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EXPLORANDO A PRACINHA DA ESCOLA - I: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

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Academic year: 2021

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EXPLORANDO A PRACINHA DA ESCOLA - I: UMA SEQUÊNCIA

DIDÁTICA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL

Denise Ritter – deniseritter10@gmail.com Universidade Franciscana Santa Maria - RS Raquel Tusi Tamiosso – raqueltusitamiosso@gmail.com Universidade Franciscana Santa Maria – RS Gabriel de Oliveira Soares – gsoares8@outlook.com Universidade Franciscana Santa Maria - RS Paola Aquino dos Santos – paolasantosmtm@gmail.com Universidade Franciscana Santa Maria - RS Thais Scotti do Canto-Dorow – thaisdorow@gmail.com Universidade Franciscana Santa Maria - RS

Resumo: O presente trabalho visa apresentar uma sequência didática, elaborada para ser aplicada junto aos estudantes da Educação Infantil. O planejamento dessa sequência considera à importância das brincadeiras nos processos de ensino e aprendizagem das crianças, bem como ao potencial dos diferentes espaços escolares para realização de ações pedagógicas. Assim, a sequência didática proposta tem como objetivo explorar noções de localização, espaço, cores e formas, brincando na pracinha. É composta por sete atividades, que foram planejadas a partir do recomendado na Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2018), como documento norteador, a fim de contemplar habilidades dispostas para o nível de ensino pretendido. Considera-se, essa sequência didática, como um produto educacional alternativo interessante, uma vez que pode proporcionar aos estudantes da Educação Infantil momentos de interação, socialização, exploração do meio e aprendizagem.

Palavras-chave: Espaços pedagógicos, Aprendizagem, Produto educacional. 1 INTRODUÇÃO

O documento que norteia a educação no Brasil, atualmente, é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que teve suas diretrizes homologadas pelo Ministério da Educação nas etapas correspondentes à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental em 2017 e, à etapa do Ensino Médio, em 2018 (BRASIL, 2018). Esse documento estabelece uma série de competências e habilidades que devem ser desenvolvidas durante a escola básica. Dentre os direitos de aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil, preconizados pelo referido documento, destaca-se, para discussão e argumentação do presente trabalho, o seguinte:

brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas

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experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais (BRASIL, 2018, p. 36).

Para tanto, o brincar consiste em uma ação necessária para o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem na Educação Infantil. O professor pode contemplar em seu planejamento atividades que envolvam brincadeiras, para que os estudantes aprendam enquanto brincam. Além da aprendizagem, estratégias como essa possuem potencial para promover uma aproximação maior entre os alunos, bem como entre esses e o professor, tornando as vivências na escola mais acolhedoras e agradáveis.

Corroborando com essa ideia, Rodrigues, Alves e Sobral (2019, p. 187-188) afirmam que “pela brincadeira a criança desenvolve seus sentidos, alcança inúmeras habilidades de identificar objetos e suas características como formas, texturas, tamanhos, cores e sons”. A brincadeira, portanto, permite que a criança conheça a si mesma e conheça, também, o mundo a sua volta, a partir do toque em objetos, do reconhecimento de formas, da percepção e internalização das coisas como são. As autoras ainda destacam que

brincando a criança entra em contato com o ambiente, aufere meios para melhor relacionar-se com os demais, alegrar-se, elevar a autoestima, ser mais afetiva e sociável e tornar-se assim um ser ativo, curioso e formador das suas próprias descobertas e aprendizagens. No brincar, a criança constrói e recria um mundo onde seu espaço esteja garantido (RODRIGUES; ALVES; SOBRAL, 2019, p. 189). Percebe-se diversas habilidades e valores que podem ser desenvolvidos nas crianças através de processos de ensino e aprendizagem que envolvam brincadeiras. Em relação ao planejamento do professor, ressalta-se que pode ser integrado por atividades de ensino que envolvam brincadeiras para serem realizadas na sala de aula, como também em espaços externos à sala de aula. É possível, por exemplo, planejar alguma atividade desse tipo no pátio da escola, na biblioteca, no laboratório de informática, ou ainda em espaços externos à escola, como museus, praça da cidade, parque, entre outros.

Considerando os espaços exteriores à sala de aula, Martins e Neves (2020) argumentam que as crianças podem desenvolver sua parte sensorial ao participarem de atividades ou brincadeiras nesses locais. Ressaltam, entretanto, que da mesma forma que planejamentos são realizados em ambientes de sala de aula, faz-se necessária a realização de planejamentos para o desenvolvimento de atividades em espaços exteriores. Complementam afirmando que espaços exteriores apresentam uma diversidade de experiências pedagógicas a serem exploradas (MARTINS; NEVES, 2020).

Diante da importância de contemplar as brincadeiras nos processos de ensino e aprendizagem, e de explorar o potencial dos diferentes espaços para o desenvolvimento de ações pedagógicas, elaborou-se uma sequência didática, que conforme Zabala (1998, p. 18) é

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“[...] um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos”.

