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RESBCAL REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO. Volume 4 - Número São Paulo - SP. Publicação Semestral

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(1)

RESBCAL

REVISTA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE

CIÊNCIA EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO

Volume 4 - Número 1 - 2016

São Paulo - SP

Publicação Semestral

RESBCAL

São Paulo

v. 4

n. 1

p. 1-84

Jul. 2016

(2)

© 2012 – Sociedade Brasileira de Ciência em Animais

de Laboratório

Publicação semestral/ Published two times to the year

Tiragem/Print-run: 100

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RESBCAL – Revista da Sociedade Brasileira de Ciência

em Animais de Laboratório é uma publicação científica

trimestral voltada à Promover a educação e a

atuali-zação de profissionais que atuam na área da ciência

de animais de laboratório. Divulga artigos de autores

nacionais e estrangeiros, selecionados com base em

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L

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A RESBCAL é uma publicação da Sociedade Brasileira

de Ciência em Animais de Laboratório

.

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Labo-ratório Rua Três de Maio, 100 – Biotério do INFAR –

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E-mails: resbcal2011@gmail.com;

sbcal2010.sbcal2011@gmail.

com

ISSN 2238-1589

CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO

Elaborada por Maria Cláudia Pestana CRB-8/6233

Revista da Sociedade brasileira de Ciência em animais de laboratório

/

Sociedade

brasileira de Ciência em animais de laboratório

. – v. 3, n. 1 (2015) – . – São

Paulo :

SbCal,

2012-semestral

ISSN: 2238-1589

1.

animais de laboratório

. 2.

Ciência dos animais de laboratório

. I.

Sociedade

brasileira de Ciência em animais de laboratório

.

(3)

EDIT

ORIAL

A RESBCAL possui como missão fundamental a função de educação continuada

na área de ciência de animais de laboratório. Esse processo sempre foi

constituído pela divulgação de resultados, relatos e revisões por alunos, técnicos,

professores e pesquisadores visando a difusão para todos os profissionais

envolvidos na manipulação de animais de laboratório de poderem ter um acesso

contínuo, dinâmico e atualizado das relevantes informações obtidas por cada

equipe de cada instituição envolvida na ciência de animais de laboratório.

(4)

SUMÁRIO

15-21

22-31

32-43

45-81

ARTIGOS ORIGINAIS

EVALUATION OF THE APPLICABILITY OF DOPPLER VELOCIMETRY FOR

MONITORING ACUTE KIDNEY INJURY IN RAT

Regiane Marinho da Silva, Gui Mi Ko, José Eduardo Mourão Santos,

Mirian Aparecida Boim, Amanda Ikegami, Maria Helena Bellini

ASPECTOS MORFOLÓGICOS DO ÚTERO DE MACACO RHESUS (MACACA

MULATTA – ZIMMERMANN, 1780) EM FÊMEAS NULÍPARAS, PRIMÍPARAS E

PLURÍPARAS

Igo Vieira de Souza, Tatiana Kugelmeier, Márcia Andrade, Hildebrando Benedicto

ARTIGO DE REVISÃO

UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS À EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL EM

PESQUISA

Andresa Gomes dos Santos, Lílian Cristina Pereira

O COMPORTAMENTO DO CAMUNDONGO SWISS WEBSTER EM BIOTÉRIO DE

EXPERIMENTAÇÃO: OBSERVAÇÕES E REFLEXÕES

Jerônimo Diego de Souza Campos, Kelly Cristina Demarque, Luanda Yanaan Hoppe,

Viviane Muniz da Silva Fragoso, Thais Veronez de Andrade Martins, Miguel Ângelo

Brück Gonçalves, Gabriel Melo de Oliveira

RESUMOS

(5)
(6)
(7)
(8)
(9)

ISSN 2238-1589

1 Laboratory of Animal Experimentation of the National Institute of Pharmacology and Molecular Biology (LEA INFAR), Federal University of São Paulo (UNIFESP), São Paulo, Brazil

2 Radiology Division, Federal University of São Carlos, São Paulo, Brazil

3 Nephrology Division, Federal University of São Paulo, São Paulo, Brazil; 4Biotechnology Department, IPEN-CNEN, 05508-220, São Paulo, Brazil.

Data Recebimento: 05/03/2016 Aceito para a Publicação: 04/04/2016 Autor para Correspondência: Maria Helena Bellini

E-mail: mhmarumo@terra.com.br

EVALUATION OF THE APPLICABILITY OF DOPPLER VELOCIMETRY

FOR MONITORING ACUTE KIDNEY INJURY IN RATS

Regiane Marinho da Silva

1

, Gui Mi Ko

1

, José Eduardo Mourão Santos

2

, Mirian Aparecida Boim

3

,

Amanda Ikegami

4

, Maria Helena Bellini

3,4

Animal models of renal disease have been used in the study of pathogenesis and

the-rapeutic protocols. In this study, doppler ultrasound was used to evaluate dysfunction

in the renal vasculature in acute kidney injury in an animal model. Eight male Wistar

rats received gentamicin (80 mg/kg) for 10 days. The blood urea and creatinine levels

were measured to assess renal function. All doppler ultrasound measurements were

performed on both kidneys and a colour map of the renal circulation was generated.

Renal function and Doppler ultrasound measurements were performed 10 days before

GM treatment and on the 5th and 10th days of the assay. Gentamicin treatment led

to increased serum creatinine and blood urea levels at 5 days and 10 days post initial

inoculation. A significant reduction in renal artery blood flow was observed after 5 days.

However, these levels remained unchanged until the 10th day, demonstrating a lack of

correlation with serum creatinine and blood urea levels. Therefore, the assessment of

flow blood velocity of renal arteries by doppler ultrasound is not useful for monitoring

acute kidney injury in rats.

Keywords:

Renal circulation, Ultrasonography Doppler, Disease models, Animal.

INTRODUCTION

Acute renal injury (AKI) is defined as an abrupt

reduction in kidney function and is associated with

a high mortality rate.1 Drugs are a common cause

of AKI. Gentamicin (GM) is an antibiotic widely

used to treat infections caused by Gram-negative

bacteria.2,3,4 However, it causes nephrotoxicity

as a major adverse reaction in up to 30% of

tre-ated patients. The pathogenesis of GM involves

multiple pathways, including oxidative stress,

inflammation, increased nitric oxide (NO) and

reduced renal blood flow.5

Biochemical measurements of blood or urine

along with clinical observations have been used to

diagnose AKI in human and animal models. Rats

are one of the experimental models used most

frequently to study pathogenesis and therapeutic

protocols for AKI. To establish an AKI model,

based on biochemical parameters, successive

blood samplings must be performed to assess the

renal injury.

The imaging techniques, such as magnetic

resonance, computerised tomography and nuclear

medicine imaging, are being increasingly used

both clinically and experimentally, contributing

to advances in understanding the

pathophysiolo-gy of many diseases. However, the use of these

techniques for the assessment of renal tissue

perfusion in small animals is complicated by

many issues, such as the degrees of spatial and

temporal resolution that are obtainable or by the

use of X-rays, radioisotopes or contrast agents

that are potentially nephrotoxic.6,7 Advances in

high frequency ultrasound imaging methods have

ARTIGO ORIGINAL

(10)

EVALUATION OF THE APPLICABILITY OF DOPPLER VELOCIMETRY FOR MONITORING ACUTE KIDNEY INJURY IN RATS

opened up new opportunities for the analysis of

blood flow in vivo.

