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Avaliação do risco nutricional em doentes com patologia cardíaca hospitalizados : Trabalho de Investigação : Assessment of Nutritional Risk in Patients Hospitalized With Heart Pathology

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Avaliação do Risco Nutricional em Doentes Com Patologia

Cardíaca Hospitalizados

Assessment of Nutritional Risk in Patients Hospitalized With

Heart Pathology

José Pedro Santos Pereira

Orientado por: Professora Doutora Maria Flora Correia

(2)

2

(3)

“Iatrogenic malnutrition has become a significant factor in

determining the outcome of illness for many patients.”

(4)

4

(5)

Agradecimentos

Começo por agradecer, e dedicar esta obra, às pessoas que me proporcionaram

tudo isto, os meus pais. Obrigado por me tornarem na pessoa que sou hoje, pelo

apoio e pelos bons conselhos que sempre me deram.

Um agradecimento especial,

À Professora Doutora Flora Correia, por me acolher como seu orientando, por me

transmitir os seus conhecimentos, pelo carinho com que sempre me recebeu e

pelo seu trabalho ao longo deste anos em prol desta profissão. Foi para mim uma

honra e um orgulho ser seu orientando.

À Professora Doutora Júlia Maciel, pela oportunidade de realizar esta

investigação no Serviço de Cardiologia do H.S.J.

A todo o pessoal do Serviço de Cardiologia, pela simpatia e ajuda prestada.

À Dra. Sílvia Pinhão, que juntamente com a Professora Doutora Flora, foram as

minhas mentoras nesta área.

Ao Dr. Rui Poínhos e ao Professor Bruno Oliveira, pela ajuda na produção dos

resultados, e pela disponibilidade que tiveram para me ajudar.

À Dra. Marta, pela ajuda na organização das referências bibliográficas.

À Carla Morais, Miguel Afonso e Miguel Garcês, meus colaboradores na

(6)

ii

José Pedro Pereira, 2010

A todos os meus professores, que durante estes largos anos contribuíram para a

minha formação académica e pessoal.

À minha família.

Aos meus amigos.

À minha irmã.

E por fim a ti Ritinha, por acreditares em mim, por estares sempre lá nos bons e

maus momentos, por toda a ajuda e por tudo que me deste na vida mesmo sem

(7)

Índice

Agradecimentos ... i

Lista de Abreviaturas ... v

Lista de Gráficos e Tabelas ... vi

Resumo ... viii Palavras-chave ... ix Abstract ... x Keywords... xi Introdução ... 1 Causas da DAD ... 2 Consequências da DAD ... 3

Prevalência e diagnóstico da DAD ... 4

Rastreio da DAD ... 6

Métodos de avaliação do risco nutricional ... 7

MUST ... 8

NRS-2002 ... 8

PG-SGA ... 9

NRI... 10

(8)

iv

José Pedro Pereira, 2010

Materiais e Métodos ... 11 Amostra ... 11 Recolha de dados ... 12 Tratamento estatístico ... 12 Resultados ... 14 Discusão ... 23 Conclusão... 27 Referências Bibliográficas ... 28 Lista de Anexos ... 32

(9)

Lista de Abreviaturas

%PP – Percentagem de Perda de Peso

BAPEN - British Association for Parenteral and Enteral Nutrition

DAD – Desnutrição Associada à Doença EAM – Enfarte Agudo do Miocardio

ESPEN - European Society for Clinical Nutrition and Metabolism

H.S.J. – Hospital São João, EPE

ICD – International Classification of Diseases

ICD-9-CM - International Classification of Diseases, 9th revision, Clinical

Modification

IL- Interleucina

IMC - Índice de Massa Corporal ou Índice de Quetelet

MUST – Malnutrition Universal Screening Tool NHS - National Health Service

NRI - Nutritional Risk Index

NRS-2002 – Nutritional Risk Screening 2002 OMS – Organização Mundial de Saúde

PG-SGA - Patient-Generated Subjective Global Assessment

SGA - Subjective Global Assessment

(10)

vi

José Pedro Pereira, 2010

Lista de Gráficos e Tabelas

Gráfico 1. Percentagem de pacientes em risco nutricional de acordo com a

ferramenta de avaliação usada……….……… 15 Gráfico 2. Distribuição da amostra pelas categorias “MUST”……….……. 16 Gráfico 3. Distribuição da amostra pelas categorias “PG-SGA”………..………… 16 Gráfico 4. Distribuição da amostra pelas categorias “NRI”………...…… 16 Gráfico 5. Associação entre o tempo de internamento e a percentagem de perda

de peso em um mês e em seis meses………. 21 Gráfico 6. Mediana dos dias de internamento em função do motivo de

internamento………. 22

Tabela 1. Factores que contribuem para a DAD……….. 2 Tabela 2. Prevalência de DAD no momento da admissão hospitalar……...……… 4 Tabela 3. Deficiências nutricionais consideradas na ICD-9-CM…………..……….. 6 Tabela 4. Características da amostra estudada……….………… 14 Tabela 5. Características da amostra de segundo a classificação de risco

nutricional, nas quatro ferramentas de avaliação…………...……… 18 Tabela 6. Motivos de internamento segundo a classificação de risco nutricional,

(11)

Tabela 7. Ocorrência de sintomas de impacto nutricional preconizados pelo

PG-SGA……… 20 Tabela 8. Comparação entre o risco nutricional, em função da faixa etária…..… 22

(12)

viii

José Pedro Pereira, 2010

Resumo

Introdução: Nos últimos anos, vários trabalhos têm sido realizados

demonstrando que a desnutrição associada à doença está directamente

relacionada com graves consequências físicas e psicossociais para os doentes,

aumentando significativamente, não só a morbilidade e mortalidade, como

também o tempo de internamento dos doentes e os custos com os cuidados de

saúde hospitalares. Apesar destes factos, a prevalência de DAD continua

elevada, afectando cerca de 10 a 60% dos doentes no momento da admissão

hospitalar e cerca de 8 a 11% na comunidade.

O rastreio do risco nutricional como rotina clínica é recomendado por muitas

organizações internacionais, mas continua a não ser efectuado na maioria dos

casos, e mesmo quando é aplicado, muitas vezes a DAD não é reconhecida como

um sério problema, levando ao aumento da sua frequência. Várias ferramentas de

rastreio têm sido sugeridas para avaliar o risco nutricional no momento da

admissão hospitalar e na comunidade, contudo quase todas são publicadas sem

uma adequada avaliação da sua eficiência e com insuficiente informação sobre o

modo de aplicação, tornando difícil a escolha do método a usar.

O propósito deste trabalho foi avaliar a frequência de risco nutricional em doentes

com patologia cardíaca hospitalizados, e comparar a aplicabilidade e a

capacidade de detecção do risco nutricional de algumas ferramentas de avaliação

de risco.

