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ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA NA CRIAÇÃO DE UMA EMPRESA NO SETOR DE TRANSPORTE INTERMUNICIPAL

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Academic year: 2019

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ANÁLISE DA VIABILIDADE

ECONÔMICA NA CRIAÇÃO DE UMA

EMPRESA NO SETOR DE TRANSPORTE

INTERMUNICIPAL

ANDRÉ SOUZA DE ANDRADE (UFRN)

deh_andrade@hotmail.com

RUTÊNIO DE MEDEIROS RIBEIRO (UFRN)

rutenio_ribeiro@msn.com

JOEBERSON DOS SANTOS GONÇALVES (UFRN)

joeberson.sp@hotmail.com

MARIANA RODRIGUES DE ALMEIDA (UFRN)

almeidamariana@yahoo.com

Resumo: ESTE TRABALHO VISA ANALISAR VIABILIDADE ECONÔMICA DA

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2

Palavras-chaves: ENGENHARIA ECONÔMICA, TRANSPORTE INTERMUNICIPAL,

(3)

3

ANALYSIS OF ECONOMIC VIABILITY

IN THE CREATION OF A COMPANY IN

THE TRANSPORTATION SECTOR

INTERMUNICIPAL

Abstract: THIS PAPER AIMS TO ANALYZE THE ECONOMIC FEASIBILITY OF ESTABLISHING A MUNICIPAL TRANSPORT COMPANY IN THE STATE OF RIO GRANDE DO NORTE UNDER DIFFERENT TECHNICAL PARAMETERS. BACKING UP WITH THE THEORETICAL TECHNIQUES OF ENGINEERING ECONOMY, HHI THE SENSITIVITY ANALYSIS USED TO DIFFERENTIATE BETWEEN PROJECTS BY TECHNICAL FACTORS AND LOCATION, WHICH MAY RELATE DIFFERENTLY AMONG THE GROUP OF PROJECTS. TO ASSESS THE ECONOMIC FEASIBILITY, THE FOUR HYPOTHESES WERE DEVELOPED VARYING IN THREE TYPES OF FUNDING OPPORTUNITIES TO ACHIEVE: (A) 100% TO 0% AND OWN RESOURCES FOR THIRD-PARTY RESOURCES, (B) 50% EQUITY AND 50% FOR RESOURCES THIRD PARTY, (C) 10% EQUITY AND 90% OF OTHERS IN EACH SCENARIO WAS ANALYZED POSSIBLE CHANGES IN TJLP, SPREAD AND VARIATION IN DEMAND, WHICH ANALYZES THE SCENARIOS CHANGE BETWEEN STABLE AND UNSTABLE. THESE FINANCIAL ANALYSIS, THE SYSTEM OF CONSTANT DEPRECIATION (SAC) WAS USED IN A PROJECTION OF FIVE YEARS, AND OCCURS ONLY IN THE FIRST YEAR INTEREST PAYMENT IN THIS PERIOD. FROM THE DATA COLLECTED WERE BUILT SPREADSHEETS THAT HELPED IN THE CALCULATIONS OF THE PARAMETERS NEEDED FOR FINANCIAL ANALYSIS. FINALLY, THE THIRD HYPOTHESIS PRESENTED MORE SATISFACTORY FINANCIAL RESULTS.

Keyword: ECONOMIC ENGINEERING, MUNICIPAL TRANSPORT, SENSITIVITY

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4

1. Introdução

O deslocamento da população das cidades brasileiras e entre cidades tem sido realizado em sua maioria por ônibus. Assim, o sistema de transporte por ônibus consolidou-se como a principal modalidade de transporte no país. Para Lucena (1999) o transporte de passageiros por rodovias tem dois componentes principais (i) entre cidades feito por ônibus e (ii) urbano/suburbano por ônibus de linha. A estes podemos somar serviços de fretamento e serviços turísticos, ônibus escolares, serviços de táxi (OECD, 1990). Todos estes serviços fazem um mercado atraente, economicamente, pela quantidade de usuários que precisam de acessibilidade rápida, segura e a um preço justo para diferentes destinos.