The laser-Doppler flowmeter (LDF) reads the

frequency of the oscillation produced by the

Do-ppler frequency shift of the red blood cells and is

a non-invasive and accurate method to measure

microcirculatory blood flow in tissue.

The aim of this study was to evaluate the

ap-plicability of doppler ultrasound for monitoring

AKI in rats.

MATERIALS AND METHODS

Animals

Adult males Wistar Rats (Rattus

norvegicu-salbinus) weighing between 200-250 gwere

ob-tained fromthe animal house of the Laboratory of

Animal Experimentation of the National Institute

of Pharmacology and Molecular Biology (LEA

INFAR), Federal University of São Paulo

(UNI-FESP). All animals were cared for in accordance

with the standards of the institute under a protocol

approved by the Animal Experimentation Ethics

Committee (Number of Process: 5509151014).

Acute kidney injury model

Rats (n = 8) were treated with GM (Mantecorp

Indústria Química e Farmacêutica S.A., Rio de

Janeiro, Brazil) (80 mg / kg, i.p.; n = 8) for 10

consecutive days. At the end of the assay, the

rats were euthanized using 3 times the dose of

ketamine and xylazine required for anaesthesia by

intraperitoneal administration. The experimental

design is shown in Figure 1.

Blood collection

Blood samples for biochemical testing were

ob-tained by puncturing the tail vein under inhalation

anaesthesia with isoflurane (Cristália, Lindóia, São

Paulo, Brazil).Collections occurred10 days before

the start of induction and on days 5 and 10 after

inoculation with GM.

Briefly, blood was collected under ether

anaes-thesia and after immersion of the tail in warm

wa-ter (40ºC). It was then transferred to an Eppendorf

tube (1.5 ml) and centrifuged (2500 rpm, 10 min,

room temperature), and the serum was separated

and stored at - 20ºC until dosage.

Biochemical analyses

The serum creatinine and blood urea nitrogen

(BUN) were evaluated in the serum samples and

in the 24-hour urine using the Cobas Mira Plus

(Roche) with a Labtest kit (Labtest, Belo

Hori-zonte, Brazil).

Ultrasound examination

To obtain ultrasound images, the animals

were anaesthetised with isoflurane and

posi-Figure 1: Experimental design: Eight rats were used in the experiment. Blood collection and ultrasound

(11)

Regiane Marinho da Silva, Gui Mi Ko, José Eduardo Mourão Santos, Mirian Aparecida Boim, Amanda Ikegami, Maria Helena Bellini

tioned supine on a MousePad (THM100) with

integrated temperature sensor, heater and ECG

electrodes (Indus Instruments, Houston, TX).

The paws of the animals were placed in ECG

sensors allowing constant monitoring of the heart

rate and body temperature. The removal of hair

in the region of interest was performed with a

depilatory cream, and a gel (gel 100 ™ ECO

ECO-Med Pharmaceutical INC. Mississango,

Ontario, Canada) was used as a fluid coupling

between the animal’s skin and the translator in

real time. The tests were carried out in a Vevo

770 (VisualSonics, Toronto, ON, Canada) system

with a 40 MHz linear transducer, with a 6 mm

focal length and lateral and axial resolutions of

68.2 and 38.5 mM, respectively. B-mode

ima-ges in the axial and longitudinal planes of both

kidneys, with measurement of the longitudinal,

transverse and antero-posterior kidney diameters,

were obtained.

Colour Doppler ultrasonography

Doppler and spectral modes (Colour and

PW--mode) were used for US of the aorta and renal

arteries (RA), and the peak systolic velocity and

end diastolic velocity were measured. The

intra--renal arteries were evaluated by measuring the

resistive index, acceleration time and

accelera-tion index.

Statistical analyses

The results are presented as the means ± SE.

Single comparisons of mean values were

perfor-med using Student’s t test. Multiple comparisons

of the mean values were performed using one-way

ANOVA followed by the Bonferroni’s test using

GraphPad Prism version 4.0 for Windows

(Gra-phPad Software, San Diego, Calif., USA; http://

www.graphpad.com). P < 0.05 was considered

statistically significant.

RESULTS

Serum creatinine and blood urea levels

In this work, we studied an animal model of

nonlethal kidney injury. GM treatment led to

increased serum creatinine and blood urea levels

at 5 days and 10 days post initial inoculation

(Figure 2).

Figure 2: Biochemical parameters of renal function after GM injury (A) Serum creatinine (pCr) and (B) blood

(12)

EVALUATION OF THE APPLICABILITY OF DOPPLER VELOCIMETRY FOR MONITORING ACUTE KIDNEY INJURY IN RATS

Colour Doppler analysis

Doppler velocimetry analysis of RA was

per-formed (Figure 3). Blood velocity values were

assessed before and after GM inoculation (day

-10). On the 5th day of GM treatment, RA

velo-cimetric indices decreased significantly compared

to the pre-assay value (day -10). After 10 days

of treatment, the blood velocity of the RA levels

remained unchanged (Figure 4).

DISCUSSION

Animal testing in nephrology was and

con-tinues to be responsible for advancing the

un-derstanding of the pathophysiology of acute and

chronic kidney injury. To validate the animal

models, repeated blood samples are required to

assess renal function by measuring serum

crea-tinine and blood urea nitrogen. Blood collection

is an additional stress for the animals and also

has an impact on the outcome of the research

data.8 Doppler US is a non-invasive diagnostic

method that is used widely in human and

vete-rinary medicine.9 The present study, involving

a nephrotoxic animal model of AKI, was used

to evaluate the potential utility of Doppler

ve-locimetry in rats.

Changes in the serum parameters indicated

that treatment with GM caused a decrease in

renal function after 5days, which was even

more pronounced at the end of the treatment at

10 days.

Doppler velocimetry analysis was used as a

tool to assess renal circulation. Significant

re-duction in renal artery blood flow was verified

after 5 days. This decrease was inversely

pro-Figure 4: Doppler velocimetry findings of the

RA before and after GM treatment. Significant

decrease of RA blood velocity was observed

after 5 and 10 days of treatment (***p<0.01 and

*p<0.05, respectively) (ANOVA One-Way, with

Tukey test).

Figure 3: Colour Doppler map of the right renal artery showing the blood drawn with a velocity profile of the

(13)

Regiane Marinho da Silva, Gui Mi Ko, José Eduardo Mourão Santos, Mirian Aparecida Boim, Amanda Ikegami, Maria Helena Bellini

portional to the increase of blood urea and serum

creatinine, which are parameters typically used

to diagnose AKI.10 The decrease of RA blood

flow can be explained by renal vasoconstriction,

which is a known consequence of

aminoglyco-side nephrotoxicity.10 After 10days of GM

treatment, the blood urea and serum creatinine

levels were elevated compared with those

pre-sented at day 5, whereas renal artery blood flow

remained unchanged. These data indicate that

decreased renal blood flow may be the first

sig-nal of dysfunction, as reported by Carvalho and

Chammas.9 Additionally; these data indicated

that intrarenal vascular hemodynamic alteration

didn´t contribute to the elevation of urea and

creatinine blood levels.

CONCLUSION

The results presented in this paper indicate that

Doppler velocimetry of renal arteries could be a

useful and non-invasive method for monitoring

acute kidney injury in animal models. However,

Doppler velocimetry is not useful for monitoring

acute kidney injury in in rats.

