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Vítor Quinta Julho 2014 Falando de alimentos Kosher

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Vítor Quinta Julho 2014

Falando de alimentos Kosher

A palavra “kosher” (do Hebraico Kashér) significa alimentos aprovados pelos rabis de Israel para consumo pelo povo do Altíssimo, sabendo que estes são os alimentos que O Eterno apontou como limpos e que, assim, se conformam ao que Ele estabeleceu em Levítico 11:1-47 e em Deuteronómio 14:3-20. Aquilo que muitos designam por “leis dietéticas dos Judeus” vai um pouco além do que Levítico 11 detalha, pois os rabis de Israel, ao longo dos tempos, foram instituindo algumas regras alimentares adicionais inspiradas na Lei/Torá, para evitar certas combinações desses alimentos.

Colocada esta pequena explicação inicial para os que possam desconhecer o significado da palavra hebraica “Kosher”, vamos agora analisar o que Paulo nos ensina na segunda parte do capítulo 14. Na primeira parte deste capítulo, Paulo reconhece que os “Romanos” eram fortes na fé, mas fracos no entendimento das Escrituras e no amor, i.e. na Lei/Torá, o que é irónico, pois a parte que era forte no entendimento das Escrituras (Judá) era fraca na fé (de Yeshua). E isto constituía, de certa maneira, uma barreira a que os messiânicos e os Judeus que viviam em Roma partilhassem a mesa/refeição em conjunto.

Como vemos na carta de Paulo, já em Roma e naquela altura, se pode reconhecer a divisão entre messiânicos, i.e. os que buscam servir a Lei/Torá de YHWH e têm a fé/testemunho de Yeshua, e os de Judá, os que possuem um vasto conhecimento e entendimento da Lei/Torá, mas não possuem a fé/testemunho de Yeshua ou O reconhecem como O Messias há muito esperado.

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Por isso o conselho de Paulo vai no sentido de alertar os messiânicos a ouvir e aprender o que os seus irmãos de Judá têm para lhes transmitir em matéria de conhecimento da Lei/Torá, não devendo desprezar os seus ensinamentos. Assim sendo, Paulo incita os “Romanos” a escutarem o que os seus irmãos de Judá tinham para lhes ensinar em matéria de alimentos kosher, no que respeita às disposições do Altíssimo, quanto a carnes que, mesmo que sejam consideradas limpas, não tenham sido abatidas de forma correcta, ou o consumo de animais desmembrados no campo ou pedaços ou vísceras deles, ou cujo sangue não tenha sido devidamente drenado do corpo do animal, etc.

Por isso mesmo, na segunda parte de Romanos 14, Paulo fala de alimentos e de bebida, e da maneira como os messiânicos deviam entender o que é apropriado segundo o conceito Kosher ou Kashrut, assunto de que os rabis também se ocupavam, para que, assim, também os filhos de Efraim/Israel espalhadas entre as nações também procedessem de acordo com os preceitos da Lei/Torá e que os filhos de Judá seguem há muitos séculos.

Apesar dos escritos de Paulo, hoje, passados tantos séculos, ainda existem muitíssimos crentes entre a comunidade messiânica em vários lugares que não valorizam os ensinamentos que nos podem ser transmitidos pelas práticas de alimentação dos filhos de Judá…e, contudo, alguns outros o fazem, pois valorizam e praticam os ensinamentos que nos chegam através do seu conhecimento milenar nesta matéria, a qual tem por fundamento a Lei/Torá do Altíssimo…e isso nos deveria bastar. Por isso mesmo devemos seguir em frente, progredindo e aprendendo sempre uns com os outros, e tendo o cuidado de não colocar tropeços aos nossos irmãos de Judá (Romanos 14:13; Levítico 19:14), mas retendo que a vontade do Altíssimo é que venhamos a ser novamente um só povo, o que só acontecerá quando Yeshua vier para juntar as duas varas e delas fazer uma só nação na Sua mão, para nunca mais se separarem: Ezequiel 37:15-28.

Então, quando falamos de tropeços, temos de mencionar estes dois:

 A Lei/Torá que ainda é um tropeço para a larga maioria dos filhos/descendentes de Efraim/Israel, muitos dos que hoje se dizem cristãos, enquanto

 Yeshua é também um tropeço para a larga maioria dos filhos de Judá.