Métodos e Materiais: O Malnutrition Universal Screening Tool (MUST), o

Nutritional Risk Screening de 2002 (NRS-2002), o Patient-Generated Subjective

Global Assessment (PG-SGA) e o Nutritional Risk Index (NRI) foram aplicados a

(13)

cardíaca. Pacientes com um score superior a 0 no MUST, com um score igual ou

superior a 3 no NRS-2002, pacientes avaliados globalmente no estado B e C no

PG-SGA e pacientes com um score inferior a 97,5 no NRI, foram considerados

como estando em risco nutricional e os restantes, como estando sem risco

nutricional, tornando assim a comparação das ferramentas de risco possível.

Resultados: NRS-2002, MUST, PG-SGA e NRI identificaram, respectivamente,

24,5% (n=12), 22,4% (n=11), 18,4% (n=9) e 59,2% (n=29) dos pacientes em risco

nutricional. Foram encontradas nulas ou muito fracas concordâncias entre as

ferramentas na detecção de doentes em risco (κ<0,25), sem significado estatístico (p>0,05). Para cada uma das ferramentas, não foram encontradas diferenças

significativas (p>0,05) entre doentes com risco e sem risco, para o sexo, idade,

tempo de internamento, e Índice de Massa Corporal (IMC), à excepção do NRS

2002, cujos doentes em risco apresentaram um IMC inferior (23,3 kg/m2) em

relação aos doentes sem risco (27,4 kg/m2), com significado estatístico (p<0,05).

Também não foram encontradas diferenças significativas (p>0,05) entre as

percentagens de perda de peso em um mês e em seis meses, e o tempo de

internamento.

Conclusão: A frequência de doentes com patologia cardíaca em risco nutricional

é de 18,4% a 59,2%, nesta população. A capacidade de detecção do risco

nutricional varia consoante a ferramenta usada, sendo que todas as ferramentas

exigem bastante preparação dos examinadores para serem aplicadas.

Palavras-chave: Desnutrição, Risco Nutricional, Rastreio Nutricional, Prevalência, Patologia Cardíaca.

(14)

x

José Pedro Pereira, 2010

Abstract

Introduction: Many studies have been performed in the last few years,

demonstrating that disease-related malnutrition (DRM) is directly associated with

serious physical and psychosocial consequences for the patient: significant

escalations not only of their morbidity and mortality, but also of the length of

hospital stay and the amount of hospital health care expenses. In spite of these

facts, the prevalence of DRM remains high, affecting approximately 10 to 60% of

the patients at the moment of their hospital admittance and 8 to 11 % in the

community.

Numerous international organizations recommend the screening for nutritional risk

as a routine clinical practice, which in most of the cases is not implemented. Even

when it is, DRM still isn't regarded as a serious problem, which leads to an

increase of its prevalence. Many screening tools have been suggested to assess

nutritional risk at the moment of hospital admittance and in the community,

however most of these tools are published without adequate efficiency evaluation

and lack information on application methods, making the choice for a screening

method a difficult one.

The purpose of this study is to assess the prevalence of nutritional risk in

hospitalized patients diagnosed with heart disease and compare the applicability

and detection capabilities of some tools used for nutritional risk assessment.

Methods and materials: The Malnutrition Universal Screening Tool (MUST), the

2002 Nutritional Risk Screening (NRS-2002), the Patient-Generated Subjective

Global Assessment (PG-SGA) and the Nutritional Risk Index (NRI) were

(15)

disease. Patients with a score higher than 0 in MUST, equal or higher than 3 in

NRS-2002, globally evaluated in the B or C states in PG-SGA and with a score of

less than 97,5 in NRI were all considered at nutritional risk and remaining patients

were considered free from nutritional risk, allowing for a comparison between the

different risk assessment tools.

Results: The NRS-2002, MUST, PG-SGA and NRI identified respectively 24,5%

(n=12), 22,4% (n=11), 18,4% (n=9) and 59,2% (n=29) patients at nutritional risk.

None or very few points of agreement were found between the tools in the

detection of patients at nutritional risk (κ<0,25), with no statistical relevance (p>0,05). No significant differences have been found for each tool (p<0,05)

regarding whether patients were or not at risk considering their gender, age, length

of hospital stay and Body Mass Index (BMI), except in NRS-2002, according to

which, patients at risk shown a lower BMI (23,3) compared to patients free from

risk (27,4), with statistical significance (p<0,05).

Furthermore, there have not been found noticeable differences in weigh lost

percentages over one or six months, and length of hospital stay.

Conclusion: The prevalence of nutritional risk in patients diagnosed with heart

disease is 18,4% to 59,2%. The capability of nutritional risk detection varies

according to the tool used, while all of the screening tools require preparation on

the part of the examiners in order to be applied.

Keywords: Malnutrition, Nutritional Risk, Nutrition Screening, Prevalence, Cardiac

(16)
(17)

Introdução

A malnutrição pode ser definida como um “termo geral usado para descrever a

desnutrição devido à ingestão inadequada de alimentos, desequilíbrios

alimentares, deficiências de nutrientes específicos e a sobrenutrição causada por

um consumo excessivo de comida”(1)

. Mais recentemente, a malnutrição aparece

definida como “um estado de deficiência, excesso ou desequilíbrio de energia,

proteínas e outros nutrientes, que resulta em efeitos adversos a nível corporal e

em consequências funcionais e clínicas”(2)

. Apesar de malnutrição ser um termo

bastante citado na bibliografia actual, a sua definição é ainda hoje alvo de

controvérsia e de falta de consenso científico, não existindo uma definição

amplamente aceite que reflicta a sua patofisiologia e o seu operacionalismo no

diagnóstico e tratamento(3).

De acordo com as definições apresentadas, malnutrição pode ser associada ao

excesso, deficiência e/ou desequilíbrios de energia/alimentos, contudo nesta

investigação apenas se descreve a deficiência, assim será usado o termo

desnutrição, ou especificamente o termo desnutrição associada à doença, em

substituição de malnutrição.

A European Society for Clinical Nutrition and Metabolism (ESPEN) define

desnutrição como “…primariamente usada no contexto de deficiência na ingestão proteica ou energética ou na absorção, e é muitas vezes descrita como

malnutrição proteico-energética. É frequentemente acompanhada por múltiplas ou

únicas deficiências de micronutrientes e/ou minerais, …”(4). É caracterizada por

perda de peso e alterações na composição corporal, nomeadamente, perda de

(18)

2

José Pedro Pereira, 2010

fluido extra-celular(4). Infelizmente não existe um único parâmetro que possa

definir e avaliar adequadamente a desnutrição, devendo a esta ser caracterizada

por um conjunto de parâmetros, nos quais se incluem frequentemente o Índice de

Massa Corporal (IMC) ou Índice de Quetelet, perda de peso e/ou albumina

sérica(5).

