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ENSINO DE MATEMÁTICA: PRESENCIAL X VIRTUAL UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE O USO DAS TICS NO ENSINO BÁSICO

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Academic year: 2021

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ENSINO DE MATEMÁTICA: PRESENCIAL X VIRTUAL

UMA INVESTIGAÇÃO SOBRE O USO DAS TICS NO ENSINO BÁSICO

MATHEMATICS TEACHING: PRESENTIAL X VIRTUAL AN INVESTIGATION ON THE USE OF TICS IN BASIC EDUCATION

Renata Camargo dos Passos Barros Universidade Estadual do Paraná Campus de Campo Mourão renatapassosbarros@gmail.com

Joel staub Universidade Estadual do Paraná Campus de Campo Mourão

joelstaub95@hotmail.com

Grupo Temático 1.1 Subgrupo 1.2

Resumo:

Este artigo tem a finalidade de apresentar os resultados de uma pesquisa realizada com 32 professores das Redes Estadual e Privada da Educação Básica de Ensino das cidades do noroeste do Paraná. Com objetivo de investigar a visão do professor sobre o Ensino da Matemática presencial X virtual que propiciou o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC. A pesquisa teve por base um questionário com 20 perguntas que tratavam de assuntos pertinentes a uma aula de matemática com foco no uso ou não de recursos tecnológicos. Também foi indagado aos sujeitos participantes como estava sendo ministrar aulas de matemática virtualmente e como veem essa nova modalidade para o ensino de matemática. As questões foram apresentadas no Google Forms. A metodologia de pesquisa adotada foi exploratória (Gil, 2008) utilizando o questionário como técnica para investigar o ensino da matemática perante esse novo cenário que agora se faz necessário o uso das TIC. Buscamos na literatura um breve contexto sobre a utilização das TIC e nos pautamos principalmente no que traz a BNCC. Após nossas análises verificamos que o ensino presencial foi o mais referenciado pelos sujeitos e que, para utilização das TIC, não basta a boa vontade do professor em utilizá-la, mas sim se ter um ambiente que propicie sua interação com os alunos, e principalmente cursos de capacitação para que os professores possam realmente relacioná-las com a matemática adequadamente.

Palavras-chave: Tecnologia da Comunicação e Informação - TIC. Ensino de Matemática. Aula presencial X Aula Virtual.

Abstract:

This article aims to present the results of a research conducted with 32 teachers from the State and Private Networks of Basic Education of the northwestern cities of Paraná. In order to investigate the teacher's view on Mathematics Teaching presential X virtual that enabled the use of Information and Communication Technologies - ICT. The research was based on a questionnaire with 20 questions that dealt with subjects pertinent to a mathematics class focusing on the use or not of technological resources. Participating subjects were also asked how it was being taught to teach mathematics virtually and how they see this new modality for teaching mathematics. The questions were presented

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on Google Forms. The research methodology adopted was exploratory (Gil, 2008) using the questionnaire as a technique to investigate the teaching of mathematics in the face of this new scenario that now requires the use of ICT. We search the literature for a brief context on the use of ICT and we are mainly guided by what BNCC brings. After our analysis, we verified that the classroom teaching was the most referenced by the subjects and that, for the use of ICT, the good will of the teacher is not enough to use it, but rather to have an environment that allows his interaction with the students, and mainly training courses so that teachers can really relate them to mathematics properly.

Keywords: Communication and Information Technology - ICT. Mathematics Teaching. Classroom lesson X Virtual Classroom.

1. Introdução

O Ensino da Matemática ao longo dos anos passou por grandes transformações. A dificuldade apresentada pelos alunos em compreender seus temas foram e são inquietações que contribuem para que se tenha um novo olhar pela disciplina e sua abordagem em sala de aula.

Ensinar nunca exigiu tanto quanto neste novo cenário em que a Educação se encontra inserida. Até pouco tempo as aulas eram ministradas presencialmente. Bastavam alguns recursos tecnológicos como: quadro, giz, livro didático, entre outros para que o professor conduzisse sua aula. Isso levando-se em consideração o conceito de que “Tecnologia equivale pura e simplesmente a técnica” (PINTO, 2005, p. 219).

