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Congresso Nacional dos Farmacêuticos 2017

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A Ordem dos Farmacêuticos, enquanto entidade responsável pela organização do Congresso Nacional dos Farmacêuticos 2017, nos dias 12, 13 e 14 de outubro, em Lisboa, e a Revista Portuguesa de Farmacoterapia (RPF), publicação científica nacional de referência em todo o sector farmacêutico, associaram-se para publicar o resumo dos trabalhos que serão apresentados durante o evento sob a forma de póster.

Subordinado ao tema “Medicamentos para todos”, o programa científico do CNF´17 prevê a realização de várias sessões plenárias e paralelas e um espaço para apresentação e discussão de pósteres técnico-científicos. Esta iniciativa tem como objetivo a divulgação de trabalhos desenvolvidos por farmacêuticos nas suas diferentes áreas de intervenção profissional. Deste modo, a Ordem dos Farmacêuticos procura dinamizar e incentivar os profissionais que representa a demonstrarem o resultado do seu trabalho, contribuindo também para a produção de evidência em vários domínios da área da Saúde, tão relevante no processo de apoio à decisão. De forma a exponenciar a visibilidade destes trabalhos, foi estabelecida esta parceria com uma das mais prestigiadas revistas científicas portuguesas da área farmacêutica, com quase uma década de existência, de acesso livre e indexada no Repositório Científico de Acesso Aberto em Portugal (RCAAP) e no Index das Revistas Médicas Portuguesas (IndexRMP). Esta associação dá a oportunidade para os autores verem os seus trabalhos publicados e apreciados por um universo de leitores diferenciado, mais abrangente e com interesse específico sobre as Ciências Farmacêuticas.

O resumos de todos os 87 pósteres submetidos à apreciação da Comissão Científica são publicados nesta edição da RPF, organizados pela respetiva área em que se inserem: Análises Clínicas e outras; Farmácia Prática (Farmácia Comunitária; Farmácia Hospitalar; Distribuição Farmacêutica; Marketing Farmacêutico);

Desenvolvimento e Avaliação do Medicamento; Galénica e Tecnologia Farmacêutica.

Prof. Doutor José Augusto Guimarães Morais

Congresso Nacional dos Farmacêuticos 2017

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Prevalência de

Escherichia coli na Infeção

do Trato Urinário e Estudo das suas

Sensibilidades Antimicrobianas na População

da Ilha do Faial, 2016

Rui Pedro Borges de Sousa1

1. Hospital da Horta E.P.E., Horta, Portugal

Objetivo

A infeção do trato urinário (ITU) é uma das infeções mais frequentes a nível comunitário, apresentando custos mais elevados para a sociedade e sistema de saúde. A publicação de estudos de avaliação epide-miológica dos agentes etiológicos responsáveis pela ITU e o seu perfil de resistências antimicrobianas constitui uma mais-valia para a elaboração de crité-rios de decisão para antibióticoterapia empírica, bem como para alertar os responsáveis na área da saúde no que respeita aos benefícios de uma prescrição correta dos antimicrobianos. Vários estudos demonstraram a

Escherichia coli como principal agente bacteriano

cau-sador de ITU. O estudo pretendeu avaliar a prevalên-cia de E. coli e seu perfil de resistências

antimicrobia-na antimicrobia-nas ITU’s da comunidade da ilha do Faial.

Métodos

Estudo epidemiológico do tipo transversal, baseado nas uroculturas realizadas aos utentes externos do serviço de Patologia Clínica do Hospital da Horta no ano de 2016. Sobre as uroculturas positivas foram analisados parâmetros como a idade, sexo, tipo de bactéria e perfil de suscetibilidade. Foram excluídos do estudo todos os registos com dados insuficientes para análise, bem como todos os pedidos de urocul-turas em duplicado e do mesmo doente num prazo inferior a sete dias. Todos os dados foram disponibi-lizados pelo Serviço de Patologia Clínica do Hospital da Horta.

Resultados

Maior prevalência de uroculturas positivas nas mu-lheres. Nas mulheres tendência bi-modal: primeiro pico a ocorreu na faixa etária dos 30 aos 39 anos, o

2º pico (mais elevado) na faixa dos 70 aos 79. Nos homens, a tendência de aumento ocorreu a partir da faixa etária dos 50 aos 59.

A frequência das bactérias isoladas entre sexos foi diferente. Predomínio da E. coli como principal

cau-sadora de ITU (~60% no total). Na mulher a preva-lência de E. coli foi mais elevada do que no homem. A

2ª e 3ª bactéria mais frequentes foram a Klebsiella p. pneumoniae e Proteus mirabilis, com maior frequência no

homem em ambos os casos.

O estudo do perfil antimicrobiano nas estirpes de E. coli apresentou elevada sensibilidade à fosfomicina

(> 95%) e nitrofurantoína (> 95%). O timetroprim/ sulfametoxazol e as fluoroquinolonas apresentaram resistências elevadas, (próxima dos 20%). A amoxici-lina e amoxiciamoxici-lina/ácido. clavulânico com resistências mais elevadas (> 20% e >40%). Excluindo a cefalotina (com sensibilidade de 40%), no grupo das cefalos-porinas as sensibilidades foram sempre superiores a 80%. Ocorreu maior frequência de ESBL no grupo dos homens.

Conclusões

As ITU comunitárias ocorreram na maioria dos casos em idosos. São mais frequentes nas mulheres do que nos homens. E. coli é o principal agente bacteriano

im-plicado na ITU (60,89%) em ambos os sexos. A fos-fomicina e nitrofurantoína apresentam-se como bons candidatos a antibiótico de primeira escolha para o tratamento empírico da ITU comunitária.

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Importância do Laboratório de Análises

Clínicas no Diagnóstico Precoce da Infeção

por HIV

Lavínia Monteiro da Graça Araújo1, Marta Calado2, Camila Gomes1, José Miguel Azevedo-Pereira2

1. Faculdade Farmácia da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal

2. Instituto de Investigação do Medicamento (iMed.UL), Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal

Objectivo

A fase aguda/primária da infeção por HIV define-se como o período de tempo que decorre entre a trans-missão inicial e o desenvolvimento dos anticorpos contra o HIV (aproximadamente 22 dias após a in-feção). Este é o estadio mais infecioso da doença por-que a replicação viral do HIV resulta em cargas vi-rais extremamente elevadas (com valores de virémia até 108 cópias de RNA/mL). Por isso, o diagnóstico precoce de indivíduos em seroconversão, é extrema-mente importante na patogénese, estudos epidemio-lógicos e no tratamento da infeção, pois quanto mais cedo este for iniciado, maior será a eficácia na pre-servação da imunidade e menor a taxa de progressão para a doença.

Metodologia

Para a realização deste estudo foram analisadas 1123 amostras (plasma e soro) entre 2007 e 2017. En-tre os anos 2007-2013 as amostras de seroconversão foram detetadas analisando-se os anticorpos anti--HIV-1 e anti-HIV-2 tendo-se utilizado um méto-do imunoenzimático (Geenscreen HIV1/2, versão 2, Bio-Rad) e um kit de deteção de antigénio p24 (Innotest Antigen, bioMérieux). A presença de anticorpos

foi confirmada por Western Blot (New LAV Blot 1, Bio-Rad). A partir de 2014 a confirmação da

presen-ça de anticorpos anti-HIV passou a ser realizada recorrendo-se a um método imunocromatográfico e pesquisa de DNA proviral através do método de PCR. Todas as análises foram realizadas de acordo com as instruções do fabricante.

Resultados

Das 1123 amostras analisadas detetaram-se 38 ca-sos de seroconversão (3,4 %), de entre os quais 30

são do sexo masculino (2,7 %) e 8 (0,7 %) são do sexo feminino. Verificou-se ainda que o número de seroconversões detetadas entre o ano de 2007 e 2013 foi de 18, e entre 2014 e abril de 2017 foi de 20. Veri-ficou-se um aumento do número de seroconversões a partir do ano de 2014. Isto poderá dever-se ao fac-to do algoritmo de confirmação da presença de an-ticorpos anti-HIV ter sido alterado. Até 2013 o teste utilizado era dispendioso e consequentemente não era solicitado. Desde 2014 implementou-se um novo método mais simples, muito menos dispendioso e au-mentando a sensibilidade e especificidade dessa con-firmação.

