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pela qualidade Café: mais demanda Helicoverpa armigera Indicação de Procedência Café da Região do Cerrado Mineiro Óleos essenciais Mercado em expansão

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Ano 116 Nº 699/2013 R$ 12,00

Café: mais demanda

pela qualidade

Praga

Como enfrentar a

Helicoverpa armigera

Óleos essenciais

mercado em

expansão

Indicação de Procedência

Café da região do

Cerrado mineiro

(2)

www.timeagrobrasil.com.br

Fruto de uma parceria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) com

o Sebrae, o Time Agro Brasil entrou em campo para transformar a agropecuária

brasileira em um time campeão. Para isso, o produtor rural está sendo treinado nas

mais avançadas tecnologias para modernizar a sua produção, sempre com foco na

sustentabilidade. Cursos, palestras, programas de capacitação estão sendo realizados

em todo o Brasil para tornar o produtor rural um craque ainda maior na agropecuária,

tendo como embaixador o maior craque de todos os campos: Pelé.

Time Agro Brasil. Campeão na produção com preservação ambiental.

Pelé (Embaixador do Time Agro Brasil)

A AGRICULTURA

É A BOLA DA VEZ

C M Y CM MY CY CMY K

(3)

A Lavoura - Nº 699/2013 • 3

Ano 116 . Nº 699/2013

A LAVOURA

SNA 116 ANOS 06 PANORAMA 10 ORgANicS Net 21 ALiMeNtAçãO & NUtRiçãO 22 SOBRAPA 36 SRB - Sociedade 43 Rural Brasileira ANiMAiS de 58 eStiMAçãO eMPReSAS 62

cAfé

Qualidade da cafeicultura:

demandas mundiais e oportunidades

• 16

Óleos essenciais:

uma fonte de divisas a ser mais explorada no Brasil

PLANtAS BiOAtiVAS

• 48

Brejal

O potencial do campo

tURiSMO ecO-RURAL

• 30

64 •

Indústria Agrícola

Nova cevada cervejeira é importante e vantajosa para a indústria de malte

60 •

Manejo Bovino

Nutrição de precisão: simples e eficiente

54 •

Café

Tecnologia com sabor de sucesso

40 •

Café

Café capixaba: bom, do campo à mesa

Um inimigo chamado

Helicoverpa armigera

PRAgA

44 •

IndICAçãO geOgráfICA

“Café de atitude” gera valor compartilhado

(4)

É proibida a reprodução parcial ou total de qualquer forma, incluindo os meios eletrônicos sem prévia autorização do editor. Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores, não traduzindo necessariamente a opinião da revista A Lavoura e/ou da Sociedade Nacional de Agricultura.

Diretor Responsável

Antonio Mello Alvarenga

Editora Cristina Baran editoria@sna.agr.br Reportagem e redação Paula Guatimosim redacao.alavoura@sna.agr.br Secretaria

Sílvia Marinho de Oliveira alavoura@sna.agr.br Assinaturas assinealavoura@sna.agr.br Publicidade alavoura@sna.agr.br / cultural@sna.agr.br Tel: (21) 3231-6369

Endereço: Av. General Justo, 171 • 7º andar • CEP 20021-130 • Rio de Janeiro • RJ • Tel.: (21) 3231-6369 / 3231-6350 • Fax: (21) 2240-4189 Endereço eletrônico: www.sna.agr.br • e-mail: alavoura@sna.agr.br • redacao.alavoura@sna.agr.br

Foto: Divulgação ISSN 0023-9135 Editoração e Arte I Graficci Tel: (21) 2213-0794 igraficci@igraficci.com.br Impressão

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Circulação

DPA Consultores Editoriais Ltda. dpacon@uol.com.br

Tel: (11) 3935 5524

Distribuição Nacional

FC Comercial

Colaboradores desta edição

Alicia Nascimento Aguiar Aymbiré Fonseca Bia Rique Deise Froelich Fábio Rynol Fernanda Domiciano Flávia Bessa Humberto Ribeiro Bizzo Ibsen de Gusmão Câmara Joseani M. Antunes

Larissa Morais Luís Alexandre Louzada

Paula Guatimosim Raiza Tronquin Raphael Santos Ronaldo Luiz Samantha Mapa Sara Maria Chalfoun Viviane Pujol Magro

CADEIRA TITULAR

01 RoBERTo FERREiRA DA SiLvA PinTo

02 JAimE RoTSTEin

03 EDuARDo EuGênio GouvêA viEiRA

04 FRAnCELino PEREiRA

05 Luiz mARCuS SuPLiCy HAFERS

06 RonALDo DE ALBuquERquE

07 TiTo BRuno BAnDEiRA RyFF 08 LinDoLPHo DE CARvALHo DiAS

09 FLávio miRAGAiA PERRi

10 JoEL nAEGELE

11 mARCuS viníCiuS PRATini DE moRAES 12 RoBERTo PAuLo CEzAR DE AnDRADE

13 RuBEnS RiCúPERo

14 PiERRE LAnDoLT

15 AnTônio ERmíRio DE moRAES

16 iSRAEL KLABin

17 JoSé miLTon DALLARi SoARES 18 João DE ALmEiDA SAmPAio FiLHo

19 SyLviA WACHSnER

20 AnTônio DELFim nETTo

21 RoBERTo PARAíSo RoCHA

22 João CARLoS FAvERET PoRTo 23 SéRGio FRAnKLin quinTELLA

24 SEnADoRA KáTiA ABREu

25 AnTônio CABRERA mAno FiLHo

26 JóRio DAuSTER

27 ELizABETH mARiA mERCiER quERiDo FARinA 28 AnTonio mELo ALvAREnGA nETo

29 iBSEn DE GuSmão CâmARA

30 JoHn RiCHARD LEWiS THomPSon 31 JoSé CARLoS AzEvEDo DE mEnEzES 32 AFonSo ARinoS DE mELLo FRAnCo

33 RoBERTo RoDRiGuES

34 João CARLoS DE SouzA mEiRELLES 35 FáBio DE SALLES mEiRELLES

36 LEoPoLDo GARCiA BRAnDão

37 ALySSon PAoLinELLi

38 oSAná SóCRATES DE ARAúJo ALmEiDA

39 DEniSE FRoSSARD

40 LuíS CARLoS GuEDES PinTo

41 ERLinG LoREnTzEn

Fundador e Patrono:

Octavio Mello Alvarenga

ACADEmIA NACIoNAL DE AgRICULTURA

DIREToRIA ExECUTIvA

Antonio Mello Alvarenga Neto Presidente Almirante Ibsen de Gusmão Câmara 1º vice-presidente Osaná Sócrates de Araújo Almeida 2º vice-presidente Joel Naegele 3º vice-presidente Tito Bruno Bandeira Ryff 4º vice-presidente Francisco José Vilela Santos Diretor Hélio Meirelles Cardoso Diretor José Carlos Azevedo de Menezes Diretor Luiz Marcus Suplicy Hafers Diretor Ronaldo de Albuquerque Diretor

Sérgio Gomes Malta Diretor

Claudine Bichara de Oliveira Maria Cecília Ladeira de Almeida Plácido Marchon Leão

Roberto Paraíso Rocha Rui Otavio Andrade

ComIssão fIsCAL

Alberto Werneck de Figueiredo Antonio Freitas

Claudio Caiado

John Richard Lewis Thompson Fernando Pimentel

Jaime Rotstein José Milton Dallari Katia Aguiar

Marcio E. Sette Fortes de Almeida Maria Helena Furtado

Mauro Rezende Lopes Paulo M. Protásio Roberto Ferreira S. Pinto Rony Rodrigues Oliveira Ruy Barreto Filho

Claudine Bichara de Oliveira Maria Cecília Ladeira de Almeida Plácido Marchon Leão

Roberto Paraíso Rocha Rui Otavio Andrade DIREToRIA TéCNICA

Presidente:

(5)

A Lavoura - Nº 699/2013 • 5

cARtA dA SNA

Desde meados do século passado, com o processo de industrialização e a frenética urbanização do país, o setor rural foi relegado a um plano inferior. Industriais, banqueiros e comerciantes eram valorizados, representavam a moder-nidade e formavam a “elite” da nação. Os agricultores eram classificados como caipiras, atrasados e pouco instruídos.

A classe política voltava suas atenções para os morado-res das áreas urbanas. As plataformas dos candidatos e os programas dos governos enfatizavam o desenvolvimento da indústria, o crescimento das cidades e a melhoria das condições de vida de seus habitantes.

Esse panorama vem mudando nos últimos anos. o agro-negócio prosperou graças às condições naturais do país e ao desenvolvimento de tecnologias apropriadas, que propor-cionaram vantagens comparativas e competitivas à nossa produção agropecuária.