Causas da DAD

A DAD deve-se essencialmente a quatro factores(6):

 ingestão alimentar deficiente;

 deficiências na digestão e/ou absorção de nutrientes;

 alterações no metabolismo e nas necessidades nutricionais;  perda de nutrientes excessiva.

As causas destes factores estão descritas na tabela 1.

Problema Causa

Ingestão alimentar deficiente

Anorexia: doença (a maior e mais comum causa); dor/náusea quando come; depressão/angústia; aversão à comida;

medicação; dependência de narcóticos.

Incapacidade de comer: inconsciência; confusão; fraqueza ou artrite nos braços ou mãos; disfagia; vómitos; dores na boca; falta de higiene dentária ou dentição; restrições impostas por cirurgia ou investigações.

Falta de alimentos: pobreza; dieta de baixa qualidade em casa, nos hospitais ou em lares; problemas com compras ou

confecção de refeições. Deficiências na

digestão e/ou absorção de

nutrientes

Problemas médicos ou cirúrgicos que afectem o estômago, intestino, pâncreas e fígado.

Necessidades alteradas

Necessidades metabólicas aumentadas ou alteradas relacionadas com doença, cirurgia, disfunção orgânica, ou tratamento.

Perda de nutrientes excessiva

Perdas gastrointestinais: vómitos; diarreia; fístulas; ostomia; perdas por sonda nasogástrica e outras drenagens.

Outras perdas: ex. exsudado pela pele em queimados.

Fonte: National Collaborating Centre for Acute Care, 2006(6).

(19)

Consequências da DAD

A desnutrição associada à doença é ao mesmo tempo causa e efeito da doença.

Se por um lado a doença é causa de desnutrição, como já descrito, por outro lado

a desnutrição é responsável pelo aparecimento e agravamento da doença(2).

Alguns dos efeitos físicos e psicossociais da desnutrição são:

 Resposta imunológica enfraquecida(7-8)

;

 Cicatrização defeituosa(9)

;

 Redução da força muscular e fadiga(10)

;

 Redução da força muscular respiratória(11)

;

 Desregulação da temperatura corporal(12-13)

;

 Distúrbios hidroelectrolíticos(6)

;

 Deficiências de vitaminas e minerais(6)

;

 Irregularidades menstruais/amenorreia(14)

;

 Função psicossocial alterada(2)

.

Para além de consequências físicas e psicossociais para o paciente, a

desnutrição é responsável pelo aumento do tempo de internamento dos

pacientes(15-16). O aumento do tempo de internamento, as complicações clínicas

geradas pela desnutrição, bem como o tratamento da desnutrição não

diagnosticada correctamente, reflectem-se num aumento dos custos

(20)

4

José Pedro Pereira, 2010

Prevalência e diagnóstico da DAD

Apesar das consequências da DAD já descritas, e do reconhecimento de que esta

se trata de um grave problema, as projecções mundiais apontam para uma

prevalência de DAD a nível hospitalar inaceitavelmente elevada(19). A tabela 2

resume alguns dos estudos que avaliaram a prevalência de desnutrição na

admissão hospitalar, nas últimas duas décadas.

Estudo Localização Participantes Prevalência

de DAD

Imoberdorf e col., 2010(20) Suíça 32837 18,2%

Leistra e col., 2009(21) Holanda 2288 7,1%

Lucchin e col., 2009(22) Itália 1284 28,6%

Waitzberg e col, 2001(23) Brasil 4000 48.1%

Correia e col., 2003(24) América Latina 9348 50.2%

Shum e col., 2005(25) Hong Kong 120 16,7%

Matos e col., 2007(26) Portugal 1152 29 a 47%*

McWhirter e col., 1994(27) Reino Unido 500 40%

Edington e col., 2000(28) Reino Unido 850 20%

Naber e col., 1997(29) Holanda 155 45 a 62%‡

Sorensen e col., 2008(30) Europa 5051 32,6%

* variação de acordo com o hospital avaliado. ‡ variação de acordo com a ferramenta de

rastreio usada.

Tabela 2. Prevalência de DAD no momento da admissão hospitalar.

A DAD na comunidade é relativamente mais difícil de estimar, contudo vários

estudos demonstram que o problema se mantém, existindo uma prevalência de

desnutrição elevada(31-32).

Outro problema enfrentado, deve-se ao facto de para além da DAD não ser

detectada, esta também não é reconhecida(33). Apesar da desnutrição ser

rastreada e muitas vezes detectada em alguns locais, posteriormente esta não é

registada nos processos clínicos dos pacientes, ou pior, os pacientes não são

reencaminhados para serviços competentes no seu tratamento(33). Vários estudos

(21)

pacientes identificados como estando em risco nutricional, não foram

diagnosticados. Mowe e col.(35) observaram que a apenas 64% da sua amostra foi

reconhecida desnutrição, sendo que esta não se encontrava diagnosticada em

nenhum deles no momento da alta. Pennington e col.(36) referiram que “menos de

metade” dos pacientes desnutridos foram reconhecidos, e poucos receberam

tratamento nutricional. Mais recentemente Lamb e col.(37) mencionaram que

apenas 68,9% da sua amostra foi rastreada e 13,7% estavam em elevado risco

nutricional, dos quais apenas 45,2% foram adequadamente referenciados aos

serviços de nutrição e dietética. Waitzberg e col.(23) apontaram para menos de

18,8%, num total de 1924 pacientes desnutridos, como estando devidamente

referenciados.

A falta de formação e treino dos profissionais de saúde é apontada como a maior

causa da falha dos cuidados nutricionais de doentes hospitalizados(33).

Outro entrave ao correcto diagnóstico da DAD consiste na dificuldade em

enquadra-la nas definições estabelecidas pela International Classification of

Diseases (ICD), publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Neste

momento muitos países (incluindo Portugal) utilizam a Modificação Clínica da 9ª

revisão dessa classificação (ICD-9-CM), para a nomenclatura hospitalar das

doenças(38). A ICD-9-CM foi publicada em 1975, e apesar de actualizada

anualmente, ainda não considera especificamente a desnutrição hospitalar (tabela

3).