Estes ensinamentos vêem na sequência das palavras de Paulo em Romanos 13, em que ele chama a nossa atenção para que devemos sujeitar-nos às “autoridades superiores”, precisamente às autoridades das sinagogas de Judá e ao seu ensino da Lei/Torá, pois assim o determinou O Altíssimo (reler as três partes do estudo intitulado “Sujeitos a autoridades superiores”).

Esta é, pois, a nossa responsabilidade e contribuição para o retorno das 10 tribos de Israel, aqueles que ainda andam perdidos nas trevas deste mundo, o tal filho pródigo da parábola de Yeshua. Esta é a forma de mostrarmos que amamos os nossos irmãos e irmãs das 10 tribos “perdidas” da Casa de Israel:

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chamá-los para os caminhos da Verdade (a Lei/Torá – Salmo 119:142) nos quais os nossos irmãos de Judá nos podem ensinar, porque virá o dia em que nós, como descendentes das 10 tribos do Norte, pediremos a um Judeu para ir com ele, porque saberemos então que YHWH está com Judá:

Zacarias 8:20-23 – “Assim diz YHWH dos Exércitos: Ainda sucederá que virão os povos e os habitantes de muitas cidades. E os habitantes de uma cidade irão à outra, dizendo: Vamos depressa suplicar o favor de YHWH, e buscar YHWH dos Exércitos; eu também irei. Assim virão muitos povos e poderosas nações, a buscar em Jerusalém a YHWH dos Exércitos, e a suplicar o favor de YHWH. Assim diz YHWH dos Exércitos: Naquele dia sucederá que pegarão dez homens [um representante de cada uma das 10 tribos de Efraim/Israel], de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla das vestes [os tzitzit do seu manto de oração, ou tallit] de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco”.

Sim, estas verdades continuam, ainda hoje, a serem uma pedra de tropeço para muitos, até para os que dizem seguir ao Messias mas que não estudam a Sua Palavra debaixo da orientação do Espírito Santo do Pai.

Temos alguma coisa em nós que nos torne superiores aos nossos irmãos de Judá? De forma alguma, pois YHWH nunca abandonou o Seu povo e, consequentemente, não abandonou Judá sobre quem “caiu” um véu que os impediu de reconhecerem O Messias nos dias da Sua visitação. Porquê? Porque era importante que os gentios que se arrependessem também e assim pudessem entrar através da enxertia na boa oliveira que é a Israel de YHWH (ler Romanos 11) e assim Paulo pudesse afirmar “que todo o Israel será salvo”.

Aos olhos do Altíssimo, Ele encerrou a todos debaixo do pecado para com todos (os que se arrependem e voltam para casa do Pai) usar de misericórdia – Romanos 11:32. Por isso mesmo, ao referir-se a alimentos limpos e aos que não são alimento aos olhos do Altíssimo, e por isso mesmo, impuros, Paulo diz:

Romanos 14:14 – “Eu sei, e estou certo no Senhor Jesus, que nenhuma

coisa é de si mesma imunda [comum – grego: Koinos], a não ser para

aquele que a tem por imunda; para esse é imunda”.

Mas será que Paulo, através destas palavras estava a contradizer a instrução de YHWH que afirma em Levítico 11 que alguns animais são impuros? Claro que não, pois o povo de Israel não se chegava às coisas que os gentios e pagãos classificavam como alimento mas não o era.

Vamos dar exemplos para melhor compreensão: será que um Judeu aceitaria comer carne de porco, ou lagosta ou caranguejo ou camarão ou cobra ou até certas aves necrófagas? Claro que não, pois eles, conforme à Lei/Torá, nunca aceitaram que tais animais se destinassem à sua alimentação.