ACKNOWLEDGMENT

This study was supported by FAPESP (Process

number: 2010/52180-4 and CAPES

(337.567.208-02).

AVALIAÇÃO DA APLICABILIDADE DA DOPPLERVELOCIMETRIA

PARA O MONITORAMENTO DE LESÃO RENAL AGUDA

EM RATOS

Modelos animais têm sido utilizados tanto no estudo da patogênese quanto no

de-senvolvimento de protocolos terapêuticos de doenças renais. No presente trabalho, a

ultrassonografia com doppler foi usada para avaliar disfunções na vascularização renal

em um modelo animal de doença renal aguda. Oito ratos Wistar machos receberam

gentamicina (80 mg/kg) durante 10 dias. Os níveis de ureia e creatinina do sangue

foram medidos para avaliar a função renal. Todas as medições foram realizadas

em ambos os rins, gerando um mapa da circulação renal. As medições da função

renal e da ultrassonografia com doppler foram feitas 10 dias antes do tratamento

com gentamicina e no 5° e 10° dia do ensaio. O tratamento levou ao aumento de

creatinina sérica e ureia no sangue no 5° e 10° dia após o início da inoculação da

gentamicina. Uma redução significativa no fluxo sanguíneo da artéria renal foi

ob-servada após 5 dias. No entanto, estes níveis permaneceram inalterados até o 10°

dia, o que demonstra uma falta de correlação com os níveis de creatinina sérica e

ureia. Portanto, a avaliação da velocidade do fluxo sanguíneo das artérias renais, por

ultrassonografia com doppler não é útil para monitorar lesão renal aguda em ratos.

Palavras-chave:

Circulação renal, Ultrassonografia Doppler, Modelos animais.

(14)

EVALUATION OF THE APPLICABILITY OF DOPPLER VELOCIMETRY FOR MONITORING ACUTE KIDNEY INJURY IN RATS

1. Basile DP, Anderson MD, Sutton

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Injury.Comprehensive Physiology.

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a promising therapeutic approach

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4. Kadkhodaee M, Khastar H,

Faghihi M, et al. Effects of

co-supplementation of vitamins E

and C on gentamicin-induced

nephrotoxicity in rat. Exp Physiol.

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Gentamicin-Induced nephrotoxicity in rats role

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(15)

ISSN 2238-1589

1. Coordenação de Pesquisa e Experimentação Animal – Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos/Fiocruz- Rio de Janeiro 2. Departamento de morfologia, Instituto

Biomédico – Universidade Federal Fluminense - Rio de Janeiro Data Recebimento: 01/04/2016 Aceito para a Publicação: 08/06/2016 Autor Para Correspondência: Igo Vieira de Souza E-mail: igo@fiocruz.br

ASPECTOS MORFOLÓGICOS DO ÚTERO DE MACACO RHESUS

(MACACA MULATTA – ZIMMERMANN, 1780) EM FÊMEAS

NULÍPARAS, PRIMÍPARAS E PLURÍPARAS

Igo Vieira de Souza¹ Tatiana Kugelmeier

1

Márcia Andrade

1

Hildebrando Benedicto²

A criação de primatas não humanos em cativeiro para fins de pesquisa científica

requer grande conhecimento e cuidados com sua reprodução e manejo. Problemas

relacionados à gestação, tais como abortos, distocias e retenção de placenta causam

grande impacto na produtividade das colônias, no bem-estar dos animais e custo da

criação. A fim de minimizar esses prejuízos, nosso estudo tem como objetivo

melho-rar a compreensão da anatomia uterina de macaco rhesus (Macaca mulatta). Foram

estudadas 15 fêmeas entre 38 e 87 meses de idade e massa corporal entre 4,9 e 7,39

Kg, pertencentes ao Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos/ ICTB, Fiocruz,

RJ. As fêmeas foram divididas em 3 categorias: nulíparas, primíparas e pluríparas. Em

todos os animais foram feitos o estudo topográfico, biometria dos órgãos, microscopia de

luz e quantificação de colágeno no miométrio. O útero é do tipo simples, caracterizado

por um fundo globóide, oco, alongado e de formato piriforme. Pode ser dividido em:

corpo, fundo e cérvix. Não foram observadas diferenças macroscópicas e de topografia

entre as 3 categorias estudadas. As fêmeas pluríparas obtiveram as maiores medidas

biométricas e de quantidade de colágeno no miométrio comparado as outras categorias

de fêmeas estudadas. O endométrio é formado por um epitélio prismático simples e

uma lâmina própria que contém glândulas endometriais tubulares e retas com o mesmo

tipo de epitélio. Concluímos que as medidas e constituição histológica do útero variam

conforme o histórico reprodutivo, o que explica, em parte, o maior risco de ocorrência

de complicações no parto em fêmeas pluríparas.

Palavras-chave:

Útero, Colágeno, Macaca mulatta. Parto. Reprodução.

1. INTRODUÇÃO

Devido ao alto grau de homologia genética com

os seres humanos e similaridades fisiológicas,

bio-químicas, anatômicas e etológicas, os primatas não

humanos (PNH) foram consagrados como

exce-lentes modelos experimentais e têm sido utilizados

para pesquisa biomédica por muitas décadas

1,2

.

Macaca mulatta (macaco rhesus) é uma das

espé-cies símias mais utilizadas na pesquisa biomédica

e é o objeto de estudo do presente trabalho.

Em função da escassez de literatura sobre o

tema abordado para a espécie animal em questão,

o objetivo deste trabalho é estudar os aspectos

morfológicos macroscópicos e microscópicos do

útero de macaco rhesus e comparar entre fêmeas

nulíparas (nunca pariram), primíparas (apenas

um parto) e pluríparas (mais de dois partos). Uma

compreensão mais consistente sobre este tema

representa uma ferramenta chave para o

desen-volvimento de biotécnicas de reprodução, além

de oferecer contribuições futuras relevantes no

manejo reprodutivo desta espécie símia.

ARTIGO ORIGINAL

(16)

ASPECTOS MORFOLÓGICOS DO ÚTERO DE MACACO RHESUS (MACACA MULATTA – ZIMMERMANN, 1780) EM FÊMEAS NULÍPARAS, PRIMÍPARAS E

PLURÍPARAS

MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo foi realizado no Instituto de Ciência

e Tecnologia em Biomodelos (ICTB), Fundação

Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rio de Janeiro/ RJ e na

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia

(FMVZ), Universidade de São Paulo (USP), São

Paulo, SP. No ICTB, os animais são criados e

man-tidos segundo as orientações do Guide for the Care

and Use of Laboratory Animals (NRC, 1996; 2006)

e os procedimentos de manejo aprovados pela

Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA –

Fiocruz, registro nº LW-05/16, “Criação, Produção

e Manutenção de Primatas não Humanos no Centro

de Criação de Animais de Laboratório/ Cecal para

Atender aos Programas e Projetos Desenvolvidos

na Fiocruz”). O projeto foi submetido e

aprova-do pela Comissão de Ética no Uso de Animais

(CEUA) da FMVZ/ USP, protocolo nº 1818/2009.

Animais

Foram analisados 15 úteros de macaco rhesus

(M. mulatta) procedentes do ICTB, Serviço de

Criação de Primatas Não Humanos/SCPrim da

Fiocruz, sendo cinco úteros de fêmeas nulíparas,

cinco primíparas e cinco pluríparas. Todas as

fê-meas eram maduras sexualmente, idades entre 38

a 87 meses e peso corporal entre 4,9 a 7,39 Kg.