A actualização de 2010 da 10ª revisão do ICD, destinada a substituir o ICD-9-CM,

e que deverá entrar em vigor em 2013, também não considera a DAD na sua

(22)

6

José Pedro Pereira, 2010

Código de 3 dígitos Diagnóstico

260 Kwashiorkor 261 Marasmus Nutritivo

262 Outra desnutrição proteico-energética grave 263 Desnutrição proteico-energética inespecífica 264 Deficiência de vitamina A

265 Deficiência de tiamina e niacina

266 Deficiências em vitaminas do complexo B 267 Deficiência de ácido ascórbico

268 Deficiência de vitamina D 269 Outras deficiências nutricionais

Fonte: USA National Center for Health Statistics, 2009(40).

Tabela 3. Deficiências nutricionais consideradas na ICD-9-CM.

Rastreio da DAD

Apesar da elevada prevalência de desnutrição na admissão hospitalar, o rastreio

ainda não é realizado na maioria da instituições de saúde, nem a nível

comunitário, apesar dos custos para identificar pacientes em risco ser baixo(33).

O rastreio do risco nutricional como rotina clínica é recomendado por muitas

organizações internacionais, tais como, UK Department of Health(41); Council of

Europe(42); Royal College of Physicians(43); ESPEN(44); National Health Service

(NHS) Quality Improvement Scotland(6).

Para além destas organizações, o Conselho da Europa, através da Resolução

(23)

submetidos à avaliação do risco nutricional, desde o período prévio da admissão

hospitalar até ao final do seu internamento(42), sendo este factor considerado na

avaliação da qualidade do serviço hospitalar(45). O Scotland NHS determina que

para além dos pacientes internados, também a comunidade deve ser rastreada,

quando houver indícios de risco(46).

Métodos de avaliação do risco nutricional

Existe um grande número de métodos utilizados para determinar o risco

nutricional em indivíduos quer a nível hospitalar, quer comunitário(47-48), contudo

quase todos são publicados sem uma adequada avaliação da sua eficiência e

com insuficiente informação sobre o modo de aplicação(48), tornando difícil a

escolha do método a usar. A maioria dos métodos é apresentada sob a forma de

questionário de aplicação directa ou indirecta, que incluem variáveis subjectivas

e/ou objectivas associadas á desnutrição e que determinam um score de risco(48).

A ESPEN recomenda o Malnutrition Universal Screening Tool (MUST) para

adultos, como ferramenta de excelência para determinação do risco nutricional na

comunidade, o Nutritional Risk Screening de 2002 (NRS-2002), como ferramenta

a usar em ambiente hospitalar e o Mini Nutritional Assessment na avaliação de

idosos(44). A American Society for Parenteral and Enteral Nutrition aconselha o

uso do Subjective Global Assessment (SGA)(49).

Para este estudo foram escolhidos os inquéritos de avaliação de risco MUST,

NRS-2002, Patient-Generated Subjective Global Assessment (PG-SGA) e o

(24)

8

José Pedro Pereira, 2010

MUST

O MUST foi concebido pelo Malnutrition Advisory Group da British Association for

Parenteral and Enteral Nutrition (BAPEN). Foi inicialmente desenvolvido para uso

na comunidade(44), contudo tem sido validado para uso hospitalar e clínico com

aparente sucesso(19). Classifica-se como sendo fácil, rápido, reprodutível e

consistente na sua aplicação(15, 19). É constituído por cinco passos, sendo

atribuída uma pontuação nos três primeiros. Primeiro passo: determinação do

IMC. Se IMC>20, o score é 0, se IMC entre 18,5 e 20, score 1 e se IMC<18,5

score 2. Segundo passo: determinação da percentagem de perda de peso (%PP)

involuntária nos últimos 3 a 6 meses. Se %PP<5%, o score é 0, se %PP entre 5 e

10%, score 1 e se %PP>10% score 2. Terceiro passo: considerar a doença

aguda. Se o doente se encontrar privado de nutrição por período igual ou superior

a cinco dias, adicionar 2 ao score. Quarto passo: Somar os scores obtidos no

primeiro, segundo e terceiro passo. Se score=0 “Risco baixo”, se score=1 “Risco médio” e se score≥2 “Risco Elevado”. O quinto passo consiste no tratamento segundo as orientações recomendadas, que podem ser observadas no anexo A.

Os resultados obtidos devem ter em atenção se algumas das seguintes

circunstâncias estão presentes: presença de edema, gravidez, lactação, doença

crítica, amputações e/ou uso de gesso no tratamento(50).

(25)

O NRS-2002 é uma ferramenta, desenvolvida por investigadores dinamarqueses,

validada para avaliar risco nutricional e para diagnosticar desnutrição em

hospitais(51). Esta ferramenta contém os componentes do MUST, ou seja avalia o

IMC e a %PP, mas em adição avalia também a severidade da doença como

reflexo do aumento das necessidades energéticas(44). É constituído por dois

grupos. O primeiro grupo é composto por quatro questões fechadas, que podem

ser observadas no anexo B. Caso a resposta seja “sim” a algumas das questões, passa-se ao segundo grupo, do qual se obtém um score final. Este segundo

grupo avalia o estado nutricional do paciente, através da perda de peso ou

redução da ingestão alimentar, e a severidade da doença, atribuindo-se um score

de 0 a 3, consoante a classificação, em cada uma das duas vertentes, os quais

são somados. Se o paciente tem idade igual ou superior a 70 anos, é atribuído um

score adicional de 1, que é somado ao anterior, obtendo o score final. Se score

final menor que 3 o paciente não está em risco, se igual ou maior que 3, o

paciente encontra-se em risco nutricional.

PG-SGA

O PG-SGA é uma adaptação do SGA feita por Ottery para ir de encontro às

necessidades específicas dos pacientes oncológicos, tendo sida acrescentada

uma secção com sintomas gastrointestinais, de modo a incluir os sintomas de

impacto nutricional comuns nos doentes oncológicos na avaliação(52). Esta

ferramenta encontra-se validada para detectar doentes oncológicos

desnutridos(53). É composto por um grupo de questões preenchidas pelo paciente

e outro preenchido pelo examinador, e no total é composto por oito grupos aos

(26)

10

José Pedro Pereira, 2010

impacto nutricional e uma avaliação física, como pode ser observado no anexo C.

No final é obtido um score numérico, que quando superior a 1 requer intervenção

nutricional/alimentar, e uma avaliação subjectiva classificada como PG-SGA A

“Bem nutrido ou anabólico”, PG-SGA B “Mal nutrição moderada ou suspeita de mal nutrição” e PG-SGA C “Mal nutrição Severa”.

NRI

O NRI foi proposto por Buzby(54), ficando também conhecido pelo nome do seu

criador: índice de Buzby. Este índice foi desenvolvido pelo cálculo da associação

de vários índices nutricionais usados para avaliar doentes com complicações

pós-operatórias(55), sendo determinado pela seguinte fórmula:

NRI = 15,9 * Albumina sérica(g/L) + 0,417 * % Perda de Peso(54)

A % perda de peso corresponde ao Peso actual/Peso habitual*100, onde o peso

habitual, é o peso mais alto dos últimos 2 a 6 meses(54).

