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FORMAÇÃO CONTINUADA: UMA ABORDAGEM ATRAVÉS DE CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS

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Academic year: 2021

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ISSN 2176-1396

CONCEPÇÕES PEDAGÓGICAS

Paulo Fernando Diel1 - UTFPR Rosangela Maria Boeno2 - UTFPR Maikely Luana Feliceti3 - UTFPR Renata Dessbesel4 - UTFPR Grupo de Trabalho - Formação de Professores e Profissionalização Docente Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo

O presente trabalho discorre sobre os resultados de um projeto de extensão de formação continuada desenvolvido em parceria entre a Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR - Câmpus Dois Vizinhos e a Rede Municipal de Ensino de Dois Vizinhos - Paraná. O projeto envolveu 150 educadores em exercício da Rede Municipal de Ensino e de um colégio particular do referido município. A formação foi realizada nos anos de 2013 e 2014 por meio de palestras sobre os fundamentos filosóficos e as diversas concepções pedagógicas: tradicional, escolanovista, tecnicista, libertadora, histórico-crítica e concepções pós-críticas, com ênfase no multiculturalismo, as quais foram trabalhadas por profissionais do Câmpus Dois Vizinhos da UTFPR e de outras instituições parceiras. A dinâmica da formação envolveu trabalhos em grupos nas instituições de ensino com leitura e discussão de textos durante os grupos de estudo nos estabelecimentos de ensino do município, palestras sobre cada concepção pedagógica e uma mesa redonda que encerrou as atividades. Além disso, realizou-se pesquisa sobre a formação, envolvendo a satisfação dos participantes sobre as palestras, análise e reflexão dos textos discutidos durante as palestras e uma pesquisa aplicada aos docentes após o encerramento da formação continuada. Neste artigo apresenta-se os resultados desta avaliação. Por meio dessa pesquisa buscou-se entender se a formação contribuiu com os professores em relação a reflexão de suas práticas pedagógicas. Além disso, buscou-se avaliar a necessidade de continuidade da formação.

Palavras-chave: Formação continuada. Educação. Docentes. Concepções pedagógicas.

1

Doutor em Teologia pela Johannes Gutemberg Universität (Alemanha), Professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR – Câmpus Dois Vizinhos. Email: paulodiel@utfpr.edu.br.

2

Doutoranda em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Professora, Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Dois Vizinhos (UTFPR- DV). E-mail rosangelaboeno@utfpr.edu.br.

3

Graduanda do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, UTFPR-DV. Bolsista do Programa Institucional De Iniciação a Docência (PIBID), UTFPR-Brasil.

4

Mestre em Ensino de Matemática pelo Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria – RS. Professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR – Câmpus Dois Vizinhos. E-mail: renatadessbesel@utfpr.edu.br.

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Introdução

O presente projeto de extensão foi desenvolvido pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná – Câmpus Dois Vizinhos (UTFPR- DV) e a Secretaria Municipal de Educação do município de Dois Vizinhos – PR. A UTFPR- DV contou com a colaboração de docentes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Câmpus Francisco Beltrão (UNIOESTE – FB), da Universidade Federal da Fronteira Sul – Câmpus Laranjeiras do Sul (UFFS – LS), além dos docentes do Câmpus Dois Vizinhos da UTFPR.

A formação inicial de professores subsidia o trabalho do docente, mas não é suficiente. É neste contexto que a formação continuada surge como uma alternativa de formação complementar. Ao encontro disso Fiorentini (2008, p.45) se posiciona: “O professor passou, então, a ser continuamente desafiado a atualizar-se e tentar ensinar de um modo diferente daquele vivido em seu processo de escolarização e formação profissional”.

Assim sendo, este projeto de extensão de formação continuada tem como objetivo geral proporcionar formação continuada para os docentes e gestores da educação básica, com temáticas relacionadas às diversas concepções pedagógicas visando a escolha de uma linha pedagógica que norteie o trabalho dos professores da Rede Municipal de Ensino de Dois Vizinhos.

Neste sentido visa também proporcionar formação aos docentes por meio de palestras, grupos de estudo e mesas redondas; investigar a opinião dos cursistas em relação à formação; constatar quais os resultados práticos obtidos, a partir da formação; divulgar os resultados desta.

