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Estratégias em educação ambiental aplicadas em escala piloto para gestão integrada de resíduos sólidos no âmbito municipal / Strategies in environmental education applied on a pilot scale for integrated solid waste management at municipal level

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p.64726-64746 ,sep. 2020. ISSN 2525-8761

Estratégias em educação ambiental aplicadas em escala piloto para gestão

integrada de resíduos sólidos no âmbito municipal

Strategies in environmental education applied on a pilot scale for integrated

solid waste management at municipal level

DOI:10.34117/bjdv6n9-056

Recebimento dos originais: 08/08/2020 Aceitação para publicação: 03/09/2020

Elaine Cristina dos Santos Araújo

Doutoranda em Engenharia e Gestão de Recursos Naturais (UFCG/CTRN). E-mail: crys_lainne@yahoo.com.br

Monica Maria Pereira da Silva

Doutora em Recursos Naturais (UFCG/CTRN). Professora aposentada. Colaboradora do Programa PPGCTA/CCT/UEPB.

E-mail: monicaea@terra.com.br

José Belarmino dos Santos Sobrinho

Graduando em Ciências Biológicas (UEPB/CCBS). E-mail: jbelosobrinho@hotmail.com

Matheus Urtiga Sousa

Doutorando em Ciência e Engenharia de Materiais (UFCG/UAEMA). E-mail: matheusurtiga@gmail.com

Adriana Veríssimo da Silva

Mestranda em Ensino de Ciência e Matemática (UEPB/CCT). E-mail: verissimo-pb@hotmail.com

Mariane Patrício costa

Doutoranda em Engenharia e Gestão de Recursos Naturais (UFCG/CTRN). E-mail: mariane.patricio@hotmail.com

Rosilene Barros Gomes

Mestranda em Ciência e Tecnologia Ambiental (UEPB/CCT). E-mail: rosilene_barrosgomes@hotmail.com

Bárbara Daniele dos Santos

Doutoranda em Engenharia e Gestão de Recursos Naturais (UFCG/CTRN). E-mail: barbarasantos.cg@gmail.com

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Braz. J. of Develop.,Curitiba, v. 6, n. 9, p.64726-64746 ,sep. 2020. ISSN 2525-8761

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar as estratégias de sensibilização e formação em Educação Ambiental para gestão de resíduos sólidos aplicadas a líderes comunitários, moradores e catadores de materiais recicláveis em Campina Grande, estado da Paraíba, Brasil. Trata-se de uma pesquisa participante realizada de fevereiro de 2016 a novembro de 2018, em Campina Grande, estado da Paraíba, Brasil. A aplicação de diferentes estratégias de formação e sensibilização em Educação Ambiental proporcionou um novo olhar sobre a problemática ambiental e a necessidade de participação conjunta entre as esferas da sociedade, principalmente, no que diz respeito aos resíduos sólidos urbanos. A Educação Ambiental mostrou-se uma importante ferramenta na adoção dos princípios da corresponsabilidade e sustentabilidade, favorecendo o envolvimento dos moradores nas etapas que constituem a gestão integrada de resíduos sólidos. Os objetivos das Políticas Municipal e Nacional de Resíduos Sólidos não serão alcançadas na ausência de Educação Ambiental, sobretudo, na perspectiva sociocrítica.

Palavras-chave: Sensibilização, Extensão universitári, Educação, Resíduos sólidos. ABSTRACT

The objective of this work was to evaluate the awareness and training strategies in Environmental Education for solid waste management applied to community leaders, residents and recyclable material collectors in Campina Grande, state of Paraíba, Brazil. This is a participant research carried out from February 2016 to November 2018, in Campina Grande, Paraíba state, Brazil. The application of different training and awareness strategies in Environmental Education provided a new look at the environmental issue and the need for joint participation between the spheres of society, especially with regard to urban solid waste. Environmental Education proved to be an important tool in the adoption of the principles of co-responsibility and sustainability, favoring the involvement of residents in the stages that constitute the integrated management of solid waste. The objectives of the Municipal and National Solid Waste Policies will not be achieved in the absence of Environmental Education, especially from a sociocritical perspective.

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1 INTRODUÇÃO

O sistema de ensino formal são construções organizadas por espaços compartimentados, aos quais, diferentes conhecimentos científicos são passados, analisados e esmiuçados de forma a possibilitar o saber e a práxis pedagógica (CARNEIRO; SOUZA, 2012). Tais conhecimentos são adquiridos, assimilados, construídos e reconstruídos, todavia, comumente, não são aplicados na realidade da população, fazendo-se refletir sobre o papel social das instituições acadêmicas.

Enquanto o conhecimento fica restrito aos espaços privilegiados da produção do conhecimento delimitado pelas instituições, os saberes populares são julgados não pertinentes por pertencerem ao universo fora da sala de aula. Como bem afirma Araújo (2012), à separação dos saberes gera pensamentos isolados a respeito da educação e da vida.

Nessa perspectiva, as universidades enquanto espaço privilegiado por objetivar a máxima capacitação e qualificação dos profissionais cidadãos (CARNEIRO; SOUZA, 2009; ARAÚJO; NASCIMENTO, 2012), são cada vez mais convocadas a cumprir seu papel social no desenvolvimento de uma formação de educação multidisciplinar (SILVA, 2013), pautada na ética do cuidado, na responsabilidade e sustentabilidade (SILVA et al., 2020).

