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O GUINÉU DA COXA Charles Dickens

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Academic year: 2019

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O GUINÉU DA COXA

Charles Dickens

Edição especial para distribuição gratuita pela I nternet, através da Virtualbooks.

A Virt ualBooks gostaria tam bém de receber suas críticas e sugestões. Sua opinião é m uito im portante para o aprim oram ento de nossas edições:

Vbook s0 2 @t e r ra.com .br Estam os à espera do seu e- m ail.

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O GUINÉU DA COXA

O céu estava som brio, um céu de Dezem bro e o em pedrado das ruas desaparecia debaixo da neve, aquela neve de Londres m eio derretida e

lam acent a. Nunca se m e varreu da m em ória a recordação dessa neve apesar de j á terem passado quinze anos sobre a últim a vez que a vi com a sua triste cor. Ali a tinha, à m inha frente, com os m esm os sulcos, ocultando os m esm os perigos para os transeuntes. Havia som ente um a hora que eu tinha chegado da Am érica do Sul a bordo do barco- correio de Southam pton, e agora ora estava encostado à j anela do m eu quarto no hotel Morley, Charing Cross, contem plando com ar som brio os efeitos dos j ogos de água da praça de Trafalgar, ora passeava agit adam ent e de um ext rem o ao outro do

aposento, fazendo esforços para m e distrair, pensando que não era um vagabundo desterrado, m as um hom em que regressava ao seu país.

Aproxim ei a cadeira da cham iné e enquanto atiçava o lum e, evocava através da cham a o quadro da m inha vida passada. Recordei- m e da infância que tornou extrem am ente desgraçada a dependência de um t io velho e rico que m e olhava com o a um obstáculo porque não acreditava que eu pudesse vir um dia a honrar o seu nom e e os seus benefícios. Esta excelente pessoa tinha quase tanto de ávaro com o de vaidoso. Sentia a necessidade de estím ulo e se m e tivessem obrigado com algum as palavras ternas a abrir o coração j uvenil, teriam descoberto o reconhecim ento m ais sincero, um a ânsia de carinho, o inst into e o am or por tudo quanto é bom e belo. Mas, todos estes belos sentim entos se t inham fechado na m inha alm a

am arfanhados pela ironia de quantos m e rodeavam . Que contente ficou m eu tio quando lhe disse que estava disposto a ir procurar a fortuna do outro lado dos m ares! Com que frieza se despediu de m im o m eu único prim o! Com o com preendi que havia chegado por fim a hora de m e separar de um país onde, na opinião da m inha própria fam ília, era incapaz de usar

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triste convicção de que m e encontrava só no m undo e im paciente por dem onstrar aos m eus desdenhosos parentes que não m erecia um conceito tão depreciativo.

Quando regressei, ao fim de quinze anos, ignorava tudo o que se passara com a m inha fam ília, que talvez se tivesse esquecido de m im logo que m e perdeu de vista. Cham ei e entrou no quarto um criado velho de cuj a

fisionom ia m e recordava. Conhecia m eu prim o Jorge que, outrora, sem pre que vinha a Londres, se hospedava no hotel Morley, com o nosso tio. Mas, actualm ente, Jorge chegara à posição dem asiado alta para frequentar um hotel de segunda ordem , quando, pela Prim avera, ia passar na capital um ou dois m eses. Nest a época do ano Jorge Rut land não abandonava o seu

castelo solarengo e eu tinha a certeza de o encontrar em Rutland- Hall, que ficava no condado de Kent.

Apressei- m e a escrever- lhe a seguinte carta:

Querido Jorge:

Estou convencido de que te causará tanto espanto reconhecer a m inha letra com o se o m eu espectro te surgisse. Tranquiliza- te quanto à aparição do espectro. Com o sabes, estou há m uito convencido de que para nada sirvo, e deves saber tam bém que o céu não m e concedeu a felicidade de m orrer. Sinto vergonha ao confessar- te que não cheguei do outro m undo com a

m inha fortuna feita. Asseguro- te, contudo, que trabalhei para a conseguir; m as no m undo não basta querer; é preciso, tam bém , sorte para conseguir. Felizm ente ainda tenho tem po para reparar a perda dos quinze m elhores anos da m inha vida, e estou disposto a lançar m ão de tudo, sem pre que a ocupação sej a digna de um cavalheiro. Entretanto, desej o im enso ver- te e aos teus. Um a longa ausência da pátria e da fam ília é o que m ais nos faz com preender quanto vale o calor de um a m ão am iga. Não espero, pois, que m e respondas. Depois de am anhã seguirei para Kent e devo estar aí à hora de j antar. Com o vês confio no teu bom acolhim ento e hospitalidade durante algum as sem anas, até que m e consiga tom ar um a resolução.