O Brasil cumpre sua vocação e consolida lugar de des-taque como um dos maiores fornecedores de alimentos do mundo, com papel fundamental na equação global de segu-rança alimentar.

Em 40 anos, deixamos de ser um país importador de alimentos para assumir uma posição invejável no comércio internacional. Fornecemos comida boa e barata para ali-mentar para 200 milhões de brasileiros e ainda produzimos excedentes exportáveis equivalentes a 100 bilhões de dóla-res por ano. Além disso, temos o mais avançado programa de geração de agroenergia do planeta.

As atenções se voltam para o sucesso do agronegócio, que responde por cerca de 37% dos empregos, 23% do PIB e 40% das exportações do país.

A imprensa passou a dar maior espaço para noticiar o se-tor, e os brasileiros, de forma geral, começaram a valorizar o homem do campo.

Recente pesquisa da Escola Superior de Propaganda e marketing (ESPm) mostrou que 81% da população brasilei-ra considebrasilei-ra o agronegócio muito importante. Em algumas regiões, como é o caso do Centro Oeste, esse percentual sobe para 99%.

Nesse contexto, o setor ganha importância política. Nas eleições de 2014 os candidatos precisarão mostrar com ob-jetividade quais serão seus compromissos em relação ao de-senvolvimento de nossa agropecuária.

A SNA é uma instituição que não apoia partidos políticos e não se engaja em campanhas eleitorais deste ou daquele candidato. No entanto, temos o dever de colaborar com a construção de uma plataforma que reúna os interesses do agronegócio.

Independentemente de seus respectivos partidos, esta-mos identificando os parlamentares que mais contribuíram para a defesa e o apoio ao setor.

A bancada ruralista no Congresso demonstrou sua capa-cidade de articulação e mobilização, alcançando significati-vos resultados em favor do homem do campo.

vamos trabalhar em 2014 para que o agronegócio con-quiste maior espaço político e seja atendido em suas legíti-mas reivindicações.

* * *

nesta edição, o leitor ficará bem informado sobre a so-lenidade de premiação dos Destaques A Lavoura e sobre as homenagens especiais que prestamos em comemoração aos 40 anos da Embrapa e 20 anos da Abag.

Também noticiamos a assinatura de um importante con-vênio com a FAo, para divulgação de conteúdo específico na revista A Lavoura. Estabelecemos ainda um convênio com o inPi, de incentivo às indicações Geográficas. À propósito, não deixem de ler nesta edição uma bela matéria sobre o café do cerrado mineiro.

A partir desta edição, A Lavoura publicará a seção “Ali-mentação & Nutrição”. Neste número, trazemos uma entre-vista com a renomada especialista Bia Rique.

Boa leitura e feliz 2014!

Antonio Alvarenga

Antonio Mello Alvarenga Neto

2014: um ano político de

valorização do agronegócio

(6)

SNA 116 anos

SNA assina importantes acordos

com a FAO e o INPI

D

urante a realização do 14º Congresso de Agribusiness, nos dias 7 e 8 de no-vembro, no Rio de Janeiro, a Sociedade Nacional de Agricultura assinou re-levantes acordos com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agri-cultura (FAO/ONU) e com o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).

No primeiro dia do evento, Alan Bojanic, representante no Brasil da FAO/ ONU firmou um convênio com o presidente da SNA, Antonio Alvarenga, para o desenvolvimento de atividades conjuntas com o objetivo de difundir informações e ações voltadas para o agronegócio.

Além disso, segundo o texto do acordo, a FAO propõe uma parceria com A Lavoura – a revista agrícola mais antiga do país – a fim de unir esforços para cum-prir os “Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e da Cúpula Mundial sobre Ali-mentação de 2009”. A FAO também ressaltou o pioneirismo e o amplo alcance da publicação da SNA nos centros de pesquisa, universidades e bibliotecas do Brasil.

INSegURANçA AlImeNtAR

Bojanic destacou a importância do Brasil como um dos maiores produtores de alimentos do mundo e a cooperação com países que passam pela chamada “insegurança alimentar”. – Uma em cada quatro pessoas na África, por exemplo, não consome quantidade suficiente de alimentos para sua sobrevivência. Por ou-tro lado, houve uma diminuição nos níveis de insegurança alimentar, mas muitos homens, mulheres e crianças ainda passam fome no mundo, reclamou o repre-sentante da FAO.

Mesmo com a queda do número de famintos em nível global, Bojanic afirmou que 842 milhões ainda passam fome e, por isso, lamentou o fato de que 30% da

produção mundial de alimentos deva se perder, principalmente por causa de mudanças climáticas que estão modifi-cando a situação das lavouras. “A agri-cultura tem de se adaptar, porque a segurança alimentar do futuro terá de vir do aumento da sua produtividade. e as tecnologias são fundamentais em busca de melhorias no campo”, ressal-tou Bojanic.

De acordo com o representante da FAO/ONU, estados Unidos, Aus-trália, Rússia e Ucrânia, por exemplo, são grandes celeiros da produção de alimentos, mas não para a agricultura tropical. “O Brasil detém a centralida-de, porém, precisa investir mais em tecnologia, assistência técnica e trans-missão de conhecimentos”, observou.

Para atender à demanda por ali-mentos no planeta, a produção terá de aumentar 20% até 2020, informou Bojanic. “O Brasil poder vir a contri-buir com até 40% deste crescimento. em todo o mundo, devemos investir 83 bilhões de dólares em agricultura, até porque países do Sudeste e Sul da Ásia e países da África não terão condições de produzir quantidade suficiente de

o presidente da SnA, Antonio Alvarenga e o representante da FAo no Brasil, Alan Bojanic, assinam convênio que irá difundir informações e ações no âmbito do agronegócio

Jorge ávila, presidente do inPi, durante a assinatura do acordo: Propriedade Industrial como estratégia comercial de agregação de valor ao produto

Cr istina Bar an Cr istina Bar an

(7)

A Lavoura - Nº 699/2013 • 7

alimentos.” A meta da FAO é ter um mi-lhão de toneladas a mais de alimentos até 2050 e, para isso, reforçou o repre-sentante da entidade, “o Brasil terá um papel fundamental”.

COOPeRAçãO téCNICA PARA

AS INDICAçõeS geOgRÁFICAS

Ainda durante o congresso, o presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Jorge Ávila, e o presidente da SNA, Antonio Alvarenga, firmaram acordo de coo-peração técnica. Segundo o conteúdo do texto, o objetivo é “promover a dis-seminação e a capacitação sobre Ino-vação, Propriedade Industrial e Infor-mação tecnológica, especialmente as Indicações Geográficas/IG (Indicação de Procedência/IP e Denominação de Origem/DO) e marcas Coletivas, para um melhor entendimento e uso do sistema de PI como fator estratégico para a promoção da inovação tecno-lógica, da competitividade e do desen-volvimento sustentável dos negócios do setor”.

O acordo também pretende con-solidar a propriedade industrial como estratégia comercial de agregação de valor ao produto e de suporte à com-petitividade dos produtores brasilei-ros. O desenvolvimento, mapeamento e registro de novas Igs e marcas Cole-tivas, para ampliar o rol de produtos protegidos, assim como a divulgação desses produtos sinalizados junto aos mercados interno e externo, são algu-mas das metas da cooperação.

“é uma forma de mostrar ao pro-dutor que ele pode gerar valor para seus produtos através da propriedade intelectual, e vale para produtores de todos os tamanhos”, explicou Ávila.

Alvarenga comemorou o acordo. “Quero agradecer a oportunidade de a SNA desenvolver um projeto em conjunto com o INPI que agregará co-nhecimento e capacitação ao produtor rural. A área de patentes é muito im-portante para o agro, pois dará suporte à competitividade dos produtos brasi-leiros”, finalizou

SNA e A lavoura

elegem os melhores do

agronegócio brasileiro

A

Sociedade Nacional de Agricultura e a revista A lavoura promoveram mais uma edição do tradicional prêmio “Destaque 2012/13”, durante o encerramento, no dia 8 de novembro, do 14º Congresso de Agribusiness. Des-sa vez, dez nomes, entre personalidades e instituições, foram homenageados no auditório da Confederação Nacional do Comércio (CNC), no centro do Rio de Janeiro.

DeStAQUeS eSPeCIAIS

A Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e a embrapa, representadas por seus presidentes, respectivamente, luiz Carlos Carvalho e maurício lopes, foram agraciadas com o “Destaque Especial SNA 2012/13″.