As universidades devem buscar as raízes e soluções dos problemas sociais e ambientais, por meio da investigação e do desenvolvimento de metodologias, tecnologias e ferramentas ecologicamente adequadas e socialmente justas, cujo empoderamento por parte da sociedade é a chave para a sua implementação (SILVA, 2013). A função básica da educação deve sair das paredes institucionais e dar sentido a cada momento da vida. A educação deve priorizar os problemas e mazelas da sociedade e buscar soluções.

No entendimento de Silva et al. (2013) a educação, por meio da extensão universitária é um caminho de mão de dupla, não apenas por privilegiar a aplicação do conhecimento e beneficiar a sociedade, contudo, por originar uma relação simbiótica entre a universidade e a sociedade. Para Araújo et al. (2020) o processo educativo deve partir da realidade da sociedade inserida e voltar a ela em forma de ação concreta. Haja vista que os problemas sociais, econômicos, ambientais e culturais decorrem do modo como a sociedade percebe o meio em que vive e esta, impulsiona a ação que cada indivíduo irá agir sobre ele.

Desse modo, a formação profissional não deve se limitar ao domínio do conhecimento técnico-científico assimilado na sala de aula. O conhecimento deve ir além. A participação de graduandos em atividades de extensão universitária oportuniza a construção ampla e integral do conhecimento, a partir de experiências do cotidiano (SILVA, 2013). Torna-se um importante passo

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à formação de cidadãos dentro da nova ética ambiental e ao atendimento da função social da universidade (SILVA et al., 2020b).

A relação entre a extensão universitária e a comunidade mostra que muitas vezes os saberes nela construídos precisam dialogar com aqueles produzidos no cotidiano a partir das ações experiências e vivências dos sujeitos sociais (ARAÚJO; NASCIMENTO, 2012). Se a universidade é um espaço detentora da pesquisa e da produção do conhecimento técnico-científico, existem fora dela múltiplos espaços de construção de conhecimento (MONTENEGRO; SANTIAGO, 2012). Para Freire (1998) a conversão dialogada permite a reconstrução contínua de uma cidadania ativa e participativa. Montenegro e Santiago (2012) acrescentam que as cidadanias não são meras histórias de vida sem significações, mas são vozes que reconstroem a teia da vida e prenunciam estratégias de interpretações destinadas à construção de uma sociedade responsável, participativa e sustentável.

Entende-se que esse estudo caminhou em tal direção, pois conforme o entendimento de Silva e Leite (2008) à medida que se busca a construção e reconstrução do conhecimento os atores são motivados a participar ativamente do processo de transformação da sociedade, exercendo a cidadania.

Pensar em Educação Ambiental para formação da comunidade no contexto da extensão universitária é romper barreiras audaciosas na história da pesquisa acadêmica (SILVA; LEITE, 2008). Coloca-las em prática então, é possibilitar uma construção e reconstrução ampla, sistêmica e multifacetada do conhecimento, constituindo importante passo à formação de cidadãos dentro de uma nova ética ambiental e voltada a transformação sustentável da sociedade (SILVA, 2012; CARNEIRO; SOUZA, 2012).

Se deparar constantemente com os efeitos de uma sociedade, cujos sistemas de valores estão pautados na capacidade de consumo material, injustiça social e degradação ambiental, remete a dois caminhos: o caminho passivo, do desanimo e da aceitação e, o outro caminho, o da inquietude e da visão crítica, adotada a partir dos princípios da precaução, da solidariedade, do exercício da cidadania e do cuidado com as gerações atuais e futuras (SILVA, 2009; SILVA et al., 2013).

Entende-se que Educação Ambiental suscita a inquietude, o espírito comunitário, motiva mudanças e transforma vidas; fomenta a formação de cidadãos com habilidades e competências para atuar no meio ambiente (SILVA et al., 2012; SILVA, 2013).

Ancorando-se nessa linha de raciocínio, objetivou-se avaliar as estratégias de sensibilização e formação em Educação Ambiental para gestão de resíduos sólidos aplicadas a líderes comunitários, moradores e catadores de materiais recicláveis em Campina Grande, estado da Paraíba, Brasil.

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As considerações expostas neste artigo apresentam um resgate das estratégias e mudanças advindas do papel da Educação Ambiental por meio da extensão universitária, no sentido de romper com o paradigma predominante da academia científica de que a Educação Ambiental e a extensão universitária não fomentam mudanças ambientais e sociais, conforme sugere Silva (2009).

2 METODOLOGIA

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

O trabalho foi desenvolvido com base nos princípios da pesquisa participativa com abordagem qualitativa. Segundo Thiollent e Silva (2007) a metodologia participante consiste em um conjunto de métodos e técnicas de pesquisa, ensino-aprendizagem, extensão, avaliação, gestão e planejamento, caracterizado pelo princípio da participação de diferentes atores sociais envolvidos na problemática que objetiva solucionar.