Perante o valor obtido pelo cálculo obtém-se a seguinte classificação: a) não

desnutrido se NRI>100, b) desnutrição leve se 100≥NRI≥97,5, c) desnutrição

moderada se 97,5>NRI≥83,5 e d) desnutrição grave se NRI<83,5(55)

.

Objectivos

O objectivo deste estudo foi avaliar a frequência de risco nutricional de doentes

com patologia cardíaca hospitalizados, e comparar a aplicabilidade e a

capacidade de detecção do risco nutricional de algumas ferramentas de avaliação

(27)

Materiais e Métodos

Amostra

Neste estudo participaram pacientes internados no Serviço de Cardiologia do

Hospital S. João, EPE – Porto (H.S.J.), entre os dias 20 de Março e 18 de Junho de 2010. A selecção da amostra e a escolha desta unidade hospitalar ocorreu por

razões de conveniência. Foram seleccionados aleatoriamente pacientes com

idade igual ou superior a 18 anos e com admissão hospitalar até 72h. Como

critérios de exclusão definiu-se doentes impossibilitados de responder aos

inquéritos, por estado cognitivo alterado, patologia psiquiátrica grave e/ou estado

crítico.

Apesar de este estudo incluir apenas informação de natureza observacional,

todos os doentes que cumpriam os critérios de inclusão que estavam conscientes

ou em alternativa, os seus familiares, foram informados sobre os objectivos do

estudo, os métodos a usar e sobre o seu direito à recusa, de acordo com o

expresso na última revisão da Declaração de Helsínquia(56). Foi obtido então o

consentimento informado, após explicação do estudo e de que a participação era

voluntária, sendo garantida a protecção e a confidencialidade das informações

recolhidas em todos os casos. Foi dado apoio nutricional/alimentar a todos os

doentes identificados como estando em risco nutricional ou desnutridos.

Foram classificados como estando em risco nutricional pacientes com um score

superior a 0 no MUST, com um score igual ou superior a 3 no NRS-2002,

pacientes avaliados globalmente no estado B e C no PG-SGA e pacientes com

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12

José Pedro Pereira, 2010

Recolha de dados

Utilizou-se um questionário constituído por questões fechadas e abertas, o qual

foi preenchido por inquérito do paciente, ou recorrendo a informações contidas no

processo clínico do paciente. A detecção do risco foi feita através das ferramentas

de rastreio de risco nutricional NRS-2002, MUST, PG-SGA e NRI.

Os parâmetros antropométricos peso actual e altura foram obtidos através dos

registos no processo clínico do paciente. Fez-se cálculo do IMC, através da

divisão do peso em quilos pelo quadrado da altura em metros, de modo a

classificar os doentes segundo os critérios da OMS(57).

Os parâmetros bioquímicos foram obtidos através de doseamentos bioquímicos

realizados no serviço de bioquímica do H.S.J. de acordo com a metodologia

usada pela unidade hospitalar.

Os restantes parâmetros foram obtidos por consulta do processo clínico ou

questionando o paciente, ou na sua impossibilidade, os familiares directos.

A recolha de dados foi realizada durante o período supra citado.

Tratamento estatístico

O tratamento estatístico deste estudo foi realizado através do programa SPSS ®

for Windows, versão 17.0 (Statistical Package for the Social Sciences, SPSS Inc.,

Chicago).

Calcularam-se os parâmetros de localização e de dispersão para as variáveis

contínuas e as frequências absolutas e relativas para as variáveis categóricas.

(29)

distribuições das variáveis contínuas. Quando as distribuições eram normais

usou-se o teste t de Student para comparar as médias e o coeficiente de

correlação de Pearson para quantificar o grau de associação entre os pares de

variáveis. Quando as distribuições não eram normais usou-se o teste de

Mann-Whitney para comparar ordens médias e o coeficiente de correlação de

Spearman. Usou-se o teste do χ2 para verificar a independência entre pares de

variáveis. Usou-se ainda o coeficiente de correlação Kappa de Cohen para

quantificar o grau de associação entre pares de variáveis. As associações foram

categorizadas pela classificação qualitativa segundo Finney(58).

Rejeitou-se a hipótese nula quando o nível de significância crítico para a sua

(30)

14

José Pedro Pereira, 2010

Resultados

Neste estudo foram avaliados 49 indivíduos, cujas características estão

registadas na tabela 4.

Parâmetro avaliado Valor obtido

Sexo, n (%) Feminino Masculino 11 (22,4) 38 (77,6) Idade (anos) * Idade ≥ 65 anos, n (%) 63,9 (±11,8) 24 (49) IMC (kg/m2) * 26,4 (±4,2) Hábitos alcoólicos, n (%) Ausentes/Ligeiros Moderados/Graves 43 (87,8) 6 (12,2) Hábitos Tabágicos, n (%) Fumador Ex-fumador Não fumador 17 (34,7) 12 (24,5) 20 (40,8) Perda de Peso em 1 mês, (%) * 6,0 (±8,3)

Perda de Peso em 6 meses, (%) * 7,3 (±8,0)

Tempo de internamento (dias)† 8 (3-38)

* Média ± desvio-padrão. † Mediana (mínimo-máximo)

Tabela 4. Características da amostra estudada.

A frequência de doentes em risco nutricional na amostra variou de acordo com a

ferramenta de avaliação usada, oscilando entre 18,4% e 59,2%. Assim o

NRS-2002 identificou 24,5% de pacientes em risco (n=12), o MUST identificou 22,4%

(n=11), o PG-SGA identificou 18,4% (n=9) e o NRI identificou 59,2% (n=29) dos

pacientes. Os resultados podem ser observados no gráfico 1. O coeficiente kappa

(31)

fraca) entre o MUST e o NRS-2002, uma concordância de 0,248 (p=0,080,

concordância muito fraca) entre o MUST e o PG-SGA, uma concordância de

-0,038 (p=0,722, sem concordância) entre o MUST e o NRI, uma concordância de

-0,025 (p=0,861, sem concordância) entre o NRS-2002 e o PG-SGA, uma

concordância de 0,067 (p=0,544, concordância muito fraca) entre o NRS-2002 e o

NRI, e uma concordância de -0,024 (p=0,806, sem concordância) entre o PG-SGA

e NRI.

Gráfico 1. Percentagem de pacientes em risco nutricional de acordo com a ferramenta de avaliação usada.