Vale ressaltar que a formação continuada está amparada legalmente via Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional (LDB 9394/96) e Plano Nacional de Educação (Lei nº 13.005/2014). O Art. 44 da referida LDB assegura: “A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas: [...] IV - de extensão, abertos a candidatos que atendam aos requisitos estabelecidos em cada caso pelas instituições de ensino”. Nesta perspectiva Mendes (2008) nos traz que a função social da Universidade se enfatizou nos últimos anos, devido à globalização, o fácil acesso e a abundância a informação, as novas tecnologias: “A universidade tem então como função não só formar mestres e doutores, [...] mas desenvolver atividades de extensão, contribuindo com a avaliação e implementação de políticas públicas, atendendo às necessidades de diferentes setores da universidade”(MENDES, 2008, p.10131).

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Nesse cenário torna-se revelante que a Universidade através de projetos de extensão possa dialogar com as escolas de ensino básico.

A pesquisa

Com o avanço da tecnologia e a rapidez das informações é exigido cada vez mais, sujeitos flexíveis, ágeis, criativos e críticos. Nesse cenário de mudança é que está posta a escola e consequentemente os professores, que diante desta nova situação precisam buscar meios de diversificar suas metodologias e atrair a atenção dos alunos.

A formação continuada apresenta-se como um meio de qualificar a prática. Neste sentido Imbérnon (2009, p.26) relata:

A formação permanente do professorado requer um clima de colaboração e sem grandes reticências ou resistências entre a professora (não muda quem não quiser mudar, ou não se questiona o que faz aquele que pensa que está muito bem), uma organização minimamente estável nos centros (respeito, liderança democrática, participação de todos os membros etc) que dê apoio à formação e uma aceitação que existe uma contextualização e diversidade entre o professorado e que isso leva a maneiras de pensar e agir diferentes.

Desta forma foi desenvolvido um projeto de Formação Continuada sobre as Concepções Pedagógicas, tendo como público os professores da Rede Municipal e de um colégio particular. A formação ocorreu no período de dois anos, sendo desenvolvida por meio de palestras e mesa redonda sobre as concepções pedagógicas, sendo em média dois encontros mensais, totalizando 40 horas de formação, assim distribuídas: 26 horas de palestras e mesa redonda, as quais foram realizadas no auditório da Secretaria Municipal de Educação e 14 horas de grupos de estudos nas escolas.

A dinâmica da formação, conforme já mencionado se deu em dois momentos, um deles por meio de palestras e mesa redonda sobre as concepções pedagógicas, tais como: Fundamentos Filosóficos; Pedagogias: Tradicional, Escolanovista, Tecnicista, Libertadora e Histórico-Crítica; Teorias Pós-Modernas: A Influência do Multiculturalismo na Educação Brasileira. A escolha dessa dinâmica vem ao encontro com Imbérnon (2009, p.97): “É necessário que a formação transite para uma abordagem mais transdisciplinar, que facilite a capacidade de refletir sobre o que uma pessoa faz, pois isso permite fazer surgir o que se acredita e se pensa”.

O segundo momento aconteceu por meio de grupos de estudos nas instituições de ensino, tendo como base as palestras e textos de apoio encaminhado pelos palestrantes. Além

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disso, a equipe de coordenação encaminhou às instituições de ensino questões norteadoras para os grupos de estudos, as quais, de modo geral, solicitavam uma síntese sobre o texto base, levantamento do que prevalece de cada concepção nas instituições de ensino e os pontos positivos e negativos de cada concepção.

Imbérnon (2009) alerta sobre as cansativas formações de professores em forma de cursos com muitos professores onde estes apenas assistem de forma passiva, ainda que é fundamental que os professores participem de forma ativa no planejamento, execução e avaliação dos resultados. Behrens (1996, p. 135), nos afirma “A essência na formação continuada é a construção coletiva do saber, a discussão crítica reflexiva do saber fazer”.

Após o término dos encontros aplicou-se uma pesquisa como forma de avaliar o trabalho desenvolvido. Este instrumento se deu em três etapas. A primeira envolveu uma pesquisa de satisfação sobre as palestras, por meio de questionários distribuídos aos participantes, após cada palestra e também após a mesa redonda. A segunda etapa realizou-se nas instituições de ensino, durante os grupos de estudo, no qual os docentes realizavam a leitura dos textos bases encaminhadas pelos professores formadores e por meio de questões norteadoras enviadas pela coordenação do projeto de extensão, opinavam sobre os pontos positivos e os pontos negativos de cada concepção pedagógica, bem como sobre o que prevalece de cada concepção nas instituições de ensino.

