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Álgebra Linear - Exercícios (Espaços Vectoriais)

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Academic year: 2019

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(1)
(2)

1 Espaços Vectoriais 3

1.1 Dependência e Independência Linear . . . 3

1.2 Sistemas de Geradores e Bases . . . 10

1.3 Subespaços Vectoriais . . . 17

(3)

1 Espaços Vectoriais

1.1 Dependência e Independência Linear

Exercício 1 Sejamuevdois vectores linearmente independentes de um espaço vectorial realE. Determine o escalar α∈R para o qual os vectores αu+ 2v e

u−v são linearmente dependentes.

Solução

Os vectores serão linearmente independentes se a única combinação linear nula destes se obtiver com os escalares nulos:

β1(αu+ 2v) +β2(uv) = 0 = =1α+β2)u+ (2β1β2)v= 0

Dado queuev são linearmente independentes da expressão anterior resulta que:

½

β1α+β2= 0 2β1β2= 0

Temos portanto um sistema homogéneo de duas equações a duas incógnitas, β1 e β2, cuja matriz do sistema é dada por A =

· α 1 2 1

¸

. Se o sistema for determinado, a única solução será β1 = β2 = 0, pelo que os vectores da-dos serão linearmente independentes. Pretende-se portanto que o sistema seja indeterminado, isto érA<2.

Construímos a matriz ampliada do sistema e estudamos a respectiva carac-terístca:

[A|B] = ·

α 1 0 2 1 0

¸

L1←→L2

−−−−−−−→ ·

2 −1 0 α 1 0

¸

L2←L2+

³

−α2´L1

−−−−−−−−−−−−−−−→ ·

2 1 0 0 α+2

2 0

¸

Tem-se claramenterA=rA|B, o que significa que o sistema é possível (como

já sabíamos por ser um sistema homogéneo). Seα6=2tem-serA = 2o que

implica um sistema possível e determinado; seα=2, tem-serA= 1<2pelo

(4)

Exercício 2 Sejam u, v e w três vectores linearmente independentes de um espaço vectorial real E. Determine o escalar α R para o qual os vectores αu+ 2v+ 2we u+αvw são linearmente dependentes.

Solução

Os vectores serão linearmente independentes se a única combinação linear nula destes se obtiver com os escalares nulos:

β1(αu+ 2v+ 2w) +β2(u+αv−w) = 0 =⇒ =1α+β2)u+ (2β12α)v+ (2β1β2)w= 0

Dado que u, v e w são linearmente independentes, da expressão anterior resulta que:

  

β1α+β2= 0 2β12α= 0 2β1β2= 0

Temos portanto um sistema homogéneo de três equações a duas incógnitas,

β123, cuja matriz do sistema é dada porA=

  α2 α1

2 1

. Se o sistema

for determinado, a única solução será β1 = β2 = 0, pelo que os vectores da-dos serão linearmente independentes. Pretende-se portanto que o sistema seja indeterminado, isto érA<2.

Construímos a matriz ampliada do sistema e estudamos a respectiva carac-terístca:

[A|B] =

 α2 α1 00 2 −1 0

L−−−−−−−→1←→L3

 22 −α1 00 α 1 0

 L2←L2+ (−1)L1 L3←L3+¡−α

2

¢

L1

−−−−−−−−−−−−−−−−→

 20 α−+ 11 00 0 α+2

2 0

 

Se α = 1 ou α =2 tem-se claramenterA = rA|B = 2, o que significa

(5)

Exercício 3 Sejam u e v dois vectores linearmente independentes de um es-paço vectorial realE. Mostre que os vectores u eu+v são linearmente inde-pendentes.

Solução

Construamos a combinação linear nula destes dois vectores e verifiquemos

que só é satisfeita com os escalares nulos:

β1(u) +β2(u+v) = 0 =⇒ =12)u+β2v= 0

Sabendo queuev são linearmente independentes, teremos:

½

β12= 0 β2= 0

A solução deste sistema é claramenteβ12= 0pelo que se pode concluir que os vectoresueu+v são linearmente independentes.

Exercício 4 Considerem-se 3 vectores de um espaço vectorial: u,vew. Prove queu−v,v−w ew−usão sempre linearmente dependentes.

Solução

Construamos a combinação linear nula destes três vectores e verifiquemos

que não é só satisfeita com os escalares nulos:

β1(uv) +β2(vw) +β3(wu) = 0 = =⇒(β1−β3)u+ (−β12)v+ (−β23)w= 0

Sabendo queu, vewsão linearmente independentes, teremos:

  

β1β3= 0 −β12= 0 −β23= 0

(6)

[A|B] =

11 01 −01 00

0 −1 1 0

L−−−−−−−−−−→2←L2+L1

 10 01 −−11 00

0 −1 1 0

L3−−−−−−−−−−→←L3+L2

 10 01 −11 00

0 0 0 0

 

Dado que rA=rA|B = 2<3, o sistema é possível e indeterminado, tendo

outras soluções que não a soluçãoβ123= 0, pelo que os vectores dados serão linearmente dependentes.

Exercício 5 Sendo x,ye zvectores linearmente independentes de um espaço vectorialE, mostre que os três vectoresx+y,x+z ey+ztambém são linear-mente independentes

Solução

Construamos a combinação linear nula destes três vectores e verifiquemos

que não é só satisfeita com os escalares nulos:

β1(x+y) +β2(x+z) +β3(y+z) = 0 =⇒ =12)x+ (β13)y+ (β23)z= 0 Sabendo quex, yezsão linearmente independentes, teremos:

  

β12= 0 β13= 0 β23= 0

Construímos agora a matriz ampliada do sistema e estudamos a respectiva característca:

[A|B] =

 11 10 01 00

0 1 1 0

L−−−−−−−−−−−−−−→2←L2+ (−1)L1

 10 −11 01 00

0 1 1 0

L−−−−−−−−−−→3←L3+L2

 10 11 01 00

0 0 2 0

(7)

Dado que rA = rA|B = 2 = 3, o sistema é possível e determinado, tendo

apenas a soluçãoβ123= 0, pelo que os vectores dados serão linearmente independentes.

Exercício 6 Sejam v e w dois vectores linearmente independentes de um es-paço vectorialE. Mostre que o sistema de vectores{v, w, v+w}é linearmente dependente.

Solução

Construamos a combinação linear nula destes três vectores e verifiquemos

que não é só satisfeita com os escalares nulos:

β1v+β2w+β3(v+w) = 0 =⇒ =13)v+ (β23)w= 0

Sabendo quev ew são linearmente independentes, teremos:

½

β13= 0 β23= 0

Construímos agora a matriz ampliada do sistema e estudamos a respectiva característca:

[A|B] = ·

1 0 1 0

0 1 1 0

¸

Dado que rA = rA|B = 2 < 3, o sistema é possível e indeterminado com

grau de indeterminação d = nrA = 3−2 = 1. Existem portanto outras

soluções para o sistema que não a soluçãoβ123= 0. Logo, os vectores

{v, w, v+w}são linearmente dependentes.

Exercício 7 Identifique as condições sobre a e b de modo a que os vectores, (a,2, b),(a+ 1,2,1) e(3, b,1) sejam linearmente independentes.

Solução

Os vectores serão linearmente independentes se a única combinação linear nula destes se obtiver com os escalares nulos:

β1(a,2, b) +β2(a+ 1,2,1) +β3(3, b,1) = 0 =

(8)

Da expressão anterior resulta que:

  

1+ (a+ 1)β2+ 3β3= 0 2β1+ 2β2+bβ3= 0

123= 0

Temos portanto um sistema homogéneo de três equações a três incógnitas,

β1, β2 e β3, cuja matriz do sistema é dada por A =

 a a2 + 1 32 b

b 1 1

 . Se

o sistema for determinado (possível é sempre, por ser homogéneo), a única solução seráβ123 = 0, pelo que os vectores dados serão linearmente independentes. Pretende-se portanto que o sistema seja determinado, isto é

rA= 3. Tal depende no entanto dos valores dos parâmetrosaeb.