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Temos disso exemplo na visão que foi dada a Pedro quando sobre um lençol (um

“tallit”) lhe foram mostrados muitos destes animais e ordenado que matasse e

comesse. Porém, qual foi a resposta de Pedro? (Actos 10:10 em diante) – “De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda”. É claro que este episódio e a visão que foi mostrada a Pedro não teve absolutamente nada a ver com a possibilidade dos filhos do Altíssimo poderem passar a comer este tipo de animais, os quais O Eterno já havia classificado como impróprios para a nossa alimentação, mas sim com a conversão e baptismo do centurião romano Cornélio e dos que com ele habitavam, com os quais os Judeus não se juntavam nem conviviam. Pedro teve de ser ensinado que não deveria rejeitar nenhuma alma que se quisesse entregar a YHWH – Actos 10:28. Esta lição foi bem aprendida pois todos os apóstolos de Yeshua compreenderam que a sua missão era chamar de volta aqueles que se haviam tornado gentios – as 10 tribos do Norte que estavam espalhadas entre as nações e quaisquer outros que quisessem amar e servir O Elohim de Israel, sendo assim enxertados na boa oliveira – a Israel de YHWH.

Também aproveitamos para dizer que as palavras de Pedro fazem uma clara distinção entre o que é comum (animal considerado limpo mas que se torna impuro devido a qualquer circunstância), e o que é imundo/impuro para a nossa alimentação.

Na realidade, o tradutor ao traduzir por três vezes a palavra grega por “imunda” no verso 14 cometeu um erro, pois o contexto refere-se somente a alimentos limpos que se tornam impuros (comuns) quando é morto em certas circunstâncias, tal como um animal limpo ser despedaçado no campo, ou ter sido objecto de oferta aos ídolos ou não ter sido sangrado devidamente ou ter morrido de doença, por exemplo, o que torna aquela carne em “coisa comum” e imprópria para servir de alimento ao povo do Altíssimo, conforme à Sua Lei/Torá – Deuteronómio 14:21; Levítico 17:14-15. Nesta passagem Paulo não se está a referir a animais imundos pois quanto a estes, não haveria nada que os pudesse transformar em alimentos apropriados para os fiéis. Isto mesmo deve ser entendido quando lemos o que nos é transmitido em Actos 15:20-21. Sim, os “Romanos” estavam fracos porque não compreendiam as práticas que YHWH impõe na Sua Lei/Torá a respeito da forma como os animais deveriam ser ritualmente mortos para serem considerados limpos.

Romanos 14:15 – “Mas, se por causa da comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor [a Torá de YHWH]. Não destruas por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu”.

Este é um tema muito importante: a forma como comunicamos e ensinamos os nossos irmãos na fé acerca dos conselhos do Altíssimo. Mostremos-lhes a Verdade e o que O Eterno espera de nós. Mas façamo-lo com benevolência, procurando chamar o irmão ao conhecimento da Verdade, sem o ofender, não vá dar-se o caso de, pela nossa errada maneira de proceder acabemos por afastar o irmão da fé. Não esqueçamos: não invalidemos o sacrifício de Yeshua. Por isso Paulo disse:

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Na figura do filho pródigo este acabou dando comida aos porcos e até alimentando-se dela, tendo acabado na mais abjecta idolatria pois foi servir ao pau e à pedra, como nos é dito em Deuteronómio 28:36, 64; Jeremias 2:27. A grande maioria destes “filhos pródigos” ainda não tomou consciência da sua herança hebraica e continua a delapidar essa mesma herança. A nossa responsabilidade é despertá-los e chamá-los a fazer

teshuvah, i.e. a regressar às veredas antigas de que nos fala Jeremias 6:16, 19… a

Lei/Torá de YHWH. “Ide antes às ovelhas perdidas da Casa de Israel”, ordenou Yeshua aos Seus discípulos – Mateus 10:6.

Olhemos pois por nós e pelos nossos irmãos da fé, e curemos a nossa rebeldia e ignorância, enquanto é tempo. Oremos ao Altíssimo por sabedoria (Deuteronómio 4:5-6), para que andemos no bom e santo caminho que Ele deu ao homem e que nos deve conduzir a Yeshua e ao Pai. A Sua Lei/Torá e O Seu Ungido Yeshua (a Torá viva) são: “O Caminho, A Verdade e A Vida”, exactamente as mesmas palavras que Yeshua aplicou a Si mesmo, quando Ele disse: Eu Sou O Caminho, A Verdade e A Vida – João 14:6; 17:3.