O uso das Tecnologias da Informação e Comunicação - TIC nunca foi um fator imprescindível para que houvesse o ensino. Porém, neste atual cenário o professor necessita não apenas ter conhecimento a esse respeito, mas sobretudo um entendimento e um discernimento de qual recurso será melhor para que o mesmo ensino de matemática que antes era ministrado presencialmente não fique aquém do esperado, já que agora passou a ser realizado virtualmente.

A BNCC contempla a área da Matemática e suas Tecnologias já nas competências gerais para a Educação Básica e define diferentes aspectos para a computação e as tecnologias digitais, tais como: pensamento computacional, mundo digital e cultura digital.

Segundo Aguiar (2008, p.63) para o professor de Matemática “o uso das novas tecnologias propicia trabalhar em sala de aula com investigação e experimentação na Matemática, considerando que permite ao aprendiz vivenciar experiências, interferir, fomentar e construir o próprio conhecimento”. O uso de TIC contribuiria então com uma maior interação por parte do aluno com métodos e meios para organizar a própria experiência (Ibid.).

Para D’Ambrósio (2009, p.7) “O grande desafio para educação é pôr em prática hoje o que vai servir para o amanhã.” Ainda destaque que:

A disciplina de matemática como estratégia desenvolvida pela espécie humana ao longo de sua história para explicar, para entender, para manejar e conviver com a realidade sensível, perceptível, e com o seu imaginário, naturalmente dentro de um contexto natural e cultural. (D’Ambrósio, 1996, p.7, grifo do autor).

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2. As TIC nas aulas de Matemática

O crescente avanço das TIC, tratada pela BNCC como Tecnologias Digitais da Comunicação e Informação TDICs, têm modificado cada vez mais a vida humana, desde a forma de trabalhar, de se comunicar e até mesmo na maneira de se ensinar e aprender (BRASIL, 2017).

O ensino de matemática virtual e com uso das TIC tornou-se algo novo e desafiador para muitos professores que até outro dia não julgavam necessário seu uso. E “na sociedade da informação, todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar; reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e social.” (MORAN, 2006, p.61).

Um bom professor, segundo Nóvoa (2009) é aquele que possui o conhecimento do que irá ensinar, que sabe se relacionar com seus colegas de trabalho e aprende com eles, que anota suas práticas e depois reflete sobre os resultados, aquele que consegue conduzir o aluno ao conhecimento, fazendo uso de uma boa comunicação e relação com os eles, que sabe trabalhar em equipe e por último que incentive seus alunos a quebrarem barreiras sociais, criando assim valores, princípios e respeito à diversidade cultural e social.

O uso das TIC nas aulas de matemática como softwares de geometria dinâmica, jogos de aplicativos em tablets/celulares ou até mesmo uma aula com o uso de uma simples calculadora - favorece ao professor a oportunidade de aplicar novas metodologias de ensino para a matemática e proporciona aos alunos uma aprendizagem muito mais significativa.

A BNCC considera que:

Nesse cenário, os jovens precisam ter uma visão crítica, criativa, ética e estética, e não somente técnica das TDIC e de seus usos, para selecionar, filtrar, compreender e produzir sentidos, de maneira crítica e criativa, em quaisquer campos da vida social. (BRASIL, 2017, p. 497).

A BNCC também faz menção às TDIC nas competências gerais da Educação Básica e, segundo a quinta competência:

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. (BRASIL, 2018, p.9).

O ensino presencial agora é substituído pelo ensino virtual. A utilização das TIC faz parte da rotina dos professores e o professor de matemática que antes não era adepto ao uso de softwares educacionais que favorecem e promovem ainda mais a compreensão pelos alunos agora precisam se reinventar para que sua aula, ao chegar até seu aluno, seja compreendida com a mesma eficácia de uma aula presencial.

É importante conectar sempre o ensino com a vida do aluno. Chegar ao aluno por todos os caminhos possíveis: pela experiência, pela imagem, pelo som, pela representação (dramatizações, simulações), pela multimídia, pela interação on-line e off-line. (MORAN, 2006, p.61).