Na escola, a pracinha de brinquedos foi escolhida como local para exploração e planejamento da sequência didática, para ser aplicada junto aos estudantes da Educação Infantil, tendo como objetivo, explorar noções de localização e espaço, cores e formas brincando na pracinha.

2 O PRODUTO EDUCACIONAL

A sequência didática proposta foi pensada a partir de uma formação de professores, detalhada em Peixoto et al. (2021), realizada em uma escola particular do município de Santa Maria – RS, desenvolvida por um grupo constituído por estudantes e professores do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática de uma universidade da região central do Rio Grande do Sul.

Em uma breve descrição, dividiu-se o espaço escolar escolhido como problematizador da formação, a pracinha, em quatro estações: Solo, Árvore, Brinquedos I e Brinquedos II. A partir disso, deveriam ser pensadas, pelo grupo formador, sequências didáticas que explorassem essas estações para os seguintes níveis de ensino: Educação Infantil, Anos Iniciais do Ensino Fundamental e Anos Finais do Ensino Fundamental. Esse processo de criação das sequências está registrado em Soares et al. (2021). Aqui, neste trabalho, apresenta-se uma das sequências para a estação Brinquedos II, do nível Educação Infantil.

2.1 Tipo de produto: Proposta de ensino (sequência didática).

2.2 Objetivo: Explorar noções de localização e espaço, cores e formas brincando na pracinha. 2.3 Público-alvo: Alunos da Educação Infantil, com faixa etária entre 1 e 5 anos e 11 meses. 2.4 Nível de escolaridade: Educação Infantil.

2.5 Descrição do produto: A sequência criada é composta por sete atividades que foram pensadas inicialmente refletindo as habilidades propostas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a partir dos campos de experiências, que podem ser desenvolvidas ao aplicá-la. Uma organização para tais habilidades é apresentada na Figura 1.

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Fonte: autoria própria.

Como citado anteriormente, a sequência didática foi organizada em sete atividades, que estão sintetizadas pelo Quadro 1.

Quadro 1 – Atividades da sequência didática

Atividade Nome Descrição

1 As Formas Relembrando as formas geométricas

2 Explorando a oca/iglu Explorando as formas no brinquedo iglu/oca

3 Bolas Comparação de tamanhos com bolas

4 Buscando as bandeiras Trabalhando com localização a partir de bandeiras

5 Cartaz com as bandeiras Trabalhando com posições a partir de bandeiras e

colagens.

6 Histórias Criação de histórias

7 Socialização Socialização com os colegas Fonte: autoria própria.

No que segue, serão abordadas as atividades em um sentido de explicá-las individualmente.

ATIVIDADE 1: As Formas

A atividade foi pensada em ser realizada após os alunos já terem contato com as formas geométricas. O desenho animado “O diário de Mika - As formas1” pode ser apresentado para

relembrar as principais formas geométricas estudadas pelos alunos. Após, os alunos podem ser

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incentivados a construírem as formas com massinhas de modelar, assim como no desenho da Mika.

ATIVIDADE 2: Explorando a oca/iglu

O brinquedo oca/iglu é composto por diversas formas (Figura 2). Assim, o professor poderá levar os alunos até o brinquedo e realizar perguntas similares a essas: Que cores vocês visualizam nesse brinquedo? De que é feito esse brinquedo? Qual é o formato desse brinquedo? Vocês conseguem pensar em outros objetos que tenham um formato parecido a esse? Todos as “aberturas” do brinquedo são iguais? Todos têm o mesmo tamanho? E a mesma forma?

Figura 2 – O brinquedo oca/iglu

Fonte: acervo dos autores.

Podem ser feitas tantas perguntas quanto necessárias a partir da percepção do professor. Além disso, pode-se solicitar aos alunos para registar as respostas no caderno e fazer desenhos das formas.

Introdução às atividades 3, 4, 5 e 6: Inicialmente, dividir a turma em grupos de até 4 integrantes. (Sugere-se colocar fitas coloridas para identificar os grupos). Destacar que cada grupo receberá uma tarefa, solicitando que respeitem o tempo de cada colega no desenvolvimento das mesmas.

ATIVIDADE 3: Bolas

Serão necessários para essa atividade quatro bolas de diferentes tamanhos, sugere-se utilizar uma bola de ping-pong, uma bola de tênis, uma bola de futebol e uma bola de basquete. Assim, o professor solicitará que cada aluno, um por vez, pegue uma das bolas. O interessante é que não seja dito quais bolas pegar pelo nome, como bola de futebol, mas, sim, pelas características físicas. Exemplo: “Pegue a maior bola”, “pegue a bola menor”, “pegue a bola branca”, “pegue uma bola que tem o tamanho entre a menor e a maior”. Assim, são trabalhadas ideias de comparações e características desses objetos. Após essa retirada, cada aluno deverá se dirigir até o brinquedo e tentar colocar a sua bola dentro do brinquedo por alguma das

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aberturas, não sendo as principais (as aberturas principais podem ser isoladas usando uma fita). Pode-se perguntar, por exemplo: por que algumas bolas não entram em algumas aberturas?