Entretanto, por falta de uma filosofia empresarial eficiente, diversas deficiências no sistema regular - tais como oferta inadequada e insuficiente para atender à crescente demanda, falta de conforto e segurança, tarifas elevadas, demora, entre outros - provocaram a insatisfação dos usuários com o sistema. Com este panorama, Aragão et. al (2000) colocam, que a própria liderança empresarial começa a reconhecer as ineficiências do setor, que tem apresentado baixos níveis de qualidade e competitividade. Tal insatisfação abre as portas para que empresas que realmente se preocupam com o bem estar de seus clientes possam ter ascensão em um mercado que dá brechas para novos entrantes.

Tem-se como objeto de estudo a análise da implantação de uma empresa de transporte intermunicipal de pessoas com itinerário definido. Todo o assunto está abordado sob o ponto de vista da engenharia econômica, trazendo à luz conceitos que podem elucidar a implantação de uma empresa que atual no ramo supracitado. O artigo se justifica pelo fato de não haver uma concorrência legal acirrada neste mercado, o que acarreta um serviço que muitas das vezes está abaixo da expectativa dos usuários. Provando a viabilidade econômica, pode-se despertar o interesse de empreendedores no ramo, tendo em vista que todos os cálculos foram realizados usando como parâmetros técnicas de engenharia econômica, o que torna ainda mais verídico o estudo vigente e a sua aplicabilidade. O presente artigo tem como objetivo geral analisar a viabilidade econômica da implantação de uma empresa que atua no transporte intermunicipal. O objetivo específico consiste em classificar os variados cenários que podem transcorrer neste setor identificando a viabilidade da implantação ou não do negócio para cada um deles.

2 Revisão Bibliográfica

A Engenharia Econômica utiliza conceitos e técnicas da matemática financeira para auxiliar em uma tomada de decisão, principalmente quando se trata de investimentos. Segundo Kuhnen; Bauer (2001), o conceito de Análise de Investimentos pode ser definido como um conjunto de técnicas que permitem a comparação entre os resultados de tomada de decisões referentes a alternativas diferentes de uma maneira científica.

De acordo com Assaf Neto; Lima (2009), o processo de alocação de capital é uma das três decisões financeiras que devem tomar a atenção do administrador financeiro de uma empresa, considerada talvez, pela sua complexidade, como a mais importante das Finanças Corporativas.

2.1 Investimentos

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5 determinado tempo. Segundo Hoji (2004), os investimentos ou dispêndios de capital podem ser classificados como temporários ou permanentes.

Para ludicibus (1998), os investimentos temporários representam aplicações de valores com intenção de resgate dentro de certo tempo. São exemplos deste tipo de investimento títulos públicos, fundos de investimentos e certificados de depósitos bancários.

Os investimentos permanentes são realizados em ativos que visam produzir resultados ao longo tempo e tem como objetivo a manutenção das atividades operacionais da empresa. Nesta classificação de investimento, como, por exemplo, a aquisições de terrenos, edificações, máquinas, equipamentos, entre outros. Faz-se necessário enfatizar a importância destas decisões quanto a utilização de um processo específico que possa auxiliar na determinação de onde, quanto e quando investir, pois há riscos em qualquer investimento, em função de vários fatores correlacionados.

Os métodos quantitativos para avaliar os projetos de dispêndio de capital podem ser classificados em dois grupos: os que levam em consideração o valor do dinheiro no tempo e os que não consideram esse fator relevante. Segundo Assaf Neto; Lima (2009), por possuírem maior rigor conceitual e terem grande importância para as decisões de longo prazo, deve-se dar preferência aos métodos do segundo grupo.

Há algumas formas de avaliar que são mais utilizadas. De acordo com Brigham; Ehrhardt (2007), seis métodos-chave são utilizados para classificar projetos e para decidir se eles devem ou não ser aceitos para inclusão no orçamento de capital: (a) payback simples; (b) payback descontado; (c) valor presente líquido (VPL); (d) taxa interna de retorno (TIR); (d) taxa interna de retorno modificada (TIRM); e, (e) índice de lucratividade (IL).