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4 É notório o quanto a relação professor-aluno é capaz de fazer toda diferença no

processo de ensino-aprendizagem. Em meio a toda essa mudança surge-nos indagações: Seria possível que um software ou aplicativo substitua realmente a figura do professor? Uma aula por meio de uma tela seria capaz de propiciar ao aluno tudo o que uma aula presencial possibilita? Como fica a relação professor-aluno? O professor consegue ter o mesmo panorama geral da turma na aula a distância? O aluno consegue ter suas dúvidas atendidas por completo durante o ensino virtual?

Assim, partimos do pressuposto que o ensino de matemática virtual não é capaz de oferecer as mesmas vantagens e possibilidades que o ensino de matemática presencial fornece no processo de ensino-aprendizagem. Pensando nessa hipótese nossa pesquisa trata justamente em como alguns professores das redes estadual e privada de ensino das cidades de Maringá, Colorado, Cianorte estão se familiarizando ou não a essa nova modalidade de ensinar matemática atrelada ao uso das TIC.

3. Procedimentos metodológicos

Em face aos novos acontecimentos que modificaram o rumo a Educação Básica, em nosso caso o ensino de matemática, vislumbramos a possibilidade de investigarmos como está sendo para os professores de matemática ensinar matemática a distância. Visto que diante deste novo cenário se faz necessário o uso das TIC.

Definimos a metodologia como exploratória pois, segundo Gil, (2008, p. 41) “estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou uma descoberta de intuições.”

Para nossa pesquisa adotamos uma abordagem qualitativa, pois o que de fato nos interessava era compreender a visão que os professores das redes estadual e privada de ensino tinham sobre ensino de matemática agora virtual em comparação com o presencial e suas relações com as TICs.

Na pesquisa qualitativa, uma questão metodológica importante é a que se refere ao fato de que não se pode insistir em procedimento sistemáticos que possam ser previstos, em passos ou sucessões como uma escada em direção à generalização. (MARTINS, 2004, p. 58).

Dessa maneira a presente pesquisa pretende ilustrar de acordo com os sujeitos participantes algumas opiniões a respeito do ensino de matemática presencial X virtual identificando familiaridade ou não na utilização das TIC.

Após ter pensado no tema de nossa pesquisa, passamos para fase de elaboração das questões que tratavam desde o tempo de docência, nível de atuação, conhecimento e utilização das TICs em sala de aula, rotina para preparação de aulas, angústias frente ao novo cenário, entre outras. Utilizamos a ferramenta Google Forms disponibilizada gratuitamente pelo Google, que veio facilitar seu encaminhamento diante desse cenário ao qual nos

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5 encontramos. No Questionário, que constou de 20 questões, não foi solicitada a identificação

dos sujeitos, mantendo assim sua participação sigilosa. Não podemos afirmar o número exato de professores que receberam a solicitação para participarem de nossa pesquisa porque além de encaminharmos para professores conhecidos também entramos em contato via Núcleos Regionais de Educação das cidades de: Maringá, Cascavel, Cianorte obtendo ainda assim apenas 32 respostas.

A tabela 1 apresenta nossa proposta de investigação:

Tabela 1: Proposta metodológica para investigação

Hipótese: O ensino virtual de matemática não é capaz de oferecer ao processo de

ensino-aprendizagem tudo que um ensino de matemática presencial oferece/possibilita

Objetivo: Investigar como está sendo para o professor o uso das TIC frente a este novo cenário. Técnica de

Pesquisa

Corpus de Análise Questões de Pesquisa

Questionário

Respostas dos sujeitos participantes da

pesquisa

1 - Sou professor(a) da rede? 2 - Leciono atualmente? 3 - Sou professor(a) a?

4 - A BNCC propôs cinco unidades temáticas para a disciplina de Matemática. Dentre elas qual(is) você mais gosta ou tem maior afinidade?

5 - Dentro dessas cinco unidades temáticas acima citadas, a BNCC sugere adicionar cinco itens ao currículo de Matemática da sua escola o quanto antes. Qual (is) dele (s) você professor já incorporou em seu planejamento ou que já faz uso?

6 - Já utilizou algum software para o ensino de matemática? 7 - Se sua resposta anterior foi "sim", qual?

8 - Anteriormente a esse novo cenário pelo qual estamos tendo que lidar e nos adaptar você fazia uso de slides em suas aulas?

9 - Sabe o que é TIC e qual sua habilidade em usá-la na prática docente?