Biometria: O estudo biométrico do útero foi

re-alizado com régua calibrada e paquímetro. O

com-primento total do útero foi mensurado do início da

região do fundo uterino até o óstio externo do útero.

A cérvix uterina foi medida do final do corpo até o

óstio externo do útero. Os dados métricos obtidos

para cada animal foram submetidos à análise

esta-tística, como média aritmética, mediana e desvio

padrão. Em todos os animais foram feitos o estudo

topográfico, biometria dos órgãos, microscopia de

luz e quantificação de colágeno no miométrio.

Análises microscópicas

Após as mensurações, foram retirados

frag-mentos representativos das três regiões uterinas:

corpo, fundo e cérvix. Foram processados

histolo-gicamente para microscopia óptica e corados com

hematoxilina-eosina (padronização e identificação

do material) e picrosirius red (evidenciação e

quantificação das fibras colágenas).

Histomorfometria

Para quantificação do colágeno, as lâminas

coradas com picrosirius red foram observadas

por meio de o microscópio óptico (Axioscópico

Zeiss

®

) e os resultados analisados em um

micro-computador de morfomeria específico (KS-400

Zeiss

®

). Padronizou-se a leitura e mensuração de

cinco campos por lâmina, sendo feito três lâminas

para cada animal com espaçamento de 10 cortes no

micrótomo por lâmina, num total de 225 campos

mensurados.

Análise estatística

Os dados obtidos foram analisados por meio do

programa SAS System for Windows (SAS, 2000).

Através do aplicatico Guided Data Analisys, os

dados obtidos foram testados quanto à

normalida-de dos resíduos e homogeneidanormalida-de das variâncias.

Caso não obedecessem a essas premissas, foram

transformados (logaritmo na base 10 – Log

10

; RQ

X; Quadrado – X²), e se a normalidade não fosse

obtida, empregava-se então a análise de variância

(ANOVA) não paramétrica. Para comparação das

biometrias entre fêmeas nulíparas, primíparas e

pluríparas foram utilizados o teste Least

Signifi-cant Differences (LSD).

Para a descrição dos resultados, foram

empre-gados as médias e seus respectivos erros padrões

(média ± erro padrão da média) dos dados

ori-ginais e os níveis de significância (p) dos dados

originais, quando obedecessem às premissas; dos

dados transformados, quando possível a

trans-formação; e dos dados não paramétricos quando

não obedecessem as premissas e não houvesse

transformações possíveis.

O nível de significância utilizado foi de 5%,

isto é, para um nível de significância menor que (p

(17)

Igo Vieira de Souza, Tatiana Kugelmeier, Márcia Andrade and Hildebrando Benedicto

estatísticas entre as variáveis classificatórias

(his-tórico de partos) para uma determinada variável

resposta (características uterinas).

RESULTADOS

As análises revelaram que o aparelho

repro-dutor feminino de macaco rhesus (M. mulatta) é

composto pela genitália externa, com a presença

da vulva, clitóris, pequenos lábios e ausência dos

grandes lábios. A genitália interna é formada por

dois ovários, duas tubas uterinas, útero e vagina

(Figura 1).

O útero se situa na cavidade pélvica, sobre a

vagina, entre a bexiga urinária e o intestino reto. A

face dorsal é mais convexa que a ventral. O útero

é do tipo simples, caracterizado por um fundo

globóide, localizado sobre a junção com as tubas

uterinas, oco, alongado e com contorno piriforme;

seu lúmen é reduzido e quando seccionado

me-dialmente, a cavidade tem um formato de fenda

transversa. Pode ser dividido macroscopicamente

em três regiões: corpo, fundo e cérvix uterina. Na

extremidade cranial, acima da desembocadura

das tubas uterinas, está presente o fundo, que

se caracteriza como uma região livre, de forma

alargada, convexa e arredondada. O corpo do

útero está abaixo da região do fundo, possui uma

porção dorsal que está em contato com a bexiga

urinária, denominado face vesical, e uma porção

ventral que está em contato com o intestino reto,

face intestinal. Ao longo de cada margem do útero

encontram-se e se justapõem o peritônio visceral,

que cobriu a face vesical e a porção que cobriu a

face intestinal, para formar as asas do ligamento

largo do útero. A cérvix aparece externamente com

um formato globóide, semelhante ao fundo do

útero, porém mais convexa. Sua porção caudal se

projeta no canal vaginal, formando um fórnix

vagi-nal. A cérvix uterina apresenta pregas ou projeções

na mucosa do canal cervical que se orientam em

direção ao lúmen. O canal cervical é obstruído por

um colículo principal ventral cervical e um par de

menores e variavelmente desenvolvido colículo

dorsal. Interdigitações desses colículos resultam

numa peculiar sinuosidade dorsoventral do canal

cervical (Figura 2). O suporte de ligamentos do

útero inclui os ligamentos uterossacrais, redondo,

largo e em menor grau os ligamentos

útero-ova-rianos. O ligamento largo do útero é delicado e

contorna a margem do útero como uma membrana

e se fusiona na região cervical. O ligamento

redon-do que está coberto pelo ligamento largo, se fixa

próximo à borda lateral do útero, logo abaixo da

inserção das tubas uterinas. Não foram observadas

diferenças macroscópicas e topográficas entre

as fêmeas nulíparas, primíparas e pluríparas. O

comprimento total do útero nas fêmeas nulíparas

teve média de 4,12 ± 0,2 cm, nas primíparas 4,32

± 0,26 cm e nas pluríparas 5,14 ± 0,71 cm.

Comparando as mensurações entre as três

categorias estudadas, observou-se que as fêmeas

pluríparas obtiveram as maiores medidas (Tabela

1). Histologicamente o útero de M. mulatta é

dividido em perimétrio, miométrio e

endomé-trio. O perimétrio é a mais externa, composta de

Figura 1: Aparelho reprodutivo feminino de

Macaca mulatta: C - corpo; CL - clitóris; V - vagina;

FV - fórnix vaginal; OEU - orifício externo do útero;

F - fundo; TU - tuba uterina; OD - ovário direito;

OE - ovário esquerdo.

(18)

ASPECTOS MORFOLÓGICOS DO ÚTERO DE MACACO RHESUS (MACACA MULATTA – ZIMMERMANN, 1780) EM FÊMEAS NULÍPARAS, PRIMÍPARAS E

PLURÍPARAS

uma camada serosa constituída de mesotélio e

tecido conjuntivo. O miométrio é a camada mais

espessa das três, composto por fibras musculares

lisas dispostas em diversos sentidos, aparecendo

seccionadas no sentido transversal, longitudinal e

oblíquo. As fibras musculares estão separadas por

tecido conjuntivo e numerosos vasos sanguíneos.

O endométrio é formado por um epitélio

prismá-tico simples e uma lâmina própria que contém

glândulas endometriais com o mesmo tipo de

epi-télio. Em todos os animais estudados as glândulas

endometriais eram tubulares simples e retas, com

o lúmen estreito e ligeiramente ondulado. Estas

características correspondem a um endométrio na

fase proliferativa ou estrogênica. A lâmina própria

é constituída por tecido conjuntivo frouxo muito

celularizado e rico em vasos sanguíneos. Em

re-lação à distribuição do colágeno no miométrio, o

método de picrossirius red permitiu observar uma

ampla distribuição do colágeno por todo o

compar-timento. O colágeno aparece na cor avermelhada

e em forma de espiral (Figura 3).