2.2 Método de análise do valor presente líquido (VPL)

O valor presente líquido (VPL) consiste em um procedimento matemático que tem como objetivo identificar o valor corrente, em unidades monetárias, de um montante futuro ou, ainda, o montante de dinheiro que deve ser investido hoje, a uma dada taxa de juros e por um período específico, para se obter o valor esperado no final do período (GITMAN, 1997).

Segundo Gitman (2001), trata-se de uma técnica de análise, em que é subtraído o investimento inicial de um projeto de valor presente de seus fluxos de entrada de caixa, sendo descontada uma taxa equiparada ao custo de capital da empresa ou taxa mínima de atratividade. Em outras palavras, é o cálculo de quanto os ingressos futuros menos os desembolsos, acrescidos a um custo inicial, representaria monetariamente no momento da análise. Neste método, é considerado o conceito de valor do dinheiro no tempo, tendo em vista que utilizando uma taxa de desconto, o mesmo considera o custo de oportunidade de se realizar outro investimento como, por exemplo, aplicações financeiras onde se espera obter determinado retorno por meio dos juros sobre o capital aplicado.

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6 deverá ser a remuneração esperada; e, (c) a liquidez que é a capacidade ou velocidade em que se pode sair de uma posição no mercado para assumir outra, como por exemplo, a venda de um ativo que resultará na conversão de um imobilizado em caixa “recurso financeiro”.

Essa taxa pode ser considerada pessoal e intransferível, pois a propensão ao risco irá variar para cada pessoa ou organização, sendo que a TMA ainda pode variar durante o tempo. A Expressão 1 apresenta a formulação matemática do VPL em que considera as receitas líquidas futuras é a seguinte:

EQUAÇÃO 1– Cálculo do VPL

Em que: “t” é a quantidade de tempo (geralmente em anos) que o dinheiro foi investido no projeto, “n” a duração total do projeto, “i” o custo do capital e “FC” o fluxo de

caixa naquele período.

Nesse método, caso o VPL apresentado seja maior do que zero, indica-se a aceitação do projeto , porém se o resultado for negativo, o projeto deve ser rejeitado. Quando o VPL é maior que zero a empresa obtém um retorno maior do que seu custo de capital. Com isto, está aumentando o valor de mercado da empresa, e, consequentemente, a riqueza dos proprietários.

2.3 Taxa Interna de Retorno (TIR)

A taxa interna de retorno é definida como a taxa de desconto que iguala o valor presente dos fluxos de caixa futuros ao investimento inicial de um projeto (MEIRELLES, 2004). Mais precisamente, segundo Gitman (1997), é a taxa de desconto que, considerando os fluxos de entradas e os investimentos associados a um projeto, torna o seu VPL = R$ 0. Considerada por Ross et al. (2000, p. 223), a alternativa mais importante ao VPL, a taxa interna de retorno (TIR) de um investimento é a taxa que, quando utilizada como taxa de desconto, resulta em um VPL igual a zero. A TIR é conhecida também como taxa interna de juros, taxa de rentabilidade ou retorno do fluxo de caixa descontado.

O termo “interna” indica que a taxa de desconto não utiliza nenhum fator externo, tal

como a taxa mínima de atratividade (TMA) utilizada pelo método do VPL, mas somente

valores “internos” limitados ao fluxo de caixa do projeto (REMER; NIETO, 1995; ROSS et al., 2000). Para obter-se a taxa interna de retorno de um projeto de investimento, é necessário calcular a taxa de desconto que faz com que o valor presente das entradas de caixa se iguale ao valor presente dos investimentos, o que significa achar as raízes da equação. A Equação 2 apresenta o procedimento matemático.

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7 Em que:

FCj = fluxo de caixa líquido no período j TIR= Taxa Interna de Retorno

J= Período considerado 0,1,2,... k

Embora o método da TIR não incorpore a taxa mínima de atratividade (TMA) no seu cálculo, o critério de decisão depende da TMA. Ross et al. (2000) recomendam aceitar todos os projetos com taxa interna de retorno superior à TMA e rejeitar todo os projetos em que a TIR é inferior. Quando a TIR é igual à taxa mínima de atratividade, a aceitação do projeto torna-se indiferente.