O MUST identificou ainda 6 (12,2%) pacientes como tendo um risco nutricional

alto e 5 (10,2%) com um risco médio, como observado no gráfico 2. Por sua vez,

o PG-SGA identificou 3 pacientes (6,1%) com tendo malnutrição severa e 6

(12,2%) com malnutrição moderada ou suspeita de malnutrição, de acordo com o

gráfico 3. O NRI identificou 6 (12,2%) pacientes como estando gravemente

desnutridos, 23 (46,9%) moderadamente desnutridos e 7 (14,3%) como

(32)

16

José Pedro Pereira, 2010

Gráfico 2. Distribuição da amostra pelas categorias “MUST”.

Gráfico 3. Distribuição da amostra pelas categorias “PG-SGA”.

(33)

A tabela 5 resume algumas das características da amostra segundo a

classificação de risco nutricional, nas quatro ferramentas de avaliação.

Não foram encontradas diferenças (p>0,05), entre os pacientes com risco e sem

risco, para a média de idades e mediana do tempo de internamento, em nenhum

dos métodos de avaliação de risco nutricional. Também não foram encontradas

diferenças (p>0.05) entre a média de IMC dos pacientes com risco e sem risco,

com excepção dos paciente detectados pelo NRS 2002, onde a média de IMC

dos paciente com risco é menor (23,3 kg/m2), do que os pacientes sem risco (27,4

kg/m2). Devido à amostra ser demasiado pequena não foi possível avaliar as

diferenças dos pacientes com e sem risco, para o sexo, hábitos tabágicos e

hábitos alcoólicos.

Dos 49 doentes, 32 (65,3%) foram admitidos no hospital devido a enfarte agudo

do miocárdio (EAM), 1 (2%) por taquiarritmia, 6 (12,2%) por dor torácica, 3 (6,1%)

por angina instável, 2 (4,1%) por endocardite infecciosa, 2 (4,1%) por insuficiência

cardíaca e 3 (6,1%) por anomalias da função/estrutura cardíaca. A tabela 6

resume a distribuição dos motivos de internamento segundo a classificação de

(34)

18

José Pedro Pereira, 2010

NRI p n .a . n .a . n .s . n .s . n .s . n .a . n .a . n .a . n .a . n .a . * M é di a ± d e s v io -pa drã o. M e di a na (m ín im o -m á x im o) . N. A. Não a pl ic á v e l. N.S . Se m s ig ni fic a d o e s ta tís ti c o (p> 0 ,0 5 ). Se m 1 5 (7 5 ,0 ) 5 (2 5 ,0 ) 6 2 ,5 (±1 1 ,9 ) 2 6 ,4 (±3 ,8 ) 8 ,5 (3 -38) 1 7 (8 5 ,0 ) 3 (1 5 ,0 ) 5 (2 5 ,0 ) 5 (2 5 ,0 ) 1 0 (5 0 ,0 ) Com 2 3 (7 9 ,3 ) 6 (2 0 ,7 ) 6 4 ,9 (±1 1 ,8 ) 2 6 ,4 (±4 ,6 ) 7 (4 -33) 2 6 (8 9 ,7 ) 3 (1 0 ,3 ) 1 2 (4 1 ,4 ) 7 (2 4 ,1 ) 1 0 (3 4 ,5 ) PG -SG A p n .a . n .a . n .s . n .s . n .s . n .a . n .a . n .a . n .a . n .a . Se m 3 2 (8 0 ,0 ) 8 (2 0 ,0 ) 6 3 ,4 (±1 1 ,8 ) 2 6 ,6 (±4 ,1 ) 8 (4 -38) 3 4 (8 5 ,0 ) 6 (1 5 ,0 ) 1 4 (3 5 ,0) 1 1 (2 7 ,5 ) 1 5 (3 7 ,5 ) Com 6 (6 6 ,7 ) 3 (3 3 ,3 ) 6 6 ,3 (± 1 1 ,7 ) 2 5 ,7 (±5 ,0 ) 7 (3 -22) 9 (1 0 0 ) 0 (0 ) 3 (3 3 ,3 ) 1 (1 1 ,1 ) 5 (5 5 ,6 ) NR S 2 0 0 2 p n .a . n .a . n .s . p <0 ,0 5 n .s . n .a . n .a . n .a . n .a . n .a . Se m 2 9 (7 8 ,4 ) 8 (2 1 ,6 ) 6 2 ,2 (±1 0 ,9 ) 2 7 ,4 (±3 ,9 ) 7 (3 -38) 9 (7 5 ,0 ) 3 (2 5 ,0 ) 5 (4 1 ,7 ) 1 (8 ,3 ) 6 (5 0 ,0 ) Com 9 (7 5 ,0 ) 3 (2 5 ,0 ) 6 9 ,3 (±1 3 ,0 ) 2 3 ,3 (±3 ,8 ) 9 ,5 (4 -38) 9 (7 5 ,0 ) 3 (2 5 ,0 ) 5 (4 1 ,7 ) 1 (8 ,3 ) 6 (5 0 ,0 ) M UST p n .a . n .a . n .s . n .s . n .s . n .a . n .a . n .a . n .a . n .a . Se m 2 9 (7 6 ,3 ) 9 (2 3 ,7 ) 6 2 ,3 (±1 1 ,0 ) 2 6 ,4 (±4 ,3 ) 7 ,5 (4 -38) 3 4 (8 9 ,5 ) 4 (1 0 ,5 ) 1 3 (3 4 ,2 ) 9 (2 3 ,7 ) 1 6 (4 2 ,1 ) Com 9 (8 1 ,8 ) 2 (1 8 ,2 ) 6 9 ,5 (±1 3 ,2 ) 2 6 ,3 (±4 ,1 ) 9 (3 -19) 9 (8 1 ,8 ) 2 (1 8 ,2 ) 4 (3 6 ,4 ) 3 (2 7 ,3 ) 4 (3 6 ,4 ) Se x o , n (% ) M a s c u lin o Fe m in in o Id a de (a n o s ) * IM C ( k g /m 2 ) * T e m po d e i nte rna m e nto (d ia s ) † Háb ito s a lc o ól ic o s , n ( % ) Au s e n te s /L ig e ir o M o d e ra d o s /Se v e ro s Háb ito s t a g ic os , n (% ) Fu m a d o r Ex -fu m a d o r Não f u m a d o r

Tabela 5. Características da amostra de segundo a classificação de risco nutricional, nas quatro ferramentas de avaliação.

