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Educação alimentar e nutricional: Um estudo de caso em escola municipal de educação infantil de Balsas- MA / Food and nutrition education: A case study in a municipal early childhood school in Balsas – MA

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 7, p. 51578-51590 jul. 2020. ISSN 2525-8761

Educação alimentar e nutricional: Um estudo de caso em escola municipal de

educação infantil de Balsas- MA

Food and nutrition education: A case study in a municipal early childhood

school in Balsas – MA

DOI:10.34117/bjdv6n7-705

Recebimento dos originais: 03/06/2020 Aceitação para publicação: 27/07/2020

Nayka Uga Ferreira da Cruz Ataides

Graduanda em Agronomia pelo Centro de Estudos Superiores de Balsas- CESBA. Instituição: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA/CESBA).

Endereço: Praça Gonçalves Dias, s/n, Centro, Balsas - MA, 65800-000. E-mail: naykaataides26@gmail.com

Adriana Araujo Diniz

Doutora em Agronomia pela Universidade Federal da Paraíba- UFPB e professora Adjunta II do Centro de Estudos Superiores de Balsas- CESBA.

Instituição: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA/CESBA). Endereço: Praça Gonçalves Dias, s/n, Centro, Balsas - MA, 65800-000.

E-mail: adrisolos2016@gmail.com

Antonio Santana Batista de Oliveira Filho

Mestrando em Agronomia (Produção Vegetal) pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – FCAV.

Instituição: Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP/FCAV). Endereço: Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castelane, s/n - Vila Industrial, Jaboticabal, SP,

14884-900

E-mail: a15santanafilho@gmail.com

Nildo da Silva Dias

Doutor em Agronomia pela Universidade de São Paulo - USP/ESALq, professor Associado IV do Departamento de Ciências Agronômicas e Florestais (UFERSA) e Bolsista de Produtividade em

Pesquisa - Nível 1A.

Instituição: Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).

Endereço: Rua Francisco Mota, 572 - Pres. Costa e Silva, Mossoró - RN, 59625-900 Email: nildo@ufersa.edu.br

Myrelly Nazaré Costa Noleto

Graduanda em Agronomia pelo Centro de Estudos Superiores de Balsas- CESBA. Instituição: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA/CESBA).

Endereço: Praça Gonçalves Dias, s/n, Centro, Balsas - MA, 65800-000. E-mail: myrellynoleto11@gmail.com

Francisco de Oliveira Mesquita

Doutor em Manejo de Solo e Água pela Universidade Federal Rural do Semiárido – UFERSA e Pesquisador do Instituto Nacional do Semiárido – INSA.

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 7, p. 51578-51590 jul. 2020. ISSN 2525-8761 Instituição: Instituto Nacional do Semiárido - INSA

E-mail: mesquitaagro@yahoo.com.br

Tatiane Scilewski da Costa Zanatta

Doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) e professora Adjunta I do Centro de Estudos Superiores de Balsas- CESBA.

Instituição: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA/CESBA). Endereço: Praça Gonçalves Dias, s/n, Centro, Balsas - MA, 65800-000.

E-mail: sctatiane@gmail.com

Leandra Matos Barrozo

Doutora em Agronomia pela Universidade Federal da Paraíba- UFPB e professora Adjunta II do Centro de Estudos Superiores de Balsas- CESBA.

Instituição: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA/CESBA). Endereço: Praça Gonçalves Dias, s/n, Centro, Balsas - MA, 65800-000.

E-mail: leandrabarrozo1@gmail.com

RESUMO

A educação alimentar e nutricional envolve a percepção quanto aos hábitos alimentares saudáveis, a segurança nutricional e o combate ao desperdício de alimentos. Esta se constitui, muitas vezes, em um processo de reeducação que, deve ser iniciado desde a infância com a participação integrada entre educadores e, especialmente da família. A alimentação saudável e nutricionalmente equilibrada contribui para o desenvolvimento das crianças no que concerne a melhor qualidade física e mental. Deste modo, um estudo de caso foi desenvolvido na Escola Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora das Graças em Balsas, Maranhão para investigar a percepção das crianças do ensino fundamental I, quanto aos hábitos alimentares saudáveis, segurança nutricional e a importância de evitar o desperdício de alimentos. Além disso, foi realizado ações de intervenções para reeducação dos hábitos alimentares das crianças com foco nos alimentos seguros e saudáveis na alimentação diária. A metodologia participativa foi utilizada, incluindo atividades dinâmicas com a temática alimentação saudável como, leituras com ilustrações, exibição de vídeos de desenho animado, brincadeiras/músicas que instigavam a imaginação das crianças para despertar o interesse delas sobre o assunto. Na pesquisa, procurou-se estabelecer a troca de experiências entre o saber das crianças e o científico. Os resultados evidenciam que os alunos demostram interesse no tema trabalhado, possivelmente, devido a metodologia interativa e lúdica, facilitando o processo de ensino-aprendizagem. É perceptível as mudanças nos hábitos alimentares das crianças na escola, principalmente no consumo de alimentos saudáveis. No final do projeto é notável a compreensão dos alunos quanto a importância de alimentar-se bem e, principalmente, evitar os desperdícios.