Conclusão

De acordo com os resultados obtidos verificámos que a utilização de metodologias com uma maior sensibi-lidade e exatidão permitem o diagnóstico precoce da infeção pelo vírus da imunodeficiência humana e con-sequentemente auxiliar no tratamento e/ou controlo da disseminação da infeção.

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Elucidação dos Fatores que Influenciam a

Mortalidade Experimental num Estudo de

Adesão ao Tratamento Cutâneo na Psoríase

Ana Teixeira1,2, Viviana Vasconcelos1,2, Vera Almeida1,2, Maribel Teixeira2, A. Rita Gaio3, Tiago Torres4,

Sofia Magina5, José Sousa Lobo2, Isabel Almeida2

1. Cooperativa de Ensino Superior Politécnico Universitário (CESPU) / Instituto de Investigação e Formação Avançada em Ciências e Tecnologias da Saúde (IIFACTS), Gandra, Portugal

2. UCBIO/REQUIMTE, Universidade do Porto, Porto, Portugal

3. Centro de Matemática da Universidade do Porto / Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Porto, Portugal 4. Hospital Santo António, Porto, Portugal

5. Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Centro Hospitalar de São João, Porto, Portugal

A adesão ao tratamento influencia a eficácia tera-pêutica e tem importantes implicações económicas e sociais, tornando-se por isso um problema de saúde pública. O estudo da adesão ao tratamento e dos fa-tores que a influenciam é essencial para a definição de estratégias de promoção da adesão. Contudo, fre-quentemente os doentes recrutados não finalizam a participação nos estudos de adesão. As razões desse comportamento esporadicamente são alvo de inves-tigação e não estão totalmente esclarecidas, podendo incluir fatores suscetíveis de prevenção.

Objetivo

Averiguar as razões que conduziram à mortalidade experimental num estudo de adesão ao tratamen-to com medicamentratamen-tos de administração cutânea na psoríase.

Metodologia

Foram recrutados 169 doentes a efetuar, exclusiva-mente, tratamento com medicamentos de aplicação cutânea para a psoríase. Foram aplicados os seguin-tes instrumentos: ficha sócio-demográfica e clínica, BSI (inventário de sintomas psicopatológicos - ver-são portuguesa) e SAPASI (índice autoadministrado da área e severidade da psoríase - versão portugue-sa). A adesão ao tratamento, com duração de apro-xidamente 45 dias, foi estudada utilizando um diá-rio de medicação e a pesagem dos medicamentos. O estudo teve a aprovação das Comissões de Ética das unidades de saúde onde ocorreu o recrutamento dos

doentes. Os resultados foram sujeitos a análise es-tatística (regressão logística após análise univaria-da) usando a linguagem R, versão 3.3.0 (R computing,

Viena, Áustria). O nível de significância foi fixado em 0,05.

Resultados

Os 68 doentes (40,2%) que abandonaram o estu-do (G1) em comparação aos que concluíram (G2), permaneceram menos tempo ao ar livre (G1=56,7%; G2=75,0%; p=0,024) e apresentaram uma maior

sin-tomatologia psicopatológica (G1=71,6%; G2=54,0%,

p=0,033). Os dois efeitos são independentes, mas

cumulativos.

Conclusões

Fatores psicossociais e relacionados com estilos de vida justificaram a mortalidade experimental neste estudo. Há uma associação significativa e negativa entre permanecer ao ar livre e abandonar o estudo e uma associação significativa e positiva entre ter sin-tomatologia psicopatológica e abandonar o estudo. O conhecimento das razões da mortalidade experimen-tal poderá contribuir para um planeamento de estu-dos clínicos com menor abandono estu-dos participantes. 58

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Antibiotic Resistance in Different Hotspots:

the One Health Approach

Vera Manageiro1, Raquel Romão1, Eugénia Ferreira1,Manuela Caniça1,

1. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I. P., Lisboa, Portugal

Objectives

Antibiotics are powerful tools for fighting and pre-venting infections. Nevertheless, widespread use of antibiotics has resulted in an alarming increase in an-tibiotic-resistant infections. As anan-tibiotic-resistant infections increase, therapeutic options for the treat-ment of bacterial infections are becoming increas-ingly limited, expensive and often more toxic. One of the main aim of the National Reference Laboratory of Antibiotic Resistances and Healthcare Associated Infections (NRL-AR/HAI), at National Institute of Health Doutor Ricardo Jorge, Lisbon, Portugal, is to contribute to the knowledge of the spread of anti-biotic resistance (AR) among humans, animals, and environment, and to suggest actions according to the flow of AR genes in view to the actual concept of “One Health”.

Methodology

The NRL-AR/HAI has been developing work in sev-eral priority areas, with action at prevention level carried through the training, dissemination of re-sults from its team, and the coordination and par-ticipation in projects aiming the clarification of the national AR situation, namely in a European and International context. The laboratory deals with hu-man isolates that are from three different networks: Norma 004/2013 from DGS/Ministry of Health, EARS-Net (European Antimicrobial Resistance Surveillance Network) and ARSIP (Antimicro-bial Resistance Surveillance Program in Portugal). In the area of AR in veterinary and environment, NRL-AR/HAI has also performed several studies through research collaborations with universities and other specialized laboratories. The NRL-AR/HAI is applying a multidisciplinary approach combining the most advanced “omic” techniques (genomics and proteomics) with classic phenotypic and epidemio-logic tools to study bacterial AR mechanisms.

Results

The results obtained so far among human isolates show that, in Portugal, nowadays, the dissemi-nation of carbapenemases (mostly KPC) among

Enterobacteriaceae is the main AR problem, both in

nosocomial and in community-acquired infections. More bad news are the emergent problem of colistin resistance mediated by plasmids. Good news are the decreasing of MRSA percentages in invasive isolates in Portugal, however still very high when comparing with other European countries. EARS-Net results are released annually. Other results are published through scientific papers, scientific dissemination in meetings or to the population in general. This in-cludes reports sent to several groups/networks and clinicians.

Conclusions

Along with the One Health concept the NRL-AR/HAI integrates information from human, veterinary and environmental microbiomes to the analysis of resistance dissemination in pathogenic isolates. Therefore, it contributes to the clarification of critical hot spots, which may be crucial to identify new potential effective antimicrobials that can cir-cumvent today’s therapeutic choices.

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Vitamina D - Que Realidade? Panorama num

Hospital em Lisboa

Manuela Rebordão1, Sandra Francisco1, Ana Luísa Vieira1, Manuel Silva1

1. Hospital das Forças Armadas, Lisboa, Portugal

Objetivo

Avaliar o nível de vitamina D, na população que ocor-re ao nosso meio hospitalar.

Material e Métodos

Estudo retrospetivo realizado no Serviço de Patologia Clínica no ano de 2016 (1 janeiro–31 dezembro) relativamente ao doseamento de 25-hi-droxivitamina D (calcidiol). Estudaram-se 581 doentes/utentes atendendo à idade, sexo, estação do ano e replicados quando ocorreram. Utilizou-se uma técnica de imunoensaio com tecnologia ELFA (Enzyme Linked Fluorescent Assay) - equipamento Vidas

(Biomerieux).O estudo estatístico foi feito recorrendo

ao programa SPSS, considerando-se valores com sig-nificado estatístico de p<0,05.

