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Ensino presencial ou a distância: avaliação do processo ensino aprendizagem em relação às dimensões aluno/conteúdo e aluno/aluno no ensino da Administração

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ISSN 2179-5037

Revista UNIABEU Belford Roxo V.5 Número 11 setembro- dezembro 2012

Ensino presencial ou a distância: avaliação do processo ensino

aprendizagem em relação às dimensões aluno/conteúdo e

aluno/aluno no ensino da administração

Rodrigo Barros Severo1 Lucimara Moro Stefanello2 Laércio André Gassen Balsan3 Vânia Medianeira Flores Costa4

RESUMO: Este estudo tem como objetivo identificar as percepções dos alunos de graduação em Administração, no ensino presencial e no ensino a distância, quanto às dimensões: aluno/aluno e aluno/conteúdo durante o processo de ensino aprendizagem. O estudo caracteriza-se por ser de natureza quali-quanti do tipo exploratório. Os resultados obtidos identificaram que os dois tipos de ensino atendem as necessidades dos alunos com relação aos constructos pesquisados. Verificou-se que os colegas exercem papel fundamental no processo de aprendizagem. Concluiu-se que nas duas metodologias, para maximizar o aprendizado do aluno, é necessário o desenvolvimento de aulas mais atrativas por meio de recursos lúdicos e, o principal, os professores devem demonstrar uma maior aplicação prática das teorias desenvolvidas durante as aulas.

Palavras-chave: Ensino presencial; Ensino a distância (EaD); Ensino– aprendizagem.

1

Mestre em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria. rodrigosevero@ibestvip.com.br

2

MBA em Recursos Humanos pela Uninter. lucimara75@hotmail.com

3

Mestre em Administração pela Universidade Federal de Santa Maria. laerciobalsan@yahoo.com.br

4

Doutora em Administração pela Universidade Federal da Bahia. Professora Adjunta do Departamento de Ciências Administrativas da Universidade Federal de Santa Maria, Coordenadora do Curso de Administração e Coordenadora do curso de Especialização em Gestão Pública Municipal/EaD vaniaflores2006@yahoo.com.br

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FACE OR DISTANCE EDUCATION: REVIEW OF EDUCATION IN

RELATION TO LEARNING STUDENT SIZE/CONTENT AND

STUDENT/STUDENT IN SCHOLL ADMINISTRATION

ABSTRACT: This study aims to identify the perceptions of undergraduate students in Business Administration in classroom teaching and distance learning, about the size, student/student and student/content during the process of teaching and learning. The study is characterized by qualitative and quantitative nature of the exploratory type. The results show that the two types of education meet the needs of students with respect to the constructs studied. It was found that peers play a key role in the learning process. It was concluded that in the two methodologies, to maximize student learning, it is necessary to develop lessons more attractive through recreational resources, and the principal, teachers must demonstrate a greater practical application of theories developed during the lessons.

Keywords: Classroom teaching; distance education (DE); teaching–learning.

1 INTRODUÇÃO

A sociedade mundial vem passando, nos últimos tempos, por constantes desafios e evoluções impostas pelos avanços tecnológicos. Diante disso, pode-se dizer que essas evoluções a transformaram em uma sociedade baseada na informação, cujo requisito fundamental é o conhecimento. Schön (2000) ensina que o mundo atual exige um indivíduo polivalente, preparado cognitivamente, competente para prever e resolver problemas. Nesse sentido, o processo de educação, por meio da integração de professores e alunos, permite que o indivíduo transforme sua vida em processos permanentes de aprendizagem (MORAN, 2000).

Ao invés de imaginar a formação superior como estágio final frente à vida profissional, a busca por uma educação permanente é requisito fundamental à sobrevivência do indivíduo nesse novo contexto (SVEIBY, 1998).

De acordo com o autor, essa busca por uma educação permanente está alinhada com as novas tecnologias, sendo que o domínio dessas tem sido considerado um dos aspectos fundamentais para a atuação profissional.