A pesquisa participava, nesse trabalho, promoveu a sensibilização e formação de líderes comunitários, a partir de estratégias em Educação Ambiental, visando favorecer a gestão integrada de resíduos sólidos na cidade de Campina Grande, estado da Paraíba.

2.2 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

Campina Grande localiza-se no Planalto da Borborema, com altitude de 550 m acima da superfície do mar e com ocupação geográfica de 593.026 km2 e situa-se a 120 km da capital litorânea João Pessoa (7°13’11” sul, 35°52’ 31” oeste). Em relação à gestão de resíduos sólidos urbanos, Campina Grande, seguindo o perfil de outras cidades brasileiras, apresenta sistema de limpeza das vias públicas, coleta, transporte e descarte final no aterro sanitário privado, localizado no distrito de Catolé de Boa Vista.

Contudo, não conta com coleta seletiva universalizada, sendo este trabalho, realizado por catadores de materiais recicláveis informais e os que compõem cinco organizações de catadores de materiais recicláveis (COTRAMARE - Cooperativa dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis; CATAMAIS - Cooperativa de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis; ARENSA - Associação de Catadores de Materiais Recicláveis da Comunidade Nossa Senhora Aparecida; CAVI - Centro de Artes em vidros e a CATACAMPINA - Cooperativa de Trabalho dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis de Campina Grande).

Com intuito de promover a gestão de resíduos sólidos no bairro Malvinas, localizada na zona oeste da cidade de Campina Grande, estado da Paraíba, Brasil, foi realizado o processo de sensibilização e formação em Educação Ambiental para líderes comunitários, moradores do bairro

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e catadores de materiais recicláveis vinculados à ARENSA que atuam naquela área. A formação ocorreu através de cursos de Formação de Agentes Multiplicadores em Educação Ambiental, realizados de acordo com as necessidades de cada grupo e com carga horária diferenciada. Além do curso foram realizados encontros, seminários, palestras, oficinas e ações sociais.

O processo de formação inicial e continuado em Educação Ambiental foi fundamental para aplicação de estratégias de implantação de um sistema de gestão integrada de resíduos sólidos em escala piloto no bairro Malvinas, motivando a participação de 1.500 pessoas na coleta seletiva, de acordo com as pesquisas de Bispo (2013), Costa (2014; 2016), Nascimento (2015), Araújo et al. (2017; 2019), Costa et al. (2017), Nascimento et al. (2017), Araújo (2018), Gomes (2019) e Silva et al. (2020b).

2.3 ETAPAS DE FORMAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO COMUNITÁRIA

O processo de sensibilização e formação dos líderes comunitários foi constituído de oito etapas. A primeira etapa consistiu no reconhecimento da área de intervenção. Essa fase é muito importante para delimitar a área amostral do estudo. Nessa etapa também foram realizada a observação direta e os registros fotográficos do local. A segunda etapa correspondeu às visitas às famílias e a identificação dos moradores que habitam na localidade e apresentavam interesse em participar do estudo. Nessa etapa, contamos com a colaboração direta dos líderes comunitários que já passaram pelo processo de sensibilização e de formação.

A terceira etapa foi o diagnóstico socioambiental executado por meio de visitas às famílias, aplicação de entrevistas semiestruturadas e não estruturadas. Foi identificado o perfil social dos moradores e a percepção inicial sobre os resíduos sólidos, os problemas decorrentes do modelo de gestão utilizado e se os grupos tinham participação em encontros de Educação Ambiental. Nessa etapa, também foram cadastrados os moradores que tinham interesse de participar da coleta seletiva, ora apresentada. Na oportunidade, foi discutido com os moradores o dia e horário mais convenientes para a coleta dos materiais recicláveis secos pelos profissionais da catação.

A quarta etapa foi à elaboração de materiais de divulgação da coleta seletiva, como folders e banners. A quinta etapa foi relativa à aplicação de estratégias de sensibilização e formação de moradores por meio de curso de formação de agentes multiplicadores em Educação Ambiental com as famílias envolvidas no projeto.

A sexta etapa correspondeu ao curso formação dos catadores de materiais recicláveis em Educação Ambiental. Essa etapa teve intuito de formar e sensibilizar os novos associados da ARENSA. As dinâmicas foram construídas e reconstruídas ao longo do processo educativo, uma

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vez que a maioria dos catadores de materiais recicláveis, até então, não sabiam ler e escrever. Além disso, foram oferecidas refeições, pois o curso foi realizado no horário do expediente de trabalho.

Na sétima etapa foi realizada a divulgação dos resultados à comunidade acadêmica e aos líderes comunitários. A oitava etapa consistiu a realização de eventos: palestras, mesa redonda e ação social “Semeando Boas Ações Para Colher Um Futuro Sustentável”, na ocasião todos os grupos tiveram presentes, podendo partilhar os conhecimentos adquiridos.

A formação foi realizada com base no Modelo de Construção e Reconstrução do Conhecimento para o Meio Ambiente (MEDICC). Segundo Silva e Leite (2008), esse modelo compreende um conjunto de estratégias de pesquisa-ensino-aprendizagem-ação voltadas ao meio ambiente. O conhecimento é construído sobre o alicerce da criatividade, emancipação, visão crítica e solidária. Por meio desse modelo, a coleta de dados ocorre simultaneamente ao processo de sensibilização do grupo envolvido.