Hoj e com o sem pre, m eu querido Jorge, é teu velho am igo e prim o

Guy Rut land.

Dobrei a carta e m eti- a no envelope.

- Breve saberei o que são na realidade os m eus queridos parentes, pensei com alegria enquanto escrevia a direcção:

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Rut land- Hall

( Kent )

Eram aproxim adam ente sete da tarde quando cheguei ao im ponente

vestíbulo de Rutland- Hall. O prim o Jorge não veio ao m eu encontro. Esqueci-m e, seEsqueci-m dúvida, dos cost uEsqueci-m es do país. ProvavelEsqueci-m ente o priEsqueci-m o Jorge

espera- m e no alto da escada. Avancem os.

Junto da escada recebeu- m e um criado grave, com o um autóm ato, com o se o m eu regresso para j unto dos parentes fosse um facto que acontecesse todos os dias. I ntroduziu- m e num a sala, m as nem ali pisavam o tapete os pés im pacientes do cerim onioso dono da casa.

- Ah! pensei, talvez haj a m ais algum a regra de etiqueta que eu tenha esquecido. Sem dúvida, m eu prim o espera- m e no salão a fim de m e dar o tem po necessário para que m e lave e escove e fique apresentável para a hora do j antar.

- Acom panhe- m e ao quarto que m e dest inam , disse a outro criado que tom ou conta da m inha m anta de viagem .

Segui este novo guia com resignação, observando que m e dest inavam aposentos lá no alto do castelo; m as quando fiquei só pensei que talvez tivesse sido precedido por alguns outros hóspedes que ocupassem quartos m elhor m obilados que o m eu.

Quando, à pressa term inei a m inha t oilet t e, toquei a cam painha; apareceu

novam ente o criado a quem pedi que m e acom panhasse ao salão. Pelo

cam inho, fui estudando algum as frases discretas para entabular conversação com os diferentes m em bros da m inha fam ília. Não sou fluente, m as quando quero ser agradável consigo- o m uitas vezes e naquela altura, estou bem certo de que não teria representado m uito m al o m eu papel.

O criado abriu a porta e retirou- se im ediatam ente, fechando- a atrás de si. Em vez de ser eu a fazer qualquer surpresa, fiquei, sim , surpreendido ao encontrar- m e só num a enorm e sala, m al alum iada, se é que não estava com pletam ente às escuras.

Mas não, não m e encontrava só; num a poltrona, j unto do fogão, est ava preguiçosam ente sentada um a m enina em cuj o rosto se reflectiam as

labaredas verm elhas da cham iné. Era um a rapariga de quinze ou dezasseis anos, m odest issim am ente vestida com um a bata de lã escura, que

estropiava a vista lendo à luz do fogão. Tinha a cabeça encostada ao espaldar da poltrona, coberta com as m adeixas da abundante cabeleira loura, e sust ent ava o livro abert o à alt ura dos olhos.

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cair o livro, endireitou- se na cadeira, estendeu a m ão e pegou num obj ecto que eu ainda não t inha visto e estava j unto da poltrona: era um a m uleta. Apoiando- se à m uleta, levantou- se, e ficou de pé diante de m im ... A pobre m enina era coxa.

Apresentei- m e e o m eu nom e tranquilizou- a. Convidou- m e a sentar- m e dando- se ares de pessoa da casa. Levantou o livro, colocou- o sobre os j oelhos, e depois, m etendo a m ão num dos ângulos da poltrona, tirou um a rede em cuj as m alhas aprisionou os fartos cabelos. Term inada a operação ficou com as m ãos apoiadas nas m uletas ( porque eram duas) com o se se preparasse para m e deixar só logo que eu lhe dissesse que estava ali de m ais.

- Tom pson, disse- m e com o quem se desculpa, j ulgou certam ente que não estava aqui ninguém . Fico sem pre nos aposentos dos m eninos, salvo quando os senhores saem . Nessas ocasiões desço ao salão para m e entreter com um pouco de leitura.

- O Sr. Rut land não está em casa? perguntei. - Não; foram j antar fora.

- Deveras? Então seu pai não recebeu a m inha carta! Ouvindo estas palavras, a j ovem ruborizou- se.

- Não sou filha de Rut land. Cham o- m e Thereza Ray, e sou órfã. Meu pai, que era parent e afast ado e am igo do Sr. Rut land, recom endou- m e a ele à hora da m orte... e o Sr. Rutland trouxe- m e para aqui... por caridade.