2.4 Métodos de análise do período de payback

O payback descontado é um método que busca encontrar o tempo necessário para recuperar o capital investido, assim como o payback simples. No entanto, diferencia-se deste pelo fato de utilizar os fluxos de caixa descontados pelo custo de capital do projeto, atualizando todos para um mesmo período.

O período de payback descontado é definido como o número de anos necessários para recuperar o investimento dos fluxos de caixa líquidos descontados (BRIGHAM; EHRHARDT, 2007). Em outras palavras, trata-se de um método, que mensura o tempo necessário para que sejam recuperados os recursos investidos em um projeto (BRAGA, 1998). Esse método pode ser considerado como um ponto de equilíbrio, uma vez que no período que

se encontra a recuperação do capital investido, o projeto “se pagará”, ou seja, seus custos

serão iguais aos benefícios gerados.

Representa o prazo necessário para a recuperação do capital investido, podendo ser simples (sem considerar o custo de capital, valor do dinheiro no tempo) ou descontado (considerando o valor do dinheiro no tempo).

O critério de decisão do método do período de retorno do investimento baseia-se na vida útil do projeto. Um projeto é considerado aceitável quando o seu período de retorno do investimento é inferior ao seu tempo estimado de vida útil.

2.5 Taxa Interna de Retorno modificada (TIRm)

O mecanismo de cálculo da TIR pode levar a múltiplas taxas internas para um mesmo projeto, caso haja mais de uma inversão de sinal no fluxo de caixa do projeto. Segundo Ross et al. (2002), a existência de múltiplas taxas, embora matematicamente corretas, não tem significado financeiro relevante para o processo de decisão de investimento.

De acordo com Assaf Neto (2006, p. 318), geralmente, adota-se, para contornar essas deficiências da TIR, o método da Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM), que utiliza em seus cálculos taxas de investimento para reaplicação dos fluxos de caixa intermediários mais compatíveis com o mercado.

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8 da taxa interna de retorno se torna fácil e direto a partir da aplicação da fórmula de juros compostos.

1 'n

VP VF r

EQUAÇÃO 3 – TIR modificada Em que:

r' = TIR modificada n = Número de períodos

VF = Somatório dos fluxos de caixa positivos no período n VP = Somatório dos fluxos de caixa negativos no período 0

2.6 Índice de Lucratividade (IL)

O Índice de Lucratividade consiste em atualizar os fluxos de caixa futuros previstos para o projeto e dividir o somatório deles pelo custo inicial do investimento. Em outras palavras, o índice de lucratividade é conhecido também como índice de rentabilidade de ou como resultado custo-benefício. É traduzido no somatório dos valores presentes dos fluxos de caixa futuros, dividido pelo investimento inicial. De um modo geral indica quanto será obtido, a valor presente, para cada unidade investida (BRUNI, 2003).

2.7 Análise de sensibilidade

Uma forma de analisar os possíveis resultados de um investimento é através da Análise de Sensibilidade, que estuda o efeito que a variação de um dado de entrada (input) pode ocasionar nos resultados finais. A análise determina o efeito que variações nos inputs, como receitas e custos operacionais, usados para estimar fluxos caixa, podem ocasionar no valor presente líquido ou em qualquer outro fator de decisão utilizado.

Quando uma pequena variação num parâmetro altera drasticamente a rentabilidade de um projeto, diz-se que o projeto é muito sensível a este parâmetro e poderá ser interessante concentrar esforços para obter dados menos incertos (CASSAROTTO FILHO; KOPITTKE, 1996).

A Análise de Sensibilidade demonstra, portanto, o quanto o Valor Presente Líquido ou outro fator utilizado mudará, devido a uma dada alteração de um input. Assim, na análise de fluxos de caixa pelos modelos de Engenharia Econômica, alguns itens podem ter maior influência no resultado final do que outros, podendo-se identificar os inputs mais significativos. As planilhas eletrônicas são um dos melhores instrumentos para elaborar um estudo de análise de sensibilidade.