Palavras-chave: Mediação de leitura, Alimentação em foco, Segurança alimentar e nutricional. ABSTRACT

Food and nutrition education involves the perception of healthy eating habits, nutritional security and combating food waste. This often constitutes a process of re-education that must be started from childhood with integrated participation between educators and, especially, the family. A healthy and nutritionally balanced diet contributes to the development of children with regard to better physical and mental quality. Thus, a case study was developed at the Municipal School of Early Childhood Education Nossa Senhora das Graças in Balsas, Maranhão to investigate the perception of elementary school children regarding healthy eating habits, nutritional security and the importance

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of avoiding waste of food. In addition, intervention actions were carried out to re-educate children's eating habits with a focus on safe and healthy foods in their daily diet. The participatory methodology was used, including dynamic activities with the theme healthy eating, readings with illustrations, exhibition of cartoon videos, games / songs that instigated the children's imagination to arouse their interest on the subject. In the research, we sought to establish an exchange of experiences between children's knowledge and that of science. The results show that the students show interest in the theme worked, possibly due to the interactive and playful methodology, facilitating the teaching-learning process. It is noticeable the changes in children's eating habits at school, especially in the consumption of healthy foods. At the end of the project, students' understanding of the importance of eating well and, especially, avoiding waste is remarkable.

Keywords: Mediation of reading, Food in focus, Food and nutritional security. 1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis da criança é formado a partir da educação nutricional que ela recebe, sejam nos ambientes; familiar, comunitário e educacional (Santos; Silva; Pinto, 2018). O desenvolvimento de tecnologias tem beneficiado a indústria alimentícia com relação a longevidade e praticidade dos alimentos industrializados. Entretanto, este setor está aliado a diversos anúncios e propagandas de alimentos que fazem mal a saúde, com formas que despertam o interesse e atenção, principalmente do público infantil (Moreira & Strieder, 2019). O crescente aumento do sedentarismo da maioria da população e consumo excessivo de alimentos gordurosos, contribui para a obesidade (Serra et al., 2018) e doenças cardiovasculares (Oliveira et al., 2015). Devido a alta ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis, desse modo tornando-se necessário políticas públicas e ações voltadas para a reeducação alimentar em todas as faixas etárias, principalmente nas primeiras fases da vida (Santos & Ribas, 2018).

É importante sensibilizar as crianças em relação a importância da alimentação correta e seus benefícios à qualidade de vida a fim de evitar problemas de saúde (Zompero, 2015). Este fato, exige mudanças precoces comportamentais e de hábitos alimentares (Silva & Barrato, 2015). A escola é o ponto chave, sendo um dos ambientes mais adequados para o tema ser abordado e trabalhado (Dias et al., 2015), pois no ambiente escolar, a educação alimentar agrega várias ações e abordagens pedagógicas (Triches, 2015) com o intuito de dialogar e possibilitar a reflexão dos elementos alusivos à alimentação saudável (Prado et al., 2016).

A partir do uso de metodologias atrativas sobre educação alimentar, é possível construir o conhecimento sobre o tema e, consequentemente, promover as mudanças dos hábitos alimentares dos sujeitos (Lopes et al., 2019). Considerando que, nas séries iniciais de ensino básico o aprendizado da leitura, pode-se associar a prática da leitura, introduzida diariamente, como um dos instrumentos que levem aos conhecimentos das crianças a consumir alimentos saudáveis e evitar

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desperdícios (Magalhães & Cavalcante, 2019). Ações voltadas para a educação alimentar e nutricional são imprescindíveis (Barros et al., 2019).