Pronunciou as últim as palavras com am argura; m as, depois de m order os lábios, cont inuou:

- Nada sei portanto, em relação à carta de que m e fala; m as parece- m e ter ouvido dizer que esperavam alguém ... Sem dúvida não j ulgavam que o senhor chegasse esta noite, visto que toda a fam ília foi j antar a casa de uns vizinhos.

- Bela conclusão! disse para m im próprio e fiquei a reflectir na afectuosa recepção que m e fizera m eu prim o Jorge. Se era eu que ele esperava, não havia dúvida de que a carta t inha chegado ao seu destino; portanto sabia, não só o dia, m as tam bém a hora da m inha chegada.

- Oh, Jorge, m eu bom prim o, nada m udaste!

Enquanto pensava assim , notei que a j ovem fixara em m im os seus grandes olhos observadores, cuj a curiosa expressão podia facilm ente traduzir. E se tivesse coragem , ter- m e- ia dito:

- Tam bém leio claram ente no seu pensam ento, senhor, e tenho pena de si. Veio aqui com um a esperança que vai ser frustrada. Melhor teria procedido se esperasse que o convidassem . Que vem o senhor cá fazer? Eu, se

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para roubar um a hora ao aborrecim ento nesta m agnífica poltrona estofada. Com o se pode dizer tanto num olhar? Eis um m istério; m as o que é certo é que o olhar de Thereza Ray dizia tudo isto, palavra por palavra. Um laço de sim patia nos uniu rapidam ente.

- Miss Ray, disse- lhe; que pensará de um hom em que depois de passar quinze anos da sua vida no estrangeiro, tem a falta de vergonha de voltar à pátria sem um xelim nas algibeiras? Não lhe parece que m erecia ser

apedrej ado?

- Supunha isso m esm o, respondeu ela m exendo a cabeça e dirigindo- m e outra vez o seu penetrante olhar. Supus isso m esm o quando soube que lhe destinavam um dos piores quartos, reservando os m elhores para as visitas que são esperadas na próxim a sem ana. No dia de Nat al a casa estará cheia... Eu não posso com preender o que o senhor m e disse.

- Que é o que não pode com preender? perguntei.

- Que não tenha um xelim no bolso. Rir- se- iam todos à sua custa e os criados sabê- lo- iam logo. Eu tenho um guinéu que a boa lady Thornton m e deu no dia do m eu aniversário. Se m e perm ite que lho em preste, dar- m e- á com isso m uito prazer. Não m e faz falta e o senhor pagar- m e- á quando for rico.

Este oferecim ento foi feito com tanta gravidade, que tive de fazer um

esforço para não desatar a rir. A pequena tom ava- m e evidentem ente sob a sua protecção e, sonhando para m im afrontas que considerava seu dever evitar, am parava- m e com a sua experiência, e com a sua superior

perspicácia. Achei m uito divertido o deixar- m e proteger por ela e entregar-m e ao aentregar-m ável interesse que lhe despertara a entregar-m inha entregar-m á sit uação financeira. Deixando- m e arrebatar por intim idade tão espontânea, respondi- lhe com a m aior gravidade:

- Agradeço e aceito o seu oferecim ento. Traz consigo o guinéu.

- Não, m as vou j á buscá- lo. Apoiando- se nas m uletas saiu para voltar poucos m inutos depois com um a bolsinha que m e entregou. Abri- a e encontrei um guinéu cuidadosam ente envolvido em papel prateado.

- Sinto não ter m ais, disse- m e ao ver que eu m et ia a bolsinha na algibeira, m as recebo tão poucos presentes deste género!

Nesse m om ento, o orgulhoso criado que m e t inha acom panhado até à porta do salão, veio inform ar- m e de que tinha o j antar na m esa.

Quando acabei de com er tive o desgosto de saber que a m inha pequena benfeitora estava j unto dos m eninos. Não a tornei a ver naquela noite e dorm i descansadam ente até pela m anhã do dia seguinte.

I I

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tinha- se convertido num grave chefe de fam ília.

- Alegra- m e m uito tornar a ver- te - disse apertando- m e a m ão. Logo com preendi que não era tanta a alegria. A m am ã Rutland acolheu- m e tam bém o m ais cortesm ente possível... foi pelo m enos o que disse. Os j ovens prim inhos trataram - m e com um desdém , do m elhor tom . Era necessário ser m ais cândido do que m e j ulgara na véspera a m inha protectora para não perceber o lugar que m e reservavam ... debaixo da m esa.

Estava condenado a esse papel que só se aceita no caso de um a necessidade extrem a: o papel de um a pessoa sem im portância.

