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Análise dinâmica de absorsores de vibrações do tipo stockbridge

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Academic year: 2021

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An´

alise dinˆ

amica de absorsores de vibra¸

oes

do tipo Stockbridge

Diogo Fernandes dos Santos

Disserta¸c˜ao apresentada `a

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto para obten¸c˜ao do grau de

Mestre em Engenharia Mecˆanica

Orientador

Prof. Jos´e Dias Rodrigues

Laborat´orio de Vibra¸c˜oes de Sistemas Mecˆanicos Departamento de Engenharia Mecˆanica Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

(2)

Department of Mechanical Engineering Faculty of Engineering

University of Porto Porto, Portugal.

Diogo Fernandes dos Santos E-mail: em10027@fe.up.pt

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Departamento de Engenharia Mecˆanica

Laborat´orio de Vibra¸c˜oes de Sistemas Mecˆanicos Rua Dr. Roberto Frias s/n, Sala M206

4200-465 Porto Portugal

(3)

Resumo

As linhas de transmiss˜ao a´ereas s˜ao constantemente excitadas pelo vento podendo levar a diversos tipos de falhas nomeadamente nos condutores.

As falhas mais comuns s˜ao provocadas por fadiga nos condutores e acontecem devido a vibra¸c˜oes e´olicas. Estas devem-se `a forma¸c˜ao de v´ortices para velocidades do vento entre 1 e 7 m/s. Caso n˜ao seja dada a devida aten¸c˜ao a este problema, podem surgir falhas nos condutores provocando cortes na distribui¸c˜ao de el´etricidade.

Tˆem sido desenvolvidos aparelhos que controlam estas vibra¸c˜oes aumentando assim o tempo de vida dos cabos. Um dos mais utilizados foi desenvolvido por George H. Stockbridge em 1925 e ´e usualmente chamado de Stockbridge-damper.

Ao longo da disserta¸c˜ao ´e realizado um estudo de um modelo anal´ıtico desenvolvido por Wagner que prevˆe a resposta de absorsores sim´etricos. S˜ao apresentadas equa¸c˜oes que possibili-tam o c´alculo das frequˆencias naturais, dos fasores de deslocamento e da potˆencia dissipada no absorsor.

Nesta disserta¸c˜ao ser´a tamb´em utilizado um programa de elementos finitos que possibilita a an´alise dinˆamica de absorsores sim´etricos e assim´etricos.

V´arios modelos experimentais s˜ao ensaiados em regime for¸cado passivo com o objetivo de medir as fun¸c˜oes de transmissibilidade para posterior c´alculo da potˆencia dissipada. A excita¸c˜ao ´e aplicada atrav´es de um ”shaker”electromagn´etico e as respostas s˜ao medidas em aceler´ometros piezoel´ectricos.

Finalmente, s˜ao comparados os resultados obtidos experimentalmente com os do programa de elementos finitos e calculadas as potˆencias dissipadas pelos v´arios modelos experimentais.

Keywords: vibra¸c˜oes e´olicas, linhas de transmiss˜ao a´ereas, Stockbridge, transmissibilidade, potˆencia dissipada.

(4)
(5)

Abstract

Overhead lines are constantly threatened by wind forces causing many types of damage on conductors.

Most common failures are due to fatigue in conductors and happen because aeolian vibrati-ons. Aeolian vibrations occurs due to vortex-shredding at wind velocities of 1 to 7 m/s. This problems can cause several damages in conductors causing problems on the electrical distribu-tion.

In order to reduce these vibrations and increase the conductors life-time, new instruments have been developed. George H. Stockbridge developed the Stockbridge-damper, the most com-monly used damper in aeolian vibrations control.

In this work there is presented an analytical model developed by Wagner, which provides the response of a symmetrical damper. Some equations were developed to obtain the eigenfre-quencies, the displacement alley and the damper’s power dissipation.

A finite element model was developed to perform the simulation of symmetrical and asym-metrical dampers.

A few experimental models are tested with a electromagnetic ”shaker”in order to measure the model’s transmissibility functions to calculate the power dissipation.

Finally, the experimental and numerical results will be compared and model’s power dissi-pation calculated.

Keywords: aeolian vibrations, overhead lines, Stockbridge-damper, transmissibility, power dis-sipation.

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(7)

‘S´o se nos detivermos a pensar nas pequenas coisas chegaremos a compreender as grandes.’

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Agradecimentos

Aproveito este espa¸co para homenagear e agradecer `as pessoas que, directa ou indirectamente, contribu´ıram para a elabora¸c˜ao desta disserta¸c˜ao.

Em primeiro lugar agrade¸co `a minha fam´ılia, pelo apoio dado durante todo o meu tempo de estudante e pela possibilidade que me deram de viver estes cinco anos no Porto.

Em segundo lugar aos amigos que fiz durante estes cinco anos, que me ajudaram a passar muitas barreiras e a continuar sempre no bom caminho e que certamente deixar˜ao saudades.

Quero agradecer ao meu orientador Jos´e Dias Rodrigues, pela disponibilidade, ajuda e dedi-ca¸c˜ao ao longo de todo o semestre, mas principalmente, agradecer pelo interesse que surgiu em mim para o estudo de vibra¸c˜oes mecˆanicas.

(10)
(11)

Conte´

udo

Resumo i Abstract ii Agradecimentos vii Nomenclatura xv 1 Introdu¸c˜ao 1 1.1 Enquadramento . . . 1 1.2 Objetivos . . . 1 1.3 Estrutura . . . 2

2 Fundamentos Te´oricos 3 2.1 Linhas de transmiss˜ao a´ereas . . . 3

2.1.1 Condutores . . . 4

2.1.2 Tipos de Vibra¸c˜oes . . . 5

2.2 Vibra¸c˜oes E´olicas . . . 8

2.2.1 Mecanismo de excita¸c˜ao . . . 8

2.2.2 Frequˆencias Naturais do Condutor . . . 10

2.3 Dissipa¸c˜ao de energia - Balan¸co energ´etico . . . 11

2.3.1 Energia fornecida pelo vento . . . 12

2.3.2 Energia dissipada pelo condutor . . . 13

2.3.3 Energia dissipada pelo absorsor . . . 14

2.3.4 Deforma¸c˜oes . . . 15

2.4 Absorsores do tipo Stockbridge . . . 15

3 An´alise dinˆamica do absorsor Stockbridge 21 3.1 Modelo Wagner - Absorsor Sim´etrico . . . 21

3.1.1 Equa¸c˜ao de movimento . . . 21

3.1.2 Frequˆencias naturais . . . 22

3.1.3 Regime For¸cado-Resposta . . . 23

3.1.4 For¸ca transmitida ao absorsor . . . 24

3.1.5 Potˆencia dissipada pelo absorsor . . . 25

3.2 Modelo Wagner - Valida¸c˜ao . . . 27

3.2.1 Frequˆencias naturais . . . 27

3.2.2 Regime For¸cado-Resposta . . . 27

(12)

3.2.4 Potˆencia dissipada pelo absorsor . . . 30

3.3 Modelo de elementos finitos . . . 31

3.3.1 Fun¸c˜oes de transmissibilidade - Parti¸c˜ao das equa¸c˜oes do MEF . . . 31

3.3.2 Modelo Sim´etrico . . . 32

3.3.3 Modelo assim´etrico . . . 37

4 Ensaios experimental 41 4.1 Modelos experimentais . . . 41

4.2 Montagem experimental . . . 43

4.3 Calibra¸c˜ao das propriedades da barra . . . 46

4.4 Propriedades dos modelos experimentais . . . 47

5 Resultados experimentais 49 5.1 Modelos sim´etricos com as massas de 91.8 g . . . 49

5.2 Modelos sim´etricos com as massas de 119.4 g . . . 52

5.3 Modelos assim´etricos com massa de 91.8 e 119.4 g . . . 54

5.4 Modelo assim´etrico com a sec¸c˜ao de encastramento deslocada . . . 57

6 Discuss˜ao dos Resultados 59 6.1 Compara¸c˜ao com o m´etodo dos elementos finitos . . . 59

6.1.1 Modelos Sim´etricos . . . 60

6.1.2 Modelos Assim´etricos . . . 63

6.2 Potˆencia dissipada pelos modelos . . . 66

6.2.1 Modelos Sim´etricos . . . 66

6.2.2 Modelos Assim´etricos . . . 69

6.3 Influˆencia da rota¸c˜ao das massas na dissipa¸c˜ao de potˆencia . . . 71

6.3.1 Modelos Sim´etricos . . . 72

6.3.2 Modelos Assim´etricos . . . 74

6.4 Influˆencia do coeficiente de amortecimento hister´etico na dissipa¸c˜ao de potˆencia . 75 7 Conclus˜ao 79 7.1 Conclus˜oes . . . 79

7.2 Trabalhos Futuros . . . 80

A Equipamento Experimental 81

(13)

Lista de Figuras

2.1 Linhas de transmiss˜ao a´ereas. . . 3

2.2 Sec¸c˜ao dos condutores ACSR e AAAC [SAOG, 2014]. . . 4

2.3 Conjunto de condutores. . . 6

2.4 V´ortices de Von Karman. . . 8

2.5 Representa¸c˜ao de v´arios regimes de escoamento [Vecchiarelli, 1997]. . . 9

2.6 Modo de vibra¸c˜ao de um condutor [Products, 2013]. . . 10

2.7 Falha de fadiga [Products, 2013]. . . 11

2.8 Abras˜ao na liga¸c˜ao do condutor ao isolador [Products, 2013]. . . 12

2.9 Valores para a fun¸c˜ao f nc obtidos por v´arios autores [Wolf et al., 2008]. . . 13

2.10 Fun¸c˜oes impedˆancia para v´arios valores de velocidades [Wolf et al., 2008]. . . 14

2.11 Absorsor Stockbridge ligado ao condutor [Guedes et al., 2005]. . . 16

2.12 Modos de vibra¸c˜ao de um absorsor sim´etrico [Kasap]. . . 16

2.13 Localiza¸c˜ao do absorsor no condutor [Vecchiarelli et al., 2000]. . . 17

2.14 Potˆencia dissipada de um amortecedor Stockbridge [Miranda, 2014]. . . 19

3.1 Modelo equivalente [Wagner et al., 1973]. . . 21

3.2 M´odulo dinˆamico e fase de um absorsor Stockbridge − − −,—— , anal´ıtico ◦, •, experimental [Wagner et al., 1973]. . . 25

3.3 Potˆencia dissipada por ciclo —— anal´ıtico, ◦ experimental [Wagner et al., 1973]. 26 3.4 Fasor de deslocamento para o grau de liberdade 1. . . 28