Considerando o respeito à dignidade da pessoa humana e garantindo a confiabilidade dos dados, a pesquisa foi encaminhada para apreciação pelo Comitê de ética em pesquisa da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e aprovada sob certificado: 73948017.3.00005187.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL DOS MORADORES

Os moradores da Comunidade Jesus Libertador, bairro Malvinas, Campina Grande-PB detinham no início da intervenção percepção equivocada em relação aos resíduos sólidos e adotavam ações que reafirmaram a carência de conhecimentos sobre a temática, expondo desse modo, a falta de aplicação do princípio de responsabilidade compartilhada prevista na Lei 12.305/2010 (BRASIL, 2010) e de entendimento de que todos são responsáveis pelo meio ambiente. De acordo com os dados referentes ao diagnóstico socioambiental, a maior parte dos moradores responsável pela separação e destinação final dos resíduos sólidos é do gênero feminino (70%). A renda familiar média advém do comércio (40%) e de aposentadoria (17%). 90% dos entrevistados residem na área de estudo a mais de cinco anos, indicando que é uma comunidade permanente, ideal para o trabalho contínuo de sensibilização ambiental.

Um número significativo dos entrevistados não soube conceituar resíduos sólidos (36%) e o concebeu como sinônimo de lixo (15%). Constatou-se que 40% dos moradores entrevistados não separavam os resíduos sólidos gerados na fonte, enquanto que 21% separavam apenas quando era conveniente.

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Ressalta-se que o acompanhamento e a observação direta da área de estudo foram importantes, pois na época do estudo, uma parte significativa dos moradores separava, higienizava e destinava os materiais recicláveis ao programa da ENERGISA, companhia responsável pela distribuição energia elétrica no município. O programa que foi alvo de várias críticas de pesquisadores e militantes da área ambiental.

Este programa consistia na troca dos resíduos recicláveis por créditos financeiros na conta de energia elétrica da população, contrariando o que preconiza a Lei complementar municipal n°087/2014 (CAMPINA GRANDE, 2014) e a Lei Federal de resíduos sólidos n°12.305/2010 que estabelecem que os materiais recicláveis devam ser selecionados e destinados aos catadores de materiais recicláveis organizados em cooperativas ou associação (BRASIL, 2010). Após pressão popular e denúncia ao Ministério Público, o programa conta cidadã foi encerrado.

Destaca-se que um percentual considerável de entrevistados relatou que não sabia indicar um problema relativo aos resíduos sólidos (28%). Este tipo de percepção pode apontar tanto a falta de conhecimento, como o descompromisso com a coletividade e com o meio ambiente, bem de uso comum, como determina a Constituição Federal de 1988 (BRASIL, 1988).

Embora seja conspícua, a materialização dos riscos relacionados aos resíduos sólidos, quando não gerenciados adequadamente, torna a ampliação dos perigos sistêmica, afetando a todos indiscriminadamente. Para Beck (2011) a humanidade está cada vez mais no centro das ameaças que com frequência não são nem visíveis nem perceptíveis aos afetados.

Os riscos eminentes do depósito inadequado de resíduos sólidos em terrenos baldios e canais pluviométricos afetarão a população indiferentemente de serem percebidos ou não pelos moradores locais, causando impactos negativos ao meio ambiente, aos cofres públicos, à estética local e, principalmente, à saúde dos moradores. A percepção desses riscos deve ser estimulada no sentido de promover estratégias de proteção do meio ambiente e da população, conforme descreve Beck (2011).

Contrapondo, uma parte dos entrevistados reconhece que a problemática de resíduos sólidos na área em estudo, decorre principalmente, da falta de gestão (40%) e da ausência de sensibilidade da sociedade, do Poder Público e setor privado (4%), sugerindo, a implantação da gestão de resíduos sólidos no bairro, conforme descrito na Lei 12.305 (BRASIL, 2010).

Outro ponto importante identificado foi que 77% dos moradores ainda não detinham conhecimento sobre o local de disposição final dos resíduos sólidos domiciliares do seu município, inferindo que os resíduos sólidos são tratados como problema secundário pela população, algo que

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deve ser evitado e disposto longe de seus olhos. Este dado ratifica a falta de separação dos resíduos sólidos na fonte pela maioria dos participantes deste trabalho.

Quando questionados acerca de pessoas recolhendo materiais recicláveis no bairro, 74% reconhecem a presença de vários catadores de materiais recicláveis que atuam na informalidade, indicando que há coletas pontuais na área de estudo. Entretanto, 61% dos entrevistados admitem que não realizam a coleta seletiva e não entregam os materiais recicláveis a esses profissionais.

Constatou-se a partir da observação direta que a coleta seletiva na área de estudo, ainda não constituía uma ação empoderada pela maioria dos envolvidos neste trabalho. Ocorriam ações pontuais, com o repasse dos resíduos sólidos recicláveis aos catadores de materiais recicláveis informais, frequentemente de forma não higienizada, registrando-se que a maioria dos entrevistados persistia em destinar os resíduos sólidos domiciliares de forma misturada, impossibilitando a coleta seletiva e o retorno da parcela reciclável seca ao setor industrial. Embora que os mesmos entrevistados reconhecessem que separavam e higienizavam os resíduos sólidos para o programa conta cidadã para obter abatimento na conta de energia.