O terceiro momento sobre o qual se centrará este trabalho, aconteceu após o encerramento da formação continuada, quando foi elaborado um questionário que foi enviado a cada instituição de ensino para que os docentes participantes da formação pudessem responder. Portanto, foram distribuídos 24 questionários contemplando as escolas municipais, centros municipais de educação infantil, entidades sócio-educativas do município o colégio particular, cujos professores participaram da formação.

Resultados e Discussão

O questionário aplicado aos docentes foi composto por cinco questões, as quais serão analisadas na sequência, sendo a questão 01 – Avaliação da formação continuada sobre as concepções pedagógicas. a) Elas foram úteis na sua prática de ensino, geraram reflexões, dúvidas e produziram novidades?

Em relação a essa primeira pergunta, percebeu-se que 88% dos participantes disseram que sim, que foram úteis na prática de ensino, 8% responderam que não foram úteis para a

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prática de ensino, não geraram reflexões, nem dúvidas e não produziram novidades, ainda 4% não responderam, como mostra o Gráfico 1.

Gráfico 1: Opinião dos docentes sobre as contribuições da formação continuada para a sua formação.

Fonte: Dados organizados pelos autores a partir de pesquisa com os docentes.

Os participantes apresentaram alguns comentários referentes à pergunta, sendo considerados para análise os que mais se repetiram na tabulação de dados.

Comentários favoráveis ao processo de formação:

Geraram mudança, conhecimentos, esclarecem dúvidas, porém nem todas foram supridas, mas contribuiu para o melhor conhecimento do campo.

Todas as formações trazem conhecimentos tanto na teoria como na prática.

Enquanto gestoras educacionais, as reflexões foram importantes, pois trouxeram vários questionamentos sobre a prática e o olhar pedagógico, contribuindo para o trabalho de orientação.

Foi um curso muito proveitoso.

De acordo com Imbérnon (2009, p.39) alguns elementos que parecem comuns ainda aparecem pouco nas formações continuadas, entre eles “A reflexão sobre a prática num contexto determinado”. Percebe-se que através dos comentários dos docentes e gestores há um sinal de que houve reflexão, fator este importante e que obteve-se uma aceitação consideravelmente satisfatória. Comentários relevantes:

Na verdade, foram coisas já ouvidas, porém muito bem repassadas e de forma maravilhosa, por pessoas que dominam o assunto e realmente geraram reflexões.

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As concepções estudadas geraram reflexões, porém produziram poucas novidades. Na minha graduação já havia estudado todas essas concepções.

Questão número 01-b) A formação contribuiu objetivamente para o desenvolvimento da sua prática docente?

De acordo com essa pergunta obteve-se a mesma porcentagem que a questão da letra a , 88% disseram que sim, que contribuem para o desenvolvimento de sua prática docente, 8% responderam que não contribuem objetivamente para o desenvolvimento de sua prática docente, 4% não responderam. Pode-se destacar alguns comentários favoráveis:

Sim, de forma significativa no processo de ensino-aprendizagem.

Sim, muito úteis com certeza, através das reflexões e estudos as dúvidas foram surgindo, a nossa prática foi sendo modificada e reelaborada com mais precisão. Sempre mudanças acontecem com o conhecimento.

A partir das novas aprendizagens mudamos a prática, o jeito de ser e agir sempre gradativamente.

Outros comentários relevantes:

Contribuiu em partes, mas não para a nossa prática diária direcionada à educação infantil.

Elas aprofundaram meus conhecimentos, porém na prática não foi muito proveitosa. A formação continuada de professores é uma modalidade de formação que complementa a formação inicial e possibilita atender às necessidades imediatas dos professores, uma vez que esta pode ser planejada de acordo com os anseios desses profissionais. Ela é fundamental, pois é uma oportunidade dos docentes refletirem sobre a sua prática docente. A formação continuada ainda possibilita ao docente tornarem-se pesquisadores, pois valoriza-se o “conhecimento prático do professor, colocando-o na condição de investigador da sua própria prática e a formação como sendo esse processo de investigação” (SILVA et. al. 2012).