3.5 Fasor de deslocamento para o grau de liberdade 2. . . 29

3.6 M´odulo dinˆamico e fase de um absorsor Stockbridge. . . 29

3.7 Potˆencia dissipada por ciclo. . . 30

3.8 Esquema do modelo sim´etrico. . . 32

3.9 Esquema do modelo em elementos finitos. . . 33

3.10 Varia¸c˜ao da frequˆencia fundamental com o comprimento da barra. . . 33

3.11 Varia¸c˜ao da frequˆencia fundamental com a massa concentrada. . . 34

3.12 1o e 2o modo de vibra¸c˜ao. . . . 35

3.13 FRF - receptˆancia, mobilidade e acelerˆancia. . . 35

3.14 Fun¸c˜oes transmissibilidade. . . 36

3.15 Esquema do modelo assim´etrico. . . 37

3.16 Esquema do modelo assim´etrico em elementos finitos. . . 37

3.17 Modos de vibra¸c˜ao. . . 38

3.18 Fun¸c˜oes de transmissibilidade da massa m1. . . 39

3.19 Fun¸c˜oes de transmissibilidade da massa m2. . . 39

4.1 Desenho de um modelo experimental. . . 41

(14)

4.3 Massas cil´ındricas. . . 42

4.4 Barras de alum´ınio. . . 42

4.5 Representa¸c˜ao esquem´atica da montagem experimental. . . 43

4.6 Shaker eletromagn´etico - LDS V400. . . 44

4.7 Montagem com aceler´ometros no absorsor. . . 44

4.8 Analisador dinˆamico de sinal - Signal Analyser Unit Type 2035 B&K. . . 45

4.9 Amplificador do shaker - LDS PA100E. . . 45

4.10 Aceler´ometros: a) B&K 4508; b) ENDEVCO 27A11. . . 46

4.11 Fun¸c˜ao transmissibilidade da barra. . . 47

5.1 TR - a) Diagrama de Bode e b) Diagrama de Nyquist. . . 49

5.2 TR - Magnitude da fun¸c˜ao transmissibilidade. . . 50

5.3 Magnitude da fun¸c˜ao transmissibilidade para os v´arios conjuntos. . . 51

5.4 Compara¸c˜ao entre as formas naturais de vibra¸c˜ao do segundo modo para diferen-tes comprimentos. . . 51

5.5 TR - a) Diagrama de Bode e b) Diagrama de Nyquist. . . 52

5.6 Compara¸c˜ao entre transmissibilidades. . . 53

5.7 Magnitude da fun¸c˜ao transmissibilidade para os v´arios conjuntos. . . 53

5.8 Magnitude das fun¸c˜oes transmissibilidade. . . 55

5.9 Magnitude das fun¸c˜oes transmissibilidade. . . 55

5.10 Magnitude das fun¸c˜oes transmissibilidade. . . 56

5.11 Esquema do 3o modelo modelo assim´etrico ensaiado. . . . 57

5.12 Magnitude das fun¸c˜oes transmissibilidade. . . 58

6.1 Esquema utilizado no c´alculo do momento de in´ercia. . . 60

6.2 Compara¸c˜ao das fun¸c˜oes de transmissibilidade para os modelos com 119.4 g. . . 61

6.3 Compara¸c˜ao das fun¸c˜oes de transmissibilidade para os modelos com 91.8 g. . . . 63

6.4 Compara¸c˜ao entre as fun¸c˜oes de transmissibilidade do modelo assim´etrico de 280 mm. . . 64

6.5 Compara¸c˜ao entre as fun¸c˜oes de transmissibilidade do modelo assim´etrico de 300 mm. . . 64

6.6 Compara¸c˜ao entre as fun¸c˜oes de transmissibilidade do modelo assim´etrico com encastramento descentrado. . . 64

6.7 Potˆencia dissipada por ciclo. . . 66

6.8 Potˆencia dissipada pelos modelos com as massas de 91.8g. . . 67

6.9 Potˆencia dissipada pelos modelos com sa massas de 119.4g. . . 68

6.10 Potˆencia dissipada pelos modelos de 220 mm com massas diferentes. . . 68

6.11 Potˆencia dissipada pelos modelos de 280 mm com massas diferentes. . . 69

6.12 Potˆencia dissipada pelo absorsor assim´etrico com 280 mm. . . 70

6.13 Compara¸c˜ao entre a potˆencia dissipada pelos modelos sim´etricos e assim´etricos. . 70

6.14 Potˆencia dissipada pelos absorsores assim´etricos. . . 71

6.15 Potˆencia dissipada pelos dois modos - modelos com massas de 119.4 g. . . 72

6.16 Potˆencia dissipada pelos dois modos - modelos com massas de 91.8 g. . . 73

6.17 Potˆencia dissipada pelos dois modos - modelos assim´etricos. . . 75

6.18 Influencia do amortecimento hister´etico na magnitude das fun¸c˜oes transmissibili-dade. . . 76 6.19 Zoom `a fun¸c˜ao de transmissibilidade T R11 na segunda frequˆencia de ressonˆancia. 77

(15)

Lista de Tabelas

2.1 Propriedades de alguns condutores AAAC [SAOG, 2014]. . . 5

2.2 Propriedades de alguns condutores ACSR [SAOG, 2014]. . . 5

2.3 Compara¸c˜ao entre as respostas do condutor [Verma, 2002]. . . 7

2.4 Coeficientes obtidos por v´arios autores [Wolf et al., 2008]. . . 13

2.5 Compara¸c˜ao entre os v´arios m´etodos [Miranda, 2014]. . . 19

3.1 Absorsor Stockbridge-propriedades. . . 24

3.2 Propriedades da barra. . . 34

3.3 Propriedades da massa cil´ındricas. . . 34

3.4 Frequˆencias naturais para v´arios comprimentos do cabo. . . 36

3.5 Modelo assim´etrico - Parˆametros. . . 38

4.1 Propriedades da barra. . . 46

4.2 Propriedades e dimens˜oes das barras. . . 47

4.3 Propriedades e dimens˜oes das massas. . . 48

5.1 Valores das frequˆencias naturais e das raz˜oes de amortecimento para o 1o ensaio. 51 5.2 Valores das frequˆencias naturais e das raz˜oes de amortecimento para o 2o ensaio. 54 5.3 Valores das frequˆencias naturais e das raz˜oes de amortecimento para o 3o ensaio. 56 5.4 Valores das frequˆencias naturais e das raz˜oes de amortecimento para o 4o ensaio. 57 6.1 Compara¸c˜ao entre as frequˆencias naturais experimentais e num´ericas para a massa de 119.4 g. . . 62

6.2 Compara¸c˜ao entre as frequˆencias naturais experimentais e num´ericas para a massa de 91.8 g. . . 63

6.3 Frequˆencias naturais experimentais e num´ericas para absorsores assim´etricos e respectivos desvios. . . 65

6.4 Potˆencias dissipadas pelos modelos sim´etricos nas ressonˆancias. . . 74

6.5 Potˆencias dissipadas em watts (W ) pelos modelos assim´etricos nas ressonˆancias. 75 6.6 Parˆametros do modelo. . . 76

(16)
(17)

Nomenclatura

Vari´aveis escalares

Re n´umero de Reynolds D diˆametro do condutor [m] ν viscosidade cinem´atica [P a· s] v velocidade do flu´ıdo m/s

fs frequˆencia de forma¸c˜ao dos v´ortices [Hz]

Cs n´umero de Strouhal

Lc comprimento do condutor [m]

T tens˜ao no condutor [N ] n modo de vibra¸c˜ao

P potˆencia dissipada pelo absorsor [W ] F for¸ca de excita¸c˜ao [N ]

Vs velocidade da excita¸c˜ao [m/s]

θv ˆangulo de fase entre for¸ca e velocidade [rad]

M matriz de massa K matriz de rigidez

C matriz de amortecimento

L comprimento do cabo messenger m massa concentrada [kg]

Jc momento de in´ercia no centro de massa [kgm2]

{x} vector deslocamento [m]

{X1} amplitude da resposta em deslocamento do grau de liberdade 1 [m]

{X2} amplitude do fasor da resposta em deslocamento do grau de liberdade 2 [m]

γ fase da resposta em deslocamento do grau de liberdade 1 [rad] β fase da resposta em deslocamento do grau de liberdade 2 [rad] µ coeficiente de amortecimento hister´etico

ω frequˆencia [rad/s] ρ massa vol´umica [kg/m3]

(18)

Siglas e outros

F RF fun¸c˜ao de resposta em frequˆencia

T R fun¸c˜ao transmissibilidade

M EF m´etodo dos elementos finitos

L220− M119.4 absorsor sim´etrico com barra de 220 mm e com massas de 119.4 g L220− M91.8 absorsor sim´etrico com barra de 220 mm e com massas de 91.8 g L280− M119.4 − M91.8 absorsor com barra de 280 mm e com massas de 119.4 g e 91.8 g L110− L190 − M91.8 absorsor assim´etrico com sec¸c˜ao de encastramento descentrada

(19)

Cap´ıtulo 1

Introdu¸

ao

1.1

Enquadramento

A energia el´etrica necessita de ser transportada ao longo de grandes distˆancias, desde o local da sua produ¸c˜ao at´e ao local de consumo. Existem dois m´etodos usados nessa distribui¸c˜ao, por linhas a´ereas ou por linhas subterrˆaneas.

As linhas de transmiss˜ao a´ereas, em geral, s˜ao mais econ´omicas e a sua constru¸c˜ao necessita de um capital inicial inferior ao necess´ario para construir linhas subterrˆaneas. Para a transmiss˜ao de uma potˆencia de 11kV um cabo subterrˆaneo tem um custo 5 vezes superior ao do condutor utilizado nas linhas a´ereas, para 132kV 8 vezes e para 400kV 23 vezes [Bayliss and Hardy, 2012]. No entanto, este tipo de distribui¸c˜ao apresenta alguns problemas, sendo o mais comum devido ao vento. Os condutores podem ter v´arios quil´ometros de comprimento e est˜ao constantemente em movimento devido a esta for¸ca. Dependendo da velocidade do vento, o condutor vibrar´a com diferentes frequˆencias e amplitudes, tendo assim diferentes tipos de resposta.

Nesta disserta¸c˜ao ser´a dada uma maior importˆancia `as vibra¸c˜oes e´olicas, que acontecem quando a velocidade do vento se encontra entre os 1 e 7 m/s, fazendo os condutores vibrarem com altas frequˆencias e amplitudes baixas, levando assim a falhas de fadiga [Vecchiarelli et al., 2000].