A estrutura histológica da cérvix uterina

di-fere do resto do útero. O revestimento do canal

Tabela 1. Dados biométricos do aparelho reprodutor de fêmeas de Macaca mulatta em diferentes idades

reprodutivas.

Medida (cm)

Nulíparas

Primíparas

Pluríparas

Comprimento do corpo uterino

2,41± 0,07

2,44 ± 0,07

3,07 ± 0,15

Largura do corpo uterino

1,8 ± 0,06

1,69 ± 0,13

2,14 ± 0,15

Espessura do corpo uterino

0,91 ± 0,06

0,73 ± 0,05

0,99 ± 0,06

Comprimento da cérvix

1,71 ± 0,04

1,8 ± 0,07

2,07 ± 0,18

Largura da cérvix

2,08 ± 0,09

1,92 ± 0,09

2,26 ± 0,09

Espessura da cérvix

0,91 ± 0,06

0,73 ± 0,05

0,99 ± 0,06

Figura 2: Corte sagital do aparelho reprodutor

feminino de macaco rhesus: CCD - colículo

cervical dorsal; CCV - colículo cervical ventral; CU

- cavidade uterina; FVD - fórnix vaginal dorsal; FVV

- fórnix vaginal ventral; MV - mucosa vaginal; OEU -

óstio externo do útero; OIU – óstio interno do útero.

Figura 3: Fotomicrografia do miométrio:

Observação da distribuição do colágeno sendo

representado pela cor vermelha e em formato de

espiral; C – colágeno, corte longitudinal (5µm),

(19)

Igo Vieira de Souza, Tatiana Kugelmeier, Márcia Andrade and Hildebrando Benedicto

cervical (endocérvix), assim como o das pregas

e suas ramificações, é constituído por um

epi-télio prismático simples secretor de muco, o

qual se acumula no canal. Possui poucas fibras

musculares lisas e consiste principalmente em

tecido conjuntivo denso. As glândulas mucosas

cervicais apresentaram o mesmo tipo de epitélio

do canal endocervical. A porção da cérvix uterina

que se estende do óstio externo do útero ao fórnix

vaginal (ectocérvix) é revestida por um epitélio

pavimentoso estratificado não queratinizado. A

porcentagem de colágeno encontrado no

mio-métrio das fêmeas nulíparas teve uma média de

26,32 ± 0,82 cm, nas primíparas 29,07 ± 1,01 cm

e nas pluríparas 38,93 ± 1,07 cm, pelo método

de picrosirius red.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

A morfologia macroscópica do aparelho

repro-dutor feminino de Macaca mulatta se assemelha

de forma geral ao modelo encontrado nos primatas

da subordem Anthropoidea (primatas do Novo e

do Velho Mundo). Entretanto, existem

particu-laridades específicas entre as diversas espécies

existentes nesta subordem, as quais devem ser

consideradas, diante da necessidade de melhorar

o conhecimento relativo à biologia da reprodução

em primatas.

O útero de M. mulatta encontra-se na cavidade

pélvica, sobre a vagina, entre a bexiga urinária e

o intestino reto. Em Alouatta guariba clamitans

e Alouatta caraya, o útero está ligeiramente

des-locado para o lado esquerdo, devido ao grande

desenvolvimento do ceco

3

. Em linhas gerais, a

topografia e localização do útero se assemelham

aos demais primatas.

Na maioria dos primatas, como na espécie deste

estudo, os grandes lábios estão ausentes, sendo

descritos na infraordem Prossimii e na família

Ce-bidae

4

, em Alouatta guariba clamitans e Alouatta

caraya

3

e no Homo sapiens

5

.

O útero é do tipo simples e piriforme,

seme-lhante ao da maioria dos primatas, com exceção

dos prossímios, que na maior parte do grupo,

possuem dois cornos uterinos curtos. Na família

Lorisidae e no gênero Tarsius apresentam dois

cornos uterinos longos ou útero bicorno

4

. Essa

di-ferença no formato está relacionada com o número

de filhotes por parto. Os primatas que possuem o

útero bicorno tem um número maior de filhotes

por parto, enquanto os que possuem o útero do

tipo simples tem normalmente apenas um filhote

por parto. Em Callithrix sp. (representante da

infraordem Anthropoidea) os nascimentos duplos

são regras (gêmeos fraternos) e possuem o útero

com uma sutil separação da extremidade superior

por um chanfro mediano.

Em todas as fêmeas estudadas, o epitélio da

mucosa uterina se mostrou invariavelmente

pris-mático simples. A mesma característica foi

obser-vada no epitélio das glândulas endometriais. Em

gibões (família Hylobatidae), existem diferenças

entre os epitélios do útero. A mucosa é constituída

por epitélio cúbico-colunar simples ou

pseudoes-tratificado e as glândulas endometriais possuem

epitélio colunar simples

6

.

Diferente do que foi encontrado em outros

estudos com Macaca mulatta

7,8

, o endométrio e

a cérvix uterina das fêmeas estudadas não

apre-sentaram células ciliadas. Estas células ciliadas

aparecem em Callithrix jacchus, porém raras

9

.

A cérvix uterina de Macaca mulatta possui

epitélio prismático simples, como ocorrem na

maioria dos primatas. Porém bugios (Alouatta

guariba clamitans e Alouatta caraya) possuem

epitélio prismático pseudoestratificado

3

. A razão

dessas diferenças encontradas na literatura é

des-conhecida.

Durante a gestação, o miométrio passa por um

período de grande crescimento como resultado

de hipertrofia e hiperplasia. Muitas células

mus-culares lisas sintetizam ativamente o colágeno,

cuja quantidade aumenta significativamente no

útero

5

. O aumento do número de partos leva a um

aumento de depósito de colágeno no miométrio,

levando a uma alteração na composição do útero,

o que poderia explicar as diferenças biométricas

nas três categorias estudadas. Todas as fêmeas

encontravam-se na fase estrogênica, porém não

(20)

ASPECTOS MORFOLÓGICOS DO ÚTERO DE MACACO RHESUS (MACACA MULATTA – ZIMMERMANN, 1780) EM FÊMEAS NULÍPARAS, PRIMÍPARAS E

PLURÍPARAS

se sabe se elas estavam no início, meio ou fim

dessa fase. Uma das variáveis que poderia estar

influenciando nos dados biométricos.

Os resultados demonstram que as fêmeas

pluríparas de Macaca mulatta possuem maiores

mensurações do útero (comprimento, largura

e espessura do corpo e comprimento, largura e

espessura da cérvix) e maior porcentagem de

colágeno no miométrio comparado as fêmeas

nulíparas e primíparas. Estudos pormenorizados

e maior número de animais seriam necessários

para melhor esclarecimento dessas diferenças

entre as mensurações do útero e a porcentagem

de colágeno no miométrio dos animais em estudo.

Os dados anatômicos aqui registrados

repre-sentam uma ferramenta auxiliar para estudos de

reprodução em primatas e em humanos, além de

oferecer subsídios para aprimorar o manejo

repro-dutivo da espécie símia analisada.

AGRADECIMENTOS

Ao Dr. Renato Choppard (in memoriam), do

Instituto de Ciências Biomédicas, Departamento

de Anatomia, Universidade de São Paulo/USP,

pelo apoio e orientação neste trabalho.