O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, recebeu o prêmio “Destaque Es-pecial SNA 2012/13″ pelos 40 anos de atuação do órgão no país. Lopes agrade-ceu a homenagem reforçando que o “Brasil passou por uma primeira revolução do setor agrícola, nos

últi-mos 40 anos, e agora

pas-1

2 foto 1 - Maurício Lopes,

presidente da Embrapa (ao centro), recebe o Destaque Especial SnA que presta homenagem aos 40 anos de atuação da Embrapa no país; a seu lado, o ex-ministro Roberto Rodrigues (à esq.) e o presidente da SNA, Antonio Alvarenga

foto 2 - O ex-ministro Allyson Paolinelli entrega o prêmio a Cesário Ramalho, presidente da SRB, que destacou a importância do congresso na defesa dos interesses dos agricultores e pecuaristas

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SNA 116 anos

foto 3 - Antonio Alvarenga entrega o Destaque Especial SnA a Luiz Carlos Carvalho, presidente da Abag: entidade foi homenageada por sua atuação junto à cadeia produtiva do agronegócio

foto 4 - Luis Carlos Guedes Pinto concede o prêmio a Cristiano Walter Simon, consultor da Câmara Temática de insumos Agropecuários do Mapa, pela difusão de conhecimentos técnico-científicos

foto 5 - Cristina Baran, editora da revista A Lavoura, e Caio Rocha, secretário do mapa: Plano ABC do ministério da Agricultura, que defende tecnologias de produção sustentáveis e baixa emissão de carbono, ganhou o prêmio Destaque

foto 6 - o presidente da Academia nacional de Agricultura, Roberto Rodrigues, presta homenagem a Romeu Afonso de Souza Kiihl, diretor Científico da Tropical Melhoramento e Genética, considerado “o pai da soja brasileira”

sará por uma segunda revolução, cujo sucesso vai depender de sermos capazes de responder às exigências do mercado e de ir além de produzir só alimentos, fibra e energia”.

O presidente da SNA, Antonio Alvarenga, entregou o prê-mio ao presidente da Abag, luiz Carlos Carvalho. A entidade foi homenageada por sua atuação junto ao agronegócio por 20 anos. “Represento pessoas que influenciaram e influenciam a cadeia produtiva do agronegócio. Quero agradecer a todos da Abag”, disse Carvalho.

PRemIADOS

este ano, receberam o “Destaque A lavoura 2012/2013” Cesário Ramalho da Silva, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SBR), na categoria “Representação Institucional”; Cristiano Walter Simon, consultor da Câmara temática de Insumos Agropecuários do Conselho de Agronegócio do mi-nistério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (mapa), na categoria “tecnologia de Insumos”; Romeu Afonso de Souza Kiihl, diretor científico da Tropical Melhoramento e Gené-tica, na categoria “tecnologia de Produção”; o Plano ABC do ministério da Agricultura, que à ocasião foi representado por Caio tibério Dornelles da Rocha, gestor do programa do go-verno federal e secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do mapa; eduardo Assad, pesquisador da empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (embrapa), na categoria “Pesquisa”; o Jornal do Commercio (categoria “Co-municação”), que esteve representado por seu coordenador comercial, Cesar Augusto Figueiredo de Souza; André Ilha, diretor de Biodiversidade do Instituto estadual do Ambien-te (Inea), na caAmbien-tegoria “meio AmbienAmbien-te”, e Itaipu Binacional, por seu programa “Cultivando Água Boa”, sendo representada pelo engenheiro agrônomo João José Passini.

AgRADeCImeNtOS

Cesário Ramalho (SBR), ao receber o prêmio do ex-mi-nistro Alysson Paolinelli, declarou: “eu me sinto emocio-nado. Com muita humildade, recebo esta homenagem em

3 4 5

(9)

A Lavoura - Nº 699/2013 • 9

foto 9 - Sérgio Malta, diretor da SNA, entrega honraria ao representante da Itaipu Binacional, João José Passini: êxito do programa “Cultivando água Boa”

foto 10 - André ilha, diretor de Biodiversidade de águas Protegidas do inEA, recebe prêmio na categoria “meio Ambiente” das mãos da coordenadora do Ci orgânicos, da SnA, Sylvia Wachsner

foto 7 - Diretor da SnA, Paulo Protásio presta homenagem a Eduardo Assad (Embrapa): reconhecimento no setor de pesquisas

foto 8 - Antônio Freitas, diretor da SNA, concede prêmio ao Jornal do Commercio: seu

representante, o coordenador comercial Cesar Augusto Figueiredo de Sousa, lembrou os 186 anos do diário nome da minha entidade, dos agricultores e dos pecuaristas

bra-sileiros tão bem defendidos neste congresso”.

O também ex-ministro Luis Carlos Guedes Pinto entregou o prê-mio “Destaques” a Cristiano Simon (mapa). “Para mim, é um reco-nhecimento importantíssimo após uma carreira de mais de 40 anos. Não sou cientista, mas procurei aprender e levar os conhecimentos técnico-científicos aos agricultores”, ressaltou Simon.

Presidente da Academia Nacional da Agricultura, o ex-minis-tro Roberto Rodrigues entregou a honraria “Destaques A lavoura 2012/2013″ a Romeu Kiihl, considerado o “pai da soja brasileira”. – Com quase 72 anos, a gente se torna mais um contador de histórias e não palestrante. meu sonho, enquanto estudante, era trabalhar com melhoramento de arroz, mas, por um mal entendido, fui parar na soja. Fui criticado por um colega, porque a soja era um produto sem expressão. Hoje, só tenho a agradecer”, comemorou o contemplado.

Representando o Plano ABC do ministério da Agricultura, Caio Rocha, ao ser homenageado por Cristina Baran, editora da revista A Lavoura, agradeceu: “Recebo este prêmio em nome do Mapa e de todos aqueles que se dedicam ao Plano ABC, que hoje já envolve dez ministérios. tenho a alegria e a satisfação de ser o gestor deste pro-jeto. e quero aproveitar a ocasião para homenagear eduardo Assad (pesquisador da embrapa, um dos contemplados da noite), mentor do projeto”.

O diretor da SNA, Paulo Protásio, concedeu o troféu a eduardo Assad (Embrapa). “Agradeço por esse prêmio, mas vou dividi-lo com todos os meus colegas da embrapa, principalmente com aqueles que me ajudaram a mudar a concepção de que a agricultura não é a vilã das mudanças climáticas e que é possível fazer uma agricultura com sustentabilidade”, discursou Assad.

em nome do Jornal do Commercio, Cesar Augusto Figueiredo de Sousa, coordenador comercial do diário, destacou que “o jornal noti-cia, há 186 anos, os mais importantes fatos da economia, e o agrone-gócio tem merecido destaque nos últimos anos”.

Ao ser agraciado pela coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos da SNA, Sylvia Wachsner, com o prêmio “Destaques A Lavoura 2012/13″ na categoria Meio Ambiente, André Ilha (Inea) afirmou: “Estou lisonjeado por receber um prêmio ao final de um evento desta envergadura. espero que possamos trilhar bons cami-nhos nestas áreas vitais que envolvem o agronegócio, para construir um mundo melhor”.

Ao receber o prêmio das mãos do diretor da SNA, Sérgio malta, em nome da Itaipu Binacional, João José Passini fez questão de salientar que “o prêmio não era da Itaipu e, sim, dos mais de dois mil parceiros que nós temos”.

7 8

9

(10)

guia avalia melhores

árvores pArA pAsTAgeNs

Arborização de pastagens é uma alternativa para

diversificar a renda do produtor rural, oferecer mais

conforto ao animal, melhorar a fertilidade do solo e

aumentar a produtividade do rebanho

nos países que fazem fronteira com o Brasil, como Peru, Bolívia, Colômbia e Equador”, declara Andrade.

O primeiro capítulo trata sobre a situação atual e as perspectivas para arborização de pastagens na Améri-ca Latina; o segundo sobre conceitos, benefícios e métodos de implantação de sistemas silvipastoris; o terceiro so-bre o método utilizado para classificar as espécies listadas e o último é o guia de espécies.

Sistemas integrados de produção

Os sistemas silvipastoris integram árvores e pastagens para criação de animais e conferem maior sustenta-bilidade à atividade produtiva. Para o pesquisador da Embrapa Acre, Tadário Kamel, um dos autores do livro, o Guia

Melhores espécies

A espécie que apresenta as melhores características para fornecimento de serviços foi o bordão-de-velho (Samanea tubulosa), árvore nativa, que ocorre principalmente na Amazônia e no Cerrado. “Em geral, as leguminosas, como é caso do bordão-de-velho, apresentam características interessan-tes devido a sua capacidade de fixar nitrogênio e arquitetura da copa, que permite passagem de luz solar adequada para o crescimento das gramíneas, dentre outros fatores”, afirma Andrade. Para a produção de madeira, o parapará (Jacaranda copaia) se destacou das demais espécies. árvore nativa que ocorre na região norte, nordeste e centro-oeste, essa espécie cresce rápido e a madeira tem um bom valor de mercado. As outras 51 espécies estão listadas no Guia Arbopasto, que pode ser adquirido na Livraria Embrapa. www.embrapa.br/livraria.