Busquemos também o conhecimento e a prática da Lei/Torá que os nossos irmãos de Judá têm para nos transmitir. Não rejeitemos essa sabedoria.

Romanos 14:17-19 – “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida,

mas justiça [Lei/Torá], e paz, e alegria no Espírito Santo. Porque quem

nisto serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens. Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros”.

A grande questão para a qual Paulo chama a atenção é para as questões essenciais à nossa salvação por Yeshua: justiça (pois sermos justos é vivermos sem repreensão em todos os preceitos e mandamentos de YHWH, tal como foi dito acerca dos pais de João, o Baptista em Lucas 1:5-6; Salmo 119:172), paz de espírito (Romanos 8:6) e alegria na presença do Espírito Santo de YHWH (Salmo 16:11). E tudo isto só o podemos alcançar quando morremos para o mundo do pecado e nos entregamos, com confiança, na Mão de YHWH e do Seu Messias Yeshua, deitando para trás das costas as disputas e a desobediência deste mundo.

Então, se queremos ser agradáveis, servindo a Adonai Yeshua e ao Pai, façamos estas coisas para que nos vá bem. É na Sua Palavra (Lei/Torá/Yeshua) que encontramos justiça, paz e alegria no Espírito…e também esperança renovada O amor pela Sua Palavra traz-nos a verdadeira paz. Por isso Yeshua disse aos Seus discípulos:

João 14:27 – “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”.

Os frutos do que temos no nosso interior (coração/mente) têm de ser agradáveis perante O Altíssimo e manifestos também aos homens. Além de possuirmos esta paz única que provém do Alto e Sublime, que é diferente da do mundo, temos de espelhar essa paz na nossa conduta e presença diária perante os homens. A paz constrói-se, pouco a pouco, mas com passos ancorados na Palavra do Todo-Poderoso.

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Assim, façamos que todos estes ensinamentos cheguem aos que ainda andam perdidos neste mundo, para que se construa o “corpo do Messias”, a Sua esposa, que é a Israel de YHWH. Sim, a exemplo do Mestre, “o corpo do Messias” é composto por todos os que guardam os preceitos de vida da Lei/Torá, as santas palavras do Pai. Sim, o amor pela paz é o amor pelo Messias e pelo Seu sacrifício, é o amor pela Torá viva que Se entregou por todos os que a Ele se entregam.

Romanos 14:20-23 – “Não destruas por causa da comida a obra de Deus. É verdade que tudo é limpo [segundo o conceito kosher, hebraico], mas mal vai para o homem que come com escândalo. Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça. Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado [=iniquidade=transgressão da Torá]”.

Qual é a obra de Elohim? A Sua obra é a reconciliação das duas casas de Jacob/Israel. Yeshua veio precisamente chamar de volta o que se havia perdido – a Casa de Efraim (Mateus 15:24), obra que teve início há cerca de 2.000 anos, e à qual tem sido dada continuidade através dos Seus obreiros. Não nos detenhamos pois, porque virá o dia em que estas duas casas/varas voltarão a estar juntas para não mais se separarem. Façamos pois a nossa parte: reconciliemo-nos já hoje com Judá e busquemos a paz com estes nossos irmãos. Orar pela paz de Jerusalém é o mesmo que desejar: Ora vem Adonai Yeshua, pois só O Príncipe da Paz trará a verdadeira paz.

Temos de abandonar os preconceitos mentais do passado inculcados pelos adversários de Judá (os anti-semitas que ainda hoje estão à vista de todos nas suas acções e opiniões anti Israel), os preconceitos em que crescemos e fomos educados, e passarmos a amar os nossos irmãos de Judá como a nós mesmos. Só assim acharemos graça aos olhos do Altíssimo. Se não amarmos os nossos irmãos não estaremos a cumprir a Lei/Torá! Se não amarmos os nossos irmãos de Judá não seremos dignos do sacrifício que Yeshua realizou pelo Seu povo.

(Continua) AlleluYAH

Vem ó Espírito de YHWH, vem já hoje abrir o nosso entendimento à força da Tua Palavra/Verdade.

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