remanescentes não destruídos.

1.3.2. Erradicação dos tocos: Consiste na extração de tocos por processos manuais ou mecânicos.

1.3.2.1. Processos manuais: Consiste no corte das raízes mais desenvolvidas e grossas, com machado, após serem convenientemente descobertas pela enxada ou picareta. Realizado este trabalho preliminar, procede-se a extração dos tocos, arrancado-os por intermédio de uma corrente ou cabo de aço, puxado por um suficiente número de animais de tração ou pessoas.

1.3.2.2. Processos mecânicos: utilizam-se máquinas tracionadas por motores ou animais.

Dos tracionados a motores, destacam-se os “arados de vassoura”, os “arranca tocos” e as “lâminas escavadoras”.

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Os arados de vassoura e os arranca tocos são arados fortíssimos que praticam um revolvimento enérgico do solo, extirpando as raízes e arrancando os tocos de arbustos (capoeiras).

As lâminas escavadoras compõem-se de uma espessa lâmina de aço adaptada a frente dos tratores de roda ou tratores de esteira (do qual é própria), com a finalidade de arrancar tocos e até derrubar árvores que se opõem ao seu deslocamento. Estas lâminas também servem para serviços de nivelamento de terreno, terraplanagem e construções de terraços.

Em tratores de esteiras, com alta potência, quando são utilizados para o derrubamento de árvores, a operação e facilitada adaptando-se um empurrador de árvores sobre a lâmina.

As máquinas de tração animal, hoje praticamente em desuso, sobressaem os destocadores, que baseiam-se em simples princípios de mecânica, relacionados ás alavancas e roldanas.

Nivelamento do Terreno

Após concluídos os trabalhos de desbravamento e destoca, a superfície do solo torna-se muito irregular dificultando o bom funcionamento das máquinas agrícolas.

O nivelamento do terreno portanto, é uma prática importante que deve anteceder o preparo do solo. Os implementos usados no nivelamento podem ser manual (enxada, pá, picareta) ou mecânico (tratores com grade Rome e plainas niveladoras).

A seqüência das operações de desbravamento são: (em áreas irrigadas)

Fase I: Preparo das áreas para o levantamento topográfico.

-desmatamento e limpeza; - gradagens;

- pré-nivelamento

Fase II: Sistematização.

- movimentação grosseira ou macronivelamento - gradagens

- movimentação fina ou micronivelamento

Fase III: Preparo do solo

- subsolagem - nivelamento

OBSERVAÇÃO: É recomendável depois do desmatamento inicial e da primeira aração do terreno, que seja feita a semeadura de leguminosas (soja, crotalária). As leguminosas possuem sistema de raízes nodulares que contém grande reserva de bactérias fixadoras de nitrogênio,

elemento que fixam do ar atmosférico e que nitrifica o solo decompondo as raízes da vegetação eliminada. Além disso, as leguminosas também sombreiam o terreno e impedem o rebrote de raízes cortadas durante o tempo em que ocorre a sua decomposição.

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2. PREPARO INICIAL EM TERRENOS DE CAMPO

Normalmente, a falta de critérios na exploração dos solos de campos nativos vem acarretando a degradação de grande parte dessas áreas. Essa degradação se faz sentir nos baixos índices de brotação atualmente obtidos nas diversas regiões do estado (tabela, 01).

TABELA 01. Capacidade dos pastos - (IBGE, 1980) REGIÃO UNIDADE/ha Londrina 1.4 Paranavaí 1.4 Apucarana 1.3 Extremo Oeste 1.6

Essas regiões já apresentam índices de lotação de 2.5 a 3.0 U.a./ha. Os efeitos direto no solo são a redução da cobertura vegetal, aceleração do processo erosivo, redução da M.O. e a conseqüente diminuição da fertilidade das mesmas. Dentre as causas da degradação das pastagens estão a queda natural da fertilidade do solo, o fogo indiscriminado, não reposição dos nutrientes ao solo, o aparecimento de invasoras e o ataque de pragas e doenças.