A

 

arborização de pastagens é uma alternativa para diversificar a renda do produtor rural, oferecer mais conforto ao animal, melhorar a fertili-dade do solo e aumentar a produtivi-dade do rebanho. Para ajudar na es-colha das espécies, a Embrapa lançou o Guia Arbopasto: manual de identifi-cação e seleção de espécies arbóreas para sistemas silvipastoris.

o guia descreve 51 espécies dife-rentes que ocorrem naturalmente em pastagens e traz duas modalidades de classificação: as que possuem melhores características para fornecimento de ser-viços, tais como qualidade da sombra, dos frutos, de fornecimento de nitrogê-nio e as melhores árvores para produção de madeira. no total, foram avaliadas 15 características de cada espécie.

Manual

“Trata-se de um manual para ajudar o produtor rural a fazer arborização de pastagens, tanto para escolher espé-cies a serem plantadas, quanto para manter as espécies que já ocorrem no pasto”, afirma o pesquisador da Embra-pa Acre, Carlos Maurício de Andrade, um dos editores técnicos do Guia.

Foram catalogadas árvores de pas-tagens no Acre e de Rondônia, mas a maioria das espécies ocorre, também, nos outros biomas brasileiros. “Das es-pécies avaliadas, 100% estão presentes na região norte, 76% no centro oeste, 53% no nordeste, 31% no sudeste e 20% no sul do Brasil, ou seja, é um guia de abrangência nacional e internacio-nal, porque temos paisagens parecidas

Arbopasto pode ser um importante aliado para implantação desses siste-mas. “Estudos já comprovaram os bene-fícios do uso dessas espécies listadas no Guia, tanto em sistemas de regeneração espontânea, como em sistemas em que as árvores são plantadas”, afirma.

Parapará é uma das espécies catalogadas

Car

los M

aur

ício

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A Lavoura - Nº 699/2013 • 11

A

 

cebola é uma das plantas de maior difusão do pla-neta e apresenta grande importância mundial, não só em termos de produção, mas também de consumo. No Brasil, é a terceira hortaliça mais cultivada e seu consu-mo é feito principalmente in natura coconsu-mo condimento ou tempero. Embora versátil em termos alimentares e culi-nários, essa hortaliça ainda tem pela frente um grande desafio para aumentar seu consumo, principalmente em se tratando da cebola roxa, pois a demanda por esta va-riedade de bulbo é pequena e concentra-se no Nordeste e entorno de Belo Horizonte (MG).

 Para agregar valor nessa espécie de cebola, um estudo realizado na Escola Superior de Agricultura “Luiz de quei-roz” (uSP/ESALq), sinalizou que os produtos minimamente processados vêm obtendo crescente participação no mer-cado de produtos frescos em função da praticidade que oferecem ao consumidor. No caso da cebola, o preparo do bulbo é o maior motivo de reclamações, já que por conter compostos voláteis, causam irritação aos olhos e deixam odor característico na mão do manipulador. Ao trabalhar com cebola minimamente processada, a atividade poderá trazer benefícios tanto aos produtores quanto ao consumi-dor, além de tornar-se um nicho de mercado.

Minimamente processada

Desenvolvido pelo Programa de Pós-Graduação (PPG) em Ciência e Tecnologia de Alimentos, sob orientação de Ricardo Alfredo Kluge, do Departamento de Ciências Bio-lógicas (LCB), o estudo buscou conhecer, com detalhes, a fisiologia e manuseio da cebola em questão. “Pensamos em

estudar o comportamento de cebola roxa minimamente processada a fim de avaliar seus aspectos fisiológicos, bio-químicos e microbiológicos. Para isso, foram testadas dife-rentes temperaturas de armazenamento, combinados com dois tipos de corte, e a influência de diferentes embalagens na vida útil desse produto”, explicou a cientista dos alimen-tos e responsável pela pesquisa, natalia Dallocca Berno.

A cientista afirmou que no cenário brasileiro atual, as temperaturas de comercialização e armazenamento ra-ramente são respeitadas. Dessa forma, o estudo mostrou que quanto menor a temperatura, maior é a vida útil e a qualidade do produto, sendo que na temperatura de 0ºC, o produto pode durar até três vezes mais que se armaze-nado a 15ºC. “isso gera um ganho tanto para o comer-ciante que terá menos descarte do produto ao longo da comercialização, quanto para o consumidor, que poderá adquirir produto com qualidade num maior prazo de vali-dade”, disse a pesquisadora.

Por outro lado, foram estudadas quatro embalagens facilmente encontradas e de preços baixos, pois a pesqui-sa observou que a embalagem também pode interferir na qualidade do produto, mantendo-a por mais tempo. “A escolha da embalagem adequada pode valorizar o pro-duto não só na aparência geral, mas também na sua qua-lidade específica”.

Outro aspecto interessante diz respeito à pungência da cebola, da sensação picante que os consumidores sentem ao comê-la. No caso da cebola roxa, a pungência pode ser ainda maior, dependendo da variedade e, nessa pesquisa, as etapas de processamento mínimo reduziram em até 50% a pungência da cebola roxa.

Antioxidante

A cebola é um dos vegetais mais ricos em quercetina, poderoso composto com propriedades antioxidantes e anticarcinogênicas, e que apesar da redução de querce-tina durante o armazenamento, a cebola minimamente processada ainda continha níveis elevados do compos-to. “Isso demonstra que o processamento mínimo ainda mantém a cebola como uma das hortaliças mais ricas em quercetinas”, finalizou a pesquisadora.

Alicia Nascimento Aguiar

ESALq/uSP

Etapa de descascamento manual no processamento mínimo de cebola “Crioula Roxa” n atalia Dalloc ca B er no

SeM chORO

cebola minimamente processada

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R

 

ainha absoluta das latas, a sardinha (Sardinella

brasilien-sis) responde por dois terços do mercado nacional de

peixes em conserva, o qual faturou R$2,27 bilhões em 2009, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Alimen-tação. No entanto, ao longo dos anos, tem-se registrado um declínio dos estoques naturais de sardinha. Em 1970, o Brasil pescou 135 mil toneladas da espécie. Já no ano passado, a captura somou pouco mais de 90 mil toneladas. Para assegu-rar  a proteção da sua reprodução, foi instituído o período de defeso, cinco meses anuais em que a pesca é proibida.

Com o objetivo de responder a esse gargalo da indústria conserveira e ampliar o mercado consumidor de pescados em conserva, alcançando novos nichos, especialistas da

Panorama

A

 

Rede BioFoRT tem provocado com suas ações no nor-deste um aumento significativo na produção agrícola da região semiárida. Especificamente no estado do Piauí, é possível observar casos como o da Escola Agrícola de São Miguel do Tapuio, que, na última safra de batata-doce bio-fortificada, conseguiu colher, em um metro quadrado, 7 kg do cultivar, resultando numa provável colheita de 70

tonela-das em apenas um hectare. Lembrando que, segundo dados da Embrapa Hortaliças, a média nacional de colheita de ba-tata-doce é de 8 toneladas por hectare. os benefícios de me-lhoria de renda, devido à excelente produtividade, têm feito muitos trabalhadores permanecerem junto de suas famílias, e desistirem, assim, de praticar o êxodo rural.

o analista de transferência de tecnologia da Embrapa meio-norte, marcos Jacob, coordena as ações da Rede Bio-FoRT na região nordeste do país, transferindo tecnologia adequada para a elevação da produção dos agricultores fa-miliares, que encontram na seca o maior adversário durante o plantio. “o grande diferencial está na forma inovadora de transferir a tecnologia, pois utiliza-se o princípio da “Segu-rança Produtiva”, conjunto de medidas necessárias à redu-ção dos riscos de perda de produredu-ção e que possibilitem ao pequeno produtor rural produzir seu próprio alimento com garantia de colheita. Desenvolveu-se, assim, uma nova me-todologia com base em pequenas áreas irrigadas por gote-jamento ou outros sistemas com baixo consumo de água, para serem implantadas principalmente no Semiárido bra-sileiro, com aplicabilidade em qualquer situação em que o pequeno produtor não possua as condições mínimas para garantir êxito em seus sistemas produtivos.”

“Hoje a presença do projeto BioFoRT na região nordeste tem tido resultados bastante animadores, possibilitando a pequenos produtores familiares produzir alimento de quali-dade e em quantiquali-dade suficiente para o consumo próprio e ainda a venda de excedentes.”  O analista lembra ainda que

Superprodução

de batata-doce

no Semiárido

Que espécies

de peixe podem

substituir

a sardinha?