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Mais especificamente na educação universitária, a utilização de recursos informatizados têm-se propagado progressivamente nos mais diferentes campos do saber (SERPA, 2012). Para se ter uma ideia, no Brasil, o número de matrículas no ensino superior está crescendo, e um dos fatores que vem contribuindo para esse crescimento foi a utilização das novas tecnologias e novos formatos de cursos. Ao observar a trajetória do número de matrículas na Educação Superior, fica evidente o destaque do crescimento dos cursos na modalidade à distância (INEP, 2010).

Entre 2003 a 2006, a educação a distância cresceu aproximadamente 571%, sendo marcante o expressivo aumento do número de alunos matriculados no período: 371% (INEP, 2009). Os dados da Abraed (2008) indicam que na educação superior foram oferecidas 813.550 vagas. Nas instituições federais, o número de alunos em 2004 era de 159.366 e em 2007 saltou para 727.657, um incremento de 356%.

Mesmo com esse crescimento, segundo Serpa (2012), na educação universitária, a educação a distância é ainda um campo relativamente novo e com poucas experiências, constituindo-se em um desafio para construir uma educação que realmente seja transformadora. As novas tecnologias apresentam-se como uma alternativa para a democratização e melhoria da educação, mas, ao mesmo tempo, trazem novos desafios e questionamentos a serem enfrentados pelos professores e demais profissionais envolvidos no processo (SERPA, 2012). Santos (2000) coloca que é importante a realização de uma análise a respeito das vantagens e desvantagens que o EaD pode ter.

Assim sendo, surgiu o seguinte problema de pesquisa: Será que o ensino a distância, com todas suas práticas inovadoras, apresenta a mesma efetividade que o ensino presencial na formação de graduandos em administração? Diante dessa problemática, a presente pesquisa, de caráter exploratório, teve como objetivo identificar as percepções dos alunos de graduação em Administração, no ensino presencial e no ensino a distância, quanto às dimensões aluno/aluno e aluno/conteúdo durante o processo de ensino aprendizagem.

2 CONCEITUALIZAÇÃO, HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO ENSINO A DISTÂNCIA (EaD).

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Belloni (2001) esclarece que Ensino a Distância (EaD) é uma modalidade utilizada para transmitir conhecimentos, habilidades e atitudes, que se caracteriza pelo uso intensivo de meios técnicos, especialmente para disseminar material, o que torna possível instruir um grande número de alunos geograficamente dispersos, ao mesmo tempo. Para Almeida (2003), na educação a distância o aprendizado pode se realizar pelo uso de diferentes meios (correspondência postal ou eletrônica, rádio, televisão, telefone, fax, computador e internet). O EaD tende a se tornar, cada vez mais, um elemento regular dos sistemas educativos, uma vez que possibilita a individualização do estudo e respeita o ritmo do aluno, que poderá repetir uma atividade ou interrompê-la para retomar em outro momento (BELLONI, 2001; CASTRO e FERREIRA, 2006).

O e-Learning, por sua vez, é uma modalidade de educação a distância que vem despontando como tendência atual de treinamento, aprendizagem e formação continuada. Essa modalidade possui suporte via internet e se desenvolveu a partir de necessidades de empresas relacionadas com o treinamento de seus funcionários, cujas práticas estão centradas na seleção, organização e disponibilização de recursos didáticos provenientes de várias fontes de informação visando incorporar práticas voltadas ao desenvolvimento de competências por meio da interação e colaboração entre os aprendizes (ALMEIDA, 2003).

De acordo com Litwin (2001), o ensino a distância possui cinco gerações. A primeira geração, segundo Sherron (1997), iniciou-se via papel impresso, ganhando, anos mais tarde, a participação do rádio e da televisão. De acordo com Maia e Mattar (2007), surge, na sequência, o uso de vídeo, fitas cassetes, televisão e fax. Posteriormente, Sherron (1997) explica que a terceira geração, compreendida entre 1985 e 1995, já conta com o uso da internet e as aulas são transmitidas aos alunos por meio de correio eletrônico, sessões de chat, entre outros. A quarta e a quinta geração, que inicia em 1995 até os dias atuais, para Moore e Kearsley (2008), é a junção de altos equipamentos de comunicação usados com a internet, animações, respostas automatizadas, ambientes em 3D, áudio e vídeos.