N˜ao existindo um controlo eficaz podem ocorrer danos na rede de distribui¸c˜ao deixando um n´umero elevado de pessoas sem eletricidade durante um longo per´ıodo de tempo. V´arios estudos foram feitos de forma a perceber o comportamento do condutor diminuindo assim a sua amplitude de resposta.

George H. Stockbridge desenvolveu a primeira vers˜ao do absorsor Stockbridge que tem sido usado no controlo de vibra¸c˜oes do tipo e´olico. No entanto, este absorsor n˜ao ´e universal, ou seja, para trabalhar nas condi¸c˜oes ideais necessita que as suas caracter´ısticas dinˆamicas estejam corretamente ajustadas `as dos condutores onde ser˜ao aplicados. Caso contr´ario surgem danos graves na liga¸c˜ao do absorsor ao condutor [Hagedorn, 1987].

1.2

Objetivos

Esta disserta¸c˜ao tem como objetivos principais o estudo dinˆamico de absorsores de vibra-¸c˜ao do tipo Stockbridge, em particular a caracteriza¸c˜ao da potˆencia dissipada e a cria¸c˜ao e consequente teste de modelos experimentais.

De modo a concretizar estes objetivos ser´a necess´ario:

(20)

• Pesquisa de modelos dinˆamicos de absorsores Stockbridge e de informa¸c˜ao sobre testes experimentais realizados;

• Utiliza¸c˜ao do m´etodo de elementos finitos de modo a prever o comportamento dos modelos experimentais;

• Cria¸c˜ao de modelos experimentais;

• Realiza¸c˜ao de ensaios experimentais para valida¸c˜ao do programa de elementos finitos. • C´alculo e compara¸c˜ao da potˆencia dissipada pelos v´arios modelos experimentais.

1.3

Estrutura

Esta disserta¸c˜ao est´a dividida em 7 cap´ıtulos. Este cap´ıtulo introduz o problema e mostra os objetivos da disserta¸c˜ao. O segundo cap´ıtulo cont´em grande parte da pesquisa elaborada e informa¸c˜ao relevante para o problema sobre as linhas de transmiss˜ao a´ereas.

No terceiro cap´ıtulo ´e apresentado um modelo anal´ıtico para o comportamento dinˆamico do absorsor e tamb´em o modelo de elementos finitos, recorrendo ao programa BaPMEF;

No quarto cap´ıtulo apresentam-se os modelos experimentais bem como os equipamentos utilizados para os testes.

O quinto cap´ıtulo cont´em os resultados experimentais, sendo a sua discuss˜ao realizada no sexto cap´ıtulo.

Finalmente, no s´etimo cap´ıtulo s˜ao apresentadas as conclus˜oes retiradas ao longo do trabalho e sugest˜oes para trabalhos futuros.

(21)

Cap´ıtulo 2

Fundamentos Te´

oricos

2.1

Linhas de transmiss˜

ao a´

ereas

Como referido no cap´ıtulo 1 as linhas de transmiss˜ao a´ereas, figura 2.1, s˜ao um meio essencial na distribui¸c˜ao de energia el´etrica. S˜ao constitu´ıdas por cabos, por torres e por componentes iso-ladores. Os cabos ou condutores transportam a energia el´etrica; as torres erguem os condutores a uma distˆancia segura do solo, evitando o contacto destes com pessoas, animais ou vegeta¸c˜ao, e permitem tamb´em o espa¸camento entre os condutores; os isoladores impedem o contacto directo entre o condutor e as torres evitando a dissipa¸c˜ao de energia atrav´es da estrutura.

Figura 2.1: Linhas de transmiss˜ao a´ereas.

Existem dois tipos de torres, as de tens˜ao situadas onde a energia ´e produzida e consumida e as torres interm´edias, mais comuns, que sustentam os condutores atrav´es de suspens˜oes isolado-ras. O v˜ao ´e a distˆancia entre duas torres consecutivas. Esta distˆancia tem elevada importˆancia ao n´ıvel do custo total da linha. V˜aos curtos necessitam de torres de menores dimens˜oes uti-lizando menos material. Contudo, como ´e de prever o n´umero necess´ario de torres aumenta. Com v˜aos mais longos o condutor faz um arco maior, sendo necess´ario a constru¸c˜ao de torres de maiores dimens˜oes.

Valores t´ıpicos para a distˆancia entre duas torres consecutivas encontram-se na ordem dos 300 metros [Vecchiarelli, 1997]. No entanto, existem v˜aos com variados tamanhos desde 100 metros at´e 600 metros [Bayliss and Hardy, 2012].

(22)

2.1.1 Condutores

Os condutores s˜ao os componentes principais nas redes de distribui¸c˜ao a´ereas tendo a fun¸c˜ao de conduzir a corrente el´etrica. Na figura 2.2 est˜ao representados dois tipos de condutores muito utilizados, os ACSR, que s˜ao compostos por um n´ucleo, que pode ter 1 a 7 cabos de a¸co galvanizado, envolvido por camadas concˆentricas de cabos de alum´ınio e os AAAC que s˜ao totalmente em ligas de alum´ınio.

Os mais utilizados s˜ao os ACSR devido `a sua resistˆencia mecˆanica elevada e baixo custo de produ¸c˜ao. Neste condutor o a¸co galvanizado suporta a carga enquanto o alum´ınio conduz a maior parte da corrente [SAOG, 2014]. Em ambientes marinhos ou industriais podem sofrer corros˜ao galvˆanica, devido `a presen¸ca de dois metais diferentes. O alum´ınio pode funcionar como ˆ

anodo e ser consumido rapidamente. [Azevedo and Cescon, 2002]. Condutores AAAC possuem uma rela¸c˜ao peso-resistˆencia mecˆanica superior e s˜ao mais resistentes `a corros˜ao.

A escolha do condutor a utilizar depende da aplica¸c˜ao, sendo que para v˜aos muito longos a utiliza¸c˜ao dos AAAC tem vantagens. S˜ao mais leves provocando assim um arqueamento menor do condutor [Bayliss and Hardy, 2012]; a sua utiliza¸c˜ao torna-se ideal quando as cargas impostas pelo vento ou gelo s˜ao baixas.

Nas tabelas 2.1 e 2.2 est˜ao presentes alguns condutores comercializados pela Oman Cables Industry [SAOG, 2014]. Observando as tabelas ´e poss´ıvel reparar que para uma ´area nominal semelhante, os condutores AAAC s˜ao mais leves e apresentam uma tens˜ao de rotura inferior aos condutores refor¸cados por a¸co.

(23)

2.1. Linhas de transmiss˜ao a´ereas Tabela 2.1: Propriedades de alguns condutores AAAC [SAOG, 2014].

Nome No./Diˆametro nominal Area Nominal´ Massa Tens˜ao de Rotura Nominal

(No./mm) (mm2) (Kg/Km) (KN)

Mulberry 19/3.18 150.9 414.3 44.52

Poplar 37/2.87 239.4 659.4 70.61

Sorbus 61/3.71 659.4 1822.5 194.53

Tabela 2.2: Propriedades de alguns condutores ACSR [SAOG, 2014].

No./Diˆametro nominal Area Nominal´ Massa Tens˜ao de Rotura Nominal

A¸co (No./mm) Alum´ınio (No./mm) (mm2) (Kg/Km) (KN)

7/3.20 12/3.20 152 714 80.20

7/3.0 30/3.0 261 979 92.25

7/3.60 54/3.60 620.9 2085 167.42

2.1.2 Tipos de Vibra¸c˜oes

Dependendo da velocidade do vento, os condutores respondem de formas diferentes. A pas-sagem do vento pelo condutor cria for¸cas aerodinˆamicas. Estas for¸cas podem ser de sustenta¸c˜ao, agindo perpendicularmente ao escoamento, ou de arrasto na dire¸c˜ao do vento. Para velocidades diferentes a resultante destas for¸cas varia provocando assim respostas variadas no condutor. O tipo de falha que o condutor sofre est´a diretamente relacionado com a sua resposta, sendo esta dependente da velocidade do vento [Verma, 2002].

O condutor pode vibrar de v´arias formas sendo as mais comuns:

• Vibra¸c˜oes e´olicas - A passagem do vento pelo condutor, com uma velocidade baixa, d´a origem a v´ortices. O deslocamento ´e maioritariamente na vertical com amplitudes baixas, na ordem do diˆametro do condutor e frequˆencias altas [Hagedorn, 1982]. Os condutores s˜ao constantemente fletidos o que leva a problemas de fadiga.

Este tipo de vibra¸c˜ao ser´a abordado ao longo da disserta¸c˜ao.

• Vibra¸c˜oes do tipo Galopante - Caracterizam-se por frequˆencias muito baixas e ampli-tudes altas, podendo ocorrer contacto entre dois condutores. S˜ao o tipo de resposta que provoca maiores danos, podendo danificar condutores, isoladores e torres. Este fen´omeno pode ter trˆes causas diferentes:

1. Condutores de grande diˆametro (>40mm). 2. Oscila¸c˜oes iniciadas pela queda de gelo.

3. Condutores congelados, que devido ao gelo, ficam com formas diferentes e sujeitos a for¸cas aerodinˆamicas inst´aveis para velocidades do vento m´edias [Bayliss and Hardy, 2012].

• Vibra¸c˜oes do tipo esteira - Este tipo de vibra¸c˜ao ocorre maioritariamente em conjunto de dois ou mais condutores que possuem liga¸c˜oes fixas entre si, figura 2.3.

Os condutores vibram horizontalmente com frequˆencias de vibra¸c˜ao entre 1 e 10 Hz. As vibra¸c˜oes s˜ao causadas por vento moderado a forte com velocidade que varia entre 4 a 18 m/s. ´E frequente a ocorrˆencia deste fen´omeno em cabos secos situados em terrenos amplos [Miranda, 2014].

(24)

Figura 2.3: Conjunto de condutores.

Na tabela 2.3, ´e feita a compara¸c˜ao entre dois tipos de vibra¸c˜ao que ocorrem no condutor. S˜ao dados alguns valores de amplitudes e frequˆencias. No entanto estes valores variam bastante dependendo da bibliografia consultada.

(25)

2.1. Linhas de transmiss˜ao a´ereas

Tabela 2.3: Compara¸c˜ao entre as respostas do condutor [Verma, 2002].