Construímos a matriz ampliada do sistema e estudamos a respectiva carac-terístca:

[A|B] =

 a2 a+ 12 3b 00

b 1 1 0

L−−−−−−−→1←→L2

 2a a+ 12 b3 00

b 1 1 0

 L1←→

1 2L1 −−−−−−−−→

 1 1

b

2 0

a a+ 1 3 0

b 1 1 0

 L2←L2+ (−a)L1 L3←L3+ (−b)L1

−−−−−−−−−−−−−−−→

 

1 1 b

2 0

0 1 6−ab

2 0

0 1b 2−b2

2 0

L−−−−−−−−−−−−−−−→3←L3+ (b−1)L2

 

1 1 b

2 0

0 1 6−ab

2 0

0 0 2−2b2 + (b−1)6−2ab 0

 

Para que, como se pretende, rA = rA|B = 3, é necessário que 2−b

2

2 +

(b−1)6−2ab 6= 0. Vejamos então qual a relação entreaebde modo a que esta

condição seja satisfeita. Note-se que 2−b2

2 + (b−1)6−

ab

2 = 0é uma equação na

variávela. É simples verificar quea= −4−b2

+6b

(b−1)b . Assim, concluímos que:

• b= 0∨b= 1

Não existe solução para a, logo rA = rA|B = 3, o sistema é possível e

(9)

• b6= 0b6= 1

→ Sea= −4−b2+6

b

(b−1)b , teremosrA=rA|B<3, o sistema é possível e

inde-terminado e, por consequência os três vectores dados são linearmente dependentes.

→ Sea6= −4−b2

+6b

(b−1)b , teremosrA=rA|B = 3, o sistema é possível e

de-terminado e, por consequência os três vectores dados são linearmente independentes.

Exercício 8 Verifique se os seguintes vectores de R4 são linearmente indepen-dentes?

x1= (1,0,1,2) ;x2= (0,1,1,2) ;x3= (1,1,1,3)

Solução

Os vectores serão linearmente independentes se a única combinação linear nula destes se obtiver com os escalares nulos:

βx1+βx2+βx3= 0 =⇒

=β1(1,0,1,2) +β2(0,1,1,2) +β3(1,1,1,3) = 0 = =1323123,2β1+ 2β2+ 3β3) = 0

Da expressão anterior resulta que:

      

β13= 0 β23= 0 β123= 0 2β1+ 2β2+ 3β3= 0

Temos portanto um sistema homogéneo de quatro equações a quatro

incóg-nitas, β1, β2, β34, cuja matriz do sistema é dada por A =

 1 0 10 1 1 1 1 1

 .

Se o sistema for determinado (possível é sempre, por ser homogéneo), a única solução seráβ123 = 0, pelo que os vectores dados serão linearmente independentes. Pretende-se portanto que o sistema seja determinado, isto é

rA= 3. Tal depende no entanto dos valores dos parâmetrosaeb.

(10)

[A|B] =

 a2 a+ 12 3b 00

b 1 1 0

L−−−−−−−→1←→L2

 2a a+ 12 b3 00

b 1 1 0

 L1←→

1 2L1 −−−−−−−−→

 1 1

b

2 0

a a+ 1 3 0

b 1 1 0

 L2←L2+ (−a)L1 L3←L3+ (−b)L1

−−−−−−−−−−−−−−−→

 

1 1 b

2 0

0 1 6−ab

2 0

0 1b 2−b2

2 0

L−−−−−−−−−−−−−−−→3←L3+ (b−1)L2

 1 1

b

2 0

0 1 6−ab

2 0

0 0 2−b2

2 + (b−1)6−2ab 0

 

Para que, como se pretende, rA = rA|B = 3, é necessário que 2−b

2

2 +

(b−1)6−2ab 6= 0. Vejamos então qual a relação entreaebde modo a que esta

condição seja satisfeita. Note-se que 2−b2

2 + (b−1)6−

ab

2 = 0é uma equação na

variávela. É simples verificar quea= −4−b2

+6b

(b−1)b . Assim, concluímos que:

1.2 Sistemas de Geradores e Bases

Exercício 9 Considere os vectores:

u1= (1,1, a) ;u2= (0,1,1) ;u3= (1,0, b) com ui∈R3, i= 1,2,3.

Que condições devem verificaraebpara{u1, u2, u3}constituírem uma base deR3.

Solução

Sabemos quedim¡R3¢= 3. Como o conjunto{u1, u2, u3}é constituído por

três vectores deR3 sabemos que {u1, u2, u3}serão geradores de R3 se

consti-tuirem uma base de R3. Mas {u1, u2, u3} só constituirá uma base de R3 se

os seus vectores forem linearmente independentes. Os vectores de{u1, u2, u3}

(11)

β1u1+β2u2+β3u3= 0 =⇒

=⇒β1(1,1, a) +β2(0,1,1) +β3(1,0, b) = 0⇒ ⇒(β13121a+β23b) = 0

Da expressão anterior resulta que:

  

β13= 0 β12= 0

12+bβ3= 0

Temos portanto um sistema homogéneo de três equações a três incógnitas,

β123, cuja matriz do sistema é dada porA=

 11 0 11 0

a 1 b

. Se o sistema

for determinado (possível é sempre, por ser homogéneo), a única solução será β123= 0, pelo que os vectores dados serão linearmente independentes e portanto uma base de R3, como pretendemos. Tal depende no entanto do

valor dos parâmetrosaeb.

Construamos a matriz ampliada do sistema e estudamos a respectiva carac-terístca:

[A|B] =

 11 01 10 00

a 1 b 0

 L2←L2+ (−1)L1

L3←L3+ (−a)L1

−−−−−−−−−−−−−−−→

 10 01 −11 00 0 1 b−a 0

L3←L3+ (−1)L2

−−−−−−−−−−−−−−→

 10 01 11 00 0 0 ba+ 1 0

 

Para que, como se pretende,rA=rA|B = 3, é necessário queb−a+ 16= 0, o

que implicab6=a1. Nestas circunstâncias, o sistema é possível e determinado e os vectores dados são linearmente dependentes, constituindo uma base deR3.

Exercício 10 Sejamv1= (7,4,−7)ev2= (8,7,8)dois vectores deR3.

Deter-mine o valor detde modo a que o vector v = (2, t,8) pertença ao subespaço deR3 gerado por v1 e v2.

(12)

O subespaço gerado pelos vectoresv1ev2são os vectores da forma: α1v1+

α2v2. Assim, o vectorvpertencerá ao subespaço gerado porv1ev2se existirem

escalaresα1 eα2 tais queα1v1+α2v2=v.

α1v1+α2v2 = v⇐⇒

⇐⇒ α1(7,4,−7) +α2(8,7,8) = (−2, t,8)⇐⇒

⇐⇒

  

7α1+ 8α2=−2

4α1+ 7α2=t

−7α1+ 8α2= 8

Vejamos quais as condições para que o sistema seja possível. Para isso, estudamos o sistema através da sua matriz ampliada:

 74 87 −t 2

−7 8 8

 L2←L2+

¡ −4

7

¢

L1 L3←L3+L1

−−−−−−−−−−−−−−−−→

 70 817 −2

7 8+7

t

7

0 16 6

L2← 177L2

−−−−−−−−→

 70 81 −136 + 1192 t

0 16 6

L−−−−−−−−−−−−−−→3←L3+ (−16)L2

 70 81 −136 + 1192 t

0 0 21701904t

 

O sistema será possível se 21701904t = 0. Logo, v poderá ser escrito como combinação linear dev1 ev2 set=−155136.

Exercício 11 Verifique se o conjunto de vectores {(6,3,9),(5,2,8),(4,1,7)}

constitui uma base deR3.

Solução

Exercício 12 Sejav= (1,2)R2.

a) Dê um exemplo de um vector, diferente deve do vector nulo, que pertença ao subespaço gerado porv.

(13)

Solução

a) O subespaço gerado porv é dado por:

©

wR2:w=α·v,∀αR2

ª

O subespaço gerado por v são protanto todos os ”múltiplos” do vector

v. Escolhendo α = 1, obtém-sew = (1)v = (1) (1,2) = (1,2). conclui-se portanto que(1,2)pertence ao subespaço gerado porv.

b) Em contraponto com a) serão todos os vectores que não sejam múltiplos de v, por exemplo (1,1). Podemos confirmar este resultado, mostrando

que a equação(1,1) =α(1,2) é impossível:

α(1,2) = (1,1)⇐⇒ ⇐⇒(α,2α) = (1,1)

Esta expressão é equivalente, matricialmente, ao seguinte sistema de equações:

· 1 2

¸ £

α ¤= ·

1 1

¸

O sistema é obviamente impossível. Estudemos a sua matriz ampliada:

[A|B] = ·

1 1 2 1

¸

L2←L2+ (−2)L1

−−−−−−−−−−−−−−→ ·

1 1

0 1 ¸

Dado que rA 6= rA|B o sistema é impossível, pelo que não existe nenhum

escalar α R que satisfaça (1,1) = α(1,2). Logo, (1,1) não pertence ao subespaço gerado por(1,2).