3 Método de pesquisa

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9 de apurar as taxas praticadas no mercado para que a partir disso fossem realizadas as analises de investimento. Para a apuração dos custos, utilizou-se a ajuda de um gestor financeiro que nos forneceu dados concernentes aos custos inerentes a uma empresa que atua no setor. Pesquisas bibliográficas foram realizadas para dar suporte às analises, bem como para fazer a ponte que existe entre a teoria vista em sala de aula e a pratica outorgada pelo mundo real. Fez-se o uso de planilhas do Excel que viabilizaram a otimização do tempo de realização do trabalho e possibilitaram o teste eficiente de cenários.

4 Estudo de Caso

4.1 Caracterização da Empresa

A empresa em estudo ainda não existe de fato, há apenas um plano de negócios que detalha minuciosamente as características da empresa. A empresa terá a sua sede em Natal, e fará os transportes de Natal para algumas cidades interioranas e dessas cidades interioranas para a capital. A empresa fará 10 linhas e terá como frota de Veículos cinco ônibus com capacidade máxima de 49 passageiros; um Microônibus com capacidade para 32 passageiros e uma van com capacidade para 19 passageiros. A empresa possuirá 30 funcionários com ensino médio, dos quais nove deles são os motoristas. A empresa é situada na cidade da esperança devido a sua localização próxima à rodoviária da cidade e pela maior facilidade de aquisição do terreno que possui um preço razoável por metro quadrado. A Figura 1 apresenta o layout da empresa.

FIGURA 1 – Layout da empresa

O terreno compreende 1100 m2 dos quais 700 m2 são pavimentados. Toda essa área é devida ao comprimento de um ônibus que demanda um espaço físico considerável. Na sede existem outras áreas que são destinadas à parte administrativa e manutenção da frota.

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10 Para a realização da análise dos dados foram necessários fazer simulações que remetessem aos reais gastos enfrentados por uma empresa que atua no ramo. Para tanto, realizou-se um estudo para averiguar o que de fato seria necessário para que a empresa viesse a funcionar com êxito. Todos os itens foram listados, bem como o valor que seria investido. Em máquinas e equipamentos (Aquisição e Instalação) serão necessários R$ 9.827,90, em veículos serão gastos R$ 2.291.947,00, em equipamentos de informática e comunicação serão gastos R$ 16.055,80, em softwares serão gastos R$ 7.000,00, em móveis e utensílios serão gastos R$ 10.992,20, em construção civil serão gastos R$ 751.109,01, em terreno serão gastos R$ 750.000,00, para capital de giro e despesas pré operacionais serão necessários R$ 166.609,40, totalizando R$ 4.003.541,31.

Logo após, foi realizado um estudo detalhado para estipular a lotação média do ônibus. A partir disso, fez-se uma análise para gerar valores que correspondessem à lotação de cada linha em cada mês, respeitando a sazonalidade característica do setor que tem o seu ápice no mês de fevereiro, devido ao carnaval e a movimentação que este acontecimento ocasiona nas pessoas. No primeiro ano foi gerada uma receita de R$ 4.622.426,66 livres de variação de preço de vendas e da variação da quantidade vendida. Os dados para os anos seguintes tiveram como base de cálculo o resultado obtido no ano anterior, no segundo ano com uma variação de 2,0% no preço e na quantidade vendida é gerada uma receita de R$ 4.807.323,72, no terceiro ano com uma variação de 1,5% no preço e na quantidade vendida é gerada uma receita R$ 4.951.543,43, no quarto ano com uma variação de 2,5% no preço e na quantidade vendida a receita será de R$ 5.199.120,60 e no quinto ano com uma variação de 3,0% no preço e na quantidade vendida a receita obtida será de R$ 5.511.067,84.