MORPHOLOGICAL ASPECTS OF UTERUS IN FEMALE

NULLIPAROUS, PRIMIPAROUS, AND PLURIPAROUS RHESUS

MACAQUES (MACACA MULATTA – ZIMMERMANN, 1780)

The creation of nonhuman primates in captivity for scientific research

purpo-ses requires great knowledge and care of their breeding and management.

Problems related to pregnancy, such as abortions, dystocia, and retained placenta

cause great impact on the productivity of the colonies, animal welfare, and breeding

costs. In order to minimize these losses, our study aims to improve understanding of the

uterine anatomy of rhesus monkey (Macaca mulatta). Fifteen females between 38 and

87 months of age and body mass between 4.9 and 7.39 kg, belonging to the Institute of

Science and Technology in Biomodels/ISTB, Fiocruz, RJ were studied. Females were

divided into 3 categories: nulliparous, primiparous, and pluriparous. Topographical study,

biometrics organs, light microscopy, and quantification of collagen in the myometrium

were carried out in all animals. The uterus is a simple type, characterized by a globoid,

hollow, elongated body and pear-shaped format. It can be divided into: body, fundus, and

cervix. No macroscopic and topographic differences among the three categories studied

were observed. The pluriparous females achieved the highest biometric and amount

of collagen measures in the myometrium compared to the other categories of studied

females. Endometrium is formed by a simple prismatic epithelium and lamina propria

containing straight and tubular endometrial glands with the same type of epithelium.

We conclude that measurements and histological constitution of the uterus vary as the

reproductive history, which explains, in part, the major risk of complications occurred

in parturition of pluriparous females.

Keywords:

Uterus, Collagen, Macaca mulatta. Parturition. Reproduction.

(21)

Igo Vieira de Souza, Tatiana Kugelmeier, Márcia Andrade and Hildebrando Benedicto

1. Kaup FJ. Infectious disease and

animal models in primates. Primate

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2. Hérodin F, Thullier P, Garin D,

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are relevant models for research

in hematology, immunology, and

virology. Eur Cytokine Netw. 2005;

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3. Veras MM. Aspectos morfológicos

do aparelho reprodutor em bugios

(Alouatta guariba clamitans

e Alouatta caraya): o modelo

feminino [dissertação]. São Paulo:

Universidade de São Paulo,

Faculdade de Medicina Veterinária e

Zootecnia; 2004.

4. Ankel-simons F. An introduction

primate anatomy. 2ª ed. Durham:

Academic Press; 2003. 506p.

5. Junqueira LC, Carneiro J.

Histologia básica. 10

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6. Burton GJ. Light microscopy

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leaf-monkey (Presbytis obscura).

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9. Nicklaus AL, Murphy CR, Lopata

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luminal surfasse epithelium at

preovulatory and preimplantation

stages in marmoset monkey. Anat

Rec. 2001; 264(1): 82-92.

(22)

ISSN 2238-1589

1 Discente do Curso de Especialização em Toxicologia, Centro Universitário Hermínio Ometto.

2 Docente do Programa de Pós Graduação em Ciências Biomédicas do Centro Universitário Hermínio Ometto – Uniararas.

Data Recebimento: 08/01/2016 Aceito para a Publicação: 08/06/2016 Autor Para Correspondência: Lílian Cristina Pereira

E-mail: lilianpereira@uniararas.br

ARTIGO DE REVISÃO

RESUMO

UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS À EXPERIMENTAÇÃO

ANIMAL EM PESQUISA

Andresa Gomes dos Santos

1

& Lílian Cristina Pereira

2

Para sobreviver em um ambiente adverso, o ser humano sempre contou com o auxílio

dos animais para as mais variadas funções e finalidades. Quando trata-se de avaliação

da toxicidade de uma substância é necessário verificar os efeitos nocivos que a mesma

pode desencadear aos homens, animais e ambiente após exposição. Para que se possa

verificar tal propósito, o modelo animal ainda tem sido o mais utilizado nos estudos de

avaliação toxicológica. Entretanto, a utilização de animais na pesquisa é um tema que

tem sido razão de diversas discussões e envolve a quantidade de animais utilizados, a

real necessidade de sua utilização e a eficácia da extrapolação dos dados obtidos para

seres humanos por exemplo. Por outro lado, pesquisadores e a comunidade científica

nacional e internacional têm somado investimentos e esforços no desenvolvimento e

validação de métodos alternativos ao uso de animais. Neste contexto, o conceito e

uso dos 3 Rs, do inglês (Replace, Reduce e Refine), tornou-se tendência na avaliação

da toxicidade de compostos. Desta forma, o presente trabalho apresenta em forma de

revisão de literatura

baseada em artigos publicados e atualizados, uma reflexão e uma

abordagem atual acerca do tema sobre a relação do uso de animais em pesquisa e sua

relevância para o avanço na avaliação do risco à exposição aos compostos químicos

e aborda os métodos alternativos já implantados, bem como relaciona dados sobre a

regulamentação na experimentação animal em nosso país.

Palavras-chave: Avaliação Toxicológica; Experimentação Animal; Métodos alternativos.

INTRODUÇÃO

Os humanos estão expostos a uma enormidade

de produtos químicos no seu dia-a-dia, seja por

meio da produção, consumo, presença no ambiente

ou descarte incorreto de medicamentos, produtos

de cuidados pessoais, domisanitários, praguicidas,

nanomateriais, surfactantes, plastificantes,

retar-dantes de chama entre outros

1

. Para garantir uma

proteção adequada da saúde humana e do ambiente

é essencial que seja verificado, de forma

adequa-da, o potencial que estes compostos apresentam

para induzir toxicidade

2

. Análises toxicológicas

que fornecem informações sobre periculosidade,

exposição, risco de intoxicação e mecanismo de

toxicidade, são componentes da Avaliação de

Risco, uma das etapas importantes para atestar

se-gurança e regulamentar uma substância química

3

.

Atualmente, os testes que fornecem dados para a

avaliação de risco de substâncias químicas são

ba-seados em modelos que utilizam experimentação

animal desenvolvido nos últimos 60 anos

4

.

A princípio, todo animal pode servir à

experi-mentação, entretanto, tem-se procurado utilizar

um modelo que apresente melhor resposta a um

determinado estímulo, seja por sua maior

sensi-bilidade, facilidade de manejo e evidenciação do

efeito ou por sua semelhança anatômica,

fisioló-gica ou metabólica com o homem

5

. Cabe ressaltar

(23)

Andresa Gomes dos Santos e Lílian Cristina Pereira

que a utilização de animais deve seguir os

precei-tos do rigor científico e da ética que norteiam os

desenhos experimentais com modelos biológicos,

bem como, as normas de bioterismo preconizadas

nacionalmente

6

. Contudo, muitas críticas foram

dirigidas a estes testes nos últimos anos, pois

en-volve uma série de pressupostos e extrapolações

2

.

Devido à evolução técnico-científica, na década

de 80 iniciou-se o desenvolvimento de modelos

experimentais alternativos para as diversas áreas,

em substituição ao uso de animais de laboratório

6

.

Neste contexto, novas ferramentas estão sendo

desenvolvidas, validadas e aplicadas pelos

toxi-cologistas para atestar a segurança de substâncias

químicas, porém sem o uso de animais

7

. Desta

forma, os métodos alternativos também estão

sen-do contemplasen-dos na etapa da avaliação de efeitos

toxicológicos de substâncias químicas

6

.