Exercício 13 Considere o espaço vectorial R3 e o conjunto de vectores M =

{(4,5,6),(r,5,1),(4,3,2)}. Determinerde modo a que o conjunto gerado pelos vectores deMnão seja R3.

Solução

Sabemos que dim¡R3¢ = 3. Como o conjunto M é constituído por três

(14)

linearmente independentes. Os vectores deM serão linearmente independentes se a única combinação linear nula destes se obtiver com os escalares nulos:

β1(4,5,6) +β2(r,5,1) +β3(4,3,2) = 0 =⇒

=(4β1+rβ2+ 4β3,5β1+ 5β2+ 3β3,6β12+ 2β3) = 0

Da expressão anterior resulta que:

  

1+rβ2+ 4β3= 0 5β1+ 5β2+ 3β3= 0

12+ 2β3= 0

Temos portanto um sistema homogéneo de três equações a três incógnitas,

β123, cuja matriz do sistema é dada porA=

 45 5 3r 4 6 1 2

. Se o sistema

for determinado (possível é sempre, por ser homogéneo), a única solução será β123= 0, pelo que os vectores dados serão linearmente independentes e portanto uma base deR3, o que contraria o que nós pretendemos. Pretende-se portanto que o sistema Pretende-seja indeterminado, isto é rA <3. Tal depende no

entanto do valor do parâmetror.

Construamos a matriz ampliada do sistema e estudamos a respectiva carac-terístca:

[A|B] =

 45 r5 43 00

6 1 2 0

 L1←

1 4L1 −−−−−−−→

 1

r

4 1 0

5 5 3 0

6 1 2 0

 L2←L2+ (−5)L1

L3←L3+ (−6)L1

−−−−−−−−−−−−−−−→

 1

r

4 1 0

0 204−r −2 0 0 244−r −4 0

L2← 204 −rL2

−−−−−−−−−−−→

Para prosseguir a condensação temos de assumir quer6= 20. Adiante estu-daremos o caso em quer= 20.

 

1 r

4 1 0

0 1 8

20−r 0

0 24−r

4 −4 0

L3←L3+

µ

−244−r ¶

L2

−−−−−−−−−−−−−−−−−−−→

 

1 r

4 1 0

0 1 8

20−r 0

0 0 2r−32

20−r 0

(15)

Para que, como se pretende, rA =rA|B <3, é necessário que 220r−32r = 0, o

que implicar= 16. Nestas circunstâncias, o sistema é possível e indeterminado e os vectores dados são linearmente dependentes.

regressemos agora ao caso em quer= 20. Substituindo r na matriz após as três primeiras operações elementares obtém-se:

 1

20

4 1 0

0 20−20

4 −2 0

0 24−20

4 −4 0

=

 10 50 12 00 0 1 4 0

 

Prosseguindo a condensação, obter-se-á:

 10 50 12 00 0 1 4 0

L−−−−−−−→2←→L3

 10 51 14 00 0 0 −2 0

 

Tem-se, claramente, rA = rA|B = 3 pelo que o sistema é possível e

deter-minado. consequentemente, os vectores dados serão lineramente independentes. O valor do parâmetrorque nos interessa é portantor= 16.

Exercício 14 O conjunto,P2(R), dos polinómios de grau inferior ou igual a 2 constitui um espaço vectorial real.

a) Determine um polinómiob(x)de modo a que o conjunto©1,1 +x2, b(x)ª constitua uma base de P2(R).

b) Determine as coordenadas de2x27xnessa base.

Solução

a) O polinómiob(x)deverá ser tal que o sistema de vectores©1,1 +x2, b(x)ª

seja linearmente independente. Construamos a combinação linear nula destes três vectores e verifiquemos para que polinómiosb(x) =ax2+bx+c

a equação é satisfeita apenas com os escalares nulos:

β1·1 +β2·¡1 +x2¢+β

3·b(x) = 0 =⇒

(16)

Sabendo que um polinómio é nulo se os coeficientes dos termos de todos

os graus forem nulos, teremos:

  

β12+cβ3= 0

3= 0 β2+aβ3= 0

Temos portanto um sistema homogéneo de três equações a três incógnitas,

β1, β23, cuja matriz do sistema é dada por A =

 1 10 0 cb

0 1 a

 . Se o

sistema for determinado (possível é sempre, por ser homogéneo), a única solução será β123 = 0, pelo que os vectores dados serão linear-mente independentes e portanto uma base de P2(R), como se pretende.

Tal depende no entanto do valor dos parâmetrosa,bec.

Construamos a matriz ampliada do sistema e estudamos a respectiva car-acterístca:

[A|B] =

 10 10 cb 00

0 1 a 0

L−−−−−−−→2←→L3

 10 11 ca 00

0 0 b 0

 

Para que, como se pretende,rA=rA|B= 3, é necessário queb6= 0. Nestas

circunstâncias, o sistema é possível e indeterminado, os vectores dados são linearmente dependentes e portanto constituirão uma base deP2(R). Escolhemos a alternativa mais simples e escolhamos a= c= 0 eb = 1. Neste casob(x) =x. O conjunto de vectores©1,1 +x2, xªserá portanto

uma base deP2(R).

b) Pretende-se determinar os escalaresβ123 tais que:

β1·1 +β2·¡1 +x2¢+β

3·x= 2x2−7x⇔

⇔β2·x2+β3·x+ (β12) = 2x2−7x

Sabendo que dois polinómios são iguais se os coeficientes dos termos do

(17)

  

β2= 2 β3=−7 β12= 0

Facilmente se verifica que a solução será dada por β1 = −2, β2 = 2 e β3=−7. Assim, as coordenadas de 2x27xna base©1,1 +x2, xªserão

£

−2 2 7 ¤T.

Exercício 15 Mostre que o conjunto M = {(1,2,3),(2,3,4),(3,4,5)} não é uma base deR3.

Solução

Temos duas alternativas para mostrar este facto: 1a alternativa:

Notemos que dim¡R3¢ = 3. Se os vectores dados não forem linearmente independentes, então não podem constitur uma base deR3 uma vez que esta deverá ter 3 elementos.

2a alternativa:

Podemos verificar se os vectores deM geram qualquer vectorxR3. Se tal não for verdade, então os vectores não podem constituir uma base deR3.

Exercício 16 Verifique se os seguintes vectores são geradores do espaço vecto-rialR3.

a) x1= (1,1,1) ;x2= (1,−1,−1) ;x3= (3,1,1)

b) x1= (1,1,1) ;x2= (1,−1,−1) ;x3= (3,1,2)

Solução

1.3 Subespaços Vectoriais

Exercício 17 Quais dos seguintes subconjuntos deR2 são subespaços deR2? i) W1=

©

(x, y)R2:x= 2yª

ii) W2=

©

(x, y)R2:x= 2y,2x=yª

iii) W3=©(x, y)∈R2:x= 2y+ 1ª iv) W4=

©

(18)

Solução

i) Vejamos se0W1. Sex= 0ey= 0, teremosx= 2ypelo que(0,0)∈W1.

Com efeito,0 =x·0. Consideremos agora dois vectores(x, y),(x0, y0)W

1

e dois escalares α,β R. Pretende-se verificar queα(x, y) +β(x0, y0)

W1. Faça-se (a, b) = α(x, y) +β(x0, y0). Queremos mostrar que (a, b)

satisfaza= 2b:

(a, b) = α(x, y) +β(x0, y0) (Porque (x, y),(x0, y0) ∈ W1)

= (2αy+ 2βy0,αy+βy0) = (2 (αy+βy0),αy+βy0)

Concluímos assim que(a, b)satisfaza= 2b, logo,F2é um espaço vectorial.

ii) O sistema x= 2y2x=y tem como solução única o vector nulo,(0,0). Assim, comoW2={(0,0)}conclui-se queW2é um subespaço.

iii) Vejamos se 0 W3. É fácil verificar que não: um vector de W3 tem a

forma(2y+ 1, y), yR. Este vector poderá ser escrito como:

(2y+ 1, y) =y(2,1) + (1,0), yR

Vejmos agora se existe algum escalarαtal que(2α+ 1,α) = 0:

(2α+ 1,α) = 0⇐⇒ ⇔α(2,1) + (1,0) = (0,0)⇐⇒

⇐⇒α(2,1) = (1,0)⇐⇒ ½

2α= 1 α= 0

Este sistema é impossível pelo que0/ W3. Portanto, W3 não constitui

um subespaço vectorial.

iv) O conjunto W4 é constituído pelos vectores da forma (x,0), x ∈ R e (0, y), y R. É obvio que os vectores (1,0) e(0,1) pertencem ao sube-spaço vectorialW4, mas a sua soma,(1,0) + (0,1) = (1,1), não. Dado que W4 não é fechado para a soma, então não pode ser espaço vectorial.