Levando-se em consideração estes aspectos, objetivou-se investigar a percepção das crianças sobre os seus hábitos alimentares, bem como, desenvolver ações de sensibilização sobre a importância de uma alimentação equilibrada e o combate ao desperdício de alimentos, por meio da geração de conteúdos produzidos pela leitura de livros infantis ilustrativos, através do olhar das próprias crianças, músicas e brincadeiras sobre os alimentos saudáveis, buscando a promoção de saúde de forma atraente, simples e educativa.

A pesquisa é um estudo de caso desenvolvido na Escola Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora das Graças em Balsas, Maranhão.

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A pesquisa foi desenvolvida na Escola Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora das Graças no município de Balsas, MA com a participação dos alunos, professores e coordenadores da pesquisa.

O estudo de caso foi desenvolvido na turma de alfabetização com a participação de 20 alunos, com idade entre 4 e 6 anos, em fase de aperfeiçoamento da leitura.

Na fase inicial do projeto foram reconhecidas as formas de saberes e práticas, inicialmente com atividades de pesquisa, em que se buscou informações pertinentes ao nível de alfabetização das crianças e de informações destes quanto à educação alimentar. Foram investigados temas como os bons hábitos alimentares, os principais alimentos e seus benefícios para a promoção da saúde, a importância de uma alimentação equilibrada, as consequências da alimentação não saudáveis, a necessidade de se alimentar de legumes, verduras e frutas como opção de saúde, o desperdício de alimentos e como os alimentos podem ser aproveitados antes de serem destinados ao lixo e os cuidados com a higiene alimentar e seus benefícios. Foi aplicado um questionário com questões abertas sobre a alimentação dos alunos, o gosto pelo consumo de frutas e a média de consumo, o consumo de doces e refrigerantes, bem como, o consumo de sucos naturais, saladas e a quantidade de refeições realizadas ao dia.

Com base nessas informações, foram adotadas medidas de incentivo às crianças na construção partilhada de saberes, sendo estas realizadas por meios de soluções contextualizadas, englobando o uso de estratégias e materiais educativos, que objetivou promover encontros dinâmicos, participativos e compreensíveis para as crianças.

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A metodologia participativa se deu através de oportunizar práticas de leitura com gêneros textuais diversos associados à alimentação saudável, contando, lendo e promovendo interações entre leitores, produzindo ampliação de repertório e proficiência na leitura de textos com intervenções continuas. Intervenções ocorreram através da leitura, da contação de histórias e recitação de textos em círculos de leitura; da produção de sínteses e paródias que representem as leituras realizadas dos textos lidos e ouvidos e da elaboração de um plano individual de leitura.

Além disso, alguns vídeos de animações relacionados à importância de frutas e verduras na fase infantil foram apresentados e, no final da apresentação, os estudantes foram questionados sobre os alimentos que eles consomem com maior frequência. Foram realizadas, atividades de identificação a partir de desenhos de alimentos saudáveis e não saudáveis, a fim de adentrar nos debates posteriores, incluindo atividades como pintura, sublinhar e dinâmica para identificar os nomes das frutas e dos vegetais, despertando o interesse por alimentos saudáveis e utilizando a criatividade dos alunos.

Os dados de perguntas abertas e fala dos alunos, foram analisados, tabulados e agrupados em porcentagem, com posterior interpretação dos resultados.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 PERCEPÇÃO SOBRE O COTIDIANO ALIMENTAR

Quanto ao gosto e ao consumo de frutas, 95% das crianças responderam que gostam (Figura 1a) e que levam frutas (Figura 1b) para a alimentação na escola, já sobre o consumo de verduras nas refeições, apenas 55% responderam que consome verduras (Figura 1c). Apesar das frutas e as verduras serem considerados alimentos essenciais para a manutenção da saúde, especialmente das crianças em desenvolvimento (Ministério da Saúde, 2016), constatou-se baixo consumos de verduras pelas crianças da escola.

Um estudo realizado por Bortolini; Gubert; Santos (2015) com 4.957 crianças sobre alimentação identificou que, cerca de 50% das crianças consumiam frutas diariamente. O consumo de frutas é recomendado pelo Ministério da Saúde (2008) devido ser um alimento rico em vitaminas, fibras, sais minerais e proteínas. A alimentação com frutas, legumes e verduras diariamente contribui para a saúde, e não consumi-los pode acarretar malefícios, independentemente da idade (Damiani; Pereira; Ferreira, 2015).