De acordo com Santos (2000), o ensino EaD apresenta diversas vantagens, que se caracterizam pela flexibilidade, que têm propiciado ao permitir que a informação seja trocada de maneira veloz e eficiente superando as barreiras geográficas e permitindo uma maior disponibilidade e ritmos de estudo diferenciados

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aos alunos. Em relação às desvantagens do ensino EaD cita-se, de acordo com Morilhas (2009), a falta de disciplina para manter os estudos constantes, o desconhecimento por parte de quem ministra e legisla o EaD, carências de recursos tecnológicos, bem como a aceitação. O autor ainda menciona “a necessidade de criar uma cultura de reconhecimento do EaD como uma modalidade de ensino de qualidade, capaz de atender a todos os níveis de escolaridade”, com isso criando uma convergência entre o ensino a distância e o ensino presencial. Por fim, de acordo com Santos (2000), o EaD não proporciona uma relação humana entre aluno/professor, não existindo a possibilidade de o educador lidar com imprevistos, o que dificulta a motivação dos alunos.

O processo ensino-aprendizagem se dá na interação entre professor e aluno, aluno e aluno e destes com o mundo. Vygotsky (1987) ressalta que durante o ensino existe uma troca mútua. Para o autor, os professores devem construir percursos baseados em ações conjuntas e em interações entre os sujeitos.

Para Perrenoud (2000), a escola passa a ser um lugar onde o educando tem direito a ensaios e erros, onde expõe suas dúvidas, explicita seus raciocínios e toma consciência de como se aprende, permitindo tornar visíveis os processos, os ritmos e os modos de pensar e de agir. A aprendizagem inclui projetos de situações-problema, que fazem com que o aluno participe em um esforço coletivo para elaborar um projeto e construir novas competências.

Para Calabresi (2011), a nova visão da relação entre o professor, o aluno e o conhecimento é preconizada pela percepção construtivista sociointeracionista e possui característica fundamental entre os três participantes. Entretanto, para Moretto (2003), a primeira relação interativa ocorre entre o aluno e o conhecimento socialmente construído, sendo o conhecimento um conjunto de verdades relativas, resultado das representações que o homem elaborou ao longo de sua história, com relação ao mundo físico e social em que vive. Na abordagem construtivista, o indivíduo aprende quando consegue apreender um conteúdo e formular uma representação pessoal de um objeto ou realidade. Conforme Calabresi (2001), esse processo é determinado por experiências, interesses e conhecimento previsto. Perrenoud (2001) salienta que os saberes adquiridos são constantemente remanejados, reestruturados pelas novas experiências, e o tempo de aprendizagem não se confunde com o tempo de ensino.

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Gil (2010) corrobora a visão de Lakomy (2008) quando afirma que o papel do professor no processo de aprendizagem construtivista não é o de ensinar, mas de ajudar o estudante a aprender.

3 MÉTODO

Esta pesquisa caracteriza-se como sendo quali-quanti do tipo exploratória. Para atingir os objetivos delineados foi necessário superar várias etapas relevantes para sua adequada execução. A primeira etapa incidiu no levantamento de subsídios teóricos necessários para o embasamento sobre avaliação, tecnologias e métodos de ensino. A segunda etapa correspondeu à escolha do modelo de avaliação que foi utilizado para avaliar os alunos submetidos ao processo de ensino-aprendizagem presencial e ao processo a distância.

A terceira fase, coleta dos dados, realizou-se por meio de uma entrevista semi-estruturada com os alunos, para que esses pudessem relatar suas experiências. Essa fase ocorreu com uma amostra não probabilística similar de 32 alunos, sendo 16 alunos do curso de Administração a distância do convênio entre a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e 16 alunos do curso de Administração presencial da UFSM. A amostragem do tipo mais similar ou mais diferente (most similar/dissimilar cases), segundo Freitas et al. (2000), ocorre quando os sujeitos são escolhidos por representarem uma situação similar ou muito diferente. No caso desta pesquisa, muito similar.