(19)

i) F1=nf ∈F :f(x)·f0(x) = 1,∀x∈R

o

ii) F2=

n

f F :f(x) =x·f0(x),x∈R

o

Solução

i) Vejamos se0F1. Obviamente que não: sef(x) = 0teremosf 0

(x) = 0, pelo quef(x)·f0(x) = 06= 1. Logo,0/F1, portantoF1não é subespaço.

ii) Vejamos se 0 F2. Sef(x) = 0 teremos f 0

(x) = 0, pelo que f(x) =

x·f0(x) é satisfeita. Com efeito, 0 = x·0. Consideremos agora duas funções f(x), g(x)F2 e dois escalaresα,β ∈R. Pretende-se verificar

que αf(x) +βg(x) F2. Faça-se p(x) = αf(x) +βg(x). Queremos

mostrar quep(x)se pode escrever na formax·p0(x):

p(x) = αf(x) +βg(x)

(Porquef(x), g(x)F2)

= αx·f0(x) +βx·g0(x)

= x³αf0(x) +βg0(x)´

= x·p0(x)

Concluímos assim queF2 é um espaço vectorial.

Exercício 19 Considere o espaço vectorial S, sobre R, das sucessões reais. Determine, entre os seguintes subconjuntos, aqueles que são subespaços deS:

i) O conjunto das progressões aritméticas,P.

ii) O conjunto das sucessões com um número infinito de termos nulos, Q.

Solução

i) As progressões aritméticas reais são sucessões reais do tipoun=n·r, r∈R.

Está claro que ser= 0, teremosun = 0, pelo que 0∈P. Consideremos

agora duas progressõesun, vn∈P e dois escalaresα,β∈R. Pretende-se

verificar queαun+βvn∈P. Faça-sewn =αun+βvn. Queremos mostrar

quewné uma progressão aritmética. Basta para o efeito determinar o seu

(20)

wn = αun+βvn

(Porqueun, vn∈P)

= αnr1+βnr2

= n(αr1+βr2)

Concluímos assim, quewné uma progressão aritmética de termo(αr1+βr2).

Exercício 20 SejaE o espaço vectorial real das funções reais de variável real contínuas e diferenciáveis em R, munido das operações habituais de adição de funções e da multiplicação de uma função por um escalar. Seja F o conjunto das funções:

f(x) =

  

αx+β, x <0

ax2+bx+c, 0x1

γx+δ, x >1

(1)

Que condições devem verificar as constantes eα,β,γ,δ,a,becpara queF seja um subespaço deE?

Solução

• f tem de ser contínua

Apenas nos precisamos de preocupar com os pontos de abcissa x= 0 e

x= 1:

— x= 0

α·0 +β=a·02+b·0 +c⇐⇒β=c

— x= 1

a·12+b·1 +c=γ·1 +δ⇐⇒a+b+c=γ+δ

• f tem de ser diferenciável

Apenas nos precisamos de preocupar com os pontos de abcissa x= 0 e

x= 1:

— df dx

¯ ¯ ¯

x=0− =

df dx

¯ ¯ ¯

x=0+⇐⇒α= 2·a·x+b|x=0+ ⇐⇒

⇔α=b

— df dx

¯ ¯ ¯

x=1− =

df dx

¯ ¯ ¯

x=1+⇐⇒ 2·a·x+b|x=1− =γ⇐⇒

(21)

As quatro condições anteriores podem ser colocadas em forma de sistema de 4 equações a 7 incógnitas, a saber:

   

0 1 0 0 0 0 −1

0 0 1 1 −1 −1 −1 1 0 0 0 0 −1 0 0 0 1 0 2 1 0

              α β γ δ a b c           =     0 0 0 0    

Resolvendo o sistema por condensação obtém-se:

   

0 1 0 0 0 0 1 0

0 0 1 1 1 1 1 0

1 0 0 0 0 1 0 0

0 0 1 0 2 1 0 0

  

L1−−−−−−−→←→L3

   

1 0 0 0 0 1 0 0

0 0 1 1 1 1 1 0

0 1 0 0 0 0 1 0

0 0 1 0 2 1 0 0

  

L−−−−−−−→2←→L3

   

1 0 0 0 0 1 0 0

0 1 0 0 0 0 −1 0

0 0 1 1 −1 −1 −1 0

0 0 1 0 −2 −1 0 0

  

L−−−−−−−−−−−−−−→4←L4+ (−1)L3

   

1 0 0 0 0 −1 0 0

0 1 0 0 0 0 −1 0

0 0 1 1 −1 −1 −1 0 0 0 0 1 1 1 1 0

  

L3−−−−−−−−−−→←L3+L4

   

1 0 0 0 0 1 0 0

0 1 0 0 0 0 1 0

0 0 1 0 2 2 0 0

0 0 0 1 1 1 1 0

   

Temos rA = rA|B = 4 <7 pelo que o sistema é possível e indeterminado

com grau de indeterminaçãon−rA= 7−4 = 3.

A solução geral do sistema será dada por:

      

α=b

β=c

γ= 2a+ 2b

δ=ab+c

(22)

Matricialmente, teremos:           α β γ δ a b c           =           b c

2a+ 2b

−a−b+c a b c           =a           0 0 2 −1 1 0 0           +b           1 0 2 −1 0 1 0           +c           0 1 0 1 0 0 1          

Relativamente às condições para o critério de suespaço:

• Está claro que 0F. Basta fazera=b=c= 0, para queα=β=γ = δ= 0 e portanto se tenha a funçãof(x) = 0.

• Consideremos agora duas funções f(x), g(x)F e dois escalaresα,β R. Pretende-se verificar queαf(x) +βg(x)F. Faça-sep(x) =αf(x) + βg(x). Queremos mostrar quep(x)se pode escrever na forma da equação (1):

p(x) = f(x) +g(x) =

=

  

bx+c, x <0

ax2+bx+c, 0x1

(2a+ 2b)x+ (ab+c), x >1

+

  

b0x+c0, x <0

a0x2+b0x+c0, 0x (2a0+ 2b0)x+ (a0b0+c0), x >1

=

  

(b+b0)x+ (c+c0), x <0

(a+a0)x2+ (b+b0)x+ (c+c0), 0x1 (2 (a+a0) + 2 (b+b0))x+ ((a+a0)(b+b0) + (c+c0)), x >1

Fazendoa00= (a+a0),b00= (b+b0)ec00= (c+c0),p(x)escrever-se-á na forma:

p(x) =

  

b00x+c00, x <0

a00x2+b00x+c00, 0x1 (2a00+ 2b00)x+ (a00b00+c00), x >1

Adicionalmente, fazendo,       

α00=b00 β=c00

γ00= 2a00+ 2b00 δ00=a00b00+c00

(23)

p(x) =

  

α00x+β00, x <0

a00x2+b00x+c00, 0x1 γ00x+δ00, x >1

... o que mostra quep(x)F.

Exercício 21 Seja M2(R) o espaço vectorial real das matrizes quadradas de ordem 2 da forma

·

a b c d

¸

. Verifique se os subconjuntos a seguir indicados são subespaços de M2(R). No caso afirmativo apresente um conjunto de geradores linearmente independentes.

i) Conjunto das matrizes quadradas de ordem 2 que verificama=b. ii) Conjunto das matrizes quadradas de ordem 2 que verificamb=c+ 1.

Solução

i) SejaMo conjunto dado, cujas matrizes têm a forma genérica ·

a a c d

¸

,a,c,d∈R.

Sea=c=d= 0teremos a matriz nula de ordem,02. Logo, 0∈M.

Se-jam agoraA= ·

a a c d

¸

, A0= ·

a0 a0

c0 d0 ¸

∈Me dois escalaresα,βR. Pretende-se verificar queαA+βA0M. Faça-seA00=αA+βA0.