Embrapa iniciaram o projeto “A matrinxã (Brycon cephalus) como alternativa à sardinha verdadeira (Sardinella

brasilien-sis) para enlatamento pela indústria de pescados”, e assim

começar a testar essa e outras espécies de peixes propícias para a comercialização em lata.

“é um projeto abrangente que analisará a viabilidade econômica da produção, a aceitação do mercado consumi-dor, os processos tecnológicos de processamento da ma-trinxã e a transferência de boas práticas aos aquicultores interessados em produzir a espécie”, explica o analista Die-go Neves que coordena o projeto ao lado da pesquisadora Patrícia mochiaro, ambos da Embrapa Pesca e Aquicultura, em Palmas (TO).

Nicho de mercado

“Caso a matrinxã se mostre mais onerosa que a sardi-nha, podemos inseri-la em outro nicho de mercado e tes-tar outras espécies para substituir a sardinha-verdadeira”, informou Neves, apontando espécies conhecidas como sar-dinha-de-água-doce (Triportheus ssp., Hemiodus ssp., entre outras) como possíveis candidatas para a produção em con-servas em substituição à espécie marinha.

Batata-doce biofortificada rende 70 t./ha

Embr apa A gr oindústr ia de A limen tos

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A Lavoura - Nº 699/2013 • 13

A Rede BioFoRT trabalha com alimentos que possuem maiores teores de pró-vitamina A, ferro e zinco, substâncias essenciais na prevenção de doenças relacionadas com a deficiência de micronutrien-tes no organismo (fome oculta) . A partir da técnica de cruzamento genético convencional, safras inteiras contendo cultivares de ampla adaptação e forte resistência são selecionadas e melhoradas, permitindo um aumento qualitati-vo na alimentação dos agricultores

das regiões nordestinas. O feijão comum, o feijão caupi, o milho e a mandioca são algumas das outras culturas trabalhadas pelos projetos de biofortificação.   nenhum dos produtores teve uma colheita menor do que 25 tonela-das por hectare depois de terem aderido os cultivares biofortifica-dos às suas produções.

Raphael Santos

Embrapa Agroindústria de Alimentos

Estudos indicam que a matrinxã apresenta crescimento precoce e boa conversão alimentar, chegando a atin-gir entre 800 gramas a 1,2 quilo em um ano, e possui características que a tornam indicada para agricultores familiares. “De acordo com a literatura, a matrinxã pode se tornar importante tanto para a indústria conserveira de pescado como para pequenos pro-dutores que podem fazer o processa-mento por meio de cooperativas”, co-locou o analista da Embrapa.

Fábio Reynol

Embrapa Pesca e Aquicultura

E

 

mbora, num primeiro momento, as flores e plantas ornamentais sejam consi-deradas produtos não essenciais para os consumidores, elas acompanham as pessoas em todas as ocasiões especiais de suas vidas, do nascimento à morte, es-tando presentes em todas as comemorações importantes: batizados, casamentos, aniversários, datas especiais, formaturas e outros grandes eventos. Trata-se de um mercado tão importante que tem registrado, em média, um crescimento da ordem de 12% ao ano, no Brasil, nos últimos sete anos. 

Os principais institutos e órgãos que cuidam da floricultura brasileira creditam esse constante crescimento do setor não só à estabilidade econômica, mas, prin-cipalmente, à qualidade alcançada e à diversidade dos produtos disponibilizados anualmente no mercado. 

O Brasil, em parceria com a Holanda, é um dos grandes desenvolvedores de novas variedades, com excelentes melhoristas genéticos (briders), que garantem sempre novidades, a cada ano, aliadas à maior durabilidade e qualidade das flores e plantas ornamentais. Essas novidades geralmente são apresentadas ao mercado consumidor durante a Expoflora, a maior exposição de flores e plantas ornamentais da América Latina, realizada todos os anos em Holambra, interior de São Paulo. 

Números animadores

Acompanhando o desempenho da economia mundial, o mercado de flores brasileiro mostra vigor e tem estimativas animadoras de crescimento em 2013. En-quanto o PiB (Produto interno Bruto) brasileiro cresceu apenas 0,9% em 2012, o setor tem registrado um aumento médio anual nas vendas de 12%. 

A expectativa é que esse mercado feche o ano movimentando apro-ximadamente R$ 4,8 bilhões. São números animadores, compar-tilhados pelo ibraflor – instituto Brasileiro de Floricultura, pela Câmara Setorial Federal de Plantas e Flores e pela Cooperativa Veiling Holambra. 

Produção brasileira

O Brasil conta, atualmente, com 7,6 mil produtores de flores e plantas. Juntos, eles cultivam mais de 350 espécies com cerca de três mil variedades. Sendo as-sim, o mercado de flores é uma importante engre-nagem na economia brasi-leira, responsável por 194 mil empregos diretos, sendo 49,5% (96 mil) das vagas relativas à produção; 39,7% (77 mil) relacio-nadas com o varejo; 3,1% (6 mil) na área de distribuição; e 7,7% (15 mil) em outras funções, princi-palmente de apoio.

A Lavoura - Nº 699/2013 • 13

A espécie matrinxã é alternativa para sardinha enlatada Embr apa Reg is F er nando da Silv a

MerCAdO de flOres

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Parceria é isso. Trabalhar para

fazer o País inteiro crescer.

Obrigado, produtor rural.

Os campos brasileiros estão em boas mãos. Mãos responsáveis por 22,1% do PIB e por 33% dos empregos do País. Mãos que receberam do Governo Federal R$ 157 bilhões, o maior Plano Safra da história, e produziram acima do esperado. E é por isso que o Banco do Brasil, em nome dos brasileiros, agradece. Obrigado, produtor rural.

/bancodobrasil bb.com.br/agronegocios

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A Lavoura - Nº 699/2013 • 15

Parceria é isso. Trabalhar para

fazer o País inteiro crescer.

Obrigado, produtor rural.

Os campos brasileiros estão em boas mãos. Mãos responsáveis por 22,1% do PIB e por 33% dos empregos do País. Mãos que receberam do Governo Federal R$ 157 bilhões, o maior Plano Safra da história, e produziram acima do esperado. E é por isso que o Banco do Brasil, em nome dos brasileiros, agradece. Obrigado, produtor rural.

/bancodobrasil

Central de Atendimento BB 4004 0001 ou 0800 729 0001 • SAC 0800 729 0722 • Ouvidoria BB 0800 729 5678 • Defi ciente Auditivo ou de Fala 0800 729 0088

bb.com.br/agronegocios @bancodobrasil

(16)

Embr apa C af é

Qualidade da

cafeicultura:

demandas mundiais

e oportunidades

Sara Maria Chalfoun

Pesquisadora da EPAmiG Sul de minas. Engenheira Agrônoma, mestrado e Doutorado em Fitotecnia pela universidade Federal de Lavras (ufla). e-mail: chalfoun@epamig.ufla.br

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A Lavoura - Nº 699/2013 • 17

café é uma das bebidas mais populares do mun-do, sendo consumida em 50 países. mas quem são esses clientes, o que desejam e como satisfazê-los? De maneira geral, tem havido mudanças no perfil dos consu-midores, relativas à qualidade do produto final e origem do café. Estas alterações representam novas exigências e mais oportunidades.

Essa nova conjuntura tem promovido uma revolução no campo, na manutenção dos esforços para a obtenção de bons índices de produtividade e no investimento em tecno-logias visando à melhor qualidade. o cenário da cafeicultura passou — e continua passando — por uma grande transfor-mação, que vem impondo alterações nos padrões de produ-ção, na comercialização e no comportamento de todos os atores da cadeia produtiva.

Como parte das mudanças na conduta dos cafeicultores, está a necessidade de ampliação de sua visão relativa à ativi-dade, nos âmbitos abordados a seguir:

seu território: histórico, localização em relação a centros consumidores, meios de transporte e comu-nicação, características da região que possam agre-gar valor ao produto final.

Sua propriedade e seu patrimônio:

Ambiente/clima: solo, exposição do terreno, reser-va ambiental, presença de mananciais etc.

instalações, máquinas, implementos e veículos. Com relação a esses itens, é recomendável a realização de um inventário periódico para dimensionamento das necessidades de ampliação, renovação ou reparos.

seu entorno: aprofundar seu conhecimento sobre os vizinhos, fornecedores, parceiros comerciais e clientes, conservando o que é bom, contornando os problemas, e estabelecendo novas parcerias.

seus colaboradores: sejam eles empregados ou membros da família, suas competências e necessi-dades profissionais e pessoais devem ser analisadas para que seja constituída uma equipe de trabalho.