Para a entrevista, utilizou-se um modelo de Avaliação de Reação do EaD adaptado de Bueno (2003), cujo objetivo foi avaliar a satisfação dos alunos em relação ao tipo de ensino a que foram submetidos.

A análise dos dados foi a quarta fase da pesquisa. Os resultados encontrados foram obtidos a partir da análise de conteúdo seguindo os ensinamentos de Bardin (1977). As verbalizações dos sujeitos foram transcritas e classificadas segundo dois construtos - “relação entre aluno e conteúdo” e “relação entre alunos” -, cujas variáveis são apresentadas no Quadro 1.

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CONSTRUTOS 1- RELAÇÃO ENTRE ALUNO E CONTEÚDO

Variável 1 Categorias Observações

A forma de apresentar o conteúdo

Satisfatório - Sem dúvidas para entendimento de conteúdo.

Regular - Não foi satisfatória

Insatisfatório - Deixa dúvidas para seu entendimento.

Variável 2 Categorias Observações

A absorção das informações

Sim - Absorção de informações transmitidas. Não - Não absorvem informações transmitidas. Em parte - Absorvem informações em parte.

Variável 3 Categorias Observações

A participação do Aluno Ativa - Em discussões, opiniões.

Passiva - Sem participação de discussões e opiniões.

CONSTRUTO 2 – RELAÇÃO ENTRE ALUNOS

Variável 1 Categorias Observações

Influência no aprendizado Sim - Influenciam Não - Não influenciam

Variável 2 Categorias Observações

Influência no interesse pelo assunto

Sim - Influenciam Não - Não influenciam

Variável 3 Categorias Observações

Oportunidade para aplicar o conhecimento

Existiu - Conseguem vislumbrar oportunidades de aplicação prática.

Não existiu - Não conseguiram vislumbrar oportunidades de aplicação prática.

Quadro 1: Modelo de avaliação.

Fonte: Desenvolvida pelos autores, com base em Bueno (2003).

Por fim, após as duas primeiras etapas descritas por Bardin (1977), quais sejam, análise prévia e análise exploratória, realizou-se o tratamento dos resultados por meio de técnicas descritivas de análise. Para tanto, os dados categorizados foram transformados em banco de dados do SPSS for Windows (Statistical Package

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4 RESULTADOS

O primeiro construto analisado refere-se à relação entre aluno e conteúdo, cujas variáveis analisadas foram: “forma de apresentação do conteúdo”, “participação do aluno” e “absorção das informações”.

Em relação à variável “forma de apresentação do conteúdo”, os alunos responderam à seguinte pergunta: Qual sua opinião quanto à forma do conteúdo do curso que foi apresentado?

Na Figura 1, ilustram-se quais foram as posições dos alunos.

Figura 1: Forma de apresentação do conteúdo. Fonte: Dados da pesquisa.

Percebe-se que o ensino presencial se sobressai em relação ao ensino a distância. A maioria dos alunos da turma presencial considera satisfatória a forma com que o conteúdo do curso foi apresentado. Os alunos do curso presencial, que julgaram o curso satisfatório, enalteceram a forma diversificada com que os conteúdos são expostos durante o curso. Por outro lado, existem alunos do curso presencial que se demonstraram insatisfeitos e reclamaram da falta de aplicação

68,42 15,79 15,79 28,57 33,33 38,1 0 10 20 30 40 50 60 70 80

Satisfatório

Regular

Insastisfeito

Presen cial

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prática e da falta de interdisciplinaridade. Já o curso a distância, nesta variável, apresentou resultados mais dispersos, mostrando um alto nível de insatisfação com a forma como o conteúdo a distância foi apresentado. Além disso, os alunos do curso a distância se mostraram insatisfeitos com a quantidade de leitura que tiveram no decorrer do curso e com o pouco tempo para absorção dessas leituras.