Jorge entreteve- se durante alguns dias m ostrando- m e as suas extensas propriedades; m as quando chegaram hóspedes de m ais consideração

deixou- m e abandonado aos m eus próprios recursos para passar o tem po. As filhas de Rutland dispensaram - se da honra de aceitar a m inha escolta

quando passeavam a cavalo e logo que tiveram outros cavaleiros m ais dist intos à sua disposição j á não voltou a haver cavalo para m im . Quanto à castelã, à m inha nobre prim a, dissim ulava m al o aborrecim ento que lhe causava a m inha im portuna visita, se bem que nem Jorge nem sua m ulher ocupassem a alta situação que a herança de m eu tio lhes conferia no

condado. Se não eram , nobres de fresca data, não deixavam de ser de um a grande m esquinhez. Sent iam - se hum ilhados tendo na sua nobre com panhia um parente pobre que ainda por cim a lhes cham ava prim os. Confesso que experim entava um prazer m aligno em fingir que não percebia o papel que desem penhava em Rutland- HalI . Tudo m e parecia bem , inclusive a troça que de m im faziam , que em vez de m e incom odar, m e esforçava por parecer cada vez m ais am ável, agradecendo m esm o todas as atenções de que não era obj ecto. Bem sabia que não era este o m elhor m eio para m e tornar sim pático aos olhos de m eus prim os. Mais lhes agradaria de certo um pouco de susceptibilidade da m inha parte; m as sentia- m e tão feliz desfrutando a hospitalidade daquele sum ptuoso castelo! Representava um porto de

salvação depois dum a viagem torm entosa... E vendo- m e tão bem acolhido por tão carinhosos parentes, com o não havia de sent ir- m e bem hum orado! Além disso, t inha tanta liberdade com o os outros hóspedes de Rut land- Hall, que de «m otu próprio» escolhiam as suas distracções e dispunham do seu tem po. Quando m e aborrecia com as conversas no salão, ia para os

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encontrado o cam inho dos seus corações presenteando- os com livros de estam pas, polichinelos, bonecas e guloseim as que adquiria com o guinéu de Thereza Ray. Esta adm irava- se das coisas que eu com prava com um a única m oeda de ouro e elogiava a m inha habilidade em obter tudo tão barato. Por m á que fosse a m inha situação em Rutland- Hall, a de Thereza Ray, era sim plesm ente intolerável. Um a alm a m enos resoluta teria sucum bido, e um a natureza m enos delicada teria perdido toda a doçura com que o céu a

tivesse dotado. Os criados não tinham por ela a m enor atenção, os pequenos achincalhavam - na, sacrificando- a a todos os seus caprichos. Só Jenny tinha certa sim patia pela pobre rapariga, m as apenas a defendia da perseguição dos seus tiranos quando podia fazê- lo sem se expor tam bém à sua t irania. I nfelizm ente não estava autorizada a fazê- los entrar na ordem pela form a que m ais teria im pressionado aqueles m eninos m al educados. Pelo que respeitava as filhas m ais velhas de Rutland, a presença fugaz da órfã ou o sim ples apontar do seu nom e, bastavam para que a paz de suas alm as se perturbasse.

- Que havem os de fazer desta rapariga? ouvi dizer um dia à senhora de Rutland, falando com um a de suas filhas. Se não fosse coxa poderíam os obrigá- la a ganhar o pão de um a m aneira ou de outra; m as assim ,

necessitando de m uletas para andar...

Se a senhora de Rut land não acabou a frase, o seu pensam ento ficou

claram ente expresso num desdenhoso m ovim ento de om bros e certo trej eito com que os seus lábios supriam perfeitam ente as reticências da linguagem . Com o suportava a pobre Thereza Ray tudo isto? Sem um a queixa, sem um protesto, sem lágrim as e sem sequer entreabrir os lábios. Sob o seu sim ples traj o negro havia um a verdadeira couraça de resignação angélica. A

experiência parecia dem asiadam ente am arga, m as ela subm et ia- se sem hum ildade degradante, com um a expressão tranquila no olhar, que parecia dizer:

- Por m uitos que sej am os sofrim entos que m e im ponham saberei calar- m e, porque nada m e devem e talvez sofresse m ais noutra parte. A grat idão im pede- m e de qualquer queixa.

Por acaso encontrei pela segunda vez a m inha pequena benfeitora um dia ou dois depois da nossa prim eira entrevista no salão. Nos terrenos anexos ao solar reatám os a conversação do dia anterior, e havia para m im tal doçura na sua sim patia, que acrescentei m ais alguns capítulos à novela da m inha falta de recursos e de todas as dificuldades que m e esperavam no país natal, onde quinze anos de ausência m e tornaram quase estrangeiro. Com que encantadora credulidade m e escutava! Que adm iráveis conselhos m e deu! Com que am ável interesse se se ofereceu, ao separarm o- nos, para dar- m e em m elhor ocasião outros conselhos!