Oportunidades

Embora a cafeicultura brasileira esteja começando a emergir de um longo período de crise, em alguns setores foram identificadas algumas oportunidades que represen-taram evoluções importantes. Entre elas estão a expansão do processo de exportação do café torrado e moído; a ploração de nichos ou segmentos de mercado (gourmet, ex-presso, orgânico e certificado); o processo de diferenciação (selo, classificação, regionalização); o processo de integração (associações e união de cooperativas); o processo de profis-sionalização do produtor, entre outras.

qualidade brasileira

Recentemente, tem-se observado um grande reco-nhecimento do valor do café brasileiro, principalmente do produto de boa qualidade. uma das possíveis causas des-ta valorização é a conjuntura colombiana. A Colômbia tem sido, historicamente, fornecedora do café considerado de qualidade superior, com uma produção média de 11 a 12 milhões de sacas anuais. Em 2008/2009 e 2009/2010 viu sua produção ser reduzida para 8 a 9 milhões de sacas, passando de segundo produtor mundial para terceiro, sendo ultrapas-sada pela Indonésia.

A persistência dos fatores que provocaram a queda de pro-dução colombiana, entre eles o ataque de pragas e doenças, gerou uma situação de pânico entre os agentes do mercado de café de qualidade, temerosos do risco de desabastecimen-to de um café com elevado conceidesabastecimen-to no mercado internacio-nal; fama, em parte, decorrente de grandes e bem sucedidos esforços promocionais.

Aquela valorização também é consequência de um outro fato: durante um período de quinze anos, torrefadoras que testaram crescente introdução do café Robusta (Conilon) em suas ligas, experimentaram estagnação no consumo. Já as torrefadoras que privilegiaram os cafés finos, mantiveram taxas crescentes de consumo.

Finalmente, devemos considerar que, no ciclo de valori-zação das commodities no período/safras 2003–2009, o café Arábica não foi beneficiado. Já no ciclo atual de valorização das commodities, houve um alinhamento do café Arábica com o restante do conjunto do mercado, liderando-o com uma alta de 34% entre 2009 e 2010.

O

Embr

apa C

af

é/Epamig

(18)

uma grande transformação vem impondo alteração nos padrões de produção

Ferramentas para a melhoria de qualidade

da cafeicultura

Entre as ferramentas para a melhoria da qualidade da cafeicultura estão o es-tabelecimento e adoção de programas de Boas Práticas em toda a cadeia produti-va: Programa de Boas Práticas Administrativas e Gerenciais; Agrícolas e de Proces-samento; Armazenamento e Transporte etc.

Boas práticas nada mais são que um conjunto de procedimentos simples e eficazes que possibilitam um ambiente de trabalho mais satisfatório, otimizando, assim, todo o processo produtivo. Sua realização possibilita a entrada do produto final nos mercados mais sensíveis a essa agregação de valor e com crescente exi-gência de qualidade.

Cafeicultura moderna

As boas práticas constituem o núcleo da moderna cafeicultura ao integrar, sob um só conceito, as exi-gências agronômicas e as do merca-do. um exemplo é o fato de que ao mesmo tempo em que reduzimos o custo de produção, por meio do uso racional de insumos, atendemos aos anseios do mercado comprador de adquirir produtos obtidos de maneira mais sustentável.

As boas práticas são, portanto, um componente de competitividade, que permitem ao produtor rural diferenciar seu produto dos outros ofertados, com todas as demais implicações econômi-cas (maior qualidade, acesso a novos mercados e consolidação dos atuais, redução de custos etc).

Certificação

Outra ferramenta de melhoria da qualidade da cafeicultura é a certifica-ção, que reúne um conjunto de ativida-des ativida-desenvolvidas por um organismo independente da relação comercial, com o objetivo de atestar — publica-mente e por escrito — que determina-do produto, processo ou serviço está em conformidade com os requisitos especificados.

Entre as vantagens da certificação está o processo de fidelização do com-prador que se preocupa com a proce-dência, o respeito às normas de pro-dução — ambientais e trabalhistas. A certificação pode atrair novos negócios, em um mundo que consome cada vez mais com base em critérios rígidos.

Existem vários tipos de certifica-ção (Fairtrade, orgânico, utz kapeh, Rainforest Alliance etc) e a escolha de-penderá de vários fatores, entre eles, a estrutura da propriedade e o mercado que se pretende atender. Em comum, as diversas certificações possuem as dimensões ambiental, social e econô-mica, com diferenças na frequência e intensidade de suas abordagens nos Códigos de Conduta que regem os di-ferentes sistemas. Fer titr ading F er tilizan tes

Terreiro de secagem de café

Fer titr ading F er tilizan tes

cAfé

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A Lavoura - Nº 699/2013 • 19

Existem ainda alguns aspectos relevantes no conjunto de fatores que condicionam o su-cesso e, portanto, a qualidade da cafeicultura, que precisam ser consideradas:

O respeito às exigências climáticas

da cultura, pois a história nos mos-tra o exemplo das severas geadas, às quais os cafeeiros e a própria ativida-de não sobrevivem.

O respeito ao próprio clima, já que a história recente demonstra que áreas que não possuíam um regime de chu-vas bem distribuídas, passaram a exigir a aplicação de recursos de irrigação, re-sultando em elevação de custos. A adoção criteriosa de medidas de conservação dos solos, pois conhece-mos o legado de devastação decor-rente do uso predatório dos mesmos. A proteção de nossas lavouras contra o ingresso de doenças e pragas exóti-cas. Prejuízos causados com a entrada da broca-do-café (1910) e da ferrugem (1970) repercutem sobre a cafeicultu-ra até hoje.

Não devemos, sobretudo, desafiar as leis de mercado, insistindo em aumen-tar o fornecimento de café de baixa qualidade ou de qualidade não diferen-ciada, diante de uma demanda mundial por um produto de boa qualidade.

w w w .w alc oo .c om Seapa/MG

A certificação agrega valor

prejuízos causados pela

broca-do-café e outras

pragas repercutem até hoje

Nosso aprendizado provém, portanto, dos erros e acer-tos do passado — e assim evoluímos. o futuro será escrito e dependerá, em grande parte, de nossas ações. Profissio-nais, produtores, trabalhadores rurais, agentes financeiros, empresas privadas, enfim, todos os atores envolvidos na missão de zelar pelo futuro da cafeicultura brasileira. o mercado gourmet está em franca expansão

(20)

U

m fungo do bem que combate outros fungos prejudi-ciais à qualidade do café. uma combinação de enzimas capaz de acelerar o processo de retirada da polpa do café. Duas soluções biotecnológicas desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de minas Gerais (Epamig) que ga-rantem sustentabilidade e ainda mais qualidade e produtivi-dade ao agronegócio café.

O ‘fungo do bem’, na vida real da ciência, se chama

Cladosporium cladosporioides e, no dia a dia do produtor

rural, pode valorizar a safra em no mínimo 30%, principal-mente porque influencia diretaprincipal-mente na qualidade sen-sorial da bebida.

Tipo benéfico

“Após vários trabalhos para identificar e controlar fungos que interferiam negativamente na qualidade do café, des-cobrimos um tipo que não era prejudicial. Ao contrário, ele se destacava por estar sempre associado a bebidas de qua-lidade”, afirma Sara Chalfoun, responsável pela pesquisa na Epamig, que contou com a parceria de Carlos Pimenta, da universidade Federal de Lavras (uFLA).

Os resultados demonstraram que além de eliminar os agentes que causam o mofo nos grãos de café, principal-mente em regiões úmidas, o uso do bioprotetor não onera o investimento, porque custa o mesmo que produtos quími-cos, o equivalente ao valor de três sacas por hectare.

Desde 2004, quando os pesquisadores conseguiram iso-lar esse fungo, a tecnologia está patenteada. Afinal, o uso de bioprodutos é uma crescente demanda do mercado, sempre em busca de soluções sustentáveis que resultem em maior produtividade e mais qualidade.

Enzima para despolpa do café

Atenta aos novos desafios, Sara Chalfoun, pesquisa-dora de café há quarenta anos, desenvolveu também um desmucilador enzimático que foi patenteado em 2010 por Epamig/ufla/Fapemig e inventores. Essa combinação de enzimas elimina a polpa do café em duas horas e meia,

fungo “do bem” dá

qualidade ao café

Bioprotetor promove qualidade

sensorial à bebida, valorizando a safra

de café em 30%, no mínimo

enquanto o processo tradicional leva 72 horas. “Otimi-zando o processo pós-colheita, o produtor consegue co-mercializar mais rapidamente a safra. Além disso, evita problemas com mudanças climáticas”, explica Chalfoun.

Enquanto em países como méxico, Colômbia e quênia a retirada da polpa do café — chamada despolpa ou des-mucilagem — é bastante utilizada para preparar o café após a colheita. No Brasil, os produtores ainda optam pela secagem do fruto no terreiro. Mas a opção entre os dois métodos pode interferir na qualidade da bebida.