A segunda variável - “a absorção das informações” - foi explorada por meio de duas perguntas: “Você considera que tenha conseguido absorver o conteúdo transmitido durante a disciplina?” e “Defina como foi esse processo de interação com o conteúdo?”.

Na Figura 2, apresentam-se resumidamente os resultados com relação à absorção do conteúdo.

Figura 2: Absorção das informações. Fonte: Dados da pesquisa.

Os resultados encontrados demonstram que, tanto no ensino presencial como no a distância, os alunos, em sua grande maioria, conseguiram absorver os conteúdos transmitidos durante as disciplinas. O que chama a atenção, com relação a esse quesito, é a consciência dos estudantes com relação ao seu papel fora da sala de aula ou fora do ambiente virtual de aprendizagem. Quanto às interações entre aluno e conteúdo, os alunos citaram como recursos interativos mais importantes os elencados no Quadro 2.

Alunos do Curso presencial Alunos do Curso EaD

Leituras; Aulas expositivas; Complementares; Revisões; Pré-prova; Debates em sala de aula; Estudos de caso; Datashow.

Materiais impressos; Chats; Vídeos; Fóruns de discussão; Exercícios em grupo através da plataforma de ensino.

Quadro 2: Recursos interativos citados pelos alunos. Fonte: Dados da pesquisa.

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A variável 3 - “participação do aluno” – teve por objetivo verificar se o aluno foi participativo com relação ao conteúdo. Nesse levantamento, os alunos foram questionados da seguinte forma: “Como foi sua participação neste processo de ensino-aprendizagem?”. Na Figura 3, são apresentados os resultados encontrados.

Figura 3: A participação do aluno. Fonte: Dados da pesquisa.

Observa-se que os resultados encontrados indicam que os alunos do ensino presencial, em sua maioria (66,67%), agem de uma forma pró-ativa. Com relação ao EaD, todos os alunos (100%) participam ativamente das aulas. Siqueira (2003) comenta que, se o aluno não tiver a consciência de que deve agir ativamente durante as disciplinas, o aprendizado dele se tornará falho.

Além disso, perguntou-se aos alunos se teriam alguma sugestão de melhoria para o curso do qual eles fazem parte. No Quadro 3 são apresentadas as principais sugestões elencadas.

SUGESTÕES

Ensino Presencial EaD

Recursos visuais mais atrativos. Utilização de videoconferência.

Maior participação em eventos. Aumento no número dos encontros presenciais.

Maior aplicação prática das teorias desenvolvidas em sala de aula.

Mais tempo para as disciplinas serem trabalhadas.

Aulas mais dinâmicas com utilização de

data-show.

Diminuir o número de leituras, tentando alguns recursos mais atrativos como vídeos, animações.

Mais atividades em grupo, mais seminários. Apostilas que sejam autoexplicativas. Quadro 3: Sugestões dos alunos.

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Fonte: Dados da pesquisa.

Na análise do segundo construto – relação entre alunos - avaliaram-se as seguintes variáveis: “Influência no aprendizado”, “Influência no interesse pelo assunto” e “Oportunidade para aplicar o conhecimento”.

Em relação à variável “Influência no aprendizado”, verificou-se se os colegas tiveram alguma influência no processo de aprendizagem. Para tanto, foi feito o seguinte questionamento: “Seus colegas ajudaram você no seu processo de aprendizagem? De que forma?”.

Na Figura 4, ilustram-se os resultados obtidos nas respostas dos alunos.

Figura 4: Influência no aprendizado. Fonte: Dados da pesquisa.

De acordo com os alunos do curso a distância, seus colegas ajudaram a aprimorar o processo de aprendizagem. Muitos alunos disseram que, sem a presença dos colegas, não seria possível o entendimento do conteúdo devido às poucas interações com tutores. Alguns alunos disseram que os colegas foram fator determinante para o aprendizado. No ensino presencial, uma porcentagem pequena de alunos acredita que os colegas não influenciaram no aprendizado (21,06%); porém, sua grande maioria (78,94%) acredita que os colegas sempre auxiliam e geram pontos de reflexões importantes.