(35)

MUST NRS-2002 PG-SGA NRI

Com Sem Com Sem Com Sem Com Sem

EAM* 7 (21,9) 25 (78,1) 6 (18,8) 26 (81,2) 5 (15,6) 27 (84,4) 19 (59,4) 13 (40,6) Taquiarritmia* 0 (0) 1 (100) 1 (100) 0 (0) 1 (100) 0 (0) 0 (0) 1 (100) Dor torácica* 2 (33,3) 4 (66,7) 2 (33,3) 4 (66,7) 1(16,7) 5 (83,3) 2 (33,3) 4 (66,7) Angina instável* 2 (66,7) 1 (33,3) 1 (33,3) 2 (66,7) 1 (33,3) 2 (66,7) 2 (66,7) 1 (33,3) Endocardite infecciosa* 0 (0) 2 (100) 0 (0) 2 (100) 0 (0) 2 (100) 2 (100) 0 (0) Insuficiência cardíaca* 0 (0) 2 (100) 2 (100) 0 (0) 0 (0) 2 (100) 2 (100) 0 (0) Outros* 0 (0) 3 (100) 0 (0) 3 (100) 1 (33,3) 2 (66,7) 2 (66,7) 1 (33,3) * n (%)

Tabela 6. Motivos de internamento segundo a classificação de risco nutricional, nas quatro ferramentas de avaliação.

A redução da ingestão alimentar na semana anterior ao internamento foi um factor

tido em conta na realização dos inquéritos, e revelou que 42,9% (n=21) da

amostra reduziu a sua ingestão, sendo que dos que reduziram, 47,6% (n=10)

afirmaram “comer um pouco menos do que o habitual” e 52,3% (n=11) ingeriram menos de metade da quantidade habitual. Os sintomas de impacto nutricional que

(36)

20

José Pedro Pereira, 2010 Sintomas de impacto nutricional % (n) Sem problemas em comer 34,7 (17) Obstipação 32,7 (16) Boca seca 26,5 (13) Náuseas 14,3 (7) Sem apetite 12,2 (6) Dores na boca 8,2 (4) Diarreia 6,1 (3)

Comida sabe diferente 4,1 (2)

Vómitos 2,0 (1)

Dificuldades em engolir

2,0 (1)

Tabela 7. Ocorrência de sintomas de impacto nutricional preconizados pelo PG-SGA.

A análise da perda de peso dos pacientes revela que 34,7% (n=17) afirmaram

terem perdido peso dos últimos três meses. O cálculo da perda de peso no último

mês, pelo peso referido pelo paciente, indicou que 30,6% (n=15) dos doentes

perderam peso nesse período, sendo que 2 (13,3%) pacientes perderam mais de

10% de peso no mês anterior, 3 (20%) perderam entre 5 a 10% de peso e 10

(66,7%) perderam até 5% de peso. Dos 49 pacientes, 2 (4,1%) não conseguiram

indicar o seu peso do mês anterior ao internamento. Relativamente à perda de

peso em seis meses, 38,8% (n=19) perderam peso, 3 (15,8%) pacientes

perderam mais de 10% de peso, 7 (36,8%) entre 5 a 10% e 9 (47,4%) até 5%.

Apenas 1 (2,0%) paciente não conseguiu indicar o seu peso há seis meses atrás.

A associação entre o tempo de internamento e a percentagem de perda de peso

em um mês e em seis meses pode ser observada no gráfico 5. Parece existir uma

tendência para que o aumento da categoria de perda de peso, seja acompanhado

por um aumento de dias de internamento, para perdas de peso superiores a 5%.

Esta relação é notória na perda de peso em um mês, no entanto a análise dos

(37)

(ρ=0,129), sem significado estatístico (p>0,05). A perda de peso a seis meses

revela uma associação inversa muito fraca (ρ=-0,043), também sem significado

estatístico (p>0,05).

Gráfico 5. Associação entre o tempo de internamento e a percentagem de perda de peso em um mês e em seis meses.

O tempo de internamento variou de acordo com o motivo de internamento, como

(38)

22

José Pedro Pereira, 2010

Gráfico 6. Mediana dos dias de internamento em função do motivo de internamento.

Relativamente à idade, aproximadamente metade da amostra (49%) tem idade

igual ou superior a 65 anos. Dos doentes identificados como estando em risco

nutricional, a maioria encontra-se nesta faixa etária:

 72,7% (n=8) dos doentes identificados pelo MUST;  58,3% (n=7) quando usado o NRS-2002;

 55,6% (n=5) com o PG-SGA;

 52,8% (n=19) dos identificados pelo NRI.

No estudo não foram encontradas diferenças com significado estatístico (p>0,05)

para o risco nutricional, nesta faixa etária (ver tabela 7).

Idade < 65 anos

Idade ≥ 65

anos p

MUST, n (%) Sem risco 22 (88,0) 16 (66,7)

0,074

Com risco 3 (22,0) 8 (33,3)

NRS 2002, n (%) Sem risco 20 (80,0) 17 (70,8)

0,456

Com risco 5 (20,0) 7 (29,2)

PG-SGA, n (%) Sem risco 21 (84,0) 19 (79,2)

0,662

Com risco 4 (16,0) 5 (20,8)

NRI, n (%) Sem risco 7 (28,0) 13 (54,2)

0,062 Com risco 18 (72,0) 11 (45,8)

(39)

Outra nota de relevo é o IMC dos pacientes cuja média é 26,4 kg/m2. Foi possível

observar que PG-SGA e MUST identificaram, cada um, 1 (2,0%) paciente como

estando em risco cujo IMC é igual ou superior a 30, ou seja, é obeso. O NRI

identificou 8 (16,3%) pacientes obesos em risco nutricional. O NRS-2002 não

identificou nenhum paciente obeso em risco. A prevalência de obesidade

(IMC≥30) foi 20% (n=10) e de excesso de peso (25≥IMC<30) foi 41% (n=20). É importante referir que dos 49 pacientes, em apenas 1 (2,0%) estava registado

no seu processo clínico uma possível desnutrição.

Discussão

A patologia cardíaca associa-se frequentemente a excesso de peso, ingestão

energética e lipídica elevada, e a indicadores antropométricos como IMC e

perímetro da cintura altos(59-60). Este facto leva a que muitas vezes seja esquecido

que doentes com este tipo de patologia podem também estar em risco nutricional,

sendo importante e necessário o rastreio da DAD aquando da sua admissão

hospitalar.

O presente estudo detectou uma frequência de pacientes em risco que variou

entre 18,4% e 59,2%, o que é comparável a outros estudos efectuado(23-24, 26-27,

29)

, demonstrando que o risco nutricional em meio hospitalar continua a ser uma

realidade, não sendo de desprezar o rastreio em serviços de cardiologia.