Antes de se iniciar um processo de adaptação dos terrenos de campo é necessário portanto diagnosticar detalhadamente as áreas de interesse. Este diagnóstico portanto envolve a análise da fertilidade do solo (química e orgânica), grau e localização da compactação do solo, infestação de invasoras (grau e tipo) e intensidade e natureza da erosão.

Após o diagnóstico, outros procedimentos preliminares deverão ser seguidos, são eles:

• Escolha do local • Vedação

• Arroteia • Alqueive

1. Escolhas do local

Devem ser preferidos terrenos menos acidentados, com até 10% de declividade reduzindo os problemas de erosão.

Os solos planos e de várzeas não sofrem efeitos maléficos da erosão superficial. Os solos baixos pôr outro lado, apresentam maior teor de umidade, requerendo muitas vezes a drenagem.

Solos planos ou levemente ondulados são os mais indicados para a mecanização.

2. Vedação

Consiste em isolar os campos de cultivo não cultivados e dos destinados à criação. Esta vedação é feita com cercas para evitar a entrada de animais e tráfico de pessoas e maquinas.

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ARROTÉIA

É a primeira aração que se procede no terreno. A queima da vegetação não e recomendável. O emprego de arado de discos ou roçadeiras auxiliam no corte da cobertura vegetal facilitando a aração. Após a aração , a vegetação enterrada irá decompor-se e originar o húmus que melhorará de forma simples e econômica o solo.

4. Alqueive

Consiste em abandonar o campo pôr um determinado período, sem culturas, porém

continuamente trabalhado para arejá-lo e limpa-lo das ervas daninhas. neste intervalo de tempo alguns dos elementos insolúveis tornam-se assimiláveis e irão nutrir a cultura a seguir.

Os alqueive pode ser empregado quando os solos são pobres em nutrientes e matéria orgânica esgotadas pôr sucessivas culturas ou ainda pôr apresentar alta infestação de plantas daninhas. O alqueive acelera a decomposição da vegetação natural incorporada. É uma prática que tecnicamente deveria ser utilizada quando do preparo do solo inicial em terras de campo a fim de homogeneizar a superfície do solo , dando melhores condições a implantação da lavouras. Em adição a essa prática a adubação verde (aveia preta) para cobertura do solo inicial no inverno dará melhores condições a cultura de verão.

3. PREPARO INICIAL EM SOLOS ÁRIDOS

Este tipo de solo está sujeito à erosão eólica. A mobilidade destes solos é influenciada pelo baixo teor de umidade e matéria orgânica, a velocidade dos ventos, as condições da superfície (cobertura vegetal) e as características físicas do solo.

A exploração agrícola é difícil pois além da terra movimentada há o risco de exposição das raízes ou em caso contrário, cobertas pelos detritos em movimento.

Para que esse tipo de solo seja explorado, algumas técnicas de manejo devem ser adotadas para controlar o processo erosivo. Como práticas recomendadas podem ser citadas a irrigação para aumentar

a agregação das partículas ,adubação orgânica (esterco , adubação verde) para aumentar a estabilidade do solo e fornecendo nutrientes , recomenda-se o plantio em faixa dificultando e diminuindo a

velocidade do vento e por ultimo a construção de quebra ventos com paliçadas ou mesmo de árvores permanentes impedindo a ação dos ventos sobre o solo , pois é ele o responsável pela mobilidade do mesmo

.

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As atividades que buscam estabelecer as condições físicas e químicas adequadas à exploração agrícola dos solos são quase sempre negligenciadas .

Para iniciar uma lavoura não basta eliminar a vegetação nativa é preciso seguir as etapas funda mentais indispensáveis para qualquer região , considerando as características próprias quanto a solo , climatologia , topografia , regime pluviométrico e etc.

Sintetizando , a mecanização pré-cultural envolve as seguintes fases:

DESMATAMENTO : pode ser feito com lâmina e ancinho ou correntão.