Na variável 2 - “Influência no interesse pelo assunto” – procurou-se identificar se os colegas ajudaram de alguma forma a aumentar o interesse do aluno pelo assunto tratado em aula. Por meio da Figura 5, observa-se que a imensa maioria dos alunos acredita que os colegas influenciam de alguma forma no interesse pelo assunto ministrado.

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Figura 5: A influência no interesse pelo assunto. Fonte: Dados da pesquisa.

Os alunos dos dois tipos de ensino afirmam que os colegas sempre ajudam a motivá-los por algum assunto em comum, produzindo discussões interessantes e instigantes. A porcentagem dos alunos que acreditam ser motivados por colegas ficou muito próxima entre os dois tipos de ensino, sendo 73,68% do presencial e 77,78% do EaD.

A variável 3 - “Oportunidade para aplicar o conhecimento” - avaliou se o aluno encontrou alguma possibilidade de aplicação prática do conhecimento aprendido. Os resultados demonstraram que a maioria dos alunos não encontrou nenhuma possibilidade de aplicação prática dos conteúdos aprendidos. A Figura 6 representa os resultados obtidos.

Figura 6: Oportunidade para aplicar o conhecimento. Fonte: Dados da pesquisa.

O curso presencial foi o que apresentou os piores índices com relação a essa variável. Muitos alunos (61,11%) acreditam que o curso não propicia nenhum momento de aplicação prática dos conhecimentos transmitidos em sala de aula. Os alunos não enxergam nenhuma ligação entre a teoria e o meio organizacional,

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impedindo que eles, juntamente com os colegas, vislumbrem as aplicações práticas para o conteúdo visto em aula. De acordo com os alunos em EaD (41,18%), a grande quantidade de leituras impede que a prática seja explorada em discussões entre os colegas.

4 CONCLUSÃO

Com o objetivo de identificar as percepções dos alunos de graduação em Administração, no ensino presencial e no ensino a distância verificou-se que em ambos os tipos de ensino a relação entre aluno e conteúdo e a relação entre alunos são bem exploradas atendendo as necessidades dos alunos. Contudo, os alunos do ensino presencial se mostraram mais satisfeitos com relação aos conteúdos transmitidos em suas aulas do que os alunos do ensino a distância. Os últimos criticaram a forma como o conteúdo é transmitido e sugeriram que o conteúdo fosse passado de uma forma mais diversificada não se detendo apenas à tradicional leitura de livros.

Verificou-se que em ambos os tipos de ensino os colegas são fundamentais para o processo de aprendizagem. Quanto às práticas pedagógicas adotadas pelos professores, as que se mostraram mais atrativas para os alunos são aquelas que trazem um maior dinamismo para a transmissão das informações como, por exemplo, no ensino presencial, a utilização de data-show, dinâmicas em grupos, estudos de casos, e debates. Os exemplos para o EaD são um pouco diferentes, mas também seguem a linha do dinamismo. No EaD as melhores práticas pedagógicas aconteceram quando os professores utilizaram recursos audiovisuais como vídeos e animações. Além disso, em ambos os tipos de ensino, os professores devem demonstrar uma maior aplicação prática das teorias desenvolvidas durante as aulas.

Por fim, este estudo apresenta limitações próprias do estudo exploratório. Sugere-se, assim, um aprofundamento por meio de uma triangulação de informações, que venham de observações dos docentes e aluno. Outro limitador da pesquisa é o fato de estudos comparativos nessa área serem muito incipientes, não existindo uma vasta literatura com modelos de avaliação consolidados que propiciem a comparação entre os dois métodos de ensino.

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Recebido em 21 de agosto de 2012 Aceito em 9 de setembro de 2012

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Figura 1: Forma de apresentação do conteúdo.
Figura 2: Absorção das informações.
Figura 3: A participação do aluno.
Figura 4: Influência no aprendizado.
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