“A desmucilagem evita a fermentação do fruto, e, com isso, aumenta a possibilidade de o produtor obter melhor padrão da bebida. Além disso, secar o café no terreiro re-quer uma área grande, e o processo é demorado. usando o método da despolpa, o tempo cai para mais da metade, e, com a combinação de enzimas que desenvolvemos, gasta-se apenas duas horas e meia”, detalha a pesquisadora.

Por isso, as pesquisas indicam que o processamento usando meio úmido é mais adequado, e, também, susten-tável. A própria mistura de enzimas e micro-organismos, previamente selecionados, purifica a água. “Com isso, cria-se um ciclo, no qual a água resultante dos processos de la-vagem do café pode ser reutilizada na própria lavoura, em sistemas de irrigação ou, ainda, ser devolvida ao meio am-biente, isenta de toxicidades”, destaca Sara Chalfoun.

Samantha Mapa

Epamig

Técnica manipula fungo Cladosporium cladosporioides (fungo do bem) em laborátório

Sar

a Chalf

oun/Epamig

Agente bioprotetor para aplicação no campo

Sar

a Chalf

oun/Epamig

(21)

A Lavoura - Nº 699/2013 • 21

D

amian Allain é o diretor de mercado da Jasmine, uma das marcas pioneiras no mercado de alimentos naturais e integrais no País. Há 23 anos no mercado, a empresa do Paraná comercializa mais de 130 produtos para 25 mil clientes, em todos os estados brasileiros. Todos os itens — entre cereais matinais, bis-coitos e linha gourmet — são naturais, integrais, livres de aditivos químicos e 100% vegetais, ou seja, sem o uso de ingredientes de origem animal. Dentre as linhas de produtos, há os funcionais, diet, light, orgânicos e infantis. A marca lidera o segmento de cookies integrais, com uma fatia 40% acima do segundo colocado, conforme pesquisa Nielsen de 2013. Há 20 anos, o carro-chefe era a granola.

De origem familiar, a Jasmine Ali-mentos foi fundada pelos pais de Da-mian, que, adeptos da macrobiótica, tinham dificuldade em encontrar ali-mentos que se adaptassem à sua dieta saudável. Damian Allain destaca que as maiores inovações nesse segmento foram na aparência e sabor dos alimen-tos, pois não adianta ser saudável sem ter apelo visual e paladar. “A Jasmine sempre quebrou paradigmas”, afirma Allain, para quem a grande motivação do consumidor de produtos naturais é a saúde, já que o maior motivador das doenças modernas é a má alimentação.

Novidades

Na Jasmine, o desenvolvimento de novos produtos é constante, e focado em acompanhar as exigências do con-sumidor. Em 2012, foram 35 lançamen-tos e a meta para 2013 é fechar o ano com a apresentação de mais 11 novi-dades ao mercado. Entre os destaques que deverão chegar aos consumidores, estão o GranCookies de aveia e berries (açai, goji e cranberry) e o GranCookies de aveia e nuts (castanha do Pará e de caju e amendoim).

os alimentos orgânicos — nicho mais recente — representam 15% do negócio e mais de 30 itens. As exportações, centradas para países da América do Sul, ainda representam menos de 5% do faturamento. mas durante a Biofach, realizada em junho de 2013, o empresário foi procu-rado por representantes dos Emiprocu-rados árabes e da ásia interessados em importar produtos da marca.

Alexandre Toro, gerente nacional de vendas da Jasmine, acredita que o crescimento deste setor é resultado da também crescente consciência da população de que “é muito mais barato se alimentar bem do que cui-dar da doença”. Damian Allain, inclusive, credita à exigência dos próprios consumidores o aumento do espaço desse tipo de alimento nas gôndolas dos supermercados.

Insumos

A Jasmine não produz os insumos usados na fabricação de seus pro-dutos. Dá preferência à produção nacional, mas busca no mercado exter-no vários itens, já que, além da qualidade, precisa ter a garantia da quan-tidade fornecida. Para se ter uma ideia, só de aveia, o principal insumo, a empresa consome 100 mil toneladas ao ano. Aveia, cevada e trigo, ce-reais de inverno cuja produção nacional não é constante, são importados da Argentina, Canadá etc. os chamados supergrãos como quinua, chia e amaranto, por exemplo, são provenientes dos países Andinos e o mais novo modismo, a Goji Berry, fruta líder em aminoácidos e antioxidantes, provém da ásia.

Apesar do expressivo crescimento médio de 35% ao ano, nos últimos três anos, Allain acha que o mercado doméstico está muito aquém do eu-ropeu e norte-americano. “Espero que o Brasil se desenvolva como esses dois países, superando o fator limitante da desinformação”, diz.

Jasmine:

pioneirismo

e inovação

Os cookies são o carro-chefe da empresa

Divulgação

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A

resposta parece simples: para se ter boa saúde! Uma alimentação adequada evita doenças e nos deixa mais preparados para as atividades cotidianas.

Mas, sabemos nos alimentar de maneira apropriada? Por que precisamos de uma boa e equilibrada alimentação? Como selecionar nossos alimentos?

Para responder essas e outras frequentes perguntas, a partir desta edição, A Lavoura

terá uma nova e frutífera coluna: “Alimentação & Nutrição”. Pretendemos, além de tra-zer as novidades, abordar, de forma ampla, o universo dos alimentos, com o objetivo de contribuir para melhorar a qualidade de vida e a saúde dos leitores.

No Brasil e em muitos outros países, a obesidade, por exemplo, já é um problema de saúde pública. Isso porque a população tem optado muito mais pela comida industriali-zada em detrimento do consumo de alimentos naturais e frescos como frutas, legumes e verduras, cereais integrais e proteínas minimamente processadas.

Para a estreia da coluna, convidamos a renomada e respeitada nutricionista Bia Ri-que, especialista em psicossomática contemporânea e chefe do Serviço de Nutrição da 38ª enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, com dois livros pu-blicados sobre o tema: “Novos conceitos de Alimentação Saudável e Tabela de Equiva-lências” e “Comer para emagrecer — Uma filosofia nutricional”

POr QUe

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A Lavoura - Nº 699/2013 • 23

qual a principal mudança de paradig-ma na alimentação dos últimos anos?

Há 20 anos, a maior preocupação rela-cionada à alimentação era a fome. Hoje, o foco mundial, em qualquer país do mundo, é a obesidade. Os países pobres sofreram o que se denomina “transição nutricional”, ou seja, antes de erradicar completamente a fome, começaram a conviver com o pro-blema da obesidade. A principal mudança de paradigma foi o advento dos alimentos processados e a pandemia da obesidade.

Você poderia explicar melhor esse fe-nômeno da transição nutricional?

Transição nutricional é quando, num mesmo contexto, continua existindo fome, ao mesmo tempo em que aconte-ce, também, o problema da obesidade.

Entrevista • Bia Rique

Esta é a realidade de muitos países, inclusive a do Brasil, em cujas regiões norte e nordeste ainda há milhares de pessoas que passam fome e, simul-taneamente, convivem com a obesidade, decorrente do consumo excessivo de alimentos processados.

Então, a transição nutricional é um fenômeno diretamente associado à má distribuição de renda?

não é só um reflexo da má distribuição de renda, porque, mesmo em paí-ses desenvolvidos, como os Estados unidos, por exemplo, que têm melhor distribuição da renda, ainda convivem com a fome associada à obesidade. Mas esta é uma fome que acomete pessoas obesas, uma fome decorrente de desigualdade do nível de instrução e até da renda, mas camuflada pela obe-sidade em massa. São pessoas que, mesmo obesas, estão mal nutridas. São adultos, adolescentes e até mesmo crianças, muito acima do peso ideal, em decorrência da mudança dos hábitos alimentares, ocorrida nos últimos anos. A redução da ingestão de alimentos naturais e saudáveis, como carboidratos complexos e fibras, por uma dieta rica em gorduras, açúcar e alimentos refina-dos, é um dos fatores responsáveis por esta epidemia mundial.

A representação da pirâmide alimentar foi uma conquista importante no final do século passado. Desde que foi elaborada, sua representa-ção mudou muito?

A pirâmide alimentar é renovada ou ligeiramente modificada a cada cinco anos em decorrência da renovação das “Guidelines for American”, que ocorre a cada cinco anos. Em meu primeiro livro — “novos Conceitos de Alimentação Saudável e Tabela de Equivalências”, de 2008, traduzi essas ‘guidelines’ para americanos. É um livro com base científica, editado pela Tecmedd, que se fun-diu com a editora Novo Conceito. Nesse livro, eu traduzi as guidelines de 2005. A pirâmide não era renovada desde 1992. Como as guidelines de 1995 e de 2000 não trouxeram mudanças significativas. não houve renovação da pirâmide, que, até 2004, era um desenho, um ícone, com uma pirâmide em linhas horizontais, em cuja base estavam representados os alimentos que as pessoas mais poderiam consumir e, no topo, o que elas menos de-veriam comer.

