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INFÂNCIAS, JOGOS E BRINCADEIRAS: UM UNIVERSO ENTRE A IMAGINAÇÃO E A REALIDADE

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Academic year: 2021

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INFÂNCIAS, JOGOS E BRINCADEIRAS: UM UNIVERSO ENTRE A IMAGINAÇÃO E A REALIDADE

Autor(es): ALMEIDA,Kátia M. C. Taborda; CORTELINI, Caroline M. ; SILVA, Magda Lourena B. da; OLIVEIRA, Adriana de; PERES, Valéria Apresentador: Kátia Maria Costa Taborda Almeida

Orientador: Caroline Machado Cortelini Revisor 1: Bento Selau da Silva Júinor Revisor 2: Lúcio Jorge Hammes

Instituição: UNIPAMPA/UFPEL - Campus Jaguarão

INFÂNCIAS, JOGOS E BRINCADEIRAS: UM UNIVERSO ENTRE A IMAGINAÇÃO E A REALIDADE

ALMEIDA,Kátia M. C. Taborda2; CORTELINI, Caroline M. 1; SILVA, Magda Lourena B. da2; OLIVEIRA, Adriana de2 ; PERES, Valéria2

1 Professora/orientadora – Docente do Curso de Pedagogia, Universidade Federal de Pelotas - UFPEL/UNIPAMPA – Campus Jaguarão

2 Acadêmicas do Curso de Pedagogia, Universidade Federal de Pelotas - UFPEL/UNIPAMPA – Campus Jaguarão

tabordaalmeida@uol.com.br

INTRODUÇÃO

Este trabalho propõe a visão do mundo infantil, fala sobre esse universo que passa pela nossa frente e que se quer percebemos, diariamente as infâncias mostram-se modificam-se e fogem, transformando esse universo em um tipo de cultura móvel.

Destacamos a importância do estudo com crianças, nessa perspectiva, vários estudos estão sendo feitos, desse modo novas portas tem se aberto para o conhecimento, uma nova visão deste universo - o infantil - tão rico e tão fácil de entender e amar e que nós adultos complicamos, nos omitimos, negamos e negligenciamos.

Este trabalho foi realizado com o intuito de descobrir os jogos e brincadeiras preferidas pelas crianças atualmente, pois tendo a consciência de que nos dias atuais está muito difícil as crianças se relacionarem como antigamente, devido aos problemas de seguranças que existe e é um fato, queremos analisar como fazem as crianças nesses tempos difíceis para passarem suas horas de entretenimento, se jogam no computador, se assistem T.V., ou ainda conseguem brincar ao ar livre nas praças, nas ruas ou nas calçadas, prática comum de outrora. “Contudo, podemos inferir que a variedade de vivências e contextos socioculturais das crianças permitem-nos falar não numa infância, mas em infâncias” (Martins Filho, 2005, p.13).

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METODOLOGIA

Essa investigação inscreve-se na abordagem qualitativa de pesquisa (Ludke e André, 2007), o método de coleta dos dados da pesquisa foi entrevista. As entrevistas permitem, conforme Gaskell (2002) a compreensão detalhada das crenças, atitudes, valores e motivações dos sujeitos pesquisados.

Foram realizadas entrevistas que se centraram em questões de ordem prática do cotidiano das crianças, como: _Qual seu brinquedo preferido? _Com quem você brinca? Através desse instrumento de coleta de dados foi possível conhecer as preferências das crianças nas maneiras de brincar influências e a nova linguagem das crianças neste momento histórico. Questões com respostas aparentemente simples, mas que escondem em seu interior detalhes a ser descobertos.

Estas entrevistas foram realizadas com crianças com idade de 4 até 10anos, moradores do município de Jaguarão e mesmo nível social. Participaram 4 meninas e 6 meninos.

Nesse trabalho destaca-se como estratégia importante a utilização de entrevistas com crianças, como uma alternativa para compreendermos efetivamente os modos de produção e reprodução cultural das crianças. Nesse sentido, Faria, Demartini e Prado (2002) destacam a necessidade de ouvirmos as próprias crianças para conhecer as culturas infantis.

DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Nos dias atuais a presença da mídia especialmente da televisão é uma constante nos lares dos brasileiros, é quase impossível imaginar uma casa sem pelo menos um aparelho de televisão. Hoje a TV é um dos bens de consumo, mais vendidos nos comércio, chegando até quase 100%, constitui-se em um veículo de comunicação que atinge a quase todos os grupos sociais é também responsável pela transformação de crianças no que se refere a jogos e brincadeiras. Buscamos entender até que ponto essa geração é influenciada pelos programas da “telinha”, como filmes, desenhos animados e programas infantis, em fim um novo tipo de cultura que entra em nossa casa e faz parte do nosso cotidiano, transformando antigas brincadeiras e maneiras de agir no que se refere a educação de nossos filhos, produzindo novas formas de fazer infância, trazendo novos jogos e um novo jeito de brincar.

“A cultura lúdica não está fechada em torno de si mesma, integra elementos externos que influenciam as brincadeiras” (Brougère, 2006, p. 51). Essa cultura lúdica é diferenciada pelo sexo, pelas idades, lugares e espaço onde a brincadeira for possível. Esse assunto suscita algumas reflexões, tais quais: Será que as crianças participam fisicamente como antes das brincadeiras? Quando pensamos nos balanços das árvores; nas comidinhas de barro; nas brincadeiras de “selar”; na barra-manteiga; nas adivinhações e imitações nos dias de chuva; nas grandes viagens nos tapetes mágicos da imaginação; nos cavalos alados; pensamos nas amizades que se faziam através da cumplicidade da divisão de brinquedos ou tarefas, exercício diário das relações humanas, uma prática que se aprendia brincando.

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Afinal, a cultura de jogos ou brincadeiras vai se perdendo ou se transformando nos novos tempos? Como afirma Brougère (2006, p.51) “a cultura lúdica está muito orientada manipulação de objetos” e claro, isso evoluiu para brinquedos quase perfeitos, mas fica uma pergunta: Como fica a curiosidade e a criatividade das crianças? Não se perderá partes importantes por entre meio da imaginação? O lúdico também é essencial e está imerso da cultura da criança, ela retrata, retira e repete, elementos da sociedade, o lúdico também incorpora elementos da televisão que fornece imagens suficientes e variadas e não se pode negar que T.V. tem sim um papel importante na cultura infantil, ou seja na formação das crianças, pois este meio de comunicações não só leva ao entretenimento, mas também a informação, muda costumes, leva moda, brinquedos do momento e também uma gama de conhecimentos, as várias culturas que chegam de toda parte no mundo infantil.

Na verdade esta geração está adquirindo cada vez mais cedo, mais conhecimentos, sobre tudo e também sobre as várias maneiras de brincar e jogar ganham uma destreza nos teclados que é invejável, tudo isso está sendo introduzido no universo infantil, a lógica, a informatização, a tecnologia, enfim, a televisão se torna presente como suporte de brincadeiras e adaptando-as no meio social da criança, pois a linguagem é comum nos diferentes meios e ambientes.

É preciso lembrar a parte comercial de tudo isso, inúmeros fabricantes de brinquedos produzem os personagens dos desenhos animados da TV, dos filmezinhos, caracteriza-se uma exploração do universo infantil, uma oportunidade comercial, contudo devemos ver a televisão como mais um meio de informação, um suporte para novos conhecimentos, jogos ou brincadeiras, esta forma de comunicação está cheia de hábitos e tradições que depende também do lugar, seus jogos e brincadeiras repercute seus costumes, o seu mundo.

Analisando as questões, propostas na entrevista com as crianças, que se referem aos jogos e brincadeiras e preferências de brinquedos podemos observar que embora a TV influencie o dia-a-dia das crianças mudando e transformando antigas maneiras de brincar e maquiando antigos jogos, as crianças ainda gostam e preferem brincar ao ar livre com contato mais direto, às vezes influenciadas pela TV em algumas brincadeiras e às vezes não, mas, sempre com suas próprias características, de lugares, ou regiões e com sabedoria de poder juntar o novo ao antigo. A própria linguagem comum é influenciada pela TV, embora alguma expressão ou outra, por exemplo, selar = cola-descola, brincar de esconde = esconde-esconde, tenham mudado a base das brincadeiras continuam as mesmas, enfim o gosto continua o mesmo, o que muda são as condições, centro urbanos e grandes cidades com ondas de assaltos, roubos e abusos em geral, é que impede muitas vezes a infância de existir em sua plenitude, obrigando nos dias de hoje haver algumas adaptações.