Na etapa subseqüente, considerou-se todos os gastos relativos a atividade. Salários, encargos salariais, manutenção de equipamentos, manutenção de móveis, propaganda, assessoria contábil, combustível, seguros, impostos e etc. Estes valores foram fixados para cada mês do primeiro ano, em seguida somados para atribuir a cada tipo de gasto o seu valor anual e incrementá-lo com uma possível variação percentual oriunda de fatores externos.

Provavelmente, o cerne de todos os dados reside na questão do financiamento pelo BNDES. Percebeu-se que dependendo das possíveis composições de recurso próprio ou de terceiros se obtinha resultados diferentes para a TIR,VPL,TIRM e Payback calculados. Nesta etapa foram considerados o TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) e o spread bancário que é a diferença entre os juros cobrados pelos bancos nos empréstimos a pessoas físicas e jurídicas e as taxas pagas.

4.3 Análise de sensibilidade

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11 Em todas as hipóteses, a empresa apresentou parâmetros satisfatórios quando investe apenas 10% com recursos próprios e 90% com recursos de terceiros. No cenário 3, o VPL nas 4 hipóteses variou de R$ 2.196.593,31 na melhor situação (Hipótese 1) até R$ 166.684,68 na pior situação (Hipótese 4). Nos cenário 1 e 2, o VPL apresentou-se positivo nas duas primeiras hipóteses, com demandas regulares, enquanto apresentou-se negativo nas duas últimas hipóteses onde as demandas tiveram forte queda. Os índices de lucratividade e taxas de retorno acompanharam o VPL em todas as situações. O setor está correndo sérios riscos caso a fiscalização nos transportes clandestinos não se intensifique. A demanda passa a ser o parâmetro mais sensível dessa análise. Os resultados obtidos e a descrição das hipóteses são feitos a seguir.

4.3.1 Hipótese 1

Na primeira hipótese, considerou-se o cenário econômico nacional estável. A proposta apresentada pela empresa foi aprovada pelo BNDES, restou ao empresário decidir se utilizaria o financiamento, investindo 10% ou 50% de capital próprio ou se faria todo o investimento com recursos próprios. No cenário 1, o investimento é totalmente realizado com recursos próprios, temos um VPL de R$ 105.528,98 bastante inferior aos cenários 2 e 3, R$ 1.267.231,39 e R$ 2.196.593,31, respectivamente (TABELA 1). A TIR, no cenário 3, é muito superior a dos outros dois cenários, atingindo 390% a.a demonstrando uma altíssima rentabilidade nesse cenário, a TIRm nesse mesmo cenário também foi superior aos demais cenários e representa uma taxa mais real do que a TIR, visto que o capital é reinvestido a uma taxa de mercado. O período de payback, para o cenário 3, também foi o melhor, tendo o capital próprio investido pago em cerca de 4 meses, enquanto que no cenário 1 o capital é pago em quase 5 anos. Logo, esses resultados significam que para cada R$ 1,00 de capital próprio investido na empresa, a mesma teve como retorno R$ 6,48 no cenário 3 e R$ 1,03 no cenário 1, conforme os parâmetros financeiros TJLP = 6% a.a, Spread = 1,3% a.a. e TMA = 3% a.m ≈ 42,6% a.a. (TABELA 2).

TABELA 1 – Parâmetros da hipótese 1

Cenário 1 2 3

Índice de financiamento (P=100%;F=0%) (P=50%;F=50%) (P=10%;F=90%)

VPL R$ 105.528,98 R$ 1.267.231,39 R$ 2.196.593,31

TIR 44,13% 79,58% 390,02%

TIRM 43,3199% 57,27% 107,30%

Payback Descontado 4,74 anos 2,02 anos 0,33 anos

IL 1,03 1,63 6,48

P=Capital próprio F=Capital de terceiros

TABELA 2 – Variações na hipótese 1

Ano 1 2 3 4 5

% Variação do preço de vendas 0% 2,0% 1,5% 2,5% 3,0%

% Variação na quantidade vendida 0% 2,0% 1,5% 2,5% 3,0%

(12)