As classes sociais e culturais são levadas em consideração quando se trata de hábitos alimentares, dependendo de quais alimentos fazem parte do cotidiano do individuo, visto que podem

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interferir de forma significativa com os gostos das crianças a determinados alimentos ofertados, como legumes, verduras e frutas (Raphaelli, 2017).

Figura 1. Gosto pelo consumo de frutas (a), consumo de frutas na escola (b) e consumo de verduras nas refeições (c) dos alunos da educação infantil da Escola Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora das Graças, localizada no município de Balsas, MA.

Cerca de 90% das crianças entrevistadas consomem e gostam de refrigerantes (Figura 2a), 65% gostam de suco natural (Figura 2b), 70% das crianças consomem refrigerantes (Figura 2c) e, 45% crianças bebem suco natural frequentemente (Figura 2d).

Pode-se inferir que refrigerantes e sucos naturais são frequentemente presentes na mesa das crianças, e o consumo e gosto pelos dois tipos de bebidas, é influenciada principalmente pela família, contudo, é preferencial que o consumo de suco natural seja mais frequente pela riqueza de nutrientes (Silva, 2015), e o de refrigerante seja insólito por ser prejudicial à saúde (Thomaz; Ramos; Mendes, 2014). Diante dos resultados encontrados em observações, verificou-se que o consumo de refrigerante foi superior ao de suco natural, o que é preocupante, pois bebidas industrializadas são prejudiciais à saúde por seus conservantes e outras substancias nocivas à saúde (Fialho et al., 2019).

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Figura 2. Consumo de refrigerantes (a) e sucos (c), frequência de consumo de refrigerantes (b) e sucos (d) dos alunos da educação infantil da Escola Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora das Graças, localizada no município de Balsas, MA

Em relação ao lanche das crianças, 80% levam doces para o lanche da escola (Figura 3a). Menêses et al. (2017) constataram que a maioria das crianças tem preferencia por alimentos de sabor adocicado, porém são alimentos com excesso de sódio e calorias. Diariamente, 95% das crianças fazem as cinco refeições (Figura 3b), 80% gostam de salada (Figura 3c), e 75% consomem salada frequentemente (Figura 3d). Em estudos feitos por Corrêa et al. (2017), dividiu-se a comunidade escolar (719 alunos) em padrões alimentares, esses padrões se diferenciavam pelo tipo de alimentação que os indivíduos consumiam, constatando que um desses padrões era nomeado de “saudável”, observou-se que o grupo citado era um dos que mais consumiam salada, assim, afirmando os benefícios que a salada traz para a saúde.

Pode-se inferir que, embora a maioria das crianças gostem de frutas e verduras, elas consumem com pouca frequência. A preferência por doces na hora do lanche foi inferior ao das frutas, mas, estimou-se reduzir ainda mais esse índice em prol da saúde dos alunos.

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Figura 3. Consumo de doces na escola (a), quantidade de refeições diárias (b) e gosto (c) e consumo de saladas (d) nas refeições dos alunos da educação infantil da Escola Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora das Graças, localizada no município de Balsas, MA

3.2 AÇÕES DE SENSIBILIZAÇÃO PARA OS HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS Através de conversas sobre o que as crianças entendiam sobre o assunto “alimentação saudável”; verificou-se a necessidade de contextualização demostrando que o consumo de alimentos faz bem à saúde e dá energia para brincar (Figura 4a). A partir disso, iniciaram-se as contações de histórias, recitação de textos em círculos de leitura, produção de sínteses e paródias e elaboração de um plano individual de leitura.

Com relação às ações de sensibilização, percebeu-se o interesse das crianças a partir de cada visita, uma vez que participaram das brincadeiras e interagiram com todas as atividades, mostrando bastante interesse sobre o assunto abordado (Figura 4b). Dependendo da forma com que essas histórias/textos são recitadas e lidos, há o despertar do interesse, emoções e imaginação do público que as ouve, tornando esse processo instigante e fascinante, também inter-relacionando com os fatos do cotidiano (Silva & Coimbra, 2018). É importante o acompanhamento nutricional, para evitar problemas como a hipersensibilidade alimentar (Silva et al., 2020).

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Figura 4. Identificação de alimentos saudáveis e não saudáveis (a) e participação dos alunos nas atividades (b) na Escola Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora das Graças, localizada no município de Balsas, MA

Através de vídeos de histórias e cantigas fáceis para entendimento dos alunos; brincadeiras de identificação dos alimentos saudáveis; atividades de desenhos e pinturas, foi possível atrair a atenção dos alunos (Figura 5B). A leitura do poema A Menina Margarida, que contava a história de uma garotinha que tinha a alimentação saudável, trouxe para os alunos, um personagem infantil que aguçava a imaginação das crianças para prática da alimentação saudável. Ao lado do texto, havia o desenho da Margarida para que as crianças a pintassem (Figura 5b).