Resultados

População com idade média de 64,2 anos (17-94 anos), 260 mulheres (64,7 idade média) e 321 homens (63,7 idade média).O valor médio do doseamento da vitamina D de toda a população foi de 24,0 ng/mL variando significativamente por grupo etário (1-40 anos, 27,0 ng/mL / 40-60 anos, 25,6 ng/mL e superior 60 anos, 22,8 ng/mL, p=0,007), não variando

signifi-cativamente entre sexos. Estratificando a popula-ção estudada de acordo com o que está publicado, formamos três grupos significativamente diferentes,

p<0,001. Primeiro grupo – concentração de vitamina D

< 20 ng/mL (nível de deficiência). Neste grupo encon-tramos a maioria da nossa população 41,7% (n=242) e cujo valor medio é de 13,9 ng/mL. A idade média deste grupo é de 68 anos de idade. Segundo grupo – valores de vitamina D entre 20-30 ng/mL, (nível de insuficiên-cia), constituído por 33,5% (n=194) da população e cujo valor médio é 25 ng/mL. Idade média de grupo 63 anos de idade. Terceiro grupo – doseamentos de vitamina D > 30 ng/mL (nível de suficiência) em 24,8% do

total da população (n=144) e cujo valor médio foi de 39,7 ng/mL. Idade média 60 anos. Relativamente à va-riação dos valores de vitamina D com as estações do ano só encontramos diferenças significativas quan-do agrupamos os resultaquan-dos em primavera e verão (média 25,1 ng/mL), outono e inverno (média 23,1),

p=0,048. A avaliação de replicados (n=114) e

conside-rando que o 2º doseamento corresponde a um possí-vel controlo de terapêutica instituída, diferiu signifi-cativamente em relação ao valor basal, passando de um valor médio de 26,2 ng/mL para 31,1 ng/mL p<0,001

(média de idade de 64,9 anos).

Conclusões

Considerando os níveis normais ou de suficiência de vitamina D, podemos verificar que esta só ocorre num quarto da nossa população. A grande maioria da população encontra-se com níveis de deficiência de vitamina D e corresponde à faixa etária mais elevada. Constatamos uma ligeira tendência de diminuição dos níveis com o aumento da idade. Nas estações com maior incidência de sol, apesar de haver um aumen-to significativo de vitamina D, não permite superar os níveis de insuficiência. O controlo terapêutico demonstra eficácia no tratamento passando os re-sultados dos doseamentos da vitamina D de níveis insuficientes para níveis considerados suficientes ou normais.

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Effect of a Negative Ion Producing Lamp

on Resistant and Non-resistant Strains

Paula Machado1, Beatriz Belém2, Beatriz Almeida2, Nuno Soares Cardoso3, José Moniz Pereira2,

Alexandra Nogueira Silva1

1. Associação para o Desenvolvimento do Ensino e Investigação da Microbiologia (ADEIM), Lisboa, Portugal 2. Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal

3. Planeta Consciente - Soluções de Poupanças, Saúde e Bem-Estar, Lda, Cascais, Portugal

Various studies suggest that negative air ions (NAI) produced by ionizers have biocidal effects on various bacterial and fungal species. There is also evidence that negative ions kill dust mites, thus reducing nat-ural mite populations, which are responsible for al-lergic symptoms.

The aim of this work was to make a comprehensive laboratory study to compare the microbicidal activ-ity of Ionizit® bulbs on ATCC bacteria, fungi and clinical resistant bacteria, with that of UV bulbs. This study was based on an adapted version of the European Standard (EN) 13697 for chemical disinfec-tants and antiseptics testing on non-porous surfaces. The bacterial and fungal standard strains used were

S. aureus ATCC 6538, P. aeruginosa ATCC 15442 and

9027, E. coli ATCC10536, E. hirae ATCC 10541 C. albi-cans ATCC 10231, Aspergillus brasiliensis ATCC 16404, E. faecalis ATCC 51229, S. typhimurium ATCC 13311, Acinetobacter baumanii ATCC 19606 and Mycobacterium smegmatis ATCC 607. The resistant strains used were S. aureus ATCC 43300 from the Bioresource Centre

ATCC; E. coli 89K and Klebsiella pneumoniae which

were clinically isolated. All of them were charac-terised by the Kirby-Bauer method. To evaluate the lamp efficiency, surfaces were inoculated with these microorganisms and standard distances between these surfaces and the lamp, as well as assay times of 0, 1, 3 and 6h were defined. Microorganism counting was performed after using the membrane filtration or the surface-spread method. In this study, according to EN 13697, a reduction of strains equal to or higher than 4 and 3 log units for bacteria and fungi respec-tively was considered to be a significant reduction. The experiments undertaken provided evidence that exposure to Ionizit® bulbs using the filtration

meth-od resulted in a considerable reduction of both S. au-reus ATCC 6538 and E. coli ATCC 10536 on surfaces

after 3 hours, with the bulbs placed at approximately 2 cm of the cultures. However, no significant reduc-tion of these strains was observed when the surface-spread method was used and the bulbs were placed at a distance of approximately 40cm of the plates. Neither did exposure to UV bulbs using the surface-spread method significantly reduce S. aureus ATCC

6538 or E. coli ATCC 10536 on the plates, with the

bulbs placed at a distance of approximately 30 cm. After 6 hours, a logarithmic reduction of S. aureus

ATCC 6538, P. aeruginosa ATCC 9027, E. coli ATCC

10536, E. hirae ATCC10541, C. albicans ATCC10231 and A. brasiliensis ATCC 16404 was confirmed. For the

other strains under study this reduction was not ob-served.

To consolidate the results that were found, we pro-pose performing this study in real rooms (clinics, of-fices, hospital wards, etc.), as well as a continuous ozone quantification during the exposition period.

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A Contribuição do Laboratório da Comunidade

no Uso Responsável do Antibiótico – a

Experiência do Laboratório de Análises Clínicas

Dr. J. Leitão Santos

Gizela Ferreira Alves dos Santos1, Ana Catarina Guerreiro1, João Lago1, Alice Pereira1

1. Laboratório de Análises Clínicas Dr. J. Leitão Santos, Lda, Vila Franca de Xira, Portugal

Objetivo

Propor metodologia a implementar pelo laboratório da comunidade para apoiar a atividade do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos (PPCIRA).

Metodologia

“O controlo das infeções associadas aos cuidados de saúde está associado à prevenção da resistência aos antimicrobianos. O seu uso, frequentemente inade-quado, promoveu a emergência e seleção de bactérias resistentes e multirresistentes, existindo evidência de associação, consistente e estatisticamente rele-vante, entre o nível de consumo de classes específicas de antibióticos e a resistência a essas classes.

O PPCIRA tem como objetivo geral a redução da taxa de infeções associadas aos cuidados de saúde, hospi-talares e da comunidade, assim como da taxa de mi-crorganismos com resistência aos antimicrobianos”. Por rotina, o laboratório deve agir de acordo com as normas da Direção-Geral da Saúde e trabalhar de acordo com as boas práticas laboratoriais de forma a obter resultados rápidos e disponibilizar a informa-ção que leva à adequainforma-ção da terapêutica do doente. Indo de encontro às estratégias específicas do PPCI-RA, o laboratório deve: identificar as resistências aos antimicrobianos e estabelecer os perfis epidemioló-gicos da comunidade, essencialmente ao nível das infeções urinárias, e participar em sessões clínicas, apresentando os resultados dos perfis epidemiológi-cos aos clíniepidemiológi-cos.

Resultados

Comunicações orais (2013-2016):

• Quatro sessões científicas “Infeção Urinária na

Comunidade - Prevalência e Resistência” (USF Villa Longa; UCSP Alverca; USF Arruda dos Vinhos) • Congresso Científico da ANL – “Resistência aos Antimicrobianos em Ambulatório - um problema de Saúde Pública? Contribuição do Laboratório da co-munidade para a melhoria da decisão Clínica” Comunicações em painel (2015 e 2016):

• 3ªs Jornadas da USF Villa Longa – “Infeção urinária na comunidade - Experiência de 5 anos (2010-2014)” • XX Jornadas Científicas de Análises Clínicas e de Genética Humana – “Infeção urinária na comunidade - Experiência de 6 anos (2010 - 2015)”

Carta epidemiológica (2016):

• Distribuição da “Carta Epidemiológica de Susceti-bilidade aos Antimicrobianos - 2015” a médicos pres-critores nas 4ªs Jornadas da USF Villa Longa.