A ausência de seleção prévia na fonte geradora na cidade como o porte de Campina Grande contribui para que os resíduos sólidos sejam aterrados de forma misturada e sem tratamento prévio, promovendo a redução da vida útil do aterro sanitário e impactos negativos substanciais ao meio ambiente e à saúde da população. Além de submeter os catadores de materiais recicláveis a riscos ergonômicos, químicos, físicos e biológicos.

Os resíduos sólidos higienizados reduz o contato com organismos patogênicos, principalmente o novo coronavírus que, estudo recente comprovou a persistência em diferentes superfícies (KAMPF et al., 2020).

De acordo com Silva et al. (2020b, p. 28753) “se o hábito de separar os resíduos sólidos na fonte geradora for empoderado pela população, os objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos serão obtidos e vários impactos negativos serão evitados”. Dentre os impactos, destacam-se a degradação dos biomas, como caatinga, e doenças, relacionadas ao mosquito Aedes aegypti e ao novo coronavírus, como citam Silva (2020) e Silva et al. (2020c).

O cenário enfatiza a falta de compromisso com a aplicação das diretrizes e dos objetivos previstos para a gestão integrada de resíduos sólidos por parte dos gestores municipais e dos geradores, o que justificam os investimentos, sobretudo, em processos de formação em Educação Ambiental, no sentido de favorecer a implementação da gestão de resíduos sólidos na região estudada, como também ampliar para outros bairros.

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Este tipo de procedimento é comum entre os brasileiros, haja vista que prevalece a percepção de que tudo que se joga fora é lixo e que os órgãos públicos são os responsáveis pela coleta, destinação e disposição final. Não há o sentimento de que todos são responsáveis pelos resíduos sólidos que geram. Como também não há a compreensão de que este tipo de atitude provoca impactos negativos sobre o meio ambiente (ARAÚJO, 2018).

A forma como o ser humano ver, interpreta e age sobre o meio ambiente, encontra-se diretamente relacionada à sua percepção ambiental que comumente ocorre em discrepância com as leis naturais, sobretudo, em relação à ciclagem da matéria e ao fluxo de energia (SILVA et al., 2019; ARAÚJO et al., 2020; SILVA et al., 2020a). A ausência de conhecimento não favorece mudanças de percepção sobre o meio ambiente e, dificulta o empoderamento da população sobre a gestão de resíduos sólidos, constituindo-se um entrave à gestão de resíduos sólidos.

Segundo Maia et al. (2015), todos têm que compreender que são responsáveis pelos resíduos que geram, uma vez que a materialização do Direito não depende apenas de texto normativos, mas da pressão pública e de vontade política. Na percepção de Ally, Ismail e Rasdi (2014), a participação da sociedade tem um impacto muito positivo sobre a eficácia do sistema de gestão de resíduos sólidos, quando a população percebe plenamente o seu papel significativo na responsabilidade compartilhada dos resíduos gerados.

3.2 ESTRATÉGIAS DE SENSIBILIZAÇÃO E DE FORMAÇÃO DOS MORADORES

O processo de formação e sensibilização foi iniciado com as visitas aos moradores. A partir das entrevistas semiestruturadas, foram identificados os moradores que estavam mais sensíveis às mudanças de percepção e atitudes sustentáveis. Os folhetos, panfletos e banners informativos veio reiterar as explanações e explicações feitas durante as visitas sobre resíduos sólidos.

Logo após, foram ofertados diferentes cursos de Formação de Agentes Multiplicadores em Educação Ambiental, para os atores sociais da área de estudo: agentes de saúde, agentes de segurança, líderes comunitários, donas de casa e estudantes. O curso foi aplicado a partir de uma metodologia dinâmica e crítica que motivou o envolvimento dos participantes de forma efetiva e com muita alegria.

Os conteúdos trabalhados foram percepção ambiental, conceitos de meio ambiente, capacidade de suporte ambiental, problemas ambientais locais, paradigmas vigentes, fauna e flora do bioma Caatinga, ecossistema urbano, efeito estufa, diferença entre resíduos sólidos e lixo, gestão de resíduos sólidos, a importância do exercício profissional dos catadores de materiais recicláveis e tratamento aeróbio de resíduos sólidos orgânicos domiciliares (compostagem).

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Dentre as atividades efetivadas, sobressaíram-se: dinâmicas, palestras, mapa mental, mutirão de ideias, aula de campo, debates, o papel de catadores de materiais recicláveis e o meio ambiente de Campina Grande. Em cada dia de curso foi encerrado com um lanche coletivo e muito entrosamento.

Nos cursos teve a colaboração de graduandos, mestrandos e doutorandos de duas universidades públicas. O envolvimento de discentes nas atividades de extensão universitária contribuiu para a consolidação do conhecimento em sala de aula e para a construção de uma relação simbiótica entre a universidade e a sociedade.

Cada curso enquanto processo de intervenção foi importante para promover mudança de percepção e atitudes em prol do meio ambiente. No início do curso, o grupo envolvido estava retraído, mas à medida que as atividades eram realizadas, mostravam-se participativos, animados e sedentos de saber.