E´olico Galopante Esteira

Gama de de 3 de 0.08 de 0.15

Frequˆencias a 150 Hz a 3 Hz a 10 Hz

Amplitudes 0.01D a 1D 5D a 3000D 0.5D a 80D

de Vibra¸c˜ao

Condi¸c˜oes climat´ericas favor´aveis

Vento uniforme uniforme uniforme

Velocidade de 1 de 7 de 4

a 7 m/s a 18 m/s a 18 m/s

Superf´ıcie desprotegida/ gelo desprotegida/

do conductor gelo sim´etrico assim´etrico seca

Danos

Causas fadiga devido cargas dinˆamicas colis˜ao entre condutores `

a carga c´ıclica elevadas e desgaste acelerado

Tempo at´e de 3 meses de 1 a de 4 a

`

a falha a 20 anos 20 horas 18 horas

Componentes condutores condutores, torres condutores e

(26)

2.2

Vibra¸

oes E´

olicas

Vibra¸c˜oes do tipo e´olico s˜ao bastante comuns nos condutores das linhas a´ereas podendo provocar danos que afetam negativamente o funcionamento destas. Condutores danificados pela vibra¸c˜ao, tˆem de ser reparados ou substitu´ıdos levando `a poss´ıvel paragem da rede de energia.

Exemplo disso aconteceu no Brasil em 2002 onde uma falha, devido a fadiga, num condutor ACSR deixou cerca de 67 milh˜oes de habitantes sem eletricidade [Azevedo and Cescon, 2002].

Estudar este tipo de vibra¸c˜oes de forma a perceber como minimizar ou controlar a amplitude de vibra¸c˜ao tem ent˜ao grande importˆancia.

2.2.1 Mecanismo de excita¸c˜ao

Quando um escoamento de ar, com uma velocidade reduzida, passa por um corpo cil´ındrico, ou neste caso por um condutor, geram-se v´ortices. Estes surgem na face inferior e na face superior de forma alternada, criando assim diferen¸cas de press˜oes que provocam o movimento do condutor [Products, 2013]. Este fen´omeno foi estudado por Von Karman e ´e exemplificado na figura 2.4.

Figura 2.4: V´ortices de Von Karman.

O coeficiente de Reynolds (2.1) ´e um n´umero adimensional que relaciona as for¸cas de in´ercia com as for¸cas viscosas permitindo conhecer o regime de escoamento,

Re=

vD

ν (2.1)

onde v representa a velocidade do flu´ıdo, D o diˆametro do cilindro e ν a viscosidade cinem´ a-tica do fluido.

A figura 2.5 mostra que o aparecimento de v´ortices ´e cont´ınuo para valores de Reynolds entre os 40 e 300000. Estes valores correspondem a situa¸c˜oes onde o vento tem uma velocidade moderada ou baixa.

(27)

2.2. Vibra¸c˜oes E´olicas

(28)

O n´umero de Strouhal (2.2) ´e um fator adimensional que facilita o c´alculo da frequˆencia com que os v´ortices alternam de posi¸c˜ao, sendo assim poss´ıvel calcular a frequˆencia com que o condutor vibra para uma dada velocidade do vento. Este valor ´e fun¸c˜ao do n´umero de Reynolds e da rugosidade do cilindro [Vecchiarelli, 1997].

fs=

csv

D (2.2)

onde fs ´e a frequˆencia de forma¸c˜ao dos v´ortices, cs ´e o coeficiente de Strouhal e D o diˆametro

do condutor.

Para um cilindro o coeficiente cs toma o valor de 0.19 [Hagedorn, 1987]. Usando este valor e

substituindo na equa¸c˜ao (2.2) com velocidades do vento entre 1 e 7 m/s e diˆametros do condutor variados (entre 6 e 50 mm) obt´em-se a gama de frequˆencias poss´ıveis para a gera¸c˜ao de v´ortices, que se situa entre os 4 e 215 Hz.

Dentro desta gama de frequˆencias existe um feed back entre o condutor e a passagem do ar. Quando a frequˆencia dos v´ortices ´e pr´oxima de uma frequˆencia natural do cabo, este come¸ca a vibrar aumentando o seu deslocamento. O movimento do condutor altera a frequˆencia com que os v´ortices surgem tornando-a ainda mais pr´oxima da sua frequˆencia natural. O aparecimento dos v´ortices fica ent˜ao sincronizado com uma frequˆencia natural do condutor, sendo que a vibra¸c˜ao deixa de ser influenciada por varia¸c˜oes na velocidade do vento [Kiessling et al., 2003].

Este fen´omeno ´e conhecido como lock-in. Estando em ressonˆancia o condutor sofre um n´ıvel de vibra¸c˜ao elevado, vibra com uma forma harm´onica, figura 2.6, tendo n´os for¸cados nas liga¸c˜oes com a estrutura e um maior ou menor n´umero de pontos nodais ao longo do v˜ao dependendo do modo de vibra¸c˜ao em que se encontra [Products, 2013].

Figura 2.6: Modo de vibra¸c˜ao de um condutor [Products, 2013].

2.2.2 Frequˆencias Naturais do Condutor

Determinar as frequˆencias naturais de um v˜ao com o intuito de evitar a ressonˆancia do condutor tem elevada importˆancia. Estas dependem da tens˜ao a que o condutor est´a sujeito, do seu peso e do seu comprimento. Normalmente os v˜aos apresentam um espectro de frequˆencias naturais muito denso, podendo o espa¸camento entre frequˆencias ir dos 0.1 at´e 1 Hz [Brown, 2009]. Para o caso do espa¸camento ser de 0.1 Hz existem cerca de 500 modos diferentes entre os 10 e 50 Hz [Hagedorn, 1982].

A rigidez do condutor ´e muito baixa podendo ser desprezada para o c´alculo das frequˆen-cias naturais, assim o condutor tem um comportamento idˆentico ao de uma corda. As suas frequˆencias naturais podem ser calculadas pela seguinte equa¸c˜ao [Products, 2013][Brown, 2009]:

fs = n 2Lc s T µ (2.3)

(29)

2.3. Dissipa¸c˜ao de energia - Balan¸co energ´etico onde fs ´e a frequˆencia natural em Hertz, n o n´umero do modo de vibra¸c˜ao, Lc o comprimento

do v˜ao, T a tens˜ao no condutor e µ a massa do condutor por unidade de comprimento. Por exemplo, as frequˆencias naturais de um condutor com 254 metros com uma tens˜ao de 21048 N e uma massa por unidade de comprimento de 1.629 kg/m s˜ao dadas por:

fs= 0.233× n[Hz] (2.4)

Sendo um sistema continuo, o condutor possui um n´umero infinito de modos naturais. Entre a gama de frequˆencias 1 e 20 Hz existem aproximadamente 100 frequˆencias naturais de vibra¸c˜ao. ´

E poss´ıvel observar que existe um espectro muito denso de frequˆencias naturais. Para velocidades do vento entre os 1 e os 7 m/s, a frequˆencia de excita¸c˜ao ir´a ser quase sempre parecida com uma frequˆencia natural do condutor, desencadeando o processo referido em 2.2.1 , provocando a ressonˆancia.

2.3

Dissipa¸

ao de energia - Balan¸

co energ´

etico

Quando o condutor vibra ´e flectido obrigando os cabos que o constituem a escorregar uns sobre os outros, este movimento relativo provoca dissipa¸c˜ao de energia por fric¸c˜ao. Outro meio de dissipa¸c˜ao, ocorre a n´ıvel microsc´opio e ´e conhecido como amortecimento metal´urgico. A combina¸c˜ao destes dois tipos de dissipa¸c˜ao constitui o amortecimento pr´oprio do condutor [Vec-chiarelli et al., 2000]. Este amortecimento depende do deslocamento do condutor e ´e conhecido por amortecimento hister´etico ou estrutural. Varia com o material e diˆametro do condutor, tens˜ao a que est´a sujeito e comprimento do v˜ao [Kiessling et al., 2003]. O aumento da tens˜ao no condutor tem vantagens a n´ıvel econ´omico mas reduz o seu amortecimento. Valores de tens˜ao comuns s˜ao cerca de 20% da tens˜ao de cedˆencia do condutor.

N˜ao existindo outro meio de dissipa¸c˜ao, o condutor n˜ao dissipa energia suficiente provocando um aumento do seu deslocamento, aumentando assim as amplitudes de vibra¸c˜ao e consequen-temente um aumento da probabilidade de ocorrˆencia de falhas de fadiga, figura 2.7, bem como abras˜ao nas liga¸c˜oes entre o condutor e a estrutura, figura 2.8.

Figura 2.7: Falha de fadiga [Products, 2013].

Devido ao baixo amortecimento do condutor, principalmente a baixas frequˆencias, a utiliza-¸c˜ao de absorsores de vibra¸c˜oes permite uma redu¸c˜ao das amplitudes de vibra¸c˜ao. A dissipa¸c˜ao de energia ´e agora repartida pelos absorsores e condutores. O balan¸co energ´etico ´e ent˜ao descrito pela equa¸c˜ao (2.5) [Hagedorn, 1982]:

(30)

Figura 2.8: Abras˜ao na liga¸c˜ao do condutor ao isolador [Products, 2013].

onde Pw ´e a energia fornecida pelo vento ao condutor, PD a energia dissipada nos absorsores e

PC a energia dissipada pelo condutor devido ao amortecimento estrutural.

Este balan¸co pode ser utilizado para determinar o comportamento do condutor, sendo que as express˜oes das energias e das deforma¸c˜oes foram obtidas em [Hagedorn, 1982] e [Wolf et al., 2008]. No entanto, este m´etodo assume as seguintes hip´oteses:

• Para o c´alculo dos modos de vibra¸c˜ao a rigidez `a flex˜ao ´e desprezada; • A tens˜ao e a massa do condutor s˜ao uniformes ao longo do v˜ao; • O condutor est´a fixo horizontalmente nas suas extremidades; • As duas extremidades encontram-se `a mesma altura;

• O vento actua na horizontal com velocidade constante;

• O condutor vibra somente na vertical com uma forma harm´onica;

• O condutor ´e composto por cilindros infinitesimais que absorvem energia conforme a sua amplitude de deslocamento.

2.3.1 Energia fornecida pelo vento

A energia fornecida pelo vento ao condutor pode ser calculada pela seguinte express˜ao, Pw = Lcf3D4f nc

 A D



(2.6) sendo Lc o comprimento do v˜ao, D o diˆametro do condutor, A a amplitude de vibra¸c˜ao e f a

frequˆencia para a forma¸c˜ao dos v´ortices.

A fun¸c˜ao f nc ´e conhecida como power reduction function; foi obtida por v´arios autores recorrendo a m´etodos experimentais realizados em t´uneis de vento. Alguns destes resultados podem ser consultados na figura 2.9.