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excursões, eu teria preferido sem pre procurar Thereza Ray nos seus passeios solitários ou nos aposentos dos pequenos, onde praticava o m eu sistem a de corrupção com o m esm o cuidado que em pregaria se se tratasse de um a intriga eleitoral. A conversação nos passeios agradava- m e m uito m ais que na sala barulhenta das crianças, onde m ant inha a m inha

popularidade e a m inha influência com tão pouco dinheiro. Mais de um a vez m e esqueci dos rigores da estação escutando Thereza Ray que, coxeando nos atalhos da horta, queria resolver algum novo problem a que eu propunha para aprender com ela a arte de conseguir com pouco dinheiro um a

existência agradável. Um dia parou subitam ente e cravando as m uletas na neve endurecida, disse- m e:

- O senhor devia deixar Rutland- Hall e procurar trabalho... Oh! se eu pudesse trabalhar!...

I I I

Chegou a Rutland- Hall um tal sir Harry. Com o não estou m uito certo da m aneira com o se escreve o seu outro apelido, creio que não há necessidade de m encioná- lo. Era um solteirão rico, pertencente a um a fam ília nobre, e a castelã observava com interesse todos os seus actos e m ovim entos. O tal sir Harry tinha o capricho de ir todos os dias fum ar um charuto para a horta, encontrando ali, m ais de um a vez a m inha pequena benfeitora, que notando que ele a olhava com m odo m uito singular, acabou por provocar um a púdica exalt ação na cor do seu rosto, tão lindo com o fresco. Torceu cam inho, com o a lebre que espera despistar o caçador; m as sir Harry conseguiu encontrá- la de novo e assediou- a com os seus galanteios, cheios de lugares com uns. Chegou o caso aos ouvidos da senhora de Rutland, que inventou um a porção de perfídias a propósito da pobre órfã. I gnoro as tristes acusações que lhe fez, dando- lhe por fim um a repreensão que durou um a hora; m as nessa noite, quando entrei nos aposentos dos pequenos com um a bola de borracha para Jack, o m ais novo e o m enos tirano da fam ília, percebi pelos olhos inchados de Thereza Ray que a pobrezinha chorara, que dos seus olhos brotava um a torrente de lágrim as. Contive- m e para não dizer em voz alta o que pensava da senhora de Rutland, e quando Jenny interveio para acalm ar o tum ulto prom ovido porque o pr im o Guy não t inha trazido um presente

para cada m enino, disse a Thereza Ray:

- Então! Para quando guarda a sua filosofia? Doravante não aceitarei nenhum conselho seu se continuar a dar- m e tão m au exem plo.

Thereza não respondeu um a única palavra nem desviou o olhar do guarda-fogo. O golpe t inha sido rude e a ferida profunda. Ah! senhor Harry e

senhora de Rut land, com que prazer eu t eria feit o caram bolar as vossas cabeças nesse m om ento!

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valim ento...

Então dirigiu- m e um a dessas respostas m udas de que estou bem certo ter traduzido literalm ente e que dizia:

- Tem razão; deposito em si toda a confiança, m as neste m om ento não posso falar.

Recobrou, contudo, gradualm ente a tranquilidade e aproxim ou- se da m esa para tom ar a sua xícara de chá e com er alguns biscoitos, enquanto eu consertava o arco desm antelado de Tom m y.

Tom m y era o m ais turbulento e m alicioso daqueles pequenos selvagens, um pequeno chefe bárbaro, a quem , dois dias depois, gostaria de ter dado um a boa sova. Lem brou- se de fazer a Thereza um a das suas graçolas m ais pesadas. Tirou- lhe as m uletas, e servindo- se delas, im itando a pobre coxa, saiu da sala e só volt ou depois de as ter feito em pedaços. Todas as súplicas de Thereza foram inúteis ao m aldoso garoto. A pobrezinha ficou prisioneira durante as festas do Natal, sem poder fazer outra coisa que contem plar os cam pos atrás dos vidros da j anela.

Tom m y ria- se da sua resignação - m as talvez não proceda bem acusando Tom m y.

Suspeit ava então e cont inuo a suspeitar que outra cabeça, que não era a daquele diabinho, fora a inst igadora da conspiração contra o pobre pássaro, a fim de que não saísse da sua gaiola.

O pássaro definhava no seu ninho, m as quem se com padecia dele? Talvez Jenny, que por com paixão ou porque part icipava das generosidades do m eu inesgotável guinéu, se atreveu a lam entar em voz alta a situação da

prisioneira e condenar o procedim ento de Tom m y.