Estas perguntas foram realizadas com crianças do mesmo meio social e com relativa semelhança entre as idades. Pode se observar que neste meio as crianças têm uma maior liberdade para brincar com brincadeiras que exijam mais espaço, logo vão para rua, nota-se que as brincadeiras são praticamente as mesmas, ou seja, aquelas que não exijam muitas regras e usam todos a mesma linguagem. Uma observação fica para as meninas que brincam mais tempo dentro de casa em seus quartos ou pátios.

A partir das questões que focalizam preferências por jogos e brincadeiras de meninos e meninas e com quem gostam de brincar, podemos observar que, se os jogos forem interessantes e criativos, então chamam a atenção das crianças, mas,

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se os jogos forem por demais regrados ou detalhados tornam-se cansativos e logo perdem a graça. Já com as brincadeiras com parentes, amigos e vizinhos são divertidas, atraentes e criativas, eles próprios tornam-se suportes para brincadeiras conhecidas, tornando-as mais complexas e inteligentes, pois, basta um componente diferente, uma palavra a mais para mudar o esquema montado e proposto por eles mesmos.

Enfim, após realizar a análise dos dados obtidos através de entrevista podemos apontar algumas reflexões que essa investigação suscitou:

As crianças além de gostarem de escolher seus próprios brinquedos, também gostam de _aze-los acompanhadas por seus pais, aproveitando momentos ímpar de passeios, diálogos, onde a criança aprende coisas do cotidiano, como se portar em público, o respeito com o outro, adquirindo valores éticos e até monetário.

Todas as crianças gostam de brincar, é próprio de cada uma delas e natural que os façam.

É fato que a T.V. exerce influência no universo infantil, mas com tudo as brincadeiras com amigos, a participação dos pais em certos momentos mesmo que seja em horários determinados é extremante essencial para que a criança comece a criar hábitos e respeitar o meio em que vivem, pais, amigos, toda flora e fauna.

CONCLUSÃO

Olhando para o mundo através das notícias da T.V., dos jornais, do corre-corre, parece que as crianças perderam novamente seus espaços ficando reduzidas a seus pequenos quartos, mas, felizmente o observado foi que a infância persiste e busca alternativas, seja de horários, seja de espaço, lugar ou juntado amigos; o gosto pela rua, ar livre e brincadeiras lúdicas ainda são as preferidas e executadas pelo menos no que diz respeito as pequenas cidades.

Podemos então perceber que a infância ainda está sendo negligenciada em alguns momentos, ou está sendo apagada nos casos das crianças que ficam à margem da sociedade, cobradora e formadora de conceito que ela mesma estabelece. As brincadeiras e os jogos atualmente estão de alguma forma modificando o cotidiano das crianças brasileiras, a influencia dos jogos e novos brinquedos que nascem a partir dos desenhos animados transformam e criam um novo sujeito, a criança de hoje cidadã de amanhã, um sujeito modificado pela geração T.V., é verdade que por terem podido ter acesso a informação e convivido com muita tecnologia, serão cidadãos com muita capacidade de solucionarem problemas e de viverem num mundo mais dinâmico e passarem assim uma gama de conhecimentos a nova geração. Contudo, as crianças que responderam generosamente este questionário, colaboraram para que tivéssemos uma visão mais tranqüila sobre esta infância , talvez por serem moradores de pequenos municípios onde a liberdade e o prazer pelo lúdico ainda é muito grande. Entre tanto fica uma observação a ser pensada com muito cuidado; existe sim diferentes infâncias, em lugares e momentos diversos, em famílias e comunidades com suas próprias características e suas várias e diferentes identidades, mas todos sobre as regras e modelos da sociedade em que vivem.

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BROUGÈRE, Gilles,Brinquedo e Cultura. São Paulo:Cortez, 2006.

FARIA, A. L. G.; DEMARTINI, Z. B. e PRADO, P. D. Por uma cultura da infância – metodologia de pesquisa com crianças. Campinas. SP: Autores Associados, 2002.

GASKELL , George. Entrevistas individuais e grupais. In: BAUER, Martin e GASKELL, George. Pesquisa qualitative com texto, imagem e som – um manual prático. 5ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

KINCHELOE, Joe L. Esqueceram de mim e Bad to the Bone: o advento da infância pós-moderna. In: STEINBERG, Shirley R. e KINCHELOE, Joe L. Cultura Infantil: a construção corporativa da infância. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.

LÜDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 2007.

MARTINS FILHO, Altino J. (org.) Criança pede respeito: temas em educação infantil. Porto Alegre: Mediação, 2005.

Referências

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