10 - Faz uso das TICs em sua prática docente? Em qual (is) situações e com qual (is) objetivo (s)?

11 - Em comparação a esse novo cenário, quanto tempo em média você tem gasto a mais para preparação de suas aulas?

12 - O que mudou em sua rotina enquanto professor na preparação e condução das aulas presenciais para as aulas virtuais?

13 - Qual a sua percepção enquanto professor sobre o uso das TIC no Ensino de Matemática?

14 - Na sua opinião, é melhor ensinar matemática presencialmente ou virtualmente? Por quê?

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15 - Diante deste novo cenário o que mais lhe aflige enquanto professor que ensina matemática?

16 - O que você considera contribuir mais para uma boa aula e aprendizagem de matemática?

17 - Qual sua opinião sobre o Ensino de Matemática a distância?

18 - Cite aspectos negativos em uma aula de matemática virtual. E em uma aula comum?

19 - Cite alguns aspectos que somente aulas presenciais podem contribuir para o Ensino de Matemática.

20 - O que é ensinar matemática para você: em sala de aula X do outro lado da tela?Por quê?

Fonte: Autoria própria.

A realização de pesquisas bibliográficas e a leitura das que convergiam para o mesmo foco de pesquisa (MODROW, 2013) e (SCHUHMACHER, 2017) nos garantiram um bom referencial teórico e também possibilitaram uma melhor compreensão do quanto o uso e escolha adequados de uma Tecnologia da Comunicação e Informação - TIC podem contribuir para o aprendizado de matemática pelo aluno e complementar a aula do professor.

Com as respostas em mãos passamos para a fase de categorização dos resultados obtidos. Separamos as questões por tópicos de perguntas e respostas semelhantes, o que facilitaria nossas análises posteriores. A realização da pesquisa no Google Forms facilitou muito o olhar e consequentemente a análise para as respostas das questões fechadas, pois as porcentagens e os gráficos já estavam prontos.

A tabela 2 apresenta os tópicos da caracterização utilizados para análise dos dados: Tabela 2: Tópicos da caracterização dos dados obtidos.

Tópicos do questionário Nível e tempo de atuação

TICs na prática docente

TICs e as aulas virtuais de matemática

Ensino de matemática presencial e suas possibilidades

Ensino de matemática: presencial X virtual

Fonte: Autoria própria.

4. Resultados e Discussão

A pesquisa foi realizada por meio de um questionário on-line no Google Forms composto por 20 questões que abrangiam desde o tempo de docência, nível de atuação,

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7 conhecimento e utilização das TIC em sala de aula, rotina para preparação de aulas, angústias

frente ao novo cenário, entre outras e recebemos a devolutiva de 32 sujeitos aos quais se tornaram os participantes de nossa pesquisa.

Nossas análises permitiram a seguinte organização dos dados obtidos:

4.1 Caracterização dos sujeitos

A figura 1 apresenta o tempo de atuação dos sujeitos de nossa pesquisa. Título: Tempo de atuação.

Fonte: Autoria própria

A figura 2 apresenta o local de atuação dos nossos sujeitos: Título: Local de atuação

Fonte: Autoria própria.

A figura 3 apresenta o nível de atuação dos 32 professores: Título: Nível de atuação

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8 Fonte: Autoria própria

Pudemos verificar conforme dados apresentados nos gráficos 1, 2 e 3 que 56,3% dos nossos sujeitos estão a mais de 15 anos exercendo a docência, 59,4% atuam na rede estadual de ensino e 53% lecionam tanto no fundamental II quanto no ensino médio.

4.2 Relação quanto as TICs

A questão sobre seu conhecimento das TICs e qual sua habilidade em usá-la em sua prática docente foi respondida por 27 professores. Deles apenas 2 mostraram-se totalmente inseguros para sua incorporação às aulas de matemática, 21 professores sabem o que significa, mas não fazem o uso delas em suas aulas, ou o fazem de forma superficial, pois não possuem muito conhecimento, habilidade e se sentem inseguros. Podemos perceber por suas falas que apenas 4 professores conhecem realmente o significado das TICs e se sentem seguros ao utilizá-las nas aulas de matemática:

Professor 3 - Sim. Fazer atividade no Google c gabarito, elaborar avaliação c imagens, etc.