Conclusões

Nos últimos anos verificou-se um aparecimento pro-gressivo de resistências às fluoroquinolonas e outros antibióticos normalmente utilizados no tratamento empírico da infeção do trato urinário. O tratamento dos doentes deve basear-se no conhecimento da epi-demiologia bacteriana da região, do seu padrão de re-sistência e numa constante atualização dos perfis de resistência.

Uma terapêutica eficaz permite reduzir: o número de resistências, os custos associados à utilização de antibióticos desnecessários e o número de interna-mentos.

O laboratório da comunidade pode contribuir para a melhoria da decisão clínica, promovendo o uso racio-nal do antibiótico.

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Microbiological Control of Air and Surfaces

in Operating and Recovery Rooms of a Lisbon

Hospital

Beatriz Almeida1, Beatriz Belém1, Paula Machado2, Pedro Ferreira3, José Moniz Pereira1, Alexandra

Nogueira Silva2

1. Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal

2. Associação para o Desenvolvimento do Ensino e Investigação da Microbiologia (ADEIM), Lisboa, Portugal 3. Hospital da Ordem Terceira de S. Francisco da Cidade, IPSS, Lisboa, Portugal

Microbiological assessment of operating rooms is crucial for maintaining an aseptic environment and preventing surgical site infections. Studies carried out in Europe and the United States of America (USA) provide evidence of the importance of envi-ronmental microbiological control in the prevention of these infections.

The Quality Management Department of the Ordem Terceira Hospital, in collaboration with the Microbiological Quality Control Laboratory of Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, (FFUL), initiated, in 2011, an annual study concern-ing the microbiological evaluation of air and surfaces in the ophthalmology operating room (Lasik) and respective recovery room. As from the year 2014, the study was extended to five general operating rooms and recovery room. The main aim of this study was to identify the critical contamination points and to verify whether the hygienization/ disinfection pro-cesses implemented were in fact effective.

The impaction method using Merck® MAS 100 equipment was used for the collection of indoor air, while contact plates and Swab Test were used for the evaluation of surfaces. In all samples, the Total Aerobic Bacteria Count (TAMC) and the Total Yeast and Fungi Count (TYMC) were performed. As a complement, in 2015, an investigation concerning the existence of Legionella pneumophila. in the ducts of the

operating rooms air conditioners was also included. This investigation was conducted using samples of condensed water from the air conditioners.

The results from the samples collected from multi-ple points within the operating rooms and recovery rooms over the several years of our study (2011-2016)

were almost all within the limits specified in the existing legislation (Decree-Law n.º353-A/2013). In fact, only 2-5% of the surface samples collected in the Lasik and recovery room and in three of the general operating rooms revealed TAMC>500 CFU/m2. With respect to fungi, of all the surface samples collected in the various operating rooms and recovery rooms, only 7% of those collected in the Lasik room revealed TYMC above the limit established.

The surface samples collected in the Lasik and respective recovery room revealed averages TAMC=5,5 CFU/m2 and TYMC=0,7CFU/m2, while those collected in the general operating rooms and recovery room revealed averages TAMC=8,0CFU/m2 and TYMC=0,4CFU/m2.

The air samples from the Lasik and respective recovery room revealed averages TAMC=29,1 CFU/m3 and TYMC=4,6CFU/m3; those collected in the general operating rooms and corresponding re-covery room revealed averages TAMC=35,7CFU/m3 and TYMC=3,2CFU/m3.

With respect to Legionella pneumophila, it was absent

in all the samples collected from 2015 to 2016.

From this investigation one may infer that a periodic review of the microbiological quality of air and sur-faces, associated with cleaning/disinfection plans, contributes to the quality control of these rooms, the detection of critical contamination points and the prevention of surgical site infections.

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Potencial Hipocolesterolemiante das Águas

Minerais Hipertermais de Chaves: Um Estudo

Piloto

Maria Deolinda Auxtero1, Isabel Margarida Costa1, Luís Proença1, Francisco Carneiro2, António

Vicente2, Sónia Cardoso2

1. Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, Almada, Portugal 2. Gestão de Equipamentos do Município de Chaves, Chaves, Portugal

Objetivo

A hipercolesterolemia é reconhecidamente um im-portante fator de risco de aterosclerose, uma das prin-cipais causas de morbilidade e mortalidade em todo o mundo. As águas bicarbonatadas têm apresentado diversas propriedades digestivas e potencial hipoco-lesterolemiante, mas apesar da riqueza e diversidade das águas termais portuguesas, os estudos deste tipo realizados em Portugal são escassos. A água mineral de Chaves é uma água hipertermal (76ºC), bicarbo-natada e rica em sódio, sílica e fluoreto. Este estudo teve como objetivo explorar o possível efeito da in-gestão de água hipertermal de Chaves na redução dos valores de colesterol total em indivíduos hipercoles-terolémicos submetidos a tratamento nas Termas de Chaves.

Metodologia

O estudo envolveu 36 indivíduos (29 mulheres, sete homens) fazendo tratamento no Spa das Termas de

Chaves por um período mínimo de 10 dias. Foram comparados os níveis de colesterol total (medidos em sangue capilar) obtidos na admissão e no último dia do tratamento. Os participantes obedeceram aos seguintes critérios cumulativos de inclusão: idade ≥ 18 anos; sem contraindicação médica para beber água hipertermal de Chaves; colesterol total ≥ 200 mg/dL (no momento da admissão); com terapêutica hipoco-lesterolémica iniciada ≥ seis meses ou sem terapêu-tica hipocolesterolémica. Foram excluídos os indiví-duos que iniciaram terapêutica hipocolesterolémica ou alimentos funcionais ricos em fitosteróis ou óme-ga-3 durante o período de estudo ou que apresenta-ram transtornos de trânsito intestinal (diarreia). Os

participantes consumiram a água hipertermal exclu-sivamente na frequência e volume prescritos, e o tem-po e o volume da ingestão de água foram registados. Os indivíduos foram instruídos para não se desviarem dos seus hábitos regulares de dieta e exercício duran-te o estudo. Cada participanduran-te deu consentimento informado, por escrito, antes do estudo e o protocolo foi aprovado pela Comissão de Ética de Egas Moniz C.R.L. Os dados foram analisados usando métodos de estatística descritiva e inferencial (software IBM SPSS Statistics v.24). Foi considerado um nível de

signifi-cância de 5%.

Resultados

Os indivíduos ingeriram um volume médio por dose de 97,5 ± 6,92mL de água hipertermal, 4,14 ± 0,64 vezes ao dia e a duração média do tratamento foi de 11,44 ± 1,40 dias. Os resultados mostraram uma dimi-nuição significativa nos níveis médios de colesterol total após o tratamento nas Termas de Chaves quando comparados os valores iniciais (235,56 ± 26,27 mg/dL) e finais (223,61 ± 38,54mg/dL), p = 0,034.

Conclusões

Estes resultados preliminares revelam-se promis-sores e evidenciam o potencial efeito hipocolestero-lemiante da água mineral-medicinal de Chaves em adultos dislipidémicos, embora sejam necessários mais estudos.

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Determination of Phenolic Compounds

in

Prunus Avium L.: Comparison of Six Sweet

Cherry Cultivars from Fundão, Portugal

Rodrigo Carvalho Ramos1, Ana Paula Duarte1, Eugénia Gallardo1

1. Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (CICS-UBI), Covilhã, Portugal

The region of Fundão, Portugal, is quite well known for the production of sweet cherry. Indeed, there are over 400 producers that manage a 2600 hectares’ area and produce almost 7000 tonnes of sweet cherry. Al-though the Saco cultivar is one of the most appreci-ated, due to its sweet flavour and deep red colour, there are several other cultivars of importance. With many organoleptic differences, in flavour, odour, co-lour, weight and others, it became important to un-derstand what differences exist in these cultivars re-garding their phenolic content. The aim of this work was the development of a methodology based in HPLC-DAD to determine nine phenolic compounds in different sweet cherry cultivars.