O uso de métodos alternativos apresenta

diversas vantagens, que vão desde a não

utiliza-ção de animais, quando se trata de métodos de

substituição, até a redução de custos a resultados

mais preditivos uma vez que métodos in vitro

apresentam como benefício o fato de serem

me-nos sujeitos a interferentes exterme-nos, já que os

animais sofrem influência de presença de ruídos,

alterações de metabolismo em função de alguma

modificação de temperatura, ciclo de luz, umidade

etc

8

. Entretanto, os animais de laboratório deverão

ser utilizados sempre que não existam métodos

alternativos validados que os substituam ou, em

casos específicos, após screening com métodos

in vitro e/ou matemáticos validados, precedendo,

dessa forma, os estudos clínicos

5

.

REVISÃO DE LITERATURA

1. Relação entre ser humano e animais:

A relação dos seres humanos com as demais

espécies animais é de longa data na história e

envolve uma relação predatória e de simbiose

9, 10

. Os humanos se valem e exploram as outras

espécies como fonte de alimento, força de tração

para o trabalho, para proteção de sua saúde desde

os primórdios de sua evolução

9

. Para sobreviver

a um meio adverso, o ser humano sempre contou

com o auxílio dos animais para as mais variadas

finalidades. Porém, sabe-se que esse processo

histórico de interação com a espécie humana não

ocorreu de modo que refletisse, de forma justa, a

participação de cada um nesse contexto

11

.

A filosofia também auxilia a legitimar a visão

de inferioridade dos animais. Protágoras, ainda no

período pré-socrático (408-410 a.C.), já enaltecia

o antropocentrismo ao estabelecer como princípio

universal, “o homem como a medida de todas as

coisas”

12

. Enquanto no século XVI, René

Des-cartes defendeu a teoria mecanicista, pela qual os

animais não seriam mais do que simples máquinas,

desprovidos de alma e, portanto, insensíveis à dor

e ao sofrimento

13

. Com o advento dos estudos

científicos não foi atribuído papel diferente aos

animais, ainda considerados seres restritos a servir

o ser humano

14

. Movidos pela conveniência ou

adequação aos interesses existentes o humanismo

cartesiano perdurou como principal fundamento

moral por muitos anos.

2. Histórico da utilização de animais para

experimentação científica

As experiências com animais nas ciências da

vida remontam à Grécia antiga e aos primeiros

experimentos médicos, sendo que o primeiro

relato da utilização de animais em experimentos

científicos data do século V a.C., com Alcmêon

que dissecava os animais e fazia anotações

15

.

Atribui-se a Hipócrates os primeiros estudos na

área de saúde que relacionavam as semelhanças

entre órgãos humanos doentes com os de animais,

que também foi adotado por Aristóteles.

No campo das pesquisas médicas

experimen-tais, Galeno destaca-se como o precursor das

atividades de vivissecção em animais

14

. Séculos

adiante (em 1638) foi realizado o primeiro uso

de animais em atividades científicas para estudo

da fisiologia da circulação sanguínea, com mais

de 80 espécies de animais, realizado por William

Harvey. A publicação do livro “A Origem das

(24)

UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS À EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL EM PESQUISA

Espécies” de Charles Darwin, em 1859,

estabe-leceu os pressupostos do vínculo existente entre

as diferentes espécies animais no contexto do

processo evolutivo. Desta forma, a teoria de

Da-rwin possibilitou a extrapolação dos dados obtidos

em pesquisas com modelos animais para seres

humanos

16 17

.

A Lei Arouca (Lei 11.794/2008), que

regula-menta o inciso VII, §1º do artigo 225 da

Consti-tuição Federal, considera lícito o uso científico e

acadêmico de animais, desde que nos limites por

ela estabelecidos. O objetivo é regular o uso

cien-tífico de animais. Dentro destes limites, destaca-se

a exigência legal de que as atividades didáticas

com animais vivos somente sejam realizadas por

estabelecimentos de ensino superior ou de

edu-cação profissionais técnica de nível médio, desde

que seja da área biomédica

18

. Assim controlaram

as atividades de ensino e pesquisa que estejam

ocorrendo nas universidades, auxiliando os

pro-fissionais da área biomédica.

Além do mais, o Brasil apresenta uma lei

federal que regulamenta o uso de animais na

experimentação científica, a Lei Arouca (Lei

11.794/2008). Em seis capítulos, essa lei

estabe-lece um conjunto de regras, como a criação do

Conselho Nacional de Controle de

Experimenta-ção Animal (CONCEA), e – vedando a atuaExperimenta-ção

independente do pesquisador, pessoa física, para

realizar experimentos com animais – obrigou a

todas as instituições que pretendam utilizar

ani-mais, na pesquisa ou no ensino, a se cadastrarem

no Conselho e comporem uma Comissão de Ética

para Uso de Animais (CEUA), que analisará cada

projeto de pesquisa ou plano de aula envolvendo

vertebrados (exceto a espécie humana). Além

dis-so, a Lei Arouca lista as condições de criação e uso

dos animais e as penalidades administrativas às

instituições que transgredirem as suas disposições

e seu regulamento

19

.

3. Conceito dos 3Rs (Reduction, Refinement e

Replacement)

Em 1959, o zoologista William M.S. Russell

e o microbiologista Rex L. Burch publicaram um

livro, onde estabeleceram o conceito dos três “Rs”

para utilização dos animais

20

. Esta proposta não

impede a utilização de modelos animais em

expe-rimentação, mas visa uma adequação e reflexão de

humanizá-la tendo em vista o sofrimento animal

21

.

O Princípio dos 3Rs é assim denominado em

função das iniciais, em inglês, (Reduction,

Refine-ment e ReplaceRefine-ment): o primeiro “R” (Reduction

= redução) determina que os pesquisadores devem

utilizar o mínimo de animais em um experimento,

apenas a quantidade necessária capaz de fornecer

resultados estatísticos significativos. O segundo

“R” (Refinement = Refinação) sugere o emprego

de métodos adequados de analgesia, sedação e

eutanásia, com o propósito de reduzir a dor e o

desconforto, evitando ao máximo o estresse de

animais de experimentação, ou seja, o uso de

animais deve ser feito por pessoas treinadas. E por

fim, o terceiro “R” (Replacement = Substituição)

orienta o uso de métodos alternativos, sempre que

possível

18,21

.

No Brasil, a responsabilidade de monitorar e

avaliar a introdução de técnicas alternativas que

substituam a utilização de animais em atividades

de ensino ou pesquisa é do CONCEA. Esta

enti-dade é responsável por credenciar as instituições

que utilizem animais em seus trabalhos, além de

criar as normas brasileiras de produção e uso de

animais

22

.

Com base na idéia de que os humanos têm a

responsabilidade de cuidar dos animais e adotar

comportamentos e práticas que busquem o seu

bem-estar, agindo de forma humana, os princípios

dos 3Rs consistem em:

1) A redução do número de animais utilizados,

acompanhada pelo aumento da qualidade do

tratamento estatístico é uma importante

alter-nativa. Contudo, fica implícito neste caso que

um número adequado de animais para obtenção

de dados válidos seja cumprido, porém não

excedendo o valor mínimo

24

. Reduzir o uso

de animais ao mínimo necessário para alcançar

significâncias estatísticas, envolver cálculos

preliminares estatísticas e/ ou modelagem por

computador, partilha de animais quando os

tecidos ou órgãos são necessários, ou a

(25)

elimi-Andresa Gomes dos Santos e Lílian Cristina Pereira

nação de variáveis que aumentaria o número

de animais necessários

16

.