Para o uso desta fun¸c˜ao existem polin´omios que aproximam as curvas que aparecem na figura 2.9 [Kasap]:

Riegert & Currie(1991)

f nc A D  = 807.4 A D 1.953 − 767.6 A D 2 − 3.2 A D 3 − 78.2 A D 4 (2.7)

(31)

2.3. Dissipa¸c˜ao de energia - Balan¸co energ´etico

Figura 2.9: Valores para a fun¸c˜ao f nc obtidos por v´arios autores [Wolf et al., 2008].

Curva m´edia entre Carroll (1936) e Diana & Falco (1971)

f nc A D  =−99.73 A D 3 − 101.62 A D 2 + 0.627 A D  + 0.2256 (2.8)

2.3.2 Energia dissipada pelo condutor

Como foi referido anteriormente, o condutor tem a capacidade de dissipar energia devido ao seu amortecimento interno e ao escorregamento relativo entre os cabos que o constituem. Esta energia pode ser calculada pela seguinte express˜ao,

PC = LcK

(A/D)lfm

Tn , (2.9)

onde K ´e um fator de proporcionalidade que caracteriza o amortecimento interno no condutor, os coeficientes l, m e n s˜ao constantes que deveriam ser iguais para todos os condutores. Valores obtidos experimentalmente para estes coeficientes s˜ao apresentados na tabela 2.4.

Tabela 2.4: Coeficientes obtidos por v´arios autores [Wolf et al., 2008].

Autor l m n Comprimento (m)

Tompkins et al. 2.3 5.0 1.9 36

Claren & Diana 2.0 4.0 2.5 46

Sepp¨a 2.5 5.75 2.8 36

Kraus & Hagedorn 2.47 5.38 2.8 30

Noiseux 2.44 5.63 2.76 63

M¨ocks & Schmidt 2.44 5.38 2.4 30

Mech. Lab Politecnico di Milano 2.43 5.5 2 46

(32)

2.3.3 Energia dissipada pelo absorsor

Os absorsores tˆem um papel importante na dissipa¸c˜ao de energia total do sistema. Para se proceder ao c´alculo deste valor ´e necess´ario conhecer inicialmente as propriedades dinˆamicas destes. Para isso s˜ao realizados testes experimentais recorrendo a um ”shaker”. Neste teste ´e imposto um deslocamento harm´onico no absorsor que cria uma for¸ca no ponto de liga¸c˜ao shaker-absorsor. A fun¸c˜ao que relaciona a amplitude da velocidade com esta for¸ca ´e chamada impedˆancia mecˆanica e ´e utilizada para o c´alculo da energia dissipada [Wolf et al., 2008]. A figura 2.10 mostra a magnitude de fun¸c˜oes impedˆancia para v´arias velocidades de deslocamento im-posto. Nesta figura ´e poss´ıvel observar um comportamento n˜ao linear, isto porque a impedˆancia ´e fun¸c˜ao da frequˆencia e da amplitude de velocidade imposta.

Figura 2.10: Fun¸c˜oes impedˆancia para v´arios valores de velocidades [Wolf et al., 2008]. A energia dissipada pode ent˜ao ser calculada utilizando as seguintes equa¸c˜oes [Vecchiarelli, 1997], [Wolf et al., 2008]. PD = 1 4T cwk 21− (h2+ g2) 1 + h2+ g2 D 2A D 2 , (2.10) onde h = sin 2kl 1(sin(2kl1+ 2γ sin α) sin2kl 1+ γ2+ 2γ sin kl1sin(kl1+ α) , (2.11) g = sin 2kl

1cos 2kl1+ γ2+ γ sin 2kl1sin α

sin2kl 1+ γ2+ 2γ sin kl1sin(kl1 + α) (2.12) k = 2πfr mL T , (2.13) cw= r T mL , (2.14) γ = T Zcw . (2.15)

Sendo k e cw o n´umero e a velocidade da onda, T a tens˜ao a que o condutor est´a sujeito,

Z o valor absoluto da impedˆancia, α a fase da impedˆancia, mL a raz˜ao massa comprimento do

(33)

2.4. Absorsores do tipo Stockbridge

2.3.4 Deforma¸c˜oes

Nas linhas de transmiss˜ao a´ereas a rigidez `a flex˜ao ´e muito pequena n˜ao tendo pois grande influˆencia no c´alculo dos modos e frequˆencias naturais de vibra¸c˜ao. Apesar disso, para o c´alculo das deforma¸c˜oes ´e preciso ter em conta este parˆametro [Hagedorn, 1982].

A express˜ao para o c´alculo das deforma¸c˜oes no condutor, em certos pontos de interesse, como no meio do v˜ao, nas suspens˜oes isoladoras e na sec¸c˜ao de liga¸c˜ao ao absorsor podem ser aproximadas pelas express˜oes utilizadas para o c´alculo de deforma¸c˜oes numa viga com rigidez `a flex˜ao EI, sendo a express˜ao geral,

ε(x, t) = d 2u

00(x, t), (2.16)

onde d ´e o diˆametro de flex˜ao, diferente do diˆametro do condutor. Isto devido `a sua estrutura complexa. Pode ser calculado pela seguinte express˜ao:

d = KsD, (2.17)

onde Ks´e o coeficiente de escorregamento que necessita de ser obtido por meios experimentais.

De acordo com [Wolf et al., 2008] a deforma¸c˜ao a meio do v˜ao ´e dada pela express˜ao εA= k2A

d

2, (2.18)

a deforma¸c˜ao nas suspens˜oes isoladoras ´e dada por,

εB = k A p2(1 + h2+ g2) r T EI d 2 s 1 + g2+ h2 sin2kl 1 + 4g cot kl1+ 2g(1− cot2kl1), (2.19)

e a deforma¸c˜ao na sec¸c˜ao de liga¸c˜ao do condutor com o absorsor por, εD = d 2kA q (b 1− c1)2+ (b2− c2)2 r T EI, (2.20) com:

b1 =− sin kl1− g cos kl1− h sin kl1, (2.21)

b2= cos kl1+ g sin kl1− h cos kl1, (2.22)

c1 = (1− g) cos2kl 1 sin kl1 + h cos kl1, (2.23) c2 = (1 + g) cos kl1+ h cos2kl 1 sin kl1 . (2.24)

2.4

Absorsores do tipo Stockbridge

O absorsor Stockbridge, figura 2.11, ´e o dispositivo mais utilizado no controlo das vibra¸c˜oes do tipo e´olico. Foi inventado em 1925 por George Stockbridge. Em geral s˜ao constitu´ıdos por duas massas r´ıgidas ligadas `as duas extremidades de um cabo composto por 7 a 19 fios de a¸co enrolados em h´elice. A liga¸c˜ao entre o absorsor e o condutor ´e assegurada por um grampo [Wagner et al., 1973]. Esta liga¸c˜ao permite que o deslocamento sofrido pelo condutor num dado ponto seja transmitido ao absorsor. As massas provocam a flex˜ao do cabo de a¸co, conhecido por

(34)

messenger, ocorrendo assim dissipa¸c˜ao de energia devido aos mesmos mecanismos presentes nos condutores, ou seja, devido `a fric¸c˜ao provocada pelo escorregamento relativo entre os v´arios cabos e pelo amortecimento metal´urgico. A dissipa¸c˜ao de energia acontece numa banda de frequˆencias pr´oxima da sua frequˆencia natural tomando valores m´aximos quando o absorsor ´e excitado com essa frequˆencia [Guedes et al., 2005]. Se a soma da energia dissipada pelo conductor e pelo absorsor Stockbridge for superior `a energia fornecida pelo vento, o condutor vibrar´a com menor amplitude e durante menos tempo.

Condutor

Engate

Massa

Cabo Messenger

Figura 2.11: Absorsor Stockbridge ligado ao condutor [Guedes et al., 2005].

A escolha das massas, do comprimento e da rigidez do cabo messenger a utilizar tem grande influencia no desempenho do dispositivo. Num absorsor sim´etrico, cada massa tem dois graus de liberdade idˆenticos, que correspondem ao primeiro e segundo modo de vibra¸c˜ao do absorsor. Para o primeiro modo ,figura 2.12.a), o deslocamento m´aximo surge na massa, enquanto que no segundo, devido `a rota¸c˜ao da massa, surge no cabo messenger, figura 2.12.b).

Absorsores assim´etricos possuem quatro modos de vibra¸c˜ao, aumentando a gama de frequˆen-cias a que podem dissipar energia.

(35)

2.4. Absorsores do tipo Stockbridge A escolha do absorsor e o local de liga¸c˜ao ao condutor tem elevada importˆancia. Para um funcionamento correto ´e necess´ario que a impedˆancia do absorsor seja muito pr´oxima da impe-dˆancia do condutor a ser protegido [Markiewicz, 1995]. A liga¸c˜ao ´e usualmente feita perto das suspens˜oes isoladoras como ´e mostrado na figura 2.13. Normalmente ´e escolhida uma distˆancia de l1≈λ/4, sendo λ o menor comprimento de onda com que o condutor responde. Isto garante

que o absorsor nunca estar´a acoplado num nodo de vibra¸c˜ao [Hagedorn, 1982].

Figura 2.13: Localiza¸c˜ao do absorsor no condutor [Vecchiarelli et al., 2000].

O absorsor Stockbridge exerce uma for¸ca e um momento concentrados no ponto de liga¸c˜ao com o condutor. Se as caracter´ısticas do absorsor n˜ao estiverem correctamente ajustadas `as caracter´ısticas dinˆamicas do condutor, a for¸ca e o momento aumentam de valor alterando o comportamento do condutor, podendo surgir deslocamentos demasiado elevados na vizinhan¸ca da liga¸c˜ao [Guedes et al., 2005].

A resposta do condutor ´e ent˜ao muito influenciada pelas caracter´ısticas dinˆamicas e pelo posicionamento do absorsor. No entanto, ambos, s˜ao temas que n˜ao foram completamente estudados.

A eficiˆencia de um absorsor pode ser medida de acordo com duas filosofias diferentes. Uma delas, recorrendo a m´etodos que se aproximam mais da realidade, onde ´e necess´ario testar o absorsor ligado ao condutor. Na segunda, recorrendo a um m´etodo, mais directo, onde o absorsor ´e ligado a um shaker que lhe imp˜oe somente um deslocamento vertical.