12 Na segunda hipótese, considerou-se o cenário econômico nacional instável, com uma alta taxa de inadimplência no mercado. A proposta apresentada pela empresa não foi aprovada pelo BNDES, restou ao empresário procurar por bancos particulares para o seu financiamento. O empresário deve decidir se utiliza o financiamento oferecido pelo banco, investindo 10% ou 50% de capital próprio ou se faz todo o investimento com recursos próprios. No cenário 1, o investimento é totalmente realizado com recursos próprios, tem;se o VPL de R$ 105.528,98 inferior aos cenários 2 e 3, R$ 428.081,56 e R$ 686.123,61, respectivamente. No cenário 3, a TIR é superior a dos outros dois cenários, atingindo 126,97% a.a., a TIRm nesse mesmo cenário também foi superior aos demais cenários e representando uma taxa de 74,09%. A TIR e a TIRm, no cenário 1, estão próximas a TMA da empresa, servindo de alerta ao investidor que com pequenas variações pode ter prejuízos. O período de payback, para o cenário 3, também foi o melhor, tendo o capital próprio investido pago em cerca de 10 meses, enquanto que no cenário 1 o capital é pago em quase 5 anos. Para cada R$ 1,00 de capital próprio investido na empresa, a empresa obteve como retorno R$ 2,71 no cenário 3 e R$ 1,03 no cenário 1 (TABELA 3 e 4). Os parâmetros dos cenários 1 e 2 estão muito próximos, sendo que os parâmetros do cenário 2 são mais ajustados com o mercado, dentre os quais: TJLP = 9%a.a.; Spread = 26,77%a.a.; e, TMA = 3% a.m ≈ 42,6% a.a.

TABELA 3 – Parâmetros da hipótese 2

Cenário 1 2 3

Índice de financiamento (P=100%;F=0%) (P=50%;F=50%) (P=10%;F=90%)

VPL R$ 105.528,98 R$ 428.081,56 R$ 686.123,61

TIR 44,13% 54,52% 126,97%

TIRM 43,32% 48,21% 74,09%

Payback Descontado 4,74 anos 3,68 anos 0,83 anos

IL 1,03 1,21 2,71

P=Capital próprio F=Capital de terceiros

TABELA 4 - Variações na hipótese 2

Ano 1 2 3 4 5

% Variação do preço de vendas 0% 2,0% 1,5% 2,5% 3,0%

% Variação na quantidade vendida 0% 2,0% 1,5% 2,5% 3,0%

4.3.3 Hipótese 3

(13)

13 cenários, atingindo 161,26% a.a., porém essa taxa é um pouco irreal visto que temos mais de uma inversão de sinal nos fluxos de caixa. A TIRm passa a ser ideal nessa hipótese, no cenário 3 a TIRm foi de 53,16% superior aos demais cenários que obtiveram TIRm e TIR menores que a TMA, não apresentando assim período de payback nos cenário 1 e 2 (TABELA 5).

TABELA 5 – Parâmetros da hipótese 3

Cenário 1 2 3

Índice de financiamento (P=100%;F=0%) (P=50%;F=50%) (P=10%;F=90%)

VPL -R$ 1.781.131,73 -R$ 619.429,33 R$ 309.932,60

TIR 11,17% 17,68% 161,26%

TIRM 26,74% 32,40% 53,16%

Payback Descontado - - 0,54 *

IL 0,56 0,69 1,77

P=Capital próprio F=Capital de terceiros

O período de payback para o cenário 3 foi o melhor, tendo o capital próprio investido pago em cerca de 6 meses, entretanto a empresa obteve resultados negativos no segundo, quarto e quinto anos devido a queda de demanda e aos pagamentos do financiamento, mas mesmo assim ainda obteve o dinheiro de volta e continuou com mais dinheiro do que havia investido. A empresa obteve como retorno R$ 1,77 no cenário 3 e R$ 0,56 no cenário quando comparado para cada R$ 1,00 de capital próprio investido. Para essa análise, os parâmetros de

análises são: (a) TJLP = 6%a.a.; (b) Spread = 1,3%a.a.; (c) TMA= 3% a.m ≈ 42,6% a.a

(TABELA 6).