2) Refinar as técnicas de criação e de

experimen-tação de forma a minimizar um procedimento

existente ou a técnica, de forma a minimizar

o nível de dor ou sofrimento do animal

16

,ou

seja, qualquer desenvolvimento que diminua

a incidência ou severidade dos processos aos

animais em experimentação

24

. Pode-se incluir

também neste item as questões metodológicas

e estatísticas que permitem analisar dados

ob-tidos em amostras progressivamente menores.

3) Repor ou substituir os animais por alternativas

tecnológicas (técnicas in vitro, tais como tecido,

órgão ou cultura de células), animais menos

sensíveis situados na baixa escala filogenética

(invertebrados, insetos), sistemas vivos

não--animais (a transferência de genes retrovirais)

ou sistemas não-vivos (modelagem por

com-putador)

16

.

Esses princípios passaram a ser utilizados

internacionalmente na elaboração de legislações,

normas e orientações (guidelines) sobre o uso de

animais na pesquisa, no ensino e nos testes de

substâncias (vacina, medicamentos, produtos de

limpeza e beleza, etc.).

Mas, no Brasil, os dois dispositivos legais

centrais do novo marco regulatório de uso de

animais em experimentação científica, a Lei nº

11.794/08 e o Decreto nº6.899/09, não se referem

expressamente e nem ratificam, a plena aplicação

do princípio dos 3Rs.

4. Métodos alternativos à experimentação animal

Por outro lado, nos últimos anos têm sido

utilizadas várias metodologias que não utilizam

animais como modelo experimental e que são

clas-sificados como métodos alternativos

23

. Métodos

alternativos podem ser definidos como qualquer

método que possa ser usado para substituir, reduzir

ou refinar o uso de experimentos com animais na

pesquisa biomédica, ensaios ou ensino.

25

O CONSELHO NACIONAL DE CONTROLE

DE EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL – CONCEA,

no uso das atribuições que lhe confere o art. 5º,

inciso III, da Lei nº 11.794, de 8 de outubro de

2008, resolve: Art. 2º. Para os efeitos desta

Reso-lução Normativa, considera-se:

I- Método Alternativo: qualquer método que

possa ser utilizado para substituir, reduzir

ou refinar o uso de animais em atividades de

pesquisa;

II- Método Alternativo validado: método cuja

confiabilidade e relevância para

determina-do propósito foram determinadas por meio

de um processo que envolve os estágios de

desenvolvimento, pré-validação, validação

e revisão por especialistas, o qual está em

conformidade com o procedimentos

realiza-dos por Centros para Validação de Métorealiza-dos

Alternativos ou por estudos colaborativos

internacionais, podendo ter aceitação

regu-latório internacional;

III- Método Alternativo Reconhecido: é o método

alternativo validado que foi reconhecido pelo

CONCEA

22

.

O CONSELHO NACIONAL DE CONTROLE

DE EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL (CONCEA),

no uso das atribuições que lhe confere o art. 5º,

inciso III, da Lei nº 11.794, de 8 de outubro de

2008, resolve: Art. 1º Esta Resolução Normativa

reconhece o uso no país de métodos alternativos

validados, que tenham por finalidade a redução, a

substituição ou o refinamento do uso de animais

em atividades de pesquisa, nos termos do inciso

III do art. 5º da Lei nº 11.794, de 08 de outubro

de 2008, e sua regulamentação. Art. 2º Para os

efeitos desta Resolução Normativa, o CONCEA

reconhece 17 (dezessete) métodos

apresentados

na tabela 1 seguir:

Art.3° As aplicações específicas de cada um

dos métodos previstos no art. 2º desta Resolução

Normativa, bem como a determinação de se

des-tinarem à substituição total, à substituição parcial

ou à redução, encontram-se descritas no próprio

método e, como tal, devem ser respeitadas. Art. 4º

Os métodos alternativos descritos no art.º 2 desta

Resolução Normativa encontram-se formalmente

(26)

UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS ALTERNATIVOS À EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL EM PESQUISA

validados por centros internacionais de validação,

seguindo o Guia 34 da OECD, e possuem

acei-tação regulatória internacional. Parágrafo único.

Com o reconhecimento dos métodos alternativos

descritos no art.º 2 desta Resolução Normativa,

fica estabelecido o prazo de até 05 (cinco) anos

como limite para a substituição obrigatória do

mé-todo original pelo mémé-todo alternativo. Art. 5º. Esta

Resolução Normativa entra em vigor na data de

sua publicação no Diário Oficial da União. Sendo

assim em vigor desde julho de 2014 a Resolução

Normativa 17 estabelece que, após o CONCEA

reconhecer um método alternativo, as instituições

de pesquisa têm prazo de até cinco anos como

limite para a adoção obrigatória da técnica sem o

uso de animais.

De fato, métodos alternativos podem ser

defi-nidos como qualquer método que possa ser usado

para substituir, reduzir ou refinar o uso de animais

na pesquisa biomédica, ensaios ou ensino. Em

1969, a criação, no Reino Unido, do FRAME

(Fund for the Replacement of Animals in Medical

Experiments), órgão para promover junto à

comu-nidade científica o conceito e o desenvolvimento

de métodos alternativos, foi a primeira ação em

favor do princípio dos 3Rs. Nos anos posteriores,

o avanço da ciência evidenciou as diferenças

meta-bólicas e de respostas que controlam a homeostasia

Tabela 1 – Métodos toxicológicos in vivo e seus respectivos métodos alternativos

Método in vivo

Método Alternativo

OECD 423 - Toxicidade

Oral Aguda para Ratos

OECD TG 420 –

OECD TG 423 –

OECD TG 425 –

OECD TG 129 –

OECD 432 –

Toxicidade Aguda Oral – Procedimento de Doses Fixas

(in vivo)

Toxicidade Aguda Oral – Classe Tóxica Aguda (in vivo)

Toxicidade Aguda Oral – procedimento “Up and Down”

(in vivo)

Estimativa da dose inicial para teste de toxicidade aguda oral

sistêmica (in vivo)

OECD 432 - Teste de Fototoxicidade in vitro 3T3 NRU.

OECD 427 - Absorção

Cutânea método in vivo.

OECD 428 – OECD 428 - Absorção Cutânea método in vitro.

OECD 404 - Irritação/

Corrosão Cutânea

Aguda em Coelhos

OECD 430 –

OECD 431 –

OECD 435 –

OECD 439 –

Corrosão dérmica in vitro: Teste de Resistência Elétrica

Transcutânea;

Corrosão dérmica in vitro: Teste da Epiderme Humana

Reconstituída;

Teste de Barreira de Membrana in vitro;

Teste de irritação Cutânea in vitro.

OECD 405 - Irritação/

Corrosão Ocular Aguda

em Coelhos

OECD 437 –

OECD 438 –

OECD 460 –

Teste de Permeabilidade e Opacidade de Córnea Bovina

(in vitro)

Teste de Olho Isolado de Galinha (in vitro)

Teste de Permeação de Fluoresceína.

OECD 406 -

Sensibilização Dérmica

OECD 429 –

OECD 442A e

442B –

Ensaio do Linfonodo Local (in vivo)

Versões não radioativas do Ensaio do Linfonodo Local (in vivo)

OECD 474 – Teste

de Micronúcleo em

Eritrócitos de Mamíferos

Referências

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