• Nenhum resultado encontrado

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM FACE DA MAMOGRAFIA NO ESTUDO DAS MAMAS: VIABILIDADE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM FACE DA MAMOGRAFIA NO ESTUDO DAS MAMAS: VIABILIDADE"

Copied!
10
0
0

Texto

(1)

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA EM FACE DA MAMOGRAFIA NO

ESTUDO DAS MAMAS: VIABILIDADE

Regiane Bertges

RESUMO

O presente artigo traça um quadro comparativo entre a viabilidade da ressonância magnética em face da mamografia no estudo das mamas, com estudo de vários artigos e revisão. Nesse contexto, verificou-se que a ressonância magnética é um método excelente para o estudo das mamas, contudo, a mamografia se mostrou mais viável.

Palavras-chave: ressonância magnética, mamografia, mamas. INTRODUÇÃO

A anatomia da mama de acordo com Spence [1] é descrita da seguinte forma: mamas são glândulas exócrinas, que fazem parte do sistema reprodutor, lembrando que a mama esta presente nas mulheres e nos homens, porem vale ressaltar que a mama se desenvolve na mulher. São estruturas complexas constituídas por tecido glandular (onde é produzido o leite) rodeado por tecido gorduroso e por tecido de sustentação.

A anatomia interna da mama é composta por: lobos, lóbulos, ducto, ampola, tecido adiposo e ligamento de Cooper.

A anatomia externa da mama é composta por: mamilo, aréola, prega inframamária e processo axilar.

Figura 1: Anatomia da mama

(2)

A mama está localizada entre a 2 ª costela e a 6ª costela, na borda lateral do esterno até a axila e anterior aos músculos peitorais. [1]

Para a análise e estudo da mama são utilizados alguns métodos de diagnósticos por imagem sendo, a ultrassonografia, mamografia e a ressonância magnética sendo este o mais moderno. Contudo nesta revisão de literatura será dada ênfase na mamografia e na ressonância magnética.

A mamografia é o exame das mamas realizado com radiação ionizante, sendo utilizado baixo kV e alto mAs, para gerar alto contraste, necessário na identificação das estruturas que compõem a mama. É utilizado de forma preventiva para o Câncer de mama e também como método diagnóstico, quando já há a suspeita da existência de uma anomalia. [3]

A mamografia pode ser dividida em: mamografia para rastreamento e a mamografia diagnóstica.

Mamografia de rastreamento é aquela realizada em mulheres assintomáticas e tem o intuito de rastrear possíveis lesões tendo o diagnostico precoce. Em 2004, o Ministério da Saúde (MS) publicou o Controle do Câncer de Mama: Documento de Consenso, recomendando as seguintes ações para rastreamento em mulheres assintomáticas: exame clinico a partir dos 40 anos, mamografia para mulheres entre 50 e 69 anos com intervalo máximo de 2 anos e exame clínico das mamas e mamografia anual, a partir dos 35 anos, para mulheres do grupo de risco. [4]

Mamografia diagnóstica é aquela realizada em mulheres com sinais ou sintomas de câncer de mama. Os sintomas mais freqüentes de câncer de mama são: nódulos, espessamento e descarga papilar. [4]

O equipamento de mamografia independente de ser de forma convencional com conjunto de chassis/ écram/filme ou de forma digital onde o sistema é equipado com um receptor digital e um computador, a forma do exame e a rotina básica é a mesma. Ambas utilizam radiação ionizante para gerar as imagens, ocorre à compressão da mama que deve ser entre 13 e 15 kgf. e os posicionamentos são os mesmos, vale lembrar que na mamografia as incidências seguem padronização, tanto do posicionamento da paciente quanto da angulação do tubo, a seguir será descrito a rotina básica de mamografia nos diagnósticos por imagem:

- Incidência crânio-caudal (CC): Tubo vertical, feixe perpendicular à mama. Paciente de frente para o receptor, com a cabeça virada para o lado oposto ao exame; do lado

(3)

examinado, mão na cintura e ombro para trás ou braço ao longo do corpo, com o ombro em rotação externa. Elevar o sulco inframamário para permitir melhor exposição da porção superior da mama, próxima ao tórax. Centralizar a mama no bucky, mamilo paralelo ao filme. Filme mais próximo dos quadrantes inferiores. As mamas devem ser posicionadas de forma simétrica. Para melhorar a exposição dos quadrantes externos, pode-se tracionar a parte lateral da mama, antes de aplicar a compressão. Ver figura 2. [4, 5]