Existem trˆes normas que descrevem alguns dos procedimentos para a determina¸c˜ao das caracter´ısticas dinˆamicas de amortecedores de vibra¸c˜ao e de sistemas amortecidos, sendo elas:

• ”IEEE Guide on Conductor Self Damping Measurement”(IEEE Std. 563-1978);

• ”IEEE Guide on the Measurement of the Performance of Aeolian Vibration Dampers for Single Conductors”(IEEE Std. 664-1993);

• ”Requirements and tests for Stockbridge type aeolian vibration dampers”(IEC 61 897). A norma IEEE Std 664-1993 apresenta os quatro m´etodos falados anteriormente, auxiliando a padroniza¸c˜ao dos ensaios. Os m´etodos s˜ao conhecidos por [Miranda, 2014]:

(36)

• Inverse Standing Wave Ratio (ISWR) ou M´etodo da Velocidade Constante - Determina as caracter´ısticas de dissipa¸c˜ao de energia, com medi¸c˜oes de amplitudes nos n´os e anti-n´os em cada frequˆencia natural do cabo onde o absorsor ir´a atuar.

• Decay method ou M´etodo do Decaimento - Determina as caracter´ısticas de dissipa¸c˜ao de energia pela medi¸c˜ao da taxa de decaimento da amplitude de movimento, ap´os um per´ıodo de vibra¸c˜ao for¸cada a uma frequˆencia natural do sistema e uma amplitude de teste fixa. • Power method ou M´etodo da potˆencia - Neste ensaio s˜ao determinadas as caracter´ısticas

de dissipa¸c˜ao de energia de um absorsor por meio da medi¸c˜ao da for¸ca e da velocidade durante o per´ıodo de teste no ponto de fixa¸c˜ao ao shaker.

• Forced Response method ou M´etodo da Resposta For¸cada – Determina as caracter´ısticas de dissipa¸c˜ao de energia de um amortecedor por meio da medi¸c˜ao da for¸ca e da velocidade transmitida para um amortecedor que ´e montado diretamente sobre o shaker.

Segundo as normas, os m´etodos que recorrem ao condutor s˜ao os mais corretos, uma vez que se aproxima mais do objetivo, medir a energia que o absorsor dissipa estando ligado a um condutor. No entanto apresentam tamb´em alguns problemas relacionados com este m´etodo.

Estes testes definem o comportamento do sistema completo, n˜ao sendo poss´ıvel obter somente a parte relacionada com o absorsor. Fazer uma an´alise completa seria extremamente dif´ıcil, uma vez que existem muitas vari´aveis que teriam de ser analisadas, tornando os testes economicamente invi´aveis. Diferentes posi¸c˜oes e n´umeros de absorsores ao longo do condutor ou diferentes tipos de condutores s˜ao exemplos dessas vari´aveis.

Por outro lado, o teste do m´etodo da resposta for¸cada ´e mais f´acil e mais econ´omico, forne-cendo a informa¸c˜ao necess´aria [Diana et al., 2003]. Existindo as condi¸c˜oes necess´arias seria este teste que seria realizado nesta disserta¸c˜ao.

Este m´etodo determina a potˆencia dissipada atrav´es da medi¸c˜ao das velocidades do shaker e das for¸cas de excita¸c˜ao que o absorsor imp˜oe ao shaker, sendo o c´alculo realizado recorrendo `

a express˜ao (2.25):

P = 1

2F Vscos θv, (2.25)

onde P ´e a potˆencia dissipada, F a for¸ca de excita¸c˜ao, Vs a velocidade de excita¸c˜ao e θv o

ˆ

angulo de fase entre a for¸ca e a velocidade medidas no shaker.

A figura 2.14 ´e o resultado da equa¸c˜ao (2.25) e representa a potˆencia dissipada em fun¸c˜ao da frequˆencia de excita¸c˜ao para um absorsor do tipo Stockbridge com uma massa total de 5.99 kg.

A tabela 2.5 compara os v´arios m´etodos referidos na norma IEEE 664-1993.

No pr´oximo cap´ıtulo ser˜ao apresentados modelos anal´ıticos que prevˆeem a resposta do ab-sorsor.

(37)

2.4. Absorsores do tipo Stockbridge

Figura 2.14: Potˆencia dissipada de um amortecedor Stockbridge [Miranda, 2014].

Tabela 2.5: Compara¸c˜ao entre os v´arios m´etodos [Miranda, 2014].

M´etodo da M´etodo da M´etodo do M´etodo da

Velocidade Constante Potˆencia Decaimento Resposta For¸cada

Necess´ario sim sim sim n˜ao

condutor

Teste de discreto discreto discreto cont´ınuo

frequˆencia

Tempo de 8horas 4horas 4horas 30 minutos

ensaio

Principal evita problemas com recolha e an´alise ampla gama r´apida recolha

vantagem o formato de onda de dados direta de amplitudes de dados

Principal dificuldades em poss´ıveis erros dificuldades de n˜ao mede desvantagem medir amplitudes devido a perdas medi¸c˜ao com a influˆencia do

altos n´ıveis de condutor amortecimento

(38)
(39)

Cap´ıtulo 3

An´

alise dinˆ

amica do absorsor Stockbridge

Neste capitulo ser´a apresentado um modelo de um absorsor sim´etrico elaborado por [Wagner et al., 1973], de modo a perceber de que forma se comporta um absorsor Stockbridge real. Ser˜ao apresentadas equa¸c˜oes que possibilitam o c´alculo das frequˆencias naturais, dos fasores de deslocamento e da potˆencia dissipada no absorsor. Ser´a feita tamb´em uma valida¸c˜ao das equa¸c˜oes apresentadas.

De seguida, ainda neste cap´ıtulo, ser´a apresentado um programa de elementos finitos que permite uma aproxima¸c˜ao mais correta do problema, bem como a an´alise dinˆamica de absorsores assim´etricos.

3.1

Modelo Wagner - Absorsor Sim´

etrico

3.1.1 Equa¸c˜ao de movimento

[Wagner et al., 1973] come¸cou por analisar absorsores sim´etricos criando um sistema equi-valente com 2 graus de liberdade figura 3.1. O sistema apresenta uma mola sem massa (cabo messenger) e uma massa encastrada. Este modelo foi tamb´em utilizado por [Kalombo et al., 2012].

(40)

A equa¸c˜ao de movimento ´e dada por:

M¨x + C ˙x + Kx = C ˙y + Ky (3.1)

onde M ´e a matriz de massa, C a matriz de amortecimento, K a matriz de rigidez, e x e y os vetores de deslocamento.

A matriz M ´e composta por

m11= m, m12= m21= ml e m22= J = Jc+ ml2, (3.2)

sendo m o valor de uma das massas, l a distˆancia do centro de massa ao ponto de uni˜ao massa-cabo e Jc o momento de in´ercia no centro de massa.

Os elementos da matriz K:

k11= 4k, k12= k21= 2kL e k22=

4kL2

3 , (3.3)

sendo k o coeficiente de rigidez e L a distˆancia entre o encastramento e o ponto de uni˜ao massa-cabo.

Neste modelo existe uma rela¸c˜ao entre as for¸cas de amortecimento e as for¸cas el´asticas resultantes do deslocamento e da rota¸c˜ao da massa.

ωcij = µkij (3.4)

ou na forma matricial,

ωC = µK (3.5)

sendo µ o coeficiente de amortecimento hister´etico.

Utilizando esta rela¸c˜ao ´e criada uma nova matriz de rigidez que cont´em a parte respeitante ao amortecimento.

K*= K + iωC = K(1 + iµ) (3.6)

Rescrevendo (3.1), a equa¸c˜ao de movimento ´e dada por

M¨x + K*x = K*y. (3.7)

3.1.2 Frequˆencias naturais

Para o c´alculo das frequˆencias naturais n˜ao existe amortecimento, sendo que µ=0. ´E tamb´em necess´ario estar em regime livre, ou seja, y(t)=0.

M¨x + Kx = 0 (3.8)

A solu¸c˜ao da equa¸c˜ao (3.8) conduz a um problema de valores e vetores pr´oprios

[K− ω2M]· {x} = {0}. (3.9)

As frequˆencias naturais s˜ao calculadas resolvendo a seguinte equa¸c˜ao,

K− ω2M = 0, (3.10)

(41)

3.1. Modelo Wagner - Absorsor Sim´etrico ω1 =  h− a 2mρ 1/2 (3.11) e ω2 =  h + a 2mρ 1/2 (3.12) onde ρ = (r/l2), r =pJc/m, h = (1 + ρ)k11+ k22 l2 − 2k12 l , a 2 = h2 − 4ρl2(k11k22− k212)

3.1.3 Regime For¸cado-Resposta

Assumindo que a solicita¸c˜ao ´e do tipo harm´onica e apenas no grau de liberdade 1, y(t) =  y1 0  =  Y1eiωt 0  (3.13) as respostas do sistema ser˜ao do mesmo tipo, ou seja,

x(t) = ¯Xeiωt (3.14)

˙x(t) = iω ¯Xeiωt x(t) =¨ −ω2Xe¯ iωt (3.15)

com os fasores de resposta em deslocamento iguais a { ¯X} =X1e

X2eiβ



, (3.16)

onde X1 e X2 representam as amplitudes e γ e β as respectivas fases. Substituindo as

equa¸c˜oes (3.13), (3.14), (3.15) e (3.16) em (3.37), resolvendo e ap´os v´arias simplifica¸c˜oes feitas por [Wagner et al., 1973], os fasores de resposta em deslocamento s˜ao dados pelas express˜oes:

¯ X1 Y1 = (1 + iµ) 1 + iµ− S1η 2 (1 + iµ− η2)(1 + iµ− αη2) (3.17) e ¯ X2 Y1 = (1 + iµ) l −αη2S 2 (1 + iµ− η2)(1 + iµ− αη2), (3.18) onde η = ω ω1 , α = ω1 ω2 2 , S1 = α(1 + ρ)k11 mρlω2 1 , S2 = k12− lk11 mρlω2 2 .

(42)

As respostas anal´ıticas para os deslocamentos no grau de liberdade 1 e 2 s˜ao ent˜ao dadas por:

x1(t) = X1cos(ωt− γ) (3.19)

e

x2(t) = X2cos(ωt− β). (3.20)

3.1.4 For¸ca transmitida ao absorsor

A for¸ca total transmitida ao absorsor ´e composta por duas componentes, uma devido a for¸cas el´asticas e outra devido a for¸cas dissipativas, e ´e dada pela express˜ao 3.21.

F = 2m( ¨x1+ l ¨x2), (3.21)

onde o fator 2 ´e devido `as duas metades do absorsor. Substituindo os componentes da equa¸c˜ao 3.14 na equa¸c˜ao 3.21 e utilizando a equa¸c˜ao 3.16, a for¸ca harm´onica vem dada por:

F = F0eiωt=|F0|ei(ωt + φ), (3.22)

onde F0 ´e uma quantidade complexa,

F0= 2mω2(X1eiγ+ lX2eiβ). (3.23)

Substituindo as equa¸c˜oes dos fasores de resposta em deslocamento 3.17 e 3.18 na equa¸c˜ao 3.23, obt´em-se a amplitude da for¸ca transmitida ao absorsor.