TABELA 6 - Variações na hipótese 3

Ano 1 2 3 4 5

% Variação do preço de vendas 0% 8,0% 9,0% 8,0% 7,5%

% Variação na quantidade vendida -18% -13% -9,0% -10,5% -7%

4.3.4 Hipótese 4

Em outra análise pessimista, na qual o cenário econômico nacional está estável, porém a demanda do setor caiu pelos mesmos motivos da hipótese 3. Ciente disso, o BNDES rejeitou a proposta apresentada pela empresa, o empresário teve que recorrer a bancos particulares e encontrou um banco com taxas baixas. Restou ao empresário decidir se utiliza o financiamento oferecido pelo banco, investindo 10% ou 50% de capital próprio ou se faz todo o investimento com recursos próprios. Temos um VPL de -R$ 1.781.131,73 e -R$ 699.011,50, nos cenários 1 e 2 respectivamente, o único VPL positivo se deu no cenário 3 com R$ 166.684,68 (TABELA 7).

TABELA 7 – Parâmetros da hipótese 4

(14)

14 Índice de financiamento (P=100%;F=0%) (P=50%;F=50%) (P=10%;F=90%)

VPL

-R$ 1.781.131,73 -R$ 699.011,50 R$ 166.684,68

TIR 11,17% 14,40% 122,22%

TIRM 26,74% 30,84% 45,21%

Payback Descontado - - 0,60 **

IL 0,56 0,65 1,42

P=Capital próprio F=Capital de terceiros

A TIR, no cenário 3, é superior a dos outros dois cenários, atingindo 122,22% a.a., porém essa taxa é um pouco irreal visto que temos apenas o fluxo de caixa do primeiro ano positivo. A TIRm passa a ser ideal nessa hipótese, no cenário 1 a TIRm foi de 45,21% superior aos demais cenários que obtiveram TIRm e TIR menores que a TMA, não apresentando assim período de payback nos cenário 1 e 2. O período de payback para o cenário 3 foi o melhor, tendo o capital próprio investido pago em cerca de 7 meses, entretanto a empresa obteve resultados negativos a partir do segundo ano, mas mesmo assim ainda obteve o dinheiro de volta e continuou com mais dinheiro do que havia investido. Para cada R$ 1,00 de capital próprio investido na empresa, foi possível obter como retorno R$ 1,42 no cenário 3 e R$ 0,56 no cenário 1 (TABELA 7 e 8). Os parâmetros financeiros foram: (a) TJLP = 6%a.a.; (b) Spread = 4%a.a.; (c) TMA = 3% a.m ≈ 42,6% a.a.

TABELA 8 - Variações na hipótese 4

Ano 1 2 3 4 5

% Variação do preço de vendas 0% 8,0% 9,0% 8,0% 7,5%

% Variação na quantidade vendida -18% -13% -9,0% -10,5% -7%

5 Considerações finais

Ao aplicar ferramentas de Engenharia Econômica podemos checar a possibilidade de se montar uma empresa no setor de transporte intermunicipal de pessoas no Rio Grande do Norte, com sede em Natal. Percebe-se que ferramentas como VPL, TIR, TIRm, Payback, e Índice de Lucratividade são ferramentas complementares que devem ser aplicadas em conjunto para uma análise mais precisa e coerente.A utilização dessas ferramentas em conjunto fornecem um panorama mais abrangente ao investidor.

No estudo de caso, ao se fazer análise de sensibilidade modificando parâmetros, percebe-se que o setor corre sério risco, caso a fiscalização nos transportes clandestinos não se intensifique. Porém, se sabe também que ao investir apenas 10% de recursos próprios o negócio será vantajoso tendo em vista as taxas aplicadas no mercado. O empreendedor que desejar investir nesse ramo estará ciente dos riscos inerentes ao sistema.

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Referências Bibliográficas

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FIGURA 1  –  Layout da empresa
TABELA 1 – Parâmetros da hipótese 1
TABELA 3 – Parâmetros da hipótese 2
TABELA 5  –  Parâmetros da hipótese 3
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