As estratégias metodológicas foram construídas de forma dinâmica, participativa, criativa e lúdica, favorecendo a interação e o envolvimento dos participantes e transformando cada dia do curso em momento de construção e reconstrução de conhecimento com muito debate e alegria. O MEDICC, modelo de sensibilização e de formação proposto por Silva e leite (2008), aplicado nos cursos, rompe com o método tradicional, porque se compreende que a educação bancária criticada por Freire (1998) apenas reproduz a ideologia do capitalismo, não propiciando o olhar crítico sobre os diferentes sistemas, por conseguinte, não provoca sensibilização e transformação.

Durante a realização dos cursos foi observada a lacuna de conhecimento predominante entre os participantes a respeito da gestão de resíduos sólidos. As atividades aplicadas motivaram olhares diferentes sobre a temática em foco e impulsionaram o envolvimento de tal forma que alguns atores sociais, são atualmente, comprometidos com o tema e agem enquanto educadores ambientais. No entendimento de Capra (1996) o pensamento sistêmico mostra que qualquer mudança realizada sobre o meio ambiente gera um tipo de impacto, seja positivo ou negativo, o qual pode comprometer a manutenção do sistema.

A garantia de um futuro depende, portanto, da reflexão e de mudanças sobre a pressão dos seres humanos sobre os recursos naturais (CHAVES; FARIAS, 2005). É preciso buscar formas de compatibilizar o desenvolvimento tecnológico com a qualidade do meio ambiente. Este é o ponto de partida para traçar uma unidade de propósitos e os limites da Educação Ambiental (SILVA et al., 2020).

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3.3 SENSIBILIZAÇÃO E FORMAÇÃO DOS CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS Também foi oferecido um curso de agentes multiplicadores em Educação Ambiental aos catadores de materiais recicláveis novatos que ingressaram na associação ARENSA, com carga horária de 28 horas. Mesmos os que já tinham feito o curso mostraram interesse em participar outra vez. Logo, 20 catadores de materiais recicláveis participaram desse processo.

Pela particularidade deste grupo de profissionais, foi necessário desenvolver atividades que favorecessem o entendimento por aqueles que ainda são analfabetos (40%), embora, expressem o desejo de voltar a estudar. Dentre as atividades, destacam-se: mapa mental, palestras, dinâmicas e oficinas.

Durante o curso foram oportunizadas condições de infraestrutura para favorecer a participação dos catadores de materiais recicláveis. Foram entregues materiais didáticos específicos e cedidas refeições para todos os catadores de materiais recicláveis, porque nos dias do curso, estes profissionais deixaram de obter a sua renda, que na época não ultrapassava a R$ 350,00.

O Curso de Formação de Agentes Multiplicadores em Educação Ambiental para catadores de materiais recicláveis da ARENSA foi concluído com uma visita técnica a primeira associação de catadores de materiais recicláveis do estado da Paraíba, ASCARE-JP, o que motivou a troca de experiências entre as associações.

A ASCARE-JP constitui a organização pioneira que atua nos bairros Cabo Branco e Bessa, em João Pessoa, capital paraibana. Para comemorar o momento, foram realizadas conversas informais, seguido de café da manhã partilhado por todos. A visita técnica foi finalizada com um momento de confraternização na praia do Bessa, momento muito aguardado pelos catadores de materiais recicláveis e seus familiares, já que era a primeira vez que tinham esta oportunidade.

A formação dos profissionais motivou a troca de saberes, debates sobre a importância do catador de material reciclável no ciclo produtivo e relatos de experiências. Verificou-se mudança de percepção sobre seu papel enquanto agente ambiental, reconhecimento da profissão desempenhada, a valorização, o sentimento de inclusão social, a responsabilidade e o empoderamento desses profissionais, resultados diferentes dos primeiros estudos durante a formação da associação ARENSA em 2008, descritos na pesquisa de Silva et al. (2012).

A profissão de catador de materiais recicláveis ainda é pouco valorizada pela sociedade, contudo, os associados à ARENSA passaram a compreender a importância da profissão para a geração de renda, para o meio ambiente e para a sociedade e tem tido reconhecimento por parte das famílias que aderiram ao projeto (SILVA et al., 2012). A compreensão do papel desempenhado pelo grupo norteou a luta e a organização desses profissionais. Esses resultados podem ser observados

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por meio de seus depoimentos: “A gente vivia nas ruas, sem nenhuma proteção! Hoje somos felizes.

Somos importantes. Limpamos as ruas. Ajudamos a reciclar” (SILVA, 2012).

Os catadores de materiais recicláveis, mesmo os novatos, por sua vez, encontram-se empoderados do seu papel na sociedade, no que concerne ao alcance dos objetivos previstos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Os catadores de materiais recicláveis detêm consciência do quanto precisam se organizar e motivar o processo de sensibilização junto aos geradores de resíduos sólidos e aos gestores públicos.

3.4 PROCESSO CONTÍNUO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Considerando que o processo de formação em Educação Ambiental é contínuo e que os moradores necessitam estar cientes dos benefícios e desafios das estratégias aplicadas no local de estudo, foram realizadas outras ações para divulgação dos resultados aos moradores e à comunidade acadêmica, tais como: entregas de panfletos, visitas aos moradores, conversas informais, seminário discutindo o meio ambiente de Campina Grande e entrevistas à emissora de rádio.