ATIVIDADE 4: Buscando as bandeiras

Previamente ao desenvolvimento dessa atividade, o professor organizará quatro bandeiras de quatro formas e cores diferentes para cada grupo de alunos. Sugerem-se as apresentadas na Figura 3.

Figura 3 – Bandeiras

Fonte: acervo dos autores.

Assim, por exemplo, deverão ser confeccionadas quatro bandeiras da cor vermelha, quatro bandeiras da cor azul, quatro bandeiras da cor verde, quatro bandeiras da cor amarela e, se necessário, quatro bandeiras de mais cores, sendo cada bandeira com uma das quatro formas citadas. É importante salientar que o número de bandeiras a serem confeccionadas deverá ser igual ao número de alunos participantes da atividade.

As bandeiras devem ser posicionadas no brinquedo “oca/iglu”, de modo a ficarem em diferentes locais. Sugere-se dentro e fora do brinquedo; em cima da cor amarela; entre duas circunferências etc. Todos estes termos são importantes de serem destacados pelos professores no decorrer da atividade.

Assim, após os preparativos, inicia-se a atividade: deve-se solicitar que cada um dos integrantes, de cada grupo, se dirija até o brinquedo e retire uma bandeira específica com a cor de seu grupo, por exemplo, para um integrante do grupo vermelho: “aluno, retire uma bandeira vermelha em formato de triângulo que está localizada dentro do brinquedo”. Para um integrante do grupo verde: “aluno, retire uma bandeira verde em formato de quadrado que está localizada em cima da cor amarela do brinquedo.” Outras instruções deverão ser feitas, para que todos os alunos de cada grupo recebam a tarefa de retirar uma bandeira da oca/iglu. Essa atividade objetiva trabalhar com as cores, formas geométricas e relações espaciais, além da convivência.

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Ao trazerem as bandeiras, cada grupo deverá juntar-se para preencher um cartaz com as bandeiras coletadas. Esse cartaz será dividido em nove quadrados, como em um jogo da velha. Ao lado de cada cartaz, terá uma folha papel A4, com a mesma divisão, contendo um cenário que deverá ser observado e reproduzido no cartaz, respeitando as posições das formas. Na Figura 4, um modelo do cartaz (à esquerda) e do papel A4 com o cenário (à direita).

Figura 4 – Cartaz

Fonte: acervo dos autores.

ATIVIDADE 6: Histórias

Após a construção dos cartazes, solicitar que cada grupo pense em uma história em referência ao cenário utilizado em seu cartaz. Salientar que as ideias de todos os participantes do grupo devem ser ouvidas.

ATIVIDADE 7: Socialização

Por fim, em círculo, cada grupo deverá apresentar, aos demais colegas, as histórias e os cenários.

2.6 Dinâmica de aplicação: Sugere-se que o professor estimule todos os estudantes da turma durante a participação dos mesmos na proposta, ressaltando o desempenho de cada um. Também, considera-se importante o incentivo do professor no que se refere ao trabalho em

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equipe realizado pelos estudantes, de forma que estes consigam estabelecer relações uns com os outros enquanto vivenciam a sequência didática.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo apresentar uma sequência didática elaborada para ser desenvolvida junto aos estudantes da Educação Infantil. Entende-se que a proposta elaborada pode proporcionar às crianças momentos de interação, socialização, exploração do meio e aprendizagem.

4 AGRADECIMENTO

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

5 REFERÊNCIAS

BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. Disponível em:

<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf> . Acesso em: 17 mar. 2021.

MARTINS, C.; NEVES, I. Aprender a brincar ao ar livre num jardim de infância em Portugal: um estudo de caso. Revista Liberato, v. 21, n. 36, p. 121-130, 2020. Disponível em:

<http://repositorio.esepf.pt/bitstream/20.500.11796/2946/1/Aprender%20a%20brincar%20ao

%20ar%20livre%20num%20jardim%20de%20inf%c3%a2ncia%20em%20Portugal.pdf>.

Acesso em: 23 mar. 2021.

PEIXOTO, S.C.; VARGAS, A F.; PINTO, T. L.; SILVA, C. F.; BERTUZZI, T. Formação docente na perspectiva interdisciplinar do ensino de Ciências e Matemática. In: SILVA, A. J. N. (Org). Educação: Sociedade civil, estado e políticas educacionais. v. 5. Ponta Grossa, PR: Atena, 2021. p. 204-219.

RODRIGUES, E. N.; ALVES, M. S. J.; SOBRAL, M. S. C. O brincar e o aprender na Educação Infantil. Revista Multidisciplinar e de Psicologia, v. 13, n. 43, p. 187-196, 2019. Disponível em <https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/1520/2274.> Acesso em: 23 mar. 2021.

SOARES, G. O.; TAMIOSSO, R. T.; SANTOS, P. A.; RITTER, D.; CANTO-DOROW, T. S. Desenvolvimento de um produto educacional interdisciplinar: sequências didáticas para além da sala de aula. Research, Society and Development, v. 10, n. 1., 2021. p. e6610212290. ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

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