A00 = αA+βA0

= α · a a c d ¸ +β ·

a0 a0

c0 d0 ¸

= ·

αa+βa0 αa+βa0 αc+βc0 αd+βd0

¸

Note-se que, na matrizA00 se tema00

11=a

00

12, o que implica queA00∈M.

Concluímos assim queMé um subespaço vectorial. Note-se que: · a a c d ¸ =a · 1 1 0 0 ¸ +c · 0 0 1 0 ¸ +d · 0 0 0 1 ¸ Assim, ½· 1 1 0 0 ¸ , · 0 0 1 0 ¸ , · 0 0 0 1 ¸¾

(24)

ii) SejaMo conjunto dado, cujas matrizes têm a forma genérica ·

a c+ 1

c d

¸

,a,c,d∈R.

Note-se que0/M. Efectivamente, o sistemac= 0c+1 = 0é impossível. Conclui-se assim queMnão é subespaço vectorial deM2(R).

Exercício 22 Seja Mn(R) o espaço vectorial real das matrizes quadradas de

ordem n. Verifique se os subconjuntos a seguir indicados são subespaços de

Mn(R). No caso afirmativo apresente uma base e indique a dimensão.

i) Conjunto das matrizes diagonais. ii) Conjunto das matrizes escalares.

Solução

i) SejaMo conjunto dado, cujas matrizes têm a forma genéricadiag{d1, d2,· · ·, dn},∀di∈R.

Se di = 0 teremos a matriz nula de ordem, 0n. Logo, 0 ∈ M. Sejam

agora D =diag{d1, d2,· · ·, dn}, D0 = diag{d01, d02,· · ·, d0n} ∈ M e dois

escalares α,β ∈ R. Pretende-se verificar que αD+βD0 M. Faça-se

D00=αD+βD0.

D00 = αD+βD0

= α·diag{d1, d2,· · ·, dn}+β·diag{d01, d02,· · ·, d0n}

= diag{αd1+βd01,αd2+βd02,· · ·,αdn+βd0n}

A matrizD00 é obviamente diagonal, o que implica queD00 M. Con-cluímos assim queMé um subespaço vectorial.

Note-se que:

diag{d1, d2,· · ·, dn} =

= d1·diag{1,0,· · ·,0}+· · ·+dn·diag{0,0,· · ·,1}

Assim,{diag{1,0,· · ·,0},· · ·, diag{0,0,· · ·,1}}é uma base deM. Como é constituída pornvectores,Mtem dimensãon.

ii) SejaMo conjunto dado, cujas matrizes têm a forma genéricadiag{d, d,· · ·, d},d∈R.

Se d = 0 teremos a matriz nula de ordem, 0n. Logo, 0 ∈ M. Sejam

agora D = diag{d, d,· · ·, d}, D0 = diag{d0, d0,· · ·, d0} M e dois es-calares α,β ∈ R. Pretende-se verificar que αD+βD0 M. Faça-se

(25)

D00 = αD+βD0

= α·diag{d, d,· · ·, d}+β·diag{d0, d0,· · ·, d0}

= diag{αd+βd0,αd+βd0,· · ·,αdn+βd0}

A matrizD00 é obviamente diagonal, o que implica queD00 M. Con-cluímos assim queMé um subespaço vectorial.

Note-se que:

diag{d, d,· · ·, d} =

= d·diag{1,1,· · ·,1}

Assim, a matriz identidade de ordemn é uma base deM. Como é con-stituída por1vector,Mtem dimensão1.

Exercício 23 SejaC o espaço vectorial real das funções reais de variável real, com derivada contínua no intervalo [−a, a], a > 0. Verifique se os seguintes conjuntos são subespaços vectoriais deC.

i) V1=

©

f C:f(x) =f(x),x∈[−a,a]

ª

ii) V2=©f ∈C:f(−x) =−f(x),∀x∈[−a,a]

ª

Solução

i) Vejamos se 0 V1. Se f(x) = 0teremos f(−x) = 0, pelo que f(x) = f(x)é satisfeita, logo0V1. Consideremos agora duas funçõesf(x), g(x)∈ V1e dois escalaresα,β∈R. Pretende-se verificar queαf(x)+βg(x)∈F2.

Faça-sep(x) =αf(x) +βg(x). Queremos mostrar quep(x) =p(x):

p(x) = αf(x) +βg(x)

(Porquef(x), g(x)F2) = αf(x) +βg(x) = p(x)

(26)

ii) Vejamos se 0V2. Sef(x) = 0 teremos−f(x) = 0, pelo quef(x) = 0.

Logof(x) = 0é satisfeita, pelo que 0V2. Consideremos agora duas

funções f(x), g(x) V2 e dois escalares α,β ∈R. Pretende-se verificar

que αf(x) +βg(x) V2. Faça-se p(x) = αf(x) +βg(x). Queremos

mostrar quep(x) =p(x):

p(x) = αf(x) +βg(x)

(Porquef(x), g(x)∈V2) = α[f(x)] +β[g(x)] = −αf(−x)−βg(−x) = (αf(x) +βg(x)) = p(x)

Logo,p(x) =−p(−x), pelo quep(−x) =−p(x). Concluímos assim que V2é um espaço vectorial.

Exercício 24 Seja(a1, a2,· · ·, an)um vectorfixo do espaço vectorialRn.

Ver-ifique se o conjunto,

F = (

(x1, x2,· · ·, xn)∈Rn: n

X

i=1

aixi= 0

)

é um subespaço deRn.

Solução

Vejamos se 0 F. Como o vector (x1, x2,· · ·, xn) = (0,0,· · ·,0) satisfaz

obviamente a equação Pn

i=1

aixi = 0, concluímos que0∈F. Consideremos agora

dois vectores x, y F e dois escalares α,β R. Pretende-se verificar que

αx+βyF. Faça-sev=αx+βy. Queremos mostrar quev= (v1, v2,· · ·, vn)

satisfaz a equação Pn

i=1

aivi= 0:

v = αx+βy⇐⇒

⇐⇒ (v1, v2,· · · , vn) =α(x1, x2,· · ·, xn) +β(y1, y2,· · ·, yn)⇐⇒

⇐⇒ (v1, v2,· · · , vn) = (αx1,αx2,· · ·,αxn) + (βy1,βy2,· · · ,βyn)

Concluímos quevi=αxi+βyi, i= 1,· · · , n. Vejamos então se o vector,

(27)

satisfaz a equação Pn

i=1

aivi= 0:

n

X

i=1

aivi = n

X

i=1

ai(αxi+βyi)

=

n

αX

i=1 aixi+

n

βX

i=1 aiyi

(Porquex, yF) = α·0 +β·0 = 0

Concluímos assim queF é um espaço vectorial.

Exercício 25 SejaE um espaço vectorial real. Sabendo queE1 eE2 são

sube-spaços deE, verifique se o conjuntoF ={xE:x=x1−3x2, x1∈E1, x2∈E2}

é um subespaço deE.

Solução

Vejamos se0F. Como0E1e0∈E2então0−3·0∈F. Mas0−3·0 = 0,

pelo que0−3·0∈F. Consideremos agora dois vectoresx, y∈F e dois escalares α,β∈R. Pretende-se verificar queαx+βy∈F. Faça-sez=αx+βy. Queremos mostrar quez se pode escrever na formax=z1−3z2, z1∈E1, z2∈E2:

z = αx+βy

(Porquex, yF,x1,y1∈E1,x2,y2∈E2 tais que)

= α(x1−3x2) +β(y1−3y2) = αx1+βy1−3 (αx2+βy2)

µ

MasE1 eE2 são subespaços vectoriais,

logoαx1+βy1∈E1 eαx2+βy2∈E2.

= z1−3z2

... ondez1=αx1+βy1∈E1 ez2=αx2+βy2∈E2.Concluímos assim que F é um espaço vectorial.

Exercício 26 Quais dos seguintes subconjuntos deR3 são subespaços deR3? i) W1=

©

(x, y, z)R3:x+y= 11ª

ii) W2=©(x, y, z)∈R3:x2=z2ª

(28)

Solução

i) Vejamos se 0 W1. Obviamente que não uma vez que 0 + 0 6= 11.

Concluímos assim queW1 não é um espaço vectorial.

ii) Vejamos se 0∈ W2. Dado que, se (x, y, z) = (0,0,0), então x2z2 =

0202= 0, pelo que a condiçãox2=z2 é vericada e portanto 0W2.