Professor 17 - Sim, utilizo as tecnologias de informação e comunicação como ferramentas de apoio para a aprendizagem dos conteúdos matemáticos. Professor 7 - Sim, uso com frequência, acabei adquirindo habilidade por utilizar diariamente, tanto em sala e como meio de comunicação com os alunos.

Professor 25 -Tecnologia da informação e comunicação, o uso dela em sala de aula é dado através dos aparelhos tecnológicos muitas vezes, o conceito de tecnologia é bem amplo, e pode até ser confundido com o conceito de técnica, mas tecnologia é o que está por trás, está além dos aparelhos tecnológicos, mas na minha Prática docente eu sempre utilizo, lousa digital e data show para mostrar iterações com os alunos, a fim de tirar um pouco a "abstração" que muitos trazem nas suas bagagens com relação à Matemática.

22%

25% 53%

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9 Para pergunta “Qual a sua percepção enquanto professor sobre o uso das TIC no Ensino

de Matemática?” obtivemos dois grupos de respostas. Um grupo diz que faz uso dos meios tecnológicos para facilitar a comunicação e o meio de acesso dos alunos aos trabalhos e listas de exercícios, e outro que simplesmente que não faz uso.

Percebe-se que os professores entrevistados compreendem a necessidade e a importância da utilização das TICs nas aulas de matemática em afirmações como:

Professor 9 - Sou a favor. Temos que pensar que o ensino de matemática não pode passar mais cem anos reduzido ao uso de quadro, cuspe e giz. A escola precisa ser atrativa tanto ou mais do que outros ambientes frequentados pelos estudantes. E eu não me conformo que ainda existem professores que não deixam seus alunos fazerem uso da calculadora em sala de aula, uma tic velha conhecida nossa…

Professor 10 - Acho que todo professor precisa acompanhar os alunos, eles estão inseridos no meio digital (talvez não seja a realidade de todos os alunos), eles gostam quando usamos tecnologia, particularmente depois que comecei o uso do Google Classroom com meus alunos melhorou muito a realização das tarefas, para eles fazer a tarefa "online" é mais interessante.

Professor 17 - Penso que a TIC é de extrema relevância no ensino e que pode contribuir na construção do conhecimento do aluno, pois permite momentos mais dinâmicos, interativos e que conduzem as reflexões dos conteúdos matemáticos.

Professor 28 - Percebo dificuldades para o uso das TICs na maioria dos conteúdos, provavelmente pela falta de formação continuada.

Professor 23 - Eu gosto, mas ainda sou fã do ensino mais tradicional. Professo 15 - Não uso.

Ainda observamos em algumas falas que o uso das TICs não é a única maneira diferente da tradicional para se ensinar matemática. Para alguns professores elas caracterizam-se como uma ferramenta/meio que pode ser utilizado para facilitar a aprendizagem da matemática, mas para isso é preciso um aprimoramento no processo de formação continuada dos professores a respeito da importância e como utilizá-las nas aulas de matemática.

4.3 TICs e as aulas virtuais de matemática

Quando questionados a respeito sobre o Ensino de Matemática a distância, todos os professores responderam à questão 17 e apenas o professor 9 (3,125%) se mostrou totalmente favorável ao ensino de matemática a distância. Apenas um (3,125%) dos sujeitos declarou ser contrário e as demais opiniões variaram entre: serem a favor apenas no atual cenário; complexo ou complicado; depender do nível de ensino; ser possível; não funcionar de forma efetiva; não ser viável pela infraestrutura escolar e falta de prática pelos professores e alunos; não contemplar todo o conteúdo quanto uma aula presencial; falta da relação professor-aluno; concorda e discorda, pois o ensino a distância precisa de um determinado

perfil de aluno e de professor. Percebemos pelas falas dos sujeitos que em sua grande maioria,

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10

Professor 23 -Concordo e discordo, pois o ensino a distância precisa de um determinado perfil de aluno e de professor.

Professor 28 - Dificuldade de ter um feedback, de sondar o desenvolvimento dos alunos na aprendizagem dos conteúdos, como na sua autonomia, no seu comportamento como cidadão.

Professor 1 – Creio que não forma o aluno de maneira adequada.