Diante da atividade trabalhada percebeu-se que houve resultados positivos no vídeo apresentados e poemas, corroborando com Vieira et al. (2018) que descrevem a contação de histórias na educação infantil como método fundamental para o desenvolvimento da criança.

Figura 5. Atividade de leitura de textos sobre alimentação saudável (a) e pintura (b) na Escola Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora das Graças, localizada no município de Balsas, MA.

Em atividades, os alunos identificaram (Figura 6a), pintaram (Figura 6b), sublinharam e desenharam os alimentos que eles tinham mais contato no dia a dia, havendo também atividades onde os mesmos liam (Figura 6c) o texto com rimas, sobre as cores e sabores das frutas e verduras,

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sendo possível dessa forma aprimorar a leitura, inserindo no vocabulário dessas crianças palavras ligados ao âmbito da alimentação saudável. Os alunos soletravam as letras e escreviam os nomes dos alimentos, os pintavam, e com ajuda, liam os textos de cartilhas, desenvolvendo dessa forma habilidades e senso crítico nas crianças.

As crianças relatavam durante as atividades suas mudanças de hábitos tanto na escola quanto em casa. Os debates ocorridos após cada atividade mostraram que as crianças entenderam a mensagem que cada atividade desenvolvida transmitiu. Traziam fatos vividos por elas em casa, com o intuito de mostrar que estavam realmente entendendo a essência do projeto. Relatando o consumo de frutas e verduras, como maçã, melancia, laranja, banana, tomate e alface que passaram a ser consumidas frequentemente.

Estratégias chamativas sobre alimentação saudável, onde se proporciona conhecimento e sensibilidade na adoção de hábitos alimentares saudáveis, observa-se maior interesse e participação por parte dos alunos com os temas (Prado et al., 2016).

A partir de desenhos, houve a identificação de alimentos saudáveis e não saudáveis, como brigadeiro, pirulito, coxinha, laranja, cenoura, tomate e melancia, e isso possibilitou a identificação das formas, e a leitura de seus nomes.

Os debates ocorridos após cada atividade evidenciam o entendimento das crianças sobre a temática abordada, uma vez que se constataram seus relatos e os muitos fatos vividos e, muitos deles, mostravam que as crianças passaram a conhecer a importância de alimentar-se bem e de evitar desperdícios de alimentos.

Figura 6. Atividades de identificação (a), pintura (b) e leitura (c) de alimentos saudáveis na Escola Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora das Graças, localizada no município de Balsas, MA

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Houve aperfeiçoamento da leitura de grande parte dos alunos, onde foi possível despertar o interesse nas crianças pela necessidade de uma alimentação saudável evitando o desperdício de alimentos.

É de extrema importância atividades de reeducação alimentar nas escolas, especialmente, na primeira infância para que haja mudanças de hábitos, uma vez que a mídia da indústria é muito forte na propagação do consumo de alimentos industrializado.

AGRADECIMENTOS

À Universidade Estadual do Maranhão-UEMA e ao Programa Institucional para o Desenvolvimento na Primeira Infância –ACOLHER, pela concessão da bolsa;

Aos professores e alunos da Escola Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora das Graças.

REFERÊNCIAS

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Figura 1. Gosto pelo consumo de frutas (a), consumo de frutas na escola (b) e consumo de verduras nas refeições (c)  dos alunos da educação infantil da Escola Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora das Graças, localizada no  município de Balsas, MA
Figura 2. Consumo de refrigerantes (a) e sucos (c), frequência de consumo de refrigerantes (b) e sucos (d) dos alunos  da educação infantil da Escola Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora das Graças, localizada no município de  Balsas, MA
Figura 3. Consumo de doces na escola (a), quantidade de refeições diárias (b) e gosto (c) e consumo de saladas (d) nas  refeições dos alunos da educação infantil da Escola Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora das Graças,  localizada no município de
Figura 5. Atividade de leitura de textos sobre alimentação saudável (a) e pintura (b) na Escola Municipal de Educação  Infantil Nossa Senhora das Graças, localizada no município de Balsas, MA
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Referências

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