This work describes the analysis of nine phenolic compounds [quercetin, gallic acid, p-coumaric acid, rutin, chlorogenic acid, epicatechin, cyanidin-3-O-glucoside, cyanidin and quercetin-3-4’di-glucoside] in sweet cherries by liquid chromatography-diode array detection. Analyte extraction has been com-prehensively optimized and the methodology was validated according to the guidelines of the Food and Drug Administration. To approximately 2g of fruit (after liophylization) 40mL of MeOH acidified with 0.01% HCl was added, followed by agitation for 2h at 37º C. This process was repeated twice under the same conditions. The extracts were centrifuged and evaporated until a caramel-like extract was obtained. Dilutions of this extract were studied in order to fa-cilitate the analysis by HPLC.

The method was linear from 2μg/mL (lower limit of quantitation) to 50μg/mL, with determination coeffi-cients higher than 0.99 for all compounds. Intra- and interday precision ranged from 0.25 to 18.18%, while trueness was within a ± 20% interval for all analytes.

The determination of the compounds was made in six sweet cherry cultivars: Saco, Earlise, Brooks, Summit, Sweetheart and Primulat. The cultivar with the largest phenolic compound concentration was Primulat, with 157.07mg per 100g of fresh fruit of the selected phenolic compounds. In this cultivar the main compound is quercetin-3-4’di-glucoside. How-ever, the cultivar with the highest content in rutin and cyanidin-3-O-glucoside content, a red coloured anthocyanin, was Saco, with 22,03mg of the com-pound per 100 g of fresh fruit. Saco is a well known and quite appreciated cultivar.

Sweet cherries have a large potential as health pro-moting fruits. They are quite well known and largely consumed, fresh during the summer, and in pro-cessed forms throughout the year, as a part of the an-nual production goes to the processing industry. The study of their composition and a comparison of the several existing cultivars assume special importance nowadays, due to the growing concern with antioxi-dants and health promoting compounds.

The authors acknowledge the financial support of “Câmara Municipal do Fundão”.

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Phenolic Compounds are Bioaccessible from

Prunus avium L. Extract After a Simulated

in vitro Digestion

Rodrigo Carvalho Ramos1, Eugénia Gallardo1, Ana Paula Duarte1

1. Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (CICS-UBI), Covilhã, Portugal

With the growing concern regarding health and nu-trition, it is more important than ever to understand what happens to the compounds of interest pres-ent in our food in our organism. Sweet cherries are well known for their antioxidant potential, and their chemical components are well-studied. Their effect on inflammation, control of diabetes, cardiovascular disease among others, are some of the reasons why sweet cherries have earned so much attention over the last few years. But more important than under-standing how healthy their constituents are, it’s to understand if they are bioaccessible and if they are available to be absorbed in the gut.

Sweet cherries from Fundão were collected in June 2017 and were frozen at -80º C. After that cherries were lyophilized and extracted with MeOH acidi-fied with 0.01% HCl. The extract was submitted to an in vitro gastrointestinal digestion using sequential

treatments with simulated saliva, simulated gastric fluid, simulated bile and simulated duodenal fluid. All the aliquots obtained after each simulated diges-tion step were characterized concerning their pheno-lic compounds content using a validated HPLC-DAD method. The results of the quantification after each digestion phase were compared with the phenolic characterization of cherry extract before the gastro-intestinal digestion procedure.

A total of nine phenolic compounds were quantified in the different aliquots: quercetin, gallic acid, p-cou-maric acid, rutin, chlorogenic acid, epicatequin, cy-anidin-3-O-glucoside, cyanidin and quercetin-3-4’di-glucoside. When compared with the initial extract it could be observed that the glycosides suffered from considerable reductions, especially during the duo-denal phase, as well as rutin and clorogenic acid, to

a lesser extent. Quercetin, gallic acid and p-coumaric acid slightly increased their concentrations during the digestive procedure, while epicatequin increased eight-fold on the duodenal phase.

Some of phenolic compounds existing in the studied cherry fruits are able to resist the aggressive process of digestion and are available for absorption. The glycosides cyanidin-3-O-glucoside, and quercetin-3-4’di-glucoside were widely degraded, even though the compounds cyanidin and quercetin weren’t found to increase proportionally. Cellular based studies should be carried out in order to understand and predict the bioavailability of these compounds. The authors acknowledge the FEDER funds through the POCI - COMPETE 2020 - Operational Programme Competitiveness and Internation-alisation in Axis I - Strengthening research, tech-nological development and innovation (Project POCI-01-0145-FEDER-007491) and National Funds by FCT - Foundation for Science and Technology (Project UID/Multi /00709/2013).

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Estabilidade Físico-química e Microbiológica

de Bolsas de Nutrição Parentérica Produzidas

nos Serviços Farmacêuticos Hospitalares.

Beatriz Belém1, Beatriz Almeida1, Paula Machado2, José Moniz Pereira1, Alexandra Nogueira Silva2

1. Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal

2. Associação para o Desenvolvimento do Ensino e Investigação da Microbiologia (ADEIM), Lisboa, Portugal

Um dos grandes desafios da nutrição parentérica (NP) é a sua estabilidade, físico-química e microbio-lógica, relacionando-se nomeadamente com o risco de infeção. Apesar destes problemas estarem mais presentes na NP preparada nos Serviços Farmacêu-ticos Hospitalares, existem situações em que esta é vantajosa relativamente à NP comercial: para doentes com necessidades nutricionais especiais e quando o nº de doentes do hospital compensa financeiramente a preparação interna.

O objetivo desta revisão é analisar os estudos de es-tabilidade publicados sobre NP preparada nos hos-pitais e averiguar quais as vantagens da realização desses estudos nos hospitais portugueses.

Este trabalho consistiu na revisão de estudos de es-tabilidade físico-química (FQ), microbiológica e de resposta à contaminação artificial da NP, guidelines

de preparação de NP/produtos estéreis e estudos de comparação da NP preparada nos hospitais com a co-mercial.

Em relação à estabilidade FQ, o maior período de tem-po estabelecido foi dois meses a 4ºC para uma mistu-ra composta por aminoácidos, dextrose, eletrólitos e oligoelementos, sendo o fator limitante a degradação de aminoácidos. No entanto, observou-se que as vi-taminas são estáveis durante apenas três dias, exceto a vitamina C (48 horas). Em relação às misturas com lípidos, concluiu-se que passadas 24 horas, o nível de peroxidação destes compostos era já bastante eleva-do. Para a estabilidade microbiológica, a recomen-dação da USP é a conservação no frigorífico durante nove dias. No entanto, outros estudos demonstraram que as misturas com lípidos se mantêm estéreis du-rante pelo menos 30 dias e as sem lípidos seis meses. Quando decorre a contaminação das bolsas, no caso das lipídicas a proliferação dos microrganismos ocor-re mais facilmente, atingindo níveis consideráveis

passadas 24 horas. Nas bolsas que não contêm lípi-dos, o crescimento é retardado, verificando-se apenas a partir do 4º dia.

Em alguns estudos, verificou-se mesmo que a proli-feração acaba por ser inibida passados cerca de sete dias.

Em suma, são diversos os fatores que influenciam a estabilidade da NP, nomeadamente a sua constitui-ção e as condições de preparaconstitui-ção/armazenagem. Os resultados encontrados apontam para que, mediante a realização de mais estudos, seja possível aumentar os prazos de utilização estipulados, ainda que, alguns dos componentes das misturas tenham de ser adicio-nados pouco tempo antes da administração. Importa também referir que, sendo uma preparação farmacêu-tica, a NP deve ser controlada como tal e, portanto, a sua estabilidade deve ser avaliada. Seria vantajoso que cada hospital realizasse estudos de estabilidade adaptados às suas características individualizadas, de forma a poder atribuir um prazo de utilização às bolsas preparadas que garanta a segurança dos doen-tes, mas também que permita uma melhor rentabili-zação dos recursos/custos dos serviços farmacêuticos e diminuição do desperdício.