Consideremos agora dois vectoresu= (u1, u2, u3), v= (v1, v2, v3)∈W2 e

dois escalaresα,βR. Pretende-se verificar queαu+βvW2. Faça-se w=αu+βv. Queremos mostrar que w2

1 =w23:

w = αu+βv

= α(u1, u2, u3) +β(v1, v2, v3)

= (αu1+βv1,αu2+βv2,αu3+βv3)

w21−w23 = (αu1+βv1)2−(αu3+βv3)2

= α2u21+ 2αβu1v1+β2v12−α2u23−2αβu3v3−β2v23

= α2¡u21−u23¢+β2¡v21−v32¢+ 2αβ(u1v1−u3v3) (Porqueu, vW2)

= 2αβ(u1v1−u3v3)

Logo, w2

1−w23 6= 0, pelo que w12 6=w32. Concluímos assim queW2 não é

um espaço vectorial.

iii) Vejamos se0W3. Dado que, se(x, y, z) = (0,0,0), entãox+2y+z= 0+

2·00 = 0, pelo que a condiçãox+2y+z= 0é verificada e portanto0W3.

Consideremos agora dois vectoresu= (u1, u2, u3), v= (v1, v2, v3)∈W3 e dois escalaresα,β∈R. Pretende-se verificar queαu+βv∈W3. Faça-se

w=αu+βv. Queremos mostrar que w1+ 2w2+w3= 0:

w = αu+βv

= α(u1, u2, u3) +β(v1, v2, v3)

= (αu1+βv1,αu2+βv2,αu3+βv3)

w1+ 2w2+w3 = αu1+βv1+ 2 (αu2+βv2) + (αu3+βv3)

= α(u1+ 2u2+u3) +β(v1+ 2v2+v3) (Porqueu, vW2)

(29)

Logo,w1+2w2+w3= 0, pelo que concluímos ueW3é um espaço vectorial.

1.4 Miscelânea

Exercício 27 Considere o espaço vectorial Pn sobre R dos polinómios em x

de grau não superior a n. Considere o conjunto Pn0, subconjunto de Pn, dos

polinómiosp(x)que verificam a seguinte condição: p(x) +p(x) = 0. a) Mostre quePn0 é um subespaço dePn.

b) Determine uma base e a dimensão dePn0.

Solução

a) De um modo geral, para mostrar queSé subespaço de um espaço vectorial

V temos de mostrar que:

i) 0∈S.

ii) αu+βvS,∀α,β∈K,∀u,v∈S

Se p(x) = 0 ter-se-á p(x) = 0 pelo que p(x) +p(x) = 0. Logo,

p(x) = 0Pn0.

Consideremos agora dois polinómios p(x), q(x) ∈ Pn0 e dois escalares

α,β ∈ R. Pretende-se verificar que αp(x) +βq(x) ∈ Pn0. Como, por

hipótese p(x) = p(x) e q(x) = q(x), ter-se-á αp(x) = αp(x) e βq(x) =βq(x). Consequentemente,αp(x)+βq(x) =αp(x)+βq(x), o que mostra queαp(x) +βq(x)Pn0.

b) Estudemos os casos em quené par ou ímpar:

npar Neste caso, os polinómiosp(x)Pn0 terão a forma:

p(x) = 0 +α1·x+ 0x2+α3x3+· · ·+αn−1xn−1+ 0xn

Uma base possível será©x, x3, x5,· · ·, xn−1ªe a dimensão deP0

nserá n

2.

nímpar Neste caso, os polinómiosp(x)∈Pn0 terão a forma:

p(x) = 0 +α1·x+ 0x2+α3x3+· · ·+ 0xn−1+αnxn

Uma base possível será©x, x3, x5,· · ·, xe a dimensão deP0

n será n+1

(30)

Exercício 28 SejaPn o espaço vectorial sobreRdos polinómios emx de grau

não superior an. Considere o conjunto F, dos polinómios dos polinómiosp(x) pertencentes aPn que verificam a seguinte condição: p(0) = 0.

a) Mostre queFé um subespaço dePn.

b) Determine uma base e a dimensão deF.

Solução

a) Vejamos se 0 ∈ F. Se p(x) = 0 teremos p(0) = 0, pelo que 0 ∈ F.

Consideremos agora dois polinómiosp(x), q(x)F e dois escalaresα,β R. Pretende-se verificar queαp(x) +βq(x)F. Faça-ses(x) =αp(x) + βq(x). Queremos mostrar ques(0) = 0:

s(0) = αp(0) +βq(0)

(Porquep(x), q(x)∈F) = α·0 +β·0

= 0

Logo,s(0) = 0. Concluímos assim queF é um espaço vectorial.

b) Consideremos um vector genérico de Pn, digamos p(x), com a seguinte

forma:

p(x) =anxn+an−1xn−1+an−2xn−2+· · ·+a1x+a0

Para que se verifiquep(0) = 0é necessário que:

p(0) = 0⇐⇒

⇐⇒an0n+an−10n−1+an−20n−2+· · ·+a10 +a0= 0⇐⇒

⇐⇒a0= 0

Assim, os polinómios p(x) que satisfazem p(0) = 0 terão de ter termo independente nulo. Concluímos que, sep(x)F, então a forma de p(x) será:

p(x) =anxn+an−1xn−1+an−2xn−2+· · ·+a1x

O subespaçoF terá como base o conjunto©xn, xn−1, xn−2,· · ·, xªe a sua

(31)

Exercício 29 Considerem-se os seguintes subconjuntos deR3:

F1 =

©

xR3:x= (x1,0,0),∀x1∈R

ª

F2 =

©

y R3:y= (2y2+y3, y2, y3),∀y2,y3∈R

ª

Mostre queF1 eF2 são subespaços de R3, indicando bases apropriadas e as

respectivas dimensões.

Solução

Exercício 30 Seja Mn(R) o espaço vectorial real das matrizes quadradas de

ordemn.

a) Mostre que o conjuntoHn=

©

A∈Mn:A=−AT

ª

é um subespaço deMn

e indique a sua dimensão.

b) Fazendon= 3, determine uma base para o espaçoH3.

c) Considere duas matrizes A e B de Hn. A matriz A·B é simétrica?

Justifique.

Solução

Exercício 31 Considere o espaço vectorial Rn e {u1, u2,· · ·, un} uma base

desse espaço. Sejax=x1u1+x2u2+· · ·+xnun um vector deRn.

a) Que condições devem verificar as coordenadasx1, x2,· · ·, xn do vector x

para{x, u2,· · ·, un}constituir uma nova base do espaçoRn?

b) Determine a matriz de mudança da antiga para a nova base.

Solução

a) Os vectores{x, u2,· · ·, un}constituirão uma base deRn se:

αx+α2u2+· · ·+αnun= 0⇒α=α2=· · ·=αn = 0

(32)

αx+α2u2+· · ·+αnun= 0⇔

⇔α

n

X

i=1 xiui+

n

X

i=2

αiui = 0⇔

αx1u1+

n

X

i=2

(αxi+αi)ui= 0

Sabemos que a única combinação linear nula dos vectores{u1, u2,· · ·, un}

é aquela que se obtém com os escalares todos nulos, uma vez que os vec-tores{u1, u2,· · ·, un} são linearmente independentes. Assim, deveremos

ter:       

αx1= 0 αx2+α2= 0 · · ·

αxn+αn= 0

O sistema acima, nas variáveis {α,α2,· · ·,αn} deverá ser possível e

de-terminado de modo a que os vectores {x, u2,· · ·, un}sejam linearmente

independentes. Matricialmente, o sistema pode ser escrito na forma:

      

x1 0 0 · · · 0 x2 1 0 · · · 0 x3 0 1 · · · 0

..

. ... ... ...

xn 0 0 · · · 1

              α α2 α3 .. . αn        =        0 0 0 .. . 0       

O sistemaa é sempre possível, por ser um sistem homogéneo. será deter-minado se rA = n, isto é, se a matriz dos sistema for regular. Por seu

turno, a matriz do sistema será regular se o seu determinante for não nulo. Aplicando o Teorema de Laplace à primeira linha obtém-se:

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

x1 0 0 · · · 0 x2 1 0 · · · 0 x3 0 1 · · · 0

..

. ... ... ...

xn 0 0 · · · 1

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

=x1

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

1 0 · · · 0 0 1 · · · 0 ..