Figura 2: incidência CC

Fonte: [4] Mamografia da Pratica ao Controle

- Incidência médio-lateral obliqua (MLO): Rodar o tubo até que o bucky esteja paralelo ao músculo grande peitoral, com angulação de 45º. Feixe perpendicular à margem lateral do músculo grande peitoral. Paciente de frente para o bucky com o braço do lado examinado fazendo 90º com o tórax; encaixar a axila e o grande peitoral no ângulo superior externo do bucky; puxar o peitoral e a mama para o bucky (colocar a mama para cima, "abrindo" o sulco inframamário); rodar o paciente (lado oposto ao exame para fora) e comprimir. Centralizar a mama, mamilo paralelo ao filme. Filme mais próximo dos quadrantes externos. As mamas devem ser posicionadas de forma simétrica com a mesma angulação. Ver figura 3. [4, 5]

(4)

Figura 3: incidência MLO

Fonte: [4] Mamografia da Pratica ao Controle

Neste contesto, no tocante a ressonância magnética é um método de diagnóstico mais recente e indicado para estudos da mama desde 1991 conjuntamente com a mamografia [6]. Vale lembrar, que o primeiro estudo de mama com a RM se deu em 1986, e a partir de então, este método diagnóstico passou por significativos avanços, revelando-se promissor na investigação de doenças da mama e próteses de silicone [7].

A ressonância magnética é um meio de diagnóstico não invasivo que não utiliza radiação ionizante para gerar imagens, destaca-se que a ressonância permite a obtenção de imagens em qualquer plano ortogonal.

A maioria dos estudos de imagem por ressonância magnética das mamas relatados na literatura tem sido realizada com equipamentos de alto campo (1,0–1,5T). Isto se deve à elevada relação sinal-ruído, ao melhor desempenho na técnica com supressão de gordura e maior definição do realce pelo meio de contraste nos equipamentos de alto campo [8, 9, 10, 11].

Equipamentos de baixo campo possuem menor relação sinal-ruído, com comprometimento da resolução espacial e as técnicas de supressão de gordura [8]. Neste exame a paciente deverá ser posicionada em decúbito ventral, com ambas as mamas situadas na bobina de superfície dedicada [12]. Já em relação aos planos de aquisição não existe um consenso para o estudo das mamas, pois ao realizar o estudo de uma única mama qualquer plano de aquisição pode ser utilizado, embora o plano sagital seja o mais freqüentemente empregado. O exame bilateral é mais freqüentemente realizado nos planos axial ou coronal [1].

(5)

Vale lembrar, que antes de serem citadas as seqüências de pulso que devem ser utilizadas para a análise e estudo das mamas devemos citar os pré-requisitos para o estudo que incluem: as bobinas dedicadas; já citadas acima, administração do meio de contraste paramagnético intravenoso, supressão do sinal da gordura, um campo magnético potente e homogêneo e múltiplas aquisições pós-contraste [13].

Citados acima os pré-requisitos para o estudo das mamas, insta salientar, as seqüências de pulso que são utilizadas para a avaliação, quais sejam: T1 pré e pós-administração do

meio de contraste gadolínioem gradiente - eco, T2 fast spin-eco pré-contraste, T2 com

supressão de gordura [14].

Figura 4: Equipamento de RM e Bobina Dedicada Fonte: [15] Mello; Giselle

Figura 5: Imagens Ponderadas em T1 e T2

(6)

DIFERENÇAS ENTRE A RESSONÂNCIA MAGNÉTICA E A MAMOGRAFIA

No decorrer deste estudo foi analisada a viabilidade da mamografia e da ressonância magnética, abaixo serão citadas algumas diferenças dos métodos de diagnósticos, são elas:

Mamografia: é um método de diagnostico por imagem que utiliza radiação ionizante para gerar as imagens, o processo de revelação das imagens pode ser obtido de forma convencional através dos químicos (revelador, fixador) ou por processos digitais pelos sistemas CR e DR, o estudo básico é composto por quatro incidências básicas sendo elas CC e a MLO, o tempo aproximado do exame leva em torno de 15 a 20 minutos sendo tempo este de todo o processo de atendimento, pouco é o conforto da paciente, pois muitas acabam reclamando do posicionamento e do processo de compressão, as imagens da mama são obtidas em único plano, não se utiliza meio de contraste para dar mais contraste às estruturas, ocorre pouca visualização de detalhes anatômicos, um exame com baixo custo e pequeno tempo de espera para seu agendamento. Tornando-o um método mais acessível as pacientes de todas as classes sócio-econômico.