Também foi realizada visita técnica do Secretário do Meio Ambiente e da Secretária da Educação do município de Campina Grande-PB ao sistema de tratamento aeróbio de resíduos sólidos orgânicos domiciliares (SITRADERO), instalado na UEPB. Na oportunidade, observou-se o funcionamento, na prática, do sistema de compostagem dos resíduos sólidos orgânicos coletados no bairro Malvinas, descritos nas pesquisas de Nascimento (2015) e Araújo (2018). Foram respondidas potenciais dúvidas e argumentadas alternativas para promover o tratamento dos resíduos sólidos orgânicos em escala municipal, com a possibilidade da reciclagem da parcela orgânica.

No intervalo entre os cursos mencionados, foram realizados em dois anos seguidos a III e IV Ação Social denominada de Semeando Boas Ações para colher um futuro sustentável, ocorrido respectivamente nos anos de 2016 e 2017. A ação foi realizada pelo Grupo de Extensão e Pesquisa em Gestão e Educação Ambiental (GGEA) em parceria com líderes comunitários vinculados à Matriz da Paróquia Jesus Libertador que deram início a este processo de formação em Educação Ambiental no bairro Malvinas. Também obteve apoio dos catadores de materiais recicláveis da associação ARENSA, dentistas, médico, educadores físicos, cabeleireiros, fisioterapeutas e outros profissionais da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e de uma Faculdade Maurício de Nassau (UNINASSAU).

Durante o seminário foram realizados stand de saúde e beleza que contou com cortes de cabelo, bazar de roupas, design de sobrancelhas, aferição da pressão, teste de índice glicêmico, peso,

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consultas com odontologista, atividades de prevenção da saúde bucal, atendimento médico e encaminhamentos e atendimento com fisioterapeutas. Também foi realizado stand ambiental com cinema amador sobre segurança do trabalho de catadores de materiais recicláveis, vídeo sobre as estratégias e resultados da gestão integrada de resíduos sólidos no bairro Malvinas, entrega de certificados, palestra de prevenção contra incêndio com o corpo de bombeiro, peça teatral, entrega de panfletos informativos, divulgações das ações para gestão de resíduos sólidos no bairro e as oficinas: transformando resíduos em arte, produção de sabão artesanal com óleo de cozinha, fabricação de produtos biodegradáveis de limpeza doméstica e higiene pessoal e fabricação de papel reciclável.

3.5 MUDANÇAS PROVOCADAS PELO PROCESSO DE FORMAÇÃO EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL

O processo de formação e de sensibilização motivou a inquietação dos moradores envolvidos para os problemas ambientais e contribuiu para adesão de várias famílias ao projeto. Logo, o maior ganho deste processo correspondeu à adesão de 100% dos participantes. A gestão integrada de resíduos sólidos instalada em escala piloto gerou frutos e atualmente conta com mais de 355 famílias (cerca de 1500 pessoas) que passaram a praticar a coleta seletiva, separando os resíduos sólidos domiciliares.

A parcela reciclável seca (papel, papelão, plástico, metal e vidro) semanalmente é repassada aos catadores de materiais recicláveis da ARENSA que participaram do processo de formação e de sensibilização. Esses profissionais coletam o material na fonte geradora, encaminham ao galpão, onde fazem a triagem e vendem aos sucateiros, aumentando a renda mensal do grupo. Sousa (2018) percebeu um aumento médio na ordem de 32% da quantidade média de resíduos secos gerados semanalmente, quando comparado às pesquisas anteriores de Costa (2014; 2016).

A parcela orgânica (folhas, flores, cascas de frutas e de verduras e restos de alimentos) passou a ser regulamente encaminhada aos pesquisadores que a trataram por meio de sistema de tratamento biológico aeróbio móvel (compostagem descentralizada) e devolveram o composto resultante às famílias participantes do projeto. Os resíduos sólidos orgânicos que anteriormente eram levados ao aterro sanitário foram transformados em adubo. Apenas a parcela não reciclável (absorventes, fraudas descartáveis, papel higiênico) passou a ser destinada ao carro coletor municipal que o transporta ao aterro sanitário particular, localizado em um distrito da cidade de Campina Grande.

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A partir da observação participante, constatou-se gradualmente a diminuição do descarte de resíduos sólidos em terrenos baldios e canais pluviais da área em estudo e, consequentemente, a redução dos danos ao meio ambiente e a saúde humana, elencados pelos moradores. Também foi possível observar a minimização de impactos negativos inerentes ao exercício profissional de catadores de materiais recicláveis, uma vez que a parcela reciclável seca está sendo disponibilizada selecionada e higienizada a esses profissionais. Contrariando aos dados iniciais, cuja higienização na fonte não ocorria em 70% dos resíduos recicláveis secos coletados.

As ações promoveram a coleta e o tratamento aeróbio de resíduos sólidos orgânicos domiciliares, favorecendo a sanitização da matéria orgânica gerada e obtenção de adubo orgânico. Logo, reduziu a quantidade de material que se transformaria em rejeito (lixo).