. ... ... 0 0 · · · 1

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

=x1

conlcuímos portanto que o determinante da matriz do sistema é não nulo, sex1 6= 0e portanto os vectores {x, u2,· · ·, un}serão linearmente

(33)

b) Comecemos por escrever os vectores da nova base,{x, u2,· · ·, un}, na base

anterior,{u1, u2,· · ·, un}:

      

x=x1u1+x2u2+· · ·+xnun

u2=u2 · · · un=un

Assim, podemos escrever matricialmente:

£

x u2 · · · un

¤

=£ u1 u2 · · · un

¤       

x1 0 0 · · · 0 x2 1 0 · · · 0 x3 0 1 · · · 0

..

. ... ... ...

xn 0 0 · · · 1

      

Assim, a matriz

B=       

x1 0 0 · · · 0 x2 1 0 · · · 0 x3 0 1 · · · 0

..

. ... ... ...

xn 0 0 · · · 1

      

... é a matriz de mudança de base da base {x, u2,· · · , un} para a base

{u1, u2,· · ·, un}. Um vectorv∈Rnde coordenadas

£

v1 v2 · · · vn

¤T

na base{u1, u2,· · ·, un}terá, na base{x, u2,· · · , un}coordenadas

£

w1 w2 · · · wn

¤T dadas por:        w1 w2 w3 .. . wn       

=B−1

       v1 v2 v3 .. . vn       

(34)

      

x1 0 0 · · · 0

x2 1 0 · · · 0

x3 0 1 · · · 0 ..

. ... ... ...

xn 0 0 · · · 1

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

1 0 0 · · · 0 0 1 0 · · · 0 0 0 1 · · · 0 ..

. ... ... ... 0 0 0 · · · 1

      

L1← x1

1 L1 −−−−−−−−→       

1 0 0 · · · 0

x2 1 0 · · · 0

x3 0 1 · · · 0 ..

. ... ... ...

xn 0 0 · · · 1

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ 1

x1 0 0 · · · 0

0 1 0 · · · 0 0 0 1 · · · 0

..

. ... ... ... 0 0 0 · · · 1

      

Li←Li+ (−xi)L1

(i= 2,· · ·n) −−−−−−−−−−−−−−−−→       

1 0 0 · · · 0 0 1 0 · · · 0 0 0 1 · · · 0 ..

. ... ... ... 0 0 0 · · · 1

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ 1

x1 0 0 · · · 0

−x2

x1 1 0 · · · 0

−x3

x1 0 1 · · · 0

..

. ... ... ... −xn

x1 0 0 · · · 1

       Logo,

B−1=

       1

x1 0 0 · · · 0

−x2

x1 1 0 · · · 0

−x3

x1 0 1 · · · 0

..

. ... ... ... −xn

x1 0 0 · · · 1

      

Exercício 32 Seja V um espaço vectorial real de dimensão 3 e x1, x2, x3 e

x4 elementos distintos de V. Adicionalmente assuma que{x1, x2, x3, x4}é um sistema de geradores deV satisfazendo a condição:

x1+x2+x3+x4= 0

a) Mostre que{x1, x2, x3}é uma base de V.

b) Um raciocínio semelhante permite mostrar que{x1, x3, x4}é uma base de

V. Denotando as duas bases por:

α={x1, x2, x3} eβ={x1, x3, x4}

(35)

Solução

a) Comecemos por mostrar que{x1, x2, x3}é um sistema de geradores deV.

Seja entãov V. Sabemos que existem escalaresα1,α2,α3,α4 ∈Rtais

que, uma vez que, por hipótese,{x1, x2, x3, x4}é um sistema de geradores

deV:

α1x1+α2x2+α3x3+α4x4=v

Dado quex1+x2+x3+x4= 0, então:

x4=x1−x2−x3

Substituindo na expressão dev, obtém-se:

α1x1+α2x2+α3x3+α4x4=v⇐⇒

⇐⇒α1x1+α2x2+α3x3+α4(−x1−x2−x3) =v⇐⇒

⇐⇒(α1−α4)x1+ (α2−α4)x2+ (α3−α4)x3=v⇐⇒

Conclui-se assim que é possível escrever o vectorvcomo combinação linear dos vectores {x1, x2, x3}. Com v é um vector genérico de V, conclui-se que{x1, x2, x3}é um sistema de geradores deV. Adicionalmente, como dim (V) = 3 e{x1, x2, x3}é um sistema de geradores, em número de 3,

conclui-se que{x1, x2, x3}tem de ser uma base deV.

b) Comecemos por escrever os vectores da nova base, β = {x1, x3, x4}, na

base anterior,α={x1, x2, x3}:

  

x1= 1·x1+ 0·x2+ 0·x3 x3= 0·x1+ 0·x2+ 1·x3

x4= (−1)·x1+ (−1)·x2+ (−1)·x3

Assim, podemos escrever matricialmente:

£

x1 x3 x4

¤

=£ x1 x2 x3

¤

 1 00 0 −11 0 1 1

 

(36)

B =

 1 00 0 −11 0 1 1

 

... é a matriz de mudança de base da base α={x1, x2, x3}para a base

β = {x1, x3, x4}. Um vector v ∈ V de coordenadas £ v1 v2 v3 ¤T

na base α = {x1, x2, x3} terá, na base β = {x1, x3, x4} coordenadas £

w1 w2 w3

¤T

dadas por:

  ww12

w3

 =B−1

  vv12

v3

 

CalculemosB−1, com recurso à Teoria dos Determinantes:

|B|= ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

1 0 1 0 0 −1 0 1 −1 ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

= 1.

ˆ

B=

 −11 −01 −01

0 1 0

 

T

=

 10 −−1 01 1 −1 −1 0

 .

Logo,B−1= 1

|B|Bˆ= ˆB=

 10 −−1 01 1 −1 1 0

 .

Exercício 33 Seja S um conjunto de vectores linearmente independentes do espaço vectorialVsobre o corpoKexum elemento deVnão pertencente aS. Mostre queS{x}é um conjunto de vectores linearmente dependentes se e só sexpertence ao subespaço gerado pelo conjuntoS.

Solução

SejaS={e1,· · ·, ep}.

(=⇒) Suponhamos que S∪{x} é um conjunto de vectores linearmente depen-dentes. Pretende mostrar-se que x pertence ao subespaço gerado pelo conjuntoS.

Se S {x}é um conjunto de vectores linearmente dependentes então é possível escrever uma combinação nula destes vectores com pelo menos um escalar não nulo, isto é:

(37)

Suponhamos que αp+1 = 0. Então é possível escrever uma combinação

linear nula dos vectores deS com pelo menos um escalar não nulo. Con-sequentemente, os vectores deS serão, por definição, linearmente

depen-dentes, o que é um absurdo. Logo, αp+1 6= 0. Sendo assim, poderemos

escrever:

α1e1+α2e2+· · ·αpep+αp+1x= 0⇐⇒

x=−αα1

p+1

e1−αα2

p+1

e2−· · ·−ααp

p+1 ep

A expressão anterior mostra quexpode ser escrito como combinação linear dos vectores deS, ou, por outras palavras,xpertence ao subespaço gerado pelo conjuntoS.

(⇐=) Suponhmos quexpertence ao subespaço gerado pelo conjuntoS. Pretende mostrar-se queS∪{x}é um conjunto de vectores linearmente dependentes. Se x pertence ao subespaço gerado pelo conjunto S, então x pode ser

escrito como combinação linear dos vectores deS:

∃αi∈K:x=α1e1+α2e2+· · ·+αpep

Reorganizando os termos da expressão anterior obtemos:

∃αi∈K:x−α1e1−α2e2−· · ·−αpep= 0

Obtivemos assim uma combinação linear nula dos vectores do conjunto

S∪{x}com pelo menos um escalar não nulo (precisamente o escalar do vectorxque é 1). Então os vectores do conjuntoS∪{x}são linearmente dependentes.

Exercício 34 SejaA uma matriz real de ordemn. Mostre que a dimensão do subespaço gerado por©I, A, A2, A3,· · ·ªé inferior ou igual an.

Solução

Exercício 35 SeVé um espaço vectorial real de dimensãofinita eβ={x1,· · ·, xm}

(38)

Solução

Exercício 36 Verifique se o seguinte subconjunto deR4é um subespaço deR4?

W =©(x, y, z, w)R4: 3x+y= 0, x+y+z=wª

Solução

Exercício 37 Verifique se o seguinte subconjunto deR3é um subespaço deR3?