F0 = h− a ρ η 2Y 1(1 + iµ) 1 + iµ− η2(S 1+ αS2) (1 + iµ− η2)(1 + iµ− αη2). (3.24)

[Wagner et al., 1973] representou a equa¸c˜ao obtida e comparou os resultados com os valores obtidos em ensaios experimentais. Testou um absorsor com as seguintes caracter´ısticas:

Tabela 3.1: Absorsor Stockbridge-propriedades. Propriedades m 2.74 kg Jc 0.01714 N m2 L 0.23 m l 0.048 m ρ 2.716 a 237× 103 N m−1 h 273× 103 N m−1 k11= 4k 31.4 N m−1 µ 0.16

(43)

3.1. Modelo Wagner - Absorsor Sim´etrico As frequˆencias naturais deste modelo podem ser calculadas recorrendo `as equa¸c˜oes (3.11) e (3.12). Os parˆametros da tabela 3.3 conduzem aos seguintes valores de frequˆencias:

ω1=  273× 103− 237 × 103 2× 2.74 × 2.716 1/2 = 49.184 rad/s, (3.25) e ω2=  273× 103+ 237× 103 2× 2.74 × 2.716 1/2 = 185.12 rad/s. (3.26)

Convertendo para Hertz, ω1 = 7.828 Hz e ω2 = 29.46 Hz.

Na figura 3.2 est˜ao representados o m´odulo dinˆamico |F0|/Y1 e a fase φ entre a for¸ca e o

deslocamento em fun¸c˜ao da frequˆencia. Compara tamb´em resultados obtidos experimentalmente com os calculados.

Figura 3.2: M´odulo dinˆamico e fase de um absorsor Stockbridge − − −,—— , anal´ıtico ◦, •, experimental [Wagner et al., 1973].

Apesar dos resultados experimentais comprovarem as equa¸c˜oes anteriores, existem alguns dados errados que impossibilitam a reprodu¸c˜ao deste gr´afico recorrendo ao MATLAB. Exemplo disso s˜ao valores dos parˆametros como a e h, vari´aveis dependentes do coeficiente de rigidez como mostram as equa¸c˜oes 3.11 e 3.12, que tomam valores diferentes se forem calculados pelas referidas equa¸c˜oes.

Por este motivo foram desenvolvidas novas equa¸c˜oes que ser˜ao apresentadas mais a frente.

3.1.5 Potˆencia dissipada pelo absorsor

Wagner apresenta tamb´em um modelo para a potˆencia dissipada no absorsor. Esta pode ser calculada tendo em conta somente os termos que dizem respeito ao amortecimento, ou seja, a matriz de amortecimento C e as velocidades ˙x e ˙y. Esta express˜ao pode ser escrita na forma matricial da seguinte forma,

D(t) = 2( ˙x− ˙y)TC( ˙x− ˙y), (3.27)

(44)

D(t) = 2µ ω  ˙ x1− ˙y1 ˙ x2 T K  ˙ x1− ˙y1 ˙ x2  , (3.28)

que depois de realizadas as opera¸c˜oes matriciais, conduz `a express˜ao para a potˆencia dissipada, D(t) = 2µ

ω [k11( ˙x1− ˙y1)

2+ 2k

12x˙2( ˙x1− ˙y1) + k22x˙22]. (3.29)

Integrando a equa¸c˜ao (3.29) no per´ıodo obt´em-se a express˜ao para a potˆencia dissipada por ciclo, P (ω) = 1

T Z T

0

D(t)dt, (3.30)

que ap´os a resolu¸c˜ao do integral e simplifica¸c˜ao leva a,

P (ω) = µωhk11 ¯X12+ Y2− 2 ¯X1Y cos(γ)



+ 2k12 X¯1X¯2cos(γ− β) − ¯X2Y cos(β) + k22X¯22

i

(3.31) A figura 3.3 representa a potˆencia dissipada por ciclo para o absorsor descrito anteriormente. Como foi referido, ´e poss´ıvel observar que o absorsor ´e mais eficiente quando est´a a ser excitado numa gama pr´oxima das suas frequˆencias naturais, neste caso pr´oxima dos 8 e dos 30 Hz.

(45)

3.2. Modelo Wagner - Valida¸c˜ao

3.2

Modelo Wagner - Valida¸

ao

Devido a algumas incoerˆencias no artigo [Wagner et al., 1973] optou-se por calcular as frequˆencias naturais e as respostas analiticamente, isto de forma a poder validar ou n˜ao as equa¸c˜oes que s˜ao apresentadas de uma forma muito trabalhada neste artigo.

3.2.1 Frequˆencias naturais

Partindo do problema de valores e vetores pr´oprios,

|K − ω2M| = 0 (3.32)

substituindo a matriz K e M pelos seus coeficientes,  k11− ω2m k12− ω2ml k12− ω2m k22− ω2J  = 0 (3.33)

ap´os a resolu¸c˜ao do determinante obt´em-se a equa¸c˜ao caracter´ıstica,

(mJ− m2l2)ω4+ (2mlk12− mk22− Jk11)ω2+ k11k22− k122 = 0 (3.34)

que conduz `as frequˆencias naturais do problema,

ω1 = s mk22+ Jk11−p(Jk11+ k22m− 2k12lm)2− 4(Jm − l2m2)(k11k22− k122 )− 2k12lm 2Jm− 2l2m2 (3.35) e ω2 = s mk22+ Jk11+p(Jk11+ k22m− 2k12lm)2− 4(Jm − l2m2)(k11k22− k122 )− 2k12lm 2Jm− 2l2m2 (3.36) com J = Jc+ ml2.

Ap´os a obten¸c˜ao das equa¸c˜oes (3.35) e (3.36) seguiu-se a valida¸c˜ao das equa¸c˜oes (3.11) e (3.12) apresentadas por [Wagner et al., 1973]. Devido `a diferente complexidade das equa¸c˜oes optou-se primeiramente por uma valida¸c˜ao num´erica recorrendo ao MATLAB e de seguida anal´ıtica atrav´es do MuPAD, sendo que em ambos os casos essa valida¸c˜ao foi conseguida.

Seguiu-se ent˜ao para o c´alculo das respostas.

3.2.2 Regime For¸cado-Resposta

Partindo da equa¸c˜ao de movimento,

M¨x + K*x = K*y, (3.37)

e substituindo as equa¸c˜oes (3.14) e (3.16) e pondo em evidˆencia ¯X obt´em-se,  −ω2mm11 m12 21 m22  + (1 + iµ)k11 k12 k21 k22  | {z } [Z]  ¯ X1 ¯ X2  | {z } ¯ {X} = (1 + iµ)k11Y1 k12Y1  | {z } {F} (3.38)

(46)

{ ¯X} = [Z]−1{F} (3.39) que resolvendo conduz aos fasores de deslocamento ¯X1 e ¯X2,

¯ X1 Y1 = ω 2(1 + iµ)(k 12m12− k11m22) + (1 + 2iµ− µ2)(k22k11− k212) |[Z]| (3.40) e ¯ X2 Y1 = ω 2(1 + iµ)(k 11m12− k11m11) |[Z]| (3.41) com, |[Z]| = ω4(m 11m22− m212) + ω2[k22m11(−1 − iµ) + k12m12(2 + 2iµ)]

+k11k22(1 + 2iµ− µ2) + k11m22(−1 − iµ) + k212(−1 − 2iµ + µ2)

As equa¸c˜oes obtidas s˜ao muito mais complexas do que as equa¸c˜oes (3.17) e (3.18). Tentou-se ent˜ao realizar a valida¸c˜ao num´erica. As equa¸c˜oes apresentaram resultados diferentes sendo que as obtidas apresentam valores mais coerentes do que as apresentadas por [Wagner et al., 1973], nomeadamente quando s˜ao utilizadas no c´alculo da potˆencia dissipada.

As respostas representadas nas figuras 3.4 e 3.5 foram obtidas com os valores utilizados por Wagner. Contudo, foi necess´ario alterar o valor da rigidez, por ser um valor muito baixo. Para esta representa¸c˜ao utilizou-se um coeficiente de rigidez k igual a 1600 N m−1, visto aparecer no artigo como valor para outro absorsor.

As figuras 3.4 e 3.5 s˜ao coerentes. As ressonˆancias ocorrem para as mesmas frequˆencias. Contudo, por n˜ao ser fornecido um gr´afico para as respostas, n˜ao existe forma de verificar se est˜ao corretos ou se pelo menos possuem o mesmo andamento. Segue-se ent˜ao para a for¸ca transmitida ao absorsor. 0 10 20 30 40 50 0 2 4 6 Hz X1/Y 1 0 10 20 30 40 50 0 50 100 150 200 Hz φ (deg)

(47)

3.2. Modelo Wagner - Valida¸c˜ao 0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 Hz X2/Y 1 0 10 20 30 40 50 −200 −100 0 100 200 Hz φ (deg)

Figura 3.5: Fasor de deslocamento para o grau de liberdade 2.

3.2.3 For¸ca transmitida ao absorsor

Para o c´alculo da for¸ca transmitida ao absorsor ´e necess´ario substituir as novas equa¸c˜oes (3.17) e (3.18) na express˜ao (3.23). Recorrendo ao MATLAB obteve-se gr´afico representado na figura 3.6. 0 10 20 30 40 50 0 2 4 6 8x 10 5 Hz F0 /Y 1 (N m −1 ) 0 10 20 30 40 50 0 50 100 150 200 Hz φ (deg)

Figura 3.6: M´odulo dinˆamico e fase de um absorsor Stockbridge.

Observando os gr´aficos das figuras 3.6 e 3.2 ´e poss´ıvel encontrar algumas semelhan¸cas. Tudo indica que as equa¸c˜oes obtidas est˜ao corretas. Os valores certamente que s˜ao diferentes, devido ao fato do absorsor analisado por Wagner possuir uma rigidez muito inferior `a que est´a a ser utilizada na representa¸c˜ao deste gr´afico.

(48)

3.2.4 Potˆencia dissipada pelo absorsor

Utilizando a equa¸c˜ao (3.31) da potˆencia dissipada pelo absorsor , e substituindo as equa¸c˜oes calculadas para os fasores de deslocamento (3.40) e (3.41) ´e poss´ıvel obter um novo gr´afico para potˆencia dissipada pelo absorsor, representada na figura 3.7.

O gr´afico da figura 3.7 mostra que o absorsor dissipa energia de uma forma eficiente quando entra em ressonˆancia. No entanto, quando se afasta dessa frequˆencia de excita¸c˜ao existe uma diminui¸c˜ao muito mais acentuada do que a presente no gr´afico da figura 3.3.