Não desej o fazer acreditar ao leitor que o inesgotável guinéu era um a dessas m ilagrosas m oedas de ouro que, nos contos de fada, recheiam a bolsa de Fortunato. Sem explicar ainda todo o m istério, afirm arei que havia, com o eu, outra pessoa que se interessava pela órfã, e essa pessoa era a m esm a lady Thornton que lhe havia dado a m oeda. Nem só bastante rica, m as tam bém bastante caridosa, para se eu lhos tivesse pedido, ter- m e em prestado m ais alguns guinéus. Lady Thornton vinha de vez em quando a Rut land- Hall e eu fizera todo o possível para conquistar a sua sim patia.

Durant e a prisão de Thereza Ray deu- se um a dessas visit as e quis o acaso que eu estivesse só no salão quando ela entrou. Vinha convidar toda a fam ília e todos os seus hóspedes, grandes e pequenos, a festej arem a Noite de Natal no seu castelo, que ficava a três ou quatro m ilhas de Rutland- Hall. Aproveit ei a ocasião para lhe contar a história das m ulet as de Thereza. - Que pequeno tão travesso! Que pequeno tão travesso! - exclam ou. É preciso que Thereza tenha outras m uletas para a festa do Natal.

A boa lady fixou em m im um olhar perscrutador através das lentes dos seus óculos.

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- Eu e Thereza som os dois bons am igos.

- O senhor e Thereza! Perm ita- m e que lhe peça explicações, porque ignoro se o senhor sabe que Thereza Ray tem dezoito anos.

- Dezoito anos? Seriam ente? Pois eu j ulgava- a ainda um a criança! - Thereza não é um a criança, senhor Guy Rut land. Thereza é j á um a senhora.

Thereza Ray um a senhora! Não pude deixar de rir. Com o, então? A m inha pequena benfeitora, a m inha m am ãzinha... O m eu riso devia ter

escandalizado lady Thornton, m as Christina Rut land, que entrou nessa altura no salão, pôs term o à difícil situação.

No entanto, m ais de um a vez naquele dia desatei à gargalhada, ao lem brar-m e do caso. Thereza Ray ubrar-m a senhora! Que ideia ! ...

I V

Faltavam ainda cinco ou seis dias para a festa que lady Thornton nos havia convidado, quando se deu um incidente curioso, que determ inou um

conselho de fam ília dos donos da casa, antes do alm oço, na biblioteca. Chegara de Londres um a grande caixa, endereçada a m iss Thereza Ray e quando a abriram depararam um par de m uletas.

E que par de m uletas! Um a obra de arte no seu género, de m adeira esculpida, com incrustações de m adrepérola, aplicações de prata e alm ofadas de veludo bordado.

Os senhores de Rutland ficaram assom brados! Quem teria feito aquele

m agnífico presente? Quem ? E quem , fora de Rut land- Hall, tinha ouvido falar de Thereza Ray? Recaíram suspeitas em sir Harry, e eu esfreguei as m ãos de contente, rindo perdidam ente, ao ter conhecim ento do que sucedera. Mas o grande conselho ponderou ainda sobre o seguinte: Entregariam a Thereza Ray tão rico presente? De form a algum a; o m elhor seria fingir ignorância. Aquelas m uletas não estavam em harm onia com a situação da órfã e podiam inspirar- lhe ideias absurdas! Apesar das suas novas m uletas, Thereza Ray continuaria prisioneira. Ocultaram a caixa e ninguém falou sobre a sua existência.

Esperei alguns dias para ver se os senhores de Rutland reconsideravam , m as tudo foi em vão. O pássaro continuava a definhar na gaiola, sem que nenhum a m ão am iga se m ostrasse disposta a abrir- lha, entregando- lhe novam ente a liberdade.

Enquanto toda a fam ília se m ovia em volta de Thereza Ray, preparando- se para gozar o convite de lady Thornton, Thereza continuava sentada, fazendo costuras em aventais para as criadas ou rem endando as m eias dos

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em todos os restantes do ano, Thereza ficaria só em casa, com o seu vestidinho preto. Suspirando, Thereza tinha- se despedido daquela festa, para a qual fora convidada inutilm ente, com o os que lhe diziam : «despacha-te, Thereza, que se vai aproxim ando o dia: ainda é preciso pôr estas fivelas nos sapatos ou fazer aquele laço para o vestido». Certam ente, estas

palavras eram de todo desnecessárias, porque a pobre m am ãzinha trabalhava com a act ividade de um a obreira.

A ninguém ocorria perguntar a Thereza: - E t u, que vestido vais levar?

Com o im aginar que Thereza podia ir t am bém com a sua perna coxa e sem m uletas?