Professor 25 - Depende dos níveis de ensino, existem cursos EAD inclusive de licenciatura em matemática, mas acho que no fundamental II os alunos não têm uma estrutura para assimilar da melhor forma os conteúdos e precisam muito do apoio dos pais que muitas vezes nem tempo para ajudar

Na questão 18 observamos que o professor 9 que diz ser totalmente favorável ao ensino virtual expressou-se dizendo sentir falta da relação professor-aluno. A questão foi respondida por todos e foi a questão em que obtivemos as mais diferentes opiniões conforme a tabela 3 apresenta:

Tabela 3: Aspectos negativos de uma aula virtual

Tipos de respostas

Quantidade em porcentagem %

Relação professor aluno 31,25 %

Feedback 6,25 %

Falta de acesso às TDICs pelos alunos 6,25 %

Escolas com equipamentos precários para ministrar as aulas 6,25 %

Resolução de exercícios 3,125 %

Alunos que não têm responsável para auxiliar mexer nos equipamentos e para ajudar as tarefas

3,125 %

Momento de dúvidas fica comprometido 12,5 %

Baixa frequência 3,125 %

Dificuldade do professor em saber quando o aluno está ou não fazendo as atividades on-line

6,25 %

Desinteresse do aluno pela aula 6,25 %

Atendimento individual é comprometido 6,25 %

Alunos com dificuldades ficam sem atendimento personalizado 6,25 %

Dificuldade do professor para enfrentar essa situação 3,125 %

Fonte: Autoria própria

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11 Questão - 19: Cite alguns aspectos que somente aulas presenciais podem contribuir

para o Ensino de Matemática. Talvez essa seja a questão mais importante da nossa pesquisa. Pois, a partir dela construímos nossa hipótese: O ensino virtual de matemática não é capaz de oferecer ao processo de ensino-aprendizagem tudo que um ensino de matemática presencial oferece/possibilita. Suas falas corroboram com nossa hipótese de pesquisa:

Professor 23 - A maioria dos nossos alunos não possuem o perfil de um aluno virtual. Muitos precisam do contato do professor para aprender. O aluno virtual tem disciplina, perspicácia e persistência. Nossa realidade educacional não conta com muitos alunos assim. Sou do relacionamento com o aluno. Ali na sala de aula presencial o atendimento é muito mais eficaz com relação a qualquer dúvida que o aluno tenha.

Professor 10 - Acho que ter o contato com o aluno, o acolhimento, a conversa, o próprio ambiente escolar, acredito que isso contribua para o ensino, não somente da Matemática mas o ensino de uma forma geral.

Professor 25 - Relação interpessoal com os colegas, diálogo sobre conteúdos, pois muitas vezes um amigo pode explicar até melhor que um professor … Professor 12 -Terei comtato diretamente com eles … Semdo assim os conhecerei melhor é utilizarei estratégias de ensino que se adequam à realidade da minha turma... Não podemos esquecer que cada aluno aprende de uma forma. Posso utilizar n maneiras para explicar determinado conteúdo.

Professor 30 - Sócio emocional, empatia e cooperação e atividade prática, metodologia ativa que possam contribuir para o desenvolvimento do conhecimento dos alunos.

Professor 28 - Avaliar o crescimento e desenvolvimento dos alunos. Professor 4 - Troca de informações, socialização em diversos aspectos.

Nossos sujeitos se expressaram de forma unânime quando solicitados para citarem alguns aspectos que somente aulas presenciais podem contribuir para o Ensino de Matemática. Ao analisarmos as 32 falas decorrentes do exposto questionamento ficou evidenciado nelas que todos os sujeitos concordam que o ensino presencial consegue atingir o aluno não apenas pela relação professor-aluno, más também em proporcionar outros recursos que o virtual nunca poderá oferecer.

4.5 Ensino de matemática: presencial X virtual

Verificamos em relação a questão 11 que trata o tempo médio na preparação das aulas no cenário atual em comparação ao antigo que o ensino virtual demanda muito mais tempo do professor tanto para planejar suas aulas quanto para corrigir as atividades que encaminha para os alunos.

Esse tempo em média acaba sendo superior a 2 horas para 56,2% entre os participantes conforme apresenta figura 4:

Título:Tempo gasto a mais na preparação da aula a distância em comparação ao tempo destinado à aula presencial

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12 Fonte: Autoria própria

Questão 12 – O que mudou em sua rotina enquanto professor na preparação e condução das aulas presenciais para as aulas virtuais?