0 10 20 30 40 50 10−3 10−2 10−1 100 101 102 Hz Potência /W

Figura 3.7: Potˆencia dissipada por ciclo.

Concluindo este cap´ıtulo, ´e de assinalar que as figuras apresentadas por Wagner est˜ao cla-ramente corretas, os dados obtidos experimentalmente comprovam isso. No entanto, devido a erros, possivelmente tipogr´aficos, nos dados do Stockbridge ou nas equa¸c˜oes, n˜ao ´e poss´ıvel re-produzir novamente estes gr´aficos. Os gr´aficos obtidos com as equa¸c˜oes anal´ıticas desenvolvidas neste trabalho apresentam semelhan¸cas com os apresentados no artigo, o que me faz crer que as equa¸c˜oes est˜ao corretas. Todos eles apresentam picos nas ressonˆancias tendo estas sempre o mesmo valor, 14 Hz para a frequˆencia fundamental e 35 Hz para a frequˆencia do segundo modo de vibra¸c˜ao. A express˜ao (3.31) ser´a utilizada mais a frente para calcular a potˆencia dissipada pelos modelos experimentais.

(49)

3.3. Modelo de elementos finitos

3.3

Modelo de elementos finitos

O modelo de elementos finitos constitui um modelo mais preciso e rigoroso que permite considerar as propriedades distribu´ıdas de rigidez e de massa do cabo messenger, ao contr´ario do modelo discreto de Wagner.

Para o estudo do absorsor Stockbridge recorreu-se ao programa BaPMEF. Este programa possibilita a an´alise dinˆamica de absorsores sim´etricos e assim´etricos, permitindo a an´alise modal para determina¸c˜ao de frequˆencias e formas naturais e a an´alise em frequˆencia para calcular as fun¸c˜oes de resposta em frequˆencia e a transmissibilidade do sistema. As fun¸c˜oes transmissibili-dade tˆem grande importˆancia para o c´alculo da potˆencia do sistema, sendo estas obtidas pela parti¸c˜ao das equa¸c˜oes do m´etodo de elementos finitos.

Este programa permite tamb´em alterar os parˆametros do modelo com facilidade, sendo pos-s´ıvel fazer v´arias simula¸c˜oes em pouco tempo.

3.3.1 Fun¸c˜oes de transmissibilidade - Parti¸c˜ao das equa¸c˜oes do MEF

O programa BaPMEF permite a obten¸c˜ao das fun¸c˜oes de resposta em frequˆencia do tipo transmissibilidade. Nesta sec¸c˜ao s˜ao mostradas as equa¸c˜oes que permitem a obten¸c˜ao destas fun¸c˜oes.

Come¸cando pelo sistema de equa¸c˜oes diferenciais de movimento do modelo discreto,

[m]{¨u(t)} + [k] {u(t)} = {f(t)} (3.42)

onde [m] e [k] representam, respectivamente, as matrizes espaciais de massa e de rigidez, os vectores {u(t)} e {¨u(t)} o deslocamento e a acelera¸c˜ao respectivamente e o vector {f(t)} a excita¸c˜ao actuante no sistema.

Para uma excita¸c˜ao passiva sob a forma de um movimento s(t) imposto, a parti¸c˜ao da equa¸c˜ao matricial de movimento (3.42) no deslocamento imposto e nos graus de liberdade u(t) conduzem `a equa¸c˜ao matricial,

 mss msu mus muu   ¨ s(t) ¨ u(t)  +  kss ksu kus kuu  +  s(t) u(t)  =  f (t) 0  (3.43) Para um deslocamento imposto harm´onico,

s(t) = Sejωt (3.44)

a resposta estacion´aria e a for¸ca transmitida valem,

u(t) = ¯U ejωt (3.45)

fs(t) = ¯Fsejωt (3.46)

Substituindo (3.44), (3.45) e (3.46) nas equa¸c˜oes de movimento (3.43), obt´em-se,  mss msu mus muu   −ω2Sejωt −ω2U e¯ jωt  +  kss ksu kus kuu   Sejωt ¯ U ejωt  =  ¯ Fsejωt 0  (3.47) Factorizando ejωt vem,  −ω2  mss msu mus muu  +  kss ksu kus kuu   Sejωt ¯ U ejωt  =  ¯ F ejωt 0  (3.48)

(50)

Ap´os divis˜ao por ejωt obt´em-se o sistema de equa¸c˜oes alg´ebricas,  −ω2  mss msu mus muu  +  kss ksu kus kuu   S ¯ U  =  ¯ F 0  (3.49) Desenvolvendo a equa¸c˜ao matricial obtˆem-se as equa¸c˜oes,

− ω2mssS− ω2msuU + k¯ ssS + ksuU = ¯¯ Fs (3.50a)

− ω2musS− ω2muuU + k¯ usS + kuuU = 0¯ (3.50b)

A equa¸c˜ao matricial (3.50b) constitui um sistema de equa¸c˜oes alg´ebricas cuja solu¸c˜ao ´e o vector de fasores ¯U e pode reescrever-se na forma,

kuu− ω2muu

 ¯

U =− kus− ω2mus S (3.51)

A solu¸c˜ao do sistema de equa¸c˜oes (3.51) fornece o vector de fasores de cada grau de liberdade, sendo a amplitude e a fase dados, respectivamente, pela magnitude e argumento dos fasores,

¯ U = ¯

U1 U¯2 . . . U¯n

T

(3.52) Uma vez determinada a solu¸c˜ao ¯U , a partir de (3.50a) ´e ainda poss´ıvel determinar-se a for¸ca transmitida ao sistema pelo movimento imposto,

¯

Fs= ksu− ω2msu

 ¯

U + kss− ω2mss S (3.53)

As fun¸c˜oes de transmissibilidade do sistema podem ainda ser calculadas pela equa¸c˜ao 3.51 da seguinte forma, Trs(ω) = ¯ Ur S = −(kus− ω2mus (kuu− ω2muu) , (3.54)

sendo r o grau de liberdade da resposta e s o grau de liberdade da excita¸c˜ao.

3.3.2 Modelo Sim´etrico

Adoptando a simplifica¸c˜ao utilizada por [Wagner et al., 1973], o absorsor sim´etrico ser´a composto somente por metade do cabo messenger, possuindo uma extremidade encastrada e uma massa na outra extremidade como mostra a figura 3.8.

Figura 3.8: Esquema do modelo sim´etrico.

Para os v´arios testes o absorsor ser´a sempre discretizado por 50 elementos de viga Euler-Bernoulli, com o ´ultimo n´o carregado com uma massa Mce um momento de in´ercia concentrado

Jc, conforme se representa na figura 3.9.

Nas v´arias simula¸c˜oes ser˜ao variados os comprimentos do messenger e dos valores das massas e momentos de in´ercia concentrados.

(51)

3.3. Modelo de elementos finitos

Figura 3.9: Esquema do modelo em elementos finitos.

Simula¸c˜ao

Para adquirir alguma sensibilidade para a dinˆamica do absorsor e ilustrar a utiliza¸c˜ao do programa BaPMEF, apresenta-se um simula¸c˜ao para um absorsor sim´etrico onde o cabo mes-senger ´e materializado por um barra de sec¸c˜ao recta rectangular e cujas massas concentradas s˜ao materializadas por massas cil´ındricas localizadas nas extremidades da barra.

Antes da escolha das dimens˜oes da barra e das massas cil´ındricas foi elaborado um estudo onde se tentou compreender a influˆencia do comprimento da barra e da massa na frequˆencia fundamental do sistema. Variando a altura da massa cil´ındrica, o valor da massa e do momento de in´ercia s˜ao alterados, sendo o seu valor calculado da seguinte forma:

mc= r2 massaπ 2 lmassaρ (3.55) Jc= 1 4mcr 2 massa+ 1 12mcl 2 massa (3.56)

O gr´afico 3.10 foi obtido recorrendo ao MATLAB e tem como base o m´etodo da energia de Rayleigh. Representa a varia¸c˜ao da frequˆencia fundamental com o comprimento da barra, para trˆes valores de massas diferentes.

0.110 0.12 0.13 0.14 0.15 0.16 20 40 60 80 100 120 140 160 180 Lbarra /m Hz Mc= 0 M c= 0.0795 kg M c= 0.1060 kg

Figura 3.10: Varia¸c˜ao da frequˆencia fundamental com o comprimento da barra.

A frequˆencia fundamental depende do comprimento da barra. Ainda assim, quando existe uma massa concentrada as frequˆencias baixam e mantˆem-se quase constantes. O gr´afico 3.11 mostra a varia¸c˜ao das frequˆencias fundamentais com a massa concentrada para barras com trˆes comprimentos diferentes.

(52)

0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 M c /kg Hz Lbarra= 0.100 m L barra= 0.120 m Lbarra= 0.140 m

Figura 3.11: Varia¸c˜ao da frequˆencia fundamental com a massa concentrada. Observando estes dois gr´aficos conclui-se que:

• A massa concentrada tem grande influˆencia nos valores das frequˆencias fundamentais; • Com o aumento do valor da massa o comprimento da barra vai perdendo a influˆencia; Sendo assim para a primeira simula¸c˜ao foi escolhido a barra com metade do comprimento igual a 0.120 m e uma massa cil´ındrica com 0.06 m de altura, que apresenta a sua frequˆencia fundamental nos 19.27 Hz

As propriedades da barra s˜ao apresentadas na tabela 3.2 e as propriedades das massas apre-sentadas na tabela 3.3.

Tabela 3.2: Propriedades da barra. Data Ebarra 68 GP a bbarra 15× 10−3 m hbarra 2× 10−3 m Lbarra 120× 10−3 m ρ 2700 kg/m3

Tabela 3.3: Propriedades da massa cil´ındricas. Data

lmassa 60× 10−3 m

mc 79.5× 10−3 kg

Jc 2.6963× 10−5 N m2

• Frequˆencias e formas naturais de vibra¸c˜ao, figura 3.12;

Imagem

Figura 2.9: Valores para a fun¸c˜ ao f nc obtidos por v´ arios autores [Wolf et al., 2008].
Figura 2.10: Fun¸c˜ oes impedˆ ancia para v´ arios valores de velocidades [Wolf et al., 2008].
Figura 2.12: Modos de vibra¸c˜ ao de um absorsor sim´etrico [Kasap].
Figura 3.2: M´ odulo dinˆ amico e fase de um absorsor Stockbridge − − − ,—— , anal´ıtico ◦ , • , experimental [Wagner et al., 1973].
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Referências

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