Embora tenham alguns comentários não muito favoráveis, relativos aos resultados da formação, fica evidente que a formação e suas temáticas surtiram efeitos positivos.

Os resultados obtidos por meio da questão 02: “Depois desses estudos, que temas você gostaria de aprofundar para melhorar a sua prática docente?”, apresentam-se no Gráfico 2.

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Gráfico 2: Sugestões de temas para implementação da prática docente.

Fonte: Dados organizados pelos autores a partir de pesquisa com os docentes.

Os participantes que responderam a essa segunda questão, a maioria sugeriu três temáticas, sendo como trabalhar o lúdico na educação infantil, literatura Infantil e fases do desenvolvimento infantil. Também foi apontado gestão escolar, e em menor número oficina de produção de texto e de matemática; recursos tecnológicos, pedagogia Histórico-Crítica, e pedagogia da afetividade. Foram sugeridos por apenas 1% dos participantes as seguintes temáticas, sendo que as instituições de ensino sugeriram mais do que uma temática: Os desafios atuais da educação como (preconceitos-bulling, homossexualidade, redes sociais; avaliação; trabalho em equipe; concepções pedagógicas; primeiros socorros; psicomotricidade; concepções pedagógicas na educação infantil; pensamento de vários autores relacionados á Educação como: Marx, André Petitt, Gramsci, Dermeval Saviani; conflitos e contradições da sociedade na atualidade e a interferência destes nos espaços escolares; necessidades especiais; políticas públicas: a diferença entre o real e o proclamado; professores da área para cada modalidade de ensino; Temas geradores e rede temática; pré-alfabetização).

Percebe-se muitas contribuições e sugestões para a continuidade deste projeto em parceria entre a universidade e a escola básica, fato este ressaltando por Mendes (2008) ao

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perceber também a importância da formação continuada partindo das expectativas dos professores e gestores da escola e complementa:

É necessário desta forma que os cursos ou projetos partam da prática pedagógica do professor, das necessidades destes, que esta prática seja teorizada, isto é, que seja possibilitado aos professores refletirem à luz das teorias produzidas a respeito do tema e dentro do referencial proposto volte à prática pedagógica, repensando-a reavaliando-a. (MENDES, 2008, p.10139)

A terceira pergunta, indagou: “Que necessidades e desafios práticos você enfrenta no seu cotidiano pedagógico e gostaria de receber formação?”. O gráfico 3 apresenta os resultados:

Gráfico 3: Opinião dos docentes sobre a importância e os desafios práticos dos docentes e necessidade de formação para atender a essas necessidades.

Fonte: Dados organizados pelos autores a partir de pesquisa com os docentes.

A partir dessa pergunta todas as instituições que participaram contribuíram abordando mais de um tema em sua resposta. Os temas mais sugeridos foram: limites, processo de Inclusão, alunos com dificuldade de aprendizagem e hiperativos, melhor método para ensinar os conteúdos aos alunos e chamar a atenção dos mesmos, em menor número apareceu a educação do campo mais prático e aprofundado, relacionamentos pais e escola, cursos práticos e básicos em tecnologia, ensinando a utilização do Datashow, celular, entre outros, ainda algumas opiniões de maneira isolada como temáticas sobre educação infantil, deficiências intelectuais, pratica de ciência com mais atenção, como ter autoridade sem ser autoritário, aulas práticas no dia a dia, avaliação na educação infantil, ensino aprendizagem na

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educação infantil, afetividade na educação infantil, gestão escolar. Pelo retorno das reflexões dos professores realizada durante os grupos de estudo, a pedagogia histórica crítica seria a pedagogia mais adequada aos desafios da formação contemporânea na educação básica. Desta forma complementam-se os questionamentos com: Você gostaria de aprofundar esta concepção?

Gráfico 4: Opinião dos docentes sobre a necessidade de aprofundar os conhecimentos sobre a concepção histórico-crítica.

Fonte: Dados organizados pelos autores a partir de pesquisa com os docentes.

Nessa última questão, o gráfico 4 mostra que 83% dos docentes gostariam de aprofundar a concepção pedagógica histórico critica, 13% não acham necessário aprofundar a concepção e 4% não responderam. Algumas das respostas trazem comentários complementares:

Poderia ser aprofundado, porém de forma prática e não teórica. Relacionar com a educação infantil.