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Pharmacy Marketing Strategies: Results from

a Notoriety Study

Luís Miguel Lourenço1, Marta Lopes2, Maria Anita Silva1, Lígia Reis1

1. Farmácia Central do Cacém, Agualva-Cacém, Portugal 2. Wonders Consulting, Mindelo, Cabo Verde

Background

In order to maintain its viability, pharmacies ought to monitor business indicators (such as sales, mar-gins and growth rate) but also marketing indicators (customer satisfaction, loyalty and notoriety).

Purpose

Evaluate the image and notoriety of a community pharmacy, the impact of its brand and its competi-tive position.

Methods

A survey using a structured questionnaire with five-point Likert scales was applied by interview in three different locations to a sample of the population liv-ing in the area of Sintra (Lisbon District). To calcu-late the sample size, a 90% confidence interval and 10% sampling error of was used.

The study was conducted considering seven image attributes and adapted different scales: Availability of Medicines, Professionalism, Sympathy, Proximity, Product Diversity, to know the Employees and Physi-cal Space. Descriptive statistics and multivariate anal-ysis was performed with IBM SPSS Statistics v24.0.

Results

Eighty-six persons were interviewed. The partici-pants were mostly female (56%) and lived in Cacém and Agualva (89%). Age groups mostly represent-ed were 25 to 35 years (26,4%) and over 55 years (20,7%). The pharmacy under study obtained the highest value of Top-of-Mind (46,5%) and registered a total notoriety of 35,8%.

When visiting a community pharmacy, customers expect to find Availability of Medicines (mean 4,4 SD 0,93) and Professionalism (mean 4,3 SD 0,92); the younger population also expects to find Product Di-versity (T test, p = 0,040).

The attributes associated with quality performance of the studied pharmacy are Professionalism and Sympathy (Spearman’s rho = 0,594, p <0,001). It was

found that female customers valued more Sympathy - t (59) = - 2,086, p = 0,041 - and Professionalism - t (59)

= -2,709), p = 0,009 than male customers; Proximity

and Professionalism were most valued by customers under 45 years (Proximity: U = 367,500, p = 0,05;

Pro-fessionalism: U = 312,5, p = 0,027).

The studied pharmacy stands out from its competi-tors in five out of seven image attributes, but needs to improve the attributes Proximity (p = 0,047) and

Availability of Medicines.

Conclusion

The notoriety study showed the level of differentia-tion of the pharmacy and the awareness of its brand. Incorporating the customers’ expectations in the marketing plan might contribute to the development of the business.

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Inibidores

Check-Point na Terapêutica

Farmacológica

Mafalda Jesus, Sandra Morgado1, Manuel Morgado1

1. Centro Hospitalar da Cova da Beira, Covilhã, Portugal

Objetivos

Os inibidores check-point (ICP) são fármacos

utiliza-dos em diversas patologias oncológicas. Este estudo pretende rever os diferentes ICP que se encontram disponíveis na prática clínica, analisando as indica-ções terapêuticas já autorizadas.

Metodologia

Revisão bibliográfica do Resumo das Características do Medicamento dos ICP disponíveis no mercado farmacêutico. Foram também consultadas as bases de dados da European Medicines Agency (EMA) e da United States Food and Drug Administration (FDA) por forma a analisar quais os ICP autorizados na prática clínica. Efetuou-se, ademais, uma pesquisa na base de dados eletrónica da PubMed, recorrendo ao termo “Check-point inhibitors”, de artigos publicados

desde 2015 até 2017.

Resultados

Atualmente existem disponíveis no mercado farma-cêutico português três ICP: ipilimumab, nivolumab e pembrolizumab. O avelumab, atezolizumab e dur-valumab foram aprovados pela FDA, tendo a EMA já emitido um parecer positivo acerca dos dois primei-ros para o tratamento do cancro metastático de célu-las de Merkel e de um cancro metastático pulmonar específico e da bexiga, respetivamente. A FDA apro-vou o uso de durvalumab para o tratamento de cancro urotelial.

O ipilimumab e pembrolizumab são utilizados no tratamento do melanoma avançado, tendo este últi-mo revelado um perfil de segurança mais favorável quando comparado com outros tratamentos. Ensaios clínicos de fase I demonstraram que a combinação destes dois agentes pode ser uma opção de tratamen-to segura e eficaz em doentes com melanoma avan-çado.

O nivolumab está indicado no tratamento do can-cro do pulmão de células não pequenas em doentes anteriormente tratados com outros medicamentos antineoplásicos. O mesmo pode ser usado em com-binação com o ipilimumab para o tratamento de me-lanoma avançado, tendo esta associação melhorado a qualidade de vida do doente.

Vários ICP estão em investigação para o tratamento de outras patologias oncológicas. Contudo, torna-se importante mencionar que estes fármacos estão as-sociados a reações adversas inflamatórias resultantes da atividade imunitária aumentada.

Conclusões

Os ICP desempenham um papel fundamental no tra-tamento de doenças oncológicas. Alguns destes fár-macos ainda se encontram em investigação no senti-do de avaliar o seu potencial para outras indicações clínicas. A segurança destes fármacos é considerada o principal desafio dos mesmos, uma vez que são fár-macos que apresentam efeitos adversos relevantes, requerendo monitorização apertada por parte dos profissionais de saúde.

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Development of Key Performance Indicators

for Pharmaceutical Care Services Provides

for Outpatients Using a Delphi Approach

Tácio Lima1, Patricia Aguiar1, Silvia Storpirtis1

1. Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil

Introduction and objective

Key performance indicators (KPIs) are quantifiable measures of quality that can be used to track an orga-nization’s progress, quality improvement and bench-marking. There are no published KPIs for pharmacy services provided for outpatients. Thus, the aim of this study was to develop and content validity of KPIs for pharmaceutical care services provided for outpatients.

Methods

A working group established, initially, seven candi-date KPIs. Sixteen clinical pharmacists were invited in an web-based 2-round Delphi survey. Experts’ se-lection was based in competency coefficient (K), a self-evaluation questionnaire. Only experts with 0.8 > K < 1.0 participated the Delphi rounds. Experts rated seven candidate KPIs using KPI relevance and 6 KPI attributes on a 5-point Likert scale for consensus. Consensus was reached if mean for KPI relevance and each KPI attribute was > 4.0 during the Delphi rounds. Comments and suggestions of the candidate KPIs could be made by the experts.

Results

Eleven experts returned the first Delphi round and nine experts completed the two Delphi rounds. All experts obtained K > 0.8. After first round, three KPI did not reached mean > 4.0 for some attributes and these KPIs was restructured for new appraisal in the second round. In addition, a new KPI was de-velop for expert’s evaluation. All the eight candidate KPIs in the second Delphi round reached consensus. The KPIs set contains: (1) pharmaceutical consul-tations performed, (2) time of pharmaceutical con-sultation, (3) time of data analysis (post consulta-tion), (4) pharmacist interventions accepted by the

prescriber, (5) drug therapy problems resolved, (6) patient’s clinical status, (7) patient satisfaction, and (8) patients’ quality of life.

Conclusion

A set of 8 KPIs was developed and validated for phar-maceutical care services provided for outpatients using Delphi method consensus. It is expected that these KPIs will serve to advance clinical pharmacy practice and improving the pharmaceutical care ser-vices.

Acknowledgments

The authors would like to thank for all experts par-ticipated of the Delphi rounds. This work was sup-ported by Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel (CAPES).

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Deprescribing in Older People

Adriana Amorim1, Sandra Morgado2, Manuel Morgado2

1. Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal 2. Centro Hospitalar da Cova da Beira, Covilhã, Portugal

Background information and objective

An important determinant of drug-related problems in the elderly is an increased physiological vulner-ability to medication adverse effects and an impaired ability to recover from drug-induced insults. The process of deprescribing is aimed at reducing medi-cations for which real or potential harm outweighs benefit. The objective of this review was to assess the impact of medication withdrawal in older people (age≥65) and how the pharmacist can be instrumen-tal in this process.