O problema toma contornos ainda maiores, pois as ferramentas aqui usadas

detectaram uma prevalência de doentes gravemente desnutridos ou em risco

(40)

24

José Pedro Pereira, 2010

Durante a realização do trabalho verificou-se uma grande dificuldade de aplicação

dos inquéritos contrariamente ao referido por alguns autores(15, 19). De facto as

ferramentas de rastreio usadas não demonstraram ser de fácil aplicação, muito

contribuindo para isso o facto da maioria delas não especificar informação

suficiente sobre quem devem ser os aplicadores dos inquéritos, o grau de treino

dos aplicadores e a forma como se deve aplicar os inquéritos(48). Esta falta de

informação faz aumentar o grau de dificuldade da sua aplicação, podendo

eventualmente levar a um viés na estimativa da frequência de DAD, devendo isso

ser tido em consideração em futuros estudos. Além disto, é notória a diferença

entra a percentagem de doentes em risco identificados pelo NRI com as restantes

ferramentas. Durante o processo de inflamação, são produzidas,

predominantemente por macrófagos activados, citocinas IL-1, IL-6 e TNF-α, que

são estimuladores da resposta aguda pelo fígado(61-62). Entre as alterações que

ocorrem durante a resposta aguda, existe uma diminuição das concentrações

plasmáticas de proteínas de fase aguda “negativas”, nas quais se inclui a

albumina(62-63). Este facto pode explicar a disparidade verificada entre o NRI e as

restantes ferramentas na detecção de pacientes em risco, pois nos pacientes com

episódio cardíaco os marcadores inflamatórios estão elevados(64). Assim a

diminuição de produção hepática de albumina explicará os níveis baixos de

albumina sérica, que não reflecte uma baixa ingestão proteica, nem desnutrição, e

leva o NRI sobrestimar doentes desnutridos. Apesar de não serem feitas

advertência para o uso do NRI em situações deste tipo, esta ferramenta não

(41)

Outro ponto observado é que em ambiente hospitalar, o MUST e NRI podem

tornar-se ferramentas demasiado redutoras, devido ao facto de avaliarem poucos

parâmetros, levando facilmente a sobrestimativa ou subestimativa do risco.

O PG-SGA, ao avaliar um número maior de parâmetros, requer relativo treino e

sensibilidade por parte do examinador, pois verificou-se uma tendência dos

pacientes para exagerar no seu auto-diagnóstico.

Uma limitação deste trabalho foi o facto de o peso actual e a altura não serem

obtidos no momento exacto da avaliação e não se saber a fiabilidade do seu

valor, já que pouco se sabe da metodologia usada pelas equipas que avaliaram o

peso e a altura. Contudo todos os doentes foram avaliados segundo os mesmos

critérios, o que permite uma comparação isenta das ferramentas de rastreio.

Esclarecidas as limitações do estudo, passemos à análise da influência das

características da amostra na frequência de risco.

Não foram encontradas diferenças na idade e tempo de internamento entre os

pacientes com e sem risco em nenhuma das ferramentas de avaliação, no

entanto devem ser feitas algumas considerações.

O aumento da idade, principalmente idade superior a 65 anos, tem sido

preconizada como um factor de risco para a ocorrência de sarcopenia(65-66),

situação que leva a uma acentuada perda de massa muscular(66). Este fenómeno

pode aumentar o risco nutricional dos indivíduos com idade superior a 65 anos.

Para isso, a amostra foi dividida em 2 grupos, um com faixa etária superior a 65

anos, e outro inferior, comparando depois o risco nutricional. Os resultados

demonstraram não haver diferenças de risco para os dois grupos.

Vários estudos têm relatado o aumento do tempo de internamento dos doentes

(42)

26

José Pedro Pereira, 2010

Neste estudo não foram encontradas diferenças entre o tempo de internamento

dos doentes com risco nutricional e sem risco em nenhuma das ferramentas de

rastreio, e foram encontradas correlações fracas entre perda de peso a 1 mês e a

6 meses e o tempo de internamento, no entanto, a hipótese sugerida parece ser

plausível, dado que a mediana dos dias de internamento é maior para os

pacientes com perda de peso superior a 10% tanto em 1 mês, como em 6 meses.

Não obstante, a DAD nunca deve ser encarada como um problema isolado(67),

devendo outros factores ser associados na avaliação do tempo de internamento,

como por exemplo a gravidade da doença, pois neste estudo os doentes com

insuficiência cardíaca permaneceram em média cerca de 5 vezes mais tempo

internados.

O IMC foi a única característica na qual foram encontradas diferenças

estatisticamente significativas quando comparadas as médias dos pacientes com

e sem risco conforme o NRS-2002. Não surpreende que os pacientes em risco

tenham um IMC inferior, mas é curioso que foram detectados pacientes em risco

nutricional com IMC>30, ou seja, obesos. Este facto já foi verificado noutro

estudo(21), determinando que obesidade e risco nutricional são conceitos que

podem prevalecer juntos. Preocupante é também a elevada prevalência de

obesidade e excesso de peso, principalmente pelo facto de no serviço de

cardiologia do H.S.J. não existir nenhum profissional especializado no tratamento

destes problemas.

O tamanho reduzido da amostra não permitiu tirar conclusões sobre a influência

dos hábitos tabágicos e alcoólicos na frequência do risco nutricional, ficando por

(43)

Para finalizar, é de referir que dada a prevalência encontrada de risco nutricional

e de excesso de peso/obesidade, os cuidados alimentares prestados no serviço

de cardiologia do H.S.J. parecem ser insuficientes, devendo ser reforçada a

sensibilidade dos profissionais de saúde que nela operam para a importância do

rastreio nutricional e a necessidade da prescrição de cuidados alimentares,

devendo também ser criada uma equipa especializada neste tipo de cuidados.

Conclusão

Com este trabalho poderemos concluir que a frequência de indivíduos em risco

nutricional é de 18,4% a 59,2%. As ferramentas de avaliação MUST, NRS-2002,

NRI e PG-SGA demonstraram ter diferentes capacidades de detecção de

indivíduos com risco, 22,4%, 24,5%, 18,4% e 59,2%, respectivamente.

O NRI poderá apresentar limitações quando aplicado em doentes com patologia

cardíaca, que podem levar à sobrestimada do risco nutricional. Das restantes

ferramentas, nenhuma delas sobressai como tendo melhor aplicabilidade e

(44)

28

José Pedro Pereira, 2010

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Lista de Anexos

Anexo A. Malnutrition Universal Screenning Tool (MUST)………...… 33 Anexo B. Nutritional Risk Screening de 2002 (NRS-2002)………...…… 37 Anexo C. Patient-Generated Subjective Global Assessment (PG-SGA), versão

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Imagem

Tabela 2. Prevalência de DAD no momento da admissão hospitalar.
Tabela 4. Características da amostra estudada.
Gráfico 1. Percentagem de pacientes em risco nutricional de acordo com a  ferramenta de avaliação usada
Gráfico 3. Distribuição da amostra pelas categorias “PG-SGA”.
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Referências

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