Sim, mas com professor com linguagem menos técnica.

Em um dos questionários destaca-se um comentário que foi totalmente distinto aos outros comentários, sendo que uma das instituições escolares sugeriu trabalhar a Formação dos temas geradores e rede temática, para um planejamento definitivo para as escolas do campo. Essa proposta de trabalho específica para o campo também resulta do processo de formação continuada que a Rede Municipal de Ensino de Dois Vizinhos vem realizando em parceria com a UTFPR – Câmpus Dois Vizinhos, cuja temática “Educação do Campo” já foi abordada em 2012 numa outra formação continuada. Essas metodologias de trabalho foram retomadas parcialmente neste projeto, por meio do trabalho com a pedagogia libertadora, na

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qual se discorreu sobre o trabalho de Paulo Freire com os temas geradores. A Rede Temática, se compreende que os docentes estavam se referindo aos complexos temáticos de Pistrak, temática esta abordada de forma mais superficial nesta etapa de formação continuada, porém foi trabalhada com mais ênfase numa outra etapa de formação, conforme já mencionado.

A sugestão proposta expressa que a formação instigou os docentes a buscarem mais formação, ficando evidente que já há um certo conhecimento sobre o assunto, neste caso as metodologias de trabalho envolvendo os temas geradores e os complexos temáticos. No entanto, há necessidade de aprofundamento neste sentido.

Considerações Finais

Analisando a formação continuada sobre as concepções pedagógicas através da devolutiva dos docentes via questionários pode-se notar que todos os objetivos específicos foram atingidos, porém a formação continuada sobre as concepções pedagógicas não conseguiu atingir o objetivo geral, pois os depoimentos dos docentes evidenciam que estes, de modo geral, não têm uma preocupação em relação à escolha de uma concepção pedagógica que norteie o trabalho nas instituições de ensino. A pesquisa aponta ainda que os docentes esperam por algo que seja pronto, que lhes mostre a maneira de como ensinar em sala de aula e principalmente como ter domínio da turma. Há uma dificuldade objetiva dos professores em transferir a reflexão pedagógica filosófica para a sua prática docente, ou seja, a transposição didática, por isso, há por parte dos docentes uma solicitação de formação prática, objetiva que lhes conduza desde fora e não a partir da sua reflexão crítica e inovadora.

O trabalho docente necessita do aprofundamento pedagógico, de uma clareza quanto a linha de trabalho que a Rede Municipal ou a própria instituição de ensino quer trabalhar, pois a pedagogia define como a dinâmica educacional irá acontecer, quais são os objetivos em relação à formação do aluno. No entanto, parece que não há uma consciência coletiva do grupo de educadores em relação a isso.

Portanto, pela análise dos dados da pesquisa, a grande maioria dos docentes participantes da formação está mais ocupado com o conteúdo e com o controle dos alunos. As práticas inovadoras ficam sufocadas em meio aos conflitos produzidos na relação professor-aluno.

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REFERÊNCIAS

BEHRENS, M. A. Formação continuada de professores e a prática pedagógica. Curitiba: Champagnat, 1996.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em 13 de julho de 2015.

________. Plano Nacional de Educação – Lei nº 13.005, de 25 junho de 2015.Disponível em:http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/_Ato20112014/2014/Lei/L13005.htm. Acesso em 13 jul. 2015.

FIORENTINI, D. A Pesquisa e as Práticas de Formação de Professores de Matemática em face das Políticas Públicas no Brasil. Bolema, v. 21, n. 29, p. 43-70, 2008

IMBÉRNON, F. Formação permanente do professorado: novas tendências. São Paulo: Cortez, 2009.

MENDES, K.V.M Parceria Universidade e Escola na formação continuada de professores. In: VII Congresso Nacional de Educação – Educere, 2008 Anais... Disponível em:

<http://www.puc.br/eventos/eduere/educere2008anais/pdf/592-509>. Acesso em: 01 de jul. 2015.

SILVA, M, O. VITÓRIA, M, I, C. Formação Continuada de Professores: concepções e entendimentos de professores de um curso de hotelaria. IX Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul, 2012. Disponível em:

http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/22/547. Acesso em: 01 de jul. 2015.

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