Professor 7 - Dificuldade em conciliar atividades diversas como a falta de participação ativa dos alunos onde inicialmente nota-se um pequeno retorno das atividades que foram propostas aos alunos acarretando desafios para estabelecer um direcionamento visando uma aprendizagem de qualidade diante dessa nova modalidade.

Professor 11 - Não saber de fato consegui esclarecer as dúvidas que surge nos alunos.

Professor 5 - Trabalhava 25h dando aula e umas 2h a tarde em casa preparando as atividades ou aulas. Agora trabalho muito mais, pois, gravo, edito, passa para o computador que leva horas, faz aula ao vivo, correções de atividades... Estou trabalhando quase 3 períodos

Professor 25 - Mudou bastante, porque não foi feito um planejamento adequado, todos fomos pegos de surpresa, os cursos EAD por exemplo, em geral tem toda uma estruturação. Embora meu colégio tenha a plataforma digital própria, poucos professores a utilizavam. Mas em minha rotina, mudou o comportamento, gravar vídeos aulas em ambientes formais, como por exemplo meu quarto é um tanto estranho, tenho que esperar o silêncio das demais pessoas da casa ... E ainda tentar representar aos alunos um espaço aconchegante e similar a uma sala de aula, inclusive comprei um pequeno quadro de giz, para melhorar essa prática.

Questão 20: O que é ensinar matemática para você: em sala de aula X do outro lado da tela? Por quê?

Professor 9 - Promover a aprendizagem dos conhecimentos elaborados historicamente pela humanidade e o desenvolvimento dos estudantes, para que eles saibam como utilizar os conhecimentos adquiridos na escola nas diversas situações encontradas. E isso vale tanto para o ensino presencial, como para o ensino Ead.

Professor 7 - Uma nova era.

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Professor 13 - Compreender os conceitos. Professor 2 - Complicado.

Professor 21 -Na tela (fria sem calor humano, distante do meu aluno). Ao vivo ( afectividade, amizade consolidada, uma terapia)

Professor 26 - Até agora não consegui me enquadrar nesse método de ensino.

Essa foi a única questão em que a maioria dos professores se mostraram confusos ao respondê-la. Ou comentavam sobre o ensino presencial ou sobre o ensino virtual. Um ou outro estabeleceram diferenças entre os dois ensinos.

Foi a pergunta 14 - Na sua opinião, é melhor ensinar matemática presencialmente ou virtualmente? Por quê? que nos norteou para que fosse possível uma análise mais concreta e segura. Pois, até o professor que respondeu ser favorável ao ensino a distância (pergunta 17) escreveu a seguinte resposta:

Professor 9 - Eu prefiro o contato, a presença, o olho no olho, perguntar aos estudantes, escutar o que eles têm a dizer sobre o conteúdo ensinado, sobre a vida, sobre tudo. Fora isso o ensino virtual também dá conta.

Professor 25 - Presencialmente, pois se trata de uma disciplina que muitos alunos têm dificuldade e muitas vezes em sala de aula o professor já está pronto para responder, e nas aulas virtuais eu tenho muitos alunos de muitas turmas, então leva mais tempo para responder os alunos.

Professor 29 - Presencialmente, embora não descarte o virtualmente. O importante é conhecermos quais alunos estão mais preprarados à esses tipos de ensino, visto que a aprendizagem não ocorre igualmente para todos. Para alguns alunos a aprendizagem virtual pode ser mais eficaz do que a presencial. Porém, nesse momento, sou incapaz de distinguir quais estão aptos a qual modalidade.

Professor 16 – Presencial porque facilita o manuseio dos materiais.

Professor 11 - Presencial. Consigo perceber se os alunos estão aprendendo ou não. Explico de outra forma para ver se melhora o entendimento. Professor 2 - Presencialmente. O recurso a distância é limitado, alguns alunos tem dúvidas e por vergonha não perguntam, na sala de aula podemos perceber pelo rostinho quem está entendo e quem não está. As vezes apenas do fato da professora apontar o dedo no caderno ele entende o exercício.