Methods

We reviewed evidence from randomized controlled trials on the impact of deprescribing, through re-search and analysis of articles obtained from PubMed from March/2007 to March/2017, using the terms “deprescribing”, “polypharmacy” and “inappropriate prescribing”.

Results

Seven published studies (n=3221 subjects) met the inclusion criteria. In all studies, the changes of mean number of harmful medications was successful (p<0.05) and a substantial proportion of the patients

tolerated careful dosage reduction or withdrawal of certain classes of medications without harmful con-sequences and with possible improvement in quality of life. Five articles give us information about the par-ticipation of the pharmacist in medication reconcili-ation. Statins, benzodiazepines, nitrates and proton pump inhibitors were among the most withdrawn drugs.

Conclusions

Medication reviews involving pharmacists in pri-mary health care appear to be a feasible method to reduce polypharmacy, thus improving the quality of pharmacotherapy in elderly patients.

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Farmácia Comunitária: Avaliação da Utilização

de Anti-inflamatórios Não Esteróides

em Concomitância com Anti-hipertensores

Tânia Correia1, João Paiva1

1. Farmácia Modelar, Teixoso, Portugal

Objetivos

Identificar as quatro moléculas de anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) mais vendidas numa farmá-cia comunitária, ao longo de doze meses.

Determinar a percentagem de utentes que foram utili-zadores de alguma dessas quatro moléculas em conco-mitância com medicamentos anti-hipertensores.

Metodologia

Trata-se de uma avaliação observacional, transversal e descritiva. A informação foi recolhida através da ferramenta informática Sifarma 2000 e tratada es-tatisticamente, com recurso ao software informático

Microsoft Excel.

Identificaram-se as quatro moléculas de AINEs mais vendidas numa farmácia comunitária (diclofenac, etoricoxib, ibuprofeno e nimesulida), entre janeiro e dezembro de 2016, utilizando os dados da farmácia disponibilizados pelo Sifarma 2000. Consultaram-se os nomes de todos os utentes (n=1285) que adquiri-ram as referidas moléculas ao longo do período con-siderado. Foram fatores de exclusão para o estudo utentes com idade inferior a 18 anos, com menos de 5 atendimentos registados na farmácia durante o ano de 2016 e aqueles que não tinham registo (ficha de acompanhamento) na farmácia.

Dos 1285 utentes identificados, 1041 cumpriram os requisitos estabelecidos para o estudo.

Resultados

Entre os 1041 utentes elegíveis para o estudo, 54% (n=562) não tomaram nenhum medicamento anti--hipertensor; 46% (n=479) utilizaram medicamentos anti-hipertensores conjuntamente com terapêutica anti-inflamatória. Constatou-se que 66% dos utentes que tomaram diclofenac também usaram terapêuti-ca anti-hipertensora; para as restantes moléculas, os

valores foram de 60% para o etoricoxib, 45% para a nimesulida e 38% para o ibuprofeno. Das moléculas estudadas, a mais utilizada por doentes hipertensos foi o ibuprofeno (n=235). Considerando os utentes que tomaram apresentações não sujeitas a receita mé-dica (n=114), verificou-se que 50% (n=57) utilizaram um anti-inflamatório ao mesmo tempo que estiveram sob terapêutica anti-hipertensora.

Conclusões

A dispensa de AINEs é prática comum em farmácia comunitária. A hipertensão arterial afeta comumte a população com mais de 65 anos de idade. O en-velhecimento tem inerente um aumento progressivo de doenças reumáticas e de estados inflamatórios. Tendo em conta os dados recolhidos e analisados no presente estudo, conclui-se ser necessário reavaliar não só a dispensa de AINEs nas apresentações que não carecem de prescrição médica obrigatória, mas também naquelas que carecem da mesma. Para tal, é de extrema importância uma cooperação multidisci-plinar entre médicos e farmacêuticos. O farmacêutico comunitário, na sua prática diária, tem o dever de re-forçar o aconselhamento ao doente, tendo em conta as suas patologias, evitando uma possível descom-pensação de co-morbilidades.

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A Importância da Consulta de Revisão

da Medicação em Farmácia Comunitária:

Descrição de Caso Clínico

Marta Cordeiro1, Maria Carniça1

1. Farmácia Simões Ferreira, Tábua, Portugal

Objetivo

Demonstrar, através da descrição de um caso clínico, a importância que a consulta de Revisão da Medica-ção tem na identificaMedica-ção e/ou resoluMedica-ção de problemas relacionados com a medicação (PRM) definidos pelo Foro de Atencion Farmacéutica como “situações que causam ou podem causar o aparecimento de um re-sultado negativo associado ao uso dos medicamen-tos”, nomeadamente problemas relacionados com o processo de uso, contra-indicações, duplicação da terapêutica, problemas de saúde não tratados, etc.

Metodologia

O serviço de Revisão da Medicação foi estruturado a partir de modelos propostos na literatura.

Durante a entrevista farmacêutica é recolhida infor-mação através de um questionário de forma a conhe-cer a história clínica e o regime terapêutico instituído (medicamentos, posologia, duração do tratamento, etc) bem como a utilização de medicamentos não su-jeitos a receita médica e/ou suplementos alimentares. Os medicamentos são analisados com base no Resumo das Características do Medicamento (RCM), disponível no site do INFARMED, I.P., nas normas da Direção Geral de Saúde, quando aplicável, e também nos sites drugs.com e epocrates.com.

Resultados

Utente do sexo masculino, com 82 anos, hipertenso, diabético tipo II, apresenta valores elevados de pres-são arterial (PA), no domicílio (valores compreendi-dos entre 150/80 mmHg e 180/90 mmHg).

Ao analisar a terapêutica instituída verificou-se que existe adesão à mesma por parte do utente mas os medicamentos anti-hipertensores mostraram inefeti-vidade. Constatámos, ainda, que existe o uso prolon-gado (há cerca de 5 anos) de Cloxam® (cloxazolam).

Recomendou-se a marcação de consulta com o mé-dico assistente, a quem foi remetido o Relatório Far-macoterapêutico onde consta ainda o parecer farma-cêutico: estabelecemos a relação entre os PRM e os respetivos medicamentos e sugerimos a reavaliação da terapêutica anti-hipertensora e reavaliação da ne-cessidade do ansiolítico.

O clínico aceitou a intervenção farmacêutica: in-troduziu um novo anti-hipertensor que permitiu controlar os valores de PA e iniciou o desmame do Cloxam® (cloxazolam).

Conclusões

Foram detetados e resolvidos dois PRM’s: um proble-ma de saúde não controlado e um tratamento deproble-ma- dema-siado prolongado.

Apesar de ser referido apenas um caso clínico, é no-tória a elevada probabilidade de existência de PRM que, sem intervenção, podem conduzir a resultados clínicos negativos. Confirma-se, assim, a importância da consulta de Revisão da Medicação pois permite identificá-los e atuar em conformidade, contribuindo muitas vezes para o encaminhamento precoce de ca-sos que necessitam de avaliação médica.

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Análise das Consultas sobre Administração

Oral de Medicamentos em Formas Diferentes

das Aprovadas Recebidas por um Centro

de Informação de Medicamentos

Ana Mendes1, Aurora Simón1

1. Centro de Informação do Medicamento (CIM), Ordem dos Farmacêuticos, Lisboa, Portugal

Objetivo

As consultas sobre administração oral de medi-camentos em formas diferentes das aprovadas no Resumo das Características do Medicamento (RCM), são um subgrupo das consultas relativas a administração de medicamentos e representam um número diminuto dentro do total de consultas do Centro de Informação do Medicamento. (CIM) A sua importância reside, contudo, em permitirem resolver situações muito particulares, relacionadas com a ine-xistência de medicamentos adequados para doentes que não podem tomar medicamentos sólidos orais. Assim, analisámos os principais parâmetros e carate-rísticas deste tipo de consultas.