SISTEMATIZAÇÀO DO TERRENO : envolve a nivelação , drenagem , irrigação e armazenagem de de água .

PRÉ-PREPARO DA TERRA : subsolagem , correção da toxidez do alumínio e da deficiência de cálcio , incorporação de fertilizantes minerais e orgânicos (resíduos de indústrias ou animais).

PREPARO DA TERRA: incorporação dos corretivos e fertilizantes e deixar a terra pronta para receber a semeadura .

SOLOS ARENOSOS

Referem-se às classes que apresentam menos de 15% de argila num perfil de 200 cm. No estado do Paraná, seriam encaixados nesta definição as unidades de areias quartzosas

. Areias

Quartzosas

Ocorrem normalmente na região Noroeste do Estado, apresentando como inclusão em outras unidades de solo como o Latossolo Vermelho-Escuro, textura média, e Podzólico Vermelho amarelo. Alguns problemas apresentados pôr este tipo de solo:

•Baixa fertilidade: podem ser eutróficos, distróficas ou álicas. Mesmo as unidades eotróficas apresenta deficiências de fertilidade em função da baixa CTC e da baixa capacidade de sustentação de uso.

• Deficiência de Água: apresentam pouca disponibilidade de fornecimento de água às culturas em condições de precipitação mal distribuídas. Como agravante, ocorrem principalmente em clima que favorece altas taxas de evapotranspiração.

• Susceptibilidade à erosão: é a maior limitação desses solos, sendo que após iniciado o processo erosivo o controle é muito difícil. A evolução deste processo afeta outras unidades da

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Impedimentos à mecanização: é viável apenas nas unidades de relevo plano ou suave ondulado, devendo restringir-se apenas em técnicas de cultivos em culturas perenes, pastagem ou

reflorestamento.

Opções de uso:

Levando em consideração principalmente os aspectos técnicos relacionados com a conservação do solo e da água. Para estes solos as melhores opções de uso são as menos intensivas, sendo

importante determinar o manejo que apresente maior produtividade aliada a preservação ambiental.

Opção 01. Preservação da Flora e Fauna:

As unidades de Areia quartzosa que ocorrem junto aos mananciais devem ser obrigatoriamente isolados e mantidas sem nenhum uso. O reflorestamento sem fins comerciais nas áreas mais

degradadas, onde e regeneração da vegetação natural é difícil e extremamente lenta, é uma opção recomendável. O agricultor pode optar ainda pelo enriquecimento com plantas nativas, frutíferas e/ou melíferas, o que traria alguma possibilidade de renda sem causar transtorno ao meio ambiente.

Opção 02. Reflorestamento:

O reflorestamento com fins de produção é uma opção para as unidades de Areia Quartzosas, porém, não nas áreas que ocorrem junto aos mananciais e à rede de drenagem, devido ao seu alto grau de instabilidade, Nas áreas onde ocorre num relevo suave-ondulado ou praticamente plano, o

reflorestamento é uma opção viável desde que seja proporcionada condições favoráveis até o pegamento e início de crescimento das mudas.

Opção 03. Pastagem:

O uso de pastagem é uma opção razoável apenas quando a umidade foi recentemente

desbravada. Na região Noroeste do Paraná, onde as áreas de areia quartzosa são de ocorrência mais freqüentes, as pastagens normalmente apresentam um período de vida útil muito curto e com baixa capacidade de suporte. Além disso, a baixa disponibilidade de água durante o período de precipitação irregular ou no período de inverno mais seco, reduz a disponibilidade de forragem a níveis críticos.

Opção 04. Culturas Perenes:

Culturas perenes plantadas em unidades de Areia Quartzosa requerem um manejo adequado e cuidados intensivos em termos de controle a erosão, adubação principalmente em relação a nutrientes facilmente lixiviáveis como o caso do Nitrogênio e Potássio, economia de água, etc. Se estes cuidados intensivos não forem aplicados desde o início da exploração é comum o depauperamento total da lavoura, com produções muito abaixo das necessidades do agricultor.