Também foram desenvolvidas e aperfeiçoadas tecnologias sociais para coleta, triagem, armazenamento e transporte dos resíduos sólidos pelos catadores de materiais recicláveis. Entre as tecnologias destacam-se: coletor interno e externo para armazenamento dos resíduos sólidos nas residências (COSTA, 2016; SOUSA, 2018; SILVA et al., 2020a), carrinhos de tração humana fixo e carrinho de tração humana desmontável (RIBEIRO, 2014; SANTOS, 2016; RIBEIRO, 2019; SILVA et al., 2020a), carrinho plataforma de transporte de resíduos sólidos (SANTOS, 2016; SOUSA, 2018; SILVA et al., 2020a), mesa de triagem desmontável (RIBEIRO, 2014; SILVA et al., 2020a), suporte de triagem (SOUSA, 2018; SILVA et al., 2020a), composteiras para tratamento aeróbio de resíduos sólidos orgânicos (ARAÚJO et al., 2017; ARAÚJO, 2018; ARAÚJO et al., 2019; GOMES, 2019).

As ações de intervenção também contribuíram para realização de ações voltadas ao meio ambiente, tais como, arborização, reportagens sobre o tema e ações sociais da Paróquia Jesus Libertador com a inserção da temática (SILVA et al., 2020).

Em relação ao aspecto econômico, além da redução dos gastos públicos com transporte e aterramento dos resíduos, também foi possível observar o aumento da renda dos catadores de materiais recicláveis (de R$ 90,00 para 500,00), embora este aumento ainda não seja suficiente para atender às necessidades básicas desses profissionais. Sousa (2018) e Silva et al. (2020a) destacam a importância dos catadores de materiais recicláveis na gestão de resíduos sólidos, uma vez que o trabalho desses profissionais promove o retorno de materiais recicláveis ao setor produtivo. No Bairro em estudo, Sousa (2018) identificou em um ano de estudo que 20.000 kg desses materiais foram encaminhados às indústrias da reciclagem. Araújo et al. (2017) destacam que a separação e higienização dos resíduos sólidos na fonte geradora foi fundamental para coleta de materiais passíveis de serem reciclados.

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No âmbito educacional, as mudanças geradas até então, ilustram os impactos positivos obtidos através do processo de sensibilização e formação em Educação Ambiental, o que seria redundante enfatiza-los novamente. No entanto, os participantes do projeto, a partir do processo de sensibilização e de formação em Educação Ambiental, além de mudarem a percepção ambiental e compreenderem os problemas ambientais locais, passaram a deter preocupação com as ações individuais e coletivas que acentuam a problemática ambiental. Passaram a ter visão crítica da própria realidade, intervindo de forma direta no cenário local.

A formação em Educação Ambiental por meio da extensão universitária provocou mudanças nas vidas dos catadores de materiais recicláveis associados à ARENSA, nas vidas dos discentes, docentes e dos moradores que participaram deste trabalho, como citam Silva (2020) e Silva et al. (2020b). Educação Ambiental promove a valorização profissional, a responsabilidade e emancipação de um grupo de seres humanos que teve no passado a sua infância, adolescência e juventude roubadas (SILVA, 2009; 2012; 2020). Educação Ambiental provocou mudanças sociais, como defendem Cavalcante (2018), Sousa (2018) e Silva et al. (2020).

Os resultados ilustram que o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade, só será possível a partir de contínuo e participativo processo educativo sobre meio ambiente, conforme descreve a Política Nacional de Educação Ambiental, Lei 9.795 de 1999 (BRASIL, 1999) e o artigo 225 da Constituição Federal do Brasil (BRASIL, 1988).

A Educação Ambiental é a forma para alcançar o equilíbrio do meio ambiente, para as presentes e às futuras gerações, conforme prever o Relatório de Brundtland publicado em 1987 (BRUNDTLAND, 1987) e a Agenda 21 Global, no seu capítulo 36 (1992). De acordo com Silva et al. (2019), a Educação Ambiental deve estar alicerçada em todas as ações de intervenção sobre o meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, promovendo o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade.

4 CONCLUSÃO

As ações realizadas geraram mudanças significativas no contexto dos líderes comunitários e moradores do bairro Malvinas, bem como no exercício profissional dos catadores de materiais recicláveis. A Educação Ambiental mostrou-se uma importante ferramenta na adoção dos princípios da corresponsabilidade e sustentabilidade, favorecendo o envolvimento dos moradores nas diferentes etapas da gestão integrada de resíduos sólidos.

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Todas as etapas que contribuíram para a gestão integrada de resíduos sólidos só foram possíveis mediante a realização de diferentes estratégias de sensibilização e mobilização social. Essas estratégias foram alicerçadas nos princípios da Educação Ambiental, de modo a promover mudança de percepção, habilidades e hábitos cotidianos em prol da melhoria da qualidade de vida, participação popular e espírito comunitário.

Educação Ambiental na perspectiva sociocrítica e centrada na metodologia de construção e reconstrução do conhecimento para o meio ambiente de forma dinâmica, lúdica e contextualizada é essencial ao alcance dos objetivos previstos na Política Nacional de Resíduos Sólidos.

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