Contudo, alguém pensava nisto; alguém tinha dito: um vestido novo de seda ficaria divinam ent e em Thereza, e um laço cor- de- rosa ou azul dest acar- se-ia m uito bem entre os seus cabelos louros.

No próprio dia da festa tive que tratar de um assunto urgente na cidade m ais próxim a, e à tarde, antes de voltar a Rut land- Hall, entrei em casa da m elhor m odista para trazer um a grande caixa de cartão.

- Quer ver o vestido da senhora?

Abriram a caixa e desdobraram um vestido de seda com aplicações de rendas, que não posso descrever nos term os adequados, m as em que adm irei a elegância do cort e e a harm onia das cores.

- Desculpe- m e, m as afigura- se- m e de que a saia est á um pouco larga. - Com o o senhor disse que era para um a m enina de dezoito anos e as raparigas vestem agora tal com o as senhoras...

Era j á tarde quando voltei a Rut land- Hall e vi part ir as carruagens cheias de alegres convidados. Subi rapidam ente aos aposentos dos pequenos com a m inha caixa debaixo do braço e encontrei Thereza só com Jenny, a fronte apoiada na m ão, contem plando m elancolicam ente a alcatifa coberta de pedacinhos de gaze e de seda.

Ao ver- m e, o seu rosto ilum inou- se.

- Ah! - disse- m e, pensei que tinha ido com os outros.

- Ainda não, m as não tardarei a reunir- m e a eles e venho buscá- la. - A m im ! - exclam ou tristem ente; bem sabe que não posso ir, porque m esm o que tivesse m uletas nada tinha que vest ir.

- Um am igo m andou- lhe um vestido e eu sei, tam bém , arranj ar- lhe as m uletas. Jenny tom e conta desta caixa e aj ude a vest ir a m enina Thereza, pois a carruagem espera- nos.

Thereza ruborizou- se e os seus olhos m arej aram - se de lágrim as; depois em palideceu, sufocada pela com oção, enquanto Jenny, a quem eu tinha feito um bom presente de Natal, se extasiava diante do vestido que t irara da caixa.

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E deixei- a trém ula e docem ente em ocionada, entregue a Jenny, que com eçou im ediatam ente a vest i- la.

Thereza estava j á pronta quando entrei com as m uletas incrustadas de prata e m adrepérola.

Quando afirm o que Thereza estava vestida não quero dizer que encontrei um a m enina com o traj o próprio das que vão a um a festa de crianças, m as que o vestido t inha transform ado a m inha m am ãzinha, a m inha pequena benfeit or a num a j ovem elegante, que, vendo a sua im agem no espelho, se

assom brava da m etam orfose.

Da Thereza de há pouco, apenas conservava a linda cabeça de expressão cândida... Quanto ao resto... agora com preendia porque lady Thornton falara verdade quando m e dissera que a órfã era j á um a senhora.

Jenny, que at é est a alt ura t inha t rat ado Thereza com o um a criança, não era a m enos assom brada dos três, e eu ignoro o indefinível sentim ento que sucedeu à m inha surpresa, porque era um m isto de m edo e de sat isfação. Quando entreguei as m uletas a Thereza, Jenny olhou- m e com o se eu fosse algum desses príncipes possuidores do talism ã das Mil e um a noites.

Thereza experim entou as m uletas e im ediatam ente atravessou a sala com passo seguro descendo a escada até ao vest íbulo. As m uletas desapareciam entre as pregas da saia e as aplicações de tule que lhe envolviam os om bros alvos.

Com que satisfação m e lem brei, naquele m om ento de certa bolsinha e de certo guinéu que ainda estavam ocultos na velha m ala que tinha escolhido para ir passar uns dias em Rut land- Hall!

A carruagem esperava- nos. Era j á tarde para m e arrepender daquela acção preparada tão discretam ente, apesar de m e sent ir m uito m ais t ím ido do que tinha previsto, ao ver- m e frente a frente com a actriz, a quem até então tinha atribuído um papel tão passivo.

Não descreverei o que se passou naquela m em orável noite, nem a sensação que produziu a nossa entrada em casa de lady Thornton. Lady Thornton, deixando os hóspedes entregues à sua m ortificação, aproxim ou- se de m im e disse- m e ao ouvido m aliciosam ente:

- Estou ansiosa por ver o desenlace de tudo isto.