Metodologia

De entre as consultas efetuadas entre 1 de janeiro de 2015 e 31 de junho de 2017 selecionaram-se as refe-rentes a este subgrupo e analisaram-se os seguintes parâmetros: total de consultas, tipo de consultan-te, se foi ou não localizada a informação solicitada, tempo e forma de comunicação da resposta, envio de bibliografia e fontes bibliográficas utilizadas, princi-pais subtipos de consultas e suas características. Re-viram-se também os principais aspetos a considerar na abordagem a este tipo de questões.

Resultados

No período estudado foram recebidas 35 consultas, efetuadas principalmente por farmacêuticos comuni-tários (45,7%) e hospitalares (40,0%).

Todas as consultas foram respondidas até 24 horas após a sua receção, valor notavelmente superior ao dos dados globais de resposta no período (80,2%). O correio eletrónico, isoladamente ou em associação,

constituiu a principal forma de comunicação da res-posta (57,1%).

A informação encontrada foi considerada totalmen-te satisfatória em 42,9% das consultas. Em muitas das outras referiram-se alternativas, foi enviada in-formação complementar ou alertou-se o consultante para riscos associados ao procedimento. Foi enviada bibliografia de apoio em 42,9% das consultas, valor em consonância com as respostas satisfatórias, mas inferior face aos dados globais do período (53,1%). A informação foi principalmente localizada em fontes especializadas (sites de farmácia hospitalar/adminis-tração por sonda, recursos de formulação magistral). As manipulações de formas farmacêuticas sólidas e o uso de vias diferentes das autorizadas podem estar associadas a elevado risco de erros, com impacto na segurança do doente. Assim são revistos os principais fatores a ter em conta na abordagem a estas questões.

Conclusões

A resposta a este tipo de consultas é desafiante, pela escassez de dados na literatura. A intervenção farma-cêutica é importante para adequar o medicamento às necessidades do doente com incapacidade de ingerir formulações sólidas, mas deve ser efetuada com base em suporte bibliográfico adequado. Este habitual-mente só se consegue recorrendo a fontes muito es-pecíficas, o que realça a importância de contar com centros de informação preparados para apoiar a reso-lução deste tipo de questões.

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Análise das Consultas Sobre Formulação

Magistral Recebidas por um Centro

de Informação de Medicamentos

Aurora Simón1, Ana Mendes1

1. Centro de Informação do Medicamento (CIM), Ordem dos Farmacêuticos, Lisboa, Portugal

Objetivo

As consultas sobre formulação magistral não têm muita expressão entre o total das recebidas pelo Centro de Informação do Medicamento (CIM). No entanto, a procura de uma resposta terapêutica in-dividualizada pode ser imprescindível para doentes concretos. Assim, analisámos os principais parâme-tros e caraterísticas deste tipo de consultas.

Metodologia

De entre as consultas recebidas entre 1 de janeiro de 2015 e 30 de junho de 2017 selecionaram-se as con-sultas de formulação magistral e analisaram-se os seguintes parâmetros: total de consultas, tipo de con-sultante, subtipo e contexto da consulta, se foi ou não localizada a informação solicitada, tempo para comu-nicação e forma de comucomu-nicação da resposta, envio de bibliografia e fontes bibliográficas utilizadas, bem como as vias de administração das formulações e al-gumas características adicionais com possível inte-resse.

Resultados

No período estudado foram recebidas 102 consultas relativas a formulação magistral (5,2% do total), efe-tuadas principalmente por farmacêuticos hospitala-res (62,8%) e comunitários (31,4%).

As consultas sobre preparação de formulações cons-tituíram o principal subgrupo (75,5%), seguindo-se os pedidos sobre estabilidade de formulações (17,7%). A informação localizada foi totalmente satisfatória em cerca de metade das consultas (51,0%). Em mui-tos casos não se encontram dados relativos a proce-dimentos de preparação, ou estes foram publicados em recursos indisponíveis no CIM. Em vários destes casos proporcionaram-se alternativas ou foi envia-da informação útil para a resolução do problema.

Noutros, foi necessário alertar para riscos associados com a manipulação ou com a própria formulação. A maioria das consultas (83,3%) foi respondida até 24h após a sua receção, valor ligeiramente superior ao dos dados globais do período (80,2%).

O correio eletrónico, isoladamente ou em associação, constituiu a principal forma de comunicação da res-posta (85,3%); a resres-posta telefónica (12,8%) ocorreu num valor inferior ao dos dados globais do período (31,5%). Foi enviada bibliografia de apoio em 69,6% das consultas, superior ao valor global no período es-tudado (53,1%).

A maioria das formulações (52,0%) destinavam-se à via oral. A informação exatamente solicitada foi lo-calizada principalmente em fontes especializadas (livros e sites de formulação magistral) e em fontes primárias.

Conclusões

A abordagem a este tipo de consultas é complexa, re-querem resposta rápida e envio de suporte documen-tal dedocumen-talhado e completo. Constata-se a necessidade de consultar fontes especializadas e primárias, pouco acessíveis aos profissionais. Da análise dos resultados ressalta a importância de poder contar com centros de informação preparados para apoiar a resolução deste tipo de questões, não muito frequentes, mas que podem ser imprescindíveis para o tratamento de alguns doentes.

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Implementação de Consulta Farmacêutica

nos Cuidados de Saúde Primários –

Acompanhamento Farmacoterapêutico

de Doentes Idosos Polimedicados num Centro

de Saúde da Unidade de Saúde de Castelo

Branco,EPE

Maria do Carmo Duarte Goncalves1

1. Unidade de Saúde de Castelo Branco, EPE, Castelo Branco, Portugal

Introdução

Existe elevada frequência de doentes idosos com co--morbilidades e polimedicados. São conhecidos os problemas relacionados com a polimedicação, resul-tantes de discrepâncias nas dosagens, posologias, in-teracções, efeitos adversos, falta de adesão e duração inadequada de tratamento. Acresce que o idoso apre-senta características fisiológicas próprias e hetero-géneas que predispõem à iatrogenia medicamentosa. A acção do farmacêutico junto destes doentes, inte-grando a equipa de saúde, tem como finalidade pro-mover o uso racional dos medicamentos, optimizar terapêuticas e reduzir custos de saúde.

Objetivo

Detectar discrepâncias que diminuem a efectividade e segurança dos medicamentos em idosos polimedi-cados major. Implementar a consulta farmacêutica de revisão de medicação, para doentes referenciados pelo Médico de Família. Integração do farmacêutico na equipa multidisciplinar dos CSP.

Métodos

Recolha de informação sobre medicação crónica do doente prescrita nos últimos seis meses, consultando o processo clínico. Elaboração do perfil farmacotera-pêutico do doente. Observação do ‘saco’ de medica-mentos e consulta farmacêutica com o doente para recolha de informação. Análise comparativa entre a medicação prescrita e a medicação do ‘saco’ do doen-te para dedoen-tectar discrepâncias. Relatório com acha-dos e recomendações a enviar ao médico assistente.

Resultados

Amostra: 20; Média medicamentos: 8; Patologias: hipertensão arterial (65%), doenças cardiovascula-res (60%), diabetes (50%), doenças reumatológicas (35%). Grupos terapêuticos frequentes: anti-hiper-tensores (23%); anti-diabéticos (9,3%); inibidores das bombas de protões (9,3%); ansiolíticos, sedativos e hipnóticos (6,45%).

Discrepâncias: não adesão (21%); medicação não prescrita (39%); diferente dosagem (7%); diferente posologia (32%); duplicação terapêutica (5%); po-tenciais interacções moderadas (100%); popo-tenciais interacções graves (40%); duração inadequada trata-mento (20%).

Discussão/Conclusões

A consulta farmacêutica permite a intervenção ime-diata do farmacêutico na correcção de erros não in-tencionais e não documentados, evitar problemas relacionados com medicamentos, melhorar a adesão e gestão terapêutica e prestar informação relevante ao Médico de Família. Releva o papel do farmacêutico nos CSP, para promover o uso racional e responsá-vel de medicamentos e terapêuticas complementares, melhorando a qualidade de vida dos doentes, contri-buindo para a eficiência e sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde.

Referências

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