Ressonância Magnética: é um método de diagnóstico por imagem que utiliza ondas de radiofreqüência e um forte campo magnético para gerar as imagens, o processo de documentação das imagens é obtido todo através de um sistema computacional e a impressão das imagens é através de impressora DRY, o estudo básico é composto por cerca de 4 a 6 seqüências e pode variar de acordo com a clinica e a solicitação médica, o tempo de exame pode variar de acordo com a quantidade de seqüências e o equipamento utilizado variando entre 30 a 40 minutos, o paciente possui conforto absoluto no decorrer do exame sendo que algumas pacientes reclamam do posicionamento do tempo do exame e algumas de claustrofobia, o exame possui alta qualidade de imagem sendo que as imagens são obtidas nos três planos anatômicos, utiliza administração do Gadolínio para melhor visualização das estruturas da mama, é um exame de alto custo e um tempo longo de espera para seu agendamento. Tornando-o um método menos acessível.

CONCLUSÃO

Concluiu-se, com esta revisão de literatura que os métodos de mamografia e ressonância magnética possuem particularidades especificas de cada um, sendo que a mamografia se mostrou o método mais indicado para a análise e estudo de lesões da mama.

(7)

A ressonância magnética tem se mostrado também um método de alta valia para o estudo das mamas e suas lesões, independente do tamanho delas. A ressonância magnética já esta sendo usada para fechamento de diagnósticos em casos de BIRAD’S 0 (quando a caracterização da alteração está incompleta, sendo necessária avaliação adicional).

Desta forma, a mamografia em conjunto com a ressonância magnética se torna cada vez mais solicitado para avaliação da mama, ajudando na certeza dos diagnósticos médicos e orientação para linha de tratamento.

REFERÊNCIAS

1. Spence; Alexander P. (1991). Anatomia Humana Básica. 2ª Edição, Editora Manole LTDA.

2. Andriole; A. Dorothy. (1997). Atlas De Cirurgia Da Mama. 1ª Edição, Editora Revinter.

3. Bontrager; Kenneth L. (2003). Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatômica. 5ª Edição, Editora Guanabara Koogan.

4. Peixoto; João Emilio, Canella; Ellyete; Azevedo; Adeli C. (2007). Mamografia da Pratica ao Controle. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. – Rio de Janeiro: INCA.

5. Lopes; Aimar Aparecida, Lopes; Henrique M, Dimenstein; Renato. (2000). Guia Prático de Posicionamento em Mamografia. Editora SENAC.

6. Department of Health and Services Backgraund Information on the Possible Health Risk of Silicone Breast Implants. Food and Drug Administration Bulletin. Rackville, M.D.:Department of Health and Human Services, 1991.

7. Alvares; Beatriz R, Michell; Michael. O uso da ressonância magnética na investigação do câncer mamário. Radiologia Brasileira 2003; 36(6): 373-378.

8. Orel SG, Schnall MD. MR imaging of the breast for the detection, diagnosis, and staging of breast cancer. Radiology 2001; 220:13–30.

(8)

9. Schnall MD. Breast MR imaging. Radiol. Clin North Am 2003; 41:43–50.

10. Helbich TH. Contrast-enhanced magnetic resonance imaging of the breast. Eur J Radiol 2000;34:208– 19.

11. Morris E.A. Breast cancer imaging with MRI. Radiol Clin North Am 2002;40:443– 66.

12. Paulina González M, Patrícia Arancibia H, Teresa Taub E, Alejandra López P, Maria Elisa Droguett I. Indicaciones de Ressonância Magnética Mamaria.

Revista HCUCh 2006; 17: 317 – 22.

13. Moraes; Paula de Camargo. Variação entre Observadores na Aplicação dos Critérios Morfológicos e Cinéticos Propostos pelo BI-RADS para Ressonância Magnética das Mamas. São Paulo 2008. Tese de Doutorado para a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

14. Leopoldino; Denise D., D’ Ippolito; G., Bezerra; Alexandre S. A., Gracio; Tatiana S. Aspectos Técnicos da Ressonância Magnética de Mama com Meio de Contraste: Revisão da Literatura. Radiologia Brasileira 2005; 38(4):287-294.

15. Mello; Giselle. Aula Técnica em Ressonância parte 1 e 2. UNIFESP Escola Paulista de Medicina. Giselle.mello@fleury.com.br.

16. Chala; Luciano F., Barros; Nestor de. Avaliação das Mamas com Métodos de Imagem. Radiol. Bras 2007;40(1):IV–VI.

17. Mann; Ritse N, Hoogeveen; Yvonne L., Blickman; Johan G, Boetes; Carla. MRI Compared to Conventional Diagnostic Work-Up in the Detection and Evaluation of Invasive Lobular Carcinoma of the Breast: a Review of Existing Literature. Breast Cancer Res Treat (2008) 107:1–14.