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A maioria dos solos de várzeas de Estado do Paraná são hidromórficos e com acúmulo de matéria orgânica na superfície.

As classes que destacam-se nas principais bacias hidrográficas e suas áreas totais no Estado são relacionadas na tabela 02. Classes de Solos hidromórficos e suas respectivas áreas no estado do Paraná. (IAPAR, 1992).

Classe Área Total no PR (ha)

Gley Pouco Húmico 110.000 110.0005 Orgânicos. 52.000

Planossolo 50.000

Cambissolo 41.600

Aluviais 34.500

Gley Húmico 30.000

4.1. Características dos Solos Minerais (Gley pouco húmico) Aproximadamente 70% são representados pôr unidades de solos de textura argilosa. Embora

apresentem boa aptidão agrícola, são fisicamente problemáticos em relação ao manejo.

Poderão ocorrer problemas físico-hídricos relacionados com a capacidade de retenção de água, aeração, infiltração, drenagem, contato solo semente, crosta e compactação.

4.2. Características dos Solos Orgânicos

São solos que apresentam características naturais impróprias ao uso pôr serem essencialmente orgânicos, pouco evoluídos e provenientes de depósitos de restos vegetais em grau variável de decomposição, acumulados em ambientes mal drenados. Quando drenados

adequadamente e dependo do tipo e decomposição do material orgânico são passíveis de uso, desde que manejados racionalmente.

4.3 Indícios e causas do excesso de água no solo :

Através da infiltração lenta acompanhada por uma inclinação insuficiente para o escoamento superficial da água. Pela presença de uma camada impermeável , impedindo a infiltração . O lençol freático se apresentando muito próximo a superfície

4.4. Adaptação de várzeas

A adaptação de várzeas alagadas permanentemente ou temporariamente envolve atividade de drenagem cujo objetivo principal é o rebaixamento do lençol freático. Distinguem-se dois tipos ou finalidades:

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4.3.1. Drenagem superficial

Consiste na eliminação de água que cobre a superfície do solo. Muitas vezes esta operação é simples e barata, bastando um dreno aberto na parte mais baixa do terreno ou limpeza, aprofundamento e/ou retificação do córrego.

4.3.2. Drenagem propriamente dita, subdrenagem ou drenagem subterrânea.

Tem como finalidade a remoção da água em excesso da camada do solo ocupada pelas raízes. antes de iniciá-la é necessário fazer o levantamento da área (levantamento altimétrico), conhecer a origem da água (curso de água sinuosa, afloramento de fontes e mananciais, águas superficiais de terrenos adjacentes, chuva, etc.) e a constituição física do solo (principalmente quanto à profundidade da camada impermeável). No caso de todo o terreno necessitar de drenagem, principalmente é necessário o estabelecimento dos drenos principais. A profundidade varia (0.80 a 1.20 m) em função da extensão da área, declividade, encharcamento do solo, etc. O ponto mais baixo do terreno é ligado, através do dreno principal, ao rio ou riacho de modo que, mesmo no caso de enchentes, o nível de água seja inferior às partes mais baixas da área.

O ponto mais baixo do terreno é ligado, através do dreno principal, ao rio ou riacho de modo que, mesmo no caso de enchentes, o nível de água seja inferior às partes mais baixas da área.

O passo seguinte é a construção dos drenos secundários que, cortado as demais partes baixas do terreno, terminam no principal. Os drenos de contorno da área são necessários para proteção contra enxurradas e água proveniente de encostas vizinhas. Muitas vezes, para evitar inundações de rios e riachos constroem-se diques junto às margens.

Em terrenos de várzea, a construção de drenos de contorno e diques normalmente é dispensado já que a água é proveniente de fontes existentes no próprio terreno.

A drenagem também pode ser efetuada em drenos fechados o que proporciona um melhor

aproveitamento dos terrenos. São colocadas pedras grandes no fundo do dreno e, sobre estas, pedras menores que cobertas com terras até o nível superficial. As manilhas e tubulações com orifícios nas paredes, também podem ser empregadas porém o custo é maior.