Thereza, sem reflectir no caso, entregara- se desde o prim eiro m om ento ao prazer de proporcionar um a surpresa aos seus am igos; m as não tardaram nela os receios de ter ofendido os senhores de Rutland. Mais de um a vez trem eu nos m om entos m ais alegres da festa, pensando na tem pestade que m ais t arde ou m ais cedo se desencadearia sobre a sua cabeça. Meu prim o Jorge e sua m ulher não dissim ulavam o seu desgosto, e quando chegou a hora do regresso a Rutland- Hall, tivem os a sorte de encontrar ainda a carruagem em que tínham os vindo, porque não nos ofereceram lugar nos carros da fam ília.

(15)

esperavam na biblioteca, onde os encontrám os. A senhora de Rut land encarregou- se de Thereza, deixando- m e entregue a seu m arido. Não quero entrar nos detalhes desta história.

- Cavalheiro, disse- m e o m eu am ável prim o ao term inar, sofrem os

dem asiado tem po a tua insolente intervenção, e peço- te que te retires daqui am anhã.

- Prim o Jorge, respondi; não tenho inconveniente em partir j á am anhã, m as com a condição de Thereza Ray m e acom panhar se assim o desej ar.

Olhou- m e surpreendido.

- Sabes, que se trata de um a órfã sem um «penny», que recolhi por caridade?

- Quero fazer dela m inha m ulher, se t iver a felicidade de Thereza aceitar a m inha m ão, afirm ei com solenidade.

- E um a vez casados, disse- m e com ironia: Com o pensam viver? Do ar ou então à custa da fam ília?

- Podes ter a certeza de que não será à tua custa - respondi- lhe, deitando-lhe um olhar que nada t inha de hum ilde. Conheço- te m uito bem , Jorge Rutland.

- Palavras, isso não passa de palavras! Pois bem , não te esqueças de que eu lavo as m inhas m ãos relativam ente ao que possa suceder- te e a Thereza Ray.

- Am en - respondi, e rodando sobre os calcanhares, retirei- m e para o m eu quarto.

No dia seguinte m uito cedo, bat i à porta que dava ingresso aos aposentos das crianças, pedi a Jenny que acordasse m iss Ray para lhe dizer que eu a esperava no j ardim .

Era no dia de Natal, dia de paz e de am or e em bora não possa dizer que a paz reinava no m eu coração quando abracei com o olhar a paisagem branca de neve, devo confessar que nessa altura não sent ia ódio a ninguém .

Thereza não tardou, m as pareceu- m e a m esm a Thereza que vira com o seu vestidinho preto e um tanto envergonhada das suas novas m uletas. Senti um a enorm e alegria ao vê- la assim , porque a linda rapariga que eu

surpreendera na noite anterior causara- m e m edo. Contudo, quanto m ais a olhava m ais m e via obrigado a reconhecer que não era j á a sim ples Thereza a quem eu tratara com o um a criança antes da m etam orfose. Mudara m uito, ou talvez fosse em m im que a m udança se tivesse operado... ou então nos dois... Apesar de tudo, essa m udança nada t inha de desagradável.

Saím os j untos do j ardim e tom ám os por um dos nossos atalhos favoritos, e aí abrim os os nossos corações. Quando voltám os a casa, disse a Thereza; - Em conclusão, Thereza, não receia viver com igo na m iséria? Consente em correr esse perigo?

Thereza respondeu m ovendo a linda cabecinha.

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Thereza. Ainda m e resta algum dinheiro do troco do guinéu e com ele com prarem os t udo o que for necessário.

Thereza foi buscar o chapéu e voltou. Partim os e ao cabo de um a hora estávam os casados. Rezám os j untos na igrej a, um ao lado do outro, e depois voltám os a Rut land- Hall para fazerm os as nossas despedidas. Eu creio que nos tom aram a m im por um doido varrido e a ela por

est ouvada, pelo m enos at é m eu prim o Jorge receber a cart a- ordem que eu lhe enviei no dia seguinte contra um banqueiro de Londres, para que

cobrasse a im portância da despesa feita por m inha m ulher na sua casa. Daí em diante e pelo que m e dizia respeito, com eçaram a m udar de opinião. Percorri o continente com m inha m ulher. A enferm idade dela não era

incurável: o tem po e os cuidados inteligentes tornaram inúteis as m uletas. Ninguém , pois, estranhara que ao voltarm os a I nglaterra os nossos parentes tivessem dificuldade em reconhecer Thereza na senhora Guy Rutland,

casada com um m ilionário. Lady Thornton acolheu- nos com a sua graciosa am abilidade... Mostrei- lhe o m ilagroso guinéu, que ainda tenho m uito bem guardado e a que cham o o dote de Thereza. Será necessário dizer que as preciosas m uletas incrustadas de prata e m adrepérola não tinham sido um presente de sir Harry?

Tam bém as conservo ainda com am or, com o um a relíquia de fam ília.

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