É importante o consumo de alimentos de todos os grupos, como cereais, legumes, frutas, proteínas etc

Bia Rique é nutricionista especialista em psicossomática contemporânea

w w w .dietnutr ition.w or dpr ess .c om Joaquim Nabuc o

(24)

Mas uma pesquisa de marketing revelou que a popu-lação americana não entendia a pirâmide. Após pesqui-sas, chegou-se à conclusão que uma pirâmide com linhas verticais era mais interessante, porque, na verdade, todos os alimentos são igualmente importantes. Desta forma, na nova pirâmide de linha vertical, cuja base é maior, há vários triângulos dentro de um mesmo triângulo. Por exemplo, os carboidratos que estão representados na base, podem ser mais consumidos, ao contrário dos que estão localizados mais acima. Na nova representação, o triângulo dos carboidratos é maior e mais significativo do que o triângulo das gorduras.

quais as principais mudanças a partir das Guidelines de 2005?

Como as guidelines de 2005 trouxeram muitas mu-danças e novos conceitos — daí o título do meu livro — novidades significativamente diferentes e relevantes, houve a necessidade de se fazer essa nova pirâmide para incorporar os novos conceitos. Outra grande diferença na pirâmide de 2005 é que ela deixou de ser um mero desenho para consulta e passou a ser um portal. quem acessa o portal mypyramid.gov pode navegar 48 horas e o conteúdo não acaba. Então, a maior mudança de pa-radigma da pirâmide de 2005 não foi a troca do formato do horizontal para o vertical. A guinada mais significativa foi, não só transformar o desenho para uma imagem em 3D, mas agregar um portal que disponibiliza informações de todos os conhecimentos possíveis e imagináveis na área da nutrição: das doenças, à área de Saúde Pública. Em 2010, não houve grande mudança nas guidelines.

quais os principais mitos derrubados nos últimos tempos?

Na verdade, não se derrubou nenhum mito, porque a Ciência não muda tanto quanto as pessoas imaginam, ao contrário de quem estuda e acompanha. A maior mudança foi em relação às gorduras líquidas, porque foi constatado que o conceito de gordura ruim e boa era de difícil com-preensão. Abordaram também a questão dos açúcares adi-cionados, como o xarope de glicose, que fornecem calorias adicionais sem a função nutricional dos açúcares naturais, como a frutose, por exemplo.

Mas, a grande mudança, em minha opinião, são as ca-lorias discricionárias, ou seja, as “caca-lorias vazias”, disponíveis nos alimentos, e que podem ser consumidas ao longo do dia. Antes, as nutricionistas recomendavam apenas o que era ideal para se consumir no dia. Hoje, recomenda-se a quantidade de calorias com uma margem a mais, ou seja, que sobram depois de uma pessoa suprimir a sua necessi-dade calórica diária. no meu segundo livro — “Comer para emagrecer”, criei o conceito de “abusos programados”.

Explique melhor o que são calorias discricionárias?

Cada indivíduo tem uma necessidade energética indi-vidual, como se fosse um orçamento financeiro. Este orça-mento pode ser dividido entre “itens essenciais” e “extras”. Os “itens essenciais” são as quilocalorias que se precisa para atender as necessidades nutricionais. Alimentos pobres em gorduras e sem açúcares adicionados atendem as necessi-dades nutricionais com o mínimo possível de quilocalorias. Assim, sobram algumas quilocalorias “extras” para atingir as necessidades energéticas, fornecidas por “guloseimas”, gorduras sólidas, açúcares adicionados, álcool, ou em maior quantidade de alimentos de qualquer grupo.

Em geral, a quantidade de quilocalorias discricionárias per-mitida é pequena, entre 100 e 300 kcal, especialmente para pessoas não muito ativas. Há quem, na hora do almoço, já as usou todas. Outros, as utilizam em alimentos dos grupos prin-cipais, consumindo queijos gordurosos, leite integral etc. Al-guns alimentos têm zero de quilocalorias discricionárias, como o leite e iogurte desnatados, as carnes magras, os vegetais e um prato saudável é formado por vários grupos de alimentos, que

devem ser consumidos em quantidades diferentes

A pirâmide alimentar agora é representada com linhas verticais porque todos os alimentos são importantes

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A Lavoura - Nº 699/2013 • 25

frutas e, também, alguns cereais, por exemplo. Outros são compostos, parcial-mente, por quilocalorias discricionárias, como leite semidesnatado e integral. Por último, existem aqueles compostos somente por quilocalorias discricioná-rias, como os refrigerantes, as bebidas alcoólicas, as gorduras sólidas, o açúcar refinado etc. São conhecidas popular-mente por “calorias vazias”. Ou seja, po-dem engordar sem muito nutrir.

O que você chama de “abusos pro-gramados”?

Acho que a dieta deve também incluir prazer. De nada adianta fazer dieta e ficar infeliz. O “abuso progra-mado” é não se sentir culpado de, eventualmente, sair da dieta de for-ma planejada. Se você tem na agen-da um super jantar na casa de ami-gos, planeje para comer a sobremesa nesse evento especial. Há mulheres que dependem do chocolate para atravessar a TPm. Então, deve se pro-gramar para comer o chocolate nessa fase. Precisamos descobrir quais são os alimentos que realmente nos dão prazer, aqueles impossíveis de abrir-mos mão, para que o abuso progra-mado valha à pena.

O que você recomendaria como fundamental para a maioria das pessoas que não dispõem de tem-po para o preparo de alimentos saudáveis na residência?

Minha resposta tem muito a ver com o perfil editorial da revista A La-voura, porque acho que a maior mu-dança necessária para a humanidade é melhorar a alimentação. Já é hora de a nutrição ser um assunto de Saúde Pública. É preciso que seja feito um esforço conjunto do Governo e a So-ciedade (profissionais, empresas do setor, imprensa etc), para uma maior conscientização dos benefícios de uma alimentação adequada.

Em relação ao Governo, seria a instituição de políticas públicas que incentivem a produção de alimentos mais saudáveis e sustentáveis. os or-gânicos são bons exemplos de uma

agricultura mais natural, já que não utilizam produtos químicos. Só dessa for-ma teremos ufor-ma oferta for-maior de alimentos saudáveis.

Para completar, é urgente uma campanha de Saúde Pública que ensine as pessoas a comerem melhor, de forma mais equilibrada e saudável. Assim, esses esforços conjuntos fariam com que a população passasse a se alimentar de ma-neira mais apropriada, a ingerir mais vegetais, frutas e cereais integrais, que são alimentos sabidamente benéficos para nosso organismo.

vou além: deveria haver uma maior taxação para os alimentos não saudáveis, os processados e, em contrapartida, uma redução drástica no preço das frutas, le-gumes e vegetais, enfim, dos alimentos saudáveis, aumentando, assim, sua aces-sibilidade para a população.

é fundamental ter dietas diferentes conforme a faixa etária ou existe uma alimentação básica que deve ser seguida em qualquer idade?

As recomendações devem ser personalizadas, mas não em função da idade, porém, conforme a história clínica de cada um.

os alimentos funcionais viraram uma febre. quinua, amaranto, linhaça, chia, ou tudo misturado na “ração humana”. Esses alimentos são indicados para todas as pessoas ou há restrições?

São recomendados para a maioria das pessoas, mas a nutrição funcional não deve ser encarada como nutrição à parte ou suplementar, como vem aparecendo na imprensa. É como se a gente falasse que a cardiologia preventiva fosse uma cardiologia à parte, diferente. Todo cardiologista deve ter uma visão e atuação preventivas, assim como o dermatologista precisa fazer a prevenção do câncer de pele. Toda boa nutricionista deve incluir alimentos funcionais na dieta de seus pacientes, a partir de seu histórico e quadro individuais.

Se você tivesse que dar apenas um conselho sobre alimentação, qual seria?

Aumentem o consumo de vegetais, frutas e legumes frescos e reduzam o con-sumo de alimentos processados.

De preferência orgânicos?

Isso não é o mais importante. Até porque sabemos que os alimentos orgâ-nicos ainda não estão ao alcance da maioria da população, pela escassez da oferta ou preço mais elevado. Mas, não podendo ser orgânico, que sejam os vegetais e as frutas frescos disponíveis no mercado mais próximo.

Prefira sempre as frutas, legumes e verduras frescas do que alimentos processados, que não são saudáveis

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Referências

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