A subsolagem é empregada como método de drenagem principalmente onde a água que permaneceu sobe o solo é impermeável, para romper a camada endurecida ou para facilitar a penetração e

escoamento da água.

Após a drenagem é feita a roçada e eliminação de tocos e raízes para estabelecimento das culturas. Quando a drenagem é realizada corretamente não há restrição a implantação de nenhuma espécie anual, porém para algumas espécies perenes com sistema radicular profundo, pode ainda ser limitante. De acordo com as condições em que são efetuadas a drenagem superficial e/ou subdrenagem deverão ser realizadas.

a) Regiões úmidas, sem irrigação

O nível do lençol freático pode permanecer a uma menor profundidade, desde 30 cm para pastagem, 50 cm para culturas anuais, etc.

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Nestes casos a drenagem superficial assume maior importância em regiões de clima quente, onde a própria evapotranspiração constitui um meio eficiente de drenagem subterrânea. Nas regiões de clima frio pode haver aumento no nível do lençol freático na primavera devido a baixa evapotranspiração e precipitação de inverno havendo necessidade da subdrenagem.

b) Regiões úmidas com irrigação

O lençol freático pode ser mantido a uma menor profundidade já que as plantas beneficiam da água de irrigação. Com no caso anterior, em regiões quentes a drenagem superficial pode ser suficiente ou completada nas regiões frias.

c) Regiões áridas e úmidas, com irrigação e com perigo de salinidade

Neste caso, o lençol da água deve ser mantido bem baixo (1.50 a 1.80 m) para evitar a ascensão capilar de água contendo sais de depósito na superfície após a evaporação e absorção pelas plantas

.

4.5. Preparo do solo:

A operação de preparo do solo nos primeiros anos é difícil, morosa e muito onerosa, devido às

camadas ou horizontes superficiais ainda estarem em desenvolvimento, é o caso de solos orgânicos ou também solos muito argilosos, onde a drenagem é dificultada pela baixa condutividade hidráulica. As viabilidades das operações mecanizadas dependem das condições de drenagem, do

desenvolvimento e capacidade de sustentação do solo.

São utilizados vários implementos para realizar trabalho no solo. 1) Os arados de disco e aivéca atingem uma profundidade maior,

2) A grade aradora tem um rendimento grande, porém a sua profundidade de operação não ultrapassa os 12 cm,

3) A enxada rotativa desagrega intensamente o solo até uma profundidade de 13 cm, o uso dela no preparo inicial dispensa o uso de outros equipamentos para completar o trabalho

No caso dos outros três implementos é necessário que se utilize a enxada numa operação subseqüente para completar o trabalho.

O uso do equipamento depende de algumas condições, tais como: compactação, profundidade do horizonte superficial, depressões, restos culturais e etc.

BIBLIOGRAFIA

DIAS, J. de D. de O. & CARNEIRO, H. Agricultura Geral. Rio Janeiro, Ministério da Agricultura, 1957. 300p.

HENKLAIN, J.C.; FIGUEIREDO, P.R.A. de; SIQUEIRA, R. & ARAÚJO, G. de A. Preparo do Solo em área de arroz irrigado no Paraná. Londrina, IAPAR, 1992. 26p.

PARANÁ, SECRETÁRIA DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO. Manual Técnico do Subprograma de Manejo e Conservação do Solo. Curitiba, SEAB, 1989. 306p.

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SAAD. O. Máquinas e técnicas de preparo inicial do solo. São Paulo, Nobel, 1984. 99p.

VIEIRA, M.J. Solos de baixa aptidão agrícola: opções de uso e técnicas de manejo e conservação. Londrina, IAPAR, 1987. 68p.

GOEDERT, W.J. Solos dos cerrados. Tecnologia e estratégias de manejo. São Paulo, Nobel, 4985. 422p.

Referências

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