W ={(r, r+ 2,0) :rR}

Solução

Exercício 38 Determine o escalarkde modo a que os vectores com as seguintes coordenadas sejam linearmente independentes?

x1=

   

1 0 0 1

   ;x2=

   

0 1 −1

1

   ;x3=

   

−1 0 −1

0

   ;x4=

   

1 1 1

k

   

Solução

Exercício 39 Determine o escalarλde modo a que os seguintes vectores sejam linearmente independentes?

(39)

Solução

Pretende-se portanto determinar os valores deλtais que:

α1x1+α2x2+α3x3= 0⇒α1=α2=α3= 0

α1x1+α2x2+α3x3= 0⇐⇒

⇐⇒α1(λ,−1,−1) +α2(−1,λ,−1) +α3(−1,−1,λ) = 0⇐⇒

(α1λ−α2−α3,−α1+α2λ−α3,−α1−α2+α3λ) = 0

Esta expressão é equivalente, matricialmente, ao seguinte sistema de equações:

λ1 −λ1 −11 −1 1 λ

    αα12

α3

 = 0

Vejamos quais as condições sobre λ para que o sistema seja possível e de-terminado. É esta a única solução que nos interessa, pois significa que α1 =

α2 = α3 = 0 é a única solução do sistema fazendo, consequentemente, com

que os vectores dados sejam linearmente independentes. O sistema é possível se a caracterísitca da matriz do sistema é igual à ordem, isto é, se a matriz do sistema é regular.

A regularidade da matriz pode ser determinada através do cálculo do seu determinante:

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

λ 1 1 −1 λ 1 −1 1 λ

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

= 0 = µ

L1←L1+λL3 L2L2+ (1)L3

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

0 −1−λ −1 +λ2 0 λ+ 1 −1−λ −1 −1 λ

¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯

= (Teorema de Laplace à 1a coluna)

(1) (1)3+1 ¯ ¯ ¯ ¯ −

1λ 1 +λ2 λ+ 1 1λ

¯ ¯ ¯

¯ = (−1) h

(1 +λ)2(1 +λ)¡1 +λ2¢i

= (1) (1 +λ)£1 +λ+ 1λ2¤

Concluímos assim que o determinante da matriz do sistema será nulo se(1 +λ)£1 +λ+ 1λ2¤= 0. A solução é λ= 2λ=1. Deste modo, de modo a que o sistema tenha

(40)

Exercício 40 SejaWo subespaço deR4 gerado pelos vectores?

x1= (1,−2,0,3) ;x2= (2,−5,−3,6) ;x3= (2,−1,4,7)

Verifique se o vector v= (1,2,0,3) pertence aW.

Solução

Pretende-se determinar, se existir, um conjunto de escalares{α1,α2,α3}tais queα1x1+α2x2+α3x3=v.

α1x1+α2x2+α3x3=v⇐⇒

⇐⇒α1(1,−2,0,3) +α2(2,−5,−3,6) +α3(2,−1,4,7) = (1,−2,0,3)⇐⇒

(α1+ 2α2+ 2α3,−2α1−5α2−α3,−3α2+ 4α3,3α1+ 6α2+ 7α3) = (1,−2,0,3)

Esta expressão é equivalente, matricialmente, ao seguinte sistema de equações:

   

1 2 2

−2 5 1 0 3 4

3 6 7

   

  αα12

α3

 =

   

1 −2

0 3

   

Em geral, dever-se-á estudar o sistema de equações acima: se for possível, conclui-se que v ∈ W, caso contrário v não pertence ao espaço gerado pelos

vectores dados.

Neste caso em particular, tem-se v = x1,pelo que, se fizermos α1 = 1 e

α2=α3= 0 teremosα1x1+α2x2+α3x3=v e portantov∈W.

Exercício 41 Dê uma caracterização do subespaço W ⊂ E gerado pelos vec-tores com as seguintes coordenadas:

x1=

  13

2

 ;x2=

  21

−1

 

Solução

Vamos construir uma matriz cujas linhas são os transpostos dos vectores dados:

A= ·

1 3 2 2 1 1

(41)

Por operações elementares sobre linhas podemos transformar a matriz A

numa matriz A0. Concluímos que as linhas de A0 se podem escrever como combinação linear das linhas deA. Consequentemente, as linhas de A podem ser escritas como combinação linear das linhas de A0 o que significa que os

vectores associados às linhas de A geram o mesmo subespaço que os vectores associados às linhas deA0. condensemos então a matrizA:

·

1 −3 2 2 1 1

¸

L2←L2+ (−2)L1

−−−−−−−−−−−−−−→ ·

1 3 2 0 5 7

¸

L2←L2+ (2)L1

−−−−−−−−−−−−−−→

Esta operação elementar é suficiente para verificar que W tem dimensão 2 e

tem como base os vectoresx1 ex2 dados ou, de modo equivalente os vectores

obtidos por aplicação da operação elementar e que são dados por:

x01=

  13

2

 ;x02=

  05

−7

 

Em resumo,vpertence ao subespaço gerado por{x1, x2}se e só pertence ao subespaço gerado por{x0

1, x02}.

Exercício 42 Qual a dimensão do subespaço de R5 gerado pelos vectores:

x1 = (2,−1,3,5,−2) ;x2= (2,−1,3,5,−2) ; x3 = (5,−3,8,4,1) ;x4= (1,0,1,11,7)

Solução

Exercício 43 Determine uma base deR3contendo os vectores{(1,2,5),(0,1,2)}.

Solução

Necessitamos de encontrar um vector(a, b, c)tal que:

(a, b, c)6=α1(1,2,5) +α2(0,1,2),∀α1,α2∈R

(42)

possa ser escrito como combinação linear dos vectores{(1,2,5),(0,1,2)} deter-minamos um sistema de vectores{(1,2,5),(0,1,2),(a, b, c)}linearmente inde-pendentes. Como são em número de 3, constituem uma base deR3.

Consideremos então a equação:

α1(1,2,5) +α2(0,1,2) = (a, b, c)⇐⇒

⇐⇒(α1,2α1+α2,5α1+ 2α2) = (a, b, c)

Esta expressão é equivalente, matricialmente, ao seguinte sistema de equações:

  1 02 1

5 2

 

  αα12

α3

 =

  ab

c

 

Pretende-se obviamente, que o sistema seja impossível. Estudemos a sua matriz ampliada:

[A|B] =

 12 01 ab

5 2 c

 L2←L2+ (−2)L1 L3←L3+ (−5)L1

−−−−−−−−−−−−−−−→

 10 01 b−a2a

0 2 c−5a

L−−−−−−−−−−−−−−→3←L3+ (−1)L2

 10 01 b−a2a

0 0 c−2b−a

 

O sistema é impossível serA6=rA|B. ComorA= 2pretende-se querA|B = 3.

Para que tal aconteca é necessário quec−2b−a6= 0. Existem muitos vectores

(a, b, c)nestas circunstâncias, por exemplo, a = 1 eb =c= 0. O vector que

procuramos é portanto(a, b, c) = (1,0,0).

Exercício 44 Determine as coordenadas do vector(3,2,1)na base{(1,0,2),(2,1,0),(0,3,5)}

emR3.

Solução

Pretende-se determinar escalaresβ123Rtais que:

(43)

A última igualdade é equivalente ao seguinte sistema de 3 equações nas

variáveisβ123 em que a matriz do sistema é dada por

 1 2 00 1 3 2 0 5

 .

  

β1+ 2β2= 3 β2+ 3β3= 2 2β1+ 5β3= 1

A solução deste sistema fornecerá as coordenadas pretendidas. Sabemos que o sistema será possível e determinado uma vez que um vector se escreve de forma unica numa certa base. Construamos a matriz ampliada do sistema e resolvâ-mo-lo por condensação:

[A|B] =

 10 21 03 32

2 3 5 1

L3L3+ (2)L1

−−−−−−−−−−−−−−→

 10 21 03 32 0 1 5 5

L3−−−−−−−−−−→←L3+L2

 10 21 03 32 0 0 8 3

 L3←

1 8L3 −−−−−−−→

 10 21 03 32 0 0 1 3

8

L−−−−−−−−−−−−−−→2←L2+ (−3)L3

 10 21 00 273 8

0 0 1 3 8

L−−−−−−−−−−−−−−→1←L1+ (−2)L2

 1 0 0 −

15 4

0 1 0 278 0 0 1 38

 

A solução do sistema será portantoβ1=15

4,β2=278 eβ3=−38.

Concluí-mos assim que:

µ −154

(1,0,2) +27

8 (2,1,0) + µ

−38

(0,3,5) = (3,2,1)

Referências

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