Essa resposta nos levou a ter 100% de confirmação na preferência entre os participantes pelo ensino de matemática no seu formato presencial.

5. Considerações finais

Analisar a visão que professores de matemática das redes estadual e privada da Educação Básica de Ensino possuem a respeito do ensino de matemática presencial X virtual e paralelamente verificar o uso ou não das TIC em suas aulas, nos mostrou o quanto ainda é

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14 preciso se falar e investir para que se tenha uma adesão maior de seu uso em sala de aula

pelos professores dos dois sistemas de ensino.

Diante desse novo cenário que mostrou ser imprescindível o uso das TIC para que a aprendizagem do aluno não seja comprometida, observamos o quanto a falta de investimento em cursos de treinamento e aperfeiçoamento para os professores e a precariedade dos equipamentos tanto no setor público quanto no privado, e desfavorece o produto final que chega ao aluno.

Isso porque como diz Moran (2006, p.44) “Com a Internet podemos modificar mais

facilmente a forma de ensinar e aprender tanto nos cursos presenciais como nos cursos à distância. São muitos os caminhos, que dependerão da situação concreta em que o professor se encontrar: [...].”

Aquela antiga visão que muitos ainda carregam das aulas de matemática nas quais o professor para ensiná-la utilizava apenas: livro, quadro, giz, régua, compasso, transferidor, quando muito uma folha de papel quadriculado para representar frações ou um joguinho de tabuleiro é preciso ser mudada e vista pela sociedade. Pois, apesar de todas as limitações e obstáculos muitos professores de matemática buscam se ampararem em teorias da didática francesa, tendências da Educação Matemática e metodologias ativas que os auxiliam no processo de ensino de uma matemática mais prazerosa e compreensível pelo aluno.

Corroboramos com D’ambrósio (2009, p.80) quando diz que “A escola não se justifica pela

apresentação de conhecimento obsoleto e ultrapassado e muitas vezes morto. Sobretudo ao se falar em ciência e tecnologia.”

A percepção que a maioria dos sujeitos integrantes dessa pesquisa possui sobre o uso das TIC aliadas às aulas de matemática é de que realmente contribui muito para explicação e fixação de alguns conteúdos matemáticos. Os professores que já são adeptos a elas citam softwares de geometria dinâmica, ferramentas do Google, aplicativos em celulares como algumas das TIC utilizadas por eles para transformar o ensino de matemática em algo mais ligado a realidade de seus alunos. Embora alguns ainda não se sintam totalmente seguros para utilizá-las em sala, sabem da sua importância e que terão que se adequar ao seu uso.

Mas nem todos se familiarizam com seu uso. Para alguns esse é o pior dos cenários. Revelam estarem vivendo um pesadelo em sua vida profissional, pois terem que utilizar uma ferramenta que não dominam está sendo bastante complicado e requer muito mais do seu tempo para preparação de suas aulas.

Verificamos em nossas buscas bibliográficas que a preocupação quanto ao uso e familiaridade dos professores com as TIC já é algo que vem sendo analisado e discutido no meio acadêmico a algum tempo.

Compreender como está ocorrendo à integração da TIC, no contexto escolar, e entender como estão sendo colocadas as novas tecnologias na Educação no Brasil, permite compreender as dificuldades dos professores para incorporá-las em seu

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15 cotidiano, ou mesmo utilizar os recursos tecnológicos como ferramentas de ensino.

(SCHUHMACHER, 2014, p.51).

Assim, voltando nosso olhar para nossa hipótese de pesquisa: O ensino virtual de matemática não é capaz de oferecer ao processo de ensino-aprendizagem tudo que um ensino de matemática presencial oferece/possibilita, percebemos com os relatos que nos fora apresentado que unanimemente corroboram com nosso pensamento.

Assim, concluímos que tanto o ensino virtual quanto a utilização das TIC ainda são um fator que gera desconforto aos professores da Educação Básica.

Referências

AGUIAR, Eliane Vigneron Barreto. As novas tecnologias e o ensino-aprendizagem. Vértices, Campos do Goytacazes, v. 10, n. 1, p. 63-72, jan.-dez. 2008.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Educação Fundamental. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2017.

D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação Matemática da Teoria à Prática. Campinas: Papirus, 2009.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas - S.A, 2008.

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Referências

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