18. Scaranelo; Anabel M. Estudo Comparativo entre Bobinas de Corpo e Superfície na Mamografia por Ressonância Magnética de Próteses de Silicone. Radiol. Bras 2001;34(2):71.77.

(9)

19. Arantes Pereira FP, Martins G, Figueiredo E, Domingues MNA, Domingues RC, Fonseca LMB. O uso da difusão por ressonância magnética na diferenciação das lesões mamárias benignas e malignas. Radiol. Bras. 2009;42(5):283–288.

20. Preda; Lorenzo, Villa; Gaetano, Rizzo; Stefania, Bazzi; Luca, Origgi; Daniela, Cassano; Enrico, Bellomi; Massimo. Magnetic Resonance Mammography in the Evaluation of Recurrence at the Prior Lumpectomy Site After Conservative Surgery and Radiotherapy. Breast Cancer Research Vol 8 No 5.

21. Paulina González M, Patrícia Arancibia H, Teresa Taub E, Alejandra López P, María Elisa Droguett I. Indicaciones de Resonancia Magnética Mamaria.

Revista HCUCh 2006; 17: 317 – 22.

22. Teresa Taub E., Paulina González M., Alejandra López P. La Resonancia Magnética en la Aproximación Diagnóstica al Cáncer de Mama en Mujeres de Alto Riesgo. Revista HCUCh 2006; 17: 323 – 7.

23. Nascimento; José H. R, Silva; Maciel; Antonio C. Acurácia dos achados ultrassonográficos do câncer de mama: correlação da classificação BI-RADS® e achados histológicos. Radiol. Bras. 2009 Jul/Ago;42(4):235–240.

24. Jansen; Sanaz A., Paunesku; Tatjana, Fan; Xiaobing, Woloschak; Gayle E., Vogt; Stefan, Conzen; Suzanne D., Krausz; Thomas, Newsteand; Gillian M., Karczmar; Gregory S. Ductal Carcinoma in Situ: X-ray Fluorescence Microscopy and Dynamic Contrast-enhanced MR Imaging Reveals Gadolinium Uptake within Neoplastic Mammary Ducts in a Murine Model. Radiology: Volume 253: Number 2—November 2009.

25. Heywang-Kobrunner; S. H. Contrast-Enhanced Magnetic Resonance Imaging of the Breast. Invest radiol. 29:94-104,1994.

26. Saslow D, Boetes C, Burke W, et al. American Cancer Society guidelines for breast screening with MRI as an adjunct to mammography. CA

(10)

27. Harms SE. The use of breast magnetic resonance imaging in ductal carcinoma in situ. Breast J 2005;11:379–381.

28. Rieber A, Merkle E, Zeitler H, Gorich J, Kreienberg R, Brambs HJ, Tomczak R: Value of MR mammography in the detection and exclusion of recurrent breast carcinoma. J Comput Assist Tomogr 1997, 21:780-784.

29. Nunes LW, Schnall MD, Orel SG, Hochman MG, Langlotz CP, Reynolds CA, Torosian MH: Breast MR imaging: interpretation model. Radiology 1997, 202:833-841.

Referências

Documentos relacionados

Não, apenas o projeto desenvolvido na escola (MARTA, 2018).. A gente sempre temos nas formações, inclusive a gente já fizermos projetos pedagógicos inteiros sobre a temática do

As espécies exóticas utilizadas em processos de recuperação, além de impedirem a sucessão por não estabelecerem interações interespecíficas nos ecossistemas brasileiros, tendem

Contribuir para o desenvolvimento de produtos finais concretos (metodologias, processos, ferramentas de trabalho, políticas públicas, etc.), que sejam “novas portas

Diante do reconhecimento da importância do capital intelectual como um ativo intangível diferencial e a relevância do seu gerenciamento para a competitividade

imagens de tomografias computadorizadas ou de ressonância magnética, e também, para gerar objetos tridimensionais. Na área médica, ele pode ser usado para

Neste momento, as doses ainda são poucas e direcionadas a públicos específicos e, por isso, é importante que a população mantenha as medidas de prevenção adotadas desde

O Carcinoma ductal in situ por exemplo, pode apresentar na mamografia como calcificação, já na ressonância magnética permite visualização de áreas que não

A pesquisa pode ser caracterizada como exploratória e experimental em uma primeira etapa (estudo piloto), na qual foram geradas hipóteses e um conjunto de observáveis, variáveis